sexta-feira, outubro 08, 2010

Acertar os Passos

Portugal tem solução à vista: coligação PS-PSD com Presidente comprometido

As coisas parecem encaminhar-se para a única solução racional que esta crise infecta e a cheirar mal pode ter:
  1. o anúncio pelo PSD do chumbo do orçamento escondido que o actual governo sem freio nos dentes quer impingir ao país — exigindo ao PSD a assinatura dum cheque em branco que depois servirá para responsabilizá-lo por tudo o que parecer "medida de direita";
  2. a queda do governo vigarista de José Sócrates Pinto de Sousa e o bloqueio institucional da tríade que colocou este vendedor de laptops no poleiro de primeiro ministro;
  3. a formação de um governo de coligação PS-PSD mediado pelo presidente Cavaco Silva, que não terá outra alternativa senão estar 100% solidário com o governo de brasa que aí vem. Ou seja, um governo parlamentar estável, formado na base dum programa de emergência nacional, largamente ditado por Bruxelas, e apoiado sem reservas pelo actual presidente da república. A alternativa a isto seria a manutenção do actual governo em funções de mera gestão. Não creio, porém, que Bruxelas autorize semelhante impasse, que seria evidentemente fatal para o país, na medida em que levaria no prazo de semanas ao reconhecimento oficial da bancarrota de Portugal perante todo o mundo. Não nos esqueçamos que Portugal é hoje um protectorado da União Europeia.
  4. finalmente, dissolver a actual Assembleia da República e convocar eleições legislativas antecipadas, logo que os prazos constitucionais e a conveniência política o permitam.

Ao contrário das sereias retardadas da desgraça — Quadratura do Círculo e similares— a queda do imprestável e perigoso desgoverno do senhor Pinto de Sousa não configura nenhuma calamidade para o país. Deixar de espremer esta borbulha de pus é que sim, só pode agravar e muito a nossa situação colectiva. Basta pensar nos dois mil milhões de euros que pretendem roubar dos nossos bolsos a partir de 2014, só para continuar a alimentar a corja de empresários palacianos que nem na Roménia conseguem ganhar um concurso público. Aliás, até já em Portugal perdem para Espanha! Refiro-me, claro está, às autoestradas desérticas que andaram a construir —e querem continuar a construir (!)— para encher os bolsos do Bloco Central do Betão e da Corrupção e esvaziar os nossos.

A precipitação dos acontecimentos foi aqui prevista há muitos meses, ou mesmo há anos. Perante a degradação evidente das dívidas pública, interna e externa portuguesas, exibida por numerosos quadros estatísticos disponibilizados por organizações internacionais diversas (mas não pelo Banco de Portugal), e compiladas pela Wikipédia, coloquei dois cenários possíveis:
  • uma recomposição do actual espectro partidário —com o surgimento de dois novos partidos políticos (um saído da barriga do PS, e outro, da barriga do PSD);
  • ou a degradação imparável da crise do regime, da qual resultaria a inevitabilidade da formação de um governo de coligação ao centro mediada pelo presidente da república, envolvendo processos de purificação interna dentro dos dois principais partidos políticos.
O preço desta última solução deverá saldar-se pela não recandidatura de Aníbal Cavaco Silva a um segundo mandato. Alegre deverá pois bater-se contra Bagão Félix ou outra personalidade com prestígio na banda centro-direita do espectro eleitoral.

Para quem não percebeu ainda, a verdade nua e crua da nossa situação é esta: não fomos, nem seremos expulsos da União Monetária Europeia, i.e. do euro, mas é como se tivéssemos sido. O nosso poder de compra vai cair pelo menos 30% nos próximos dois anos! O Estado vai ter mesmo que encolher. Para sobrevivermos e ultrapassar o verdadeiro Rubicão que temos pela frente, precisaremos de uma liderança da coisa pública completamente renovada. E provavelmente teremos que meter na prisão uma boa centena de vigaristas, incluindo o actual primeiro ministro e a comandita que o pariu.

