Mostrar mensagens com a etiqueta ANA aeroportos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta ANA aeroportos. Mostrar todas as mensagens

domingo, junho 12, 2022

Nem Montijo, nem Alverca, nem Alcochete: Rio Frio!

Fernando Nunes da Silva: Lisboa passou a ser a terceira cidade mais cara do mundo, em paridade de poder de compra. Em contrapartida perderam-se 20 mil habitantes nos últimos 20 anos.

Lendo esta entrevista fica-se a perceber duas coisas: 

1) Lisboa está a passar por um processo de gentrificação acelerada, ou seja, será em breve mais uma cidade de negócios e de serviços global, com preços internacionais e de onde, portanto, boa parte dos portugueses e negócios locais serão expulsos. Para onde? Para uma periferia, também ela cada vez mais cara: Amadora, Loures, Sintra, Mafra, Torres Vedras, Oeiras, Cascais, Almada, Alcochete, Barreiro, Montijo, Palmela e Setúbal. Esta tendência será ainda mais visível quando o governo (este ou o próximo) acabar com a iniquidade e o saque fiscal sobre as mais-valias imobiliárias imposto, não aos fundos de investimento, mas a quem pretende simplesmente trocar de casa; 

2) o NAL (Novo Aeroporto de Lisboa) acabará por ir parar à região de Rio Frio, fazendo cair a alternativa Portela+Montijo, que continua atravancada nos jogos de bastidor entre os vários grupos de interesses envolvidos na promoção da nova infraestrutura aeroportuária. Há, entretanto, um fator novo que irá contribuir decisivamente para o fim da solução Portela+Montijo (já de si hesitante, por falta de interesse da Vinci na solução): a invasão da Ucrânia e o movimento de aceleração que parece ter tomado conta das placas geo-estratégicas mundiais. É praticamente inevitável uma deslocação do centro de gravidade da Europa para o Atlântico e para o Mediterrâneo, i.e para os continentes americano e africano. Ou seja, a necessidade de uma verdadeira cidade aeroportuária na margem esquerda do Tejo é agora evidente. E assim sendo, não se justificam soluções temporárias intermédias. A futura cidade aeroportuária e o novo aeroporto só tem uma localização possível: o triângulo formado pelas povoações de Rio Frio, Poceirão e Canha. Curiosamente, é o regresso da localização prevista pelo Marcelo (Caetano) em 1972! Façam-se os estudos, e decida-se a localização final até junho de 2023. Faça-se o projeto do aeroporto e da cidade aeroportuária, até 2025. Construa-se o NAL até 2030. A cidade aeroportuária nascerá naturalmente desde que haja um plano com cabeça tronco e membros. A Portela será a cidade alta de Lisboa. Tires servirá os voos regionais e executivos da capital.

Cheguei a considerar a solução Portela+Montijo como solução transitória para o problema da expansão da capacidade do principal aeroporto do país. Mas também penso, desde 2005, ser inviável prolongar a vida da infraestrutura aeroportuária da Portela indefinidamente. Por isso escrevi em 2018 um artigo em que defendo a recuperação da localização escolhida pelo governo de Marcelo Caetano, em 1972, para o NAL. Fazendo naturalmente os ajustamentos necessários, tendo em conta a evolução da ocupação urbana da região.

Dois posts antigos sobre este tema:

Novo Aeroporto de Lisboa... em Rio Frio (12/7/2018)

Montijo por um canudo (8/1/2019)


*


Entrevista de Fernando Nunes da Silva ao Sol (extrato)

Fernando Nunes da Silva — Acho que se devia comparar a hipótese de Alverca com um outro aeroporto na zona de Poceirão-Rio Frio. Rio Frio foi chumbado como alternativa devido a possíveis negócios imobiliários. O LNEC não foi autorizado a estudar essa localização por causa de um grande projeto imobiliário do grupo Espírito Santo. Esse projeto já não existe, portanto vale a pena estudar uma localização nessa zona. A alternativa de Alcochete não é compatível com a manutenção da Portela, porque é demasiadamente longe para haver uma operação conjunta entre os dois aeroportos. Alcochete é uma alternativa global à Portela. E pensa-se numa outra coisa, como uma cidade aeroportuária. Mas ponham-se em cima da mesa pelo menos estas hipóteses e compare-se com o Montijo, mas nunca ignorando que este nunca poderá ser o aeroporto principal e a Portela teria de aumentar o seu tráfego. O Montijo não tem as mínimas condições para ser aeroporto principal. Não é possível ter pistas com a extensão necessária para o ser. É completamente inviável, independentemente até dos impactos ambientais, estamos a falar do ponto de vista físico propriamente dito. Mas mesmo que isso fosse ultrapassável com enormes custos, em vez de termos os impactos em Lisboa, passávamos a ter em Montijo e Alcochete. Acho que isso não é admissível, é uma não solução. Agora, se quiserem comparar um grande ‘hub’ na Portela com um aeroporto secundário no Montijo com as outras hipóteses, como sejam um aeroporto principal em Alverca e um aeroporto de cidade na Portela, um único aeroporto em Alcochete ou um em Rio Frio-Poceirão com um aeroporto de voos privados e de menor dimensão na Portela, tipo aeródromo, tudo bem. Comparem-se é soluções exequíveis, tecnicamente defensáveis e com o mínimo de consistência e coerência.

terça-feira, dezembro 28, 2021

TAP foi nacionalizada em menos de 24 horas. Repararam?

Pedro Nuno Santos e António Costa
(imagem original em Jornal de Negócios)

O que importa aqui é o que disse António Costa (à TVI CNN):

“Se uma pessoa é primeiro-ministro durante seis anos, se durante seis anos os portugueses têm a oportunidade de acompanhar e avaliar o trabalho, e se ao fim de seis anos não dão confiança ao primeiro-ministro com uma vitória eleitoral, bom, isso é manifestamente um voto de desconfiança dos portugueses no primeiro-ministro e, então, aí eu tenho de tirar as devidas conclusões e demitir-me”. (LINK)

Bom, a partir daqui, os portugueses sabem o que devem fazer para criar novas oportunidades ao regime: votar no PSD, no Chega e na IL. Ou não votar. Ou então, os que continuam a ter o coração à esquerda, manterem as respetivas afinidades ao PCP e ao Bloco, evitando votar no PS por mero oportunismo eleitoral. Ou seja, dizer a ao PS: Rua!

