quarta-feira, agosto 08, 2018

Já começou a III Guerra Mundial?

The Azov Battalion uses the Nazi Wolfsangel symbol as its logo. Its founder Andriy Biletsky (center) has moved to ban “race mixing” in the Ukranian parliament. (Azov/Twitter)

Será muito diferente da Primeira, e da Segunda...


Neo-conservatives are crazy. They think they can win a nuclear war! 
 PAUL CRAIG ROBERTS. 
Israeli arms are being sent to a heavily armed neo-Nazi militia in Ukraine, The Electronic Intifada has learned. 
ASA WINSTANLEY.
Shifting monetary systems: developed to developing nations 
The World Wars of the twentieth century had spawned a US-led monetary structure that came to dominate markets and geopolitics. In 1944, self-interested financial leaders convened at Bretton Woods to craft a monetary system centered on US and European currencies and interests. While Europe rebuilt its war-torn cities, the United States capitalized on its superpower role, and developing countries were overshadowed. 
In contrast, the twenty-first century gave rise to a financial world war. Conjured money was the weapon of choice. Fabricated funds went toward subsidizing the private banking system and buying government debt, corporate debt, and stocks. By providing the grease that kept money flowing, central bankers superseded governments—that set the cost of money and provided the confidence in ongoing liquidity—the world was their battlefield. 
NOMI PRINS, Collu$ion, How Central Bankers Rigged The World, 2018.
ASEAN, China agree 'milestone' text as basis for South China Sea talks 
SINGAPORE (Reuters, August 2, 2018) - Southeast Asian nations and China have reached a “milestone” in talks with China over a code of conduct in the South China Sea with a working text that will serve as a basis for future negotiations, Singapore’s foreign minister said on Friday.
Há qualquer coisa no ar que cheira cada vez mais a desastre, e possivelmente a guerra. Mas, tal como o colapso ecológico provocado pelas alterações climáticas, não será um acontecimento súbito, único e definitivo. Virá sim por vagas, com intervalos cada vez menores, e intensidade crescente. Para todos os efeitos, podemos datar o início da III Guerra Mundial no que quer que tenha acontecido em 11 de setembro de 2001 em Nova Iorque. Trump pode muito bem ser o líder que precipitará a segunda vaga do conflito global que ditará a forma do planeta humano depois da era dos combustíveis fósseis de alta densidade—carvão, petróleo e gás natural— e depois do esgotamento de inúmeros recursos minerais, e da extinção de milhares de espécies animais e botânicas à face da Terra.

Donald Trump, ao disparar em todas as direções lançou uma grande confusão nas relações internacionais, sobretudo na Europa e no Pacífico. Em resposta a esta perigosa desorganização do status quo internacional, a União Europeia decidiu criar proteções legais face às sanções intempestivas do presidente americano contra tudo e contra todos (salvo a sionista Israel, claro). Por sua vez, a China acaba de avançar, com vários países asiáticos, e sem os Estados Unidos, para um Código de Conduta no Mar do Sul da China, num claro desafio à hegemonia imperial americana.

Recomendo, a propósito deste verão quente, os videos que se seguem e dois livros. No seu conjunto dão-nos uma panorâmica bastante detalhada da complexidade económico-financeira, social e geoestratégica resultante do sobre-endividamento de uma super-potência em declínio: os Estados Unidos da América.

Paul Craig Roberts — Deep State and MSM Will Fight to the Death Against Trump, interview by Greg Hunter, USAWatchdog.

Steve Bannon — Steve Bannon interview with Christopher Hope, The Telegraph.

Nomi Prins — All The Presidents Bankers, 2014; Collu$ion—How Central Bankers Rigged The World, 2018.










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terça-feira, agosto 07, 2018

Portugal no fim da linha


O populismo não é uma alternativa à falência


ALFA PENDULAR — Calor leva a desmaios no Alfa Pendular e atrasos nos comboios 
TSF, 05 de agosto de 2018 - 00:24

Desta vez houve passageiros que desmaiaram. Um dia morrerá algum :(

O preço desta Geringonça que não anda de comboio, nem de Metro, será pesado.

