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sexta-feira, março 04, 2016

TAP a zeros

O fraco 'load factor' em muitas rotas da TAP serviu propósitos inconfessáveis


Assim anda a TAP revertida do Costa e companhia...


Comentário de Rui Moreira sobre a imagem que ilustra este post: “colocado esta manhã no Facebook de um viajante. Voo Lisboa - Gotemburgo. Este deve dar lucro.”

Ao que parece o dito voo transportou 13 pessoas (pessoal de cabine incluído) entre Lisboa e Gotemburgo, e 110 no percurso inverso. Ou seja, 110+13=123. A média foi de 61,5. Quer dizer, o A320, que pode transportar entre 150 e 180 passageiros em cada voo (300 a 360 nos dois sentidos), teve um ‘load factor’, em ambos os sentidos, inferior a 50%.

É este cadáver adiado, a TAP, que chegou a um estado comatoso por exclusiva responsabilidade do velho PS e do velho PSD, que a Geringonça das esquerdas quer agora, ruidosamente, resgatar dos credores e da incompetência—sabem lá eles de quem!

Na verdade, o que persiste a bailar na rarefeita massa cinzenta da burguesia extrativa que temos, e da sua nomenclatura partidária, é o sonho de construir um novo aeroporto, muitas centenas de milhões de euros enterrados na especulação de terrenos depois, emprestados, recorde-se, pela falida banca indígena, que para estas e outras piratarias recorreu à banca e aos fundos abutres globais. Esta é uma fantasia conhecida, que raramente passou nos média, e que até o Jerónimo de Sousa parece não conseguir enxergar. Lá saberá porquê...

A Geringonça mal sabe no que se meteu. António Costa, afinal, tinha um sonho na vida: ser primeiro ministro. Mais vale rei por um dia, que autarca toda a vida.


Os resultados da reversão da TAP são cada vez melhores!

Ryanair disposta a voar para a Madeira 
NEGÓCIOS, Wilson Ledo | 03 Março 2016, 20:18 
A companhia “low cost” já demonstrou disponibilidade para voar para a Madeira, estreando-se no arquipélago. O autarca Paulo Cafôfo pede urgência ao Governo regional. Para combater os preços praticados pela TAP e Easyjet.

Estudo. TAP é a quinta pior companhia aérea do mundo 
Jornal i, 03/03/2016 08:16 
Estudo internacional baseado nas reclamações dos passageiros coloca a SATA em último lugar 
A TAP e a SATA estão entre as piores companhias aéreas do mundo no que respeita à qualidade dos serviços e à gestão de reclamações. No estudo internacional divulgado esta quinta-feira em vários países, como Inglaterra e EUA, a SATA é dada como a pior companhia entre as 34 que foram analisadas. Já a TAP é considerada a quinta pior companhia aérea do mundo. O estudo foi feito pela AirHelp, uma start-up fundada em 2013, em Silicon Valley, nos EUA, já com colaboradores em todo o mundo e a operar em Portugal.

Costa aflito prepara-se para pranchar Fernando Pinto

O Governo, aflito com as asneiras e manobras protagonizadas pelo lóbi do NAL da Ota em Alcochete, e pela Geringonça, já encontrou um bode expiatório: Fernando Pinto, o gaúcho que foi contratado pelo PS no ano 2000, para privatizar a TAP!

A folha de despedimento com justa causa (a falência da companhia) vem já a seguir.

Fernando Pinto merece, sem dúvida, um processo de despedimento, mas os piratas que usaram a TAP para levar por diante o embuste do Novo Aeroporto de Lisboa merecem ser investigados, acusados e metidos na prisão. Lá chegaremos um dia. Os grandes capi deste mundo não perdoam.

O que sempre esteve em causa, e pelos vistos ainda faz sonhar alguns piratas do velho Bloco Central, é isto: sem TAP não há NAL!

Sem esgotar artificialmente a Portela não teria havido nunca forma de justificar o NAL. Para esgotar artificialmente a Portela teria sempre sido necessário segurar ‘slots’, e rotas a perder dinheiro anos a fio, endividando a empresa até ao tutano. A frota, essa, envelheceu até se tornar irremediavelmente obsoleta face à concorrência e sobretudo face às Low Cost. O resultado está à vista: mais de dois mil milhões de euros de passivo acumulado (Relatório e Contas de 2014), prejuízos operacionais sucessivos, financiamento estatal oculto (nomeadamente através a Parpública e do ex-BES), empréstimos de cobrança duvidosa estacionados numa banca que rebenta dia a dia, e ainda a encomenda de 88 Airbus, cujo preço de catálogo supera os 12 mil milhões de euros, mas que ninguém sabe como pagar.

quarta-feira, fevereiro 24, 2016

TAP (ou TAL) prejuízos e encomendas



Há dívida registada, há dívidas por aí, e há responsabilidades. Tudo somado, quanto é?


TAP com prejuízo superior a 120 milhões em 2015
A TAP aposta nos EUA para compensar a quebra da atividade no Brasil e Angola que levou a companhia a registar o pior resultado de 15 anos. A culpa é da degradação económica naqueles dois países, um pouco à boleia da queda dos preços do petróleo e para a qual a companhia foi arrastada. Não se sabe ainda ao certo o resultado final das contas da TAP, mas em 2014, o último com resultados divulgados, o negócio da aviação perdeu 46 milhões de euros; em 2000 a perda foi de 120 milhões – agora será pior. “O prejuízo que sofremos no ano passado foi o maior dos últimos 15 anos. Sabemos que em outubro foi o maior prejuízo em 15 anos”, completou. - Veja mais em Dinheiro Vivo.

A TAP encomendou 88 aeronaves à Airbus. Tudo somado, mais de 12 mil milhões de dólares.

Já agora valeria a pena saber qual é realmente a dívida acumulada da TAP (1), a visível nos relatórios, e a invisível, por estar escondida, sei lá, na Parpública, no Novo Banco, na Caixa Geral de Depósitos, etc.

E também seria útil contabilizar as responsabilidades contraídas, em milhares de milhões de euros, com a Airbus. Neste momento a TAP tem encomendadas 88 novas aeronaves. Disse bem: 88! Por alto, é uma encomenda que supera os doze mil milhões de dólares. E como se sabe, quanto mais cai o petróleo, mais sobe o dólar relativamente ao euro.

Com a reversão promovida pelo Costa Concórdia II, quem irá assumir estas responsabilidades se, por acaso, um dia destes, o mórmon Neeleman e o Barraqueiro atirarem a toalha ao Costa e devolverem os 50% da empresa aos posicionistas de esquerda que agora governam ao país?

Só se for o gaúcho Pinto, o homem "que salvou a TAP" (podcast ; vídeo).

NOTAS

  1. Segundo o Relatório Anual do Grupo TAP, de 2014, o passivo total no fim de 2014 superou os 2.070 milhões de euros, e os compromissos c/ dívidas remunerada superou os 633 M€.

quarta-feira, fevereiro 17, 2016

TAP ou TAL?

Após o Aeroporto da Portela, também a TAP acabará por ter novo batismo

TAP é a nuvem, mas alguém perguntou por Juno?


LUÍS MÓR: “Acho que a sua entrada [da Ryanair] - e de outras companhias ‘low cost’ [transportadoras de baixo custo] - em Lisboa é um grande equívoco porque pode inviabilizar um segundo aeroporto”.... in Notícias ao Minuto (07/10/13).

Eis a explicação dada em 2013 para a manutenção, à custa do contribuinte, de uma empresa mal gerida e falida chamada TAP. Sem a saturação artificial da Portela, sem o monopólio da TAP na Portela, e sobretudo sem uma TAP pública, seria impossível justificar um grande negócio chamado NAL, Novo Aeroporto de Lisboa. Foi penoso assistir à colaboração de tantos técnicos e instituições indigentes na impossível demonstração de que a Portela se encontra saturada há mais de uma década.

O NAL começou, no atual regime, por ser na Ota. Mas já no tempo de Marcello Caetano foram condicionados os usos de terrenos na margem sul do Tejo (triângulo de Rio Frio, Canha, Alcochete) para o efeito. Mas voltando ao NAL da Ota, construiu-se, a contar com o ovo no cu da galinha, a chamada auto-estrada do Ribatejo, A10, com uma longa ponte sobre o Tejo, com mais de 12Km, e o maior nó rodoviário do país (Carregado), e iniciou-se a construção da gigantesca plataforma logística fantasma de Castanheira do Ribatejo, tudo à conta do que viria a revelar-se uma operação de especulação e assalto à riqueza nacional sem precedentes. Alguém inquiriu? Foi alguém preso? Que eu saiba, não.

Mais tarde, quando Sócrates transferiu o NAL para as terras de Jamé, piratas acolitados no BPN encaminharam mais de 250 milhões de euros para a compra de terrenos em Rio Frio, contando, uma vez mais, com o ovo no cu da galinha, quer dizer, com um Novo Aeroporto de Lisboa, desta vez, em Alcochete (mais propriamente em Canha).

Por sua vez, o PS do tempo de Almeida Santos, de João Cravinho e do ex-comunista Pina Moura imaginou com Stanley Ho a venda dos terrenos do aeroporto da Portela ao magnata chinês, os quais se destinariam à famosa, prometida e luxuosa Alta de Lisboa que, como sabemos, borregou (muitos apartamento da primeira fase acabariam vendidos a preço de saldo).

Cereja em cima do bolo: a geringonça capitaneada por António Costa parece ter retomado a estratégia de desertificação aérea e ferroviária do país em nome do mais escandaloso e obscuro negócio do Bloco Central que, como se vê, está mais vivo que nunca. Repararam como o novinho ministro do Planeamento e Infraestruturas fugiu por três vezes às perguntas de José Gomes Ferreira sobre a solução Portela+1, i.e. sobre a solução Portela+Montijo? Para bom entendedor...

Metida a Esquerda oportunista, populista e desmiolada na algibeira, há agora que dividir o PSD, dando a cidade-região de Lisboa a Santana Lopes e a cidade-região do Porto a Rui Rio. É nisto que Costa parece andar entretido. Veremos se o novo presidente eleito irá tragar esta fava.

