sábado, fevereiro 28, 2015

O banco mau do BCE

Maria Luís Albuquerque, ministra das finanças de Portugal

Só num sistema financeiro insolvente e disfuncional é que se cobram taxas aos depósitos e se paga para emprestar! 


E nisto, o governo indígena apenas segue a família de lémures japoneses, americanos e europeus em direção ao precipício.

Portugal reembolsará seis mil milhões de euros ao FMI em Março
Jornal de Negócios, 28 Fevereiro 2015, 00:07 por Lusa

A ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, anunciou hoje que, em Março, Portugal reembolsará seis mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional, o que significará “uma redução muito importante nos juros pagos pelo país”.

Esta gente ainda não percebeu:
  1. que a destruição das taxas de juro é uma política deliberada do BCE, imitando nisto as receitas japonesa e amerciana (e não mérito de qualquer ministro indígena—ainda por cima porque quem trata da nossa dívida são os Rothschild);
  2. que a diarreia monetária não passa de uma operação contabilística destinada a limpar as dívidas dos sobre-endividados estados europeus, e dos bancos a que estão ligados de forma simbiótica, expandindo até ao infinito o banco mau que o BCE criou dentro da sua própria barriga. Os bancos centrais não estão a criar dinheiro para a economia, estão a expandir as suas reservas monetárias (monetary base) até ao infinito, e nem sequer com depósitos reais oriundos dos bancos comerciais. O que estes bancos depositam no BCE, no banco mau do BCE, são pilhas e pilhas de títulos de dívida pública impagável, que compram aos governos insolventes do planeta, para receber em troca uma liquidez meramente virtual... até ao dia em que tudo impluda.
Recomendo a este propósito esta notável entrevista que vai ao fundo do buraco negro em que estamos todos metidos, depois de termos andado 43 anos a empurrar os problemas com a barriga e a pensar com os pés. 1972 foi o ano em que se publicou o estudo prospetivo The Limits to Growth—encomendado pelo Clube de Roma e financiado pela Fundação Volkswagen. Lembram-se?

In Search of Solutions – An Interview with Dr. Lacy H. Hunt
Erico Matias Tavares
Sinclair & Co.

[extracts]

Dr. Lacy Hunt: I think that monetary policy at this stage of the game is largely bankrupt. There is certainly nothing that they can do.

[...] I’m only going to defend what is going on in the bond market and the bond market is a very good economic indicator. When bond yields are very low and declining it’s an indication that the same is happening to inflation and that economic activity is weak. The bond yields are not here for any fluke of reason. They are here because business conditions in the US and abroad are quite poor.

[...]

LH: The US central bank, the ECB and the Bank of Japan have greatly expanded their balance sheets, but that’s not printing money. Money is an increase in deposits that are available to households and businesses. US monetary growth today is under 6% in the last 12 months, which is lower than when quantitative easing started. The Bank of Japan has doubled the monetary base in the last two years and yet M2 growth is 3% and a little bit more. The same is true in Europe.

[...]

LH: (...) according to new research by the McKinsey Global Institute, as well as others like the Geneva Group, the world is substantially more levered now than at the time of the failure of Bear Sterns and Lehman. They calculate that public and private debt is now $57 trillion greater than in 2007, or 17 percentage points higher relative to GDP.

[...]
Erico Matias Tavares: It is said that organizations in crisis tend to repeat the same mistakes, only faster and with more intensity. Japan certainly seems to be following down that path with their latest rounds of aggressive quantitative easing.

LH: I think that’s an excellent example. In their panic of 1989 public and private debt was about 400% of GDP, more or less. It’s currently at 650% of GDP. They have greatly increased the indebtedness of the overall economy but the level of nominal GDP is no higher than it was 23 years ago. The results have been very, very poor.

@linkedin, @zerohedge


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

Mau ambiente


Um bom rapaz, um péssimo ministro


O 'ambiente' é um dos grandes castelos da corrupção vigente. Não temos ministro do ambiente, mas um rapaz no falso ministério do ambiente. Não gosto dos verdes-vermelhos do PCP mas, de vez em quando, lá se mexem, depois de picados insistentemente pela blogosfera. Ainda bem!

O que fará a rolha de cortiça, mais conhecido por António Costa, se o deixarem?


Dado o amor súbito do edil da capital pelos yuans de Pequim, é de prever que, com a ajuda dos Salgados e ex-Salgados desta praia desfeita, o testa de ferro que as tríades cor-de-rosa mandaram para a frente do touro, o entremelado Costa, vá prosseguir a fúria barragista, e não mitigá-la, como seria normal num país decente.

As consequências, se o camarada benfiquista dos quatro costados conseguir chegar a São Bento, para a energia em Portugal, seriam óbvias: mais barragens, mais aumentos na eletricidade, mais taxas, mais taxinhas, menos manutenção da infraestutura, menos supervisão, menos defesa dos consumidores, menos estado de direito e muita massinha (por baixo da mesa) para a corja partidária do Bloco Central da Corrupção.