Claro está que, na hipótese de o PS perder as eleições de janeiro, já todos sabíamos que o senhor que se segue aos comandos do Partido Socialista será Pedro Nuno Santos. Mas até que este chegue a PM ainda vai tardar. PNS, atento à aceleração histórica em curso, já começou, não vá o Diabo tecê-las, o seu prudente distanciamento do populismo marxista.
Mas não se esqueçam desta verdade elementar sobre a crise que acabou com a Geringonça: a chamada aprovação do plano de restruturação da TAP (que ninguém todavia conhece) não foi uma vitória do PS, nem do ministro das infra-estruturas. Foi uma vitória, ainda que ao retardador, de David Neeleman. 

O comunicado da DG COMP, assinado pela vice-presidente da Comissão Europeia, Margreth Vestager, operou em 24 horas o que o governo de António Costa, Pedro Nuno Santos e a Geringonça travaram ao longo de seis anos, i.e. a separação da TAP SA, que inclui a TAP Express (ex-PGA, também conhecida como Portugália Airlines), da TAP SGPS, que é um buraco negro—agora sem fontes de rendimento próprias— com uma dimensão que poderá andar pelos quatro mil milhões de euros. Quatro Pontes Vasco da Gama! A absorção desta dívida pornográfica caberá certamente aos contribuintes, certamente dilatando as punções fiscais no tempo, e mascarando-as sempre com os mantos da mentira e da hipocrisia.

Curiosamente, esta separação produziu em escassas horas e sem qualquer debate ou aprovação parlamentar, nem assinaturas de Belém, a nacionalização integral da TAP SA, quer dizer da TAP que voa.

A TAP SA está agora pronta para dois cenários alternativos: 

1) ou é bem gerida até ao fim de 2023, e poderá aspirar a uma parceria frutuosa com as empresas de David Neeleman e a Lufthansa, ou 

2) não é, revelando-se incapaz de competir no agressivo mercado pós-COVID, e então o espectro de uma segunda falência organizada da empresa será inevitável, e aí colocar-se-à como muito provável cenário a sua venda a patacos a um dos três grandes grupos aeronáuticos europeus: IAG, Lufthansa e Air France-KLM.

O Governo socialista e PNS não ganharam grande coisa na guerra contra a Ryanair e a análise aprofundada do caso TAP pela DG COMP (apesar da propaganda massiva e o apoio da imprensa indigente que temos). Foi Bruxelas quem impôs a criação, em menos de 24 horas, de duas TAPs: a TAP boa (TAP SA) e a TAP má (TAP SGPS). A castanha que continua a crepitar nos bastidores, pode rebentar de um dia para o outro, em Lisboa...

sábado, abril 08, 2017

Atenção à TAP!


O cada vez mais difícil negócio da aviação


Este artigo publicado pela McKinsey é um alerta sobre a situação do transporte aéreo mundial e dos seus principais intervenientes: fabricantes de aeronaves—os que mais ganham com o negócio; agentes de viagens—que já nada ganham; ou os aeroportos e companhias aéreas—ambos no vermelho desde 2007.

O declínio da rentabilidade por lugar/Km começou em meados da década de 50 do século passado. Mas desde meados da década de 1970 (após a crise petrolífera de 73) que esta tendência declinante se manteve, em larga medida devido ao peso crescente da energia (os aviões a jato necessitam de petróleo de altíssima qualidade, de onde sai o Jet fuel) e da tecnologia desta indústria de ponta.

Percebe-se, depois de ler este artigo, que aventuras como o da propalada cidade aeroportuária de Alcochete não fazem qualquer sentido, ainda para mais num país falido, corrupto, irresponsável, cujo sistema bancário é hoje controlado por espanhois, catalães, chineses e angolanos.

E percebe-se, considerando as tendências expostas pela McKinsey, quão inverosímil é ouvirmos da TAP, endividada até ao tutano junto de bancos como o ex-BES, o BCP e a Caixa Geral de Depósitos/ Parpública, anunciar que contraiu responsabilidades junto da Airbus no valor de mais de 12 mil milhões de euros: 15 A320neo, 24 A321neo, e 14 A330-900neo.

Sendo a TAP pública, compete ao governo e ao parlamento conhecerem e reconhecerem a frágil situação da companhia. Têm, ao mesmo tempo, a obrigação de agirem rápida e drasticamente por forma a prevenir males maiores. Já bem basta a ruinosa inércia que demonstraram ao lidar com o colapso bancário do país.

Airlines perform a service that defines the modern age and is used by billions of people every year. Yet they do not make money at it. Over the most recent economic cycle, which included some excellent years, airlines still destroyed nearly $20 billion in value for their shareholders. Suppliers do much better (Exhibit 1). For example, aircraft manufacturers made $2 billion. Maintenance and repair organizations (MROs) along with providers of ground services and catering made $1.5 billion. And global distribution systems made $500 million and have enviable margins.


Airlines’ unit revenues are headed in only one direction: down (Exhibit 4). Airlines are becoming more efficient over time, by increasing in scale, optimizing the product delivery, and buying newer, more efficient planes. The improved efficiency over time reduces the unit cost base. Unfortunately for airlines (but happily for their customers), a highly competitive industry compels carriers to pass on these benefits to consumers in the form of lower unit prices.
in:
Buying and flying: Next-generation airline procurement
By Alex Dichter, Andreas Juul Sørensen, and Steve Saxon. McKinsey.

quinta-feira, setembro 03, 2015

Quem manda, afinal, na ANA Vinci?

Michael O Leary, CEO da Ryanair

Lóbi da Ota em Alcochete à espera de António Costa?


Ryanair diz que é urgente abertura de aeroporto no Montijo

Diário Digital, 2 set 2015, às 11:36, actualizada às 14:36

O presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, defendeu hoje que é urgente a abertura de um aeroporto complementar no Montijo, acusando a Vinci, gestora dos aeroportos portugueses, de estar a limitar a capacidade de crescimento da companhia.

A Vinci é o quê? Uma empresa privada, ou mais um fundo de investimentos pirata?

