Mostrar mensagens com a etiqueta Rota da Seda 2. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Rota da Seda 2. Mostrar todas as mensagens

sábado, setembro 01, 2018

Lisboa > Vladivostok

Hillary Clinton exhales while testifying before the House Select Committee on Benghazi on October 22, 2015.
Photo: JOSHUA ROBERTS/REUTERS/Newsweek (cropped)

Lembram-se do que disse Putin quando veio a Portugal? Pois foi: uma Europa de Lisboa até Vladivostoque! Por alguma razão o TGV ficou no tinteiro :(
Relentless Russophobia is paired with supreme fear of a Russia-Germany rapprochement – as Bismarck wanted, and as Putin and Merkel recently hinted at. The supreme nightmare for the U.S. is, in fact, a truly Eurasian Beijing-Berlin-Moscow partnership. 
[...] 
The New Silk Roads were launched by Xi Jinping five years ago, in Astana (the Silk Road Economic Belt) and Jakarta (the Maritime Silk Road). It took Washington almost half a decade to come up with a response. And that amounts to an avalanche of sanctions and tariffs. Not good enough. 
[...] 
Were the European peninsula of Asia to fully integrate before mid-century – via high-speed rail, fiber optics, pipelines – into the heart of massive, sprawling Eurasia, it’s game over. No wonder Exceptionalistan elites are starting to get the feeling of a silk rope drawn ever so softly, squeezing their gentle throats.
— in Pepe Escobar, “Back in the (Great) Game: The Revenge of Eurasian Land Powers”
Consortiumnews, August 29, 2018

 

Este mapa que venho desenhando desde 2008 já teve mais 235 mil acessos.


APOIE ESTE BLOG/ SUPPORT PAGE
O acesso a este blog é gratuito, mas a sua doação, por pequena que seja, ajudar-me-à a mantê-lo e a melhorá-lo. Um euro por mês é muito? Obrigado.
If you liked this article and enjoy my work visit the Support Page to show your appreciation for independent content creators.

quinta-feira, março 15, 2018

Rota da Seda vai até Roterdão, Atenas e... Badajoz

Foto: Cargo Revista

Como é óbvio, sem 'interoperabilidade', ou se há 'roturas de carga', por exemplo nas fronteiras entre Portugal e Espanha, os combóios escolhem outras linhas e outros destinos... É por estas e por outras que a corrupta, ou simplesmente estúpida elite indígena, se prepara para transformar Portugal numa ilha ferroviária.

Porto de Roterdão: de gateway a destino final da Nova Rota da Seda? 
Cargo revista, 14 Março, 2018  
O Porto de Roterdão dispensa apresentações, os rankings falam por si: maior porto europeu e um dos maiores à escala mundial. E também o seu papel na cadeia logística global é indiscutível, enquanto gateway (porta de entrada) de mercadorias com origem nos quatro cantos do mundo e destino nos vários países europeus. 
Contudo, uma nova tendência tem emergido no contexto da cadeia logística global: a denominada Nova Rota da Seda, fortemente impulsionada pela iniciativa chinesa Belt and Road, que coloca cada vez mais contentores na ferrovia nos tráfegos entre a Ásia (em particular a China) e a Europa. Ora, neste novo contexto emergente em que a ferrovia está a captar muita carga (cada vez mais!) que seguia habitualmente por navio, o Porto de Roterdão assume menos o papel de gateway e mais o papel de destino final 
«O Porto de Roterdão definitivamente quer ser uma conexão directa na rede ferroviária da Nova Rota da Seda», admite o Director de Logística do enclave holandês, acrescentando que esta «é uma oportunidade para o porto, que quer considerar as suas opções de forma cuidadosa» 
«Para além disso, países de trânsito terão a oportunidade de acrescentar valor ao longo da viagem, por exemplo quando há transbordo da mercadoria para um comboio diferente», acrescenta, concluindo: «Ao longo da viagem, todos têm a oportunidade de ganhar dinheiro. E nós esperamos para comprar os produtos acabados – isto é, pagar».

