terça-feira, março 11, 2014

Manifesto de 70 personalidades apela à reestruturação da dívida

Criaram a dívida, e agora não querem pagar, ou seja, querem que o povo morra à fome para que os seus privilégios de casta burocrática se mantenham intactos.

Não deixa de ser caricato ver um antigo ministro estratégico de Salazar, Adriano Moreira, ao lado do quadrado Louçã assinando o mesmo papelucho indigente.

Numa reestruturação de dívidas públicas há sempre a imposição de uma hierarquia entre os credores (‘seniority’), o que no caso indígena significará, por exemplo, que se paga ao BCE em primeiro lugar, mas só se pagará à Caixa Geral de Aposentações, que foi obrigada pela corja partidária (último despacho de Vitor Gaspar) a empenhar 90% das suas reservas financeiras na compra de dívida pública, se ainda houver com quê. Ou seja, o perdão da dívida tem muito que se lhe diga, sobretudo num país de gente corrupta e rendeiros agarrados ao Orçamento...

Expresso:

O manifesto, hoje noticiado pelo jornal Público, é assinado por figuras da política de esquerda e de direita, como os ex-ministros das Finanças Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, Francisco Louçã, António Saraiva, Carvalho da Silva, Gomes Canotilho, Sampaio da Nóvoa, além de empresários e economistas, e pretende ser "um apelo de cidadãos para cidadãos", explicou João Cravinho.

"Trata-se de um apelo que se dirige a uma questão absolutamente decisiva para o nosso futuro que é preparar a reestruturação responsável da dívida para crescer sustentadamente com respeito pelas normas constitucionais com responsabilidade social e com democracia", avançou.

Manifesto de 70 personalidades apela à reestruturação da dívida - Expresso.pt

Investidores europeus fogem para... Portugal!

Porquê investir num país falido?

What is perhaps most stunning is that while investors have piled out of German, Swiss, and French stocks in the last few days, they have backed-up-the-truck in "new normal" safe-haven Portugal. The reason proferred by some - Portugal is further from Ukraine (and less dependent on Russia's gas) - which of course is the critical swing factor for an economy that remains crushed aside from trade with Germany.

Europe Weakens Again As Investors Seek The Safety Of... Portuguese Stocks! | Zero Hedge

A divergência dos gráficos é um resultado evidente da crise ucraniana


A reforma do estado está por fazer, mas a austeridade financeira começa a dar frutos.

Tempo de atrair capital e ideias. Tempo de olear todas as infraestruturas de comunicações e telecomunicações do país, incluindo a construção-exploração das novas linhas ferroviárias de bitola europeia entre as cidades-região de Lisboa e Porto e a Europa—de Madrid, Barcelona, Paris, Londres e Berlim. Tempo de reforçar a lusofonia. Tempo de proteger cuidadosamente os nossos interesses estratégicos específicos, sem prejuízo do compromisso europeísta assumido.

Escrevemos há dias este PS:

Obrigado, Vladimir!
Pedro Passos Coelho ;)

POST SCRIPTUM
Milagre Machete. Juros da dívida estão abaixo dos 4,5% - Jornal i, 11 Mar 2014 - 05:00
A queda é ainda mais surpreendente porque na sexta-feira os juros exigidos pela dívida na linha de obrigações do tesouro a 10 anos tinham fechado nos 5,77% e durante o início da manhã de ontem ainda chegaram a subir para os 5,8%. Depois foi a queda de forma mais abrupta até atingirem os 4,4547%. Esta descida dos juros aconteceu mesmo sem o compromisso político entre PSD, CDS e PS tão desejado pelo Presidente da República. Cavaco Silva ainda ontem disse estar convencido de que "um acordo a médio prazo que incluísse a próxima legislatura, faria descer as taxas de juro".

Já Rui Machete, o pai dos 4,5%, esteve ontem em Berlim e comentou naturalmente com orgulho e optimismo a descida dos juros da dívida nacional: "A nossa economia está a evoluir positivamente, o programa está a obter resultados. Os investidores internacionais têm essa percepção e traduzem em termos de procura e em termos de taxas de juro essa percepção", disse o ministro.
A indigente imprensa que temos adora acariciar o poder, seja ele qual for. A explicação para a queda do preço e rentabilidade da dívida soberana portuguesa (italiana, espanhola, ...) é outra, bem diferente das alucinações do figurão Machete e das orações piedosas do traste de Belém.

A explicação é simples e chama-se, 1) a ruína do modelo consumista e do casino bolsista americanos (nomeadamente do HFT) e, mais recentemente, 2) a explosiva crise na Ucrânia.

Tudo isto se resume, porém, a uma única realidade: não há petróleo, gás natural e soja suficientes e a bom preço para a China continuar a crescer a 7% ao ano e, por outro lado, a Europa e os EUA precisam de crescer acima da linha de água (2%). Tudo o resto é conversa fiada, como diria o Medina.