Está escrito neste blogue, desde 2006, que Portugal e a cidade-região de Lisboa precisam de uma solução aeroportuária chamada Portela+1, ou seja, Portela+Montijo: um aeroporto, três pistas, duas delas paralelas, servindo as duas margens do grande estuário.

Quer-me parecer que o lóbi do NAL da Ota em Alcochete (financiado pelos 'banksters' dos já desaparecidos BPN e BES) ainda mexe, e espera desesperadamente pelo sargento-ajudante Costa!

É que o buracão criado em compras de terrenos e apostas de casino na Ota, e depois no polígono de Rio Frio, Canha e Alcochete, é bem capaz de estar escondido nos balanços de ambos os covis financeiros, com proteção, ao que parece, do Bloco Central e do senhor Carlos Costa.

Senhora PGR, aqui vai mais uma denúncia para investigar.


Declarações de Michael O. Leary (vídeo)

quinta-feira, abril 23, 2015

TAP, ANA Vinci e as alfaces da Portela

O embuste da saturação da Portela. Abril 2015—Online Coordination
Clique para ampliar

TAP: milhares de milhões de euros derretidos em nome de uma fraude


Sindicato dos pilotos admite processar TAP por gestão ruinosa

Manuel dos Santos Cardoso, presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) desde novembro, defende que o que tem prejudicado gravemente a TAP “é a gestão ruinosa desta administração, com a conivência e o beneplácito dos sucessivos governos”. DN, 22/04/2015

A Procuradora-Geral da República confirma existirem investigações em curso à TAP, alegando segredo de justiça para não dar mais informações.

A informação foi avançada à Renascença, na sequência da entrevista do presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil ao “Diário Económico”. RR

(Histórico para os que entraram agora: o recorte é do Diário Económico, sendo a “boa nova” do DN baseada na entrevista dada ao DE)

Nova abordagem quanto ao conceito aeroportuário tuga.

No essencial, os pilotos não estão contra a reprivatização da TAP, aliás, eles subscreveram o acordo sobre a alienação de 66% da companhia. O que eles querem é uma parte dos outros 34% que ficarão na mão do estado, ou seja:
  • Privado 66%
  • Pilotos 20%
  • Governo 14%.
O governo está metido numa manobra de intoxicação da opinião pública, atirando o ónus do fracasso da reprivatização da TAP para cima do SAPC (ao que este remeteu a dita – culpa – ao gaúcho).

O anarco-sindicalista porta-voz da TAP, António Monteiro, deveria ter explicado simplesmente isto:

— Os pilotos não estão contra a privatização, e apenas querem garantir aquilo que foi anteriormente negociado com um governo do PS. Não é por acaso que o PS está tão calado sobre a borregada da reprivatização. É que num cenário de reprivatização adiada e colapso iminente da TAP, se houver um governo PS, António Costa terá que dar continuidade ao compromisso do Cravinho, Sócrates e companhia.

Os pilotos nunca poderiam deixar de fazer valer os seus interesses neste momento, pois se não interviessem agora, o próximo governo (que os indígenas desesperados até podem querer que volte a ser do PS) poderia argumentar que, “como os pilotos aceitaram as bases do anterior governo” (ou seja, deste), António Costa não se veria obrigado a honrar o que o seu camarada João Cravinho e o governo do seu ex-chefe José Sócrates se comprometeram com os pilotos.

Daí que um governo (Passos de Coelho) sem imaginação para criar cenários se veja, pela sua própria inépcia (rapaz dos finos e Sérgio), completamente atado, apostando, como seu melhor aliado, no Gaúcho, o qual foi prontamente abatido ao primeiro tiro certeiro do SPAC. Tiro! Gaúcho ao fundo. Ou seja, os encontros entre o gaúcho Pinto e os pilotos finaram. Claro que isto, as agências de comunicação não difundem. Por cortesia, claro.

O atual patrão da TAP é o governo em funções, tendo como representante delegado, o Gaúcho.

Como é hábito, estes tipos são uns “cassos de primeira”, e agora estão a deixar muita gente nervosa, para não dizer em “pânico”.

Como já se antevia, com a passagem das Low Cost para o Terminal 2, deixando o Terminal 1 para a TAP (era isto que o Gaúcho tanto queria para fazer CRESCER a TAP, além dum NAL na Ota, claro, ou em Alcochete, claro), o Terminal 1 começa a ficar às moscas. E as lojas, naturalmente, vão fechando.

Toda a gente quer agora abrir a sua lojeca no Terminal 2, pois o movimento migrou para lá. E atenção: as lojas que começam a ficar às moscas, imaginadas pelo Guilhermino, originaram pesados investimentos, de muitas dezenas de milhões de euros, no Aeroporto da Portela.

A ANA Vinci, vendo as receitas das lojas (“não aviação”) a caírem, já deve estar a deitar contas à vida.

Com a situação que o governo criou na TAP, a cartografia dos Slots da Portela deve estar a transformar-se num enorme campo verde (ver mapa acima), onde até vai ser possível semear alfaces. Nem todos os países do mundo se podem gabar de ter um aeroporto onde até é possível semear alfaces, e onde as mesmas convivem irmãmente com aviões, gaviões, spotters e passageiros.

Mas existem também outros aspetos muito curiosos, para além das alfaces.

É que alguns entendidos na matéria queriam construir um NAL (Novo Aeroporto de Lisboa) em Alcochete, o que viria a dar ALFACES NA PORTELA E TOMATES EM ALCOCHETE.

Mas afinal quem é que tutela os aeroportos, o Ministério da Economia do rapaz dos finos, ou o Ministério da Agricultura, da rapariga das cristas?

Et voilà, temos a rapaziada da Vinci a ter que explicar aos fundos árabes que afinal compraram um aeroporto para semear alfaces, outro para a criação de moscas (Beja), e que ainda pretendiam financiamento em petrodólares para uma cidade aeroportuária em Alcochete, neste caso para garantir o abastecimento de tomates à China. Não nos esqueçamos que o aeromoscas de Beja, segundo o adiantado mental Mateus, é para transportar peixe fresco para a CEE.

Os árabes devem estar doidos com os franceses da Vinci, qual povo “eleito”, e vai tudo para tribunal.

