quinta-feira, dezembro 18, 2014

Uma Eurásia sem americanos

Putin e Xi Jinpping: uma aliança defensiva contra o hegemonismo americano


As placas tectónicas da Globalização separam-se a grande velocidade


China resgata a Rússia... e o resto da Europa. Quando esta descobrir que já não consegue livrar-se da armadilha em que caiu ao montar o bloqueio contra a Rússia, o general russo terá vencido mais um cerco frustrado a Moscovo!

China Prepares To Bailout Russia
Submitted by Tyler Durden on 12/17/2014 23:17 -0500
Zero Hedge

Earlier this evening China's State Administration of Foreign Exchange's (SAFE) Wang Yungui noted "the impact of the Russian Ruble depreciation was unclear yet", and, as Bloomberg reported, "SAFE is closely watching Ruble's depreciation and encouraging companies to hedge Ruble risks." His comments also echoed the ongoing FX reform agenda aimed at increasing Yuan flexibility which The South China Morning Post then hinted in a story entitled "Russia may seek China help to deal with crisis," which which noted that Russia could fall back on its 150 billion yuan ($24 billion) currency swap agreement with China if the ruble continues to plunge, that was signed in October. Furthermore, two bankers close to the PBOC reportedly said the swap-line was meant to reduce the role of the US dollar if China and Russia need to help each other overcome a liquidity squeeze.

A grande guerra financeira em curso é uma guerra em volta da hegemonia tóxica da moeda americana (cada vez mais virtual) no mundo.

A aliança entre a China ea Rússia é vital para ambos os países: a Rússia salva as suas finanças da dependência do dólar, e a China garante fornecimento de petróleo, gás natural e tecnologia militar durante 30-50 anos.

É claro que, a prazo, este estreitamento de relações na Eurásia pode e deve ser visto como uma pressão territorial da China sobre os confins desertificados da Rússia. Mais cedo ou mais tarde Moscovo terá que se virar para a Europa, a qual, por intermédio da Alemanha e da França, bem precisará de garantir os fornecimentos de gás natural e petróleo russos.

O petróleo do Médio Oriente é, cada vez mais, um jogo de roleta russa (passe o trocadilho) que não pode servir de única fonte de abastecimento da Europa Ocidental. As reservas do Mar do Norte estão a declinar rapidamente, e os EUA preparam-se para, finalmente, estabelecer uma nova relação diplomática com as Américas central e do sul, que viabilize um grande mercado energético, de recursos naturais e de produtos alimentares, industriais e serviços, independente do Mediterrâneo e de uma boa parte do Índico e do Pacífico. A Eurásia política será uma realidade até ao fim deste século.


Portugal terá que saber navegar nestes mares tempestuosos com a sabedoria de outrora.


A nossa posição geoestratégica e o nosso cosmopolitismo diplomático são e serão cada vez mais importantes. Nas linhas de junção/fratura das placas tectónicas norte-americana, euro-asiática e africana, e com relações tão estreitas ao longo dos últimos quinhentos anos em todos os continentes e mares, Portugal deberá manter todas as portas do diálogo global bem abertas. Deve posicionar-se como um dos honest brokers da imensa filigrana que medeia o embate tectónico em curso. Deve, por esta razão, atrair ao seu território capital e pessoas de todos os continentes, mantendo solidamente todas as suas alianças históricas, embora com uma cavilha bem à vista: não estamos disponíveis para fazer a guerra seja a quem for. Mas estamos disponíveis para missões diplomáticas, de socorro e paz e de engenharia.


O rublo começou a recuperar depois da China ter iniciado o resgate da Rússia

How Vladimir Putin Upset NATO’s Strategy
by Thierry Meyssan
Voltaire Network

Russia is reacting to the economic war which NATO is waging against her in the way she would have reacted in a conventional war. She allowed herself to be hit by unilateral "sanctions" in order to better lead the opponent to a battleground of her own choosing. Simultaneously, she has signed agreements with China to safeguard her future and with Turkey to disrupt NATO. As long ago, against France or Germany, her initial defeat could be the guarantee of her victory in the end.

Precisamos de outra democracia

Porque não criar um movimento disposto a salvar a democracia?

Temos que destituir este regime!