O imparável fiasco SIRESP não augura nada de bom, como se pode perceber da leitura do texto meticuloso de Joaquim Miranda Sarmento, no ECO.

Quem compra votos a curto prazo, pagando salários imprudentes e empregando mais gente do que pode, acabará por empurrar o país para o desassossego, e para uma ditadura qualquer.

A erosão do capital público e privado corrói a estrutura do país por dentro. Quando dermos por ela, poderá ser tarde demais. Um dias destes, sem aviso, implodiremos como aqueles buracos que abrem depois de fortes chuvadas no alcatrão, engolindo tudo o que vier na sua direção.

Parafraseando um comentário que recebi na minha caixa de correio a propósito do colapso da CP, patente na interrupção do serviço Alfa motivada por avarias sucessivas no ar condicionado:

— se já perdemos, a banca para os espanhóis (Santander, CaixaBank), a eletricidade para os chineses da China Three Georges Corporation e da State Grid Corporation of China, 22,5% da Galp Gás Natural Distribuição para os japoneses da Marubeni associados à Toho Gas, 8 concessionárias e 3 parcerias público-privadas institucionalizadas no setor das águas, para os japoneses da Innovation Network Corporation of Japan, os aeroportos para os franceses da Vinci, os portos para os turcos da YILPORT, salvo o terminal de Sines, explorado pelo gigante de Singapura PSA International, a CP Carga, hoje Medway, para os suíços da MSC, e até a Casa Ramos Pinto integra hoje a francesa Champagne Louis Roederer, qual é o problema de termos a ferrovia de passageiros nas unhas de espanhois, franceses, ou alemães, se o serviço melhorar e o negócio prosperar?

Se dependesse de mim a decisão, convidaria de imediato os japoneses para tomarem conta do transporte ferroviário de passageiros no nosso país, dando obviamente prioridade aos eixos Valência do Minho-Vila Real de Santo António e Lisboa-Madrid.

Quanto mais os demagogos da esquerda falam de nacionalizações, empresas públicas, reversões das medidas da Troika, estado social e, em geral, de uma bebedeira de direitos no preciso momento em que deixou de haver recursos para os alimentar, mais o país real se vê confrontado com a perda dramática do seu património económico acumulado ao longo de décadas ou séculos, e se atola no pântano de dívidas criminosamente geradas e estimuladas por bancos e governos indígenas—de onde não é capaz de sair.

O abandono orçamental das nossas infraestruturas estratégicas, em nome das cada vez mais magras colheitas eleitorais, é um crime que vamos pagar muito caro. E até lá — nunca antes de 2030— de uma coisa estou certo: não haverá renovação estratégica, material e operacional na nossa rede ferroviária, nem um novo aeroporto de raíz em Lisboa (Rio Frio) sem investimento planeado, verdadeira dimensão económico-financeira e know how—tudo o que estruturalmente falta à nossa burguesia, e ao nosso Estado. Sem uma nova vaga de investimentos estrangeiros no nosso país, com repercussões culturais profundas no tecido laboral português, partes significativas da nossa base de convivência social começará a ruir.


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quinta-feira, agosto 02, 2018

O desespero imobiliário da esquerda

É necessário desmontar o subconsciente da esquerda pírrica

A renovação urbana rouba votos ao PCP e ao Bloco

PS, PCP e BE querem arranjar solução para contrariar veto e defender inquilinos 
Descontentes com o veto a um diploma para a qual contribuíram, os comunistas acusam o Presidente da República de "impedir que a lei entre em vigor e que proteja os interesses e direitos dos inquilinos de uma forma mais breve". Mas tanto o PCP como o Bloco ou o PS asseguram que em Setembro vão tentar encontrar uma solução para o assunto. 
Público. MARIA LOPES 2 de Agosto de 2018, 11:58
O que os dirigentes e burocratas do PCP e do Bloco querem, já sabemos, é evitar a sua rápida descida ao zero eleitoral, nem que isso signifique empobrecer ainda mais o país. Não nos esqueçamos que estes cadáveres adiados do marxismo se alimentam de pobres e remediados...