Rui Moreira venceu em toda a linha a estratégia furada da geringonça lisboeta, transformando a ofensiva TAP numa TAL—Transportes Aéreos de Lisboa

As explicações dadas pela TAP sobre as desistências de várias rotas no Porto, além de serem um embuste estratégico, pois demonstram que a TAP não é competitiva (facto comprovado pela imediata corrida de outras companhias Low Cost, mas também de bandeira, aos slots deixados vagos pela TAP), revelam ainda quatro realidades escandalosas:

  1. a TAP continua em situação de insolvência;
  2. a TAP, sobretudo depois de conhecidas as dificuldades da Azul no Brasil, não é capaz de atrair capital para renovar a sua frota e proceder à inevitável restruturação da empresa, a qual implicará sempre despedimentos e indemnizações;
  3. a TAP é uma empresa político-partidária, mas estando falida, resta saber até onde poderá contar com mais ajudas de estado, nomeadamente do tipo das que ficaram escancaradas na privatização e posterior pseudo-reversão da mesma. Os contribuintes terão que desembolsar pela privatização da empresa 21,9 milhões de euros (10.000.000-1.900.000-30.000.000), mais o que o prometido ‘corte de cabelo’ nos créditos mal parados da TAP que a banca, nomeadamente a Caixa, têm por saldar. Qual é montante total destas dívidas bancárias da TAP? Os contribuintes têm todo o direito de saber, antes de embarcarem no clubismo patético de um qualquer cineasta do regime;
  4. a TAP foi varrida do Porto pela concorrência europeia, como já antes fora de Faro, e sê-lo-à em breve dos arquipélagos atlânticos. Q.E.D.: a TAP está rapidamente a transformar-se numa TAL—Transportes Aéreos de Lisboa. De onde a pergunta: terão os portugueses do país inteiro, fora e de dentro de portas, que continuar a sustentar o desvario político-partidário de uma empresa regional?

ÚLTIMA HORA

A Federação do Porto da Juventude Socialista “recusa aceitar que a TAP se transforme em TAL(isboa) e arredores”, cenário que atribui aos “instintos centralistas”, reclamando do Governo que “assuma os interesses nacionais”, colocando “termo à presente indefinição”.
Jornal de Negócios



Mensagem acabada de chegar do nosso correspondente Garganta Funda, de Sarilhos Grandes
Dia grande para a Blogosfera, as coisas vão batendo todas certas. 
Com a simplicidade e frontalidade que se lhe conhece propõe a Blogosfera que, no seguimento das “boas novas” anunciadas pela TAP, esta  passe a chamar-se TAL, ou “a TAL”.  
As forças vivas do Norte (não foi apenas o Rui Moreira) resolveram o problema da TAP, e por cada rota cancelada da TAP a estratégia vai ser uma nova rota da Ryanair (e até de várias companhias de bandeira: British Airways, Lufthansa, Turkish Airlines, etc.), mandando o Costa e o seu parceiro Gaúcho meter a 'ponte aérea' num certo sítio.

Bem sabemos que existem especialistas que juram a pés juntos que a Ryanair recebe subsídios, que é favorecida e outras tretas do género. Esquecem, por exemplo, que as antigas paixões do Luis Mor(mente) pelos lados da Rússia —o grande filão da TAP, lembram-se?— custaram cada uma a módica quantia de 100.000€. Sim, cada nova rota tem aproximadamente este custo.

Espera-se igualmente alguma azia da imprensa que regulamente é convidada a viajar (e a passar férias) à conta da TAL, como é o caso da rapaziada do Económico. Por acaso, a amiga Hermínia anda muito calada, fazendo de conta de que “no pasa nada”, passando-se na verdade uma VERDADEIRA REVOLUÇÃO.

NÃO FOI A TAL QUE ABANDONOU O PORTO, MAS SIM O PORTO QUE DEFINITIVAMENTE ABANDONOU A TAL
Vai demorar algum tempo a perceber esta evidência, pois são conhecidas as limitações cognitivas de muitos a este propósito, mas é um facto que, paulatinamente, a TAL, pelo famoso efeito low cost, irá dar ao Porto a mesma configuração que deu a Faro.  
É claro que no Funchal e em Ponta Delgada a TAP (como a SATA) estão cada vez mais ameaçadas, encerrando diariamente a sua actividade. Na SATA andam todos calados que nem ratos. Será que corre tudo sobre rodas?

Da parte da AZUL, que ainda ontem veio oferecer aos seus colaboradores excedentários licença sem vencimento durante dois anos, esperando que a crise passe, fez contas e chegou à conclusão de que o financiamento de “investidores” chineses não chega para cobrir o passivo.  
Presumo que sejam esses mesmos “investidores” chineses que reconverteram o seu “papel verde” em empréstimo à TAL com o devido aval do PM Costa. 
Entretanto, a saída progressiva da TAL de alguns aeroportos europeus (pois quando eliminam uma rota europeia deixam de estar presentes, não apenas no Porto, mas também nas cidades europeias para onde voavam), levará a AZUL a reclamar os slots para si, pois, como poucos saberão, o real valor da TAP está nos slots que tem nos principais aeroportos europeus. Slots são as janelas temporais de descolagem disponíveis em cada aeroporto, normalmente -5 a +10 minutos relativamente ao horário de descolagem. 
Podem acreditar, NADA VOLTARÁ A SER COMO DANTES, e então depois da chegada dos A321LR e dos B737LR (versão melhorada do B757), e de os vermos nas unhas das Low Cost, vamos ter a costa leste dos EUA e Canadá, e o norte do Brasil, a serem servidos por Low Cost. Será que esta nova encomenda de 100 B737 da Ryanair não contempla esse cenário? Acredito que sim. Quando este cenário se verificar o futuro dos voos intercontinentais da TAP, perdão, da TAL, perdendo dinheiro como pelos vistos perde desde que põe as suas aeronaves no ar, estará definitivamente condenado.

O casamento da TAP com a falida Suissair foi um flop que saiu muito caro à empresa. Este casamento com a (falida) AZUL, seja lá em que proporção for, tem igualmente bastantes riscos. Deixa ver o que dizem os bancos credores, ..., por enquanto os chinocas estão a pôr a mão por baixo,.... Resta saber até quando.

53 novos aviões não será fruta a mais? 
A AZUL tem aviões em excesso e está desejosa de os alugar à TAL, como se viu com os ATR-70-600 e a famosa ponte aérea Porto-Lisboa.

No meio disto tudo, onde fica o Gaúcho? 
Não foi ele quem afirmou que eram as “Low Cost que tinham que cuidar-se com a TAP”? Onde está “a esquadra brasileira que salvou a TAP”.

TAL & QUAL.

quarta-feira, dezembro 16, 2015

TAP privatizada antes do seu funeral




J. Martins Pereira Coutinho


Depois do golpe militar de 25 de Abril de 1974, a TAP foi utilizada pelos sucessivos governos para a colocação de “boys” da sua confiança política, sem conhecimentos de aviação comercial. A TAP funcionava como se fosse um refeitório, onde não faltavam tachos bem recheados para alimentar oportunistas e famintos políticos.

De facto, a preocupação da maioria dos governantes não era com a competência, honestidade e isenção política, mas com o emprego e mordomias para os seus amigos e apaniguados. No poleiro governamental, também não havia competência, nem conhecimentos de aviação civil.

Lembramos, como exemplo, o caso do ex-ministro João Cravinho, que ameaçou encerrar a TAP se os pilotos continuassem com as suas reivindicações. João Cravinho exercia o poder através de ameaças e chantagens, para impedir as greves na empresa. Num período de maior agitação laboral, tentou “comprar” uma greve dos pilotos, oferecendo-lhes uma percentagem na privatização da TAP, como se fosse o dono da empresa…

Nessa altura, a TAP já era um barco à deriva. O naufrágio parecia iminente. A indisciplina laboral reinava na empresa e o buraco financeiro não deixava de aumentar. Uma mistura explosiva, que levou ao aumento da insegurança dos trabalhadores e abriu a porta da falência. Uma situação que acontece, quase sempre, quando se verifica que a empresa é mal gerida, ou quando existe irresponsabilidade e incompetência dos seus gestores.

A TAP tem sido vítima duma gestão “show off”, demasiado hermética e muito preocupada com a promoção pessoal do presidente-executivo, mas desprezando a coordenação do sector económico, administrativo e financeiro da empresa, assim como o controlo da produtividade e a disciplina do seu pessoal.

Na TAP estatal, o regabofe tem sido rei. Ninguém controla ninguém. Os abusos e a indisciplina são evidentes. Há quem se permita ausentar da empresa e ninguém lhe exige justificação pela sua ausência. Tudo é permitido. Há também quem alegue a necessidade de reuniões de serviço no estrangeiro - para viajar e pernoitar em hotéis à custa da empresa – sem qualquer exigência prévia, nem explicações, resultados, ou relatórios, desses falsos encontros profissionais.

Esta indisciplina laboral tornou-se possível, porque a gestão da empresa é fraca e incompetente. Na verdade, quando um gestor quer agradar a toda a gente e satisfazer todas as reivindicações do pessoal – permitindo-lhe fazer tudo o que quer, incluindo não trabalhar – não é um gestor, mas alguém sem perfil, ou capacidade, para defender os interesses da empresa e merecer o respeito dos bons profissionais.

Desde que foi nacionalizada, em 1975, a TAP jamais deixou de acumular elevados prejuízos, pagos com o dinheiro dos contribuintes. Ao longo do seu percurso estatal, o Estado, antes da chegada do euro, desviou para a TAP largas centenas de milhões de contos, desbaratados por gestores públicos incompetentes. Em 1993, a extinção da TAP era já uma hipótese em discussão, confirmada pelo então ministro Ferreira do Amaral, que afirmou: “a TAP tem de mostrar que é rentável ou fechar.”

Em 1994, a Comissão Europeia autorizou o Estado a colocar na TAP mais 180 milhões de contos.

Em 1989, o Governo já tinha oferecido à TAP a desafectação dos terrenos e edifícios públicos que utilizava no Aeroporto da Portela – avaliados em 17.357.569.605,30 escudos – que ficaram integrados no seu património.