Como sempre escrevi, Passos de Coelho ou apressava o passo no sentido de uma ruptura terapêutica, ou suicidar-se-ia politicamente antes de começar a ser alguém.

quarta-feira, outubro 06, 2010

Rumos — 4

A solução está na melhoria da nossa balança comercial

Esgotaram-se em Portugal os bilhetes e as entradas para exposição automóvel de Paris. Tal como já Saint-Exupéry escrevia sobre a Lisboa dos anos 40 — Carta a um refém (Lettre à un Otage)—, verificam-se por aqui perigosos fenómenos de alheamento.

Os principais pecados originais que nos assolam são o facto de consumirmos muito mais do que produzimos e também importarmos substancialmente mais (20%) do que exportamos. Todas as outras falhas dependem destas primeiras, com a agravante de 80% das nossas trocas comerciais se concentrarem em 5 países europeus onde será evidentemente quase impossível aumentar a penetração dos respectivos mercados.

Se por algum momento nos absorvermos apenas na obsessão orçamental cairemos rapidamente no abismo. Qual a prioridade estratégica? Diminuir o deficit comercial, conter as importações, aumentando as exportações, mas seleccionando as que impliquem alto valor acrescentado. A resposta oficial alude sempre à indústria automóvel e de componentes mas o engano é profundo. A Autoeuropa é, agora, a maior exportadora com mais de 10% do total nacional, contudo é também a maior firma importadora e de cada 110.000.000€ que exporta, importa  100.000.000€ de componentes.

Devemos identificar e apoiar firmemente os sectores como sejam o têxtil técnico, malhas, couros, calçado e mobiliário, casos em que para cada 10 que se exporta, apenas se importam 6, logo com muito maior valor acrescentado.

Para substituir as importações note-se o caso das frutícolas, hortícolas e oleaginosas que continuamos a importar em tão alta escala, quando há tanta potencialidade de produção nos raios próximos de Lisboa e Porto. Há total urgência no apoio e desenvolvimento às redes logísticas dos produtos frescos. Vejam e trabalhem o exemplo dos produtos lácteos, quase já integralmente portugueses. A via das cooperativas logísticas agrícolas tem de ser imediatamente fomentada com apoio estatal já que o seu retorno fiscal seria rápido. A zona Oeste e o vale do Sorraia, para Lisboa, poderiam quase que imediatamente substituir, com todas as vantagens para o consumidor e economia nacional, as absurdas importações de Espanha. O aumento de produtividade só pode ser encontrado nos sectores em que temos, desde sempre, as maiores vantagens competitivas e em que sobretudo contamos com o nosso próprio mercado.

Frederico Brotas de Carvalho

terça-feira, outubro 05, 2010

5 de Outubro



A verdade é simplesmente esta: Portugal foi levado à bancarrota pela nomenclatura partidária, corporativa e sindical que há três décadas nos desgoverna.

O principal culpado é efectivamente o populismo partidário que tomou conta da III República depois de os militares que a 25 de Abril de 1974 derrubaram a ditadura se terem retirado da cena política.

Foram os militares, e não Mário Soares, Álvaro Cunhal, Sá Carneiro ou Freitas do Amaral, que derrubaram a ditadura, não se esqueçam. Estes e a corja partidária por eles criada, muito mais do que a maioria dos portugueses, que voltou a emigrar em massa ao longo da última década, foram os grandes beneficiários da decisão dos militares. Não sei portanto de que galhofam os nossos néscios deputados sempre que discutem política na Assembleia da República. O resultado da sua irresponsabilidade tonta e ignara está à vista!

