AVE - combóio de Alta elocidade, Sevilha, 2007 |
Plano Juncker: “Só os bons projetos vão ser financiados”
Na lista estão também as obras do Túnel do Marão e uma nova ligação ferroviária de transporte entre os portos de Lisboa e Sines e a cidade de Madrid (projetos públicos).
in Expresso, | 15:45 Terça feira, 9 de dezembro de 2014
A ligação dos portos de Lisboa (Barreiro) e Sines a Madrid é perfeitamente redundante do ponto de vista dos espanhóis e da UE, dado que a Espanha já assegurou (e bem) essa ligação, em bitola UIC, dos seus portos atlânticos, do "Y" Basco, e dos portos a sul da Andaluzia, isto sem contar com Barcelona e Valência, que estão vocacionados para as ligações através do Canal do Suez.
Portugal vai competir com os portos de Espanha e França usando a sua ferrovia de bitola ibérica contra a bitola UIC, ou seja, contra a bitola europeia standard, que é aliás uma norma internacional!
Alguém está a ver mal o filme, ou então ainda acredita nas teses e nos argumentos do Professor Dr. Victor Caldeirinha.
Implicitamente este artigo do Expresso vem informar que Portugal está disposto a propor à UE que esta financie a ligação dos portos de Lisboa e de Sines a Madrid, usando a bitola ibérica que a Espanha está a abandonar a grande velocidade.
O governo português é totalmente omisso sobre a bitola UIC. Vai ou não mudar de carris?!
Se as ideias que o governo português vai propor são as mesmas que tem em carteira e que continuam a apostar na bitola ibérica —Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas (PETI3+)—, ignorando as obras que estão a ser feitas de Badajoz até Madrid, cairão inexoravelmente por terra.
Em 2027 estará terminado o reforço da capacidade ferroviária do lado francês no que toca ao aumento velocidade, sendo através de Irun / Hendaye que o tráfego de mercadorias e passageiros oriundo de Madrid será encaminhado até Paris e outros paises do centro da Europa.
O "Y" basco vai dar um jeitão aos franceses da Peugeot/Citroên, para cujo presidente não é indiferente no curto e médio prazo esta oportunidade.
Como é óbvio estes desenvolvimentos vão prejudicar a fábrica de Mangualde, bem como hipotéticos investimentos futuros na fileira automóvel e outras.
Como “só os bons projetos vão ser financiados”, é bem provável que a UE venha a dispensar as propostas portuguesas que apostam num sistema ferroviário fora de prazo. A norma UIC adotada pela UE implica plataformas, balastros e carris novos, sistemas de alimentação elétrica novos, sistemas de sinalização e segurança novos, regimes de manutenção das linhas e material circulante novos, locomotivas e carruagens novas, re a eciclagem de maquinistas, pessoal de bordo e de manutenção!
As alternativas já se encontram concretizadas em Espanha e estão a caminho em França...
Sem conhecer valores, presume-se que os projetos a serem financiados pela UE à França rondarão os valores da Alemanha, atendendo ao esforço que os franceses estão a realizar no sudoeste francês especialmente de Tours em direcção à fronteira franco-espanhola.
E andou o Álvaro a reformar a Lei Laboral dos Trabalhadores Portuários, bem como as Taxas Portuárias para tornar os ditos portos mais competitivos!
OAM/RMVS