Em 1998, reinava o caos na gestão da TAP. O número de funcionários aumentou de 8.200 para 9.600! A TAP tinha entre 10 e 12 aviões a mais, do que necessitava. O MNE devia à TAP 600.000 contos, referentes a viagens e fretamentos de aviões ao serviço do PR e membros do Governo, nomeadamente do então primeiro-ministro António Guterres. Apesar de tudo isto, o presidente da empresa continuou em funções. Era amigo do ministro… Em 2001, no acordo assinado entre o Governo socialista e a defunta Swissair, os interesses da TAP foram desprezados. O então ministro Ferro Rodrigues confirmou isso na Assembleia da República, quando afirmou que “o Governo não estabeleceu nenhuma cláusula penal que assegurasse os interesses portugueses”. Além desta condenável actuação, o acordo nunca foi divulgado.

Este processo, que lesou financeiramente a TAP e o Estado, foi sempre considerado um segredo de Estado. Ou seja, a governação socialista não permitiu que fossem apuradas as responsabilidades dos respectivos governantes, no ruinoso negócio com a Swissair. Perante tanta opacidade e incompetência, só por milagre a TAP poderia ser lucrativa.

Em Dezembro de 2002, escrevemos: “Hoje, a TAP, por culpa de alguns políticos e sindicalistas, está a caminho da sua destruição, com custos muito elevados para os contribuintes e o País. Para agravar a situação, o governo socialista decidiu entregar a gestão da empresa a estrangeiros, sem competência para a recuperar e salvar da falência.” Passados 13 anos desta premonição, o gestor Fernando Pinto confirmou que não tinha dinheiro para pagar salários e combustível, no fim de Novembro de 2015!

Em 2006, Fernando Pinto comprou a falida VEM, no Brasil, aparentemente sem o aval do accionista Estado. Esta empresa de manutenção tinha apenas um cliente, a falida VARIG, antes presidida por Fernando Pinto… Sem aviões para reparar, a VEM era uma empresa fantasma, com 3 mil funcionários de braços caídos.

Em Setembro de 2012, a dívida da VEM ao Estado brasileiro e as acções fiscais em curso, ultrapassavam os 300 milhões de euros! Os valores penhorados ascendiam a 21,3 milhões de euros! Não obstante esta escandalosa situação, o presidente-executivo da TAP, Fernando Pinto, afirmou que “este é um negócio que muita gente quer ter”…

Uma afirmação falaciosa, para camuflar o que se passava. Em 2010, o governo socialista criou um vasto plano de privatizações para executar até 2013, quando a dívida pública aumentava diariamente, cerca de 75 milhões de euros! Esse plano concessionava a exploração das linhas da CP e incluía a privatização da Empordef, EDP, REN, GALP, CTT, INAPA, Estaleiros Navais de Viana do Castelo, CGD, EMEF, CP Carga, ANA-Aeroportos e TAP. As receitas deste plano, até 2013, estavam orçamentadas em 6 mil milhões de euros!

Segundo o então ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, o Governo tinha previsto receber mais 5 mil milhões de euros, com outras privatizações. Na altura, o ministro confessou que a verba obtida “vai nos permitir controlar o andamento da dívida pública, que irá subir gradualmente por efeito do défice elevado que teremos nos próximos anos.” Ou seja, Teixeira dos Santos confirmava a ruinosa governação socialista.

Nessa altura, a TAP pediu ao Governo uma ajuda financeira no valor de 297,5 milhões de euros. O então ministro António Mendonça confirmou a dramática situação financeira da TAP e considerou urgente a sua recapitalização. Doutro modo, segundo ele, a empresa seria “arrastada para uma ruptura financeira e da impossibilidade de solver compromissos.” Era a confirmação de que a TAP estava falida e sem dinheiro na Tesouraria.

Assim, a TAP continuou a acumular endividamentos e a ser um sorvedouro dos dinheiros públicos. Entretanto, a Comissão Europeia impediu o Estado de continuar a esbanjar dinheiro numa empresa falida. Apesar disso, para responder a necessidades imediatas de tesouraria, a Parpública injectou na TAP mais 100 milhões de euros, do erário público.

Em 2010, o então primeiro-ministro José Sócrates e o ministro Teixeira dos Santos incluíram a privatização da TAP no PEC2 e PEC4, com a concordância do então ministro António Costa, hoje secretário-geral do PS. Depois de décadas de descalabro financeiro, o Governo de Pedro Passos Coelho decidiu privatizar a TAP, como constava do Memorando que José Sócrates negociou com o FMI, BCE e União Europeia, para obter o empréstimo de 78 mil milhões de euros, depois de levar Portugal à bancarrota.

Hoje, António Costa, conhecido pelas suas contradições e irresponsabilidade política, está contra a privatização da TAP e de todas as concessões decididas pelo governo de que fez parte. António Costa esqueceu-se que foi o Partido Socialista que em 1997, 2001, 2010 e 2011, defendeu a privatização da TAP. Agora, com a ambição de chegar ao poleiro do poder, diz o contrário. Uma cambalhota perigosa, que nenhum macaco ousaria dar.

Entretanto, confirmou-se a privatização da TAP. A Parpública, depois de ameaçada pela deputada socialista, Ana Paula Vitorino, confirmou o acordo de venda de 61% do capital da TAP ao consórcio Gateway. A concretização deste acordo, permitiu a entrada de novos fundos e assegurou a estabilidade económica e financeira da TAP.

A TAP recebeu 150 milhões de euros da primeira tranche de 270 milhões de euros. O negócio é de 348 milhões de euros, dos quais 338 milhões são para a sua recapitalização. Assim, o dinheiro que entrou na TAP foi para resolver graves problemas de tesouraria, que estava sem fundos para pagar salários e combustível.

Desprezando esta situação, o Partido Socialista de António Costa, talvez por interesses ocultos, insiste que o Estado deve ter a maioria do capital da TAP, que, se não fosse privatizada, corria o risco de fechar as portas e de colocar no desemprego milhares de trabalhadores. Se isso acontecesse, o funeral da TAP seria inevitável.

Logo, tudo isto prova a falta de respeito de António Costa pela TAP e pelo dinheiro dos contribuintes. Uma falta ignóbil semelhante a tantas outras de José Sócrates, que levou Portugal à bancarrota. Por isso, não podemos deixar de lembrar que a TAP não pode continuar a ser um albergue de “boys”, ao serviço de políticos incompetentes e sem escrúpulos.


NR: Agradecemos ao autor e à revista CARGO de nov./dez. a publicação deste artigo.

sexta-feira, dezembro 04, 2015

Um abcesso chamado (B)esTAP



O colapso do BES arrastaria sempre a TAP consigo. 


Elementar para quem foi acompanhando esta parceria, propiciada pela leviandade político-partidária e pelo amadorismo proverbial da nossa burguesia rendeira, desde que o BES impingiu a PGA à TAP, e desde que o BES começou a bancar a compra de 12 Airbus A350-900 para a TAP.

Com o banco mau do BES cheio de lixo por reciclar, e com o Novo Banco a caminho duma venda simbólica, a ameaça de vermos aviões e pessoal na TAP a vaguearem como mortos-vivos pelas pistas, sem jet fuel, nem salários, tornou-se real e cada vez mais próxima. É por isso que foi preciso vender a maioria da empresa a privados, única condição de a TAP poder recorrer, uma vez mais, a ajudas de estado dissimuladas, nomeadamente através de empréstimos de um banco público chamado Caixa Geral de Depósitos, da colocação da empresa em bolsa, ou mesmo do recurso à banca privada com garantias dadas pelo estado, na medida da salvaguarda do valor da participação deste na companhia: 39%.

TAP admite parceria com Ryanair e diz que toda a rede da companhia está em análise.
Económico.

Há anos que este blogue (sempre muito bem assessorado) vem recomendando à TAP a criação e implementação de uma estratégia Low Cost no mercado europeu, onde reside mais de 80% do seu mercado. Até lhes demos nomes: TAP Europa | TAP Atlântica | TAP Oriente...