Mais ainda, não fora a adesão à CEE e posterior integração na União Europeia e já a falência brutal do país teria ocorrido. Se nada de pior acontecer, tal ficará a dever-se exclusivamente aos comandos comunitários da União, e sobretudo à determinação da Alemanha. Foi a senhora Merckel que colocou o vigarista Sócrates no seu insignificante lugar, obrigando-o a antecipar a sua reunião ministerial, de Quinta para Quarta Feira, para tomar in extremis medidas ditadas pela Comissão Europeia, sem cuja adopção a torneira do BCE se fecharia imediatamente. Será por causa desta mesma senhora que Portugal acabará por sofrer uma nova revolução constitucional nos tempos mais próximos.

Se o Passos de Coelho seguir as instruções da matilha de ladrões que há décadas se apropriou da nossa democracia e da nossa poupança, e se abstiver na votação do próximo orçamento do PS, em vez de votar legitimamente contra, morrerá como político no altar da cobardia e de uma então provada mediocridade intelectual. Se assim for, a gangrena do sistema político será geral, não restando outra alternativa que não passe por uma enérgica alteração constitucional. É perfeitamente legítimo exigir, face ao colapso do sistema político que se avizinha, a convocação de uma nova assembleia constituinte, com o objectivo de corrigir o actual sistema constitucional — manifestamente bloqueado pela sua actual composição. Uma assembleia onde, obviamente, se faça representar a maioria do povo português, que neste momento lá não está — como também não está representada na presidência da república.

Foi pena não terem dado a Manuela Ferreira Leite a oportunidade que ela merecia. Defendi-a aqui, tendo toda a minha vida votado à esquerda. As nossas esquerdas, do PS ao Bloco, passando pelos Estalinistas do PCP, e pelo cada vez mais patético Manuel Alegre, acabaram por revelar-se, ironicamente no ano do centenário do regime republicano, como os principais responsáveis, não apenas da falência do país, mas da própria demolição do Estado Social. De esquerda, portanto, nada têm, a não a ser as definições falsificadas que trazem à lapela. Por incrível que pareça são os melhores aliados desse traste presidencial chamado Aníbal Cavaco Silva.

Renego, pois, esta esquerda populista, hipócrita, corrupta e incompetente. Para sempre! Outro caminho será certamente possível no futuro — racional, humano e justo.


POST SCRIPTUM — Acabo de ouvir Mário Soares reconhecer, numa entrevista à SIC-N, conduzida pelo Mário Crespo, que o governo foi "obrigado" por Bruxelas a tomar as medidas que tomou. Mais, foi submetido a um ultimato, que a não ter sido acatado, teria motivado o fecho da torneira dos empréstimos — disse MS, mais ou menos por estas palavras. É óbvio que foi mesmo assim, como aliás escrevi a tempo e horas. O reconhecimento do bem informado Soares só serve, neste caso, para passar mais um atestado de incompetência técnica e nulidade política ao vigarista Pinto de Sousa e ao cabotino ministro das finanças. Estas criaturas miseráveis atribuíram a si mesmas a virtude da coragem. Se não tivesse revisto ontem ou anteontem O Grande Elias, ainda poderia supor que este género de mal é recente e veio das berças beirãs e nortenhas. Mas não, o estilo é alfacinha e vem de longe, como o Brandy Constantino. Os rapazes da província aprendem depressa!

Entretanto, soube que também Durão Barroso disse à TSF, neste dia 5 de Outubro, que Bruxelas teve que intervir junto do governo português (leia-se, impor-lhe o pacote de medidas de austeridade que este viria a anunciar como um "acto de coragem" seu!) E vão dois...

