terça-feira, fevereiro 21, 2017

Portela-Montijo


Pode explorar este mapa fazendo zoom sobre a solução Portela+Montijo

Vinci e Ryanair decidem o óbvio, mas foi preciso cair Sócrates, Salgado e estarmos endividados até ao tutano, para a realidade se impor.


A solução proposta por Rui Moreira, Rui Rodrigues e pela Blogosfera informada desde 2003 sempre foi Portela+1, ou seja Portela+Montijo. O Governo, esse, ainda anda a encomendar estudos à Goldman Sachs (certamente para pagar outras faturas...). Como afirmou Michael O'Leary, se tivessem encomendado o tal estudo à Ryanair esta manhã, tê-lo-iam pronto depois de almoço! (Negócios)

A necessidade de um novo aeroporto tem sido estudado desde o governo de Marcelo Caetano (1969). Já então se mandou proteger Alcochete, Canha e Rio Frio como possíveis zonas de construção de um futuro novo aeroporto de Lisboa (NAL). Quando a Portela deixasse de facto de chegar para as encomendas—o que, até hoje, nunca aconteceu—haveria que deslocar a principal infraestrutura aeroportuária do país para a margem esquerda do rio Tejo.

A saturação da Portela é um mito inventado por quem quis construir o NAL a qualquer preço, tendo por objetivo principal promover um grande negócio imobiliário e financeiro, sem cuidar da real necessidade de um novo aeroporto de raíz, do prejuízo que o fecho da Portela acarretaria a Lisboa, e até trazendo na algibeira a esperteza saloia de construir um aeroporto na Ota com o fito dissimulado de boicotar a expansão do Aeroporto Sá Carneiro e a criação de um verdadeiro e importante aeroporto internacional no noroeste peninsular!

Basta consultar este sítio—Online Coordination System— para se perceber que os slots da Portela, isto é, a disponibilidade para aterrar e descolar aeronaves, só estão diariamente saturados (e nem sempre) entre as 8 e as 9 da manhã, e às sextas-feiras, entre as 7 e a 8 da tarde. O resto do tempo, e é muito, sobram slots para dar e vender. Basta comparar a área verde dos mapas de disponibilidade da Portela com a de outros aeroportos por essa Europa fora para percebermos que o mito da saturação da Portela não passa mesmo de uma quimera destinada a atingir fins realmente inconfessáveis

Isto não significa que não seja útil aumentar capacidade do Aeroporto de Lisboa para acomodar mais tráfego, precisamente naquelas horas saturadas e que são muito procuradas pelos operadores: entre as 8 e a 9, e entre as 19 e as 20. Mas para isto não é necessário, nem aumentar artificialmente as operações da TAP, levando-a, como levaram, à ruína (sem TAP não há necessidade de novo aeroporto, na medida em que mais de metade dos voos de e para a Portela são voos TAP), nem prestar um persistente mau serviço de handling, nem ter atrasado a linha de Metro da Portela, na esperança de ver nascer nos seus terrenos alienados a famosa Alta de Lisboa, do senhor Ho. O truque era simples: forçar o fim da Portela, e com o dinheiro da venda dos terrenos construir o NAL da Ota, ou o NAL da Ota em Alcochete. Escusado será dizer que, entretanto, a venda da ANA à Vinci rendeu bom dinheiro ao Estado (falido), à Câmara Municipal de Lisboa e à campanha eleitoral de Fernando Medina. Ou seja, para Alcochete sobrou zero!

Em dois anos e meio a Ryanair passou de zero a 27% dos passageiros movimentados na Portela, e 41% dos movimentos. Quando o Terminal dos Flamingos no Montijo (qual Aeroporto Mário Soares!) inaugurar, a companhia irlandesa já terá ultrapassado a TAP na Portela, tal como já aconteceu em Faro e no Porto.

A solução finalmente anunciada, e por nós insistentemente defendida, acabou por ser uma não decisão deste governo (pobre Pedro Marques), que sobre esta matéria andou literalmente a vaguear, mas antes uma imposição da Vinci e da Ryanair, que o governo teve que acabar por assumir, sob pena de, não o fazendo, ver as Low Cost debandarem para outras paragens enquanto a TAP (cujas dívidas todos gostaríamos de saber onde param) definha por óbvia falta de capital e, sobretudo, de estratégia.