Em 19 de Março de 2011 o António Maria escrevia:
Como privatizar a TAP? - TAP Europa | TAP Atlântica | TAP Oriente 
A TAP não tem futuro, a não ser reestruturando-se radicalmente. Isto é, focando-se na única actividade que lhe dá dinheiro: voar! 
A TAP não tem futuro, a não ser partindo-se em três companhias ponto-a-ponto: TAP Atlântica (Brasil, Venezuela, Angola, Cabo-Verde, São Tomé, etc.); TAP Europa (mais de 80% do seu movimento actual); e TAP Oriente (Turquia, Golfo, Índia, China, Japão), com parceiros regionais fortes (na Europa, a Lufthansa, em África a TAG, na Ásia, com a Air China, etc.) 
A TAP precisa, como do pão para a boca, da Portela, mas de uma Portela renovada a sério e bem gerida, talvez por uma ANA privada, não para engordar a burguesia palaciana, inepta e preguiçosa nacional, mas para entregar a gestão aeroportuária do país a um consórcio privado com provas dadas, subordinado a obrigações de serviço público muito claras, mas libertando de uma vez por todas a gestão desta empresa rentável dos indecorosos boys&girls do PS e do PSD. 
A Portela precisa, como do pão para a boca de obras que aumentem a segurança das pistas e a gestão dos movimentos no ar e em terra. Para tal precisa de libertar espaço aéreo militar reservado na zona de Lisboa sem qualquer justificação e que apenas permanece como está pela estúpida e proverbial resistência dos lóbis burocráticos às decisões racionais. Num estado civil, os militares obedecem ao poder civil democraticamente eleito, ponto final! O ministério da defesa, infelizmente dirigido nas últimas décadas por amadores e aparachiques, continua a ocupar corredores aéreos de bases militares à volta de Lisboa, inúteis ou até desactivadas: Sintra e Montijo (inúteis), e Alverca (desactivada). 
A TAP precisa dum aeroporto na cidade, porque 80% dos seus voos são para e do espaço comunitário europeu, porque apenas 9% dos aviões que demandam a Portela são da classe wide-body (i.e. adequados a viagens de longo curso, nomeadamente intercontinentais), o que afasta liminarmente a verborreia dos vendedores-ambulantes do PS e do PSD sobre o "Hub aeroportuário de Lisboa". 
A Portela deve permanecer, pelo menos até 2020, como o único aeroporto civil de Lisboa, pois tem ainda oportunidades de ver crescer o número de passageiros que por ele transitam, sem precisar de aumentar muito mais o número de movimentos de aeronaves. Só no 'filet mignon' dos horários prime-time, há falta de 'slots' na Portela. Mas isso é assim em todos os aeroportos! O que mais importa saber é que os aviões da TAP andam vazios, para ser mais preciso, com taxas de ocupação muito baixas e sempre a descer desde que as Low Cost atacaram, e bem, o mercado português. Os nossos imbecis governantes ainda não perceberam que o sucesso das Low Cost, que tem vindo a encostar a TAP literalmente às boxes (em Faro, Porto, e em breve Funchal e Lisboa) se deve, em grande parte, ao enorme contingente de novos emigrantes portugueses que viajam, desde que há tarifas convenientes, não uma ou duas vezes por ano, como antes acontecia, mas de dois em dois meses, todos meses, ou até quinzenalmente (sobretudo quando têm emprego ou negócios simultaneamente em Portugal e nalgum outro país comunitário). Os irresponsáveis e incompetentes políticos agarrados à mama orçamental habituaram-se às borlas e mordomias da TAP, e como qualquer viciado em heroína, custa-lhes a deixar os maus hábitos pagos pela nossa austeridade! 
Finalmente o aeroporto da Portela, que tem ainda margem para crescer fisicamente (nova 'taxiway', afastamento dos militares do aeroporto fantasma de Figo Maduro, desalojamento de alguns serviços e empresas do perímetro mais próximo da zona operacional das pistas, etc.) precisa de importantes e urgentes obras de saneamento básico. Tudo junto: uns 100 a 200 milhões de euros de investimento útil, para prolongar a vida de um dos mais seguros, pontuais e convenientes aeroportos do mundo. Como se vê, a construção civil ainda tem muito que fazer em Portugal. Só não queremos que continue a roubar à descarada e a enterrar o país, em vez de o construir!  
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A TAP e o codeshare com a Ryanair

Fernando Pinto descarta parceria entre TAP e Ryanair no longo curso
04 Dezembro 2015, 16:14 por Wilson Ledo | Jornal de Negócios 
A Ryanair diz estar em negociações com a TAP para criar uma parceria de "code share" nos voos de longo curso da transportadora portuguesa, mas Fernando Pinto assegura que "não está nada em cima da mesa".

Lá está o Fernando Pinto a fazer contra-informação. A informação correta é esta: a TAP perde dinheiro no médio curso; por outro lado, a Ryanair não para de crescer e pretende “negociar” slots com a TAP dando a garantia de transportar os passageiros de longo curso da TAP que se dirigem para a Europa, em particular nas rotas europeias onde a TAP perde dinheiro, por andar com os aviões com demasiados lugares vazios. Ou seja, a TAP quer oferecer aos seus clientes mais frequências e melhores ligações do Hub lisboeta para toda a Europa, estabelecendo um acordo de codeshare com a Ryanair. É uma típica win-win situation, pelo menos no curto prazo, enquanto Ryanair e TAP esperam por novos aviões, e a TAP por mais dinheiro e novas estratégias. Capiche?

Atualização: 4/12/2015 17:30 WET

quarta-feira, outubro 28, 2015

TAP, imagem aflita de um Portugal irrelevante

A Turkish Airlines e outras companhias aéreas do Médio Oriente comem ano a ano os nichos das empresas sem estratégia, nem futuro... (in This Is What “Startup” Class In A Turkish Airlines Flight Looks Like. Gulf Elite.) 

A TAP é uma das vítimas da irresponsabilidade e corrupção das elites políticas indígenas. Do Bloco Central ao PCP e Bloco de Esquerda, todos contribuíram, por ação ou omissão, para a falência desta empresa simbólica do país.


O que Fernando Pinto diz, em defesa da sua indefesa dama

TAP sem receio da concorrência da Turkish Airlines em Moçambique
27/10/2015 18:36 Económico com Lusa 
A TAP declarou hoje que não receia a nova ligação da Turkish Airlines a Moçambique, que será inaugurada na quarta-feira, realçando que “tem um produto competitivo e está habituada à concorrência”.

A nova ligação da companhia aérea da Turkish terá três frequências semanais, às quartas, sextas e domingos, sendo Moçambique o 45.º destino africano da companhia e o 111.º em todo o mundo. 
“O aumento de interesse por parte de investidores e turistas em Moçambique revelou-se uma boa oportunidade para a Turkish Airlines dar resposta à crescente procura”, declarou Hüseyin Alper Kuru, diretor-geral da empresa, sublinhando que a duplicação da capacidade do Aeroporto de Maputo para processar 900 mil passageiros por ano foi a “janela de oportunidade” para abrir esta rota.
No ano passado, as autoridades moçambicanas e francesas assinaram um memorando para a criação de uma ligação aérea entre os dois países.
Além de França, o Instituto de Aviação Civil de Moçambique celebrou um memorando similar com a Holanda, cuja principal companha aérea, KLM, está associada à Air France.



Mas a realidade é outra coisa

Quebra nos tráfegos no 3º trimestre de 2015 (em época alta) de e para

  • Brazil: -7%;
  • EUA: -2%
  • Angola: -4%.

O tráfego doméstico cresceu +15% devido sobretudo à operação da Ryanair entre Lisboa e Porto.

No espaço Schengen o crescimento foi de +10%, em boa medida esforço da Ryanair.

A solução Portela+Montijo é, por conseguinte, urgente face ao crescimento dos movimentos e tráfegos da responsabilidade das operadoras Low Cost, com especial destaque para a Ryanair.

Vale a pena ler o Boletim Estatístico Trimestral da Autoridade Aérea Nacional da Aviação Civil (ANAC) correspondente ao terceiro trimestre deste ano, e de que damos a conhecer o extrato seguinte.

O terceiro trimestre de 2015 apresentou um crescimento homólogo de 5.4% no que a movimentos realizados no conjunto dos aeroportos nacionais diz respeito. Para este crescimento contribuíram os principais aeroportos nacionais; Porto (11%), Ponta Delgada (9%), Lisboa (5%), Funchal e Faro cresceram ambos 2%. 
Por seu turno, o transporte de passageiros cresceu 8% neste trimestre, também em todos os principais aeroportos. O aeroporto de Ponta Delgada apresentou a maior variação homóloga mais expressiva (+22%), seguido do Porto (+16%), de Lisboa (+8%) e de Faro e Funchal (+4%). 
O segmento internacional regular (passageiros) é, efetivamente, o grande impulsionador do crescimento global do tráfego de e para as infraestruturas aeroportuárias nacionais, tendo apresentado um incremento homólogo de 7%. O espaço UE Schengen, excluindo o tráfego doméstico, foi o mercado mais dinâmico (+10%) destacando-se, neste trimestre, o contributo das operações da companhia aérea de baixo custo – Ryanair – especificamente no mercado alemão. O espaço UE não Schengen também cresceu, aproximadamente 7%, com enfoque nas operações de e para mercado inglês. 
As rotas para países terceiros apresentaram um decréscimo em termos homólogos (-3%). Para este decréscimo contribuíram, particularmente, as quebras registadas nos principais mercados, como sejam o Brasil (-7%), os Estados Unidos (-2%) e Angola (-4%). 
O trafego doméstico cresceu, quer em número de passageiros (18%), quer em número de movimentos (7%). Este crescimento centrou-se, fundamentalmente, na ligação Lisboa / Porto (+15%) e no especial contributo das operações da transportadora low cost – Ryanair, cuja oferta de serviços encontrou correspondência na procura de transporte aéreo nesta rota.

Um pequeno escândalo típico de uma empresa mal habituada 

Entre o Natal e o Ano Novo a TAP pratica preços entre Lisboa e Maputo, ida e volta, de cerca 3.500 euros, o que motivou o inicio da operação da Turkish Airlines, de Istambul para Maputo, sendo que as ligações entre Lisboa/ Porto  e Istambul estão assegurados pela companhia aérea turca, que opera com o mesmo sistema de gestão de reservas da Lufthansa – Revenue Management. Uma viagem Istambul-Lisboa-Maputo-Istambul custa menos de 1.400 euros!

segunda-feira, setembro 21, 2015

O erro dos economistas iluminados de António Costa

Na Europa não é diferente...

Porque é que os economistas do PS só dizem disparates? Este gráfico explica quase tudo.


O maior problema do PS é a sua completa vacuidade ideológica e, mais recentemente, a desonestidade intelectual dos seus economistas que, como qualquer José Sócrates, ou qualquer António Costa (versão bastarda do primeiro), confundem economia com propaganda partidária e jogos de poder.

Na realidade, a coisa é bem pior: o verdadeiro problema do PS é estar de pés e mãos atados a negócios e compromissos inconfessáveis com o que há de mais corrupto na sociedade portuguesa.

Exemplo do que afirmo é o modo sorrateiro como Sérgio Monteiro despachou o contrato de ligação do aeródromo do Montijo ao Aeroporto de Lisboa para o próximo governo (1), ou o boicote do lóbi do NAL instalado no governo e na ANA-Vinci, aos novos terminais de carga aérea que a DHL quer construir no Aeroporto Sá Carneiro e na Portela (2).

Mas voltando à famosa literatura sobre o crescimento, nomeadamente o crescimento da economia portuguesa baseado da expansão do consumo e da produção interna, alimentado, claro está, por mais endividamento público e privado, e mais impostos, cortes e autoritarismo socialista, recomendo a leitura deste artigo ilustrativo da floresta que os obtusos e aldrabões da minha pátria recusam ver.

Charles Hugh Smith, Sunday, September 20, 2015
Why Has Labor's Share of GDP Declined for 40 Years?

How can households pay rising taxes, borrow more money and spend more to support a consumer economy on an income that's shrinking even when the economy is expanding?