Quem tem medo compra um cão

O jota Passos de Coelho tem duas opções:
  • abster-se na votação do orçamento do vigarista-mor do reino (José Sócrates) e dar um tiro na cabeça logo a seguir,
  • ou votar contra, e abrir as portas à verdadeira possibilidade de sairmos do atoleiro para onde esta democracia degenerada, clientelar, burocrata e corrupta nos levou.
REPITO:
  1. A única coisa que poderá piorar a crise portuguesa é manter no poder quem criminosamente a criou e alimentou: José Sócrates e Aníbal Cavaco Silva
  2. O Bloco Central da Corrupção e das Obras Públicas é o grande cancro do país — e como tal é preciso remover o tumor quanto antes, até à última metástase!
  3. Para fazer estas duas coisas é necessário que alguém, no quadro partidário, dê o primeiro passo, sabendo que as canalhas partidárias e clientelares são parte do problema e nunca parte da solução (a menos que sejam postas no seu devido lugar, i.e. de cócoras e a ganir!)
  4. Portanto, jovem Jota, o teu dilema nem é dos piores: ou tremes e recuas agora, e morres em seguida de pasmo e estupidez; ou votas contra o orçamento de 2011 e viras o país a favor de uma mudança efectiva do actual estado de coisas.
  5. Manda as sereias compradas do Banco de Portugal, da Standard&Poor's e o Marcelo à merda!
  6. Recorda-te de que quem tinha razão era Manuela Ferreira Leite. Se a renegares pela segunda vez, terás a sorte de São Pedro. De cabeça para baixo!

sexta-feira, outubro 01, 2010

O que nos espera - 4

O luto de Outubro

No dia 5 de Outubro de 2010 comemora-se a terceira bancarrota de Portugal gerada por sistemas parlamentares populistas que em nada mudaram ao longo dos últimos 100 anos. Assassinaram a Monarquia, colocaram a Primeira República ao colo da uma Ditadura, e preparam-se agora para mergulhar Portugal numa espiral de empobrecimento e descalabro social sem precedentes. A corja não mudou nada desde Eça Queiroz!

Há, porém, um pormenor que deve ser destacado desta vez:
  • quem levou Portugal à bancarrota? Foi o Partido Socialista;
  • quem começou a demolir de forma imparável o Estado Social? Foi o Partido Socialista;
  • quem permitiu a captura do Estado Português por organizações mafiosas de todas as cores e feitios? Foi o Partido Socialista;
  • quem transformou a Justiça Portuguesa numa anedota trágica? Foi o Partido Socialista.
  • quem instituiu a prática sistemática da falsificação de estatísticas e manipulação da imprensa? Foi o Partido Socialista.
Tudo isto aconteceu nos últimos quinze anos, sendo desprezível o impacto que Durão Barroso e Santana Lopes tiveram na acelerada e irremediável degradação do regime. É, de facto, o Partido Socialista, pela mão de quem o desfigurou e dele abusou sem pudor, à boa maneira de uma autêntica Cosa Nostra, o principal responsável do colapso ontem finalmente reconhecido pelo boneco que lá colocaram na pose de primeiro-ministro, depois do ultimato mais do que óbvio lançado ao governo pela Comissão Europeia.

As medidas anunciadas (1) foram vagas e deixaram de fora dois temas essenciais:
  • a diminuição do Estado paquidérmico, indolente, corporativo e corrupto que temos —há 13.740 entidades sem rosto que recebem silenciosamente centenas de milhões de euros dos nossos impostos todos os anos! (2);
  • e os grandes investimentos públicos associados ao Bloco Central do Betão e da Corrupção, com especial destaque para as criminosas Parcerias Público Privadas encavalitadas em verdadeiros desastres programados pelos piratas que há décadas saqueiam o país — tais como: a falência e posterior nacionalização fraudulentas do BPN, a tentativa de fazer um aeroporto desnecessário em Alcochete, a igualmente desnecessária e monstruosa Ponte Chelas-Barreiro, e as novas autoestradas, cujos contratos implicam uma sangria fiscal na ordem dos 2 mil milhões de euros anuais a partir de 2014 (ou seja, o mesmo que pagar anualmente aos concessionários o equivalente a duas Pontes Vasco da Gama!)
Presume-se que o desalmado Teixeira dos Santos tenha ido a Bruxelas, na manhã seguinte à da conferência realizada no dia 29 de Setembro, trocar por miúdos as vacuidades, desta vez tristes, anunciadas pela criatura sem emenda que os portugueses por duas vezes elegeram primeiro-ministro (não se queixem!)

