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quinta-feira, janeiro 15, 2015

Guerra e Gás

A corrida do gás está ao rubro!

A mudança de paradigma energético é o principal responsável pelas guerras e pelo terrorismo em curso na Europa.


A guerra pelo gás substituiu a guerra do petróleo(clicar para ampliar)

A bolha financeira do petróleo começou a desinchar. Quer dizer, o Pico do Petróleo é hoje um facto adquirido, e a migração para a principal alternativa, que irá dominar o século 21, ou seja o gás natural, está na origem dos principais conflitos geoestratégicos em curso.

A Rússia, que detém as maiores reservas comprovadas de gás natural do mundo (Wikipedia), quer proteger o seu monopólio no fornecimento à Europa, mas cometeu um erro ao desafiar, de forma brutal, a estratégia europeia de segurança energética. A Alemanha, por sua vez, também cometeu um erro, privilegiando a integração apressada da antiga Cortina de Ferro na União Europeia, nomeadamente em detrimento da Turquia, e uma vez mais praticando jogo duplo com a Rússia e com a Eurásia em geral, tendo por esta via provocado desnecessariamente os países do Mediterrâneo, onde predominam as religiões católica, ortodoxa e muçulmana. O trio Merkel, Hollande, Netanyahu, que vimos na linha da frente da manifestação de Paris, contra os ataques terroristas reivindicados pela Al-Qaida do Iémen, é todo um gráfico dos jogos de guerra em volta do Corredor Sul de abastecimento de gás à Europa. Não me admiraria nada que, neste momento, Obama esteja a apoiar discretamente o Syriza, e até o Podemos! (1)

A Grécia e a Itália tem uma carta na manga...
(clicar para ampliar)

Os principais produtores de petróleo começaram a fazer regressar em massa os petrodólares a casa, e a China estancou o ritmo especulativo e perigosamente tóxico do seu crescimento.

O crescimento mundial está a caminhar rapidamente para uma longa era de crescimento zero (0-1%), à medida que as bolhas especulativas e a financiarização da economia vão implodindo, e as dívidas públicas insustentáveis vão forçando os governos a abandonar o endividamento sistémico e a economia virtual.

A falta de liquidez proveniente dos petrodólares vai necessariamente rebentar com muitas empresas e bancos, sobre-endividados, e/ou sobre-expostos, nomeadamente, ao buraco negro dos derivados financeiros, e/ou ao negócio, cada vez menos rentável, das dívidas soberanas.

O fim do petrodólar é a principal origem da falta de liquidez(clicar para ampliar)

Os casos da PT e do BES estão aí. A EDP poderá ser a próxima vítima. Até porque é mais barato produzir energia elétrica com gás natural do que com ventoinhas e paineis solares dependentes do tempo e de bolsas de capital especulativo que estão a encolher, ou dos subsídios públicos indecorosos em países à beira da explosão social.

A proteção que os rendeiros até agora gozaram dos políticos desmiolados, ou corruptos, acabou.

A guerra pelo gás natural substitui as anteriores guerras do petróleo.

A procura excedentária e especulativa do ouro negro vai provavelmente deixar muito crude nas profundidades do pré-sal brasileiro, nas areias betuminosas do Canadá, e nas rochas de xisto por fraturar na América de Obama. Os países exportadores de petróleo, sobretudo os que dependem de petróleo pesado e muito caro (60-80 USD/bbl.), perante a queda da procura e a queda prolongada dos preços, serão forçados a diminuir a exportação de capital oriundo da venda do crude (petrodolares), e nalguns casos até, a importar capital. A seca nos mercados bolsistas não se fará esperar, e a falta global de liquidez, nomeadamente para investimentos produtivos, também não.

O Quantitative Easing, quer no Japão, quer nos Estados Unidos, chegou ao fim, com resultados miseráveis. O ensaio que Mario Dragi promete na União Europeia (2), e que servirá apenas para impedir o colapso das dívidas soberanas de países como a Grécia, Portugal, Espanha, Itália, França, ou Reino Unido, e que jamais chegará à economia, terá provavelmente a mesma má sorte.

A produção de petróleo estagnou, dando lugar a uma bolha financeira (clicar para ampliar)
A especulação terminou, por agora. Logo...(clicar para ampliar)


E no entanto, porque precisamente estamos no início de uma metamorfose energética da economia mundial, que implicará necessariamente mudanças de paradigma na economia (eficiência, eficiência, eficiência), nas tecnologias, nas sociedades, nas democracias e na cultura, as oportunidades começarão também a surgir, apesar do horror das guerras assimétricas em curso e da manipulação mediática permanente.


NOTAS
  1. ÚLTIMA HORA (16/1/2015 10:18): A Guerra do Gás está ao rubro!
    A Rússia anunciou anteontem que desviará o abastecimento do seu gás à Europa para a Turquia, com entrada... pela Grécia! O Syriza abre hoje uma garrafa de Champagne — pois ganhou, de repente, dois aliados: Obama e Putin!

    EurActiv: European Commission Vice President Maroš Šefčovič was told in Moscow Wednesday (14 January) that Russia would shift all its gas transit from Ukraine to Turkey, and that EU customers should buy this gas at the border with Greece.