Eliminar a pista 17/35 seria uma asneira monumental




Só mais uma coisa: acabar com a pista 17/35 da Portela, que permite ao aeroporto ter uma das menores taxas de atrasos e desvios de voos por razões meteorológicas (FlightStats) do mundo, seria uma estupidez. Além do mais, se fosse construído um taxiway no fim da pista principal (ver mapa), por forma a não ser preciso atravessar a pista 17/35, a segurança seria largamente incrementada, e o número de movimentos poderia aumentar significativamente. Por algum motivo tanto a Portela como o Montijo têm pistas cruzadas. E o motivo é este: salvaguardar a operacionalidade dos aeroportos em caso de mudança ocasional de orientação dos ventos dominantes.

O mapa acima, que tive o prazer de editar com a solução Portela+Montijo, permite conhecer este tema com mais detalhe, e é uma alternativa às vozes das sereias que ciclicamente, a mando de interesses sempre obscuros, procuram seduzir e atrair para o precipício orçamental os mais incautos, que são muitos.

Tanto tempo perdido...

PS: ler também este post: Portela: um aeroporto seguro, e ainda o pdf sobre o prolongamento desejável do taxiway do Aeroporto de Lisboa, na Portela.


Última atualização: 27/2/2017 15:41 WET

Portugal 2020 e a ilha ferroviária portuguesa


Bitola europeia liga Espanha ao resto da Europa em 2019


Fomento pone fecha a la llegada del AVE a la frontera francesa: 2019 
El ministro de Fomento, Íñigo de la Serna, ha dicho que las obras de instalación del tercer carril entre Astigarraga e Irún, en Gipuzkoa, necesarias para la llegada del tren de alta velocidad hasta la frontera, podrían finalizar antes del verano de 2019 tras una inversión de más de 160 millones. 
El Economista, 18/02/2017

Ao contrário do que os indígenas insolventes andaram a propalar durante mais de uma década (rufando tambores contra o 'TGV'), a bitola europeia e a alta velocidade ferroviária espanhola chegarão a Irún e a França em 2019.

Ao mesmo tempo, Madrid descontinuará as ligações ferroviárias em bitola ibérica ao longo da fronteira espanhola com Portugal. deixando aos indígenas insolventes uma de duas alternativas: continuar a usar os TIR, ou passar a deixar as mercadorias nos portos secos que, entretanto Espanha começou a construir nas regiões de Salamanca e Badajoz.

A hipótese racional está agora mais longe de concretizar, pois os espanhóis cansaram-se das Cimeiras Ibéricas faz-de-conta. Ou seja, Portugal será muito em breve uma ilha ferroviária. A situação é tanto mais grave quanto o Pico do Petróleo é já assumido pelo sétimo maior banco do planeta (Forbes), o HSBC, e pela Shell—que aposta agora nas células de hidrogéneo.

O que os espanhóis conseguiram—romper a fronteira ferroviária com a França, chegando assim ao resto da Europa— os portugas que faliram Portugal, obviamente não.

Só mais uma coisinha: descontinuada a bitola ibérica em Espanha, todo o 'hardware', 'software' e capacidade técnica (antiquada) dos caminhos de ferros portugueses passarão a ter que ser gerados apenas em Portugal. Basta ver o que está a acontecer na Linha de Cascais para intuir o que tal significa...


Um dia destes, uma qualquer nova Vinci chegará a Lisboa (com capital fresco) e imporá a solução racional que deveria ter sido adotada assim que os fundos europeus decidiram financiar a chamada interoperabilidade ferroviária e a rede europeia integrada de transportes. Foram milhares de milhões de fundos e empréstimos comunitários que Portugal não aproveitou, ou derreteu em manobras, desvios e 'power points' inconfessáveis.

Mais um sub-setor dos transportes—o ferroviário— que a incúria, o populismo e a corrupção dos nossos políticos—do CDS ao PCP—colocará ao colo de um país estranegiro. A Espanha, tal como o Santander fez, aguarda pacientemente a oportunidade.

segunda-feira, fevereiro 20, 2017

A mercearia orçamental do défice




Se ao menos a economia crescesse


A mercearia orçamental da Geringonça, de A a Z, vista por Pedro Romano no blog Desvio Colossal

Detalhada explicação (independente) de como uma aliança de partidos de esquerda e extrema esquerda aplicou um programa de austeridade chamando-lhe outra coisa. Esta batota orçamental assentou em cinco pilares: 