Answer: they can't. "Something's gotta give": they can't pay higher taxes, borrow more money (and incur more monthly payments) and spend more on goods and services when their incomes are stagnating. It simply isn't possible.

ÚLTIMA HORA!

Registamos a divergência, entre o Primeiro Ministro e o rapaz das PPP - Sérgio Monteiro.
Passos quer aproveitar aeroporto da Portela “tanto quanto puder”
...esta opção de 'Portela mais um' dará perfeitamente para durante vários anos, e pelo menos seguramente até aos próximos seis ou sete anos, para podermos utilizar as infra-estruturas que temos". Jornal de Negócios/ Lusa, 22/9/2015 12:59

NOTAS
  1. Governo deixou cair o Montijo para o colo do próximo governo. Quanto valeu este negócio?

    Caríssimos confrades,

    Reparem nas subtilezas das noticias. O edil do Montijo, um tal rapaz socialista que “Canta”, coloca uma série de requisitos à ida da Ryanair para o Montijo. Pretende uma autoestrada, uma rede de esgotos e águas, esquecendo outros requisitos como, por exemplo, a ligação ao modo ferroviário que faça articulação com a restante rede. A Ryanair compromete-se com um número astronómico de 5 milhões de passageiros ano, o que obriga a outras infra-estruturas no Montijo. Os 5 milhões, 100% Ryan, sem contar com aqueles que a Ryan vai ganhar à TAP (e às PGA e SATA).

    As outras Câmaras com interesse neste projecto, tais como a da Moita (anda nos toiros), Alcochete, Palmela, Montijo e Barreiro, devem estar de férias, ou não existem.

    Cinco milhões de passageiros, cerca de metade do movimento da Portela, mantendo embora a Ryanair voos para as principais cidades europeias a partir da Portela, significam pelo menos 5000 postos de trabalho na região. Daí o interesse que a base do Montijo deveria ter para as outras autarquias. Presumo que não sabem o que é um avião, coisa a que já estamos habituados.

    Por outro lado, embora não seja dito de forma expressa, e a quinze dias das eleições, torna-se evidente que estão a ser levantadas resistências cor-de-rosa e cor de laranja ao acordo anunciado. Como é óbvio, o aeroporto do Montijo colide com os interesses instalados (e bem instalados) do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL), colidindo também com a projetada (e entretanto abandonada pelo governo ainda em funções) ligação ferroviária em bitola UIC entre Pinhal Novo-Poceirão e Badajoz. A malta do PSD e do PS que meteu (via BPN, BES, CGD e BCP) muito cacau na Hipótese NAL (na Ota ou em Alcochete) quer o NAL de qualquer maneira, ou haverá sapatos de cimento por aí, e a meio caminho entre a Portela e o Aeromoscas Internacional de Beja, para que todos os modos sejam esmagados pelo fantástico NAL, certamente desenhado pelo Pritsker do estádio Axa de Braga. Como dizia um incansável e honesto Professor do Técnico, a seguir vão aparecer mais umas A13 para nenhures, como sucedeu com a famosa, idealizada, projetada, construída e às mocas A10, que serviria para ligar a capital ao NAL da Ota!

    Mesmo com o Salgado apeado os interesses ainda se movem bem. É claro que, com o Dono Disto Tudo no ativo, o Aeroporto na Base do Montijo, nem pensar! Mas mesmo retido na Quinta da Marinha, a banhos com a Justiça, parece que o Montijo, nem pensar!

    Pois então continuem alegremente a protelar a questão do Montijo, e não olhem para o que se está a passar na Galiza com a Ryanair, instalando-se alegremente na Galiza. Onde? Pois em Vigo, onde vão começar a operar comboios de Alta Velocidade que se integram na REDE UIC (bitola europeia) espanhola. Porque será que a Ryanair está a apostar na Galiza? E o CEO da PGA, que clama por ligações ferroviárias compatíveis com a bitola europeia, ameaça mandar a pátria às urtigas se as lesmas e os piratas continuarem a mandar nisto tudo?

    Para as Low Cost os aeroportos são fatores de competição. Os aeroportos da Galiza competem com o de Pedra Rubras, e as taxas que a Vinci (que ouve sempre a Mota-Engil, claro)  está a cobrar não ajudam mesmo nada, aliás até ajudam a fixação da Ryanair na Galiza!

    Os atrasos na extenão do aeroporto de Lisboa ao Montijo também têm implicações nos voos da Portela. Não abrem o Montijo? Então vamos para a Galiza! Não ligam Lisboa a Badajoz por TGV? Pois então vamos para Badajoz (Cáceres, Mérida, Évora ou até Beja!)

    Algo me diz que o acordo para a Base do Montijo não vai para a frente. Imaginem o que isto quer dizer: o NAL, Novo Aeroporto de Lisboa, no Canha, a 50 km de Lisboa, e a Portela transformada na prometida China Town do Senhor Ho. Se estou a especular, ..., então ando a especular desde 2006, e pelos vistos tem batido tudo certo.

    Um bom fim de semana.

    PS: Apenas para confirmar as suspeitas, muito embora se saiba que o Diário Económico alinhava estreitamente com as posição do BES.

    De uma forma não tão clara, é dito no DE de que a decisão do Montijo transita para o novo governo, lavando daí as mãos o amigo Sérgio Monteiro. Caso caia nas mãos do PS, com pompa e circunstância, lá virá o anúncio de um NAL e a respectiva PPP.

    Quanto é que o PSD e o CDS vão receber, com este adiamento, para a sua campanha eleitoral?

    O amigo colombiano, por causa do negócio da TAP, está com vontade de falar. Para breve esperam-se algumas revelações, digo "aparições", quanto ao financiamento encapotado da TAP por parte da Parpublica,...., os 800 milhões foram para algum lado. "Quem cabritos voadores tem, e cabras voadoras não têm, de algum lado lhe vem."

    Entretanto, e até às eleições, ninguém fala dos cortes que se vão fazer nas rotas de médio curso da TAP (e da SATA). Até ao final do ano esperam-se pois "boas novas", e como a coisa anda, o processo da TAP corre o risco certo de borregar. No fundo, quase que se pode concluir que o negócio da TAP não é necessariamente o do transporte aéreo, mas antes o do imobiliário, dos terrenos da Portela e da construção do NAL, seja ele na Ota, em Canha, ou onde calhar. Há muito boa gente com dinheiro por ganhar.

    Tal como o Novo Banco, antes de tentar vender, há que reestruturar para depois vender com menos prejuízo (possível). Malta na placa da Portela.

    Alcochete, 19 de setembro de 2015
    Garganta Funda
    |
  2. O Bloco Central da Corrupção, ou se quiserem, a CLEPTOCRACIA PORTUGUESA, dá nisto: O LÓBI DO NAL (NOVO AEROPORTO DE LISBOA), QUE CONTINUA VIVO, BOICOTA INVESTIMENTOS DA DHL

    A DHL continua à espera de uma solução para construir um novo terminal no aeroporto de Lisboa, um investimento de 10 milhões de euros, que diz ser vítima da indefinição em relação à manutenção da infraestrutura na Portela.

    "Estamos à espera de uma solução. Queremos fazer o investimento em Lisboa, mas precisamos que o Governo e o aeroporto nos ajudem", afirmou à Lusa o diretor de operações da DHL Express, Roy Hughes, num encontro com jornalistas em Leipzig, na Alemanha, onde está instalado o principal 'hub' da gigante da logística.

    O vice-presidente da DHL explicou à Lusa que o investimento em Lisboa começou por ser vítima da indefinição em relação à continuação da aeroporto na Portela, incompatível com "um projeto a longo prazo, de no mínimo 15 anos"— in CARGO NEWS, 13/9/2015
Atualizado em 22/9/2015, 14:55 WET

quinta-feira, junho 11, 2015

TAP tem novas asas

David Neeleman (Reuters)

Sérgio Monteiro está de parabéns. Ministro do próximo governo?


A Gateway, consórcio de David Neeleman e de Humberto Pedrosa, vai comprar 61% da TAP por uma proposta que lhe custa cerca de 350 milhões de euros. Uma tranche adicional de 5% está reservada a trabalhadores. Expresso (11.06.2015 13h24).

O PS perdeu hoje as eleições. Basta ouvir a criatura que reagiu à notícia da escolha do vencedor do processo de venda de 61% da TAP para intuir o radicalismo neo esquerdista (e neo estalinista) de António Costa e da corja de piratas que o acompanha. No que é, aliás, ladeado pelos realejos do PCP e do Bloco de Esquerda, numa espécie de mata-esfola populista e eleitoral.

Os idiotas, e sobretudo os piratas incorrigíveis deste PS querem privatizar a TAP, mas querem também continuar a mandar na companhia, metendo lá os seus boys&girls, mantendo as mordomias da nomenclatura partidária que arruinou o país, e retomando a negociata do novo aeroporto que in illo tempore impingiram ao já debilitado Stanley Ho, com a muleta financeira do Espírito Santo e a bênção de Almeida Santos. Na realidade, os piratas do PS prometeram a Stanley Ho os terrenos da Portela para aí se construir uma nova cidade radiante. Mas para isso era preciso esgotar a Portela, e para esgotar a Portela era preciso fazer crescer a TAP de qualquer maneira. O gaúcho Fernando Pinto foi o testa de ferro desta criminosa manobra destinada a viabilizar um negócio de muito betão e muitos milhões. Felizmente este embuste morreu.

A maioria do capital (61%), e portanto a gestão da empresa, será entregue ao consórcio privado que envolve David Neeleman e Humberto Pedrosa, 5% da empresa será vendida aos trabalhadores da companhia, e finalmente 34% da mesma será possivelmente dispersa em bolsa—não faltarão portugueses interessados em comprar títulos da nova fénix.

A TAP está falida, tem gente a mais, não se adaptou aos novos tempos da aviação e da economia mundiais, e esteve desde o governo de António Guterres ao serviço dos piratas do PS e dos banksters do BES e do BCP, mais o embuste do Novo Aeroporto de Lisboa, que começou por ter que ser na Ota, e depois passou a ter que ser em Alcochete. Esta longa conspiração cor-de-rosa, a que os lunáticos do PCP e do Bloco não prestaram qualquer atenção (ou será que prestaram?) conduziu a TAP à insolvência depois de ter contribuído pesadamente para o fardo da dívida pública que todos (menos os deputados, claro) transportamos aos ombros.