    According to press reports, Šefčovič, who visits Russia for the first time since he was appointed Commission Vice-President for the Energy Union, said he was “very surprised” by the Russian move.
  2. ÚLTIMA HORA: Enquanto escrevíamos este post a Suíça (i.e. o SNB) anunciou que desligava a sua moeda do euro. E catapum! Na iminência de uma diarreia de euros destinada a salvar governos e bancos, a libra suíça bate com a porta; coloca a taxa de juro de referência nos -0,75%, e mostra que vai deixar de ser um fiel comprador de euros... depois de a moeda única ter decidido alinhar com os lémures japoneses e americanos... em direção ao precipício. Tempo de comprar francos suíços e ouro (se tiver francos suíços, claro!) 
REFERÊNCIAS
Russia Just Pulled Itself Out Of The Petrodollar
Zero Hedge. Submitted by Tyler Durden on 01/14/2015 12:45 -0500

Back in November, before most grasped just how serious the collapse in crude was (and would become, as well as its massive implications), we wrote “How The Petrodollar Quietly Died, And Nobody Noticed”, because for the first time in almost two decades, energy-exporting countries would pull their “petrodollars” out of world markets in 2015.

This empirical death of Petrodollar followed years of windfalls for oil exporters such as Russia, Angola, Saudi Arabia and Nigeria. Much of that money found its way into financial markets, helping to boost asset prices and keep the cost of borrowing down, through so-called petrodollar recycling.

We added that in 2014 “the oil producers will effectively import capital amounting to $7.6 billion. By comparison, they exported $60 billion in 2013 and $248 billion in 2012, according to the following graphic based on BNP Paribas calculations.”

“Oil May Drop To $25 On Chinese Demand Plunge, Supply Glut, Ageing Boomers”
Zero Hedge. Submitted by Tyler Durden on 12/17/2014 11:45 -0400

By Paul Hodges of International eChem via Russell Napier’s ERIC

We have forecast since mid-August that Brent oil prices would fall to “$70/bbl and probably lower”, and the US$ would see a strong rise. As Chart 1 shows, Brent has now reached our target, falling 40%, whilst the US$ has risen 10%. We believe this represents the first stage of the Great Unwinding of policymaker stimulus that has dominated markets since 2009. This Note now takes our oil price forecast forward into H1 2015.

Astonishingly, most commentators remain in a state of denial about the enormity of the price fall underway. Some, failing to understand the powerful forces now unleashed, even believe prices may quickly recover. Our view is that oil prices are likely to continue falling to $50/bbl and probably lower in H1 2015, in the absence of OPEC cutbacks or other supply disruption. Critically, China’s slowdown under President Xi’s New Normal economic policy means its demand growth will be a fraction of that seen in the past.

This will create a demand shock equivalent to the supply shock seen in 1973 during the Arab oil boycott. Then the strength of BabyBoomer demand, at a time of weak supply growth, led to a dramatic increase in inflation. By contrast, today’s ageing Boomers mean that demand is weakening at a time when the world faces an energy supply glut. This will effectively reverse the 1973 position and lead to the arrival of a deflationary mindset.
Petróleo, gás, Síria e Estado Islâmico
O dossier energético e a guerra na Síria: o caso do pipeline Irão-Iraque-Síria
O António Maria. Por José Manuel Castro Lousada

End of Nabucco – end of Southern Gas Corridor?

Energy Post. June 27, 2013 by Agata Loskot-Strachota and Janek Lasocki

TAP—Trans Adriatic Pipeline

The Geopolitics of Gas and the Syrian Crisis: Syrian “Opposition” Armed to Thwart Construction of Iran-Iraq-Syria Gas Pipeline
Global Research

domingo, novembro 02, 2014

Corrupção e economia

Em Portugal a corrupção não é menor, mas continua protegida pela partidocracia

Chegámos aos picos da corrupção e do desemprego


A corrupção em Espanha está onde estão os bancos, a especulação imobiliária e o poder. Em Portugal é a mesma coisa e a pandemia tem proporcionalmente a mesma dimensão, mas continua muito protegida pela partidocracia populista e pelo neo-corporativismo empresarial e sindical que temos.  Já alguém investigou o comportamento do líder da UGT depois dos acordos secretos que terão sido negociados em volta do colapso do BES e do fundo de pensões dos seus trabalhadores? É uma suposição, claro, mas ainda não ví nenhum opinocrata perguntar-se sobre este estranho caso.

Só empurrada pelos credores externos e pelos que foram vigarizados no estrangeiro é que a pachorrenta Justiça que temos lá vai fazendo o seu trabalho. Quando lhe mexem na travessa dos privilégios exalta-se e faz umas horas extraordinárias, vai ao baú dos casos que está farta de conhecer e puxa um fio para assustar a malta. De resto, o que vemos é uma conspiração permanente para proteger os cleptocratas e vigaristas lusitanos, por mais dor que semelhante crime, cometido descaradamente pelos bonzos deste regime falido e em fim de vida (na realidade é uma plutocracia parlamentar), cause aos portugueses que empobrecem e se veem despedidos e sem emprego.

A corrupção é um mal antigo, todos o sabemos. Mas o problema recente é que se transformou numa pandemia mundial, muito pior que o Ébola! 