Quanto a Portugal, perante as crises geoestratégicas que continuarão a agudizar-se nas linhas de fratura entre a Europa e a Ásia, e no Mar da China, a aliança atlântica irá reforçar-se sobretudo no Atlântico e no Índico, com dois objetivos claros pela frente: segurar os recursos energéticos, minerais e alimentares, em África e na América do Sul, e proceder ao inevitável e gigantesco ajustamento das economias ocidentais ao novo paradigma de crescimento baseado no uso parcimonioso dos recursos disponíveis, a começar pelo petróleo, gás natural, carvão, solos férteis e água potável.

REFERÊNCIAS

2007
Portugal 12: Monarquia?

2008
Venezuela: Triangulações inteligentes
Portugal, a Europa, a CPLP e o porta-aviões açoriano

2009
A quem compete defender o Atlântico?
E se eu estiver enganado?

2010
Portugal: 1415-2015: O fim de um ciclo muito longo

Última atualização: 11/3/2014 11:07

sábado, março 08, 2014

Chinese Exports Collapse Leading To 2nd Largest Trade Deficit On Record | Zero Hedge

A globalização oportunista tem os dias contados


A inversão de tendência da balança comercial chinesa é evidente

CHINA: colapso nas exportações, insolvências aos milhares e operadores financeiros incapazes de pagar dividendos obrigacionistas são um sinal claro de que a globalização oportunista promovida pelo Ocidente acabou. E acabou por três causas principais: 1) o pico das energias e dos recursos naturais e alimentares baratos chegou ao fim; 2) o endividamento cumulativo explosivo dos EUA e da Europa provocou uma inversão de tendência na lógica do crescimento económico global; e 3) a crise social e política induzida pela insuperável crise financeira desencadeada a partir do colapso do Subprime e do gigante Lehman Brothers forçará inevitavelmente os governos a defender as suas economias do insustentável desequilíbrio das suas balanças de pagamentos.

CONCLUSÃO: consuma menos, mas consuma melhor e sabendo para onde vai o seu dinheiro.

RECOMENDAÇÃO: não venda o que é seu: casa, quinta, fábrica, etc. Aguente-se até onde puder, pois vem aí uma reversão do paradigma produtivo. Em vez de papel especulativo de empresas que não valem um caracol, queremos reforçar as cinturas verdes das nossas cidades, queremos renovar e reforçar a qualidade das nossas indústrias, queremos mais invenção e liberdade empresarial local, queremos uma Europa forte e solidária, e não queremos mais porcaria arrancada ao trabalho escravo oriundo de ditaduras e cleptocracias intoleráveis. Comprar menos, mas de forma consciente e orientada é a única maneira de sairmos rapidamente do enorme aperto em que nos encontramos.

Chinese Exports Collapse Leading To 2nd Largest Trade Deficit On Record | Zero Hedge

Democracia sem partidos?

Sólon (638-558 a.C), fundador da democracia ateniense.

O sistema partidário ocidental está esgotado


A propósito da célebre teoria de Milton Friedman sobre a aplicação de um imposto negativo sobre o rendimento (negative income tax) Miguel Horta escreveu:

Andamos há 200 anos a inventar formas de produzir mais e melhor, quando entretanto pouco melhorámos as formas de distribuir o que produzimos. Hoje o desfasamento das duas capacidades é enorme: a de produzir, a anos-luz do que era antes da revolução industrial; a de distribuir, próxima do que era então. Uma leitura possível da actual crise é mesmo esta: a inexistência de mecanismos de distribuição adequados impede o aproveitamento da gigantesca capacidade de produção existente.

A situação pede inovações na forma de distribuir os recursos pelas pessoas.

Um imposto negativo?

O estado social seria um imposto negativo mais abrangente e mais justo do que o negative income tax de Friedman se não tivesse sido capturado, como foi, pela lógica populista das democracias partidárias dominantes na Europa Ocidental e nos Estados Unidos. Sabemos hoje que o dito estado social faliu neste e no outro lado do Atlântico. Na verdade, para se cumprirem os objetivos estratégicos do welfare state —manter competitivo e coeso o potencial produtivo das nações industriais e urbanas cujas populações foram perdendo a ligação à terra e o controlo dos processos produtivos e cadeias de produção e reprodução social— as sociedades modernas geraram uma imensa burocracia de administração e controlo cujos custos apenas foram saudavelmente financiados enquanto houve energia barata e mercados coloniais. Esgotadas estas duas facilidades, o preço do não-trabalho e da distribuição gratuita de serviços deixou de ser coberto pelos excedentes da exploração do trabalho produtivo, passando a contribuir para o endividamento líquido, público e privado, dos países.

Não vale a pena, por ser completamente inútil, buscar explicações maniqueístas ou até partidárias para o grande colapso que nos atinge e que não deixará de se agravar até que encontremos uma solução racional para esta crise sistémica sem precedentes. As democracias partidárias e intrinsecamente populistas que temos não só formam uma barreira quase intransponível à mudança, como a sua persistência agrava e acelera a queda anunciada da civilização do consumo e do bem estar social.