Ao contrário da Grécia, França, Itália ou Espanha, Portugal não gerou ainda qualquer alternativa ou esperança de resposta ao colapso em curso da classe média — nem de extrema-direita, nem de esquerda radical, nem de centro pragmático. As tentativas tíbias nascidas até agora (PDR, Nós Cidadãos e Livre) são promessas centristas mais predispostas a fazerem de muletas do PSD-CDS, ou do PS, do que a proporem uma realidade nova aos portugueses. O PCP —mendigo encapotado do BES e sabe-se lá mais de que outros representantes do grande capital (quem diria!)— está a resvalar perigosamente para a ilegalidade estalinista. Talvez seja o momento de lhe mostrar as tábuas da lei.

Em suma, precisamos de uma alternativa e de liderança nesta curva apertada do país.

El problema de la clase media: por qué nadie planta cara a Podemos
Esteban Hernández. El Confidencial—Blogs de Tribuna, 16-12-2014

El sistema tiende a la implosión. Llega un cambio de época, que reconfigurará el mapa político y acabará con el bipartidismo. La conclusión expuesta por José Antonio Zarzalejos el pasado fin de semana, que debería ser evidente para cualquier observador político con un mínimo de sentido común, está sorprendentemente ausente de los análisis de los partidos principales, e incluso del de algunos emergentes, como es el caso de Ciudadanos, que tampoco han reparado suficientemente en el momento crucial que estamos viviendo. 

Este artigo de Esteban Hernández faz um bom resumo do que se passa e não tem solução, a menos que seja uma solução radical, ou, pelo contrário, a implosão seguida de extinção... das classes médias em toda a Europa do sul e sudoeste, da qual poderia resultar uma espécie de nova Idade Média, tecno-fascista, com uma elite de 0,1% de capitalistas, burocratas, sindicalistas e políticos corruptos a reprimir uma demografia com mais de 100 milhões de pessoas.

Em Portugal, uma vez esgotado mais um casamento incestuoso entre 'esquerda' e direita', abençoada pelo coscuvilheiro de Belém, e com a extrema esquerda na posição tradicional de acólitos mal criados do poder, ou teremos já encontrado uma referência política que nada tenha que ver com a corja rendeira e devorista instalada, ou a perspetiva de uma pré-guerra civil poderá surgir no horizonte.

O melhor mesmo é criar um movimento da classe média —a que ainda não faliu, a falida e a que caminha para da falência— com uma só bandeira de ação: defender as classes médias da extinção anunciada!

Para tal será necessário redefinir o contrato social, será necessário mudar a ecologia democrática, será necessário fazer uma revolução institucional, será necessário, para não perdermos mais tempo com quem já não tem emenda possível, rejeitar o regime corrupto que levou Portugal até à bancarrota financeira, ética e social.

Temos um ano para colocar na agenda das prioridades políticas de 99% dos portugueses este plano de sobrevivência da economia, da democracia e da liberdade.

quarta-feira, dezembro 17, 2014

PCP, mais um DDT destinado a falir

O PCP é tão responsável pela falência do país quanto o PS e o Bloco Central


PCP afirma que se governo abandonar privatização "não há greve” na TAP


O parlamentar comunista lembrou que "comer e calar nunca foi boa solução"

O deputado do PCP Bruno Dias defendeu hoje que se o Governo abandonar o projecto de privatização da TAP "não há greve" na empresa, deplorando as "pressões, chantagens e provocações aos trabalhadores".

"Já chega de pressões, chantagens e provocações aos trabalhadores e aquilo que é preciso fazer, se o Governo não quer que haja greves, é ouvir os trabalhadores, mas ouvir e agir de forma responsável, travar a privatização. Se não há privatização, não há greve, é isto que está em cima da mesa", afirmou, no Parlamento.

Jornal i, 16 Dez 2014 - 17:56

Esta declaração do PCP prova bem a ideia que estes estalinistas de papelão têm da democracia!

Infelizmente só privatizando se poderá recuperar as empresas públicas que o PCP ajudou a destruir alegremente com esta mania de que é proprietária dos trabalhadores portugueses, mandando fazer greves como quem come perdizes na Assembleia da República, prejudicando com pontualidade e várias vezes ao ano milhões de utentes dos transportes públicos que os deputados do PCP, como o resto da corja partidária, não precisa de usar e não usa.


terça-feira, dezembro 16, 2014

TAP — Era uma vez...