Numa economia global assimétrica onde as grandes regiões demográficas (China, Índia, Indonésia, Brasil, Paquistão, Nigéria, Bangladesh, Rússia, México, Filipinas, Vietname, etc.) ganham finalmente acesso a uma parte crescente do riqueza mundial, mas na qual ao mesmo tempo declina a era da energia barata oriunda do carvão, do petróleo e do gás natural (1), e se inicia a transição para um mundo baseado em energias renováveis não poluentes, necessariamente mas caras (pelo menos na sua fase inicial), e por causa deste declínio declinam as sociedades perdulárias do consumo conspícuo, do emprego burocrático não produtivo e da ineficiência energética, numa economia global que caminha nesta direção, em suma, a mudança de paradigma conduziu a uma exacerbação dos fenómenos de corrupção por efeito de um fenómeno a que poderíamos chamar encher a despensa. A maioria das pessoas começou a gastar menos e melhor, a poupar mais, ao mesmo tempo que uma certa minoria desatou a roubar o que pode, sem medo das consequêcias. Banqueiros, rendeiros, devoristas e os partidocratas estão obviamente na linha da frente desta deriva exacerbada da corrupção. Nem todos são corruptos, mas os que são lançam a vergonha sobre os demais.

Para que a tempestade fosse perfeita, e foi, só faltaria mesmo que os países começassem a quebrar por causa de uma, duas ou três décadas de sobreendividamento sucessivo, público e privado, com o qual se foi disfarçando e adiando as decisões de transição necessárias à evolução estrutural dos paradigmas energético e económico mundiais. Foi o que aconteceu. A tempestade começou nos Estados Unidos, em meados de 2006, com a crise hipotecártia conhecida por subprime, e em setembro de 2008 com o colapso do Lehman Brothers, passou depois, em outubro de 2007, à Islândia, em 2008, à Irlanda, em 2010 à Grécia, em 2011, a Portugal, em 2012, a Espanha, em 2013, a Chipre, e no mesmo ano colapsa o mais antigo banco do mundo, Monte dei Paschi, em Itália. Em 2014 a crise financeira continua a avançar com toda a sua força destruidora sobre a França e o Reino Unido. As consequências são sempre as mesmas: crise aguda do sistema financeiro, colapso orçamental dos governos, falências de milhares de empresas, milhões de desempregados, assalto fiscal seletivo aos rendimentos do capital e do trabalho, ao estado social, e às poupanças supostamente seguras: depósitos (cujas condições de resgate e taxas de rentabilidade são alteradas), fundos públicos de pensões, alguns dos quais foram obrigados a 'investir' em dívida soberana de países na pré-bancarrota, como foi o caso em Portugal, e até os fundos privados de pensões, parte dos quais foram literalmente sugados pelos buracos negros dos derivados financeiros OTC (especulativos). 

A situação começou a inverter-se lentamente entre 2009 e 2010, mas só no biénio de 2013-2014 os sinais começaram francamente a animar na direção certa. Mas a que preço? E por quanto tempo? Haverá transição, ou uma crise financeira incontrolável em França, ou na Itália, poderá ainda fazer descarrilar de novo a União Europeia?



O desemprego começou a recuar em 2013, ao contrário do que a nossa esquerda oportunista mente em uníssono, sem qualquer preocupação de cair no ridículo. Sabe-se agora que esta esquerda oportunista e populista tudo fez para derrubar na rua, recorrendo a manobras golpistas descaradas, o governo de maioria em funções. Mário Soares até falou num dead line: setembro de 2014!

Percebe-se, depois do que aconteceu ao BES, porquê

Era preciso defender o guarda-livros Ricardo e era fundamental impedir que Passos Coelho e Paulo Portas colhessem os frutos da viragem, por mais ténue que fosse. Paulo Portas, numa intervenção acutilante sobre o Orçamento de 2015, serviu a réplica ao golspismo da esquerda mostrando até que ponto esta pseudo esquerda, além de oportunista e oca de ideias, se presta a exercícios de pendor claramente anti-democrático e populista.

Basta olhar para os gráficos oficiais da evolução do emprego e do desemprego, em Portugal, Espanha e União Europeia, para se perceber que a falsa esquerda mente sem rebuço, mas também que o mérito da inversão de tendência é algo que extravasa a mera competência dos governos em funções, seja onde for. O desemprego deixou de cair, e a criação de novos empregos começa a aparecer nas estatísticas, por causas objetivas e estruturais, mas também porque a crise financeira abriu caminho ao fortalecimento da governação política, orçamental e financeira da União, com reforço de Bruxelas (Conselho Europeu e Comissão Europeia), Frankfurt (BCE) e Estrasburgo (Parlamento Europeu).

Os de cá, ou pelo menos uma parte deles, de que a desintegração do BES é o principal paradigma, já não mandam nada. Ou, pelo menos, já não podem fazer as patifarias que fizeram até atirarem o país para o lixo. Ainda bem!

Os gráficos desmentem a esquerda populista que temos


Também em Espanha o desemprego parou de aumentar
 
 
A União Europeia é mais sustentável do que dizem os eurocéticos

A taxa de desemprego tem vindo a cair desde finais de 2013
 
A criação de novos empregos é visível desde 2012


Notas
  1. O mito do fracking não passa disto mesmo, de um mito e de um embuste deletério, apesar do que irresponsavelmente diz, sem provar o que diz, o Prof. António Costa e Silva, da Partex. Consultar a este propósito vários artigos publicados em Collapse Link, também sobre o problema mais geral do Pico do Petróleo.

terça-feira, agosto 12, 2014

É a bitola, estúpido! Lembram-se?