Já agora: seria bom que o PCP e o Bloco se unissem aos ecologistas do parlamento, ao menos nisto, fazendo uma barragem de fogo retórico e iniciativas parlamentares e de cidadania contra o barragismo do Bloco Central da Corrupção.



Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

Ó Senhora Procuradora!

Procuradora Geral da República: Joana Marques Vidal

Corrupção, disse ela


A procuradora-geral da República (PGR), Joana Marques Vidal, admitiu esta terça-feira em entrevista à Renascença e ao Público, que existe “uma rede que utiliza o aparelho do Estado e outro tipo de aparelhos da Administração Pública para realizar atos ilícitos”, muitos na área da “corrupção”—Miguel Santos/ Observador
Ó Senhora Procuradora, há quanto tempo vimos escrevendo sobre isto!

Redes, tríades, turmas, lojas e silícios, tudo se manteve, e refinou até, desde que a Revolução dos Cravos prometeu tudo a todos, e o resultado está à vista. É por isso que não podemos votar na corja, na nomenclatura, na casta, em suma, em nada do que está, porque cheira mal e infeta.

70% de abstenção nas próximas eleições é a dose que recomendo para acabar de vez com este regime.

Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Fantasia do Barreiro esconde ilha ferroviária

Portugal: uma ilha ferroviária

A UE não cortou nada. A UE ficou à espera dos projetos do governo... que nunca chegaram!


UE corta €24 milhões em apoios ferroviários que demorou mais de quatro anos a aprovar—Expresso.
Este governo, por atavismo e corrupção (sim, corrupção), está a ponto de transformar Portugal numa ilha ferroviária.

Deitou ao lixo mais de 800 milhões de euros que a UE tinha reservado —comparticipando com 85% dos custos— para Portugal construir a linha ferroviária de bitola europeia entre o Poceirão e Caia, parte da futura e prevista ligação ferroviária de Alta Velocidade, sobre bitola europeia, para passageiros e mercadorias, entre Lisboa, Madrid e o resto da península, aproveitando aquela que já é a segunda maior rede de alta velocidade ferroviária do mundo (depois da China).

O triângulo Lisboa-Madrid-Sevilha representa um universo de 11 milhões de pessoas com um PIB superior a 300 mil milhões de euros.

Prevista em Bruxelas, em Madrid e em Lisboa, prevista em acordos sucessivamente assinados em sucessivas cimeiras ibéricas, a ligação de Portugal à rede europeia interoperável de transportes, está neste momento comprometida pelas decisões desastrosas, para não dizer criminosas, do governo em funções.

Basta olhar para o mapa acima para se perceber uma coisa muito simples: a Espanha está a mudar todas as suas linhas ferroviárias que se dirigem a Portugal: largura entre carris diferente (normas UIC), novo sistema de alimentação elétrica, novo sistema de sinalização, novo sistema de prevenção de acidentes, e material circulante com as características adequadas à nova norma europeia e internacional (UIC). Ou seja, se Portugal não fizer o óbvio e previamente acordado, isto é, aderir aos objetivos da UIC, os comboios portugueses deixarão de poder cruzar a fronteira, e enquanto semelhante enormidade não for corrigida, Portugal será uma ilha ferroviária!

No entanto, este mesmo governo de lémures gastou MIL MILHÕES DE EUROS (ouviram bem?) na imprestável e dispensável RTP.

Porque será que nenhum jornalista faz uma simples pergunta ao Governo: onde estão os projectos de execução de tudo aquilo que têm vindo a propagandear, quer sobre a linha ferroviária Sines-Évora, quer sobre a fantasia do Barreiro?

Portugal poderá transformar-se numa espécie de Berlengas Ferroviárias, por culpa exclusiva deste governo, do lóbi que continua a puxar pelo novo aeroporto da Ota em Alcochete, e do dito Tribunal de Contas, uma das muitas sinecuras partidárias deste regime falido e sem vergonha.

Provavelmente, em menos de uma década, haverá racionamento da gasolina através do preço, continuando-se a favorecer o transporte aéreo por razões óbvias, mas penalizando fortemente o transporte rodoviário alimentado a combustíveis fósseis, e em particular gasolinas e gasóleos. O transporte elétrico e o transporte coletivo serão privilegiados pela via do preço e da fiscalidade.

Se, então, tivermos deixado morrer a ferrovia, a competitividade da economia portuguesa, que já é pouca, cairá a pique. E a sua balança de pagamentos, por via da importação excessivas de gasolinas e gasóleos, nunca mais poderá endireitar-se.

Esperemos pois que este governo emende a mão antes das próximas eleições. Mas se não emendar, pelo menos faça uma coisa: NÃO FAÇA NADA!

Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

Consumidores financiaram perdas da EDP em Espanha

BMW 1600 cabriolet (1967)

Portugal, além de falido, é um país invertebrado


Madrid, 25 fev (Lusa) - A EDP Renováveis atribui a quebra de 7% nos lucros de 2014 ao impacto das mudanças regulatórias em Espanha, mas sublinhou que as operações nos outros países [Portugal entra nesta categoria], especialmente o comportamento nos Estados Unidos, conseguiram "mitigar esse efeito".