Já estou a imaginar o rapaz dos finos a explicar ao primeiro ministro DE COELHO que “estava tudo acordado, acordos assinados, e era só mesmo vender a TAP”, mas que por razões que ele desconhece (não deve ser só isso que ele desconhece) a coisa deu para o torto. Mas se quiserem, diria o rapaz dos finos desta história, chega-se a um acordo e pode-se construir um NAL mais baratucho, só com uma pista, só para as Low Cost, onde se poderão colher tâmaras. Imagina a felicidade do povo árabe (sunitas e xiitas) quando souberem que em Portugal existe um NAL para a produção de tâmaras.

Para resolver o problema que o rapaz dos finos criou à Vinci, talvez seja de mandar o Gaúcho à Emirates e à Qatar Airlines falar diretamente com os pilotos dessas companhias (sim, pois como o próprio demonstrou, é mais eficaz falar logo com os pilotos, passando por cima do sindicato, ou do patrão lá do sítio) para que eles voem em bando até à Portela, nos seus B777, de preferência até, nos famosos A380, dando inclusivamente razão ao Sapo do BES quando este defendia um NAL novinho em folha, a dois passos da Comporta, para os A380!

Percebe-se agora melhor porque motivo a TAP foi mantida artificialmente pelo BES: justificar o NAL da Ota em Alcochete.

Oops! Mas o BES já não existe, pois não? Então onde é que enfiaram as dívidas da TAP?

Com os melhores cumprimentos,

O Observador de Aeromoscas


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

sábado, dezembro 01, 2012

Portela, mon amour

É urgente revelar as causas do colapso

A blogosfera acertou !

Finalmente impera a verdade e o juízo relativamente ao aeroporto da Portela. Este blogue e quem o apoia, que sempre defendeu uma posição equilibrada sobre o setor dos transportes (rodoviário, ferroviário e aéreo), está de parabéns: precisamos de mais ferrovia interoperável com os nossos portos e as redes europeias de transporte, e precisamos de rentabilizar ao máximo as infraestruturas aeroportuárias, civis e militares, que já temos!

As centenas de milhões de euros que foram parar aos consultores do regime e da partidocracia, numa impressionante transfusão ilegítima de recursos financeiros preciosos, do Estado para as sanguessugas da degenerada democracia que temos, e sobretudo o preço quase irrecuperável das decisões erradas e dos atrasos estratégicos, deveriam agora começar a ser política e judicialmente faturados e cobrados aos piratas que afundaram o país.

Não basta mais umas palmadinhas nas costas. Foi esta corja que balbuciou em 2006 ou 2007 que tinha dois anos para sacar o que pudesse, não foi? A base legal para refazer contratos leoninos e desenhados com evidente má fé e propósitos de espoliação da poupança pública existe, e tem que ser levada a sério pela coligação saída das últimas eleições. Passos Coelho e Portas que façam o que tem que ser feito. O que não pode ocorrer, em caso algum, depois da sangria fiscal em curso e da destruição de uma parte da economia portuguesa, é deixarmos as mesmas tríades e máfias destruidoras continuarem a mandar e a consumir o país num festim pornográfico de vaidade e prepotência!


Parabéns Portela!
Um dos mais pontuais da Europa resiste aos piratas do regime...



Vídeo colocado no YouTube em 26 de dezembro de 2010. Uma longa batalha, de David contra Golias, pelo Aeroporto da Portela. Venceu a razão, mas foi preciso vermos primeiro Portugal cair na bancarrota :(

Três tristes tigres

Augusto Mateus, o adiantado mental do regime, sobre o NAL

José Manuel Viegas, outro adiantado mental do regime, sobre o NAL

João Cravinho, um ministro muito distraído e altamente ruinoso para o país (não acertou uma!)

Os Gatos Fedorento, que certamente liam, então, este bloque, afogaram com um video demolidor a socratintas (isto foi antes de os GF terem sido comprados e calados pela PT…)

TVI fez sempre um bom trabalho sobre o embuste da Ota em Alcochete


Última atualização: 1 dez 2012 15:42

quarta-feira, novembro 28, 2012

É a bitola, estúpido!

Los ferrocarriels Rusos, RZD, adquirirán a Ural Locomotives, sociedad conjunta de Siemens y el fabricante ruso de máquinas de mercancías OJSC Sinara Transport Machines (Sinara), un total de 675 locomotoras eléctricas de mercancías en uno de los mayores pedidos de material motor registrados en el mundo. Via Libre.

Vamos lá ver se é desta que acertamos nas decisões cruciais sobre o futuro dos comboios

Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia, desloca-se amanhã a Bruxelas para participar na conferência "TEN-T Day 2012 - Connect to Compete" — Económico, 27/11/12 17:23.

Esperemos que o Álvaro volte com as ideias mais claras e assentes. Comboios de "altas prestações" é um eufemismo pueril que apenas serviu para servir (ou iludir ;) os banksters da Ota em Alcochete.

A Espanha vai ligar todos os seus portos marítimos, no Atlântico e no Mediterrâneo, à sua rede de BITOLA EUROPEIA, quer dizer, aos mais de 50 milhões de ibéricos, e aos mais de 500 milhões de europeus. Para os portos de Sines e Setúbal a Espanha colocará portos secos na fronteira, para compensar o estado de negação em que a Tugolândia se encontra em matéria ferroviária.

Meu caro Álvaro, ponha-se a pau, que o António de Melo Pires, da Autoeuropa (Dinheiro Vivo, 24 nov 2012) já explicou para quem o quisesse ouvir que num transporte sem rutura de carga, isto é, sem andar a brincar às bitolas como os rapazes da Mota-Takargo andam, entre Palmela e o centro da Europa, a Volkswagen poupará uns 25% de custos.

Face à poupança que a bitola europeia proporcionará aos novos comboios de 750 metros que viajarão por essa Europa fora carregados de automóveis, de peças e até de sucata, deslocalizar a Autoeuropa, de Palmela para a Andaluzia, ou até à Galiza, são peanuts comparados com os ganhos proporcionados pelas ligações ferroviárias coerentes à escala europeia que constam dos planos comunitários e são de importância estratégica para uma Europa que se prepara para o mundo depois da crise, e para o mundo depois do petróleo barato. Até os operários da Margem Sul marchariam daqui para fora num instante!