Os novos comboios super-rápidos serão sobretudo espaços de trabalho e de reaidade aumentada.

Nova prioridade: PMEs e criação de emprego jovem de elevado valor acrescentado, com recurso a fundos comunitários, BEI e investidores privados


A Espanha vai ligar todos os seus portos marítimos, no Atlântico e no Mediterrâneo, à sua rede de BITOLA EUROPEIA, quer dizer, aos mais de 50 milhões de ibéricos, e aos mais de 500 milhões de europeus. Para os portos de Sines e Setúbal a Espanha colocará portos secos na fronteira, para compensar o estado de negação em que a Tugolândia se encontra em matéria ferroviária.

É a bitola, estúpido! — O António Maria

Com sorte, o QREN 2014-2020 será revisto em Portugal a favor da prioridade ferroviária e da criação de um 'cluster' de PMEs associado às ligações UIC entre Portugal, Espanha (Poceirão-Caia, Porto-Aveiro-Salamanca, Porto-Vigo) e o resto da Europa.

Este 'cluster' seria, aliás, rapidamente articulado com os 'clusters' das indústrias automóvel e aeronáutica já existentes, e daria força à recuperação/renovação estratégica do 'cluster' da indústria naval.

É desta re-industrialização inteligente que precisamos. Baseada em tecnologia, saber fazer, gestão sofisticada, investigação de ponta, financiamento comunitário e financiamento privado, liberdade empresarial e verdadeira coopetição, sem comissários políticos e outros chulos à perna.

Mas para aqui chegarmos, vamos ainda ter que despedir o disléxico político Luís Miguel Poiares Pessoa Maduro. Basta esperar, então, pelo novo governo e pelas achegas de Bruxelas, Frankfurt e Madrid.

Convém, pois, estar muito atento ao que vai sendo dito em Bruxelas pelas potências europeias que contam: Alemanha, França e Itália.

Germany, France and Italy unite to boost EU growth
EurActiv, 01/08/2014 - 16:10

Germany, France and Italy have agreed on closer cooperation in the areas of energy, transport and digital infrastructure.

[...]
Project bonds for more private investments

But growth in the EU continues to lag. The EU-wide unemployment rate is around 10%, just under the record high reached during the financial crisis.

As a result, reducing unemployment and debt is one of the most pressing issues in many EU countries.

To free up new sources of cash, the European Commission would like to expand project bonds for large infrastructure projects.

According to the Commission, these funds will be granted to private investors such as banks and pension funds to support cross-border infrastructure like power grids, roads and railways.

domingo, junho 29, 2014

O monstro

O Leviatã de Hobbes ao virar da esquina desta crise?

Do monstro da dívida ao monstro Estado


O Leviatã de Hobbes é a imposição do estado totalitário a uma sociedade dividida e incapaz de autogovernar-se democraticamente. O famoso monstro da dívida de que falava Cavaco Silva quando os primeiros sinais de um processo de endividamento incontrolado foram conhecidos, poderá estar já em plena metamorfose kafkiana. Desta mudança de estado poderá resultar uma nova burocracia totalitária, ainda que disfarçada e protegida pela separação entre o mundo real —cada vez mais pobre e estagnado— e o mundo da nova cultura virtual em rápida ascensão —onde a ilusão de democracia, de riqueza e de satisfação será atingida a várias dimensões, com forte predominância dos estímulos visuais, sinestésicos e fantasmáticos.

Sob o pretexto de atacar os ricos e os banqueiros, certamente responsáveis por uma parte do desastre em curso, os governos e os seus bancos centrais, burocracias e forças pretorianas estão obviamente tentados, se não já totalmente comprometidos, com uma estratégia de diversão em massa cujo objetivo é a imposição de uma espécie de capitalismo de estado à escala global, totalitário, e em última análise destinado a controlar a transição das sociedades de crescimento inflacionista acelerado para um novo tipo de sociedades de crescimento moderado (2-3%), ou semi-estagnadas e pautadas por um crescimento material escasso e lento —entre 0,1 e 0,2% (D H Fischer (1996), Thomas Piketty (2014)—, acompanhadas eventualmente por uma espécie de realidade aumentada capaz de gerar novos géneros de satisfação individual e coletiva, globais e instantâneas. Bem vindos, finalmente, ao Admirável Mundo Novo!

Não será, pois, por acaso, que as lutas intestinas no seio dos partidos —de que a tentativa de remoção estalinista da atual direção do PS desencadeada por Mário Soares e pelas suas tropas de avental é um vergonhoso exemplo— tenderão a vir ao de cima nos tempos mais próximos, assim como a emergência de movimentos populistas anti-partidários. Todos pretendem, no fundo, o mesmo: cavalgar o longo período de empobrecimento e desigualdade que se aproxima.

Marinho e Pinto "O dinheiro que dão aos eurodeputados é chocante"

Marinho e Pinto, em conversa com o jornal i, denunciou o dinheiro que é dado aos eurodeputados, no Parlamento Europeu, chegando mesmo a afirmar que se vive uma situação "aberrante", pois está a gastar-se o dinheiro dos contribuintes.