Falta agora explicar uma coisa muito simples aos inquilinos:

— a lei anti-propriedade privada do PCP, do Bloco e (será?) do PS, se chegar a ver a luz do dia, apenas estimulará ainda mais os proprietários urbanos a deixarem de ter inquilinos, substituindo o arrendamento tradicional pela figura do 'leasing' imobiliário (operações reservadas a bancos e sociedades de crédito), ou, em alternativa, pelo alojamento local temporário. Estas duas escapatórias têm, porém, um inconveniente democrático: reforçam a concentração capitalista, a internacionalização financeira do país, e a destruição, a muito curto prazo, das classes médias, entre as quais se encontram os pequenos proprietários urbanos. Ou seja, teremos cada vez menos Catarinas, e cada vez mais Robles.

Conclusão: a sanha anti-capitalista (hipócrita como sabemos) do PCP e do Bloco virar-se-à contra a própria figura do inquilino, condenando-o a uma morte prematura.

Espero bem que haja ainda energia suficiente dentro do PS (o PSD é presentemente dirigido por um paranóico sem ideias) para contrariar o desespero do que resta da tropa estalinista, maoista e trotkysta que infesta as nossas instituições democráticas burguesas.

Esta corja da putativa esquerda não pensa. Esbraceja apenas, desesperadamente, por um lugar protegido pelas receitas do fascsimo fiscal que vem destruindo o país, escancarando as suas pernas ao capital estrangeiro. É esta espécie de internacionalismo que, no fundo, no fundo, os oportunistas que se reclamaram ao longo de  quase um século do Karl Marx que raramente leram, e muito menos entenderam, espalharam nos territórios geralmente atrasados onde exerceram as suas ditaduras.


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quarta-feira, agosto 01, 2018

A Casa Alves dos Robles


O leilão do edifício da Rua Terreiro do Trigo 6 a 26 data de 2014


...mas o novo plano estratégico para a zona onde está situado este conjunto de prédios urbanos (com os números de polícia 4, 10, 12, 14, 18, 22) da Rua Terreiro do Trigo já era público em 2012. 

Quem foi, então, o gestor responsável por este Concurso de Alienação de Imóveis promovido pela Segurança Social? Como decorreu este processo? Porque houve tão poucos interessados atendendo a que esteve em causa adquirir uma propriedade única numa das zonas de especulação urbana mais explosivas da frente ribeirinha da cidade de Lisboa? E ainda, que é preciso neste escândalo para que os meios de comunicação consultem o processo de requalificação e ampliação levadas a cabo pela dupla Ligia Amaral Robles / Ricardo Amaral Robles? Houve parecer da Direção-Geral do Património? Houve reforço das estrutura do edifício, uma vez que lhe foi acrescentado um piso? Houve projeto aprovado na Câmara Municipal de Lisboa? Quem foi o arquiteto responsável? Como foi possível uma gema especulativa deste quilate ficar isenta de IMI?

A Segurança Social, a Direção-Geral do Património, a Câmara Municipal de Lisboa e a Repartição de Finanças do 3º Bairro Fiscal de Lisboa foram e são seguramente parte deste processo. Como tal, por dever de transparência, devem prestar os necessários esclarecimentos ao país.

O texto que se segue é um fragmento bem ilustrativo das necessárias medidas de planeamento urbanístico em curso na cidade de Lisboa, responsáveis por uma efetiva requalificação da sua frente ribeirinha, mas com reflexos praticamente inevitáveis sobre a valorização patrimonial da baixa lisboeta, sobre o investimento e a especulação urbanas, e ainda sobre a chamada gentrificação, quer dizer, sobre a composição social de zonas extensas da cidade. Este é um fenómeno mais antigo do que se imagina. No caso português, a sua emergência explosiva, desde 2014, tem causas diversas, que merecem análise, discussão, ponderação e realismo nas decisões. O que a gentrificação em curso não merece é aproveitamentos populistas que escondem oportunismos indecorosos, como têm sido os casos que envolveram recentemente António Costa (primeiro ministro), Ricardo Robles (ex-vereador e ex-dirigente do Bloco em conseuquência do seus atos inqualificáveis), e Catarina Martins (dirigente oportunista  e sem qualidades para prosseguir na direção do Bloco de Esquerda).

Reconquista da Frente Ribeirinha de Lisboa

Manuel Salgado
Câmara Municipal de Lisboa
dmprgu.dpru.dpeu@cm-lisboa.pt

(2012)

P11
Terreiro do Trigo/Santa Apolónia

A intervenção no espaço público da área compreendida entre o Terreiro do Trigo e Santa Apolónia, da responsabilidade da Bruno Soares Arquitectos, reconhece o potencial da zona nos circuitos turísticos da cidade e a importância de revitalizar este troço histórico da cidade. A proposta baseia- se na articulação dos diferentes espaços públicos existentes através da sua requalificação, do reforço da sua relação com Alfama e do novo desenho de áreas de circulação pedonal e viária.

Terminal de Cruzeiros de Lisboa

Figura 14. Proposta Terminal de Cruzeiros

O crescimento da actividade de cruzeiros na cidade, a par da evolução da capacidade dos navios, exigiu uma avaliação das infraestruturas existentes e a definição de um novo enquadramento desta actividade no contexto da cidade de Lisboa, tornando evidente a necessidade de dotar o porto e a cidade de um novo terminal de cruzeiros que responda às atuais exigências de conforto e funcionalidade.

No enquadramento da colaboração institucional entre APL e CML, foi lançado em Março de 2010 o Concurso Público de Concepção para a Elaboração do Projecto do Terminal de Cruzeiros de Lisboa, que prevê a instalação do novo terminal no espaço ribeirinho entre a Doca da Marinha, a estação ferroviária de Santa Apolónia e a Av. Infante D. Henrique.

A deslocação e concentração do Terminal de Cruzeiros de Alcântara para a zona de Santa Apolónia, cria uma série de oportunidades para a renovação e re- funcionalização de um espaço nobre da frente ribeirinha de Lisboa, potenciada pelas operações de valorização urbana em curso e previstas na Baixa Pombalina.

O projeto vencedor do concurso é da autoria do Arq. Carrilho da Graça e da Global Arquitetura Paisagista, Lda. A proposta consiste num edifício volumetricamente compacto, permitindo a libertação do espaço envolvente para a criação de um boulevard ribeirinho que potencia a relação da população da cidade e dos que a visitam com o Rio Tejo e os bairros históricos de Alfama, Mouraria, Castelo e Baixa Pombalina. A multifuncionalidade do espaço público traduz- se na diversidade tipológica dos espaços criados,

P12

nomeadamente: Praça do Jardim do Tabaco de enquadramento ao edifício da Alfândega de Lisboa; plano de água, evocando a antiga Doca do Jardim do Tabaco; Jardins Nordeste e Sudeste. Está ainda prevista a continuidade do percurso ciclável existente a poente, bem como a ligação ao circuito proposto para a margem oriental até ao Parque das Nações.

A construção do novo terminal de cruzeiros integra- se na quarta e última fase do processo de intervenção na área ribeirinha entre Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco. Estando concluídas a primeira e segunda fases de reabilitação e reforço dos cais entre Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco, seguir- se- á a reabilitação do molhe montante e o prolongamento do cais com novo alinhamento.

Ler este documento integral em DocPlayer

Ó Catarina!

Catarina Martins

Catarina Martins tem posição em empresa de alojamento local. 
A coordenadora do BE detém uma posição minoritária numa empresa de alojamento local gerida pelo marido e pela sogra. Explora unidades no Sabugal. Partido diz que ajuda a combater a desertificação. 
A coordenadora do BE fundou a Logradouro Lda. com o marido há quase dez anos e foi sócia-gerente da empresa até final de 2009, altura em que assumiu funções como deputada em regime de exclusividade. Atualmente, a empresa explora quatro empreendimentos turísticos e uma unidade de alojamento local no concelho do Sabugal, distrito da Guarda. 
in ECO 

Como podem os eleitores confiar na 'coordenadora' do Bloco de Esquerda, se Catarina Martins não confiou nem, ao que parece, confia no marido e nos sogros para lhes passar por inteiro a sua quota na empresa de alojamento temporário de que detinha 50% e continua hoje a deter 4%?

Se tivesse vendido integralmente a sua quota no empreendimento imobiliário familiar teria evitado expor-se, como é agora o caso, a uma justa recriminação pública face à sua patente hipocrisia político-partidária. Ou será que não pode? Quais as condições e obrigações das ajudas comunitárias que obteve?

Além do mais, como pode liderar um partido que defende o fim da propriedade privada, a saída da União Europeia e o fim do euro, e recorrer na mesma peugada a fundos comunitários para financiar um negócio de alojamento local?

Nem coerência, nem decência... Demita-se, para evitar piores danos ao Bloco e à democracia.

OPORTUNISMO E  CONTRADIÇÕES INSANÁVEIS

“Basta pensar-se que no balcão dos despejos o senhorio não precisa de nada para mandar despejar e o inquilino precisa de advogados para se defender. É um absurdo completo. Chama-se balcão do arrendamento, bem sei, mas eu pergunto se algum dos presentes achou alguma vez que o balcão servia para arrendamento”. As palavras são de Catarina Martins, em Abril deste ano. O Bloco de Esquerda defende o fim do Balcão de Arrendamentos, mas foi precisamente nesse balcão que Ricardo Robles interpôs a acção de despejo contra um inquilino com quem não conseguiu chegar a acordo. 
— in Observador

Do programa do acampamento organizado pelo Bloco de Esquerda em julho deste ano

  • “Direito à Habitação vs Gentrificação”
  • “Saída do Euro: há outra saída?”
  • “A propriedade é o roubo: debate sobre a socialização dos meios de produção”
  • “Desobediência civil: como, porquê e para quê”


— in 15º Acampamento Liberdade/ 25-30 de junho 2018/ programa

segunda-feira, julho 30, 2018

Louçã também deveria demitir-se

À fragata (NATO) NPR "Gago Coutinho", comandada pelo Comandante Seixas Louçã, foi dada ordem de fogo. Felizmente, os oficiais a bordo não cumpriram a ordem do instável militar.
Foto: Alfredo Cunha

Este Alves dos Robles infetou o Bloco de Esquerda até ao tutano!

Ricardo Robles renuncia ao cargo de vereador do BE em Lisboa
Eleito em 2017, representante do Bloco de Esquerda deixa a vereação após a polémica em torno dos investimentos imobiliários em Lisboa.
PÚBLICO 30 de Julho de 2018, 12:08
Em que posição ficam o beato Louçã, a serviçal Catarina e a ex-futura ministra Mariana? Ou muito me engano, ou a ala estalinista do Bloco (Fazenda, Rosas, etc.) vai regressar em força, o que não deixará de acelerar a caminhada deste saco de gatos pequeno-burgueses para a sua merecida irrelevância.

O sonho do degenerado trotskysta Francisco Louçã (será que ainda vegeta pela IV Internacional?) era ser vice-primeiro ministro de um Governo PS, cumprindo o desiderato revisionista que sempre o acompanhou na sua devoção marxista-leninista a Trotsky e ao senhor Mandel. Nunca percebeu a contradição em que viveu praticamente toda a sua vida. Em 25 de novembro de 1975 refugiou-se na clandestinidade em nome da segurança do partido, para logo depois expulsar os que ficaram na Rua da Palma e nos quarteis a aguentar o que então se percebia ser um perigoso, mas imparável descarrilamento da balbúrdia pré-revolucionária em curso. O país tornara-se um enorme furúnculo social, político e institucional, que consumia a velocidades estonteantes as reservas de ouro acumuladas por Salazar. A 'revolução', em suma, tomara o freio nos dentes, sendo por isso imparável. Na antiga Liga Comunista Internacionalista - LCI (uma das avós do Bloco de Esquerda) houve então quem preferisse continuar com as mãos na massa, nomeadamente dialogando com o PRP-BR, o PCP, o MDP, o MES, etc., para o que desse e viesse, mas sobretudo para impedir o pior. Louçã, filho do comandante que dera à fragata Gago Coutinho ordem de fogo contra os revoltosos na manhã de 25 de abril de 1974 quando esta se encontrava posicionada ao largo do Terreiro do Paço (1), preferiu sempre o conforto de uma subordinação estratégica a Mário Soares (e aos Estados Unidos), ainda que enfeitada com a retórica mandeliana, do que pensar honestamente nos interesses históricos do povo português. Um caso perdido.

Francisco Louçã deveria demitir-se do Conselho de Estado e do Banco de Portugal, em nome da coerência, mas também em nome da decência que tanto apregoa.

E o Partido Socialista deveria cuidar melhor da pública RTP, tomada de assalto, por dentro e por fora, por uma falsa esquerda radical, que mais não é que uma soma desmiolada de indigentes e pequenos aristocratas do regime.

Contratorpedeiro Huron das forças da NATO meteu-se entre a Gago Coutinho e a Praça.
NOTA

A ordem do “…Comandante ao chefe de Serviço de Artilharia para serem dados uns tiros para o ar, com munições de exercício” foi desobedecida, quando o oficial imediato “informou o Comandante de que os oficiais e ele próprio se recusavam a fazer fogo”. Esta atitude do oficial Imediato foi corroborada não só pelo chefe de Serviço de Artilharia, como também pelos restantes oficiais. De facto, não se verificou a execução da ordem, quer porque o Imediato teria informado, primeiro, o Comandante dessa recusa, quer porque o chefe de Serviço de Artilharia teria “inventado", depois, "problemas na artilharia", facto que, sem que o Comandante Louçã tivesse, sequer, procurado averiguar quais eram especificamente e que peças afectavam, o levou a informar o Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada da existência de problemas na artilharia que impediriam o cumprimento das ordens recebidas, embora sem justificar a natureza dos mesmos. Na verdade, a execução da ordem de fogo, em sentido estrito, só se verificaria quando e se o chefe do Serviço de Artilharia mandasse dar fogo à peça, proferindo a expressão consagrada “Fogo”!

— in FRAGATA “GAGO COUTINHO”, Esclarecimentos necessários (pdf)

Um tiro no porta-aviões do Bloco

Francisco Louçã na Vi Convenção do Bloco de Esquerda (2009)
Foto: José Goulão/ Wikimedia


Francisco Louçã já não é, de facto, um trotskysta


Se este fim de semana não destruir o Bloco de populistas e especuladores capitaneado pelo beato Louçã, então é porque o país está definitivamente perdido. Já o efeito colateral deste escândalo é simples de imaginar: o fim da Geringonça e a maioria absoluta do PS nas próximas eleições.

Miguel Esteves Cardoso (MEC), na sua crónica no Público, escreve: “A pergunta que eu faria a Ricardo Robles é esta: a quem é que ele queria vender o imóvel? Quem é que ele acha que seria capaz de pagar os 5,7 milhões de euros que ele pedia?”

Ricardo Robles não pode obviamente responder a esta pergunta, sob pena de se auto-incriminar—ideologicamente, claro. Ocorre o mesmo, aliás, às criaturas perdidas que tomaram conta do dito Bloco de Esquerda: o conselheiro Acácio Louçã, a serviçal do conselheiro, Catarina Martins, o Alves dos Robles e a ex-futura ministra Mariana Mortágua.