Mais sobre a ilha ferroviária portuguesa


Miopia ferroviária soma e segue (fev 2015)

Fantasia do Barreiro esconde ilha ferroviária (fev 2015)

Portugal a caminho das Berlengas (dez 2014)

Portugal: ilhéu ferroviário em 2020 (out 2013)

ADFERSIT avista Farilhões (jun 2013)

Greves egoístas (mar 2013)

Berlengas 2.0 (jun 2013)

É a bitola, estúpido! (nov 2012)

TAP, vítima da guerra contra o TGV (nov 2012)

A Berlenga ferroviária (fev 2012)

Novo porto: Barreiro ou Setúbal? (jun 2015)

domingo, junho 11, 2017

Portugal fora da nova Rota da Seda?

Comboios circulam a 250Km/h no Casaquistão, TALGO fornece e mantém carruagens.

Durão Barroso foi, se não me engano, o coveiro da indústria ferroviária portuguesa. Despachou os canadianos da Bombardier, e depois desta decisão irresponsável nunca mais o país e os seus sucessivos governos foram capazes de definir uma política de transportes adequada à estratégia de interoperabilidade e uniformização da norma ferroviária (UIC). Basta lembrar a este propósito o que o ministro João Cravinho não fez e deixou fazer na Linha do Norte, cujos remendos continuam por rematar.

As Cimeiras Ibéricas têm sido um ritual vazio em matéria de harmonização ferroviária e energética.

A chamada ligação Lisboa-Madrid, em bitola europeia, apesar de ser a ligação menos cara e de concretização relativamente rápida, apesar de vir a servir uma populaçao residente e flutuante na casa dos 16 milhões de pessoas, e apesar de corresponder a uma das prioridades da União Europeia há muito traçada (TEN-T), continua no limbo da indecisão indígena lisboeta, boa parte da qual foi, na minha opinião, claramente induzida pelos lóbis financeiros, partidários e autárquicos da construção civil especulativa, do transporte rodoviário (TIR), da falida TAP, e do famigerado NAL—Novo Aeroporto de Lisboa, que esteve para acontecer na Ota.

Para o NAL da Ota, que não chegaria a existir, construiram-se o gigantesco nó rodoviário do Carregado, a Ponte das Lezírias (mais de 11 Km), a Plataforma Logística de Castanheira do Ribatejo, o moderno apeadeiro de caminhos de ferro com o mesmo nome (ambas às moscas), e a autoestrada A10. Quanto custou toda esta corrupção em cadeia? Onde estão os seus responsáveis políticos, autárquicos e técnicos? Quem paga agora a óbvia falta de rentabilidade destas infraestruturas? A esta última pergunta é fácil responder!

A mudança de agulha do NAL da Ota para um NAL em Alcochete obedeceu à mesma força que produziu o escândalo na Ota: o DDT Espírito Santo e os seus ministros assessores, o lóbi 'socialista' de Macau e a prometida Alta de Lisboa, em suma, obedeceu a um plano clandestino há muito desenhado e que consiste numa operação simples: fechar o Aeroporto da Portela, pois aí se prometera ao senhor Stanley Ho uma Chinatown de luxo, e construir entretanto um novo aeroporto fosse onde fosse!

Mas para justificar o fim do aeroporto da capital era preciso demonstrar que a sua capacidade estava esgotada, o que sucessivas levas de piratas e louva-a-deuses intentaram ao longo de mais de uma década, instrumentalizando a dócil e cada mais indigente imprensa que temos. Pior, forçando a TAP a saturar os slots disponíveis na Portela, com prejuízos crescentes nas suas contas, até que a empresa faliu e teve que ser esquartejada de qualquer maneira.

Pelo caminho, a Câmara Municipal de Lisboa de António Costa empochou umas valentes centenas de milhões de euros pela venda dos terrenos do aeroporto a um fundo soberano do Qatar, perdão, à Vinci!

Mas o mais extraordinário desta história sórdida, que só um regime renovado será capaz de aspirar convenientemente, é que foi ela que, no essencial, atrasou criminosamente o imprescindível upgrade da rede ferroviária portuguesa, sem o qual Portugal se transformará rapidamente num ilhéu ferroviário desconetado das vias rápidas do crescimento sustentável.