A Alemanha precisa de portos atlânticos para se chegar ao Brasil, à África e à China, e a China, por sua vez, ligar-se-à à Europa por terra, mar e ar, recorrendo, nomeadamente, ao corredor ferroviário entre Moçambique e Angola, que estará operacional provavelmente no mesmo ano em que abrir a nova eclusa do Canal do Panamá: 2014. Com a tempestade que vai no Médio Oriente, qualquer idiota percebe à primeira a importância das obras que alemães, chineses, brasileiros, angolanos, panamianos e espanhóis vêm fazendo ao longo da última década.

Se os mandarins da nossa corrupta e degenerada democracia insistirem em transformar Portugal numa península das Berlengas, continuando a boicotar a inadiável e inevitável reforma do transporte ferroviário em Portugal, e que está em curso em todo o planeta (os russos encomendaram 675 locomotivas novas à Siemens), pode ter a certeza, meu caro Álvaro, que os portos espanhóis —do novo porto oceânico da Corunha, ao remodelado porto de Algeciras— serão excelentes alternativas a Sines e Setúbal.

A aposta especulativa e preguiçosa no Grande Aeromoscas de Alcochete é um nado-morto, mas que tem feito muitos estragos à racionalidade dos nossos desmiolados e fracos governantes.

Há dois motivos que poderão em breve custar a cabeça ao nosso Primeiro de Plástico: uma venda da TAP feita à medida do BES e dos interesses estratégicos de Israel (através da Sinergy Aerospace — um consórcio entre os irmãos multi-étnicos Efromovich e a indústria militar espacial israelita), ou a entrega da ANA aos piratas do Bloco Central do Betão e da Corrupção.

Acredito piamente que a tia Merkel terá explicado a situação ao rapaz que aparenta governar este protetorado insolvente. Esperemos agora que os restantes ministros abram bem os olhos. A brincadeira dos homens da mala acabou.


ÚLTIMA HORA

3 dez 2012 ; 12:45

Nem tudo parece perdido! 
Espanha pressiona Portugal para que o país não se transforme numa ilha ferroviária. A Espanha tem portos atlânticos, portos mediterrâneos e um país com quem fazer a parceria ferroviária, para além de Portugal. Chama-se França, e daqui a umas décadas, outro ainda. Chama-se Marrocos!

Despeçam o Sérgio e os incompetentes que o aconselharam e despachem-se!!!

Fomento presiona a Portugal para relanzar la conexión entre Madrid y Lisboa por AVE
Vozpópuli, 2 dez 2012.

Ana Pastor intensifica los contactos con el Gobierno luso para retomar un proyecto enterrado por Lisboa en marzo pasado. La financiación, apoyada por fondos europeos, se encomienda a la recuperación económica a partir de 2013. Se buscan trenes de alta velocidad más lentos y baratos.

El Ministerio de Fomento quiere superar la -cada vez más- penosa situación económica con un golpe de efecto en toda regla: el anuncio de que las obras para conectar España y Portugal por alta velocidad vuelven a retomarse. Oficialmente paralizadas desde marzo por el Gobierno del conservador Pedro Passos Coelho, estos días la ministra Ana Pastor y su equipo han mantenido contactos relevantes con el Ejecutivo luso para convencerlo de la importancia de unir en un futuro Madrid y Lisboa a través del AVE. Eso permitiría, opinan en Fomento, desarrollar el maltrecho transporte de mercancías, relanzar la actividad en los puertos y vertebrar la península ibérica con este tipo de vías ferroviarias, tan abundantes en el territorio español pero inexistentes en el portugués.
PS: a imprensa indigente portuguesa anda, como sempre, a dormir, ou com a rédea curta do costume. RTP/RDP públicas? Deixem-me rir! Privatizem estes trastes quanto antes!
 
29 nov 2012 ; 12:18

Fórum TSF: depois de Álvaro Santos Pereira ter finalmente corrigido esta semana (em Bruxelas) a posição do governo português sobre a ligação de Portugal às redes ferroviárias europeias de bitola UIC, nomeadamente para transporte de passageiros e mercadorias, desfazendo uma das maiores operações de manipulação da decisão política e intoxicação da opinião pública portuguesa de que há memória (montagem esta que fez do "TGV" o bombo da festa), o secretário de estado Sérgio Monteiro, que deveria despedir imediatamente os rapazes do 31 da Armanda, vem também secundar, como lhe compete, a posição do ministro. Para ouvir a mudança de agulha do Sérgio, aqui vão as instruções:

1. AO ABRIR O SÍTIO DA TSF FAÇAM CLIQUE NO LINK CORRESPONDENTE A 2º PARTE DO FORUM TSF

2. DESLIZEM O CURSOR ATÉ AOS 27 MIN E 40 SEGUNDOS

Comentário final:

Cavaco Silva, talvez por ser muito fiel às suas péssimas amizades —Fernando Fantasia, BPN, SLN (que fez uma plástica e agora se chama Galilei)— foi um dos coniventes do atraso imperdoável da ligação de Lisboa e dos portos do sul do país a Espanha e resto da Europa, via Pinhal Novo——Poceirão-—Palmela-—Setúbal-—Sines-—Évora-—Caia.

Esta manipulação, intoxicação da opinião pública e boicote de decisões governamentais e de Estado anteriormente tomadas (estiveram em causa decisões de duas cimeiras ibéricas que comprometiam os dois países ibéricos com estratégicas claras e investimentos vultuosos) teve uma origem: impingir ao país o grande Aeromoscas de Alcochete numa altura em que a aviação começava uma das suas maiores adaptações à emergência do chamado Pico do Petróleo, claramente expressa no êxito estrondoso da chamada aviação Low Cost.

O embuste da Ota em Alcochete, e a manipulação e boicote do chamado "TGV" (que nunca existiu), poderão custar a um país depenado como Portugal mais de mil milhões de euros, entre a perda potencial de 800 milhões de euros atribuídos pelos fundos do QREN e BEI à ligação Poceirão-Caia e as indemnizações devidas ao consórcio Elios por rotura unilateral e injustificada de contrato. Esperemos que o Álvaro tenha conseguido recuperar, ontem, em Bruxelas, esta massa já dada por perdida...

Em suma, é caso para perguntar ao senhor de Belém, como quer ir para o mar sem se aviar em terra!