  1. sobre-orçamentação, que deu origem a cativações, algumas delas definitivas, deixando milhares de fornecedores do Estado a penar, ou mesmo a arder, agravando a degradação de muitos serviços (escolas a meter água e sem segurança, ou hospitais sem compressas são dois exemplos relatados pelos jornais e televisões),
  2. corte drástico no invesvimento público, 
  3. atrasar e diminuir os pagamentos antecipados ao FMI, 
  4. aumentos de impostos e de receitas fiscais extraordinárias, com destaque para os aumentos seletivos e discricionários dos combustíveis,
  5. atirar a despesa da recapitalização da Caixa para 2017. 
Valeu tudo para manter António Costa no poder a que acedeu sem ganhar as eleições.

A economia cresceu em média anual, nos últimos 20 anos 1,18% (Trading Economics), e em 2016 terá andado pelos 1,4% (INE), com uma inflação mais pronunciada, um novo desequilíbro nas contas externas (mais importações do que exportações) e taxas de juros na divida pública a 10 anos em volta dos 4,2% (Expresso).

Como desde o início da Geringonça afirmei, a austeridade iria continuar, embora o esforço da mesma devesse ser distribuído de modo ideologicamente distinto. A melhoria ténue no crescimento é uma melhoria importada, e não mérito do governo. Basta pensar no turismo que fugiu para Espanha e Portugal dos horrores e instabilidade vividos no norte de África, Turquia e Médio Oriente, na fuga de reformados e futuros reformados franceses para o nosso país, ou na estratégia das companhias aéreas Low Cost, ao arrepio da estratégia ruinosa da TAP.

2017 é um ano politicamente incerto, embora os dados económico-financeiros até agora conhecidos continuem a sustentar a tendência para uma saída ténue do buraco de 2010-2012 (OCDE). O programa de ajustamento imposto pelos credores externos prossegue, embora com menos agressividade. Três factos o demonstram: 
  • Portugal continua sob o chamado procedimento em caso de défice excessivo (PDE), 
  • a Troika continuará a monitorizar de perto a economia e as finanças portuguesas até 2035, 
  • e a banca portuguesa tem uma autonomia de decisão claramente limitada pela Direção-Geral da Concorrência da UE e pelo BCE.
Tudo somado, a Geringonça tem, pelo lado das perspetivas económico-financeiras, margem de sobrevivência até ao fim da legislatura. Resta saber se a erosão eleitoral dos partidos à esquerda do PS permitirá tanta longevidade.

domingo, fevereiro 19, 2017

Very fake news



Presidente dos Estados Unidos: conferência de imprensa de 16 de fevereiro de 2017


Vale a pena ouvir esta conferência de imprensa do presidente dos EEUU (via CNN), do princípio ao fim, em vez de perder tanto tempo com o futebol, os crimes, a propaganda governamental desatinada e as selfies narcisistas do nosso presidente, um género de comunicação social terceiro-mundista que funciona como uma verdadeira engenharia social, de que nem os próprios agentes porventura têm plena consciência.

O estado de indigência da imprensa portuguesa é tal, que voltámos ao tempo em que para obter informação fidedigna temos que recorrer às agências informativas internacionais. Menos mal que existe a Internet!

Partido Liberal, ou Partido Liberal Democrático?


Será desta? O tempo urge...


É uma associação, mas ainda não é um partido. Tem membros, mas ainda não tem militantes. Tem uma visão de sociedade, mas ainda não tem um manifesto final. Um grupo de liberais — sem medo de serem acusados de “papões neoliberais” — criaram em setembro a Associação Iniciativa Liberal. O objetivo final é criar um partido liberal em Portugal, ao estilo do Ciudadanos (Espanha) ou dos Lib Dems (Reino Unido). Já começou a recolha de assinaturas para a constituição de um partido que, no espectro político, estará situado ao centro (entre o PSD e PS). 
—in “Vêm aí os liberais. Não são papões e querem criar um partido”
Observador, 14/1/2017, 9:18

O cesarismo bicéfalo saído do impasse das últimas eleições legislativas, que deu origem a um governo minoritário dependente do poder legislativo, ferindo gravemente o equilíbrio dos poderes constitucionais, esgotou-se mais cedo do que eu previa. Nem o primeiro ministro, nem o presidente da república estão à altura das cicunstâncias. Em breve colapsará.

O pântano partidário onde Portugal está mergulhado só mudará se houver um novo partido parlamentar em cena, com ideias novas, princípios firmes e coragem. O oportunismo de curto prazo e a falta de ética e transparência tornaram-se o principal guia comportamental da partidocracia instalada. Nem o PCP, nem o Bloco, escapam a esta teia de corrupção.

A omnipresença propagandística dos partidos nos meios de comunicação social tornou-se asfixiante.

Os resultados para o regime, ao fim de quase quarenta anos de democracia populista e clientelar, são sobejamente tristes:
  • a perda para o exterior de 70% do nosso sistema bancário e financeiro e a submissão do único banco público existente a um apertado controlo por parte das instituições credoras; 
  • a alienação das principais empresas estratégicas portuguesas, da energia às telecomunicações, dos aeroportos aos portos, e até de algumas concessões hospitalares e rodoviárias, aos chineses, espanhóis, angolanos e franceses. No caso da Vinci, participada pelos árabes do Qatar, o grande patrono dos Clinton e do Estado Islâmico! 
  • vinte anos a crescer menos de 0,5% ao ano, com uma dívida acima dos 130%, e uma emigração como não se via desde os anos 60 do século passado, então sobretudo causada por uma guerra colonial travada em três frentes;
  • uma população envelhecida e com as poupanças exauridas pela especulação, pelo engano político, por um estado burocrático e partidário insustentável, e pelo fascismo fiscal;
  • em suma, um país falido que só não cairá numa nova ditadura, de direita ou de esquerda, enquanto estiver protegido pela União Europeia e pelo Banco Central Europeu.
O pensamento liberal, na aceção de um pensamento político estruturado e claro, existe, mas falta-lhe voz pública e organização. Quanto mais se atrasar, mais difícil será sairmos do estado exangue em que a nossa democracia se encontra.


REFERÊNCIA

Manifesto Liberal

sábado, fevereiro 11, 2017

António Maria, Tinto

António Maria—Tinto 2011


Quem diria que este blog tem um irmão gémeo em modo vínico;) 

Há que prová-lo!


O António Maria tinto é um vinho que tem o nome deste blog e que serve muito bem para remunerar os neurónios e as papilas gustativas do seu autor. Se me lê com regularidade aqui vai uma sugestão para patrocinar a minha enoteca, sempre exaurida de boas pomadas.

PS: há quem afirme que a relação preço-qualidade deste vinho deixa algo a desejar. Mas este é, creio, um dos problemas da maioria dos vinhos alentejanos. Tiques latifundiários.

terça-feira, fevereiro 07, 2017

Depois do crescimento

demografia mundial
Em todas as áreas azuis a população deixou de crescer e envelhece.


Estagnação demográfica, envelhecimento e o fim da energia barata.


Olhando para o gráfico da demografia mundial entre 1961 e 2015, verificamos que a taxa de crescimento começou a cair em 1969 (2,1%), estando em 2015 nos 1,18%. No entanto, a população continua a crescer, sobretudo no continente africano.

As regiões com maior rendimento per capita do planeta—Estados Unidos, Canadá, Europa ocidental, Austrália, Japão—estão em processo de envelhecimento acelerado e estagnação demográfica. Mas não só: China, Brasil e Rússia, por exemplo, encontram-se em situação semelhante. O crescimento demográfico em países como o México, ou na América do Sul à exceção do Chile e Brasil, em França, na Arábia Saudita e Turquia, no Casaquistão e na Mongólia, Índia, Paquistão, Malásia, Indonésia e Nova Zelândia, situa-se entre os 2 e os 3 filhos por mulher, havendo assim nalguns destes países renovação geracional efetiva. Só em África se verifica ainda aquilo a que poderíamos chamar uma explosão demográfica, sobretudo nas regiões subsarianas e no centro do continente.

África já é o segundo continente mais populoso do planeta, depois da Ásia central e do sul. Até 2030 terá mais 493 milhões de pessoas (passando dos atuais 1.186 milhões para 1.679 milhões), e em 2050 haverá mais 1.292 milhões do que hoje, ou seja, o continente africano terá então uns 2.478 milhões de almas. Se pensarmos apenas nos grandes países de língua portuguesa, em 2030 Brasil terá +20 milhões de pessoas (207.848 > 228.663), Angola, +14 milhões (25.022 > 39.351), e Moçambique, +13 milhões (27.978 > 41.437).

Olhando para o mapa acima percebe-se até que ponto os países que deixaram de crescer demograficamente (a Península Ibérica, se nada fizer, perderá 700 mil pessoas até 2030), ou acolhem população jovem de outros continentes, ou morrem de velhos, provavelmente no meio de grandes convulsões sociais. Falta, porém, saber como programar o inadiável rejuvenescimento destas sociedades demograficamente estagnadas, sem causar dramas como os que hoje afligem a Europa, lançando os países numa corrida populista em direção ao abismo. Precisamos de discutir sem complexos estes temas.

Uma das origens da estagnação demográfica e económica é o fim da energia barata, bem como de outras matérias primas que, tal como o petróleo e o gás natural, só são baratas se forem abundantes e de fácil acesso. Durante algumas décadas o endividamento público e privado escondeu a realidade dos preços, ou seja, que os recursos necessários à economia e à vida das pessoas se tornaram demasiado caros quando comparados com os rendimentos declinantes do trabalho. Hoje, com as bolhas financeiras a rebentarem por toda a parte, o crescimento real praticamente estagnado, desemprego e falta de novos empregos, percebe-se que a queda da procura agregada mundial veio para ficar (ainda que possa aumentar até 2030-40, moderadamente, pelo efeito induzido pelo crescimento da população mundial) e vai impor alterações radicais nas sociedades. Poderá mesmo interromper a globalização competitiva baseada no desenvolvimento assimétrico, provocando o regresso das soberanias nacionais. Também neste ponto há necessidade de abordar os temas com imaginação, nomeadamente no que toca à sempre possível fragmentação da União Europeia e do euro. A este propósito, o Brexit, por um lado, e a experiência alemã, por outro, serão provavelmente os melhores observatórios para acompanhar este problema e esta discussão. 

Algumas ilusões tecnológicas devem, entretanto, ser afastadas da nossa imaginação e sobretudo da nossa agenda política. Uma destas ilusões é a das energias renováveis. A outra é a de que o nosso maior problema são as alterações climáticas, as quais, por sua vez, legitimam a corrida ruinosa pelas energias eólica e fotovoltaica, ou a criação de novas bolhas especulativas, como o chamado mercado das emissões de carbono. Finalmente, a ideia de substituir tabalho humano por máquinas inteligentes não é nova e acelera há alguns anos na vertente informática, da inteligência computacional e da robótica. Esta aceleração poderá resolver alguns problemas associados ao envelhecimento e à estagnação demográfica, mas padece do mesmo mal que as indústrias tradicionais: precisa de muita energia, e se esta for cara, os produtos finais, sejam estes de natueza material ou imaterial, serão igualmente caros, mantendo-se assim a tendência já instalada e de longo prazo (60 a 100 anos) para a quebra acentuada da procura agregada mundial. No entanto, a combinação entre conhecimento e crise poderá ser a mistura necessária para uma transição pacífica das sociedades perdulárias, agonísticas e desiguais contemporâneas em direção a uma ordem social mais equilibrada. Veremos...


REFERÊNCIAS




Policy Makers, like Generals, Are Busy Fighting The Last War
Econimica, Saturday, January 21, 2017

1. The Global Population of Young (Future Consumer Base) Ceased Growing...30 Years Ago.

2. The Worlds Population is Still Growing Due to a Surge in the Elderly Living Longer and High African Birthrates Offsetting Global Depopulation of Young.


The “Wind and Solar Will Save Us” Delusion

The “Wind and Solar Will Save Us” story is based on a long list of misunderstandings and apples to oranges comparisons. Somehow, people seem to believe that our economy of 7.5 billion people can get along with a very short list of energy supplies. This short list will not include fossil fuels. Some would exclude nuclear, as well. Without these energy types, we find ourselves with a short list of types of energy — what BP calls Hydroelectric, Geobiomass (geothermal, wood, wood waste, and other miscellaneous types; also liquid fuels from plants), Wind, and Solar.

Unfortunately, a transition to such a short list of fuels can’t really work. These are a few of the problems we encounter:

[1] Wind and solar are making extremely slow progress in helping the world move away from fossil fuel dependence.

[2] Grid electricity is probably the least sustainable form of energy we have.

[3] Our big need for energy is in the winter, when the sun doesn’t shine as much, and we can’t count on the wind blowing.

[4] If a family burns coal or natural gas directly for winter heat, but then switches to electric heat that is produced using the same fuel, the cost is likely to be higher. If there is a second change to a higher-cost type of electricity, the cost of heat will be even greater. 

[5] Low energy prices for the consumer are very important. Unfortunately, many analyses of the benefit of wind or of solar give a misleading impression of their true cost, when added to the electric grid. 

[6] If we want heat in the winter, and we are trying to use solar and wind, we need to somehow figure out a way to store electricity from summer to winter. Otherwise, we need to operate a double system at high cost.

[7] There are a few countries that use an unusually large share of electricity in their energy mixes today. These countries seem to be special cases that would be hard for other countries to emulate.

[8] Hydroelectric power is great for balancing wind and solar, but it is available in limited quantities. It too has intermittency problems, limiting how much it can be counted on. 

[9] If we need to get along without fossil fuels for electricity generation, we would have to depend greatly on hydroelectric power. Hydro tends to have considerable variability from year to year, making it hard to depend on.

[10] There has been a misunderstanding regarding the nature of our energy problem. Many people believe that we will “run out” of fossil fuels, or that the price of oil and other fuels will rise very high. In fact, our problem seems to be one of affordability: energy prices don’t rise high enough to cover the rising cost of producing electricity and other energy products. Adding wind and solar tends to make the problem of low commodity prices worse.   

[...]

If we want to operate a double system, using wind and solar when it is available, and using fossil fuels at other times, the cost will be very high. The problem arises because the fossil fuel system has many fixed costs. For example, coal mines and natural gas companies need to continue to pay interest on their loans, or they will default. Pipelines need to operate 365 days per year, regardless of whether they are actually full. The question is how to get enough funding for this double system.

[...]

A different pricing system that works much better in our current situation is the utility pricing system, or “cost plus” pricing. In this system, prices are determined by regulators, based on a review of all necessary costs, including appropriate profit margins for producers. In the case of a double system, it allows prices to be high enough to cover all the needed costs, including the extra long distance transmission lines, plus all of the high fixed costs of fossil fuel and nuclear power plants, operating for fewer hours per year.

Of course, these much higher electricity rates eventually will become unaffordable for the consumer, leading to a cutback in purchases. If enough of these cutbacks in purchases occur, the result will be recession. But at least the electricity system doesn’t fail at an early date because of inadequate profits for its producers.

Conclusion

The possibility of making a transition to an all-renewables system seems virtually impossible, for the reasons I have outlined above.


Exposed: How world leaders were duped into investing billions over manipulated global warming data 

PUBLISHED: 22:57 GMT, 4 February 2017 | UPDATED: 15:12 GMT, 5 February 2017

The Mail on Sunday today reveals astonishing evidence that the organisation that is the world’s leading source of climate data rushed to publish a landmark paper that exaggerated global warming and was timed to influence the historic Paris Agreement on climate change.
A high-level whistleblower has told this newspaper that America’s National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) breached its own rules on scientific integrity when it published the sensational but flawed report, aimed at making the maximum possible impact on world leaders including Barack Obama and David Cameron at the UN climate conference in Paris in 2015.

[...]

In an exclusive interview, Dr Bates accused the lead author of the paper, Thomas Karl, who was until last year director of the NOAA section that produces climate data – the National Centers for Environmental Information (NCEI) – of ‘insisting on decisions and scientific choices that maximised warming and minimised documentation… in an effort to discredit the notion of a global warming pause, rushed so that he could time publication to influence national and international deliberations on climate policy’.

[...]

Dr. Bates revealed that the failure to archive and make available fully documented data not only violated NOAA rules, but also those set down by Science. Before he retired last year, he continued to raise the issue internally. Then came the final bombshell. Dr Bates said: ‘I learned that the computer used to process the software had suffered a complete failure.’
The reason for the failure is unknown, but it means the Pausebuster paper can never be replicated or verified by other scientists.


Harnessing automation for a future that works
By James Manyika, Michael Chui, Mehdi Miremadi, Jacques Bughin, Katy George, Paul Willmott, and Martin Dewhurst
McKinsey report

The automation of activities can enable businesses to improve performance by reducing errors and improving quality and speed, and in some cases achieving outcomes that go beyond human capabilities. Automation also contributes to productivity, as it has done historically. At a time of lackluster productivity growth, this would give a needed boost to economic growth and prosperity. It would also help offset the impact of a declining share of the working-age population in many countries. Based on our scenario modeling, we estimate automation could raise productivity growth globally by 0.8 to 1.4 percent annually.


Atualização: 24 fevereiro 2017, 12:02 wet