Mas não foi Mário Soares que quis entregar Macau aos chineses antes de tempo?


Na fúria de vender o país a qualquer preço, o governo resolveu vender também a TAP, que é um dos grandes símbolos nacionais. Fá-lo porque só tem por objetivo obter receitas a qualquer preço. É o único critério que o move.

Contudo, a TAP é um instrumento fundamental de afirmação da nossa política interna e de todos os países lusófonos.

Este governo não tem nenhuma cultura lusófona e não entende, de todo, a importância que têm para Portugal os países independentes que falam a nossa língua. Neste mundo global, onde somos a quinta língua mais falada do mundo, perder o controlo deste instrumento de soberania que é a TAP é de extrema gravidade.

Mário Soares. "Uma greve patriótica". DN 16 dez 2014.

Não são as principais companhias aéreas do mundo, nomeadamente as americanas, privadas? Não é a Lufthansa privada? Não está a Iberia ligada à British Airways e à Vueling, e a Air France associada à KLM e à Alitalia, etc., etc.?

Não foi o gaúcho Fernando Pinto contratado, no ano 2000, pelos ministros Jorge Coelho e Pina Moura, para privatizar a TAP?

Não foi a TAP avisada ao longo dos últimos oito anos, nomeadamente por mim, sobre a necessidade urgente de uma reestruturação que a tornasse competitiva face ao novo panorama da aviação comercial pós-11S, e nomeadamente face ao ascenso inexorável das companhias de voos ponto a ponto Low Cost? Não foi escrito tantas vezes que a TAP precisava de parceiros e de uma privatização que preservasse uma presença mínima de capital português e até de capital público na futura empresa, mas que as coisas tinham que ser feitas, e que os adiamentos só tornariam as coisas bem mais difíceis?

Em que quimera vive este senhor Mário Soares?

É bom registar mais esta sua declaração do Além, para memória futura. O socratino e desajeitado Costa, apesar de ser transportado no andor da imbecilidade indígena, já deve ter as orelhas a arder!

Nota bene: Passos Coelho, através do seu secretário Sérgio Monteiro (o homem das PPP), chegou a declarar em Setembro passado que a privatização da TAP só seria efectuada depois das eleições. A ideia era transferir, como sempre os governantes que fomos tendo e temos adoram fazer, o problema para quem viesse depois. Mas entretanto ocorreu algo inesperado para alguns: o BES faliu, a Parpública foi proibida de injetar mais dinheiro dos contribuintes na TAP, e o eterno saco azul da Caixa Geral de Depósitos (que um dia será investigado) está sob forte vigilância e também não pode 'ajudar'. Numa palavra: a TAP está falida e insolvente. Desatou a vender aviões, e em breve não terá dinheiro para pagar aos seus trabalhadores, nem aos seus fornecedores, arriscando-se a ver aviões retidos num qualquer aeroporto do planeta, por falta de cash. A jogada de forçar o recém empossado presidente da Comissão Europeia, Claude Juncker, a safar os amigos portugueses não terá sucesso. O pobre deve andar bem mais preocupado em safar a sua própria pele!

Já repararm que uma greve geral na TAP durante quatro dias representa uma apreciável poupança de tesouraria — no preciso momento em que os cofres estão vazios? É que os voos Low Cost da TAP, com a estrutura de custos que a empresa tem, não pode deixar de ser uma farsa e um caso de provável sub-faturação...

POST SCRIPTUM

Republicamos a este propósito um artigo de Rui Rodrigues saído no Público em 2012

IBERIA RENDE-SE PERANTE AS LOW COST E ALTA VELOCIDADE
Público, 26 de Novembro de 2012
por Rui Rodrigues

Em Novembro de 2012, a Administração da Companhia Aérea espanhola, a Iberia, anunciou um rigoroso plano de reestruturação que vai obrigar ao despedimento de 4500 funcionários (23%), num total de 20 mil trabalhadores. Em cada três pilotos, um vai ser dispensado.

Os salários dos trabalhadores que continuam na empresa terão fortes quebras (25 a 35%), sendo congelados até 2016 e, no caso dos pilotos, os seus vencimentos terão uma redução de quase 50%. A empresa anunciou que vai encerrar as rotas que dão prejuízo e vai diminuir, no próximo ano, o número de voos em 15%, prescindindo de 25 aviões.

A data limite para terminar acordos com os Sindicatos é o dia 31 de Janeiro de 2013, pois a empresa está a ter perdas diárias de 1,7 milhões de euros, o que é uma situação insustentável.

Neste contexto, as rotas nacionais e europeias serão fortemente reduzidas ou abandonadas. Recentemente, parte deste serviço já tinha sido transferido para a sua filial Iberia Express.

O grupo IAG, a que pertence a Iberia associada à British Airways, está interessado em efetuar uma OPA a 100% à Vueling, companhia aérea de baixo custo. Será esta empresa que deverá explorar parte das rotas abandonadas. A opção de transferir uma quota do mercado das companhias tradicionais para as de baixo custo não é inédita.

A Air France anunciou, este ano, uma reestruturação que prevê transferir voos para a Transavia, subsidiária Low cost. A Lufthansa vai fazer o mesmo com a Germanwings.

A estratégia futura da Iberia passará por apostar mais nos voos de longo curso e abandonar as ligações para as cidades espanholas, que já estão ligadas à nova rede ferroviária de bitola europeia. Nas 40 rotas nacionais só duas ainda são rentáveis. Uma delas, é a ponte aérea Madrid-Barcelona, cujo tráfego caiu para metade desde o início da existência do comboio de Alta Velocidade (AV).

Tendo em conta a soma de postos de trabalho diretos, mais os indiretos que vão ser afetados, será provavelmente um dos maiores despedimentos de sempre em Espanha.

Em 2013, as alterações no espaço aéreo espanhol terão assim profundas mudanças e devem-se a várias causas. As principais são:

1.    Forte concorrência das companhias aéreas de baixo custo, Low Cost. Estas, nos 10 primeiros meses de 2012, já representavam 58,7% dos passageiros internacionais do país vizinho, estando o seu mercado mais concentrado para os destinos das Ilhas Baleares e Canárias, bem como a Catalunha. Os principais mercados emissores são o Reino Unido e Alemanha com 36,1% e 19,7%, respectivamente.

2.    O comboio de Alta Velocidade na nova rede de bitola europeia está a retirar mercado ao avião, em território continental espanhol. Nesta rede ferroviária, mais de 23 milhões de passageiros já utilizam o comboio de AV anualmente. Nos próximos anos, este valor vai aumentar à medida que mais linhas entrarem em serviço.

3.    O aumento do preço do petróleo e das taxas aeroportuárias em Barajas (112% em 2 anos), que é a principal base da Iberia.

Iremos analisar os 3 pontos mencionados.

CONCORRÊNCIA DAS LOW COST

A melhor imagem que se pode dar do mercado aéreo espanhol e do êxito das Low Cost é observar os valores do tráfego dos 10 primeiros meses do ano. De Janeiro até Outubro de 2012, considerando o mercado de Espanha para U.E.-Schengen, as companhias que mais passageiros transportavam eram:

1º - Ryanair com 11,4 milhões,
2º - Air Berlin 7 milhões,
3º - Vueling 5,1 milhões
4º lugar a Iberia com 3,6 milhões
5º - Easyjet com 3 milhões.

As três primeiras e a 5ª são Low cost. Estas posições eram impensáveis, pois, há poucos anos, a Iberia era a primeira. Muitos até diziam que as companhias de baixo custo não passavam de uma “moda” e que, mais tarde ou mais cedo, iriam desaparecer do mercado.

A gestão destas companhias aéreas Low Cost tem por objetivo reduzir os custos em todos os setores. Os gastos desnecessários são eliminados, excepto na manutenção e segurança - só existe classe turística, não são servidas refeições durante as viagens, os serviços em terra são reduzidos ao mínimo, porque a venda de bilhetes é efectuada através da internet, ou reserva via telefone, evitando intermediários.

Estas empresas geralmente utilizam um aeroporto base com baixas taxas, de onde irradiam os voos para os diferentes destinos, unindo 2 pontos entre si (ligações ponto a ponto). As tripulações, 6 pessoas por avião, pernoitam sempre na sua própria casa e raramente utilizam os hotéis dos destinos. Se se considerarem os 365 dias do ano, este procedimento permite uma enorme poupança de recursos.

Os aviões adquiridos são novos, para tirar partido da eficiência no consumo de combustível e é utilizado um só modelo, geralmente o A320 da Airbus ou o Boeing 737-800, o que possibilita uma enorme diminuição nos custos de formação e manutenção. Esta estratégia de redução dos gastos permite converter os ganhos em tarifas mais baixas.

O modelo de negócio das Low cost é mais eficaz até aos 2300 Km, desde a base em que operam. Acima deste valor, a rentabilidade do negócio é menor.

NOVA REDE DE BITOLA EUROPEIA

Está a ser construída, em Espanha, uma nova rede ferroviária de bitola europeia que já transporta mais de 23 milhões de pessoas, ligando mais de 20 cidades entre si. Os novos corredores já terminados, desde Madrid até Sevilha, Málaga, Barcelona, Valência e Valladolid, levaram à migração de milhões de passageiros do avião e viatura particular para o comboio, que agora é o modo de transporte mais utilizado, nos respetivos corredores, o que permitiu uma forte poupança de energia, pois a nova ferrovia é de tração elétrica e não depende do petróleo.

TAXAS E PREÇO DO PETRÓLEO

Nos últimos anos a AENA, empresa espanhola equivalente à ANA-aeroportos, efectuou avultados investimentos nos aeroportos de Madrid, Barcelona e Málaga, que atingiram um valor superior a 13 mil milhões de euros. Quando foram feitos os respectivos projectos, o crescimento de tráfego anual atingia uma média de 8%. Este valor levaria a que o tráfego mais do que duplicasse ao fim de 10 anos. Como o mercado diminuiu, as verbas gastas não tiveram o retorno esperado. Esta situação, obrigou a empresa a subir as taxas aeroportuárias e, de 2011 para 2013, o aumento será de 112% em Madrid e em Barcelona de 108% (fonte - AENA).

Caso se considere os custos totais para as companhias aéreas, o preço do combustível já representa 33%, as taxas aeroportuárias 12% e as taxas de navegação 6%. Os restantes 49% são outros gastos, necessários para o funcionamento das empresas (manutenção, pessoal etc).

O forte aumento das taxas em Barajas, vai levar à saída da Easyjet que ali tinha criado uma base e à redução de voos por parte da Ryanair.

A AENA está a gerir 47 aeroportos e 20 deles têm menos de 500 mil passageiros, por ano. Muitos devem ter um encerramento parcial para reduzir os custos.

Desde que as Low cost iniciaram a sua atividade, em Portugal, o seu mercado já se aproxima dos 40% e com tendência para aumentar. A TAP, seja privatizada ou não, vai ter que ser reestruturada brevemente, pois, a empresa tem tido prejuízos divulgados pela Imprensa, para além do elevado passivo acumulado. A estratégia da TAP deveria também passar pelo mercado de longo curso.

TENDÊNCIAS PARA O FUTURO

O preço do petróleo vai ser determinante nas opções futuras do mercado dos vários modos de transporte. A rodovia já paga, em vários países da U.E., quase 60% de impostos sobre combustíveis. Se os mesmos valores forem aplicados à aviação, as Low Cost estarão melhor preparadas para tal situação do que as companhias aéreas tradicionais.

As Low Cost como só efetuam ligações “ponto a ponto” desfizeram a estratégia da Iberia, que utiliza o aeroporto de Madrid como Hub. A nova rede ferroviária agravou ainda mais esta situação por ter desviado milhões de passageiros para o comboio. No futuro, o mercado vai cada vez privilegiar as ligações “ponto a ponto” em detrimento dos aeroportos Hub.

As grandes alterações que estão a ocorrer no transporte de pessoas na Europa e em Espanha permitem concluir que, para distâncias até aos 750 Km, o mercado de passageiros opta pela ferrovia e, no intervalo 750-2300 Km, cada vez mais pelas Low cost.

A quimera petrolífera da América

Estimativa da Chevron sobre as necessidades de petróleo em 2030

São precisos 200 mil milhões de barris de petróleo novo até 2030


Os Estados Unidos não conseguem produzir mais de 7,5 milhões de barris de petróleo por dia, e parecem não conseguir consumir menos de 18 milhões de barris de petróleo (+GTL e bio-combustíveis)/dia. Ou seja, a sua dependência energética do exterior tornou-se um constrangimento estrutural, ao contrário do que as balelas mediáticas sobre a "nova Arábia Saudita" e a autonomia energética americana quiseram fazer crer aos mais distraídos.

Produção de petróleo nos EUA desde 1860 — eia

Se repararmos com atenção neste mapa da produção petrolífera nos EUA, desde 1860, veremos com clareza que o pico foi atingido na década de 1970, e que desde 2008 houve um esforço extraordinário de produção (shale oil e shale gas) para compensar o peso insustentável das importações... que as ventoinhas que a Goldman Sach impingiu aos camaradas Mexia e Sócrates não conseguem compensar!

Ao contrário do que poderá parecer, todos os grandes produtores mundiais de crude e gás natural —americanos do fracking, canadianos das areias betuminosas, venezuelanos dos betumes, russos da Sibéria e do Ártico, e árabes do Médio Oriente— terão que continuar a produzir. Não podem sequer reduzir a produção em volumes significativos, sob pena de criarem gigantescos problemas para si e no resto do mundo. Acontece, porém, que quando o preço do barril desce abaixo dos 80 USD, salvo a Arábia Saudita, todos os demais produtores são atingidos duramente nas margens comerciais disponíveis, muitos deles arriscando falências inexoráveis. É o que sucederá a muitas empresas americanas que hoje exploram o petróleo e o gás de xisto se a presente quebra do preço do barril de petróleo se prolongar por mais um ou dois anos.

Petróleo acentua perdas com queda superior a 2% nos Estados Unidos
Jornal de Negócios. 15 Dezembro 2014, 16:01 por Rita Faria

Depois de ter estado a subir mais de 1,5% esta segunda-feira, 15 de Dezembro, o petróleo voltou para terreno negativo nos mercados internacionais, perante sinais de que a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) de não ajustar a sua produção será mesmo mantida.

O West Texas Intermediate (WTI), de Nova Iorque, negoceia em mínimos de Maio de 2009, com um recuo de 2,21% para 56,53 dólares, enquanto o Brent, negociado em Londres e que serve de referência às importações europeias, cai 0,82% para 61,34 dólares, um valor próximo de mínimos de Julho de 2009.



So far no decline in drilling activities in the USA
Aleklett's Energy Mix.
Posted on November 17, 2014

The increased production of oil has occurred on land with 40,000 wells giving an increase in 1,200,000 barrels per day or 30 barrels per day per well. This means that most of the newly drilled wells are needed to maintain current production levels. A reduction in rig number similar to that in 2008 would rapidly reduce oil production in the USA. To repeat in another nation a fracking boom similar to that seen in the USA is far, far in the future. The question is whether it will ever occur.


200 billion barrels of new oil production is needed by 2030
Aleklett's Energy Mix.
Posted on November 22, 2014

In around 2008 the IEA and others began to discuss the decline in production from existing oilfields. By that time we at Global Energy Systems of Uppsala University had been researching in this area for some years and, in a scientific article, showed that the rate of decline in production from existing fields was 6% per year. Since then, this has become an accepted fact and even Chevron mentioned it in their recent presentation noting that production from existing fields will fall from 80 Mb/d to 30 Mb/d by 2030. Thus, new production equivalent to 50 Mb/d is needed by 2030 just to keep overall production constant. For the period 2013 to 2030 this is according to Chevron equivalent to approximately 200 billion barrels of oil.

[...]

At today’s oil price of around $80 per barrel it is only OPEC’s production that is currently completely profitable and onshore and shallow offshore production are borderline in terms of profitability.

[...]

It is not possible to predict the actions of the main players but it is easier to predict what the outcome may be of certain actions.

The 2014 Oil Price Crash Explained
Energy Matters. Posted on November 24, 2014
by Euan Mearns

  1. If demand for oil weakens by about a further 1 Mbpd this may send the price down below $60 / bbl.
  2. If OPEC cuts supply by about 1 Mbpd at constant demand this may send the price back up towards $100 / bbl. 
  3. Prolonged low price may see LTO production fall in N America and other non-OPEC projects shelved resulting in attrition of non-OPEC capacity. This may take one to two years to work through but with constant demand, this will inevitably send prices higher again. 
  4. Prolonged low price may see many specialist LTO producers default on loans, risking a new credit crunch and reduced LTO production. This would likely lead to a major consolidation of operators in the LTO patch where the larger companies (the IOCs) pick up the best assets at knock down prices. That is the way it has always been. 
  5. Black Swans and elephants in the room – with conflict escalation in Ukraine and / or Syria-Iraq and a new credit crunch, all bets will be off.

segunda-feira, dezembro 15, 2014

Cair num novo resgate depende dos eleitores

Números de 2012 em Simon Thrope's Ideas on Economy

Cuidado com os revisionistas!


Portugal, Espanha e Grécia, embora na ordem inversa, voltam a ser os tubos de ensaio da Europa.

Os eleitores portugueses, se deixarem o PS aproximar-me dos esqueletos do estalinismo, do maoísmo e do trotskysmo revisionista, acabarão por empurrar o país para um beco sem saída, pior ainda do que o da Grécia. É que a nossa dívida total per capita é maior do que a dos gregos!

A Grécia de novo
Observador. João Marques de Almeida, 14/12/2014, 17:47

Se o Syriza chegar ao poder no início do ano, as consequências chegarão a Portugal e aos outros países do Euro. O regresso da desconfiança em relação ao Euro por parte dos mercados será o maior risco. Se isso acontecer, os países com finanças públicas mais vulneráveis – como Portugal – voltarão a pagar juros mais altos para se financiarem nos mercados. Antes que as almas mais sensíveis se indignem, convém recordar a realidade. Os governos não recorrem aos mercados por prazer, ou por razões ideológicas, mas sim por necessidade. O recurso aos mercados une a esquerda e a direita. Todos necessitam de se financiar nos mercados porque os recursos nacionais não são suficientes para pagar as despesas. E os “mercados” só emprestam com juros baixos se confiarem que os empréstimos serão pagos.

O negócio da desgraça

Massimo Carminati - apontado chefe da Mafia romana


Quando se investigar o negócio da fome não iremos encontrar coisa muito diferente...


Basta observar quanto dinheiro (mais de 1580 milhões de euros em 2015) o Orçamento de Estado português reserva para as chamadas associações sem fins lucrativos (IPSS como as Misericórdias, os bancos alimentares, as cantinas sociais, etc.), e a falta de transparência destes 'negócios' entre privados e o estado, incluindo autarquias, tudo bem administrado e oleado pelo PP, para se temer o pior. Quem trabalha no terreno fará certamente o seu melhor, e com escassos meios. Não é aqui que está o gato, mas no que não se vê...

Será uma investigação para o próximo governo, ou pode avançar já?

Deveríamos começar por exigir um PORTAL OFICIAL DA TRANSPARÊNCIA onde constassem todos os apoios públicos a privados concedidos numa base regular, bem como a publicação obrigatória dos relatórios e contas de todas IPSS subsidiadas pelo estado.

Toda e qualquer entidade beneficiária de dinheiros públicos, isenções fiscais e outros apoios que, por junto, representam enormes verbas e vantagens competitivas, deveria estar obrigada a dar conta pública da sua gestão, tal como acontece às empresas cotadas em bolsa. Não é por acaso que os anglo-saxões chamam às empresa cotadas: public companies.

Mega escândalo de corrupção abala Roma

Os cidadãos da capital italiana descobriram na quarta-feira o poder do seu último “rei”, Massimo Carminati, um ex-terrorista, neofascista e chefe da máfia local, detido na véspera no âmbito de um gigantesco escândalo de corrupção envolvendo o próprio município da cidade. De acordo com a agência AFP, Carminati foi detido juntamente com mais 36 pessoas e acusado de ser o líder da “máfia romana”, que segundo a Procuradoria operava a partir da Câmara Municipal de Roma, com o apoio de políticos, dirigentes e empresários.

Entre os detidos estão personalidades políticas e directores de empresas públicas suspeitos de terem estabelecido alianças para obter contratos milionários, fazer negócios com dinheiro público e administrar centros do município para imigrantes.

—in Tribuna de Macau, 5 dez 2014