Eu também tenho duas perguntas de algibeira:

1. Quanto vai custar a rescisão do contrato robliano com a Christie's?

2. Onde está o projeto e o alvará (obrigatórios) que permitiram a Ricardo Robles adicionar um piso (recuado) aos prédios que comprou?

MEC está, porém, enganado, num ponto: o Roblespierre do Bloco de Especulação despejou mesmo, pelo menos, um inquilino, mandou para o desemprego quatro funcionários dum café, e acossou ainda o dono dum prédio vizinho que reclamou contra as obras de ampliação que o dito trotskysta degenerado empreendeu com os favores da Câmara Muncipal de Lisboa e da Caixa Geral de Depósitos. Até prova em contrário estas deduções e suspeitas são mais do que legítimas. São flagrantes!

Não vejo, pois, como é que a malta do Bloco vai poder continuar a socorrer esta espécie chic de Capitão Roby fascinado pela Christie's. Se a criatura continuar na Câmara Municipal de Lisboa, e no Bloco, os fiéis do bloquismo não poderão mais abrir a boca sempre que alguém lhes fizer uma das três perguntas anteriores, sob pena de se transformarem em personagens anedóticos do Little Portugal.



Pobre Mariana. Pensei que ia mais longe...

Da imprensa deste fim de semana:
“Quem é rico e tem dinheiro fica com uns bons prédios em boas áreas”, criticou Mariana Mortágua na Assembleia Municipal de Lisboa em 2014. Robles estava ao lado e já tinha comprado o prédio.
“A cidade planeada à medida dos especuladores e o respeitinho pelo capital”.  
“O pequeno comércio expulso e os últimos residentes enxotados para a periferia” pelos grandes proprietários imobiliários.  
O sector privado “que desenha a cidade e a transforma ao seu gosto, decide quem fica e quem sai.”  
Estas três frases foram ditas a 14 de outubro de 2014 por Ricardo Robles, numa reunião da Assembleia Municipal de Lisboa para criticar a reabilitação que abria caminho a fins especulativos.  
Os que o ouviam ainda não sabiam, mas cinco meses antes o deputado municipal do Bloco de Esquerda tinha vencido um leilão para comprar à Segurança Social um prédio em Alfama por 347 mil euros, que anos mais tarde colocaria à venda no mercado por 5,7 milhões de euros. Ainda hoje recusa que se trate de especulação.  
A remodelação do imóvel de Ricardo Robles - vereador do BE na Câmara de Lisboa -, em Alfama, levou a que quatro funcionários de um café ficassem sem emprego.”Podiam ter sido cinco, mas eu optei por ir para a reforma, dado que já tinha 63 anos”, contou ete sábado ao CM o gerente do Pão com Manteiga, que pediu para o seu nome não ser publicado. Adiantou, ainda, que acabou por ser “despejado” por “decisão do tribunal”, porque “não aceitou vagar” o “primeiro esquerdo” do prédio que utilizava como “armazém” e “quarto de arrumos do pessoal”. “Era o local onde eu tinha duas arcas frigoríficas. Quis aumentar-me a renda de 270 euros para 400 euros, com a condição de eu sair do andar de cima. E como eu não aceitei, ele colocou-me uma ação de despejo, que foi concretizada em outubro de 2016.”
Esta é a definição, que o Bloco sempre usou, de um despejo
O arrendatário de duas frações do imóvel de Alfama - que Robles chegou a colocar à venda por 5,7 milhões de euros, tendo custado 347 mil euros ao político e à sua irmã Lígia - afirmou também ao CM que já avançou “para tribunal com um pedido de indemnização de 120 mil euros”. “Esta verba tem a ver com benfeitorias que fiz ao longo de 28 anos de arrendamento. Os últimos tempos que passei no café foram difíceis. Pela pressão de ter de sair e pelas obras de remodelação. Havia sempre muito ruído e muito pó. Fiquei muito desgastado e decidi ir para a reforma”, vincou.