O atual cabeça-de-lista do Partido da Terra (MPT) revela que é demasiado dinheiro e para “os deputados oriundos de países como o meu, onde parte do povo pede esmolas e pessoas não saem porque não têm onde trabalhar, chegar e ver as disponibilidades financeiras... há qualquer coisa de errado”, denuncia.

Por Notícias Ao Minuto | 08:32 - 28 de Junho de 2014
European deputies award themselves a generous Christmas bonus
By Stefan Steinberg
20 December 2010

European parliamentary deputies awarded themselves a handsome Christmas bonus earlier this month. Members of the European parliament (MEPs) voted in favour of a 2 percent pay rise backdated to the middle of last year. In addition MEPS also agreed a 2.3 percent increase in their allowances. This means that all of the 736 deputies in the European parliament will receive a New Year’s lump-sum gift of over £5,400 [US$8,378] in addition to their regular salaries and expenses.

The increase in pay and allowances raises the net personal income of each deputy in 2011 to more than £170,000. This total combines an annual salary for MEPs of £80,829, plus the sum of £90,876 in “daily subsistence” and “general expenditure” expenses. It means the daily allowance for MEPs will go up from €297 to €304. MEPS are not required to provide any receipts or proof of expenditure for their allowances. MEPs can of course earn far more than £170,000 and are entitled to draw additional wages from other sources of work such as consultancy, legal services, etc.

Published by the International Committee of the Fourth International (ICFI). World Socialist Web Site.

A regra: "38.5% of a European Court judge's salary" deu nisto: os deputados europeus ganham mais de 7300 euros x 14 meses = 103,580 euros/ano. Fora as ajudas de custo, que superam os 113 mil euros/ano. Fora a segunda pensão de reforma que muitos deputados auferem, a cargo de um fundo de pensões próprio, mas cujo financiamento recai em 2/3 sobre os cidadãos europeus. Fora a proteção fiscal inadmissível de que beneficiam relativamente aos demais cidadãos europeus que pagam impostos. Fora as mordomias, invisíveis na folha de pagamentos, mas quem têm impacto evidente no orçamento familiar. Fora a corrupção!

A realidade destas cifras não é demagogia, nem populismo. É simplesmente a prova de que as burocracias são uma espécie de cancro social que cresce sem controlo. A riqueza produzida já não chega para tanto Pão de Ló, nem em Portugal, nem na Europa, nem em nenhuma outra parte do planeta. A oferta agregada mundial já não consegue satisfazer a procura agregada mundial. Daí a inflação dos preços da energia e dos bens alimentares. Daí o endividamento público e privado crescente e catastrófico. Só a dívida total dos Estados Unidos é praticamente a mesma do PIB líquido mundial. Se isto não bastasse para nos tirar o sono, pense-se no que poderá advir do mercado financeiro especulativo, quando é sabido que o valor nocional dos contratos de derivados OTC equivale a quase 10x o PIB mundial.

Notional amounts increased substantially in the first half of 2013, up from $633 trillion at end-2012. The increase was driven in part by a further shift towards clearing through central counterparties (CCPs). When contracts are cleared through CCPs, notional amounts reported for the BIS's surveys increase because one contract becomes two.

OTC derivatives statistics as at end-June 2013
BIS,  November 2013

A austeridade e o austericídio tornaram-se porventura inevitáveis, pois na realidade são o resultado de as elites mundiais (financeiras, industriais, intelectuais e partidárias) terem enfiado a cabeça na areia durante as últimas três décadas, enquanto os rendeiros, piratas e devoristas de todo o mundo se dedicaram e continuam a dedicar a sacar o máximo que conseguiram e conseguem de um pote cada vez menos generoso para a generalidade dos cidadãos. O business as usual prossegue, não só entre os especuladores do costume, mas também, de forma cada vez menos aceitável por parte dos eleitorados, entre as burocracias sindicais e estados maiores partidários tradicionais. Admiram-se depois que o populismo cresça na Europa, e por esse mundo fora. Estas aristocracias e nomenclaturas nepotistas não percebem, porque não querem perceber, que o seu futuro está tão ameaçado como o daqueles milhões que, desde 2006-2008, começaram a ser literalmente expropriados dos seus haveres, das suas poupanças e do seu futuro.

Mas acabarão por perceber. É só uma questão de tempo...

Civil Unrest Is Rising Everywhere: "This Won't End Pretty"

The Guardian reported that some 50,000 people marched in London to protest against austerity. They cried: “Who is really responsible for the mess this country is in? Is it the Polish fruit pickers or the Nigerian nurses? Or is it the bankers who plunged it into economic disaster – or the tax avoiders? It is selective anger.”

The exploitation by the bankers has been really a disaster. They have been their own worst enemy and in the end, they have become the symbol that inspires class warfare if not revolution. They are not the representatives of those who produce jobs. They are merely those who wanted to trade with other people’s money for free. When they win, it is their’s, but any losses are passed to the taxpayers. Bankers should be bankers – not hedge fund managers who keep 100% of the profits using other people’s savings.

Martin Armstrong Warns Civil Unrest Is Rising Everywhere: "This Won't End Pretty". Submitted by Tyler Durden on 06/28/2014 14:40 -0400. ZeroHedge

sábado, junho 14, 2014

A moeda e os impérios

Origem: DoubleLine

O tempo histórico tem um passo mais largo que o tempo da nossa ansiedade


O gráfico que acompanha este artigo elucida bem como os impérios nascem, impõem a sua moeda, e depois morrem.

É o caso agora dos EUA, cuja moeda de reserva acaba de perder a hegemonia e está obrigada a partilhar tal estatuto com o euro e com o renminbi, depois de os especuladores ingleses e americanos terem perdido a guerra inglória que lançaram contra a moeda única europeia.

Mas tal como o gráfico também mostra, os impérios morrem devagar. Por exempo, Portugal só 600 anos depois (1415-2015) de ter sido um império, dono de uma moeda de reserva mundial ao longo de oitenta anos, se viu envolvido em sucessivos episódios de insolvência. Só em 1999 Portugal arriou a sua bandeira em Macau e deixou de ter moeda própria — a favor do euro. E, com sorte, só em 2015 iniciaremos um novo período histórico, ainda pleno de incógnitas.

Devemos, pois, olhar para o declínio dos Estados Unidos com prudência, tendo sempre em conta que os aliados estratégicos são em larga medida determinados pela geografia, e não pela ideologia.

O Atlântico volta a ser o centro estratégico do planeta, por motivos que explicaremos noutro texto, mas que no essencial se prende com a impossibilidade objetiva de a Ásia se aproximar tanto da Euroamérica, quanto a Euroamérica se tem aproximdado ultimamente da Ásia. A paragem do movimento tectónico em curso vai ocorrer ao longo da próxima década (2020-2030), e a linha da redistribuição global da riqueza material, tecnológica e cultural vai acabar por manter uma grande assimetria entre o Ocidente e o Oriente, e entre o Norte e o Sul. Não há, pura e simplesmente, energia barata para que seja doutro modo.




How Much Longer Will the Dollar Remain the Reserve Currency of the World?
By Cullen Roche, June 11th, 2014. Pragmatic Capitalism.

...will the USA lose its reserve currency status at some point?  Yes.  In fact, it’s already starting to lose its reserve status to Europe and China.  Will it be the end of the world and will it cause everyone to suddenly ditch the dollar?  Probably not.  It just means the USA will produce a lower proportion of global output and therefore, as a matter of accounting, the rest of the world will hold a lower percentage of US dollar denominated financial assets as a percentage of global output.  It’s not the end of the world.  It’s just a sign that market shares change and when you’re #1, well, there’s only one direction to go.

Segundo Paul Kennedy escreve em The Rise an Fall of the Great Powers, a China, se não tivesse destruído a sua grande Armada, para acudir à pressão que os Mongóis exerciam a norte do seu território, talvez tivesse chegado à Europa por via marítima. O contemporâneo, embora mais velho, do Infante Dom Henrique (1394 - 1460), que na China poderia ter promovido um movimento simétrico ao dos Descobrimentos Portugueses, era um general eunuco, de origem muçulmana, chamado Zheng He (1371 - 1433). Este personagem assume hoje na China um protagonismo mítico só comparável ao do famoso filho da princesa inglesa Filipa de Lencastre e de D. João I, que foram reis de Portugal. Mas na História, ao contrário do que se diz, as repetições são raras. E o sonho que a China hoje alimenta de abrir-se ao mundo e devir um império moderno e mundial, como Portugal, Castela, a Holanda, França, Inglaterra e o Estados Unidos foram, pode estar irremediavelmente comprometido por uma realidade chamada pico do petróleo, e pela consequente implosão do período de crescimento inflacionista extraordinariamente rápido e intenso que uma parte do mundo conheceu nos últimos duzentos anos.

Portugal verá porventura aumentar o seu território por efeito da extensão da sua Plataforma Continental (Facebook). Mas será por aqui e pelo papel que soubermos jogar na União Europeia que o novo ciclo começará, depois do arriar definitivo da bandeira colonial? Ou teremos que descer previamente ao inferno de nós mesmos, para podermos renascer genuinamente em uma nova era?


sexta-feira, maio 02, 2014

Portugal-Angola: a simbiose vai bem, obrigado!

Isabel dos Santos, a primeira bilionária africana.

A América e o Reino Unido estão falidos, Angola e Macau (China), não.


Isabel dos Santos negoceia participação de Amorim no BIC
— Empresária angolana quer comprar 25% do capital e assim passar a controlar metade do banco que comprou o nacionalizado BPN, noticia o "Diário Económico". Jornal de Negócios, 2/5/2014

Cresce a simbiose entre Portugal e Angola. Como todos os processos biológicos tem zonas claras e bonitas e zonas escuras e sujas.

Sejamos pragmáticos: Angola tem ajudado Portugal, e Portugal tem ajudado Angola.

Os inimigos principais desta simbiose, ou são neocons americanos, ou são amigos de Mário Soares.

A bonita Isabel dos Santos, primeira bilionária africana, é filha do presidente angolano, José Eduardo dos Santos, por sua vez filho da mestiçagem que Portugal promoveu por onde andou desde 1415.

Mas Isabel dos Santos é também filha de uma azeri do tempo em que o Azerbeijão era uma das repúblicas da URSS.