Os floreados retóricos que decorreram hoje na Assembleia da República, no meio da mais grave crise de sempre das nossas finanças públicas, mostraram à saciedade que não temos parlamento, mas uma câmara corporativa e sindical dominada por professores (i.e. funcionários públicos) e advogados da corrupção. Na realidade, o parlamento português revelou-se não só um instrumento completamente inútil no regime democrático devolvido aos portugueses por um golpe de Estado militar, mas também um dos principais factores de irresponsabilidade política, compadrio por detrás das divergências televisivas, e egoísmo partidário. Se temos hoje uma democracia degenerada —e temos!—a causa desta triste realidade reside em boa parte no imprestável parlamento que temos vindo a eleger sem nos darmos conta de que criámos um monstro muito caro e patético.

Temer por uma crise política nestas alturas do campeonato é como ter medo da chuva depois de uma carga-de-água tropical. O papão da crise política, alimentado pelas tríades e máfias instaladas, e papagueado pelos bonecos que se agitam sob o seu comando, não passa de mais uma maquinação mediática para impedir que se faça o que tem que ser feito: demitir o actual governo, e convocar eleições legislativas antecipadas, assim que o novo presidente da república tenha sido eleito.

Como é também evidente, o maior aliado de José Sócrates, Aníbal Cavaco Silva —que ainda não explicou ao país porque meteu o senhor Dias Loureiro no Conselho de Estado—, é parte inteira do problema político, e não da sua solução. Aliás, só poderá agravá-lo, se se recandidatar e for reeleito!

Daí que Passos de Coelho, o actual líder do PSD, se quiser sobreviver politicamente, tenha que usar a "bomba atómica" que tem na mão. Isto é, anunciar duas coisas:
  1. que votará contra a proposta de orçamento do actual governo, na medida em que será mais um cheque sem provimento endossado aos portugueses, desta vez com demolição do Estado Social incluída, por um partido que é de facto o principal responsável pela bancarrota de Portugal;
  2. e que não apoiará a recandidatura de Cavaco Silva. Na realidade, bastará anunciar a primeira decisão para que o actual presidente, manifestamente incapaz de lidar com problemas pesados, desista de se candidatar a um segundo mandato.
O PS, como bem se disse já, que aprove o orçamento de Estado com os partidos que vão juntar-se no apoio eleitoral a Manuel Alegre. Basta de hipocrisias!

Por menos do que isto, teremos uma gangrena muito perigosa do regime.


NOTAS
  1. O Governo apresentou as 19 medidas que pretende implementar para reduzir o défice deste ano e de 2011. Entre as 19 medidas apresentadas, 15 são do lado da despesa e as restantes quatro do lado da receita.

    Despesa

    1 – Reduzir os salários dos órgãos de soberania e da Administração Pública, incluindo institutos públicos, entidades reguladoras e empresas públicas. Esta redução é progressiva e abrangerá apenas as remunerações totais acima de 1500 euros/mês. Incidirá sobre o total de salários e todas as remunerações acessórias dos trabalhadores, independentemente da natureza do seu vínculo. Com a aplicação de um sistema progressivo de taxas de redução a partir daquele limiar, obter-se-á uma redução global de 5% nas remunerações;
    2 - Congelar as pensões;
    3 - Congelar as promoções e progressões na função pública;
    4 -Congelar as admissões e reduzir o número de contratados;
    5 - Reduzir as ajudas de custo, horas extraordinárias e acumulação de funções, eliminando a acumulação de vencimentos públicos com pensões do sistema público de aposentação;
    6 - Reduzir as despesas no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente com medicamentos e meios complementares de diagnóstico;
    7 - Reduzir os encargos da ADSE;
    8 - Reduzir em 20% as despesas com o Rendimento Social de Inserção;
    9 - Eliminar o aumento extraordinário de 25% do abono de família nos 1º e 2º escalões e eliminar os 4º e 5º escalões desta prestação;
    10 - Reduzir as transferências do Estado para o Ensino e sub-sectores da Administração: Autarquias e Regiões Autónomas, Serviços e Fundos Autónomos;
    11 - Reduzir as despesas no âmbito do Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC);
    12 - Reduzir as despesas com indemnizações compensatórias e subsídios às empresas;
    13 - Reduzir em 20% as despesas com a frota automóvel do Estado;
    14 - Extinguir/fundir organismos da Administração Pública directa e indirecta;
    15 - Reorganizar e racionalizar o Sector Empresarial do Estado reduzindo o número de entidades e o número de cargos dirigentes.

