segunda-feira, outubro 27, 2014

China’s Navy Is Already Challenging the US in Asia | The Diplomat

China: um osso cada vez mais duro de roer

À medida que os Estados Unidos caminham para a falência financeira, e sobretudo moral, a sua capacidade de exercer as prerrogativas imperiais diminui dia a dia. O seu poder de tiro é avassalador, mas numa guerra balística nuclear, já sabemos, não há vencedores. Pode destruir países indefesos com sucessivos bombardeamentos aéreos e guerras vicariantes (proxy wars), e gerar com estas chachinas assimétricas por si engendradas (o célebre 'terrorismo'), mas não tem conseguido ocupar nenhum novo metro quadrado de terra ou mar em parte alguma do planeta. Estranho, não é?

Quando é que os americanos estudam o Tratado de Tordesilhas, e percebem de uma vez por todas que, às vezes, é melhor dividir para partilhar, do que dividir para reinar?

China’s Navy Is Already Challenging the US in Asia | The Diplomat

Al-Qaeda Declares War on China, Too | The Diplomat

Percebe-se cada vez melhor quem é, afinal, o mau da fita

Digam-me lá se isto não cheira a diplomacia americana. O objetivo é evidente: pressionar a China na região nevrálgica de Xinjiang (Turquestão Oriental), por onde passa a Rota da Seda (terrestre), ao mesmo tempo que pressiona a a China a sul (Rota da Seda marítima), montando armadilhas nos mares do Japão e da China.

A par desta estratégia, o decadente, autoritário (cada vez mais um estado policial) e falido império americano promove o belicismo e o terrorismo no Médio Oriente, ao longo da passagem da Europa oicdental para a Europa oriental. Os objetivos são óbvios: não perder o controlo da principal região petrolífera do planeta, e impedir a emergência de um Eurásia poderosa e pacífica.

É a esta luz que devemos também interpretar a maneira como têm usado o poodle inglês para minar a União Europeia e a sua moeda — que felizmente tem sabido resistir a todas as provocações e especulações.

Al-Qaeda Declares War on China, Too | The Diplomat

sábado, outubro 25, 2014

Putin fez hoje um sério aviso à navegação mundial

Tordesilhas 2.0


Rússia e China preparam-se para guerra paulatinamente arquitetada pelos EUA em nome da hegemonia perdida

Financial Times, 24-10-2014
Putin unleashes fury at US ‘follies’

Russian president Vladimir Putin on Friday accused the US of undermining the post-Cold War world order, warning that without efforts to establish a new system of global governance the world could collapse into anarchy and chaos.

In one of his most anti-US speeches in 15 years as Russia’s most powerful politician, Mr Putin insisted allegations that its annexation of Crimea showed that it was trying to rebuild the Soviet empire were “groundless”. Russia had no intention of encroaching on the sovereignty of its neighbours, he insisted.

The Daily Beast, 28-04-2014
New U.S. Stealth Jet Can’t Hide From Russian Radar
America’s gazillion-dollar Joint Strike Fighter is supposed to go virtually unseen when flying over enemy turf. But that’s not how things are working out.

The F-35 Joint Strike Fighter—the jet that the Pentagon is counting on to be the stealthy future of its tactical aircraft—is having all sorts of shortcomings. But the most serious may be that the JSF is not, in fact, stealthy in the eyes of a growing number of Russian and Chinese radars. Nor is it particularly good at jamming enemy radar. Which means the Defense Department is committing hundreds of billions of dollars to a fighter that will need the help of specialized jamming aircraft that protect non-stealthy—“radar-shiny,” as some insiders call them—aircraft today.

A Rússia está de volta, recomenda-se e afirma que o Big Brother americano é um fator de risco para a paz mundial... e que o dólar americano já era. O sistema de segurança global está minado assegura Putin (TASS). Será que os alemães ouviram a mensagem, ou querem levar mais uma tareia, desta vez por andarem de cócoras e ao serviço dos falcões e piratas financeiros de Washington e Londres?

Bem fez Passos Coelho em exigir hoje em Bruxelas maior autonomia energética na Europa e o fim do bloqueio energético dos 'socialistas' franceses à ferrovia e capacidade de exportação energética da Ibéria.

A propósito, que diz o pascácio 'socialista' sobre isto? Vai convocar mais uma comissão de sábios indígenas para entreter o seu vazio de ideias e esconder o desempenho de uma agenda que não controla, mal conhece e lhe é servida a conta gotas por quem o colocou na posição em que está?

Portugal vai ser palco de uma disputa entre os Estados Unidos e a China, por causa do Atlântico e por causa da sua posição estratégica, nomeadamente em matéria de energia e transportes, face à Europa transibérica. Curiosamente os ditos 'socialstas' já estão no bolso de Washington.

Madrid também não augura nada de fiável em matéria de lucidez estratégica.

Quer queiramos quer não a atual aliança governativa é a que mais convém à nova neutralidade de que Portugal precisa para poder ter um papel diplomático na nova bipolariação geoestratégica que já está a caminho. Vai haver inevitavelmente um Tordesilhas 2.0. Resta saber se sem, ou com uma proliferação bélica estremamente perigosa provocada pela estratégia americana no mundo.

E os patriotas do PCP que pensam sobre isto?




POST SCRIPTUM

EUA ou China-Rússia?

Equidistância e neutralidade ativa (apesar de sermos membro fundador da NATO e de fazermos naturalmente parte desta aliança atlântica) é a posição que melhor serve os nossos interesses. Portugal deve posicionar-se como uma pequena mas importante Suíça diplomática, invocando as suas longas e pacíficas relações com o mundo. Devemos defender a paz entre as religiões do Livro.

Por outro lado, garantir os direitos territoriais na Plataforma Continental de Portugal, também conhecida por Mar Português, é a prioridade estratégica mais relevante que temos pela frente. Nisto a Rússia, a Dinamarca, o Canadá e os EUA são naturalmente nossos aliados. Nenhuma cedência a Madrid nesta matéria! Apesar do anedotário em volta do negócio dos submarinos, a verdade é que a sua compra foi uma decisão estratégica absolutamente certeira. A vigilância-defesa do Mar Português (radares, submarinos, corvetas, lanchas rápidas, forças especiais de intervenção e aviação dedicada) é uma prioridade absoluta, que tem que ser garantida sem hesitações nem carnavais partidários pelo meio, nem que tenhamos que reduzir a Assembleia da República a oitenta deputados, o número de municípios para menos de metade, retirar o estado das áreas educativas superiores não prioritárias (e são muitas), e colocar os deputados, mais 2/3 da população a usarem regularmente os transportes coletivos urbanos, suburbanos e interurbanos.

Devemos apostar na Diplomacia, mas sendo tão firmes quanto Salazar foi.

Temos que manter e fortalecer a aliança com a Inglaterra, estabelecida em 1386 pelo Tratado de Windsor. O centro do mundo continua a ser a Europa, ou melhor, a Eurásia, o resto são ex-colónias destinadas a implodir, mais século, menos século. Não aprenderam nada. Nunca morreram. Nunca ressuscitaram!

quarta-feira, outubro 22, 2014

2005: game over

Os preços sobem, mas a produção só marginalmente

O ano em que o mundo mudou: 2005

Só há um caminho: livrarmo-nos das dívidas e mudar de vida


Uma década depois, é agora completamente visível o Pico do Petróleo como causa do colapso financeiro, económico e social global que atingiu em primeiro lugar e de forma irreversível o chamado primeiro mundo: América do norte e Europa ocidental.

Não há nada fazer: a energia barata, abundante e transportável morreu em 2005.

Por causa deste facto, que é na realidade a origem do crescimento demográfico, económico, tecnológico e cultural que a humanidade conheceu desde meados do século 19, e numa escala explosiva, sobretudo na America do norte e na Europa ocidental, ao longo das décadas de 1950 e 1960 do século passado, haverá menos economia, menos trabalho, menos rendimento, mais conflitualidade entre as pessoas, os grupos de interesses e as nações, e a prazo, senão tivermos juízo... menos democracia.

O post de Chris Hamilton publicado a 15 deste mês no blogue de Charles Biderman, “Daze of Peak Oil…or at least Peak Oil Production”, resume com uma série de excelentes gráficos atuais a situação prevista por M. King Hubbert em 1956, a que o relatório The Limits to Growth, de 1972, desenvolvido por  Donella H. Meadows, Dennis L. Meadows, Jørgen Randers, e William W. Behrens III, deu seguimento adequado.

O petróleo e o gás de xisto são uma mistificação que permitu aos Estados Unidos ganhar algum tempo, ainda que à custa de uma operação ruinosa sob todos os pontos de vista menos um: ter conseguido aumentar de forma excessivamente precária e cara a produção interna de um crude altamente volátil. A verdade, que os sucessivos gráficos que acompanham o post de Chris Hamilton demonstram, é que a produção de crude estagnou, apesar de ser cada vez mais cara, e de a pressão da procura continuar a aumentar na Ásia, Oceania, América do Sul e África.

Vamos ter que mudar quase tudo:
  • energia mais cara, novas energias e uma mudança radical nas exigências relativas à eficiência energética; 
  • desmaterialização acelerada dos processos produtivos e um peso crescente do consumo imaterial sobre o consumo material;
  • diminuição do tempo de trabalho remunerado, acompanhada de um regresso aos regimes de partilha e troca direta entre pessoas, famílias alargadas, comunidades, povos, países e regiões
  • eliminação de mais de 50% da burocracia pública e privada
  • desenvolvimento equilibrado e justo de uma economia de rendimentos e preços ponderados garantidos (em inglês chamar-lhe-ia flat rate economy)
  • descentralização radical dos regimes democráticos com implementação de sociedades baseadas em plataformas e redes de democracia semi-direta glocal.
  • fim dos sistemas partidários tais como os conhecemos hoje, e faliram.
  • reforço dos direitos de propriedade individual, familiar, comunitária, privada e pública, e das liberdades de iniciativa e expressão de ideias — embora as pressões autoritárias tendam no imediato a crescer, em parte como consequência das tensões geradas pela escandalosa expropriação capitalista especulativa dos rendimentos, bens e poupanças de milhares de milhões de pessoas, em benefício de uma elite que tende a ser menos de 1% da população mundial: 70 milhões depessoas.
Infelizmente, assim como a maioria dos governos, bancos, empresas e pessoas tentam retomar a todo o custo e defender as virtudes do BAU (business as usual), também a gritaria política permanece prisioneira das suas aporias ideológicas, do seu oportunismo burocrático e da sua ganância devorista. Esta deriva entrópica poderá implicar uma degradação ainda mais dramática da situação atual... até que as pessoas, desejavelmente, acordem!

O impacto do Pico do Petróleo no emprego nos EUA (não difere do resto do mundo)

“Daze of Peak Oil…or at least Peak Oil Production”
By Chris Hamilton
in Biderman’s Money Blog

The 750% increase in energy prices since ’98 have been financed by a simultaneous 98% decrease in the Federal Funds Rate (cost of debt). 


A bolha petrolífera é evidente a partir do momento em que o preço do crude e os juros do dinheiro divergem


[...]

2000 through 2013 oil production and consumption trends…

N. America – Production rising, consumption falling
Eurasia and Middle East – Production rising, consumption rising
Asia – Production flat, consumption rising
S. America – Production rise, consumption rise
Europe – Production collapsing, consumption falling
Africa – Production flat, consumption rising


A geoestratégia do petróleo é evidente...



[...]

In one year the top 127 oil and gas companies spent $110 billion more on capital expenditures than they received from operations.  So, they acquired $106 billion in additional debt (a large percentage through the Junk Bond Market) and sold assets to make up the difference.

This is not a sustainable business model, just like the same nonsense taking place in the broader stock markets as corporations buy back massive amounts of their stock to give the ILLUSION that everything is fine and BAU- Business As Usual will continue.

Not only are many of these oil and gas companies hiding the fact that their balance sheets are hemorrhaging debt, they also have a cozy situation with the Federal Government.  Basically, the Fed’s allowed them to defer more than half of their tax bill… and it’s a lot of money. In a nutshell, the top 20 oil and gas companies still owe $16.5 billion (more than 50%) to Uncle Sam in tax revenue. 

O aumento da produção de petróleo nos EUA é uma grande bolha especulativa


[...]

Conclusion –

It appears the world hit peak cheap, high quality oil sometime in ’05 and the fallout since has been spectacular financial chaos. Declining GDP “growth”, money printing gone wild, ZIRP and NIRP activated, all since adequate supplies of newly available cheap energy failed to offset the declining conventional production. And the US / Canada low quality, high cost, unsustainable shale “miracle” signals the death throes of a global economy entirely dependent on cheap energy for growth and service of peak debt.

And the current path of deceit, QE, and command economies will only further what ails us enriching ever fewer at the expense of ever more. Shale oil and oil in general is finite and should be priced accordingly…and we should adjust.

There are solutions to the problems which ail us…not easy solutions, but genuine solutions none-the-less. But prior to talk of solutions, a consensus that there is a problem is necessary. I don’t write any of this to prove we are doomed…to the contrary I write with the hope that an informed, aware citizenry reacquainted with reality can do what’s it’s done throughout history when faced with adversity; come together for a brighter future.

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POST SCRIPTUM

24 out 2014, 21:32 
Portugal, i.e. Jorge Moreira da Silva e Pedro Passos Coelho, parece ter saído da casca. Ainda bem!

A atual queda dos preços do petróleo e do gás é temporária. A Europa paga uma fatura gigantesca pelo petróleo e gás que compra. Deve aproveitar este alívio temporário dos preços, permitido pelo bluff do fracking do petróleo/gás de xisto (altamente deficitário e subsidiado pelo governo americano), e pelos jogos de poder da Arábia Saudita, para continuar o seu trabalho em prol das energias renováveis e sobretudo da eficiência energética que, por exemplo, deve apostar decididamente em novas redes ferroviárias, portos eficientes e sobretudo na interoperabilidade marítimo-ferroviária, a par da discriminação positiva dos transportes coletivos face ao transporte automóvel individual. A energia barata acabou, mas a transição tem que ser ferreamente supervisionada pelos governos, por forma a contrariar sem hesitações os aproveitamentos especulativos que espreitam em cada esquina do rentismo e do devorismo.

Financial Times: The emergence of Portugal as a major stumbling block took many by surprise. Going into the summit, Spain complained bitterly about France’s reticence to building new power lines over the Pyrenees to allow export of its surplus wind power. But Mariano Rajoy, Spanish prime minister, dropped out of the talks, leaving Portugal’s Pedro Passos Coelho to battle for the Iberians.

Ultimately, Portugal and Spain won their battle to ensure that Europe’s electrical grids should be better connected. The EU said that countries should be able to export 15 per cent of their generational capacity by 2030. This process would be closely monitored to ensure that France would open its border to transmission lines from Iberia.

PS: são lamentáveis as barbaridades que o Prof. António Costa e Silva (da Partex) difundiu sobre a suposta abundância de petróleo e gás natural no mundo, durante o programa Negócios da Semana de 23/10. As pessoas têm que declarar os seus interesses sempre que falam ao grande público!!!

Mais leituras para o Prof. António Costa e Silva e os restantes amantes do 'fracking':

Kjell Aleklett

domingo, outubro 19, 2014

Orçamento Cidadão

O principal aborto do populismo 'socialista' chama-se Dìvida Pública

2015 —se a Grécia não cair em novo resgate— será parecido com 2014, mas menos agressivo


O Governo publicou um pequeno manual destinado aos cidadãos cujo objetivo é ajudar-nos a perceber num ápice o que está em causa num Orçamento de Estado, nomeadamente no proposto para 2015. Chama-se Orçamento Cidadão e poupa-nos seguramente horas de ruído e tédio a ouvir as cagarras do parlamento e a turma de economistas que desfilam sem dizer nada de relevante nas passerelles televisivas. Os gráficos e quadros aqui publicados, e comentados in situ, resumem sem retórica a situação em que nos encontramos, e revelam claramente quem nos trouxe até à fossa da pré-bancarrota, da estagnação, do empobrecimento e do descaramento inimputável da partidocracia que deixámos proliferar como uma praga insaciável.

Os 'socialistas' não sabem sequer gastar, mas gastam (e alguns roubam) que se fartam!

Enquanto o investimento caía desde 2001, o consumo cresceu alegremente entre 2005 e 2010

A elasticidade fiscal morreu e a classe média está a ser sacrificada pela irresponsabilidade criminosa da partidocracia instalada

Não há nenhum motivo válido para adiantar a data das próximas eleições legislativas.

A corja rendeira e devorista que aruinou o país, representada pelos senhores Costa, Sócrates, Soares e Companhia, e pelos senhores Marcelo, Rio, Mendes e Companhia, quer desesperadamente regressar ao poder. E quer tal regresso por duas razões vitais: controlar os estragos e evitar a defenestração do seus principais protagonistas (Ricardo Salgado não os deixa dormir em paz) e, se possível, regressar à faina da delapidação fiscal do país e à engorda da nomenclatura incompetente e corrupta que continua protegida pelos indigentes da nossa imprensa e da nossa Justiça.

Esperemos, em nome do que resta da inteligência coletiva indígena, que os eleitores que ainda votam pensem um pouco melhor no amor súbito pela criatura que nada fez para evitar as cheias em Lisboa, que reitera que é mesmo assim e que os lisboetas devem tropeçar nos buracos e afogar-se nas avenidas votando alegremente no seu anunciado coveiro.

O caminho, com ou sem Costa, é outro, e esperemos que não seja liderado pela Brigada do Reumático arrogane e cega que nos insulta diariamente nas págnas dos pasquins impressos e audiovisuais.

O serviço da nossa dívida pública equivale já a um ministério da grandeza do da educação: 10%!

Não é preciso dizer mais nada para percebermos que continua a ser urgente e inevitável trilhar o caminho da extinção progressiva e consistente da nossa dívida. E porque o pagamento da mesma não é possível se não atacarmos as causas do excesso de despesa pública, aqui vão algumas ideias estratégicas para resolvermos os nossos gravíssimos problemas antes de 2020:
  1. racionalizar o Estado central e acabar com as burocracias inúteis;
  2. reduzir para metade o número de municípios, sem extinguir um só concelho que seja!
  3. diminuir o número de deputados da AR para o limite inferior previsto na lei, ou seja, dos atuais 230, para 180;
  4. impor a redução de mandatos (1, 2 ou 3) em todos os cargos eletivos de instituições e órgãos de administração que dependam do orçamento de estado;
  5. atrair investimentos e residentes estrangeiros;
  6. aumentar as exportações;
  7. avançar criteriosamente no investimento público estratégico: portos de águas profundas para transhipment (Sines e Trafaria), ferrovia de bitola europeia (eixos prioritários já definidos pela UE), plataforma continental e novas atividades industriais, científicas e tecnológicas associadas ao mar, aproveitamento inteligente da floresta nacional, desenvolvimento de um setor de agricultura biológica e dinâmica de ponta, expansão da produção autónoma de energia (off-grid), aposta no turismo associado à saúde, ao desporto e à cultura, aposta no enriquecimento científico e tecnológico das indústrias tradicionais: calçado e vestuário, máquinas, turismo, pesca e aquicultura, azeite, vinho, cortiça, frutas, etc.;
  8. privatizar o que não tem que ser público e, ao mesmo tempo, assegurar o completo controlo dos bens estratégicos do país —ar, espectro radiolétrico, água, mar, rios, florestas e vias de comunicação—, subordinando a sua exploração privada a critérios inalienáveis de defesa do interesse público, imediato e futuro.
  9. alargar a governança democrática do país à sociedade civil, através da criação e expansão de modelos inovadores de formação democrática das decisões, a nível local, regional e nacional.
  10. aumentar os níveis de transparência, liberdade e igualdade democráticas.

PS — Em vez de de nos perdermos na litania noticiosa sobre o OE2015 é preferível ler este curto mas esclarecedor texto sobre a miséria patente e crescente do Keynesianismo sem Keynes, sem energia barata, com excesso de ‘socialismo’ social-democrata ou neo-liberal e uma descarada e cada vez mais perigosa hipertrofia burocrática das sociedades capitalistas, com ou sem democracia. Aliás, liberdade e democracia são bens cada vez mais escassos. O clima de implosão autoritária e belicista do capitalismo está à vista de todos. Só quem for muito cego é que não vê.
The IMF and Austrian Theory
Friday, October 17th, 2014 by James E. Miller
Mises Canada

Half a century later, the IMF has overseen a tumultuous business cycle that came to a screeching halt in 2008. Big, overleveraged banks were on the verge of collapsing; millions of people lost their jobs and their homes; governments spent billions of dollars to maintain their welfare safety nets. The end result, which is still ongoing, is stagnant economic growth with dim prospects for recovery.