Mais uma razão para nos distanciarmos das ações belicistas e provocatórias da NATO.

O futuro de Portugal não é a decadente América de Bush e Obama, mas a Eurásia, o Brasil e África.

E a mais velha aliança do mundo?

A aliança com a Inglaterra mantem-se. Se a Inglaterra for atacada e pedir ajuda a Portugal, como Churchill fez ao invocar a mais velha aliança entre países independentes que existe no planeta solicitando a instalação de uma base militar em Santa Maria, tê-la-à. Se Portugal for atacado, e pedir ajuda à Inglaterra, contaremos com ela.

A NATO, de que fazemos naturalmente parte, é um campeonato diferente, no qual devemos ter a maior cautela, não comprometendo as nossas amizades transcontinentais, que vão da China e Japão ao Brasil, passando pela Rússia, Venezuela, Angola e Moçambique, entre outros países charneira da crise global em curso.

Por outro lado, sendo Portugal parte da UE e do euro, devemos velar pelos interesses desta união contra quem quer que conspire conta ela.

Portugal, pela sua geografia e dimensão, pelas suas amizades, pela sua história, deveria posicionar-se como um dos principais intermediários diplomáticos mundiais, rejeitando liminarmente participar em ações de guerra, limitando-se, pois, a integrar missões de paz e auxílio humanitário.

quinta-feira, maio 01, 2014

Concordo com Rocard e Delors: Inglaterra, rua!

Michel Rocard, ex-PM francês, 'socialiste'.

David Cameron deveria ser consequente e referendar a presença da Inglaterra na União Europeia.


"Grã-Bretanha devia sair da União Europeia", defende ex-primeiro-ministro francês

Michel Rocard acusa Reino Unido de estar a dar cabo da UE e diz que os britânicos querem sair mas a elite do país não permite.

O Reino Unido é o poodle da América. Todos o sabemos.

A City londrina e as ilhas piratas da coroa britânica têm sido até agora o principal centro da pirataria financeira mundial. Todos o sabemos.

Os Estados Unidos e a Inglaterra tentaram por todos os meios destruir o euro ao longo da última década, felizmente sem qualquer êxito. Todos o sabemos.

Logo, a UE deve convidar a Inglaterra a fazer um downgrade na sua ligação institucional à União Europeia. E deve avançar, quanto antes, nos processos de fortalecimento subsequentes à moeda única:
  1. união bancária europeia, 
  2. salário mínimo europeu, 
  3. harmonização do sistema fiscal europeu, 
  4. reforço do mercado interno da comunidade europeia face às práticas de dumping social, comércio injusto, falsificação de produtos e fraude sistémica que prejudicaram e prejudicam gravemente a economia europeia,
  5. adoção de uma diplomacia externa coerente e sem hesitações, que passe, nomeadamente por um tratado de defesa e cooperação com a Rússia, sem abandonar as alianças e a cooperação privilegiadas com os países atlânticos e a África,
  6. organização urgente de um sistema comum de forças de segurança e militares, com um dissuasor nuclear europeu claramente assumido, completamente independente da NATO, a qual deve ser abandonada na sua configuração atual, imperialista, belicista e completamente ao serviço das angústias estratégicas dos Estados Unidos e do seu cão de fila, ou melhor dito, caniche inglês. 
As simple as that!

É uma pena que a elite indígena do meu país esteja cada vez mais inclinada a voltar aos velhos tempos da oligarquia obscurantista e do fascismo. Engana-se, porém, nos seus cálculos egoístas. Abandonar o trilho da Europa poderá ser o gatilho de uma nova guerra civil em Portugal e da sua divisão ao meio. O Norte não tolerará, por muito mais tempo, os chulos de Lisboa — que raramente são lisboetas, entenda-se —basta pensar nas criaturas abranhescas Aníbal Cavaco Silva, José Manuel Durão Barroso, Assunção Esteves, Pedro Passos Coelho, José Sócrates, Armando Vara, Jorge Coelho, ou Almeida Santos, para percebermos que o problema nada tem que ver com os alfacinhas!

É uma pena que o Partido Comunista, apesar da renovação em curso, não consiga evoluir para um tipo de formação partidária mais realista, com vocação de poder, claramente europeísta e claramente alinhada com os partidos ecologistas europeus e mundiais. Tem o principal: o seu forte enraizamento local e a disciplina militante. Falta-lhe fazer um retiro espiritual e rasgar a liturgia marxista-leninista.

O resto do sistema partidário irá implodir nos próximos dez anos.

i online:
A França está a perder a paciência para as incertezas desestabilizadoras da Grã-Bretanha quanto ao seu papel no projecto de integração europeu. Sinal disso é o número crescente de personalidades que defendem que o melhor seria a grande ilha descolar dos restantes 27 países da União.

[...]

"A Grã-Bretanha é um grande país que sempre se recusou a permitir que a Europa interferisse nos seus assuntos. Bloqueou o esforço de maior integração", disse o ex-dirigente ao "Trombinoscope", uma revista parlamentar francesa.

"Se eles saírem, torna-se possível dar resposta às necessidades de governação europeia. Até a Alemanha se apercebe disto e tem-no exigido. Eu anseio por que aconteça porque eles impediram-na [a UE] de se desenvolver, mataram-na", acusa Rocard.