    Receita

    1 - Redução da despesa fiscal
    ·                     Revisão das deduções à colecta do IRS (já previsto no PEC);
    ·                     Revisão dos benefícios fiscais para pessoas colectivas;
    ·                     Convergência da tributação dos rendimentos da categoria H com regime de tributação da categoria A (já previsto no PEC);

    2 - Aumento da receita fiscal
    ·                     Aumento da taxa normal do IVA em 2pp.;
    ·                     Revisão das tabelas anexas ao Código do IVA;
    ·                     Imposição de uma contribuição ao sistema financeiro em linha com a iniciativa em curso no seio da União Europeia;

    3 - Aumento da receita contributiva
    ·                     Aumento em 1 pp da contribuição dos trabalhadores para a CGA, alinhando com a taxa de contribuição para a Segurança Social.
    ·                     Código contributivo (já previsto no PEC).
    4 - Aumento de outra receita não fiscal
    ·                     Revisão geral do sistema de taxas, multas e penalidades no sentido da actualização dos seus valores e do reforço da sua fundamentação jurídico-económica.
    ·                     Outras receitas não fiscais previsíveis resultantes de concessões várias: jogos, explorações hídricas e telecomunicações.
  2.  O estado português dá emprego efectivo a cerca de 700 mil funcionários públicos (i, 18-05-2010) e contrata a recibos verdes quase 5 mil prestadores de serviços (Económico, 24-08-2010). No entanto, a diminuição dos agentes efectivos e provisórios do Estado não se traduziu na eliminação de serviços inúteis ou redundantes, mas antes na sua contínua proliferação, embora disfarçada pela criação de empresas municipais e regionais de capitais 100% públicos, e pela contratação de prestações de serviços permanentes a empresas privadas, boa parte delas na órbita empresarial dos partidos!

quarta-feira, setembro 29, 2010

O que nos espera - 3

Abaixo este governo!

Uma crise política que leve à demissão do desgoverno socialista e à não recandidatura do imprevidente, desajeitado e imprestável presidente da república Aníbal Cavaco Silva, é a única forma democrática de espremer o pus do furúnculo infecto em que degenerou a nossa democracia

O bando de ladrões do BPN (via piratas da SLN) comprou os terrenos de Alcochete onde querem construir o novo aeroporto, mal soube que a Ota seria abandonada. São eles que agora pressionam o tam-tam contra o "TGV", defendendo por todas as esquinas silenciosas do regime corrupto que temos a construção do novo aeroporto de Alcochete.

Em vez de modernizarem com pés e cabeça o aeroporto da Portela, a nomenclatura partidária portuguesa (abrangendo de uma maneira ou doutra todos os partidos com assento parlamentar) encontra-se no bolso das grandes construtoras e bancos associados e, por acção ou omissão, faz o que esta manda.

Daí que Cavaco Silva (um velho amigo do banco cuja falência de 4,5 mil milhões de euros, pesa sobre todos nós), mais alguns perfumados do CDS_PP e do PSD, vomitem diariamente acusações contra o TGV, mas nada digam sobre o NAL de Alcochete, ou sobre essa bomba-relógio do super-endividamento nacional que são as novas PPP congeminadas para levar por diante as novas auto-estradas e falsas SCUTs em construção ou fase de contratação. Quando seria vital arrancar estas carraças gordas de corrupção e desvario do corpo português, o mais depressa possível, vemos, pelo contrário, uma conspiração montada para prosseguir este assassínio do país, ao mesmo tempo que a corja partidária se prepara para tomar de assalto, pela via fiscal e assédio à propriedade privada, o que resta da riqueza nacional livre dos compromissos do endividamento público e externo do país.