29 nov 2012 ; 9:56

Portugal desperdiça 800 milhões de euros que a Comissão Europeia tinha reservado para a linha de bitola europeia Poceirão-Caia, e o dinheiro que não veio para Portugal foi direitinho para a radial de Manzanares, que liga os portos mediterrâneos de Cadiz-Huelva-Algeciras.

Foi por estas e por outras que o Colombo se ofereceu aos reis católicos para descobrir a América!


Desenvolvimento (segundo fonte geralmente bem informada):

A transferência dos 800 milhões de euros inicialmente destinados ao troço RTE "Caia - Poceirão", "certamente" por indefinição do governo português, foram renegociados entre a UE e Espanha e, em resultado de tais negociações discretas, canalizados para o sul de Espanha, para construção da "radial de Manzanares", que faz a ligação entre portos mediterrâneos (Cádiz + Huelva + Algeciras).

Esta obra não estava inicialmente contemplada no plano de financiamento EU-Espanha, mas pela demora portuguesa, de pelo menos 2 anos, acabou por avançar a favor de Espanha!

Sendo Espanha um parceiro deste negócio, além de parte interessada, e estando na posse de toda a informação, seria óbvio que, por motivos estratégicos compreensíveis, nunca iria incentivar o avanço das obras do lado de cá da fronteira. A partir da constatação da indefinição dos sucessivos governos portugueses, o interesse espanhol tornou-se evidente: garantir que os 800 milhões de euros dos cofres comunitários fossem aplicados no seu território. Para mais, nesta corrida contra o tempo (e a favor do dinheiro) Espanha teve capacidade de apresentar um projeto.

A confirmação de tal facto é certamente improvável do lado do governo português, pois irá invocar uma qualquer "Quinta Emenda" à portuguesa.

Ironicamente, talvez seja este o conceito lusitano de "linhas de altas prestações e forte desempenho".

De todo este processo, para além da Espanha incentivar por todas as formas possíveis os investimentos no seu país, torna-se claro que Espanha ignora completamente infraestruturas como o porto de Sines.

Será que a UE estará também a aparar este jogo nas barbas do Durão? É bem possível. Ir para o mar, como cantam agora as araras de Belém, sem se aviar em terra, dá sempre mau resultado!

28 nov 2012

Álvaro Santos Pereira defende finalmente a integração de Portugal e da Espanha na rede ferroviária europeia (assente na bitola UIC). Ver vídeo ao 4 min - 35 seg. —  RTP).

A corrida pela Alta Velocidade e pela bitola europeia está em marcha apesar das crises!
El presidente del Gobierno de Extremadura, José Antonio Monago, ha asegurado que el Ejecutivo nacional invertirá en la construcción del AVE extremeño, en tan sólo este año, "más de la mitad" de lo que ejecutó el anterior Gobierno central en sus dos legislaturas. MÉRIDA, 28 (EUROPA PRESS)

Honni soit qui mal y pense!



Última atualização: 03 dez 2012 ; 12:50

sexta-feira, setembro 14, 2012

PS rebentou com a TAP

TAP falida encomendou 12 aviões destes, por quase 3 mil milhões de euros

Privatizações da ANA e da TAP serão dois rotundos fracassos, por razões óbvias: a primeira promete ser mais uma dádiva ao grupo Mello, e a TAP encontra-se insolvente e cravada de dívidas e compromissos.


O aeroporto da Portela deixou de crescer

Desde o dia 1 de Janeiro até dia 31 de Agosto deste ano (2012) o número de movimentos —que é a variável mais importante na avaliação da capacidade de resposta dum aeroporto— teve um aumento de 0,6%. Ou seja, e ao contrário da propaganda contínua do lóbi do NAL, o Aeroporto de Lisboa não só não cresce, como está tão estagnado como o resto do país. Até ao fim desta década será assim ou pior.

Para já, nem do Montijo precisamos, quando mais de um novo aeroporto em Alcochete, para onde entretanto caminharam duas grandes operações de investimento especulativo fruto de manifesto tráfico de influências. No Canha e em Rio Frio, a SLN e o fundo de investimento especulativo do PS, sediado na Holanda, compraram centenas de hectares de terrenos dias antes de Sócrates anunciar o abandono da opção Ota, ou seja, dias antes de ter trocado a Ota pelo estuário do Tejo.


TAP poderá ter um buraco negro próximo dos 6 MIL MILHÕES DE EUROS 

O endividamento potencial da TAP andará já pelos SEIS MIL MILHÕES DE EUROS (3mM de dívida contraída mas não totalmente revelada + 3mM respeitantes à encomenda de 12 novos aviões Airbus A350, operação esta mediada pelo BES e pelo Crédit Suisse, duas das entidades bancárias —Barclays Capital, Banco Espírito Santo de Investimento, Citi Bank e Crédit Suisse— chamadas a assessorar as vendas da TAP e da ANA.


Frota da TAP e encomendas a satisfazer em 2013-2014


O lóbi do NAL resolveu cercar e bloquear o Aeroporto da Portela, para nos seus terrenos construir a Alta de Lisboa. Só isto e nada mais explica o embuste da Ota, o embuste da Ota em Alcochete, e o impasse nas privatizações da ANA e da TAP—vítima colateral desta conspiração.

O lóbi do NAL conseguiu ainda e em nome da mesma estratégia boicotar sucessivamente a ligação ferroviária em bitola europeia entre o Pinhal Novo-Poceirão e Caia-Badajoz, incluindo os ramais para a Autoeuropa e para os portos de Setúbal e Sines, lançando uma campanha mediática de descrédito contra o ministro Álvaro Santos Pereira.

O resultado é este: o país perdeu 1100 milhões de euros —800 milhões de investimento europeu não transferível, que estavam reservados para a ligação Poceirão-Pinhal Novo até ao Caia, mais os 300 milhões de indemnização reclamados pelo grupo Elos, que venceu o concurso de adjudicação da obra entretanto suspensa, ou anulada. Em vez de recebermos esta preciosa verba e de termos uma importante obra estratégica no terreno (1), com todo o seu potencial de emprego duradouro e de desenvolvimento de um cluster industrial associado à já poderosa indústria ferroviária espanhola, Portugal irá receber um milhão de euros para estudos!

Esta situação mostra bem até que ponto continuamos nas mãos dos gatunos que afundaram o país.

