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quinta-feira, fevereiro 20, 2014

Medidas para garantir sustentabilidade do sector eléctrico “são insuficientes” - PÚBLICO

Por onde anda a famosa 'esquerda' indígena?


Se este governo indigente não consegue ser forte com os fortes, mas apenas forte com os fracos, não nos resta outra esperança que não seja apelar à Troika, a Bruxelas, ao BCE e à tia Merkel. Quem diria!
O relatório da Comissão Europeia relativo à décima avaliação do programa de ajustamento considera que as medidas anunciadas pelo Governo para reduzir a dívida tarifária até 2020 e garantir a sustentabilidade do sector eléctrico “são insuficientes”.
Ana Brito, Público, 20/02/2014 - 15:01

Medidas para garantir sustentabilidade do sector eléctrico “são insuficientes” - PÚBLICO

quarta-feira, fevereiro 19, 2014

Iberdrola chief ‘shocked’ by Davey’s political interference - FT.com

Rendas excessivas da EDP terão que baixar, a bem ou a mal.


Assim como aqui se escreveu que não haveria novo aeroporto na Ota, nem sequer em Alcochete, assim como aqui se disse que, mais cedo ou mais tarde, a prioridade dos investimentos públicos recairia nos portos de águas profundas e na criação de uma rede ferroviária de bitola europeia, também já dissemos e repetimos: as rendas leoninas da EDP irão necessariamente baixar, se não enquanto forem protegidas pelo traste de Belém, logo que o traste saia e comece a prestar contas sobre as ações do BPN e sobre a compra da sua casa no Algarve.

Eu se fosse o presidente Xí Jìnpíng, perguntaria ao presidente das Três Gargantas e membro do PCP Chinês, Cao Guangjing, o que se passa em Portugal, como pensa tapar o buraco financeiro de mais de 21 mil milhões de euros da EDP, e se não é altura de abandonar o prejuízo anunciado das novas barragens do Sócrates Pinto de Sousa. Há excesso de produção elétrica, o consumo continua a cair, e subsidiar as ventoinhas com a energia de barragens reforçadas e novas barragens, impondo preços de saque à economia que pretende sair da Unidade de Cuidados Intensivos, é um sonho húmido, e inviável.

O exemplo da intervenção política nos Estados Unidos nesta matºeria, em Espanha e agora também no Reino Unido, são mais do que suficientes para percebermos a tendência.

Será que o pacóvio do PS já leu ou ouviu alguma informação honesta sobre isto?

Iberdrola chief ‘shocked’ by Davey’s political interference

By Guy Chazan — FT, 19/02/2014

The head of Iberdrola, owner of Scottish Power, has sharply criticised the UK coalition government for “interfering” in the work of Ofgem, saying it was undermining the energy regulator’s independence.

Ignacio Sánchez Galán, chairman and chief executive of the Spanish utility, was speaking two weeks after Ed Davey, energy secretary, attacked the profits made by UK gas suppliers.

[...]

This month, the Spanish government cut disbursements for electricity distributors to help reduce a huge deficit in the energy system that built up in part as a result of generous subsidies to the renewables sector.

[...]

Iberdrola said it would progressively reduce its investment in Spain until the business climate improved. Like many European incumbents, it has offset headwinds at home by expanding abroad: it said that of the €9.6bn it intended to invest over the next three years, 41 per cent would be in the UK, nearly 23 per cent in Latin America and 17 per cent in the US.

[...]

Iberdrola reported net profit of €2.57bn for 2013, down 7 per cent on a year ago. It blamed the drop on the impact of fiscal measures and energy reform in Spain, adding that levies on the company increased by 33 per cent in 2013 to €1.577bn, of which €1bn were in Spain.

The company set a goal of reducing its debt by €1.8bn to €25bn by 2016 and cutting its gearing from 43 per cent to 40 per cent. It said it would divest €500m of assets over the three years.

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E mais:

FMI alivia pressão sobre custos laborais e aponta para rendas na energia e nos portos

Por Rui Peres Jorge — Jornal de Negócios, 19/02/2014
“Embora fosse possível fazer mais para melhorar o funcionamento do mercado de trabalho e as oportunidades de emprego, a redução de outros custo de produção talvez seja ainda mais importante”, analisa Subir Lall, num comentário no blogue do FMI que acompanha a publicação do relatório da 10ª avaliação, uma posição que confirma um alívio da pressão do Fundo sobre a reforma do mercado de trabalho e um maior enfoque nas rendas excessivas, nomeadamente na energia e nos portos.

Segundo o chefe de missão do FMI, “por um lado, os custos laborais representam apenas cerca de 30% dos custos operacionais”, e “além disso”, defende, “é importante garantir que o peso do ajustamento não recaia demasiado no trabalho e seja contrabalançado com ajustes em outras áreas”, pelo que sublinha a urgência de  “aumentar a concorrência e a reduzir as rendas no sector não transaccionável”.

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E mais ainda:

Novas medidas para as rendas da energia serão discutidas nas próximas semanas

19 Fevereiro 2014, 12:34 por Miguel Prado, Jornal de Negócios.

A 11ª avaliação da troika a Portugal, que se inicia esta quinta-feira, irá debater “outras opções para equilibrar melhor” o ajustamento do sector eléctrico, por via da eliminação de rendas excessivas que ainda existem. A correcção das distorções no mercado de serviços de sistema, dominado pela EDP, é uma das matérias que o Governo terá de resolver nos próximos meses.

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quinta-feira, fevereiro 13, 2014

New Study Finds that the Price of Wind Energy in the United States Is Near an All-Time Low « Berkeley Lab News Center

A EDP está entalada. Parar as barragens do Pinóquio Sócrates é a única alternativa racional. Governo e chineses deveriam tomar um chá prudente sobre esta fruta podre que pode contaminar o futuro do casamento ainda fresco.

New Study Finds that the Price of Wind Energy in the United States Is Near an All-Time Low « Berkeley Lab News Center

But continued Federal policy uncertainty and low natural gas prices create headwinds for the sector — august 06, 2013.

Annual wind power additions in the United States achieved record levels in 2012, while wind energy pricing is near an all-time low, according to a new report released by the U.S. Department of Energy and prepared by Lawrence Berkeley National Laboratory (Berkeley Lab).

Pires de Lima: Preços da energia só descem quando Portugal e Espanha acederem ao mercado europeu - Dinheiro Vivo

Conversa da treta para não dizer que tem  medo de agir contra a EDP

Pires de Lima: Preços da energia só descem quando Portugal e Espanha acederem ao mercado europeu - Dinheiro Vivo: O ministro da economia sublinhou hoje a importância de Portugal e Espanha deixarem de ser mercados de energia fechados como a solução para preços mais baixos e competitivos para os consumidores.

À margem da IX Conferência da COTEC, que juntou na Fundação Champalimaud representantes de Portugal, Espanha, Itália e da Comissão Europeia, Pires de Lima garantiu que "é preciso ligar os sistemas de energia que existem em Portugal e Espanha aos países do centro da Europa para que aumente a concorrência e a competitividade para permitir às pessoas terem maior oferta" nesta área.

quarta-feira, fevereiro 12, 2014

Iberdrola vende 2,097% do capital da EDP e prepara saída da eléctrica | iOnline

As vacas leiteiras da EDP ou já secaram ou estão a secar. Capice?


A espanhola Iberdrola (Ibertrola, como lhe chamam em Espanha, e que significa embuste ibérico) abandonou as centrais térmicas a Gás na Figueira da foz, onde perdeu 8 milhões de euros, e não consegue financiamento para as barragens do Tâmega que lhe tocaram no famoso, aldrabão e ruinoso Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH) do socratino Sócrates. Tal como as cidades aeroportuárias do adiantado Mateus, e as SCUT afinal com custos insuportáveis para o utilizador, a construção das barragens vão acabar por parar uma a uma. A partir do momento que perceberem, e já perceberam, que não podem contar com as rendas dos contribuintes engendradas pela corja partidária do governo, dos parlamentos, das autarquias, e correspondentes gabinetes de advogados, só têm um caminho a seguir: encerrar os negócios sem futuro, ou então...
No total, as operações renderam à Iberdrola 222,22 milhões de euros e geraram mais valias brutas de 44,48 milhões de euros

A espanhola Iberdrola anunciou a venda de 2,097% do capital que detinha na EDP em duas operações distintas e vai sair totalmente da elétrica portuguesa até maio, segundo um comunicado enviado ao regulador do mercado espanhol (CNVM).