A China relançou aquela que é a mais importante, historicamente decisiva mesmo, via de comércio entre Lisboa e Vladivostoque, ou Xangai: a Rota da Seda. Sem esta rota, composta por uma via terrestre que atravessa toda a Eurásia, e por duas vias marítimas, uma entrando pelo Mediterrâneo, e outra seguindo pelo Índico até à Zâmbia e Moçambique, para depois, por via férrea, chegar aos portos angolanos, em direção ao Golfo da Guiné, à Europa, e ao continente americano (ver mapa interativo que preparei há já algum tempo sobre este assunto), a Europa ocidental continuará sujeita às tensões geoestratégicas de um pequeno território dividido por montanhas, rios e religiões.

É por tudo isto que a ausência de Portugal na EXPO2017, em Astana, capital do Casaquistão, é daqueles erros de política externa só compreensível como um resultado triste da corrupção e das asneiras crassas que temos tolerado à classe política e ao demo-populismo vigente. Menos mal que, apesar da ausência oficial, lá estiveram, ainda que por mérito próprio, dois socialistas: António Guterres e Leonel Moura.


Inauguração da EXPO2017, em Astana, Casaquistão.


Longe, longe está Astana ... a cidade da EXPO2017 e do forum future energy 
fcsseratostenes, domingo, 11 de junho de 2017 
Longe, longe está a cidade de Astana, capital do Kasaquistão. 
Escrevo isto por ter lido a notícia, hoje, da inauguração da Expo2017, em Astana, com a presença de António Guterres e de Filipe VI de Espanha. Guterres porque é das normas internacionais, Filipe VI porque a ligação ferroviária de 800km entre Astana, a capital e Almaty, a capital económica, é feita em Talgo de alta velocidade. O Kazaquistão é um país rico em petróleo e gás, é governado por uma elite que sobreviveu ao colapso da união soviética, está mal classificado quanto aos direitos humanos, mas é das boas práticas internacionais colaborar com a economia dos países assim para estimular a consolidação da democracia. O canal mezzo mostra por vezes concertos e ópera na sala principal de Astana. Estão abertos à Europa, estão no caminho da nova rota da seda. 
...porque não está ninguém dos orgãos superiores da nossa república na foto oficial? E porque mesquinhez o XIX e o XXI governos portugueses recusaram a presença na Expo2017? Cujo tema é a energia do futuro... Desculpa esfarrapada do governo: nenhuma companhia do ramo quis cofinanciar a participação. No tempo da bancarrota de 1892 estes problemas resolviam-se com subscrições públicas. Agora, é o silencio. Só hoje foi tornada pública a ausencia de Portugal, e nas páginas escondidas do interior dos jornais.

domingo, maio 15, 2016

Sines na nova Rota da Seda?



E quando é que pomos nos eixos quem boicota há mais de uma década a nova rede ferroviária de bitola europeia portuguesa?

Sines pode ser destino da Rota da Seda do século XX 

Especialista chinês destacou importância do porto de Sines na ligação da China com a Europa e a África e sugeriu a sua inclusão na iniciativa de Pequim de reactivar a antiga Rota da Seda com um plano de infraestruturas. 
O conselheiro de política externa do Governo chinês, Lv Fengding, manifestou-se favorável à inclusão do porto de Sines na rota marítima da seda do século XXI proposta pela China. 
"Portugal é um dos terminais da rota marítima da seda e o porto de Sines é importante para a ligação da China com a Europa e a África", disse Lv Fengding à Lusa, em Lisboa, onde se deslocou esta semana para apresentar a iniciativa "Uma Faixa e Uma Rota".
Com esta iniciativa, divulgada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, Pequim propõe um plano de infraestruturas que pretende reactivar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e Sudeste Asiático. 
Este plano, que inclui a construção de uma malha ferroviária de alta velocidade entre a China e a Europa, vai abranger 65 países e 4,4 mil milhões de pessoas, cerca de 60% da população mundial, segundo Pequim. 
in Negócios, 15 maio 2016

Sobre a nova Rota da Seda e o Tratado de Tordesilhas 2.0:

terça-feira, março 15, 2016

Putin retira da Síria, até ver...

Russos chegaram (à Síria), viram e venceram (uma vez mais)


Putin alivia pressão sobre os regime changers, depois de ter destruído a capacidade bélica e a moral dos rebeldes armados pelos Estados Unidos, Reino Unido e França. Um país destruído depois, e uma Europa de cócoras depois, com uma crise de refugiados de que é a principal responsável, a par dos Estados Unidos, a aviação russa começou a regressar a casa. Mas atenção Hilary: Putin poderá regressar ao teatro de guerra em 24 horas! A lição está dada: travar a Eurasia, destruir a ponte de Lisboa a Vladivostok, que Putin anunciou na Cimeira de Mafra, é uma péssima ideia. Esperemos que condenada ao fracasso.

Despite President Obama’s early contention that Russia would end up in a “quagmire” in Syria, The Kremlin instead showed what happens when a mishmash of loosely aligned rebels squares off against a modern air force. 
Five months and thousands upon thousands of sorties later, the rebel cause has become virtually hopeless. It’s much easier to broker a ceasefire when the enemy has been, for all intents and purposes, decimated. 
(...) 
If both sides come to some kind of tenuous agreement, Putin will get to claim that Russia came, saw, and conquered, then brokered a peace settlement - two things no country had been able to do in Syria since the beginning of the war in 2011 — in Zero Hedge.

quarta-feira, outubro 14, 2015

Ilha ferroviária portuguesa é um escândalo


Crescer, como? Se nada fazemos por isso...


“Y Basco” já está construído em 80% 
O Y Basco, como é conhecido o projecto da ligação ferroviária de Alta Velocidade Vitória-Bilbau-San Sebastian/Fronteira com França, está já concluído em 80%, segundo a conselheira do Meio Ambiente e da Política Territorial do governo daquela província de Espanha. 
— in Transportes e Negócios, 13/10/2015

A rede ibérica de bitola europeia ligará um dia Lisboa a Vladivostok, ou seja, será um dos sistemas circulatórios essenciais da Nova Rota da Seda.

O boicote que o ainda governo de coligação fez à linha Poceirão-Caia, com a conivência do Tribunal de Contas e a oceânica ignorância da nossa imprensa em matéria de transportes, energia e outras pastas sob alçada de Sérgio Monteiro —o rapaz das PPP—, e que o lóbi do NAL cuidou de proteger à medida dos seus interesses inconfessáveis, foi o maior erro estratégico cometido nos últimos quatro anos.

É que o investimento na referida linha, além de ser o mais baixo de quantos traçados haverá um dia que financiar e construir, contava com apoios comunitários e do BEI na ordem dos 85% do custo total da obra!

Pelo caminho deixámos de instalar em Portugal um cluster renovado e tecnologicamente avançado de indústria ferroviária, como hoje a Espanha tem e exporta para todo o mundo.

Mas sobre isto também nunca ouvimos a esquerda definir qualquer posição estratégica clarividente.

Não basta querer tomar o poder através da secretaria parlamentar, quebrando a tradição em matéria de interpretação de resultados eleitorais. São precisas ideias produtivas que funcionem.


CORREIO RECEBIDO

Ainda a propósito de uma notícia recente sobre a ilha ferroviária portuguesa, cujos responsáveis deveriam ser propriamente acareados:

Caro OAM.

A resposta às 'teorias' locais foi dada pela DB Schenker ao terminar com os comboios de mercadorias entre Portugal e a Alemanha. Para bom entendedor...
A demora na realização dos comboios da DB Schenker em Portugal chegava a ultrapassar uma semana.
Ninguém, ninguém de bom senso, realiza comboios de mercadorias para percorrer 200km, só mesmo quem não entende nada de caminhos de ferro.
Quem defende uma enormidade destas tem como objectivo ACABAR com o caminho de ferro para o transporte de mercadorias. É claro que não escreveram isto em parte nenhuma, pois confiam que o respeitoso público ainda acredite no Pai Natal, deixando-os assim prosseguir os seus intentos liquidatários.

Posteriormente divulguei um e-mail pela tertúlia com material relativo ao visionário Caldeirinha, onde referi que, segundo o entendimento dele, a preferência recaía agora num “hinterland para consumo (do) próprio”, de 200 km (até à fronteira), uma vez constatado o encerramento da bitola ibérica junto à fronteira do lado espanhol, o que veio a comprometer o seu (dele) conceito de hinterland perfeito, de Sines até Madrid – 600Km.
Azar dos Távoras: a Espanha decidiu acabar com a bitola ibérica, fechando 400 km de linha até... Badajoz! Os génios locais entenderam então que poderíamos viver confortavelmente com um hinterland de 200Km. A DB Schenker respondeu em linha, batendo à sola do país, e ninguém se demitiu, nem foi preso.

Quanto à interoperabilidade entre portos e ferrovia, era bom que fossem apuradas “responsabilidades” (que não as há) relativamente à linha Sines – Évora, da autoria, ao que se sabe, do Porto de Sines, isto numa época em que do lado espanhol já se estava a avançar para linhas UIC entre Madrid e Badajoz. Gitevas, LTM e outros conceitos híbridos creio que, entretanto, não tiveram a melhor recepção em sede da norma UIC, pois são “soluções” que colidem com aquilo que a EU entende ser 'standard', logo passível de financiamento...

Na notícia que botaram na imprensa, lê-se ainda “pomposamente” que no Y basco os espanhóis vão aplicar um 3º carril numa extensão de 16Km para fechar a passagem entre Espanha e França, como que a sugerir que temos todo o tempo do mundo para insistirmos na asneira e nos prejuízos. Ou seja, Espanha está a investir milhares de milhões de euros numa nova rede UIC para depois deixar uma ponta de 16Km em bitola antiga (ibérica) por fazer. Anda tudo doido, ou será impressão minha?

Com os melhores cumprimentos,
VSR

Atualização: 15/10/2015 12:35 WET

sexta-feira, maio 15, 2015

Rota da Seda 2.0 passa por Lisboa



China vai investir 50 mil milhões de dólares no Brasil

Fonte diplomática brasileira disse que o investimento chinês vai ser feito nos setores das infraestruturas, redes de caminho-de-ferro, estradas, portos e aeroportos.

Ler mais em Correio da Manhã

A quem gostar de geoestratégia aconselho o mapa Tordesilhas 2.0 que desenhei há uns anos e que tenho vindo a atualizar. Tive o cuidado de descer a vários pormenores... nomeadamente no que toca a portos e redes ferroviárias estratégicas, existentes ou em construção...

Vale a pena fazer zoom às principais linhas de comunicaçção em que a China está a investir:

  • Pequim-Veneza-Londres (Rota da Seda 2-terrestre)
  • China-Malaca-Golfo Pérsico-Mar Vermelho-Nacala-Lobito-Golfo da Guiné-Cabo Verde-Brasil-Argentina-Portugal...(Rota da Seda 2-marítimo-terrestre).

A China, com o seu excesso de dólares e mais de mil milhões de almas, precisa de petróleo/gás natural (Rússia, Médio Oriente, Moçambique, Angola, Golfo da Guiné), de soja e outros cereais, ferro, cobre e outros minerais, além de ouro, platina e prata, para voltarmos a ancorar o valor do dinheiro em algo sólido, fungicida e imune à especulação digital (Brasil, Argentina, Chile, Golfo da Guiné, Angola-Moçambique) --- >

Portugal deve pois olhar com muita atenção para este movimento rápido das placas tectónicas da política mundial.

A estratégia que nos convém trilhar é clara: manter a velha aliança com a Inglaterra, maior protagonismo ibérico, deixar de seguir caninamente as depenadas águias de Washington, e cuidar da língua portuguesa sem atavismos ortográficos!


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

quinta-feira, abril 30, 2015

2015 – O crash mundial não irá acontecer

O New Deal chinês e o renascimento da Rota da Seda 


Zeng, the guy who told me [in 1984], ‘I be bank!’ is one of the Shanghai gang, the guys who basically decided, after hanging out in Manhattan, they wanted to take Manhattan and Staten Island, too.  And I expect, when the WTC II is finally finished, they will take over that, too.  And not let anyone wreck it, too. Culture of Life News

Em 2015, seiscentos anos depois do início da expansão ultramarina da Europa (conquista de Ceuta pelos portugueses: 1415), a China é o Novo Banco Mundial, ou seja, o império americano acabou e vem aí uma espécie de globalização em rede, sem império. Pacificar o inferno que a velha ordem criou no Mediterrâneo e no Médio Oriente é a prioridade das prioridades para acelerar esta transição ainda cheia de perigos.

Os investimentos chineses em Portugal, como sempre defendemos, são um bom augúrio desta nova realidade. Portugal foi considerado como um dos pilares do acesso chinês à Europa e ao mundo lusófano. Na realidade, o seu compromisso histórico com esta praia à beira-mar plantada apenas está a dar os primeiros passos.

Pergunto: quando é que se abre uma escola de chinês (mandarim) em Carcavelos—a Babélia de areia e mar, entre Lisboa e Cascais, onde vivo há quarenta e dois anos?

Apesar dos destroços demasiado visíveis da crise resultante da pré-bancarrota 'socialista', a verdade é que a corrida para transformar Portugal numa plataforma comercial, turística e diplomática de primeira água, já começou.

Estarei mais otimista? Não. Apenas mais atento, como os nossos amigos do GEAB

Veja o mapa que desenhámos há já algum tempo, e entretanto atualizado, com a inclusão da Nova Rota da Seda.



O crash mundial não irá acontecer
Os nossos leitores sabem bem como nos inquietámos no ano passado sobre a possibilidade do Ocidente se fechar sobre si mesmo. Há 3 meses que retomámos o fio das nossas expectativas sobre a emergência de um mundo multipolar, sobre os desafios colocados pela sua organização, sobre os obstáculos à sua concretização e desenvolvimento. Com o acordo iraniano, o mundo tornou-se de repente emocionante… em que os problemas que se apresentam são sobretudo desafios a ultrapassar e não ameaças de morte. As soluções existem.
E estes problemas são inúmeros : o desgaste provocado pela crise sistémica global que deve ser reparado em conjunto como um problema estrutural. Mas a máquina foi reiniciada e é global pela primeira vez na história. Esta passagem de um mundo ocidental para um mundo global confrontou finalmente os problemas de canalização : uma só moeda assente sobre a pequena economia nacional dos Estados Unidos, mercados financeiros desadequados ao tamanho dos seus fluxos, instituições internacionais incapazes de integrar as novas realidades globais… Por isso, os BRICS arregaçaram as mangas e criaram as condições para a reinvenção de um sistema monetário internacional multidivisas, mercados financeiros verdadeiramente globais (com inovações como a ligação das duas praças financeiras, Xangai e Hong Kong[6], sem falar da rede de transacções em yuans que se estende já pelo mundo), bancos multipolares ou mundiais como o banco dos BRICS ou o recente Banco Asiático de Investimentos em Infraestruturas, em relação ao qual os países europeus, depois de terem desdenhado o Banco dos BRICS, se apressam-se agora a aceitar o convite dos Chineses (primeiro Londres, seguido de Paris, Roma e Berlim) [7]… ao ponto de os Estados Unidos, depois de terem repreendido os Europeus pelo seu entusiasmo[8], se terem visto obrigados a demonstrar alguma vontade de cooperar[9]. Mesmo Israel, que se fez cortejar pelo AIIB durante as negociações com o Irão, decidiu apresentar a sua candidatura[10].
Faltava a toda esta genialidade o terreno de aplicação. A Rota da Seda fornece a primeira trama. O mundo multipolar está por construir, os biliões e biliões que circulam pelos mercados financeiros ocidentais, vão de novo ter onde pousar. Como vimos, é um verdadeiro New Deal o que nos propõem os Chineses, mas desta vez mundial. O Ocidente inventou a globalização mas é a China, e os BRICS que completam o processo e concretizam a globalidade…

2015 – O crash mundial não irá acontecer | GEAB

terça-feira, abril 01, 2014

Rota da Seda 2

Xi propõe a Angela Merkel reconstruir a Rota da Seda

Rota da Seda 2

Marc Faber: "...exports from China to emerging countries are higher than exports to the US or Europe." (The Money Morning, 31 March 2014)

A China e a Rússia querem restabelecer a Rota da Seda. Mas à cautela é também necessário reestabelecer a Rota das Índias, com um atalho terrestre chamado caminho de ferro Lobito-Nacala, que falta concluir, mas para o qual a China tem dado o seu contributo interessado.

Tal como prevíramos, estamos a caminho de um Tratado de Tordesilhas 2. 

Vai ser doloroso para os Estados Unidos reconheceram que a sua hegemonia já era, e que de ora em diante terão que deixar de tratar o planeta como uma quinta sua onde entram e saem quando querem, sem pedir licença a ninguém e deixando atrás de si, invariavelmente, países destruídos e milhões de mortos. 

A Europa, ou melhor, a Europa liderada pela Alemanha, escolheu, e por sua vez foi escolhida, quer pela Rússia, quer pela China, como aliado privilegiado de um novo equilíbrio geopolítico. Daí ser Frankfurt, e não Londres, a praça financeira escolhida para liderar na Europa a elevação do Renminbi à categoria de nova moeda de reserva mundial. Percebe-se agora o motivo de tanta espionagem sobre a Alemanha e sobre Angela Merkel por parte dos serviços secretos americanos e ingleses.

Talvez seja agora mais fácil perceber o que se tem passado na Síria, na Turquia e na Ucrânia.
 
President Xi calls on China, Germany to build Silk Road economic belt
Xinhuanet, 2014-03-30

Chinese President Xi Jinping (C) visits Duisburg in Germany, March 29, 2014. (Xinhua/Rao Aimin)

DUSSELDORF, Germany, March 29 (Xinhua) -- Chinese President Xi Jinping Saturday called on China and Germany to work together to build the Silk Road economic belt.

Xi made the remarks during a visit to Port of Duisburg, the world's biggest inland harbor and a transport and logistics hub of Europe.

He said China's proposal of building the Silk Road economic belt, based on the idea of common development and prosperity, aims to better connect the Asian and European markets, will enrich the idea of the Silk Road with a new meaning, and benefit all the people along the belt.

China and Germany, at the opposite ends of the belt, are two major economies that serve as the driving engines for economic growth respectively in Asia and Europe, Xi noted.

Rota das Índias 2


Linha ferroviária Lobito-Nacala em construção

A luta pelo controlo da Eurásia prossegue. O tesouro é, como sempre foi, imenso. O perigo de uma guerra em grande escala no Médio Oriente está na agenda dos falcões de Washington. As provocações sucedem-se. Os Estados Unidos querem fazer três coisas bem difíceis: voltar a espezinhar a Alemanha e controlar a Europa com a ajuda dos poodles ingleses, provocar uma guerra no centro-leste da Europa e/ou no Médio Oriente, para cortar o acesso de uma parte da Europa ao petróleo e gás russos, condicionando assim o acesso da China ao petróleo árabe e do Mar Cáspio e, por fim, bloquear o Estreito de Malaca à passagem dos navios chineses em direção à Península Arábica e a África. Eu diria que é uma missão impossível nesta altura do campeonato. Mas mais vale denunciar desde já o intento e travar os neocons que telepontam Obama, do que remediar.

Lisboa, Portugal e a Península Ibérica voltam assim a ser uma das placas da estratégia mundial.

Se houver dificuldades de abastecimento de petróleo e gás natural oriundos da Rússia, do Médio Oriente e de África (gasoduto Nigéria-Argélia) à Europa, se houver bloqueios marítimos a la cubana, então os portos atlânticos portugueses e espanhóis, assim como as redes ferroviárias de bitola UIC interoperáveis com as redes europeias, e a rede de autoestradas ibéricas serão cruciais para impedir uma qualquer manobra de isolamento económico da Alemanha, França, Holanda e Áustria, entre outros países do centro e norte da Europa Ocidental.

Pelo sim, pelo não, o melhor é andar depressa na rede ferroviária de bitola europeia prevista nos acordos bilaterais com Espanha (sob pena de serem os portos espanhóis a fazerem o serviço todo), aumentar rapidamente a capacidade e operacionalidade dos portos de águas profundas, e investir na reindustrialização tecnológica do país. Os fundos de investimento atolados de liquidez sem destino terão aqui uma boa oportunidade de ganhar algum dinheiro.

Nesta conjuntura perigosa, Portugal deverá assumir uma posição de neutralidade e de cooperação diplomática intensa, usando a sua vastíssima rede de proximidade cultural e política, de que fazem parte, além da Alemanha, França e Reino Unido, muitos outros países, como a China, o Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde ou Timor.

Também por tudo isto, o manifesto pela reestruturação da dívida pública portuguesa, proposto por Francisco Louçã e demais feiticeiros despesistas da macro-economia da treta, é um erro colossal.

Atualizado em: 1/4/14 11:27