This photo shows torchbearer Cao Guangjing running with the torch near the Three Gorges Dam during the Olympic torch relay in Yichang, Hubei Province, on June 1, 2008— in Torch Relay. |
China Three Gorges quer ver taxa extraordinária da EDP eliminada
A China Three Gorges (CTG), maior acionista da EDP, espera que o Governo elimine, a médio prazo, a contribuição extraordinária sobre o setor energético, anunciada no âmbito do Orçamento do Estado.
A informação foi avançada pelo presidente da CTG, Cao Guangjing, que esteve nos últimos dias em Lisboa, onde participou em encontros com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o ministro da Energia, Jorge Moreira da Silva.
Cao Guangjing saiu dos encontros «esperançado» de que a taxa extraordinária seja eliminada a médio prazo, afirmou o próprio, num encontro com jornalistas, na terça-feira à noite, em Lisboa.
A CTG, que detém 21,35% do capital da EDP, contestou a aplicação da taxa, tendo enviado uma carta ao vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, sobre este assunto. tvi24.
Escuridão. EDP corta luz a mais de 400 mil famílias por ano
A EDP cortou a luz a mais de 400 mil famílias por ano em Portugal continental desde 2011, segundo os números avançados pelo governo ao parlamento. De acordo com estes dados, enviados pelo Ministério do Ambiente e Energia em resposta às solicitações do Partido Comunista, a EDP Distribuição cortou o fornecimento a 511 mil clientes em 2011, 455 mil em 2012 e a mais 405 mil consumidores de baixa tensão durante o ano passado. Estes clientes são famílias e pequenos negócios. O número caiu, mas ainda representa 6,7% dos seis milhões de clientes de electricidade. Segundo a EDP, os dados incluem casos de falta de leitura do contador por mais de um ano e casas desabitadas.
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Depois do corte, as eléctricas exigem uma taxa de 50 euros para repor o serviço, além do pagamento da dívida. Em 2011, a EDP procedeu à reactivação do serviço em 370 mil lares, o que aponta para um encaixe teórico de 18,5 milhões de euros com as taxas. i online, 31 Jan 2014 - 05:00.
O ‘rating' atribuído pela Fitch à EDP continua em risco.
A agência anunciou hoje que decidiu manter a notação da empresa portuguesa sob vigilância negativa, admitindo assim uma revisão em baixa da classificação actual de 'BBB-', o último nível antes da categoria especulativa, ou ‘lixo'.
Esta vigilância negativa foi decretada em Julho de 2013 na sequência de alterações de regulação em Espanha. Económico, 15-01-2014.
O senhor Cao Guangjing, presidente da empresa pública chinesa Três Gargantas, e membro suplente do Comité Central do Partido Comunista Chinês, veio a São Bento e a Belém de Portugal puxar as orelhas ao senhor Cavaco, ao senhor Passos de Coelho e ao senhor Portas. Não sabemos se tomou algum pequeno-almoço no Largo do Rato. Para além do abuso —pois a EDP até foi, nas palavras do senhor Guangjing, barata— importa saber o que está realmente em causa nesta visita.
A minha convicção é esta: nada irá mudar, no curto e médio prazo, nas quatro principais causas da queda das rendas excessivas esperadas pela EDP:
- diminuição do consumo por efeito do preço (que cresce a 2,8% enquanto a inflação anda nos 0,8%), por efeito do desemprego estrutural crescente, por efeito da emigração em massa, por efeito da diminuição de empresas, por efeito do envelhecimento e quebra demográfica em curso e estimada, e, por fim, por efeito da reação dos consumidores à voracidade do rendeiro EDP, os quais tomaram e continuarão a tomar medidas de poupança, exigindo nomeadamente dos governos e dos políticos o fim do oligopólio energético, e a possibilidade intrínseca de produção e consumo autónomos de energia fora da rede e independentes dos grandes fornecedores;
- alterações nos quadros de regulação em Espanha, Portugal e nos Estados Unidos, nomeadamente no que se refere ao fim dos subsídios às chamadas energias renováveis. No Brasil não tardará a ocorrer o mesmo.
- aumento de impostos e sobretudo aumento dos custos do endividamento que no caso da EDP ultrapassa já os 18 mil milhões de euros!
- e last but not least, o aumento forçado da transparência política, de gestão e financeira das grandes empresas, incluindo a EDP.
Com estes dados presentes, os investimentos previstos em novas barragens são uma completa aberração.
Em primeiro lugar, porque as barragens não irão acrescentar valor à fileira da energia, e não acrescentando, retiram, nomeadamente porque irão saturar uma capacidade de produção já excedente. Em segundo lugar, porque vai aumentar o sobre endividamento da EDP, cujos custos financeiros pós QE (nos EUA na Europa e na... China) irão continuar a subir. Em terceiro lugar, porque a percepção pública do embuste que foi e é o chamado Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) tornará o processo cada vez mais explosivo do ponto de vista social e político. E, finalmente, porque o impacto ambiental negativo da barragem do rio Tua é de tal modo grave que o mais provável é que a UNESCO, depois de Barroso sair, venha a chumbar as medidas de mitigação dos impactos negativos pedidas à EDP e que esta, que eu saiba, ainda não apresentou, à parte o folclore com que alguns arquitetos e pintores têm decorado a retórica da EDP.
Como descalçar esta bota?
Eu só vejo uma maneira que salve a face dos intervenientes: aproveitar o provável chumbo da UNESCO ao anunciado enterro da central elétrica e cabos de muito alta tensão, para parar e adiar sine die a construção da barragem do Tua e o resto das barragens previstas no PNBEPH. Que perderá a EDP se abandonar as barragens inúteis, fontes de intermináveis problemas no presente e no futuro? Nada!
Do ponto de vista jurídico, a EDP poderá reclamar o dinheiro que adiantou ao governo de José Sócrates e ainda o que gastou entretanto nas obras preliminares da barragem. O Estado faria bem em acolher com espírito construtivo esta eventualidade.