A Iberdrola Energia alienou um pacote de 72.360.357 ações representativas de 1,979% do capital social da EDP, a um preço unitário de 2,90 euros, numa operação de "colocação acelerada" junto de investidores institucionais qualificados, mediada pela UBS Limited, que rendeu 209,84 milhões de euros e gerou mais valias brutas de 42,08 milhões.

Iberdrola vende 2, 097% do capital da EDP e prepara saída da eléctrica | iOnline

quinta-feira, fevereiro 06, 2014

EDP e Sócrates com orelhas a arder

Sócrates investigado pela UE, por favorecer EDP e lesar o país.

O senhor Cao Guangjing, presidente da empresa pública chinesa Três Gargantas, e membro suplente do Comité Central do Partido Comunista Chinês, nem sabe onde se meteu!

Informe de la UE sobre la subida de los precios de la energía

A venda da maioria das ações que o Estado tinha na EDP aos chineses teve como consequência imediata a subida dos preços. A justificação aldrabada do saque coube aos dois novos moços de fretes de Pequim: António Mexia e Eduardo Catroga. O gráfico é oficial. Talvez convidar o presidente do Panamá para próximo presidente da república portuguesa fosse uma boa ideia, pois a corja indígena está toda contaminada! 



 
Informe de la UE sobre la subida de los precios de la energía

EDP poderá desistir da Barragem do Tua

This photo shows torchbearer Cao Guangjing running with the torch near the Three Gorges Dam during the Olympic torch relay in Yichang, Hubei Province, on June 1, 2008— in Torch Relay.

China Three Gorges quer ver taxa extraordinária da EDP eliminada

A China Three Gorges (CTG), maior acionista da EDP, espera que o Governo elimine, a médio prazo, a contribuição extraordinária sobre o setor energético, anunciada no âmbito do Orçamento do Estado.

A informação foi avançada pelo presidente da CTG, Cao Guangjing, que esteve nos últimos dias em Lisboa, onde participou em encontros com o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o ministro da Energia, Jorge Moreira da Silva.

Cao Guangjing saiu dos encontros «esperançado» de que a taxa extraordinária seja eliminada a médio prazo, afirmou o próprio, num encontro com jornalistas, na terça-feira à noite, em Lisboa.

A CTG, que detém 21,35% do capital da EDP, contestou a aplicação da taxa, tendo enviado uma carta ao vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, sobre este assunto. tvi24.


Escuridão. EDP corta luz a mais de 400 mil famílias por ano

A EDP cortou a luz a mais de 400 mil famílias por ano em Portugal continental desde 2011, segundo os números avançados pelo governo ao parlamento. De acordo com estes dados, enviados pelo Ministério do Ambiente e Energia em resposta às solicitações do Partido Comunista, a EDP Distribuição cortou o fornecimento a 511 mil clientes em 2011, 455 mil em 2012 e a mais 405 mil consumidores de baixa tensão durante o ano passado. Estes clientes são famílias e pequenos negócios. O número caiu, mas ainda representa 6,7% dos seis milhões de clientes de electricidade. Segundo a EDP, os dados incluem casos de falta de leitura do contador por mais de um ano e casas desabitadas.

[...]

Depois do corte, as eléctricas exigem uma taxa de 50 euros para repor o serviço, além do pagamento da dívida. Em 2011, a EDP procedeu à reactivação do serviço em 370 mil lares, o que aponta para um encaixe teórico de 18,5 milhões de euros com as taxas. i online, 31 Jan 2014 - 05:00.


O ‘rating' atribuído pela Fitch à EDP continua em risco.

A agência anunciou hoje que decidiu manter a notação da empresa portuguesa sob vigilância negativa, admitindo assim uma revisão em baixa da classificação actual de 'BBB-', o último nível antes da categoria especulativa, ou ‘lixo'.

Esta vigilância negativa foi decretada em Julho de 2013 na sequência de alterações de regulação em Espanha. Económico, 15-01-2014.

O senhor Cao Guangjing, presidente da empresa pública chinesa Três Gargantas, e membro suplente do Comité Central do Partido Comunista Chinês, veio a São Bento e a Belém de Portugal puxar as orelhas ao senhor Cavaco, ao senhor Passos de Coelho e ao senhor Portas. Não sabemos se tomou algum pequeno-almoço no Largo do Rato. Para além do abuso —pois a EDP até foi, nas palavras do senhor Guangjing, barata— importa saber o que está realmente em causa nesta visita.


A minha convicção é esta: nada irá mudar, no curto e médio prazo, nas quatro principais causas da queda das rendas excessivas esperadas pela EDP: 
  • diminuição do consumo por efeito do preço (que cresce a 2,8% enquanto a inflação anda nos 0,8%), por efeito do desemprego estrutural crescente, por efeito da emigração em massa, por efeito da diminuição de empresas, por efeito do envelhecimento e quebra demográfica em curso e estimada, e, por fim, por efeito da reação dos consumidores à voracidade do rendeiro EDP, os quais tomaram e continuarão a tomar medidas de poupança, exigindo nomeadamente dos governos e dos políticos o fim do oligopólio energético, e a possibilidade intrínseca de produção e consumo autónomos de energia fora da rede e independentes dos grandes fornecedores;
  • alterações nos quadros de regulação em Espanha, Portugal e nos Estados Unidos, nomeadamente no que se refere ao fim dos subsídios às chamadas energias renováveis. No Brasil não tardará a ocorrer o mesmo.
  • aumento de impostos e sobretudo aumento dos custos do endividamento que no caso da EDP ultrapassa já os 18 mil milhões de euros!
  • e last but not least, o aumento forçado da transparência política, de gestão e financeira das grandes empresas, incluindo a EDP.

Com estes dados presentes, os investimentos previstos em novas barragens são uma completa aberração.


Em primeiro lugar, porque as barragens não irão acrescentar valor à fileira da energia, e não acrescentando, retiram, nomeadamente porque irão saturar uma capacidade de produção já excedente. Em segundo lugar, porque vai aumentar o sobre endividamento da EDP, cujos custos financeiros pós QE (nos EUA na Europa e na... China) irão continuar a subir. Em terceiro lugar, porque a percepção pública do embuste que foi e é o chamado Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) tornará o processo cada vez mais explosivo do ponto de vista social e político. E, finalmente, porque o impacto ambiental negativo da barragem do rio Tua é de tal modo grave que o mais provável é que a UNESCO, depois de Barroso sair, venha a chumbar as medidas de mitigação dos impactos negativos pedidas à EDP e que esta, que eu saiba, ainda não apresentou, à parte o folclore com que alguns arquitetos e pintores têm decorado a retórica da EDP.

Como descalçar esta bota?

Eu só vejo uma maneira que salve a face dos intervenientes: aproveitar o provável chumbo da UNESCO ao anunciado enterro da central elétrica e cabos de muito alta tensão, para parar e adiar sine die a construção da barragem do Tua e o resto das barragens previstas no PNBEPH. Que perderá a EDP se abandonar as barragens inúteis, fontes de intermináveis problemas no presente e no futuro? Nada!

Do ponto de vista jurídico, a EDP poderá reclamar o dinheiro que adiantou ao governo de José Sócrates e ainda o que gastou entretanto nas obras preliminares da barragem. O Estado faria bem em acolher com espírito construtivo esta eventualidade.

segunda-feira, fevereiro 03, 2014

Goldman Sachs recomenda “vender” EDP - Jornal de Negócios

Goldman, o amigo da onça da EDP

O banco de investimento tem estimativas que ficam abaixo do consenso dos analistas que fazem a cobertura da eléctrica portuguesa e emitiu uma recomendação de “vender” para os títulos, ainda que tenha aumentado o seu preço-alvo na nota que enviou a clientes na sexta-feira.
Goldman Sachs recomenda “vender” EDP - Research - Jornal de Negócios

sexta-feira, janeiro 31, 2014

Central nuclear britânica evacuada devido a radioatividade - Expresso

Duas perguntas: 1) porque é que o Reino Unido vai construir uma mega central nuclear, e o Irão não pode fazer o mesmo? 2) como explicar que o colossal investimento previsto nesta nova central apenas tem garantida uma compra de energia durante 35 anos, e em Portugal, a EDP e o senhor José Sócrates amarraram o país a um contrato desnecessário por 75 anos? 
Central nuclear britânica evacuada devido a radioatividade - Expresso.pt: O investimento ascende a 19,4 mil milhões de euros e será suportado pelas empresas. Em contrapartida, o Estado inglês garantiu a compra da eletricidade que vier a ser produzida na nova central nuclear por um período de 35 anos, a 110 euros por megawatt hora.

[...]

O investimento ascende a 19,4 mil milhões de euros e será suportado
pelas empresas. Em contrapartida, o Estado inglês garantiu a compra da
eletricidade que vier a ser produzida na nova central nuclear por um
período de 35 anos, a 110 euros por megawatt hora.

quinta-feira, janeiro 30, 2014

Governo dinamarquês treme após entrada do Goldman Sachs no gigante energético do país - Jornal de Negócios

É preciso travar este vampiro!

Entretanto, como é patente, os sociais-democratas dinamarqueses não são muito diferentes do PS à época de José Sócrates, que preparou com o cabotino Mexia o negócio da compra das ventoinhas à Goldman Sachs e o embuste do plano nacional de barragens.
Jornal de Negócios: "Uma petição online contra a entrada do banco de investimento norte-americano reuniu 185 mil assinaturas. Também em protesto, o partido ecologista SF abandonou a coligação de governo de centro esquerda.

Helle Thorning-Schmidt (na foto), líder do Partido Social-Democrata, filiado ao Partido Socialista Europeu, já garantiu, entretanto, que vai continuar a chefiar o Executivo dinamarquês, agora com um governo minoritário que passa a contar com o apoio de apenas dois partidos detentores de 61 dos 179 assentos parlamentares."
 Nem propósito: ler o artigo ontem publicado sobre o embuste das barragens em Portugal.

Governo dinamarquês treme após entrada do Goldman Sachs no gigante energético do país - Jornal de Negócios

O embuste das barragens

Jorge Moreira da Silva diz-se 'verde'. Falta provar!

Cherchez la femme, c'est-à-dire Goldman Sachs

Plano nacional de barragens vai custar 16 mil milhões

O presidente do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) afirmou, na quinta-feira, que o plano nacional de barragens vai custar "16 mil milhões de euros", [...] mais de 20 % do resgate a Portugal.

Sol, 14 de Dezembro, 2012

Plano Nacional de Barragens «seria outro» para o atual Governo

O ministro do Ambiente afirmou esta quarta-feira que o Plano Nacional de Barragens «seria necessariamente outro», se o atual Executivo o tivesse desenhado e escusou-se a avançar qual a eventual indemnização pela interrupção da construção da barragem do Tua.

Na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas, Jorge Moreira da Silva respondia à questão de Heloísa Apolónia, deputada do partido ecologista Os Verdes, sobre se a barragem do Tua era um erro.

O responsável lembrou que o plano foi elaborado pelo anterior Governo e que «depois de uma decisão, de um concurso e de uma contratualização» reabrir o processo «podia contribuir para um risco para os contribuintes».

TVI24, 29 de Janeiro, 2014

Ai sim, Jorge Moreira da Silva? Você faria diferente, se pudesse? Então aqui vai a minha teoria para o ajudar a fazer o que deve, isto é, suspender a construção da barragem do Tua e abrir um inquérito!

Eu não posso aqui e agora provar a minha teoria. Por falta de meios e de tempo. Mas, em última análise, compete à PGR, ao DCIAP, ao Tribunal de Contas, à ERSE, ao Tribunal Constitucional, e aos deputados e partidos políticos instalados tomar boa nota desta teoria e investigar. Para isso lhes pagamos.

A história é simples de contar.

A Goldman Sachs, em 2007, quando percebeu no que a bolha do Subprime iria dar, e quando percebeu o fim dos generosos subsídios do Obama às eólicas, nomeadamente por causa do 'boom' que estava a começar no 'fracking', resolveu desfazer-se da empresa Horizon Wind Energy, provocando uma subida momentânea e artificial das cotações da EDP (ver artigo aqui publicado em agosto de 2012), e negociando (secretamente, presumo) a venda da Horizon à EDP,  que assim se tornava um player mundial das energias renováveis, bla, bla, bla, bla, bla....

O financiamento de que a EDP precisaria para comprar a Horizon (2,15 mil milhões de dólares) foi obviamente garantido nos mercados financeiros pela mão, uma vez mais, presumo, da Goldman Sachs (pela mão de quem haveria de ser?), e de caminho, para ajudar a segurar este embuste, a EDP sacou em outubro de 2007 o Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (PNBEPH) ao senhor Sócrates Pinto de Sousa que, por sua vez, já então precisava desesperadamente de dinheiro que o défice público não visse, nem contabilizasse. Foram muitas centenas de milhões de euros que a EDP, a Iberdrola e a Endesa adiantaram por conta... das famosas barragens, inúteis, caríssimas e que os portugueses foram condenados, sem consulta prévia, a pagar durante 75 anos, mas pior, por conta também de uma ainda não ventilada mas completamente inconstitucional alienação dos direitos de exploração privada das águas das bacias hidrográficas e albufeiras abrangidas pelas novas barragens!

Impugnar todo este embuste é só uma questão de seriedade, de vontade política, e de coragem, claro!

Para complemento dos gráficos, publicados no texto acima citado, e que demonstram a sincronia entre as ações da Goldman Sachs, da EDP e de José Sócrates no ano 2007, aqui vão mais dois de hoje, onde se revela até que ponto os chineses também caíram na esparrela da Goldman! Por algum motivo alguém colocou o Carlos Moedas à cabeceira do barítono Pedro Passos Coelho.

A queda continuada das ações da EDP só foi travada depois da entrada das Três Gargantas.

Repare-se como as renováveis da EDP também foram salvas in extremis por Pequim.



sábado, novembro 02, 2013

EDP? Fora!

Bairro do Lagarteiro – Porto - Espaço Público. Arquiteto Paulo Tormenta Pinto - Arquiteto Paisagista João Ferreira Nunes – Proap, Lda

A primeira das "ligações fraudulentas e clandestinas" existentes é a que fornece eletricidade de borla ao presidente da EDP, António Mexia!!!

EDP deixa bairros sociais do Porto às escuras
Expresso, 1 nov 2013.

A EDP prossegue com a ação de corte de energia em bairros sociais do Porto. Hoje foram cortadas ligações de energia no bairro de Contumil e, tal como ontem, os técnicos da empresa de eletricidade chegaram ao local acompanhados de forte escolta policial, o que desencadeou a fúria e indignação dos moradores. 

Berlim decide em referendo gestão da produção de eletricidade
Euronews, 1 nov 2013.

A gestão da produção de energia elétrica em Berlim vai ser decidida, este domingo, em referendo.

Em causa está a transferência da gestão, atualmente, nas mãos da sueca Vattenfall para uma entidade pública.

A iniciativa lançada por mais de 50 organizações não-governamentais conta, agora, com o apoio dos Verdes

“Não queremos que o dinheiro vá parar ao setor privado, neste caso à Vattenfall, mas sim que fim no bolso dos berlinenses” afirma Daniel Wesener dos Verdes.

Sustentabilidade e preços mais competitivos são dois dos argumentos usados pelos promotores da iniciativa que inistem na necessidade de apostar em energias alternativas.

Meu caro Rui Moreira,

É fundamental perguntar à população do Porto, e de toda a Área Metropolitana do Porto, se quer continuar sujeita aos rendeiros endividados e oportunistas da EDP, que ao mesmo tempo que intoxicam a opinião pública com operações constantes de sedução mediática e pseudo cultural, manifestam a mais cruel insensibilidade perante quem mais tem sido atingido pela crise financeira, económica e social, de que a própria EDP e os seus investimentos especulativos são uma das causas, ou se prefere que as escolhas estratégicas e a gestão energética desta cidade-região regressem de forma plena ao domínio público.

A cidade alemã de Berlim já percebeu a vigarice dos cartéis energéticos, e começou a reagir sem meias medidas, nem subtilezas. Pertencem à mesma união que o Porto, não é verdade?

Está na altura de a defesa da democracia e da decência exigir ação, e ação de rua, se for o caso!

As populações urbanas devem olhar para esta ofensiva inadmissível da corja da EDP como uma ameaça, e devem organizar as suas defesas cidadãs, pois mais do mesmo virá se continuarmos a tratar os piratas com mãos de lã.

quarta-feira, outubro 16, 2013

Os piratas da energia

O Relatório ICOMOS/UNESCO sobre a construção da barragem do Tua e o seu eventual impacto na definição do património da humanidade, pode ser lido na íntegra aqui. A principal conclusão "é a de que irá provocar um impacto irreversível e ameaçar o VEU (Valor Excepcional Universal) da região".
Leia a tradução aqui in Pensar Ansiães.

O preço da eletricidade é um embuste

EDP está a explicar aos clientes composição do preço da electricidade

A EDP está a enviar aos clientes uma informação sobre a forma como é composto o preço da electricidade, na qual afirma que 43% do valor cobrado corresponde à energia — in Sol, 9/10/2013.

O governo anunciou que iria cortar nas rendas da EDP e de outros rendeiros da energia. Mas mesmo antes de o OE ser apresentado, a corja da ERSA, lubrificada pelos piratas da energia, já decidiu aumentar a fatura da eletricidade no ano que vem —“Proposta de Tarifas e Preços para a Energia Elétrica em 2014” (PDF)— com o pretexto A) que o gás natural está mais caro, e a desculpa B) que há menos consumo!!!

O gás natural usado na produção de energia elétrica, cujo custo foi apresentado como um dos fatores determinantes do aumento anunciado da fatura elétrica em 2014, com a concordância canina da ERSE, é uma renda inadmissível que pesa diretamente nas faturas como um extra pago diretamente por todos os consumidores, chova ou faça sol, haja ou não haja vento, quando deveria ser um fator de produção devidamente incorporado no preço comercial final dos fornecedores. O preço da energia produzida a partir do gás natural deve estar incluído na parcela da fatura chamada 'energia', em vez de ser uma renda indecente escondida nos famosos e falsos custos de interesse geral.

Como alguém da GEOTA me dizia outro dia, bastaria que as rendas oportunistas e excessivas (como o financiamento oculto e escandaloso da RTP) fossem abolidas, ou, nos casos que se justifiquem, diretamente assumidas no orçamento de estado, para que a chamada 'dívida tarifária' desaparecesse automaticamente em poucos anos. Esta dívida será, em 2014, de 4.432.872.000€, correspondendo a um aumento de 754,917 milhões de euros relativamente a 2013.

COMO A EDP DIZ QUE É (1)

A) Energia = 43%
B) Tarifa de acesso à rede = 57%

A+B = 100%

Por sua vez a tarifa de acesso à rede (B) decompõe-se assim:

B.1) Rede de distribuição (REN): 26%
B.2) Custos de Interesse Económico Geral (CIEG) = 31%

B.1+B.2 = 57%

Por sua vez, os CIEG (B.2) decompõem-se assim:

B.1.1) ‘sobrecusto’ da produção em regime ordinário com as centrais térmicas e hídricas = 12%
B.1.2) ‘sobrecusto’ da produção em regime especial de energias não renováveis = 3%
B.1.3) ‘sobrecusto’ da produção em regime especial de energias renováveis = 3%
B.1.4) rendas pagas aos municípios ‘onde passam as redes’ = 7%
B.1.5) ‘sobrecusto’ das regiões autónomas pelo transporte e distribuição de energia = 4%
B.1.6) ‘outros custo’ (taxa de audiovisual, e outros...) = 2%

B.1.1+B.1.2+B.1.3+B.1.4+B.1.5+B.1.6 = 31%

Cono é evidente, os chamados CIEG são tudo menos custos de acesso à rede. SÃO RENDAS!!!

COMO DEVERIA SER, ENTÃO? AQUI VAI:

Preço da eletricidade (custos de produção+margem — da responsabilidade do fornecedor)

A) Preço da energia = 61%, ou...

A ponderação das % das várias parcelas no custo final deve passar a ser um problema do fornecedor, e não do cliente; as rendas devem acabar!

Produção/ regime geral = 43% ou...
Produção em regime ordinário com as centrais térmicas e hídricas = 12% ou...
Produção em regime especial de energias não renováveis = 3% ou...
Produção em regime especial de energias renováveis = 3% ou...

B) Tarifa de acesso à rede = 39%

B.1.) Rede de distribuição (alta e média tensão): 26% (pode baixar...)

Este custo deve manter-se incluído na fatura que o consumidor paga.

B.2.2) Custos de Interesse Económico Geral (CIEG) = 13%

Estes custos devem sair pura e simplesmente da fatura que o consumidor paga e transitarem para o Orçamento de Estado, incluídos, como devem estar, na coluna das despesas, pois só assim haverá transparência orçamental e justiça distributiva. À exceção dos custos de insularidade, que o OE deve assumir expressamente, todos os demais CIEG devem ser abolidos ou assumidos pelos fornecedores de energia como custos de produção próprios.

B.1.2) ‘sobrecusto’ da produção em regime especial de energias não renováveis = 3%
B.1.3) ‘sobrecusto’ da produção em regime especial de energias renováveis = 3%
B.1.5) ‘sobrecusto’ das regiões autónomas pelo transporte e distribuição de energia = 4%
B.1.6) ‘outros custo’ (taxa de audiovisual, e outros...) = 2%

O segundo argumento invocado para o aumento do preço da energia cobrado aos consumidores é a eficiência energética e poupança por estes demonstradas!!! Ou seja, ao contrário de toda a lógica das economias de mercado, no caso do setor rentista da energia, à menor procura corresponde o encarecimento da oferta!!!

Se este argumento for aceite, onde fica o embuste do Plano Nacional de Barragens socratino e o crime do Tua?

Que diz o Tó Zé a isto?

Que dizem os nossos astrólogos da economia sobre isto?!

Onde estão os economistas e os especialistas de energia honestos deste país?




ÚLTIMA HORAEx-secretário da Energia diz que défice tarifário no setor está longe de ser controlado.

Henrique Gomes, antigo secretário de estado da Energia deste Governo, disse que a decisão do Governo de taxar as empresas de energia fica aquém do necessário, considerando que o défice tarifário no setor elétrico está longe de ser controlado.

TSF — Última atualização 17/10/2013 às 13:29, Publicado hoje às 13:04


NOTAS
  1. A descrição que se segue foi baseada nos dados disponíveis. Se melhor informação for entretanto obtida, faremos a correspondente atualização. Leia-se, a propósito, este artigo do Economist: “European utilities/ How to lose half a trillion euros”. A dança de cadeiras entre produtores de energia renovável e energia fóssil começou em força. Em Portugal, o mesmo braço de ferro está em cima da mesa. O importante, para o consumidor, é a liberdade de escolha e a possibilidade de concorrer com a sua própria produção individual, ou de empresa, com os indecorosos monopólios e cartéis instalados e protegidos por governos corrompidos pelo dinheiro e pelas saídas 'profissionais' de luxo!

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: 17/10/2013, 16:32 WET

sábado, agosto 04, 2012

Depois da EDP

Esquema de reator nuclear de tório arrefecido com flúor líquido (LFTR)

M. King Hubbert — a linha do tempo da energia fóssil (1956)

Nuclear ou nada?

As energias fósseis tornaram-se demasiado caras, poluentes e escassas. Os painéis solares ocupam demasiado espaço e são pouco eficientes. As ventoinhas eólicas dependem do capricho dos ventos. Mais barragens é o mesmo que assassinar os rios e os essenciais ecossistemas estuarinos e entregar a água à especulação das máfias financeiras. As soluções nucleares conhecidas são demasiado perigosas. Mas haverá alguma maneira de produzir energia nuclear segura, barata e abundante, sem colocar em causa a sustentabilidade ecológica do planeta?

Parece que sim — e desde que a energia nuclear foi descoberta!

Segundo os defensores de uma alternativa nuclear segura ao colapso induzido pelo Pico do Petróleo, as centrais nucleares do futuro, muito antes de chegarmos à fusão nuclear, deverão enveredar pela fissão dos núcleos atómicos do tório. Esta alternativa baseia-se numa interação estável entre tório, urânio-233 e flúor líquido, a qual não serve, ao contrário das reatores nucleares convencionais, para enriquecer urânio com vista à fabricação de armas de destruição maciça. Esta é tristemente, a razão pela qual os reatores baseados na fissão de tório foram preteridos relativamente aos reatores de fissão alimentados com urânio-238.

“As we have for most of human history, we stand at the edge of an energy crisis. The methods by which we have powered our society have come to a limit, and a change is necessary. Seven hundred years ago in England, the energy crisis was caused by massive deforestation and a lack of firewood. It was solved by turning to coal, a filthy, inexpensive, and abundant fuel. But as the skies darkened over the cities of England and the United States, people turned to gas and oil to improve the situation. Now all of these fossil fuels will have to be replaced due to the environmental damage they cause and the social, political, and financial instability they engender.

In one of the great historical tragedies of human history, this marvelous new energy source was discovered during a time of war, and was immediately put to work for destructive means. This colored and affected forever how world leaders and the public would view this incredible discovery, and is a legacy that we find ourselves, even seventy years later, still trying to move past.”

A Plan to Power the World with Thorium. Energy From Thorium.




A crise energética que tem vindo a perturbar o crescimento e a estabilidade da economia mundial desde 1973 é uma crise real e um problema de fundo. Confundi-la com um mero efeito da especulação e da ganância dos produtores de petróleo, gás natural e carvão, é uma ilusão perigosa.

A virulência dos movimentos especulativos existem precisamente por causa de dois fenómenos combinados: o aumento da procura, resultante do crescimento demográfico e económico mundiais, e o declínio cada vez mais evidente do petróleo de boa qualidade, fácil acesso e barato.

A nossa civilização não sobreviverá como a conhecemos se não encontrar rapidamente, isto é, no prazo de uma década (2020) ou duas (2030), novas fontes de energia abundante, relativamente segura e barata.

As energias renováveis mais conhecidas e em uso são intrusivas, instáveis, caras e insuficientes. Por outro lado, a necessária eficiência energética que as economias, os governos e as pessoas terão que interiorizar como absolutamente imprescindível à sustentabilidade global da vida neste planeta é parte da solução, mas não resolve o problema do paradigma que está na base da melhoria da qualidade de vida dos seres humanos nos últimos duzentos e cinquenta anos: o acesso, desenvolvimento, e produção de formas condensadas de energia facilmente acessíveis, abundantes, transportáveis e baratas. Se este paradigma se romper, o retrocesso civilizacional, precedido de um rápido período de colapsos económicos, financeiros e sociais, será inevitável.

A ideia de que podemos esperar pela liquefação dos gelos polares para chegarmos a novos depósitos de hidrocarbonetos é simplesmente risível, para não dizer suicida. Por outro lado, à medida que os petróleos pesados, ou que se encontram a profundidades marítimas cada vez mais difíceis de aceder e controlar com segurança, aumentam em percentagem nos barris de crude colocados nos mercados, o preço da energia, de toda a energia, dispara. E se abaixo dos 60 dólares por barril os países que vivem preguiçosamente da mono extração de crude e gás natural colapsam, acima dos 100 dólares é a vez de a economia mundial abrandar, ver crescer as suas dívidas e acabar por entrar em recessão, ou mesmo em depressão — como a que ameaça mergulhar neste momento os EUA, o Japão e a Europa.

Não tenhamos dúvidas, por mais grave e escandalosa que seja a corrupção instalada nas sociedades contemporâneas, a começar pela que beneficia os mais ricos dos mais ricos, e os mais poderosos dos mais poderosos, e os mais oportunistas dos oportunistas, a verdade nua e crua é que sem uma transição do atual paradigma energético para outro mais sustentável mas igualmente abundante e barato, não veremos luz ao fundo do túnel.

Para os mais ricos e poderosos fica também um aviso: se pensam que poderão sobreviver sem classes médias, ou reconduzir a esmagadora maioria das populações à miséria, o vosso engano é redondo e terrível. Nada do que hoje rodeia o vosso conforto poderia existir se não houvesse uma redistribuição aceitável da riqueza produzida. Pensem apenas em termos de economia de escala. O que é rentável para sete mil milhões de almas, não é rentável para setecentos milhões, menos ainda para setenta milhões, e impensável sequer para os sete milhões dos pornograficamente ricos deste mundo.

Talvez seja, pois, o momento de discutir sem preconceitos a possibilidade de desenvolver uma energia nuclear abundante, pacífica, barata e segura. O futuro da EDP está à vista, e não é brilhante!

EDP: 2012 abaixo de 2004

A EDP vale hoje menos do que em 2004
Gráfico: Digital Book (edição: OAM)

De crise do Subprime para cá, a EDP esteve sempre a cair, salvo durante os episódios Horizon/Sachs e venda da Golden Share à Three Gorges
Gráfico: Jornal de Negócios (edição OAM)

De 2009 para cá a EDP-R esteve sempre a cair, salvo durante o espectáculo da privatização
Gráfico: Jornal de Negócios (edição OAM)

Bastaram menos de treze milhões de euros para fazer brilhar a EDP no PSI20. Não é preciso dizer muito mais...

O PSI-20 fechou a subir 1,41% para 4.633,45 pontos, com 13 acções a subir e seis a descer. Entre os congéneres europeus a tendência foi igualmente de ganhos acentuados, com Madrid e Milão a destacarem-se ao avançarem mais de 5%. A EDP foi a acção que mais impulsionou o índice nacional, ao subir 4,28% para 1,901 euros, uma evolução que foi acompanhada pela EDP Renováveis, que avançou 1,87% para 2,45 euros. A subida das acções da eléctrica liderada por António Mexia surgiu apesar da Fitch Ratings ter cortado o “rating” da dívida da empresa, citando o ritmo de desalavancagem da empresa e as incertezas regulatórias — in Jornal de Negócios online.

A notícia podia ter sido escrita doutra maneira. Por exemplo: PSI20 fecha no positivo, mas longe das subidas de Madrid e Milão. Seria uma informação mais correta e que ajudaria a pensar melhor.

Depois, anunciar a EDP como estrela, uma vez mais, quando tudo aponta para um destino incerto nesta sobre endividada empresa, já começa a cheirar a encomenda. Está, aliás, na altura de investigar a história recente desta outrora empresa pública que durante décadas não deveu nada a ninguém e prestou modestamente bem os seus serviços à comunidade. Hoje é um monstro arrogante, destruidor de patrimónios naturais, caro, que vive de rendas pagas pelos contribuintes mas sem explicação convincente que as justifiquem, e que depois de vendida ao estado chinês continua a perder valor todos os dias.

Esta é que é a verdade. Os empurrões para cima que vai levando na tentativa de conter o dique da desgraça, é do mesmo género daqueles que têm tentado estancar, sem sucesso, a agonia do BCP. No PSI20 de hoje, para impedir que as ações do BCP caíssem abaixo dos nove cêntimos foram precisos pouco mais de sete milhões de euros. E para fazer brilhar a EDP deram-se ordens no valor aproximado de 12,9 milhões de euros. Até onde irá esta farsa?

O que conviria fazer neste momento de colapso é investigar com meios e urgência as causas de algumas das grandes delapidações que atingiram o país: BPN, BPP, BCP, PPPs, etc.

O BCP parece-me claramente um caso de polícia por esclarecer. Qual foi o papel da Caixa Geral de Depósitos no assalto ao BCP? Quem organizou, quem executou, quem beneficiou e que resultou no fim desta falhada tentativa de dotar o PS, ou parte dele, de um braço financeiro?

No caso da EDP urge investigar e explicar direitinho o que foi a operação Horizon Wind Energy.

Num momento em que os banksters já sabiam da implosão iminente da bolha do subprime e do destino a curto prazo da bolha associada às energias renováveis, a Goldman Sachs, proprietária da empresa dedicada às então subsidiadas energias alternativas, nomeadamente eólica, vende a Horizon Wind Energy, numa operação relâmpago aparentemente inexplicável, a uma pequena empresa, a EDP, de um pequeno país chamado Portugal.

Os gráficos bolsistas não enganam: o início mediático da crise imobiliária, com os primeiros write downs de ativos subprime do HSBC, em fevereiro e setembro de 2007, coincide com a preparação e posterior venda da Horizon Wind Energy (HRE) à EDP, cujos títulos em bolsa sobem tipicamente no frenesim da especulação.

A Goldman Sachs comprou em 2005 a familiar e texana Zilkha Renewable Energy, mudando-lhe o nome para Horizon Renewable Energy (HRE), a qual foi subindo de valor até finais de 2007, momento em que a bolha especulativa atingiu o pico.

A Goldman Sachs usou assim a HRE como uma das suas muitas vacas financeiras durante a expansão da bolha imobiliária —acompanhada aliás por uma não menos especulativa bolha verde, cujos contornos haviam sido já claramente descritos em 2007.

Percebido o pico tornou-se inadiável despachar o problema para uma vítima qualquer. Essa vítima (inocente?) foi uma das principais empresas estratégicas portuguesas, a EDP.

Passada a euforia inicial desta extraordinária e nunca explicada compra de novo rico, a EDP iniciaria um ciclo descendente, imparável até hoje, salvo no interregno da venda ao estado chinês do que restava ainda de público na empresa. No dia 3 de agosto de 2012 a principal empresa energética instalada em Portugal vale menos do que valia no mesmo dia de 2004!

Se isto foi apenas um negócio desastroso para Portugal, então o seu principal responsável, António Mexia (1), deveria ser chamado a responder pela operação. Se foi mais do que isso, então é um daqueles casos que claramente marcam o fim deste regime cleptocrata e nepotista (2).

Há quem afirme, com dados abundantes, que a a Goldman Sachs martelou os livros da dívida soberana grega depois de ter estimulado o seu crescimento galopante. Há quem diga, com dados firmes, que os Estados Unidos, através dos seus braços financeiros (Goldman Sachs, Bank of America, Citi bank, JP Morgan, etc.) e agências de notação fieis, tentaram enredar alguns países europeus no mesma armadilha do endividamento e corrupção de elites que outrora lançaram a vários países latino-americanos. “Nas meigas non creo, pero haberlas hailas”.

Mas quem a esta hora deve estar mesmo a torcer a orelha são os chineses!


NOTA
  1. Só dois dias depois da publicação deste escrito li, por envio de um amigo, o depoimento do Professor Pinto de Sá (IST) sobre o calibre do personagem Mexia, e dos danos que casou à EDP. É realmente muito pior do que imaginei!
  2. A anunciada contratação de uma sobrinha-neta de Eduardo Catroga para a Fundação EDP revela até que ponto é difícil nos dias que correm, a um protagonista tão relevante da nomenclatura vigente, arranjar um emprego para um ente certamente querido e familiar através de um simples telefonema que não seja para a própria empresa que dirige. O regime atingiu, como se vê, o grau zero da decência. Já nem o nepotismo sobrevive sem descaramento.


Última atualização: 6 julho 2012 18:19

terça-feira, julho 24, 2012

EDP à rasca

EDP-R sofre crash de quase 7% na Bolsa de Lisboa (23 julho 2012)

Mexia e Catroga correm em defesa da sua dama chinesa

Como há muito vimos escrevendo, a EDP é uma empresa ferida de morte pelo peso insustentável da sua dívida — uns astronómicos 18 mil milhões de euros! (1)

Os problemas, aliás, acumulam-se e pioram dia a dia:

  • a insistência estúpida e arrogante do cabotino Mexia em avançar com a inútil e criminosa barragem do Tua (congeminada em parceria com o pirata Sócrates — é bom não esquecer), pondo claramente em causa a classificação patrimonial de excelência do Alto Douro, e que se transformou rapidamente numa castanha prestes a rebentar na garganta dos chineses, já levou à quase paragem silenciosa das obras (do mal, o menos);
  • os subsídios às energias renováveis acabaram, ou diminuíram drasticamente, em Portugal e em Espanha, e estão sob forte pressão nos EUA, o que veio a revelar-se uma machadada fatal no embuste do “Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH)” — destinado, precisamente, a escoar a energia nocturna potencial das ventoinhas, que doutro modo têm que parar mais de metade do tempo disponível..., mas uma solução, sob outro prisma, inaceitável, nomeadamente por causar um incremento criminoso da eutrofização das albufeiras; 
  • a Troika exige uma tesourada nas rendas excessivas da EDP, e ainda noutros custos escondidos nas faturas de energia enviadas aos consumidores (RTP, autarquias, regiões, etc.), a que nem Gasparinho, nem Passos de Coelho, nem ASP podem fugir por mais tempo; 
  • o estrondoso falhanço do governo PSD-CDS no controlo da dívida pública, agravado ainda pela decisão irresponsável do Tribunal Constitucional sobre o corte de vencimentos aos funcionários públicos, dá razão a todos os que criticam a timidez do PM no ataque à despesa pela via da supressão dos privilégios indecorosos concedidos à burguesia rendeira e à nomenclatura partidária do país, nas PPPs e nas rendas que agravam os custos da energia ao consumidor;
  • a recessão económica, o desemprego, e a subsequente queda do consumo em Portugal, em Espanha, mas também nos Estados Unidos, atingiram, atingem e atingirão duramente as vendas da EDP em 2011, 2012, 2013, 2014...;
  • a torneira do crédito, nomeadamente para financiar o serviço da dívida, está praticamente fechada (será que é desta que um banco chinês abrirá portas em Lisboa, ou será em Madrid?);
  • o serviço da dívida da EDP e da EDP Renováveis não pára de subir e andará já pelos 600 milhões de euros/ano;
  • o Euro tem vindo a desvalorizar face ao Dólar, mas também, e de que maneira, face ao Renminbi!
  • em suma, no dia 23 de julho de 2012, a EDP caiu 5,83%, e a EDP Renováveis (EDPR), 6,58%, na Bolsa de Lisboa. E não vai ficar por aqui :(

É verdade, como disse Catroga à TVI, que o Estado vendeu a EDP aos chineses com as rendas incluídas. Resta porém saber como é que foi realizada tal operação e semelhante contrato numa altura em que era mais do que público e badalado o compromisso exarado num Memorando negociado pelo próprio Catroga, em nome do PSD e de Pedro Passos Coelho, de eliminar as rendas abusivas cobradas por empresas de regime, como a EDP e as PPPs piratas, ao Estado português.

A investigação criminal entretanto iniciada pelo DCIAP sobre um eventual tráfico de influências ao longo da operação de privatização da então energética nacional fragiliza ainda mais a posição da EDP, hoje controlada pelo Estado chinês, através de António Mexia e Eduardo Catroga.

Por fim, é tão fácil demonstrar ao compadre Catroga que as rendas são abusivas e excessivas. Ora veja, compadre:

  • em 2011, a EDP obteve 1125 milhões de euros de lucros, 50% dos quais arrecadados em Portugal; no entanto, apenas 8% das vendas foram realizadas em Portugal. Ou seja, 92% da receitas vieram do estrangeiro — como explicar este extraordinário fenómeno?
  • uma explicação, parece evidente: advém dos preços de venda praticados por MWh: 99 euros em Portugal, 32,6 euros nos Estados Unidos (mais sobre este tema).
  • outra, advém certamente das rendas que ainda acrescem ao preço de monopólio (ou de cartel, não sei) praticado com a cumplicidade de Sócrates. Por alguma razão o beato Seguro só debita odes pastoris à política deste governo!

 ÚLTIMA HORA

26 julho 2012 — EDP confirma a minha previsão: a dívida deste mamute disparou para lá da sustentabilidade: “A dívida líquida EDP aumentou 6,3%, ou 1,07 mil milhões de euros, no primeiro semestre do ano, quando comparado com igual período do ano passado, de acordo com o comunicado emitido pela eléctrica para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Situava-se em Junho nos 18,019 mil milhões de euros, o valor mais elevado de sempre.” — Jornal de Negócios, 26 julho 2012 17:03.

Quando quiserem saber alguma coisa picante antes do tempo (e tempo é dinheiro, como sabemos ;) leiam o António Maria! E a este propósito leia-se o que aqui se escrevia em 13 dez 2009;
União Europeia (30% do PIB mundial)
  • ajudas climáticas: 7200 milhões de euros

Portugal (0,4% do PIB mundial)
  • o segundo Orçamento Rectificativo de 2009 agravou a dívida pública em 15.000 milhões de euros —mais do dobro das "ajudas climáticas" da UE... 
  • a dívida do sector público dos transportes supera os 14.886 milhões de euros —mais do dobro das "ajudas climáticas" da UE...
  • o passivo acumulado da EDP supera os 14 mil milhões de euros —mais do dobro das "ajudas climáticas" da UE...
  • as Parcerias Público-Privadas, entre 2008 e 2038, ascenderão a 19.761 milhões de euros —2,74 vezes mais do que as "ajudas climáticas" da UE...
  • o passivo da Estradas de Portugal (EP) ultrapassou no final de Junho passado os 15,2 mil milhões de euros —mais do dobro das "ajudas climáticas" da UE... 
  • o assalto ao BPN rendeu 9.700 milhões de euros —mais 2.500 milhões de euros do que as "ajudas climáticas" da UE...

25 julho 2012 — EDPR recupera 1,12% relativamente ao crash dos dois últimos dias, onde acumulou perdas de 6,58% e 6,88% respetivamente. Ou seja, desde que o governo chinês assumiu os comandos da empresa, em janeiro de 2012, só a EDPR perdeu mais de 50% do seu valor: de 4,78€, em janeiro de 2012, para 2,34€ ao fim da sessão de hoje.

24 julho 2012 — EDPR continua em queda livre! Ontem perdeu 6,58%, hoje perdeu mais 6,88%. E amanhã? Depois dos bancos, que também começaram a cair assim há mais de um ano atrás, é a vez de os especuladores destaparem uma Caixa de Pandora chama EDP. Eu bem avisei, e não ganhei nada com isso!

As causas são conhecidas. O resto é folclore :(

Nogueira Leite, quadro do Grupo Mello e atual boy do PSD na CGD/Caixa BI (o homem esteve à frente do primeiro Hedge Fund do país!), não gostou da imposição da Perella Weinberg. Zangam-se as comadres….
Os administradores da Caixa Geral de Depósitos António Nogueira Leite (actual presidente da Caixa BI) e Nuno Fernandes Thomaz manifestaram a sua discordância sobre os termos em que o banco foi envolvido pela tutela na contratação da Perella Weinberg para assessorar o Estado na venda da EDP e da REN. Um dossier que não "escapou" ao escrutínio do Ministério Público (MP).

A semana passada o DCIAP comunicou que estava a "investigar a intervenção e conduta de alguns dos assessores financeiros do Estado [Caixa BI e Perella] nos processos" de privatização da EDP (21,35%) e de REN (40%), que renderam ao Tesouro 3,3 mil milhões de euros. A iniciativa surgiu depois das buscas à Caixa BI, à Parpública (que representa o Estado nas privatizações) e ao BESI, que assessorou os compradores. Público, 24 jul 2012.

Como previsto, as ações da EDP e EDPR continuam a cair :(
Grupo EDP atira bolsa para nova queda. Negócios online. 24 jul 2012 09:28.
A acção que mais contribui para a queda do índice nacional é a EDP, ao perder 0,82% para 1,809 euros, acompanhada pela EDP Renováveis que desce 2,90% para 2,413 euros, tendo já estado a cair mais de 3% para um novo mínimo histórico (2,401 euros).

Pico de audiência esta manhã no António Maria!

Acho que está na altura de recrutar um marketeer para angariar investidores para este blogue :)


NOTAS
  1. Esta é uma estimativa. Os valores que constam nos relatórios de contas da EDP são estes:
    • Dívida em 2011: 16.948.805.000 euros
    • Total do passivo no fim do 1º trimestre de 2012:  29.572.060.000 euros
    A EDPR programou um investimento de 4 mil milhões de euros num só parque eólico americano, o Meadow Lake (com fases concluídas entre 2009-2012), cuja primeira fase inaugurou em 2009, já depois do colapso do Lehman Brothers. Uma visão empresarial de génio! Ver reportagem vídeo do Expresso (2009). E a seguir, ainda outro vídeo otimista na mesma linha, de 2007.

 
Data deste vídeo: 14 maio 2007


Última atualização: 27 jul 2012 0:28

sexta-feira, junho 29, 2012

Descoberta tardia

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal. Foto © ?

Um homem afável, mas de que planeta?

Carlos Costa disse hoje na AR que em 2010 descobriu que havia um sério problema de dívida externa no país. Em 2010?! Mas este homem não me lê?! Acusei os nossos economistas de andarem a dormir na forma a este respeito... em 2008! E em outubro de 2005 já tinha avisado que haveria um crash imobiliário muito antes de o embuste da Ota começar a caminhar... (1)

Um trotskysta alemão, nos idos de abril de 1975, confessou-me desiludido: "Vocês nunca conseguirão fazer a Revolução". Mas porquê, perguntou o jovem trotskysta heterodoxo que então era. Respondeu-me o camarada turista, arregalando os seus olhos muito azuis: "porque andam sempre meia hora atrasados!"

Pois este governador anda, no mínimo, dois anos atrás dos acontecimentos, o que sendo quem é, não pode deixar de ser muito preocupante.

Eu não sei ainda se a zona euro sofrerá, ou não, a breve trecho, uma cisão, dando lugar a uma banda de euro-marcos de um lado, e outra, de euro-PIIGS. Continuo a pensar no que há mais de um ano escrevi: será a própria Alemanha que, uma vez esgotada a paciência, baterá com a porta, dizendo Auf Wiedersehen às economias toxicodependentes em dívida soberana e populismo democrático, preparando entretanto com a China o mesmo tipo de FOREX que a China tem vindo a estabelecer com a Rússia, Japão, Índia, Irão, Brasil, Chile, etc....

Se não avançarmos rapidamente para uma federação económico-financeira, política e militar, que comece depois deste fim-de-semana a dar passos firmes nesta direção, por forma a garantir que a Europa será mesmo uma União antes de 2020, o sonho do pós-guerra morrerá uma vez mais, mergulhando a Europa em mais uma Idade Média, ainda que tecnológica. A América e a Inglaterra não ganharão nada com este desfecho, mas acreditam que destruindo o euro, poderão salvar as quimeras monetárias em que transformaram as suas moedas. Não podem!

A China e a Rússia apoiam a Europa e o euro. Mas se ambos ruírem, mais rápida e selvagem será a penetração da China nos mercados europeus. Alemanha será sempre o seu principal parceiro, e os restantes países afundar-se-ão paulatinamente nas armadilhas do endividamento público, privado e externo em que caíram e de onde parece não quererem sair.

There was just one relevant phrase uttered in all of last night's bluster, and ironically it came from Italy's own Mario Monti who said that there are "no plans for boosting bailout funds." This really is all that matters. Why? The Bridgewater chart that we presented before once again explains it all. ZeroHedge.


Os bancos recapitalizam-se à custa de recursos claramente limitados quando comparados com a escala gigantesca dos endividamentos soberanos. A dita recapitalização não chega à economia se não parcialmente, isto é, apenas serve para alimentar as burocracias incuráveis das democracias populistas da Europa e para remunerar fundos de investimento e credores, boa parte dos quais está presa no fundo do Buraco Negro dos Derivados criado pelos piratas de Wall Street e da City londrina. Numa palavra, o alívio deste fim de semana é temporário. O mal continua a corroer o sistema financeiro ocidental.

A janela de oportunidade agora entreaberta não nos liberta da responsabilidade de corrigir a democracia. Se em vez de apostarmos na transparência, na eficiência e na ampliação e diversificação dos modos de formação da vontade democrática, continuarmos a alimentar um regime capturado por piratas e oportunistas, o colapso social será brutal e rápido.

Um exemplo de que quase nada mudou nos centros de poder, apesar da crise gravíssima que atravessamos desde 2009, está bem patente em processos como o da privatização da TAP. A quem serve a privatização: ao país, ou ao grupo BES? Quem opina neste processo: o Estado, ou o BES? Outro exemplo do escandaloso atraso da reforma política que urge fazer, é o modo arrogante como a EDP prossegue o assassinato do Vale do Douro em nome de coisa nenhuma, a não ser da arrogância e da corrupção.


NOTAS
  1.  2005
    A antecipação criminosa da estratégia da Ota

    Se as obras de terraplanagem algum dia vierem a ter início, de uma coisa deveremos desde já estar seguros: o dito Aeroporto Internacional da Ota jamais será concluído. Muito antes das datas previstas, nos cenários pró-Ota, para a sua inauguração --2017-2018--, Portugal ver-se-à na contingência de ter que redesenhar dramaticamente as suas prioridades de desenvolvimento (ou melhor dito, de sobrevivência). A brutal crise energética chegará muito mais cedo do que se prevê. E antes dela (...) chegará também um mais do que provável "crash" imobiliário.

    OAM 30-10-2005.


    2008
    A cenoura e o pau do Bloco Central

    Em duzentas e três economias consideradas no World Factbook da CIA, Portugal tinha, em 2007, a 20ª maior dívida externa do mundo (200% do nosso PIB!), acima, em valor absoluto, de países como a China, a Rússia, o Brasil, a Argentina ou os Emiratos Árabes Unidos. Acresce ainda que a dívida pública, i.e. a dívida do Estado (juros incluídos) já chegou aos 64% do PIB, enquanto a balança de transacções correntes é também deficitária em cerca de 10% do Produto Interno Bruto. Ou seja, no momento em que ocorre o maior eclipse de liquidez monetária de que há memória, anunciando em todo o seu dramatismo o início de um colapso financeiro e uma depressão prolongada nas principais economias ocidentais, a banca portuguesa está virtualmente falida e sem credibilidade suficiente para contrair os vultuosos empréstimos de que necessita para sobreviver e ajudar a financiar o pântano deficitário em que todos nos estamos afundando -- públicos e privados. Pior não podia ser!

    OAM, 1-11-2008.


    O garrote da dívida externa portuguesa


        Gross External Debt Position*
        2007 - $461.200.000.000 (CIA Factbook, 31 December 2007)
        2008 - 335 136 000 000 euros (BdP, Março 2008)
        2008 - 343 966 000 000 euros (BdP, Junho 2008)

        PIB nominal
        2007 - 163 082 900 000 euros
        2008 - 168 356 400 000 euros (previsão do OE 2009)

        Dívida Externa
        2007 = PIB x 1,985
        2008 = PIB x 2,043

        in Banco de Portugal, Setembro, 30, 2008

    A dívida externa portuguesa supera os 200% do PIB! E não os 100% que não sei quantos economistas vêm lançando para o ar mediático nas últimas semanas, depois de terem tolerado durante anos a conversa fiada dos 3% em volta do défice orçamental, como se este fosse o maior problema estrutural do país. Não é!

    O Estado português até poderia absorver 5% e mais do PIB, sem que daí mal algum viesse ao Zé Povinho, na condição de esse dinheiro ser bem empregue. Por exemplo, na recuperação da nossa vocação atlântica em todas as suas pesadas frentes e dimensões orçamentais. Por exemplo, na criação de facto de um Estado livre, solidário, participativo e eficiente. Por exemplo, na criação e desenvolvimento acelerado de uma política linguística e de informação global tecnologicamente avançada. Para tudo isto, dando de barato que pelo caminho poríamos de facto as corporações profissionais e sindicais na ordem, gastar 5% do PIB em políticas estruturais e estratégicas de Estado, seria mais do que aceitável, mesmo correndo o risco de ouvir berros de Bruxelas.

    Agora o que não é tolerável é contrair alegremente dívidas no estrangeiro ao longo de décadas, e atrair à toa investimentos especulativos, até termos chegado à linda situação de sermos, entre 203 países e economias regionais consideradas, aquele que tem, em valores absolutos (!), a 20ª maior dívida externa do planeta!!

    OAM 19 nov 2008.

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Mais barragens?

As Redes Inteligentes e o Mercado Único Europeu da Energia apostam na eficiência!

Redes Inteligentes e o Mercado Único Europeu da Energia — uma solução à vista. © Hoje Macau.

Poll reveals wide support for EU grid action
EurActiv
Published 06 February 2012

A survey of European stakeholders has found overwhelming support for giving priority, funds and planning waivers to allow the speedy construction of European grid infrastructure.

In a survey of businesses, industrial associations, NGOs and think tanks, 81% of respondents said that creating a single European electricity market, and the needed grid infrastructure, should be an EU policy priority.

“We couldn’t agree more,” said Susanne Nies of Eurelectric, an association representing major European power generators.

Rede Inteligente de Energia Pode Ser Hipótese para Macau
Hoje Macau
15 Dez 2011

Está implementada em diversos locais do planeta. A China e os EUA, os principais adeptos do conceito, já desembolsaram muitos milhões de patacas em projectos pilotos. Macau pode ser a “cidade ideal” para a sua implementação. Estamos a falar de Smart Grid, a rede inteligente de energia

O plano de construção de novas barragens hidroeléctricas foi engendrado para melhorar a intermitente produtividade dos geradores eólicos, e pelo caminho aumentar também os ativos não virtuais de empresas sobre endividadas como a EDP. No entanto, as dúvidas técnicas e ambientais sobre o acerto da decisão crescem dia a dia. Os motivos são de vária ordem:
  • O Plano Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico (PNBEPH) sofre da ausência ou de graves erros de avaliação, quer dos impactes ambientais e patrimoniais negativos das obras e barragens previstas, quer da rentabilidade a curto e médio prazo das mesmas. Esta, segundo alguns especialistas, não poderá deixar de ser nula, ou até negativa!
  • Findo o regime de monopólio partilhado pela EDP, Iberdrola e Endesa, e em particular depois de estabelecido o Mercado Comum Europeu da Energia, assente no conceito de redes energéticas inteligentes e democráticas (na medida em que a micro-geração, nomeadamente off-grid, se liberta das limitações legais conseguidas pelos cartéis energéticos), a falta de rentabilidade das barragens previstas no PNBEPH, sobretudo as dos rios Sabor, Tua e Tâmega, tornar-se-à um peso negativo no balanço geral das respetivas explorações, e uma perda de valor, nomeadamente em bolsa, para as empresas detentoras (Three Gorges, etc.) destes projetados elefantes brancos;
  • As empoladas reservas de gás natural, em África, Canadá e Estados Unidos, e as ainda mais empoladas reservas potenciais de petróleo e de gás de xisto, poderão no curto prazo tornar ruinosa, ou pouco rentável, boa parte dos investimentos em energias eólica e solar;
  • O Mercado Comum Energético Europeu, que acompanhará porventura o nascimento de uma União Europeia Fiscal e Orçamental mais equilibrada e competitiva, é uma ameaça óbvia ao cartel que hoje fornece energia cara ao país —às cidades, às empresas e às pessoas.
  • Sendo praticamente inevitável a renegociação das leoninas Parcerias Público Privadas (PPPs) que vêm arruinando de modo acelerado e catastrófico o país (1), cessará também, pelo menos em parte, a simbiose oportunista entre o cartel energético e o poder partidário instalado e, por esta via, o interesse empresarial e financeiro nas novas barragens.
  • Por fim, que fazer das renováveis já instaladas? À medida que a ilusão na imaginária abundância de gás natural e de gás de xisto se esbater contra a realidade de uma inflação crescente dos preços da energia e das matérias primas em geral, o que hoje dá prejuízo, talvez em 2015, ou 2020, comece a revelar-se uma fonte indispensável de produção própria de recursos.
Entretanto, a prioridade irá, mais cedo ou mais tarde, quer queiramos, quer não, para a adopção de políticas europeias comuns focadas na eficiência energética e na produção em rede, e fora dela, de velhas e novas formas de energia renovável que não destruam no seu caminho equilíbrios ecológicos e paisagísticos com milhões ou milhares de anos.


ÚLTIMA HORA

 6 Fev 2012, 16:15


NOTAS
  1. O grau de endividamento público de Portugal (DN, 6 fev 2012) é o segundo pior da União, logo depois da Grécia, se tivermos presente que aos 110% de dívida oficial, teremos que somar (para deixarmos de aldrabar a contabilidade) o endividamento programado e ou já contratado nas cento e vinte PPPs, cujo valor ascende a uns astronómicos 60 mil milhões de euros. Ou seja, a nossa dívida pública real é de, pelo menos, 145% do PIB! Pelo andar da bancarrota grega, a seguir seremos nós a entrar oficialmente em quarentena. Esta implicará, nomeadamente, uma dieta prolongada dos mercados de dívida soberana e o recurso condicionado ao BCE. Entre as condições que nos serão inevitavelmente impostas, e que constam aliás do Memorando da Troika, está, precisamente, a renegociação das PPPs, ou seja, a paragem e o adiamento inevitáveis de alguns projetos públicos lançados pelo anterior governo: novas autoestradas, novos aeroportos e novas barragens. Não por vontade da Troika, mas porventura por sabotagem dos piratas já infiltrados no governo do senhor Passos de Coelho, a ligação ferroviária em bitola europeia entre Lisboa e Madrid, que conta com 800 milhões de euros provenientes dos fundos comunitários, também poderá ficar no tinteiro, até novas núpcias :(