The IMF not only failed to stop the financial crisis from occurring, it encouraged the coordinated credit expansion that allowed housing bubbles in various industrialized countries. But now, the global financing giant appears to be having a “repent thy sinner” moment. In the Fund’s recent bi-annual report, the organization warns that the ultra-low interest policies of central banks is setting the stage for a new bust. According to the Guardian, the IMF says that “more than half a decade in which official borrowing costs have been close to zero had encouraged speculation rather than the hoped-for pick up in investment.”

sexta-feira, outubro 17, 2014

ex-BESTAP

Interior luxuoso de um Airbus ACJ3019

Foi tudo feito com o beneplácito do Dr. António Almeida Santos, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da GeoCAPITAL — do senhor Ho— não foi?


No entanto, algumas perguntas:
  1. Quem vai pagar os 17 aviões encomendados à Airbus no valor estimado de 4.500 milhões de euros? Em que situação se encontra este contrato? Porque não foram ainda entregues os Airbus A330-200 previstos para 2014?
  2. Quem são neste momento os mediadores financeiros da compra dos Airbus pela TAP? Uma vez desfeita a parceria que o Credit Suisse e o BESI tinham para este efeito, quem presta neste momento as garantias contratuais?
  3. Chegou a TAP a pagar integralmente a PGA à ESI?
  4. Quanto pagou a TAP pela VEM? As declarações de Paulo Campos ao parlamento sobre esta matéria não passaram de uma das suas muitas fantasias.
  5. Quanto pagou a Geo CAPITAL pela VEM, e por quanto vendeu depois a sua parte à TAP?
  6. Qual era a exposição do ex-Grupo BES à TAP?
  7. Qual é a exposição do Novo Banco à TAP?
  8. Qual é a dívida financeira atual da TAP?

TAP comprou brasileira VEM sem autorização das Finanças. Fernando Pinto diz-se de "consciência tranquila"

15 Outubro 2014, 09:57 por Jornal de Negócios

A aquisição do controlo da empresa brasileira de engenharia e manutenção VEM (hoje denominada por M&E Brasil) teve lugar sem a necessária autorização do Ministério das Finanças, revela o Diário Económico desta quarta-feira, 15 de Outubro.

Em causa está uma falha que poderá obrigar a que o negócio – que já custou à TAP cerca de 500 milhões de euros desde 2007 – seja nulo do ponto de vista jurídico.

O anterior secretário de Estado do Tesouro e Finanças, Carlos Costa Pina, não deu autorização ao negócio, tendo exigido esclarecimentos à companhia aérea em vários despachos entre 2007 e 2009, explica a publicação.


Fernando Pinto inquirido pelo Ministério Público depois de buscas na TAP
Público, 14/10/2014 - 07:38

O presidente da TAP foi ouvido pelo Ministério Público há cerca dois meses por causa de dossiers relacionados com a gestão da companhia. A inquirição aconteceu depois de terem sido realizadas buscas nas instalações da companhia de aviação em meados do ano passado e de terem sido ouvidas pessoas com informações sobre a gestão da operadora de handling Groundforce, a compra da unidade de manutenção do Brasil e a tentativa fracassada de venda da empresa a Gérman Efromovich. Movimentos que surgiram depois de uma denúncia anónima ter chegado à Polícia Judiciária (PJ).

O PÚBLICO apurou que Fernando Pinto foi chamado para responder a perguntas no âmbito de uma investigação conduzida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal. Não foi ainda possível clarificar em que qualidade foi ouvido o gestor brasileiro, que está à frente da TAP desde o ano 2000. Ainda no início do Verão de 2013, a PJ fez buscas nas instalações da transportadora aérea. Os inspectores levaram documentação da empresa.

Sensivelmente na mesma altura destas buscas, a PJ interrogou pessoas que tinham conhecimento sobre actos de gestão da equipa liderada por Fernando Pinto. O processo está a ser investigado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção.

A inquirição do Ministério Público ao presidente da TAP tinha como um dos principais temas a gestão da operadora de handling Groundforce, que é actualmente detida em 49% pela transportadora aérea, estando a maioria do capital nas mãos do grupo português Urbanos. Estará em causa a facturação de serviços da empresa à TAP, que é a sua principal cliente, bem como a estrutura de custos da operadora de assistência em terra, que foi alvo de profundas reestruturações fruto dos prejuízos que acumulava.