Poderemos manter, por muito mais tempo, o manifesto impasse das democracias sociais  em que temos vivido?

Podemos já começar a pensar, discutir e experimentar democracias sem partidos?

Não seria verosímil substituir as atuais democracias demagógicas, cada vez menos representativas, por um regresso criativo à democracia ateniense primitiva, onde a representação partidária não existe, e em seu lugar são criadas instituições sofisticadas de dialética social e decisão democrática insuscetíveis de serem capturadas por demagogos e grupos de pressão?

Os partidos jacobinos, cada vez mais corruptos, que continuam a gerir os estados modernos são completamente inadequados à imaginação e gestão participadas das sociedades avançadas. Só mesmo a burguesia financeira especulativa continua a financiar o modelo partidário, populista e corrupto das democracias instaladas. Mas a verdade é esta: este modelo de democracia morreu e as suas réplicas africanas, asiáticas e sul-americanas não passam de grosseiras caricaturas.

Chegou porventura o tempo de mudarmos de vida e de democracia!


NOTA: este texto foi originalmente publicado no blogue do Partido Democrata.

Autoeuropa deixou de usar comboio para exportar automóveis


Os tugas não aprendem, nem mesmo quando estão a desaparecer na sua própria miséria!


Este governo deixou ir para Espanha e França 800 milhões de euros  que estavam reservados a Portugal no anterior quadro comunitário de apoio na condição de fazermos uma nova ligação ferroviária Lisboa-Madrid. Os rendeiros e os ladrões do regime queriam um novo aeroporto, uma cidade aeroportuária, uma nova travessia do Tejo no corredor Chelas-Barreiro, barragens, mais autoestradas, túneis,  e sobretudo betão, muito betão, que é a única coisa que os empresários que capturaram os partidos e os governos desta praia lusitana à beira-mar plantada sabem fazer, e onde o saque que nos trouxe até aqui é garantido. Ou isto, ou intelectuais de mercearia.

As burocracias, incluindo ministros e administradores de empresas públicas, partidos assentados em São Bento, corporações profissionais e empresariais secularmente encostadas há mama orçamental, e até autarcas e sindicatos desmiolados, transformaram o 'TGV' num demónio e jogaram, como sempre fazem, o Porto contra Lisboa para confundir o pessoal. Os resultados estão à vista.

Recentemente publicaram mais estudo, desta vez sobre os próximos investimentos estratégicos a serem financiados pelo próximo quadro comunitário de apoio, o qual não passa dum embuste sem qualquer consistência nem formalidade, e que, como já é sabido, não sequer tido em conta por Bruxelas seja para o que for. Areia para os olhos da burocracia e autarcas sem cabeça e pouco mais. O ridículo Seguro, em vez de expor o embuste, e de traçar publicamente o quadro estratégico que defende quando for governo, anda a brincar às escondidas com o Passos de Coelho. Pior, acaba de dar um tiro na testa ao convidar Jorge Coelho para o substituir!

REFERÊNCIAS

Autoeuropa deixou de usar comboio para exportar automóveis - Automóvel - Jornal de Negócios

Debate sobre infra-estruturas arranca sem estudos sobre seis dos 15 projectos mais prioritários - i online.

sexta-feira, março 07, 2014

Imagem de um regime perdido

Manif de polícias junto ao parlamento, 6/3/2014

A escadaria descendente de uma democracia falida


Nem num FC Porto-Benfica se vê tanto polícia
PSP mobilizou um número recorde de efetivos para vigiar os 12 mil colegas que são esperados na ‘manif’. Ninguém quer confrontos, que podem custar a cabeça ao ministro e a razão aos polícias. Concentração está marcada para as 17h30, em Lisboa.

Ler mais: Expresso

Quando um regime não consegue alimentar os seus polícias, por manifesta insolvência do Estado, ou por incompetência e irresponsabilidade dos governantes e da casta política, só lhe resta uma alternativa: dar lugar a outros. Esta democracia populista e corrupta chegou ao fim. A sua substituição por uma democracia transparente, responsável e decente é uma questão de tempo.

E mais uma coisa: quando um furúnculo incha de pus há que espremê-lo e desinfetar com cuidado a ferida. Deixá-lo crescer é permitir que a infeção cresça, alastre e acabe por rebentar quando menos se espera, provocando estragos maiores no organismo.

O nacionalismo e a extrema direita são filhos da imprevidência democrática, do populismo e da corrupção, quando tudo isto desemboca na falência económica, financeira e social das sociedades. Já todos sabemos isto, mas não aprendemos nada com o passado recente. Triste :(

quarta-feira, março 05, 2014

Um Putin, por favor!



Num país dominado por castratti e piratas de algibeira —Portugal— faz falta alguém com os ditos no sítio, ou então uma mãe de armas, nomeadamente para pôr a EDP e outros cabotinos, corruptos e imbecis na ordem.