Não foi a direita que colocou o país em saldo. Foi a esquerda desmiolada e corrupta que temos. E percebe-se porquê: enquanto a direita representa os interesses patrimoniais e o valor tangível do país, incluindo o interesse em criar empresas e postos de trabalho, a esquerda que temos apenas extrai da pouca matéria prima existente todos os direitos e regalias que consegue arrebanhar, estando-se nas tintas para o que vem depois. A esquerda não sabe criar riqueza, mas sabe destrui-la.

Dos três candidatos desta terceira tentativa de encontrar uma solução de viabilidade efetiva para a TAP, venceu o melhor. Defendeu-se neste blogue a opção que viria a ser escolhida pelo governo. Ainda bem!


Artigos recém publicados sobre este assunto

Pais do Amaral: saída de pista na reprivatização da TAP (21/5/2015)

Blue TAP (14/5/2015)

TAP azul (3/6/2013)

domingo, maio 31, 2015

O harakiri da TAP

Fernando Pinto é responsável pela ruína da TAP e deve responder por isso!

Privatização ou resolução


Só há uma alternativa à privatização da TAP: fechar a empresa, vender os cacos a preço de saldo, indemnizar mais de treze mil pessoas, e mandar a fatura de tudo isto aos burros contribuintes que somos. O nome pós-moderno para esta coisa é resolução.

O harakiri da TAP:
  1. simbiose oportunista da sua administração e trabalhadores (sobretudo pilotos) com a nomenclatura que capturou o estado e o regime, e a quem a TAP sempre 'gostou' de fazer servicinhos;
  2. total irresponsabilidade dos partidos políticos com assento parlamentar no acompanhamento da crise que, já no tempo do governo 'socialista' de António Guterres forçou o anúncio público da reprivatização da TAP (tendo sido contratado para o efeito o gaúcho Fernando Pinto);
  3. ausência de estratégia desde que surgiram as Low Cost;
  4. endividamento criminoso (o passivo total deve chegar aos 3 mM€);
  5. dívidas bancárias de curto prazo insustentáveis: 400M€, de um total de mais de 600 milhões, vencem no próximo mês de setembro! (ler esta notícia do Expresso, de 30/5/2015);
  6. em suma, amadorismo, irresponsabilidade e corrupção.

Quando é que os deputados se interrogarão sobre este descalabro? Como sempre fizeram, imagino que só depois da casa roubada!

quarta-feira, maio 27, 2015

TAP forçada a adiar reprivatização?


Há mais aviões para além da TAP


IAG lanza una oferta por el 100% de Aer Lingus por 1.400 millones de euros
El grupo IAG ha acordado lanzar una oferta pública de adquisición (OPA) por el 100% del capital de la irlandesa Aer Lingus por un importe total de 1.400 millones de euros, según informó la compañía que agrupa a Iberia, British Airways (BA) y Vueling a la Comisión Nacional del Mercado e Valores (CNMV).

La oferta, que se dirigirá a todos los accionistas de Aer Lingus, se formulará como una compraventa en metálico, siendo la contraprestación de 2,55 euros por cada título de la irlandesa, que incluye un pago en efectivo de 2,50 euros por acción y el pago de un dividendo de 0,05 euros por título.

Leer más:  IAG lanza una oferta por el 100% de Aer Lingus por 1.400 millones de euros - elEconomista.es

A IAG, depois da compra da (perdão, fusão com a) Iberia mais a Low Cost Vueling, reduzindo a Iberia a dimensões operacionais não ruinosas, acaba de lançar uma OPA a uma segunda Low Cost (1) que quer ver integrada no grupo: a companhia aérea de bandeira irlandesa Aer Lingus.

Só em Portugal foi possível deixar apodrecer a TAP, em nome, estamos convencidos, da estratégia do desnecessário Novo Aeroporto (primeiro na Ota, depois em Alcochete) e concomitante realização extraordinária de mais-valias especulativas com a urbanização da Portela e dos terrenos circundantes do NAL. Esta operação do Bloco Central, a par das PPP, é um dos fatores cruciais do ruinoso endividamento do país, bem como do colapso do nosso sistema bancário. Ou seja, um caso de polícia que só um novo regime democrático será capaz e julgar e punir.

Entretanto, pela dica do 'rapaz dos finos', a reprivatização da TAP parece destinada a borregar uma vez mais. Ou seja, sem que o estado proceda previamente à reestruturação da empresa, não haverá quem lhe pegue. Fica então a pergunta: quem pagará os salários e as dívidas a fornecedores daqui em diante? Onde está a massa para custear os despedimentos inevitáveis? Quem pagará as próximas prestações do contrato de aquisição de 12 Airbus A350-800? Quem pagará os juros da colossal dívida da empresa?

Só se forem os pensionistas... A Maria Luís Albuquerque não se cansa de avisar que precisa de 600 milhões de euros, mas ninguém quer saber porquê! Para que será?

NOTA
  1. A Aer Lingus não é propriamente uma Low Cost, mas a companhia de bandeira irlandesa. No entanto, foi-se especializando em Voos Baratos, desde o aparecimento da Ryanair, ao contrário da TAP, que perdeu uma década a voar mais alto do que as suas possibilidades e contra todos os cenários previsíveis. A TAP não se reestruturou quando podia e devia, acumulando desde o ano 2000 um passivo criminoso (a rondar, estimamos, os 3mM€), com a colaboração de todos os partidos sentados na Assembleia da República, dos sindicatos, e dos sucessivos governos do PS, e do PSD-CDS. Agora, tal como o BPN e o BES, não passa de um buraco negro mais que os burros contribuintes vão alombar, enquanto a corja partidária troca mimos e insultos entre si. Esperemos bem que o BCE e Bruxelas resolvam mais este cancro indígena, à semelhança do que fizeram com o BES. Assim como Carlos Costa foi o acólito de Mario Draghi na resolução do Esquema Piramidal de Ricardo Salgado (fez o que lhe mandaram, e nada mais), também Passos de Coelho ou Alexis Costa, se for eleito (esperemos bem que não!) receberão um dia destes um daqueles telefonemas com prazo de decisão na casa das 48 horas: —faça-me o favor de fechar a TAP na próxima sexta-feira, e abra uma chafarica qualquer na segunda-feira seguinte, com metade do pessoal, metade das rotas, e metade dos preços! Não faltam exemplos recentes na Europa.
Atualização: 29/5/2015 12:11 WET


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quinta-feira, maio 21, 2015

Pais do Amaral: saída de pista na reprivatização da TAP

Paes Amaral: saída de pista em sessão de treino—Le Mans

Grexit, venda do Novo Banco e TAP— anda tudo ligado, e pode explodir!


Sem uma boa venda da maioria do capital da TAP, haverá bail-in do Novo Banco. Os cacos do BES, com a exposição que tem ao buraco financeiro da TAP, se esta continuar a afundar-se no lodaçal devorista da pseudo esquerda, jamais se venderão pelo preço capaz de evitar uma fatura pesada endossada ao Fundo de Resolução, i.e. ao sistema bancário e contribuintes indígenas. E se a venda do Novo Banco borregar ou for ao desbarato, ocorrerá certamente um novo tombo no sistema financeiro, os eleitores e contribuintes serão chamados a desembolsar mais austeridade, o défice público disparará, e o ataque dos credores externos será tão impiedoso como foi na Grécia. Será que os sábios-economistas contaram este segredo ao Alexis Costa? Ou não contaram, porque também não sabiam?

Amaral tinha duas mãos cheias de nada e naturalmente ficou pelo caminho.

Do ponto de vista financeiro, empresarial e estratégico, parece evidente a superioridade da opção Azul, ou da JetBlue Airways. Efromovich apenas está interessado nos 'slots' que a TAP detém nos aeroportos europeus, enquanto a JetBlue, pelo contrário, poderá criar com a TAP uma grande companhia aérea euro-atlântica, com ligações privilegiadas a África e um lote muito amplo de parcerias (code-sharing, etc.) de voo, nomeadamente com a Ásia. O hub da TAP na Portela, com o hub  da JetBlue no JFK (NY), criarão potencialmente sinergias e mais valias importantes. Os 34% que ficarão na mão do estado poderão, pois, render bom dinheiro quando parte deste capital for disperso em bolsa, sempre depois de 2017.

O António Maria reserva desde já um lote de 1000 ações—intencionais, claro.



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quinta-feira, maio 14, 2015

Blue TAP

Avião cor-de-rosa da brasileira Azul

A parceria AzulBarraqueiro para a compra da TAP faz sentido


Este governo ou resolve bem a privatização da TAP e ganha as eleições, ou borrega e perde-as. A privatização da TAP transformou-se assim na principal batalha eleitoral da coligação.

13:40 13.05.2015 | SIC Notícias

Presidente da TAP envia carta aos trabalhadores a anunciar reestruturação

O presidente da TAP enviou uma carta aos trabalhadores em que anuncia para breve uma reestruturação da empresa, que pode passar por despedimentos. Fernando Pinto diz que é preciso reajustar a empresa à nova realidade, depois da greve, e dar um passo atrás antes de dar dois em frente. Até há bem pouco tempo, o Governo dizia que a empresa só seria reestruturada depois da privatização estar concluida, ou caso falhasse.

Sempre aqui se escreveu que não era possível avançar para uma privatização sem reestruturação prévia, dados os enormes desequilíbrios financeiros e sociais da empresa. E ainda sem que o estado ficasse com parte das dívidas, via Parpública e Caixa Geral de Depósitos. É o preço de mais de uma década de keynesianismo desmiolado e de pirataria cor-de-rosa. A Mariana Mortágua ontem não resistiu ao realejo ideológico sem base racional defensável. Esperemos que seja o preço inevitável, mas temporário, de uma mudança que se quer ver no Bloco de Esquerda.

13/05/2015 | 09:38 |  Dinheiro Vivo

A Barraqueiro ter-se-á juntado ao empresário norte-americano David Neeleman, dono da Azul, para fazer uma proposta de compra de até 66% da TAP, noticia esta quarta-feira o Diário Económico.

Uma solução com empresas portuguesas e não portuguesas é sempre melhor. Por outro lado, meter os chineses e os americanos a competir pela empresa é bem avisado. Portugal, tal como a Grécia, é uma espécie de filet mignon na dança global geo-estratégica que acabará num novo Tratado de Tordesilhas, versão 2.0, ou numa catastrófica guerra mundial.

Já agora uma recomendação ao governo: da parte que ficará ainda em mãos do estado —34%— prepare uma dispersão em bolsa de 30% do capital, em fatias de 10%. Não faltarão portugueses a querer comprar uma dúzia de ações!

PS: nesta altura do campeonato, e dada a recuperação da brasileira TAP M&E, esta empresa de manutenção aeronáutica (que entretanto entrou no estratégico setor militar) deve manter-se, obviamente, no que vier a resultar da reprivatização. A PGA, pelo contrário, é um abcesso a lancetar.


ÚLTIMA HORA

Governo recebeu três propostas pela compra da TAP 
ANA MARGARIDA PINHEIRO
JN | 15 maio, às 17:27
O Governo já recebeu três propostas para compra da TAP. A poucos minutos do fim do prazo, tanto David Neeleman como Gérman Efromovich fizeram as suas ofertas chegar ao Governo e prometem uma corrida acesa pela empresa. Também Pais do Amaral, sobre quem ainda restavam dúvidas, fez chegar uma proposta de compra.

Paes do Amaral é um especulador financeiro que não traz nem experiência nem know how para a TAP, e como tal deverá ser rejeitado. Gérman Efromovich é um desses pássaros em que não é bom confiar, até porque a sua Synergy Europe recentemente constituída no Luxemburgo (expressamente para adquirir a TAP) inspira todo o tipo de preocupações, e a sua tentacular Synergy Group (1) só poderia chupar a TAP até ao tutano, jogando depois a casca fora! Logo, fica a Blue, ou antes, a Azul, com experiência no ramo (foi pioneira da aviação Low Cost) e a precisar de crescer, possivelmente sustentada em capital norte-americano, para quem a Europa é ainda um destino cobiçado.

Nota sobre a Jetblue Airways

87 destinos
207 aeronaves (+123 encomendadas)
acordos com outras companhias: 37
sócio relevante: Lufthansa (15,85%)
pertence à Star Alliance, tal como a TAP e a Luftthansa
Cotada no NASDAQ: $21.42 (16/5/2015 09:20); $21.75 (20/5/2015)

Espero que haja alguém no governo com olhos de ver.

Pelo que fizeram até agora, espera-se sempre asneira. Neste caso, porém, se for asneira, só poderá ser das grandes!

PS: A posição de António Costa sobre a TAP é sórdida e cheira ao estilo do gangue que assaltou o PS e deu cabo do país. A mensagem encriptada dirigida aos potenciais compradores dos 61% da TAP cheira-me a caso de polícia, e de política ou responsabilidade de estado, não tem um pintelho, como diria o compadre Catroga, que já anda de braço dado ao Costa.

NOTAS
  1. O Synergy Group não está sequer cotado em bolsa. Quanto à sua subsidiária Avianca Holding S.A., que compara com a JetBlue Airways, tem 157 aeronaves, contra 207 da JetBlue, nenhum hub nos Estados Unidos, e a sua cotação no NYSE era de 18,39 USD, em janeiro de 2014, e de 11,10 USD em janeiro deste ano. Hoje, 20/5/2015, cotava a 11,15 USD, contra 21,75 USD da JetBlue Airways.

Atualização: 20/5/201513:45 WET

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terça-feira, maio 12, 2015

TAP desfaz-se da PGA



A culpa não é dos trabalhadores da TAP, nem da PGA


Os principais responsáveis pelo colapso da TAP são Fernando Pinto e o Bloco Central que, agora, pretendem empurrar as culpas para os trabalhadores.

Há muito que vimos denunciando a instrumentalização da TAP pelos piratas do NAL—Novo Aeroporto de Lisboa.

É que para justificar um novo aeroporto e uma nova 'cidade aeroportuária', condição para entregar os terrenos da Portela à especulação imobiliária da Alta e Lisboa, cozinhada pelo PS com o senhor Ho, e especular também com os terrenos de um futuro NAL, seria necessário provar a saturação da Portela, e para isto, além de inundarem o país com mentiras, precisavam de fazer CRESCER A TAP.

Foi este o Padre Nosso do gaúcho Pinto ao longo dos últimos dez anos...

O resultado, sobretudo depois de Bruxelas ter imposto o fim do abuso de posição dominante pela TAP e SATA, foi a perda de competitividade galopante da empresa e o seu endividamento desastroso — de que a operação Brasil é apenas uma das componentes.

Antes das duas últimas duas greves já a TAP registava um passivo superior a dois mil milhões de euros!

  • Aviões antigos consomem demais (800 milhões de euros/ano em Jet fuel). 
  • Pessoal em excesso (580 milhões de euros/ano) comparam pessimamente com a concorrência que entretanto desembarcou em Faro, Porto, Funchal, Lisboa e Ponta Delgada. 
  • Em cima disto a implosão do sistema bancário, desde logo do BES (por acaso, o principal banco da TAP), foi a pancada que faltava para fazer ruir uma empresa pública que quis dar uma passada maior que a perna.

Quem não deve estar a gostar nada desta brincadeira é a Vinci, a quem impingiram a ilusão de uma TAP fulgurante e a miragem de uma cidade aeroportuária na Margem Sul.

Os árabes que financiaram a operação da Vinci devem estar a pensar: e nós que pensávamos ser os maiores aldrabões do mundo. Estes portugueses superam-nos!

Fernando Pinto defende reajustamento da TAP "à sua adequada dimensão"

"Infelizmente, a instabilidade que temos vivido fez-nos perder espaço no mercado, pelo que a nossa principal tarefa, no imediato, passa por reajustar a empresa à sua adequada dimensão", afirma Fernando Pinto numa mensagem enviada esta terça-feira aos trabalhadores.

Fernando Pinto considera que "no curto prazo será possível construir um plano que corresponda às necessidades atuais, que se traduzem numa expressão simples: dar um passo atrás para, em seguida, dar dois em frente".  Rádio Renascença

Reestruturação da TAP não exclui despedimentos

O plano de reestruturação financeira urgente pedido pelo Governo à TAP não descarta a realização de despedimentos. A companhia aérea está, neste momento, a analisar todos os cenários possíveis para superar os desequilíbrios causados pela greve dos pilotos e a redução do número de aviões - e consequentemente de equipas - é um dos cenários que está a ser ponderado, apurou o Dinheiro Vivo. DN Economia

segunda-feira, maio 11, 2015

TAP: quanto custou a greve?

Às receitas perdidas anunciadas pelo rapaz dos finos há que subtrair as despesas não realizadas com combustível e pilotos.




A poupança em combustível e pilotos deverá ter andado pelo 8 milhões de euros. Ou seja, o rombo pode não ter ultrapassado os 17 milhões de euros.

No estado a que isto chegou, ideias precisam-se! Tal como na Austrália, há que fazer pela vida ;)

domingo, maio 10, 2015

Novo Banco, Nova TAP


Se o Novo Banco não puder esperar até 2016, então a TAP também não


Os protagonistas da agonia da TAP, e já agora, da SATA, comportam-se como baratas tontas, procurando desesperadamente empurrar as culpas do desastre à vista uns para os outros. Todos coincidem, porém, na teimosia: ninguém arreda pé das posições entretanto ocupadas.

A arara do SPAC já não diz coisa com coisa, vociferando apenas que os pilotos que representa preferem uma vitória de Pirro a ceder no que todos os demais trabalhadores deste país cederam: cortes nos salários. O governo prefere perder trinta milhões de euros e ganhar uma crise governamental, a assumir compromissos passados que lhe custariam bem menos dinheiro e chatices. E por fim o novo caceteiro do PS, António Costa, rasga todos os documentos que o PS assinou com a TAP, com Bruxelas e com a Troika, desde 2009 até que o governo de que fez parte foi corrido deixando para trás um país na bancarrota que levará décadas a reerguer, ameaçando agora os possíveis interessados na reprivatização da empresa.

A situação da TAP é simples de descrever
  1. Custa em combustível 800 milhões de euros por ano (logo, precisa desesperadamente de renovar a sua frota envelhecida, com aviões mais económicos: A350 e A320).
  2. Custa em pessoal 580 milhões de euros por ano (um rácio desastroso face ao número de passageiros que transporta).
  3. Tem uma dívida de 1.062 milhões de euros (o equivalente a uma Ponte Vasco da Gama).
  4. Mas o seu passivo total registado é bem maior: 2.072 milhões de euros (ver Relatório Anual e Contas de 2014)
  5. Assumiu ainda compromissos firmes para aquisição de 12 Airbus A 350-900 num montante superior a 2.500 milhões de euros (vender estas posições equivaleria a um harakiri imediato da companhia).
  6. Os seus principais ativos são: o hub da Portela, pilotos, pessoal de manutenção, slots (reserva de pista para descolar e aterrar aviões), e ainda as encomendas e reservas de doze a quinze A350, e oito A320. A marca TAP e o famoso goodwill da empresa valem pouco mais que um caracol.
  7. Tem manifesto excesso de pessoal quando comparada com as companhias concorrentes.
  8. As mordomias de que ainda gozam administradores, pilotos e demais pessoal estão a desaparecer em toda a parte.
  9. As provisões ilegais da Parpública e os empréstimos por baixo da mesa, nomeadamente do ex-BES e da Caixa geral de Depósitos, que permitiram à gestão político-partidária da TAP empurrar os problemas com a barriga, e continuar a endividar-se, foram falsas soluções entretanto descontinuadas pelos grandes credores do país.
  10. Finalmente, sem capital fresco e uma reestruturação profunda, o modelo estratégico imaginado por Fernando Pinto ruirá como um baralho de cartas antes das próximas eleições, se entretanto não for encontrado um comprador credível que tome a maioria do capital social da TAP, reestruture a empresa e invista!

A TAP e o Novo Banco estão indissociavelmente ligados


O ex-BES e o ex-GES foram as principais alavancas financeiras da TAP, a par do Crédit Suisse. Por esta razão estas duas entidades foram as principais assessoras financeiras da primeira tentativa falhada de reprivatização. Seria bom sabermos em que posições estão neste momento o Crédit Suisse e o Novo Banco face a este processo. Saíram de cena? Continuam dentro?

As dívidas da TAP ao GES/BES não foram para o banco mau (não podia!), e portanto estão na carteira do Novo Banco. Qual é a exposição do Novo Banco à TAP? Alguém sabe? Eu presumo que seja muito elevada, e por isso presumo também que ninguém comprará o Novo Banco sem saber previamente o que vai acontecer à TAP.

Imaginem que os piratas do PS regressavam ao poder e recusavam pagar as dívidas. Alguém quererá correr semelhante risco?

Penso que não, e daí a pressa em atacar a bolha cheia de pus em que a TAP se transformou, de uma vez por todas. Enquanto não for esclarecido o futuro da TAP —reprivatização, ou TAPezinha—, a compra do Novo Banco não arrancará, e se não arrancar nos prazos previstos, isto é, até ao fim de junho, o BCE fará o que fez aos Espírito Santo: resolve a TAP num fim-de-semana!


As baratas tontas
“Conseguimos infligir um dano de €30 milhões na TAP”  — Hélder Santinhos, SPAC. Expresso, 08.05.2015

Hélder Santinhos, dirigente daquela estrutura sindical, realçou que os custos da greve, que teve início a 1 de maio e se prolonga até ao dia 10, são na casa dos 30 milhões de euros e as exigências feitas pelo sindicato ao Governo o e à TAP representam 6,5 milhões de euros por ano.

Pires de Lima desafia António Costa a explicar como vai salvar a TAP

O secretário-geral do PS não se limitou a defender que os privados não devem controlar a TAP, como fez um aviso: “Espero que ninguém pense em comprar mais de 49%.”

[...]

As declarações de Costa sobre a TAP (e também a Carris e o Metro) levaram também o líder parlamentar do PSD a acusar o secretário-geral do PS de “condicionar o mercado”. Luís Montenegro lembra que foi “o PS que lançou a privatização e que a incluiu no PEC I, II, III e IV”, estranhando que seja o líder socialista que “agora vem condicionar o mercado levantando problemas sobre a privatização...”

Diário de Notícias, 10/05/2015

ÚLTIMA HORA

TAP quis dar mais ajudas de custo e horas extra. Pilotos rejeitaramDinheiro Vivo, 11/05/2015

Afinal o Governo andou a negociar de gatas, em vez de avançar para um Requisição Civil, como deveria ter feito. Como é possível querer vender uma empresa e entupi-la de compromissos insustentáveis para quem quer que se disponha a pegar nos cacos e reestruturar a TAP?
Atualização: 11/05/2015, 10:16

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domingo, maio 03, 2015

TAP—FOSUN

Um cenário possível
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Depois da tempestade...


Os partidos gritam por causa do IVA da restauração. O PS faz contas ao número de potenciais eleitores ligados aos tascos e tasquinhas do país, e promete baixar dos atuais 23% para 13%, afirmando que assim irá salvar um setor onde continua a predominar a informalidade e a fuga aos impostos (o PS sempre gostou da aldrabice).

Nesta gritaria, a coligação que defende a taxa de 23%, prisioneira de um quadro constitucional que reprime a diminuição da despesa do estado, afirma que a alternativa é recorrer a mais receita fiscal. Neste caso, o resultado traduz-se numa arrecadação suplementar de 230 milhões de euros.

Vejam agora, por comparação, o que o subsídio público à TAP nos custou, só em 2014: 367 milhões de euros! Esta fatura foi passada à vaca leiteira Parpública, a qual, no mesmo exercício, registou 461,9 milhões de euros de prejuízos.

Em 2015 a fatura será ainda maior se o mal não for cortado pela raiz (leia-se privatização).

A nossa análise da situação da TAP é obviamente desinteressada, ao contrário das adivinhações da administração da TAP, do Governo, da banca exposta ao buraco de dívidas da empresa, do SPAC e dos pilotos não sindicalizados, da generalidade dos trabalhadores da empresa, dos fornecedores e do turismo.

O António Maria e os seus amigos preocupam-se com os erros e com a corrupção pandémica que nos atingiu, e escrevem a favor do que julgam ser as melhores estratégias para o país. A centena de artigos escritos sobre a TAP e a estratégia aeroportuária e ferroviária de que precisamos provam a bondade das nossas intenções. Temos acertados nas previsões e felizmente algumas das decisões estratégicas mais catastróficas (Ota e Alcochete, nomeadamente) caíram sob o peso da realidade.

A TAP, como está, é um cancro. Só a sua progressiva privatização a poderá salvar do pior.

A TAP precisa de capital, ou seja, de um acionista privado maioritário (61%), da participação dos seus trabalhadores no capital da empresa (5%), da dispersão de 30% do capital por outros interessados (por exemplo, as câmaras de comércio portuguesas espalhadas pelo mundo), e da retenção nas mãos do estado de uma pequena percentagem do capital da companhia: 4%.

A TAP precisa de parar a estratégia ruinosa que tem seguido até aqui, nomeadamente ao subestimar o paradigma Low Cost (que veio para durar).

A TAP precisa de uma reestruturação profunda e de uma nova gestão, livre dos condicionamentos da cleptocracia indígena que a manipulou, conduzindo a empresa pública à ruína.

A União Europeia, que neste momento está perfeitamente informada sobre a insolvência da TAP, terá já dado instruções a Passos Coelho sobre o que estará disposta a fazer. Tal como no caso do BES, o ponto de não retorno foi atingido: é preciso resolver imediatamente o problema da TAP!

Acontece que o ex-Grupo BES é provavelmente a instituição financeira mais exposta ao buraco financeiro da TAP (a par da Caixa Geral de Depósitos). Quantas centenas de milhões de euros em crédito à TAP estão registados nas múltiplas operações em que o BES, o GES e a TAP estiveram envolvidos? Só a operação Airbus A350 representa uma exposição superior a 2,5 mil milhões de euros!

A nossa intuição diz-nos que a operação de privatização do Novo Banco precipitou a clarificação do processo de privatização da TAP, precisamente por causa da exposição da nova instituição financeira à companhia aérea portuguesa.

No dia 10 de maio, se não for antes, termina a greve da TAP. No dia 15 de maio termina o prazo da entrega de propostas vinculativas para a aquisição de 61% do capital da TAP (os restantes 5% da fatia em processo de privatização são destinados aos trabalhadores do Grupo TAP). Por sua vez, até ao fim do mês de junho, os cinco candidatos à compra do Novo Banco, entretanto escolhidos pelo Banco de Portugal, terão que apresentar as suas propostas vinculativas de compra.

Sem reestruturação prévia da TAP, com as restrições conhecidas do caderno de encargos, e sem se saber a verdadeira dimensão do endividamento e conhecer todos os credores, só um louco (ou um inside trader muito aventureiro) arriscaria oferecer um euro que fosse pela companhia.

A privatização da TAP está, em certa medida, dependente da venda do Novo Banco, e esta está provavelmente dependente do desfecho da privatização da companhia aérea.

O grupo privado chinês FOSUN, que já comprou o Hospital da Luz e a companhia de seguros Fidelidade, e detém cerca de 5% da REN, é um dos candidatos à compra do Novo Banco. Se vencer a concorrência espanhola (espero que vença) a TAP será naturalmente um ativo muito apetecível. Na realidade, as dívidas da TAP ao Novo Banco devem superar os famosos 300 milhões de euros que o Governo espera arrecadar da privatização. Se assim for, e a FOSUN, como sucessora do Grupo BES, poderá comprar a TAP pelos famosos 60 milhões de contos (o valor que Cravinho pedia, em 1999, pela companhia), transformando as dívidas da TAP em capital.

O aparecimento de um grande grupo económico-financeiro chinês em Portugal é uma opção estrategicamente boa para Portugal. Equilibra a pujança das presenças espanhola e angolana num quadro de ruína e extinção dos rendeiros do regime que não souberam ler a tempo o futuro.

Se esta for a floresta, as pequenas árvores retorcidas que se agitam nos média não farão grande diferença.


Nota final: a FOSUN é o maior acionista do Club Med. Ou seja, aviões, aeroportos, barcos e portos, comboios e ferrovia, estão certamente no radar dos seus investimentos futuros. O comércio marítimo e ferroviário, o turismo e as prestação de serviços de saúde de alto valor acrescentado são fileiras a conquistar no curto prazo. Haverá cada vez mais africanos e asiáticos ricos a demandar a Europa. Portugal é uma das principais portas de entrada, não só de petróleo, gás natural e outros recursos estratégicos (sobretudo se as nuvens negras continuarem a crescer na Ucrânia e no Médio Oriente), mas também de pessoas. Que precisa a FOSUN para crescer rapidamente em Portugal? De um banco... e da TAP!


POS SCRIPTUM—A Catarina do Bloco é contra a privatização. Defende, pois, que os pensionistas continuem a levar cortes e mais cortes para alimentar corvos a pérolas, e que as empresas continuem a fechar portas para que a TAP continue a voar alegremente, às costas dos contribuintes. Por outro lado, a Catarina defende que Portugal não deve pagar o que deve. Matematicamente faz sentido. Gasta-se o que não se tem, pede-se emprestado, e depois não se paga. O problema é que o mano Mário, a prima Lagarde, e a tia Merkel já perceberam que esta matemática é um pouco estranha. E como perceberam, decidiram fechar a torneira do crédito, e só a abrem para deixar correr umas pinguinhas de vez em quando, desde que saibam muito bem para onde vai a massa. Para TAP, tão cedo, não haverá um cêntimo mais. Capiche, Margarida Martins do Bloco sem emenda, nem remédio?

Atualização: 9/5/2015 15:12

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