A falência da TAP é em grande medida o resultado inesperado da estratégia de capturar os terrenos da Portela para a especulação imobiliária (Alta de Lisboa), e de construir um novo aeroporto fosse onde fosse —em Alverca, na Ota, em Rio Frio, no Canha ou em Alcochete— como segunda grande oportunidade de especulação imobiliária e obras públicas ao serviço dos rendeiros do regime que são, ao mesmo tempo, os principais financiadores ocultos do sistema partidário que entretanto cresceu como um polvo de criminalidade protegida.

O Aeroporto de Lisboa só tem uma hora de pico, em 24, e ainda assim apenas no mês de agosto. Só nesta hora matinal de verão (entre as 7 e as 8, ou entre as 8 e as 9) se chega ao limite dos 36 movimentos por hora. No resto do ano é o lá vem um! Nunca em Lisboa um avião tem que fazer bicha para aterrar, ou descolar — situação recorrente em todos os aeroportos movimentados do planeta. No entanto o lóbi do novo aeroporto vendeu durante uma década a ideia falsa de que a Portela estava esgotada.

Pior: obrigaram a TAP a engolir por 140 MILHÕES DE EUROS a inviável PGA (do grupo BES) com o único fito de ocupar 14 mil Slots (isto é, portas de descolagem/aterragem), que poderiam ter ido para companhias aéreas rentáveis e úteis ao país, e cujo acesso à Portela foi por esta e outras vias negociais sucessivamente boicotada.

A urbanização da Alta de Lisboa e outras construções nas imediações do aeroporto, assim como a permanência ridícula dos militares em Figo Maduro, ou a não construção do prolongamento da taxiway ou o atraso na modernização e aumento da capacidade de acolhimento e gestão de tráfego da Portela (mangas telescópicas, obras de saneamento, etc.) foram outras tantas estratégias para tentar destruir o excelente aeroporto da Portela.

Só a bancarrota do país e a crise energética aguda instalada e que vai agravar-se nos próximo anos acabariam por inviabilizar o plano do Bloco Central da Corrupção. No entanto, esta corja ainda não desistiu. É preciso expor publicamente as suas intenções e derrotar os seus planos criminosos!


NOTAS
  1. Portugal está a transformar-se numa espécie de Berlengas ferroviária

    Enquanto a Espanha, apesar de todas as dificuldades financeiras, não perde o rumo estratégico da sua economia, considerando vital para o futuro pós-crise a nova rede de bitola europeia e de Alta Velocidade ferroviária que liga as principais cidades do país e o país a França e ao resto da Europa, em Portugal, a que toda a Espanha e o resto da Europa querem ligar-se por ferrovia interoperável, a estratégia governamental está de novo bloqueada, pela simples razão de a liderança política do governo PSD-CDS-PP ter sido uma vez mais capturada pelo Bloco Central da Corrupção (BES, Mello, ex-BPN/SLN, Mota-Engil e piratas do PSD, PS e CDS-PP), a que se somam o oportunismo autárquico do PCP e o atavismo regional do Norte, o qual não percebe que, sem a ligação Lisboa-Madrid todo o projeto sucessivamente aprovado em cimeiras ibéricas de ligação de Portugal à rede transeuropeia de mobilidade ferroviária para mercadorias e passageiros fica comprometida.

    Solo el tren transportó más mercancías el año pasado
    Expansión, Barcelona, 13 set 2012.

    “El único medio de transporte que el año pasado consiguió mover más mercancías fue el ferrocarril. En concreto, desplazó un volumen un 22% superior al de 2010, según datos del Observatorio de la Logística, elaborado por Cimalsa y el Institut Cerdà. A pesar de ese avance, por los raíles solo circula el 2,8% de toda la cadena logística catalana, una cifra que dista mucho del 15% de la UE o del 39% de Suecia.

    La mejora de 2011 se explica, según recordó el secretario de Territori, Damià Calvet, por la llegada del ancho internacional al Puerto de Barcelona –con un avance muy sustancial de expediciones hacia Zaragoza– y por el aumento de operaciones de Ferrocarrils de la Generalitat con potasa y con vehículos.” —

    Adif electrificará el 1 de septiembre otro tramo de línea AVE hacia Francia
    ABC 16-08-2012 / 12:51 h EFE

    La compañía Adif culminará el 1 de septiembre una nueva fase de los trabajos de electrificación de la línea de Alta Velocidad Madrid-Barcelona-frontera francesa con la puesta en tensión de la catenaria en un tramo de 34,8 kilómetros.

    Luz Verde al inicio de las obras en el AVE que incluye el tramo Zamora-Orense
    abc / valladolid Día 06/09/2012 - 12.50h

    El Ministerio de Fomento, a través del Administrador de Infraestructuras Ferroviarias (Adif), ha formalizado los contratos de obra de seis tramos de la Línea de Alta Velocidad Madrid-Galicia. Con este paso administrativo, el Gobierno da luz verde al inicio de los trabajos de construcción de 45 kilómetros de plataforma, lo que supondrá una inversión total de unos 585 millones de euros, según varias resoluciones que publica hoy el Boletín Oficial del Estado (BOE).

Até os marroquinos, apesar de muito corruptos, percebem o valor das linhas ferroviárias em bitola europeia preparada para a Alta Velocidade.

terça-feira, setembro 04, 2012

Porto-mate?

Aeroporto Sá Carneiro, Maia/Porto, é hoje um dos motores do Norte
Foto © OAM

Autarquias, népias :( RTP, népias :( ANA, népias :(

PS junta-se ao CDS "na defesa da autonomia do aeroporto do Porto"
JN
BE diz que privatização da ANA é "um assalto ao Porto e à região Norte"JN

E vão três contra a entrega da ANA a um só explorador privado. Já agora, que dizem o PCP e Rui Rio desta defesa corajosa da autonomia concorrencial do aeroporto Sá Carneiro face aos apetites castradores dos falsos privatizadores de Massamá?

Em nome do Porto e em nome dos interesses estratégicos —sim, estratégicos— do Norte: PS/Porto, CDS/Porto e BE/Porto rejeitam modelo oligarca de privatização da ANA. Até que enfim!

Só falta mesmo algum patriota vermelho e outro laranja juntarem-se ao molho e todos fazerem, como deveriam, uma barreira contra alguns desmiolados suburbanos de Lisboa ao serviço da velha aristocracia rendeira que nos afunda ciclicamente.

Já é tempo de as forças políticas, intelectuais e culturais do Norte, se sentarem em volta de uma mesa, ou melhor, encomendarem mesmo o desenho de uma mesa aos meus amigos SAMI, e a sua construção num bom fabricante de Paços de Ferreira, para aí discutirem periodicamente os interesses vitais do Porto, do Grande Porto e do Norte, que não se devem deixar espezinhar pelos ditos suburbanos disfarçados de lisboetas. Mas para tal é necessário, claro, superar a era dos Valentim e dos Menezes.

Portugal é um país dual, e deve assumir esta condição como uma agonística benéfica para a sua afirmação económica e desenvolvimento democrático. As pronúncias fazem bem ao país!

Nem os aeroportos, nem os portos, nem os serviços de transporte urbanos e suburbanos, nem muito menos os serviços de transportes ferroviário intercidades devem ser abertos aos privados sem acautelar previamente um princípio inegociável —o da interdição de monopólios, nestes como em quaisquer outros setores da atividade económica e financeira—, e condições efetivas de concorrência e transparência nos processos de privatização.

No caso dos aeroportos a coisa parece-me simples: os terrenos e as obras foram pagas com dinheiro público e como tal devem permanecer públicos. Já a sua exploração pode, em minha opinião, ser concessionada a empresas privadas especializadas, com histórico confiável e que ganhem de forma limpa um leilão europeu, sem esquemas manhosos para entregar o negócio aos malditos Mellos e C.ª, ou aos amigos de ocasião.

Doutro modo, estaríamos a legitimar, uma vez mais, um regime inadmissível de economias e instituições assentes em oligarquias e corporações de rendeiros execráveis. Doutro modo, em vez de progredir para um país europeu democrático, livre e civilizado, estaríamos a regredir para o tipo de regimes oligárquicos, intelectual e culturalmente nulos, que ainda predominam em boa parte do planeta.


Uma empresa, Ryanair, mudou o Porto!
Foto © OAM

O Porto mudou desde que a Ryanair chegou. 

Ouve-se falar francês na Ribeira, à volta de umas lulas recheadas e de uma dúzia de garrafas de vinho verde. Ouve-se falar italiano no interior magnífico da igreja dos Clérigos. Vêem-se irlandesas saboreando lagers no imperdível Lais de Guia ao cair de uma tarde de Outono na praia de Matosinhos. Os galegos e os catalães continuam a inundar as ruas e os bares. E, mais importante ainda, empresários, jovens profissionais e estudantes usam as viagens Low Cost para fazer pela vida, como sempre fizeram ao longo dos séculos, sem precisar de autorização do Terreiro do Paço. Os emigrantes, com uma regularidade nunca vista, voam até ao Norte para pagar o IMI, saldar contas com o picheleiro, ou matar saudades à volta de umas tripas enfarinhadas com rojões e sangue cozido regadas com boa pinga.

É tudo isto que uma privatização de secretaria, sempre rodeada pelos rendeiros da corte, não pode ameaçar sequer.

O camarada Marcelo anda muito preocupado com o melindre constitucional que rodeia uma possível privatização ou concessão da RTP. Que lhe parece então este caso da ANA? Tem opinião própria sobre o assunto, ou continua nesta matéria prisioneiro de recados?


PS: dizem-me que Pedro Passos Coelho é uma invenção e uma criação de Miguel Relvas, tal como Sócrates foi uma coisa mal engendrada por Edite Estrela. Mas se é assim, a porta que serviu para o nosso Pinóquio sair de cena, também poder servir para o Jota PM que temos regressar a Massamá!


ACTUALIZAÇÃO (6 set 2012)

A defesa do aeroporto Sá Carneiro começa a blindar-se na área partidária. Bom ares que vêm do Norte ;)
Rui Rio: Governo comprometido a blindar interesses do Porto na privatização da ANA

O presidente da Câmara Municipal do Porto disse hoje que o Governo se comprometeu a introduzir cláusulas no concurso de privatização da ANA - Aeroportos de Portugal que salvaguardem os interesses específicos do aeroporto Francisco Sá Carneiro. Jornal de Negócios, 4 set 2012.

E até o Editorial do Público de hoje lança um certeira acha para a fogueira do negócio potencialmente cleptocrata e rendeiro da privatização da ANA:

"O PS-Porto juntou-se às estruturas locais do CDS/PP para vituperar o modelo de privatização da ANA apresentado pelo Governo, que não difere em substância do que os socialistas tinham proposto na era de José Sócrates; o PSD, que na era Sócrates tinha encetado uma ofensiva contra a criação de um "monopólio privado", parece ter esquecido o passado e, agora no Governo, defende o que antes tinha contestado. É em ataques e retiradas como estas que se sustenta a dúvida sobre se os partidos do arco do poder têm algum pensamento estratégico sobre o país? No processo da privatização da ANA há a reconhecer um dado que muda o cenário de fundo: a troika exige privatizações capazes de gerar receitas de 5,5 mil milhões de euros e é legítimo suspeitar que a venda da ANA em bloco é a que mais receita gera para o Estado. O problema é que, como propõe o CDS do Porto, nem sempre o que é bom para o Estado é bom para o país. Para o Norte e o Algarve o ideal seria haver uma privatização aeroporto a aeroporto, o que garantiria autonomia de gestão e capacidade de concorrência com o maior aeroporto nacional, o da Portela. Foi com base nesse pressuposto que a Associação Comercial do Porto e a Universidade Católica promoveram num estudo de viabilidade, e foi com base nesta ideia que grupos privados do Norte aceitaram um repto de Sócrates e mostraram interesse no Sá Carneiro. Tal como está, o modelo da privatização da ANA poderá levar o novo accionista a centrar as suas atenções na jóia da coroa da rede e a desinvestir nos outros aeroportos. Se assim for, o aeroporto concebido para liderar o mercado do Noroeste peninsular (que já lidera) e a estratégia que, à custa das low cost, transformou a economia local, ficará irremediavelmente condenada. Se outro mérito não tivesse, os avisos do CDS/PP do Porto têm o mérito de colocar este importante tema nacional em discussão"

Última atualização: 6 set 2012 1:23