Num ponto a Troika tem razão: as rendas excessivas não foram atacadas, cortesia deste governo e da passividade cúmplice dos lémures de todas as bancadas parlamentares. Mais um motivo para não votarmos nesta corja e exigirmos uma mudança de regime!

Este despacho da Lusa é a prova de que a regulação portuguesa não cortou nada.
Por isso rebatizei o cargo ocupado por Jorge Moreira da Silva: Ministro do Pseudo Ambiente!

O lóbi associativo do ambiente, no conforto da proteção orçamental de que goza tem demonstrado um atavismo e uma desonestidade cultural a toda a prova. Tratam das suas quintinhas, e mal, como se viu na idiota decisão do Costa sobre a proibição à medida de circulação de automóveis na Avenida da Liberdade. Eu já encomendei um BMW 1600 cabriolet de 1967!


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

terça-feira, fevereiro 24, 2015

Varoufakis leak

Declan Costello
Nas propriedades do pdf vê-se quem foi o seu autor...

Afinal quem escreveu a lista de compromissos gregos?


Ontem, segunda-feira, anunciava-se que a lista de compromissos do governo grego, com prazo limite até à meia-noite do dia 23 de fevereiro, afinal, só seria entregue hoje, dia 24 de fevereiro. Mas, aparentemente, foi entrege ontem, depois das dez da noite, através de um burocrata da Comissão Europeia, de nome Declan Costello.

As notícias foram, no mínimo, contraditórias.
Greece Delays Awaited Reform Proposals Until TuesdayThe Wall Street Journal, Feb. 23, 2015 5:00 p.m. ET

ATHENS—Greece’s government pushed back until early Tuesday a list of awaited reforms that its eurozone partners had demanded in exchange for continuing to fund the country for another few months.

Greek officials said late Monday that the list would be sent the following morning, past the original midnight deadline. Eurozone finance ministers are due to review the proposed reforms during a conference call Tuesday afternoon.

Eurogroup of finance ministers backs Greek dealThe Irish Times, Tue, Feb 24, 2015, 16:09

Among the commitments included in the six-page letter sent to the authorities by the Greek government last night...
A explicação pode estar na abertura da meta-informação do pdf dado a conhecer à imprensa (ver img acima). Uma coisa é certa, a carta supostamente enviada por Varoufakis ao Presidente do Eurogrupo consta de um documento pdf cujo “autor” é Declan Costello, um economista da burocracia de Bruxelas, cujo CV apresentamos resumidamente, mas pode ser consultado na íntegra.

Há sempre a possibilidade de o documento original ter sido previamente enviado pelo ministro das finanças grego ao senhor Declan Costello, por email, com um Word .doc anexo, e o senhor Costello, em vez de fazer um forward do anexo, que seria normal, ter decidido converter o .doc num .pdf, e reenviar depois este .pdf às instituições. Tyler Durden, o célebre alien do Zero Hedge, porém, considera esta hipótese altamente improvável, e explica porquê.

Seja como for, a fuga teve origem num tweet de Yannis Koutsomitis, entretanto reportado pelo Zero Hedge. E já começou a levantar voo ;)

Quem é Declan Costello?
Declan Costello is an Economist working in the Directorate General for Economic and Financial Affairs of the European Commission since 1991. Currently he is Head of Unit in the department responsible for the 'Coordination of structural refroms and of the economic service, which is involved in developing the economic framework for analysing progress with structural reforms at EU and Member State level towards raising growth potential (the so-called Lisbon strategy), and developing EU policies in response to the economic crisis.

Read more:  VOX CEPRI's Policy Portal

E agora a famosa carta com a lista de compromissos de Atenas, supostamente redigida por Yanis Varoufakis.
Para um resumo aligeirado e em português da carta, ler artigo do Público.



Atualização: 24 fev 2015, 23:14 WET

Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

Voos Low Cost varrem TAP e SATA

É politicamente incorreto, mas funcionou ;)


O email ultrapassou o snail mail 

as low cost paparam as companhias de bandeira


Base da Ryanair em Ponta Delgada abre no final de Março

Jornal de Negócios. 24 Fevereiro 2015, 12:43 por Sara Ribeiro

A base da Ryanair em Ponta Delgada vai abrir a 29 de Março. Para o Inverno de 2015 a Ryanair vai lançar sete novas rotas, que vão gerar 6,7 milhões de clientes por ano e suportar 6.700 empregos. Um reforço que vai no seguimento dos objectivos pessoais do CEO: “Ser a companhia número 1 em Portugal daqui a quatro anos”.

Low Cost Portugal, objetivo: conquistar 60% do mercado (40% à TAP e SATA)

Prejuízos estimados da TAP e SATA neste rombo: dois a três mil milhões de euros.
Quem quer casar com a Carochinha, perdão com a Menina TAP, quem é?
Eu diria que uma boa dúzia de inúteis, que espatifaram a TAP ao longo dos últimos quatorze anos, e deram muitos milhões a ganhar aos rentistas e devoristas do reino, deveriam ser rapidamente destapados e enviados num carrro celular para Évora.

TAP e British Airways já deixaram de fazer a ligação Londres-Funchal. Capiche?


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação