segunda-feira, setembro 26, 2011

O Transiberiano

Não é o TGV, estúpido! Chama-se AVE, ou LAVE, e o que importa não é a velocidade, mas a prestação. 

Só mesmo os idiotas da nossa merdiacracia não conseguem ler este gráfico.
Podemos imaginar as centenas de milhões de euros o que os franceses irão ganhar com as ecotaxas
até que o albergue ibérico perceba que não tem dinheiro para o petróleo.

Se Portugal quiser ter poder negocial para defender o Corredor Atlântico, teria que avançar já com o novo troço Poceirão-Caia — Rui Rodrigues.

No dia 7 de Julho de 2011, o Primeiro Ministro Passos Coelho, numa reunião com o presidente da CIP e o seu homólogo espanhol, informou que o projecto da nova rede de bitola europeia estava a ser reavaliado. No dia 17 de Agosto, reuniram-se, em Madrid, o Ministro da Economia de Portugal, Álvaro Santos Pereira, e o Ministro de Fomento de Espanha, José Blanco. Após este encontro, foi efectuada uma declaração conjunta de que se destacam os seguintes pontos:


1.Os dois Governantes consideraram como um objectivo estratégico prioritário o desenvolvimento do transporte ferroviário de mercadorias em bitola europeia, para aumentar a competitividade das exportações de ambos os países para o resto da Europa, permitindo, ao mesmo tempo, a ligação dos portos e plataformas logísticas portuguesas e espanholas [...]

2.Em relação à linha de Alta Velocidade Lisboa-Madrid, o Governo português manifestou a sua intenção de se pronunciar sobre este projecto nos finais de Setembro, após ter reavaliado a sua viabilidade económico-financeira.

3.Finalmente, ambos os ministros reafirmaram a sua vontade de manter a máxima coordenação em relação à próxima definição das Redes Transeuropeias de Transporte, integradas no novo pacote financeiro 2014-2020.

—in "Novo corredor ferroviário do Atlântico é estratégico para Portugal". Rui Rodrigues, O Público/ Carga&Transportes.

Estamos na ponta final do debate mais estúpido que houve em Portugal nos últimos oito anos: o debate do TGV.

Desde logo a notação pejorativa do acrónimo (Train à Grande Vitesse), para evitar usar o acrónimo de Alta Velocidad Española (AVE), ou até o acrónimo lusitano entretanto engendrado: LAVE (Linha de Alta Velocidade), serviu para desvalorizar sistematicamente um debate estratégico essencial, em nome das pequenas rivalidade regionais desmioladas, e depois, muito mais gravemente, em nome dos inconfessáveis interesses do lóbi da Ota em Alcochete, e do lóbi das autoestradas falidas à nascença. Tudo serviu para tentar sabotar um dos poucos projectos que poderá mitigar os altos custos energéticos da nossa economia — e criar emprego durável e qualificado.

Outro projecto nesta necessária direcção seria opor ao buraco negro das barragens assassinas do senhor Mexia e Cª (no mínimo 3x maior do que o da Madeira!) um vasto e radical programa de eficiência energética nos lares, nas cidades e nas empresas.

Basta olhar para as estatísticas sobre o transporte de mercadorias de Portugal, e da Península Ibérica, para o resto da Europa, e perceberemos de imediato até que ponto é inevitável relançar o transporte ferroviário eléctrico, e no futuro electromagnético, em toda a Ibéria, começando por substituir, a passo acelerado, as vias férreas em bitola ibérica por novas vias em bitola UIC (a dita bitola europeia).

Estes são, aliás, dois exemplos paradigmáticos do que este governo terá que fazer se quiser sobreviver até ao fim da Legislatura.

Estes dois projectos, tal como a recuperação do tecido apodrecido das cidades, permitem fazer aquilo que só um Governo pode fazer: assumir, perante a enorme crise que temos pela frente, o papel de um verdadeiro empregador de última instância (leiam, senhores economistas, o Minsky!), cuja acção poderá rapidamente relançar o tão desejado crescimento do PIB.

Em vez de perpetuar o excesso inútil e prejudicial de burocratas, em vez de subsidiar a indigência, ou de alimentar burros (perdão, gestores) a Pão de Ló, em vez de oferecer a poupança dos portugueses aos bancos para que os especuladores alapados, em vez de irem para a cadeia, continuem a derreter a riqueza produzida, o Estado tem afinal uma missão a cumprir: liderar o novo impulso de crescimento!

Já que deixou de ser o credor de última instância, que seja, pelo menos, in extremis, o empregador de última instância — mas para produzir algo que se veja, que possa reproduzir a riqueza, em vez de a consumir na fogueira bestial das vaidades, e do consumismo injectado.

O Governo português comprometeu-se com outro governo, o espanhol, e com a Comissão Europeia, a construir (digo bem, construir) quatro linhas férreas em bitola europeia para ligar Portugal a Espanha e ao resto da Europa, abrindo deste modo uma alternativa de futuro ao inevitável e próximo declínio do uso intensivo do petróleo, e portanto do transporte rodoviário como modo dominante de mobilidade de pessoas e mercadorias. No caso da ligação Pinhal Novo-Caia, a menos cara e com maior rentabilidade potencial, ligará as duas capitais ibéricas (mais de 10 milhões de pessoas) e os portos de Lisboa, Setúbal e Sines ao nosso principal parceiro comercial.

Mas mais: pressionará grandemente os espanhóis a darem prioridade ao Corredor Ferroviário Atlântico, que é o que mais convém a Portugal: França-Irun-Valladolid-Medina del Campo, e daqui para três direcções distintas: 1) Vilar Formoso-Aveiro-Eixo Norte-Sul (incluindo o porto de Leixões) em Portugal, 2) Galiza, 3) e Madrid, por Ávila, em Espanha.

Ninguém pede que o governo português compre comboios. Apenas que construa as linhas férreas, a respectiva alimentação e o sistema de sinalização. A exploração das linhas deverá ser entregue ao sector privado concorrencial, onde não faltam protagonistas, nem ideias novas. Basta pensar no que empresas como a Ryanair e a easyJet, na linha do que a Virgin fez no Reino Unido, poderão fazer de diferente da nossa indolente, despesista e clientelar CP.

Escrevi provavelmente mais de uma vintena de textos sobre este assunto. O último artigo de Rui Rodrigues é um apelo desesperado ao bom senso. Esperemos que o actual governo o tenha.

POST SCRIPTUM

TGV-Marrocos em 2014-2015



 Até Marrocos percebeu a tempo a importância da nova ferrovia de grande velocidade. Só o lóbi pirata do embuste da Ota em Alcochete (Cavaco incluído) tentou, até ao último momento, sabotar a ligação de Portugal à rede europeia de alta velocidade. Felizmente, perdeu!

O TGV marroquino ligará, a partir de Dezembro de 2015, os duzentos quilómetros que separam Casablanca de Tanger, com paragem na capital, Rabat, em 02h10mn. Quatorze comboios, com carruagens de dois pisos, transportarão 1066 passageiros por viagem, prevendo-se uma procura de oito milhões de passageiros por ano. Este eixo da rede de Alta Velocidade Ferroviária marroquina —o chamado Eixo Atlântico (o mesmo por que Portugal terá que bater-se em 14 de Outubro!)— ligará no futuro a cidade-porto de Tânger —o segundo porto de águas profundas, com Algeciras, de entrada na Europa das mercadorias provenientes da América— ao maior porto de pesca de sardinha do mundo, Agadir, passando pela principal cidade turística do país: Marraquexe. A isto chama-se visão e sentido de oportunidade estratégicas. Se a corrupção marroquina impede o desenvolvimento, como dizem por aí, então eu, português de gema e provavelmente judeu, quero ser mouro! Preço estimado do projecto: 20 mil milhões de dinares (ao câmbio de hoje: 1 789 520 000 euros).

Enquanto os franceses da ONCF tratam de Marrocos, os espanhóis ganharam o concurso do TGV da Arábia Saudita. Será que os alemães farão o TGV da Líbia? Ainda um dia teremos que pedir responsabilidades a quem fechou a Sorefame, e a todos os que zombaram, do alto da respectiva ignorância, ou de compromissos corruptos, o maldito "TGV"!

ÚLTIMA ACTUALIZAÇÃO: 29-09-2011 16:47

Portugal dos Pequenitos - 8

Afinal quem são os "indígenas"?

Deixando de lado as ideias de Sousa Tavares, que valem apenas o papel onde se embrulham, Vasco Pulido Valente retoma a velha teoria sobre os culpados do descalabro português, sacudindo a água do capote da sua geração, a dos sessenta anos e que em 25 de Abril andavam na casa dos trinta, portanto já estudados, formados e empregados.

VPV acha que a sua geração, afinal, logo que chegou a alvorada da liberdade de Abril de 74 “tentou tudo para a suprimir”, depois de a ter ansiado. “Assistiu, calada, ou mesmo se juntou, à louca procissão do PREC, em nome de uma doutrina que não percebia e de uma sociedade em que nunca aceitaria viver.”

Mas diz ao mesmo tempo que “a ausência do que tinha sido o movimento estudantil entre 1960 e 1974 no Governo e nos partidos entregou o poder a uma série de arrivistas, que não o tornaram a largar.”

Ora é aqui que a porca torce o rabo. Então a “geração estudantil de 60 a 74” não teve nada a ver com os governos e partidos correlativos? — in Os idos de 60, por José, Porta da Loja.

Parece que Vasco Pulido Valente tentou desculpabilizar a sua geração pela tripla bancarrota sucessiva do país, nos últimos 30 anos. Logo ele, que tanto ridicularizou os "indígenas" galaico-lusitanos!

Se preferirem, posso substituir a expressão "bancarrota sucessiva" por declínio escandaloso de uma democracia populista, incestuosa e corrupta até ao tutano. Na verdade, a guerra colonial insustentável (que durou de 1961 a 1974) conduziu ao desgaste inexorável das elites militares (nomeadamente do Quadro Permanente de Oficiais, sobretudo as oriundos da Academia Militar), que acabaram por conspirar e derrubar uma ditadura exangue que, nem o movimento estudantil, nem as Oposições verbais, tinham força, ou sequer estratégia inteligente, para derrubar. Mas quem derrubou a ditadura —os chamados "Capitães de Abril"—, apesar do apoio popular que obteve de imediato, e das instrumentalizadas ideologias marxistas-leninistas requentadas que o movimento estudantil e o Partido Comunista exportaram para a cacafonia do PREC, acabaria por ceder o poder à fraca Oposição anti-Salazarista, que apressadamente se foi metamorfoseando em partidos, sindicatos e numa crescente burocracia que não mais largaria o poder e o espaço público, até que o cancro da perda acelerada de soberania se revelou em toda a sua trágica dimensão: a bancarrota evidente de Portugal. Se a Eurolândia sobreviver, perderemos boa parte da nossa soberania (é o preço a pagar pelo calote cometido); se a Eurolândia não sobreviver, perderemos ainda mais depressa a nossa soberania, e neste caso, se vier a ocorrer, os credores entrarão pelo país dentro como a Índia, em Dezembro de 1961, entrou por Goa, Damão e Dio — sem cerimónia, nem aviso!

O problema maior de Vasco Pulido Valente, do Miguel Sousa Tavares e de muitos outros comentadores da coisa pública, é que não são analistas, não estudam a verdadeira mecânica do mundo actual, das economias e das nações, e têm horror intelectual aos pormenores. Sabem coisa nenhuma de finanças, de política económica, de mobilidade e transportes, de demografia, e se isto não bastasse para os desqualificar como leituras recomendáveis, detestam o estrangeiro e o mundo como qualquer dos "indígenas" ignorantes e brutos que criticam. Querem lá saber, o Vasco, o Miguel, o Marcelo, e todas as suas réplicas, de geografia e estratégia!

Para a maioria dos nossos jornalistas intelectuais, o que importa acima de tudo é a coscuvilhice entre-portas, a fulanização do texto, a qualidade literária dos adjectivos. Escrúpulo analítico e atenção aos factos e às séries estatísticas nunca os preocuparam. Posam para a história esquecendo que esta mesma vem sendo destruída pela superficialidade bacoca e complacente da nossa fraca inteligência nacional.

Que nos valham, uma vez mais, e agora, se possível, mais profundamente, os estrangeirados, os emigrantes e os novos portugueses que percorrem o mundo como a sua própria casa — pequena, cada vez mais familiar, e onde é urgente tecer uma nova ordem de inteligência, justiça e equilíbrio económico global. Portugal são os Portugueses, e não a dúzia de seitas que, julgando-se donas do país, nos conduziram de novo à vergonha. Sobreviveremos, sim, mas para não demorarmos mais tempo do que o necessário, seria bom reformar compulsivamente a corja responsável pelo descalabro, começando por desfazer as antinomias da sua fraca retórica.

PS: regressei a Lisboa e à minha praia de Carcavelos, para voltar de novo ao Porto e ao Douro no final desta, ou da próxima semana. Que lugares tão irresistíveis, e tão estranha gente.


quinta-feira, setembro 22, 2011

Portugal dos Pequenitos - 7

Um rei decente, por favor!

A criatura hirta de Belém —o calculista medíocre de nome Aníbal Cavaco Silva—faz cada vez menos falta ao actual ordenamento constitucional. Obscuro, atado a compromissos, conveniências e dívidas eleitorais, caríssimo e inútil centro de custos sem retorno positivo que se veja, bem poderia ser substituído por qualquer coisa chic e criativa. Porque não reinstaurar por via referendária uma monarquia constitucional avançada?

Aos que argumentam com as vantagens da transparência democrática republicana, respondo com factos: a actual democracia portuguesa é populista e corrupta como a primeira que deu em ditadura, e assenta numa imprestável e ilegítima monarquia clandestina, amanhada como uma nomenclatura medieval, medíocre, endogâmica, nepotista, onde nenhum cidadão tem acesso pela via efectivamente democrática, mas apenas por vontade da colegiata republicana — pela via normal, a maçónica, ou pelas vias bastardas, opusdeica, partidária ou simplesmente criminosa. Em todo o caso, sempre por caminhos radicalmente opostos ao da transparente genealogia monárquica.

Repito, pois, uma recomendação a Duarte Pio: prepare o Afonso para o que der e vier!

A democracia cognitiva e tecnológica do futuro poderá reencontrar na monarquia uma forma de representação do poder bem mais decente do que as decadentes, corruptas, populistas e cada vez mais estúpidas democracias actuais.

sábado, setembro 17, 2011

Portugal dos Pequenitos - 6

Buracos, buracões e descarados

Joe? Hello?
Por uma vez, Miguel Sousa Tavares atacou alguns males há muito denunciados na Blogosfera, nomeadamente o embuste em forma de patuá do chamado Joe Berardo e a teia de manifesto abuso de poder, manipulação e mais do que verosímil corrupção que envolve esta testa de ferro agraciada desde Mário Soares, sabe-se lá por que excelsas motivações...


Embuste das barragens
Já agora MST, escreva lá alguma coisinha sobre o colossal embuste chamado EDP, associado ao Ponzi furado das eólicas, às novas barragens, assassinas, que nenhuma mais valia trarão ao país, e ao negócio da privatização do uso da água. É que o buraco do palhaço contente da Madeira é apenas 1/16 do buracão do grande roubo que o oligopólio energético planeou com os piratas "socialistas" do corrupto consulado de José Sócrates. Para já falou-se de 30% de subida geral no custo da energia, por causa do défice tarifário, de tudo o que os bandidos fiscais da governação atrelam ilegitimamente à factura de um bem essencial (nomeadamente os órgãos de propaganda governamental RTP/RDP/Lusa), mas também de dois dos maiores roubos planeados ao bem público: a Lei da Água e o negócio das novas barragens — que tem três objectivos prioritários: aumentar artificialmente os activos das empresas energéticas (essencial para ajudar a garantir o acesso ao mercado bolsista de empresas tão sobre-endividadas quanto a EDP); controlar as reservas de água do país (colocando-as eventualmente no mercado de derivados responsável pelo caos financeiro actual); e substituir importações de energia na hora de ponta, sem, no entanto, aumentar realmente a produção energética, como ficou demonstrado pelo recente estudo de Joanaz de Melo.

O senhor Guilhermino quer rebentar com a ANA antes da privatização!
Como é possível o governo deixar o irresponsável que outros colocaram no poleiro da ANA inundar de contra-informação o país com fantasias sobre os investimentos desta empresa, ainda 100% pública, até 2015, quando a privatização da mesma está agendada para 2012? O comissário político Guilhermino, obviamente deslocado, deveria ser objecto de um inquérito minucioso sobre os prejuízos que já causou ao turismo de Lisboa, Porto e Madeira pelos sucessivos atrasos impostos à entrada das Low Cost no nosso país, e ainda pelo camelo branco que é o aeromoscas de Beja, onde à época se afiançou que a TAP iria, no mínimo, estacionar as aeronaves que atravancam o espaço da Portela?

Post scriptum
Continuo em plena imersão na realidade palpável do país, mais precisamente pelo norte do país. Escrevo este post graças à rede Wi-Fi da Frei Tuck, na Rua Damião de Góis (Porto), uma franquícia de padarias-cafetarias onde pontifica a qualidade do fabrico, a atenção ao cliente, a limpeza e o conforto. Tudo o que um escritor fora de água pode desejar! Segunda Feira sigo para Oliveira do Douro, para saber como vão as vindimas, e as florestas de pinho.

sexta-feira, setembro 16, 2011

Portugal dos Pequenitos - 5

A Madeira tornou-se numa jangada cheia de buracos, que em breve ira ao fundo

O palhaço corrupto de nome Jardim deve ser pura e simplesmente levado a tribunal por roubo da Republica e traiçao verbal reiterada a Portugal. Um pontape no traseiro indecoroso deste gangster seria o minimo que qualquer democracia a serio lhe aplicaria sem demora, nem paliativos retoricos. Quanto a ameaças separatistas nao ha nada de novo para aprender sobre o tratamento que as democracias devem aplicar a semelhantes trastes.

Por triste e anti-patriotico que soe, a nossa viabilidade economica depende de quem mandar nos nossos indecorosos politicos e na nossa imprestavel elite de burgueses incultos, sem espinha dorsal e subsidiodependentes ha geracoes... Se Bruxelas e a Troika nao forem suficientemente firmes e persistentes, a corja em que se transformou a nossa nomenclatura demo-populista arruinara sem remorso o pais, como o exemplo do escroque Jardim prova tao abundantemente.

quinta-feira, setembro 15, 2011

Portugal dos Pequenitos - 4

Os cortes na despesa comecaram finalmente a surgir

Governo suprime 1712 lugares dirigentes na Administração Central verno suprime 1712 lugares dirigentes na Administração Central -- Publico
Boas noticias. Mas seria fundamental ir ate ao fundo da questao: se o Estado nao pode fazer tudo, nem empregar toda a gente, nem acudir a todas as nossas imperiosas necessidades, sem se afogar em dividas e sem assassinar fiscalmente a democracia, que Estado queremos ter com os meios de que efectivamente podemos dispor? Tudo gratuito para todos tornou-se uma quimera, nao apenas impossivel, mas simbolo maior da democracia populista que arruinou Portugal. Quais as prioridades que queremos e podemos pagar na saude, na educacao, na velhice? Temos que ganhar coragem para decidir!

Se para alguma coisa servem a tecnologia e as redes sociais e', nomeadamente, para operarem uma revolucao na qualidade, extensao, gratuitidade relativa e grande inovacao nas principais e mais caras responsabilidades publicas de uma democracia inteligente e honesta (em vez de populista e corrupta): a saude preventiva, curativa e paliativa, a educacao e certificaçao permanentes e a seguranca social. Faz, por exemplo, algum sentido manter o negocio absurdo dos manuais escolares que sobrecarregam anualmente os orçamentos familiares? Como este escandaloso exemplo, ha centenas ou milhares parecidos, cuja superacao com solucoes tecnologicas ha muito disponiveis fariam toda a diferenca nos orçamentos publicos e privados da nossa produtividade e competitividade economicas e culturais. Portugal seria outro se a medida hoje anunciada por Passos de Coelho, certamente pela pressao ja impaciente da Troika e dos 20 governantes independentes do actual governo, fosse mais longe e desse de facto inicio a uma reforma profunda da coisa publica portuguesa. Temos que reformar o Estado, pois so começando por aqui, reformaremos em paz a nossa democracia, infelizmente capturada por uma partidocracia indecorosa (do BE ao CDS, passando pelo Bloco Central) que nada mais tem para se gabar do que a bancarrota de Portugal!

quarta-feira, setembro 14, 2011

Portugal dos Pequenitos - 3

Demitam os CA das empresas publicas, quanto antes!

Se este governo nao quiser deixar-se comer vivo pela corja instalada, e que nao desgruda, o melhor mesmo sera agir quanto antes, de forma certeira, sem rodeios, e em profundidade, demitindo de uma assentada os conselhos de administracao socratinos que continuam de pe e andaram estes ultimos meses e semanas a mentir descaradamente ao governo.

Especifico: o governo deveria demitir imediatamente, por falta obvia de lealdade institucinal e ma gestao, os conselhos directivos da ANA, TAP, CP, Refer, Metro de Lisboa e Carris. E acabar, pois claro, com a Parpublica!

Depois de despedidos com justa causa os inuteis que levaram estas empresas ao colapso, sem por isso deixarem de ganhar e dar a ganhar lautos vencimentos aos familiares de familia e partido, estas empresas, ja com nova gestao provisoria, deveriam fazer o spin off  e preparar-se efectivamente para uma privatizacao com pes e miolos, es decir, com racionalidade economica e indiscutivel responsabilidade social.

A canalha que ainda esta onde ja nao devia estar, apenas pode prejudicar ainda mais este pobre pais e entalar desnecessariamete o governo.

Va la Pedrocas, acorda! Nao tens muito tempo. A bancarrota de Portugal esta ao virar da esquina!!

Pergunto a este proposito ao ministro Alvaro Santos Pereira o seguinte: sabia que a estacao de Metro do Aeroporto da Portela devia ter inaugurado em 2010? Porque nao inaugurou ainda, depois de a data da inauguracao ter sido sucessivamente adiada para o fim do primeiro, e depois para o fim do segundo semestre de 2011? Algum problema tecnico ou financeiro irresoluvel? Eu tenho uma explicacao obvia: o lobi do embuste da Ota em Alcochete, onde vegetam piratas do PS, do PSD e do CDS (e ate do PCP, claro), encaram, e bem, esta inauguracao como mais uma demonstracao clara de que o seu intuito de enterrar o pais em Alcochete, como Atenas enterrou a Grecia com aventuras de corrupao e ganancia semelhantes, nao passa duma quimera assente numa mentira, e, afinal de contas, num crime publico!

Michael O Leary, CEO da Ryanair, pergunta: a ANA não nos autoriza voar em Lisboa. Porquê?
O CEO da empresa (...) em conferência de imprensa informou sobre os planos da companhia para o mercado português (Faro e Porto) e, sobretudo, interrogou a gestão do aeroporto de Lisboa (ANA) sobre o porquê de o Terminal 2 não estar a ser utilizado por low costs… como a Ryanair.Ryanair, Michael O’Leary, marcou presença pela primeira vez em Lisboa.
Alguns factos que transpareceram na comunicação:
  • “A Ryanair foi responsável por 80% do crescimento de tráfego da ANA no Porto e Faro, fornecendo mais de 590.000 passageiros do total de 740.000 do crescimento de tráfego destes aeroportos no primeiro trimestre semestre de 2011;
  • Focou o facto do memorandum de entendimento com a Troika pedir o investimento em companhias low cost e do Turismo de Lisboa exigir mais aviação low cost;
  • Michael O’Leary considera que o Terminal 2 é perfeito para ser utilizado pela Ryanair. “Por alguma razão disseram-nos que não na última reunião que tivemos com a ANA”;
  • O aeroporto de Lisboa está limitado a 14 milhões de passageiros anuais quando devia conseguir 20 milhões. Não atinge o valor por “não ter companhias low cost”;
  • Com uma base em Lisboa, a Ryanair promete o transporte de 3 milhões de passageiros anuais no terceiro ano de operações no Terminal 2;
  • Acusou a ANA de bloquear a entrada da Ryanair em Lisboa e de não promover a concorrência. Indirectamente, “supôs” que se esteja a proteger a TAP;
  • “A ANA e o turismo português serão beneficiários de uma base Ryanair na capital”. Seriam criados 2.000 postos de trabalho indirectos e 1.000 directos;
  • “Quando anunciamos uma base, cumprimos. Não é o caso da easyJet que fez um anúncio há 12 meses e ainda não iniciou operações”;
  • “Porto e Faro são a resposta de que podemos crescer um destino. Podemos fazê-lo em Lisboa. Precisamos do apoio do governo para que isso aconteça”;
  • “ANA não quer que a Ryanair baseie aviões em Lisboa. As últimas negociações decorreram há 12 meses”;
  • “Estamos a perder dinheiro nas bases Porto e Faro. Dentro de 12 a 18 meses iremos obter lucro”;
  • “Voar para Beja? Não… porquê se há em excelentes condições em Lisboa?”
-- in Low Cost Portugal