As 7 SCUTS existentes, que não foram desenhadas para suportarem sistemas de portagem (daí as dificuldades técnicas com que o governo se tem deparado na tentativa da sua implementação) já custam anualmente 700 MILHÕES DE EUROS aos nossos impostos.

Esta factura será paga todos os anos até 2023. Só depois desta data, numa época em que o transporte automóvel e aéreo terá sido já mortalmente atingido pela escassez petrolífera, começará a diminuir!

Mas mais grave ainda: se as novas auto-estradas anunciadas e já parcialmente contratadas pelo Bloco Central do Betão e da Corrupção (PS+PSD-CDS_PP+PCP) avançarem todas (ver aqui o mapa interactivo deste desvario demencial), o seu custo astronómico representará uma factura anual de 1.300 milhões de euros.

Ou seja, o plano de auto-estradas desnecessárias e a prazo inúteis congeminadas pelo regime corrupto que temos vai custar a todos os portugueses 2 MIL MILHÕES DE EUROS ANUAIS a partir de 2014 e até 2023! Só depois desta data a factura começará a diminuir...

Comparados com este plano de expropriação da riqueza nacional —por via dos impostos e das ameaças já em curso à posse privada de bens imobiliários urbanos e rurais—, os custos da alta velocidade ferroviária, entre Pinhal Novo e Badajoz, e do novo submarino adquirido à Alemanha, não passam de despesas razoáveis — "peanuts" (1)

O Presidente da República, o PDS e o CDS_PP criticam diariamente o TGV (nome estúpido vulgarizado pelos indígenas da nomenclatura lusitana para designarem erradamente a implementação de linhas férreas de bitola europeia para comboios de alta velocidade/velocidade elevada). Esquecem, principalmente a nossa desajeitada Rainha de Boliqueime (ultimamente cheia de iniciavas cesaristas), que há acordos de estado assinados com Espanha sobre esta matéria. E esquecem também que a transformação da nossa rede ferroviária por forma a compatibilizá-la com as futuras redes de bitola europeia, espanhola e transpirenaica, é uma prioridade efectivamente estratégica, nomeadamente por causa da mudança radical dos paradigmas de mobilidade que o barril de petróleo a 100, 120, 150, 175, 200, e 300 dólares inevitavelmente causará de forma imparável e sem retrocesso daqui para a frente. Em 2013, 2015, 2020, centenas de milhões de pessoas serão forçados a trocar o seu automóvel privado por novas formas de transporte (tele-transporte e transporte físico colectivo movido a electricidade)

Basta fazer apenas o troço Pinhal Novo-Caia (Badajoz) para ligar Lisboa a Madrid e ao resto da Espanha. No Pinhal Novo os comboios adaptarão os seus rodados à via que atravessa a Ponte 25 de Abril, levando os passageiros até uma nova estação situada no buraco urbano da antiga Feira Popular, verdadeiro centro geográfico e intermodal da cidade de Lisboa. Esta linha custará aos bolsos dos portugueses 70 milhões de euros. Ou seja, 28,5 vezes menos do que as novas auto-estradas que ninguém quererá pagar, nem terá dinheiro para pagar, mesmo que quisesse.

O senhor Passos de Coelho tem que olhar bem para esta verdadeira bomba-relógio!

Desde 2007 que vimos denunciado o descalabro do endividamento interno e externo do país, e o despotismo público pornográfico da nomenclatura partidária corrupta que se apoderou do país em nome de uma democracia que activamente cavalgou e degenerou. O resultado está à vista!

O único facto relevante da comemoração do centenário da República é ser o ano da bancarrota de Portugal.