A Groundforce terá ainda sido motivo de esclarecimentos relacionados com o seu anterior accionista privado, o grupo espanhol Globalia, que saiu do capital em 2008 na sequência de um conflito com a administração da TAP. A maioria do capital da operadora de handling ficou depois parqueado temporariamente junto de três bancos, porque a Autoridade da Concorrência proibiu a companhia de aviação de o deter. E só em 2012 é que a Urbanos entrou em cena.

Brasil, aviões e venda
Além deste tema, também a compra da M&E Brasil foi abordada na inquirição do Ministério Público. A TAP entrou no capital da empresa de manutenção de aviões em 2005, tendo ficado com 100% em 2007, quando comprou a posição da Geocapital, detida pelo empresário macaense Stanley Ho. O Diário Económico noticiou na segunda-feira que a investigação centra-se igualmente neste negócio, feito com o pagamento de um prémio de 20%.

[...]

A inquirição também se centrou na compra de aviões à Airbus, bem como na tentativa fracassada de privatização da companhia a Gérman Efromovich, em Dezembro de 2012.


TAP comprou Varig Log e VEM por 25 por cento das avaliações

Público/Lusa, 28/11/2005 - 21:20

O secretário de Estado das Obras Públicas e Comunicações, Paulo Campos, afirmou hoje que a TAP pagou pela Varig Log e VEM um quarto do valor mínimo das avaliações feitas às duas empresas que comprou à Varig.

De acordo com Paulo Campos, que falava na Comissão das Obras Públicas, as avaliações independentes de auditores internacionais feitos à VEM apontavam para um valor entre 116 milhões de dólares e 375 milhões de dólares.

Já a Varig Log foi avaliada entre 117 milhões de dólares e 532 milhões de dólares, referiu na Comissão, à qual o secretário de Estado compareceu a pedido do PCP, para explicar o negócio.

Segundo foi anunciado este mês, a TAP vai adquirir o controlo das duas subsidiárias da Varig por 62 milhões de dólares (cerca de 53 milhões de euros), depois de analisadas seis propostas de aquisição.

O processo de venda das duas subsidiárias só estará, no entanto, concluído no dia 19 de Dezembro.


Varig vende subsidiárias a TAP e americana

VarigLog e VEM foram arrematadas por US$ 72 milhões no total, US$ 10 milhões a mais do que proposta original dos dois grupos
Folha de São Paulo, 12/1/2006

A Varig anunciou ontem que vendeu suas subsidiárias, VarigLog (transporte e logística) e VEM (manutenção), para o fundo americano Matlin Patterson e para a aérea portuguesa TAP, respectivamente. Ambos os investidores querem também o controle da própria companhia aérea.
"Ficou acertado o compromisso da Volo do Brasil [empresa constituída pelo Matlin Patterson] e da Aero-LB [sociedade liderada pela TAP] de participarem como importantes investidores na recuperação da companhia aérea", diz comunicado divulgado pela assessoria de imprensa da Varig.

[nos pormenores é que está o Diabo...]

Segundo a companhia aérea, as duas subsidiárias foram vendidas por um total de US$ 72 milhões, US$ 10 milhões a mais do que a proposta feita no ano passado pela Aero-LB, que é uma sociedade de propósito específico liderada pela própria TAP. A Varig não informou por qual valor cada empresa foi vendida, já que TAP e Matlin Patterson fizeram uma proposta conjunta por ambas.


TAP compra PGA-Portugália por 140 milhões de euros

PUBLICO.PT. 06/11/2006 - 17:17
A TAP comprou hoje à Espírito Santo Internacional 99,81 por cento do capital da companhia de aviação PGA–Portugália por 140 milhões de euros.

A operação terá de passar ainda pelo crivo da Autoridade da Concorrência, já que o negócio transforma o mercado da aviação nacional num duopólio: apenas ficarão a operar no mercado regular a TAP e a companhia açoriana Sata internacional.


Credit Suisse, BESI e Morais Leitão apoiam venda da TAP
Económico, 18/05/12 00:05

Com cerca de cinco meses de atraso face ao previsto, o Governo prepara-se para anunciar os assessores jurídicos e financeiros para o processo de privatização da TAP. Além do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI), o Governo terá como ‘financial advisor' o Credit Suisse. A escolha para a assessoria jurídica recaiu na Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados, apurou o Diário Económico.

quarta-feira, outubro 15, 2014

EDP a caminho dos apagões

A impunidade era moda no tempo do governo cor-de-rosa do Pinóquio Sócrates

Uma chantagem intolerável


EDP corta investimento na rede eléctrica em 28%
Jornal de Negócios. 14 Outubro 2014, 21:00 por Miguel Prado

O novo plano da EDP Distribuição baixa o "capex" anual de 128 para 92 milhões de euros, numa redução justificada com o tempo de austeridade, a redução do consumo e a qualidade da rede existente em Portugal.

A EDP quer cortar em 28% o investimento na rede de distribuição de electricidade, segundo o Plano de Desenvolvimento e Investimento na Rede de Distribuição (PDIRD) para 2015-2019, já entregue à Entidade Reguladora.

Eletricidade aumenta quase cinco vezes mais que a inflação em 2015
Expresso. 18:00 Quarta feira, 15 de outubro de 2014

A eletricidade vai subir 3,3% para quase três milhões de clientes. Para os cerca de 500 mil novos beneficiários da tarifa social agora criada pelo Governo, a variação será de -14%.

Manuel Pinho promete energia mais barata
Correio da Manhã, 05.10.2007

O ministro da Economia defendeu ontem que com a construção de dez novas barragens em Portugal é possível “conseguir produzir energia mais barata”. Manuel Pinho apresentou em Lisboa o Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico, cujo objectivo é aumentar a produção de electricidade para 7000 megawatts (Mw) até 2020. Com este projecto vai ser possível utilizar 70 por cento do potencial hídrico do País.

Enquanto a cotação da EDP cai desde 2008 e a sua dívida financeira total se vai tornando impagável (cerca de 16 mil milhões de euros, e responsabilidades totais de 21.991.972.000€, não indo o valor da empresa —equity— além de 11.528.561.000€), cortesia dos amigalhaços da Goldman Sachs que a troco de umas massas para o governo cor-de-rosa do Pinóquio Sócrates, perdão, para as novas barragens de elevado potencial hidroelétrico, impingiram à EDP e ao país um negócio eólico furado que António Mexia engoliu alegremente (a GS já sabia que os subsídios ao mercado especulativo do vento, nos EUA, e subsequentemete na Europa, iriam acabar), vem agora ameaçar o esforçado ministro Jorge Moreira e o país com apagões: cortas-me na receita dos CMEC e eu deixo de fazer manutenção da rede em baixa.

Ou seja, a chantagem da EDP é simples de entender: sem rendas (excessivas) ameaçam deixar cair a manutenção da rede. Ou seja, se esta chantagem não for desmontada e travada, teremos apagões pela certa, mais dia menos dia!

Ora uma chantagem é, creio, uma quebra de confiança contratual. Razão bastante para anular um contrato leonino, cozinhado, convém recordar, pelo Pinho do BES ("Manuel Pinho promete energia mais barata", 05-10-2007) e do governo cor-de-rosa do Pinóquio Sócrates.

Talvez fosse bom alguém explicar isto mesmo aos chineses. 

Estes, que olham para Portugal como uma plataforma de entrada na Europa e no Atlântico, iriam certamente compreender a palava do ministro, tenha este a coragem para a proferir, mandando entretanto calar o compadre Catroga e o traste de Belém!

A nacionalização imediata da EDP não é necessariamente a melhor solução, até porque a EDP tem uma dívida criminosa.

O que sim deve ser feito é eliminar imediatamente as rendas excessivas e melhorar o conceito da tarifa social (tarifa mínima=consumo mínimo garantido per capita), suportando o estado e as empresas fornecedores de energia esta tarifa social numa proporção a negociar, equilibrada e justa.

O governo deve agir em defesa dos cidadãos e determinar o que acha justo.

Aos chineses caberá avaliar se continuam ou não interessados no negócio, pois não falta capital à procura de ativos com rendimento garantido!

Como se disse, o estado chinês poderá facilmente acomodar esta alteração... e se não...