NOTAS
  1. O projecto ferroviário de Alta Velocidade/Velocidade Elevada que visa ligar Portugal a uma rede europeia coerente, e desde logo ao nosso maior parceiro comercial (a Espanha), deverá ser reformulado no sentido de conferir a prioridade ao transporte de mercadorias, limitando, pelo menos em Portugal, a velocidade dos comboios de passageiros aos 250Km/h, em vez dos 300 e 350 Km/h pretendidos pelos optimistas do crescimento. Acima dos 220Km/h, os custos das infraestruturas, do material circulante, da manutenção diária das linhas e sistemas de alimentação e sinalização, mais custos de segurança, aumentam exponencialmente, como se pode perceber desta reportagem sobre os impactos negativos da velocidade a partir de certo limiar. Com o encarecimento inevitável e imparável da energia e das matérias primas essenciais ao estilo de vida industrial e urbano, não teremos outro caminho que não passe por diminuir as deslocações físicas desnecessárias de pessoas e bens. Esta mudança do paradigma de desenvolvimento levar-nos-à a uma expansão sem precedentes do tele-trabalho, da tele-diversão e em geral da telepresença à escala local e global. O frenesim dos aeroportos e dos "bullet trains" tem a sua morte anunciada e inscrita no pico do petróleo. Um comboio de passageiros correndo a 250Km/hr será mais do que suficiente aos novos tempos do decrescimento sustentável.
[última actualização: 30-09-2010 23:21]

    segunda-feira, setembro 27, 2010

    O que nos espera - 2

    A OCDE e o FMI não vêm aí... Os principais responsáveis pela bancarrota de Portugal é que berram p'ra que venham dizer alto e bom som o que a actual canalha partidária é incapaz de assumir: a verdade!



    De qualquer modo, o mexicano Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, cozinhou o relatório com o actual governo, o que não pode deixar de ser simultaneamente uma vergonha e uma fonte de suspeita forte sobre a qualidade dos conselhos dados, ao sabor das conveniências dos situacionistas do regime. Espero bem que o Passos de Coelho resista às pressões e evite o seu prematuro suicídio político. É isso aliás que a rainha de Boliqueime e o Pinóquio das Beiras precisamente querem, mais as turmas, tríades, polvos e máfias que os rodeiam e levaram o país ao estado comatoso em que se encontra. Aliviar o país da carga chamada Aníbal Cavaco Silva e José Sócrates Pinto de Sousa, mais o poeta surdo-mudo que pretende ser presidente da república, é uma purga absolutamente imprescindível à regeneração do regime. Com a continuação deste bloco central do cinismo e da corrupção, no poder, Portugal afundar-se-à cada vez mais. E não vejo nenhum Salazar por aí!

    Um país sem orçamento e a duodécimos é como uma purga de emagrecimento de efeitos automáticos. Por outro lado, não é a crise política que afasta os mercados de Portugal. É o nosso escandaloso endividamento, a bandalheira político-partidária instalada, e a corrupção endémica que une como UHU empresários indolentes, cabotinos e corruptos a políticos igualmente preguiçosos, cabotinos e corruptos. Ora desfazer este nó górdio exige que alguém diga, de uma vez por todas, não à destruição do nosso país. Se não for o jota candidato a primeiro ministro, outro lhe sucederá certamente.

    Post scriptum — As medidas propostas pela OCDE nem seriam muito diferentes das que ontem mesmo aqui sugeri como inevitáveis, se fossem equilibradas, e por conseguinte previssem também cortes substanciais na despesa pública de investimento perdulário e corrupto, e a imposição de responsabilidades fiscais efectivas a quem, entre os mais ricos, nada ou pouco paga — como a banca falida que temos, ou os monopólios clientelares que dominam o país. Mas não, o senhor Gurría veio fazer um frete ao governo de Sócrates e à imensa tropa de piratas que o rodeia, colocando o fardo do pagamento das dívidas ao lombo dos mais pobre e dos mais fracos. É caso para lhe perguntar qual foi a comissão que recebeu para realizar tamanha sujeira?