Aos 83 anos, o socialista diz que ficou claro que "o povo britânico quer deixar a Europa" e apenas está a ser impedido de deixar a UE pelas classes política e financeira do país. "As elites britânicas têm medo do isolamento que isso pode provocar, e que este possa enfraquecer" o principal centro financeiro da Europa [Londres], esclareceu.

As declarações de Rocard ecoam outras feitas por Jacques Delors, o antigo presidente socialista da Comissão Europeia, que em 2012 também apelou ao Reino Unido para que deixasse a UE. O homem que é tido como o arquitecto da UE moderna e do euro, rompeu com a cautela típica dos líderes europeus num esforço para oferecer à Grã-Bretanha uma saída. "Os britânicos estão apenas preocupados com os seus próprios interesses económicos, e nada mais. Devia ser--lhes oferecida uma forma diferente de parceria", disse Delors ao "Handelsblatt", um jornal económico alemão. "Se os britânicos não querem um nível maior de integração na Europa, podemos mesmo assim ser amigos, mas numa base diferente. Consigo vislumbrar uma alternativa que mantenha a abertura no acesso ao espaço económico europeu ou um acordo de livre comércio", adiantou.

A França reagiu mal às exigências feitas pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, de que alguns poderes atribuídos a Bruxelas fossem devolvidos aos parlamentos nacionais e de que a promessa de uma "união cada vez mais estreita" fosse retirada dos tratados da UE. Segundo fontes diplomáticas, Paris está farto das ameaças de Cameron de que se não houver uma reforma "a bifurcação dos caminhos se torna inevitável".

quarta-feira, abril 30, 2014

F-16 portugueses na resposta NATO à crise ucraniana

Quatro F-16 portugueses integrados na força de contenção NATO (Zero Hedge)

Já alguém informou os portugueses, ou será só depois das eleições?


Quatro F16 da FAP integrarão força NATO de “contenção” anti-russa no próximo mês de setembro, e até ao fim do ano. Os portugueses sabiam?

Presumivelmente este lote de quatro aviões de combate sairá da esquadrilha de seis F-16 mobilizados, desde 2011-2012, para a base NATO da Islândia. O senhor Passos de Coelho, o senhor Machete e o senhor Aguiar Branco talvez nos pudessem esclarecer.

Em nossa opinião a crise ucraniana é uma provocação americana, e é uma provocação muito perigosa. A União Soviética ruíu, e desde então os Estados Unidos procuraram, quer através de ofensivas financeiras, quer através das chamadas revoluções coloridas em vários dos países da antiga “cortina de ferro”, cercar a Rússia e reduzi-la a uma espécie de vegetal.

Como seria de esperar a Rússia acabaria por reagir, usando a sua principal arma tática: o petróleo (maior exportador mundial, à frente da Arábia Saudita) e o gás natural.

A Alemanha, demasiado ocupada em gerir a pocilga europeia, descurou a questão russa até ao dia em que esta interrompeu pela primeira vez, e por razões políticas, o fornecimento de gás ao centro da Europa.

A União Europeia, em vez de apoiar economicamente a Ucrânia, nomeadamente na questão energética, deixou que esta continuasse dependente dos favores de Moscovo.

A crise estalou e, enquanto os Estados Unidos prosseguiram o seu plano de desestabilização da zona, a Alemanha e o resto da União Europeia exibiram uma vez mais a sua fragilidade política e militar.

A Europa só pode ter a Rússia como aliada, não como inimiga. Ter a Rússia como inimiga é empurrar a Rússia para os braços da China, cumprindo-se assim a grande manobra americana cujo objetivo é encontrar o pretexto adequado para um confronto nuclear contra a China antes de esta se tornar imbatível militarmente.

Os EUA querem desesperadamente recuperar a supremacia ameaçada do dólar. Para isso precisam de fazer rapidamente uma demonstração de força global, e depois reforçar o seu controlo militar e diplomático sobre as principais regiões ricas em petróleo e gás natural: Irão, Iraque, Cáspio e o grosso do continente africano (este também por outras motivações esttratégicas...)

Bruxelas (quer dizer, Berlim, Paris e Londres) e Moscovo devem negociar diretamente esta crise, em vez de serem o eterno pau de cabeleira da NATO, quer dizer, dos Estados Unidos.

Chegou o momento de a Europa perceber que ou ganha juízo ou desaparece do mapa!


Quem ameaça quem?

ÚLTIMA HORA
CIA, FBI agents 'advising Ukraine government': report (AFP, 4/5/2014)

Berlin (AFP) - Dozens of specialists from the US Central Intelligence Agency and Federal Bureau of Investigation are advising the Ukrainian government, a German newspaper reported Sunday.
[...] Last month the White House confirmed that CIA director John Brennan had visited Kiev as part of a routine trip to Europe, in a move condemned by Moscow.
É oficial: a CIA e o governo americano estão envolvidos até ao pescoço na desestabilização da Ucrânia e na guerra civil em curso. Não é a NATO, é a CIA e o FBI. Capiche?!
O governo português deverá deixar bem claro que os F16 estacionados na Islândia estão onde estão para defender a Islândia de qualquer violação do seu espaço aéreo, ou de qualquer ataque a este país. Não para engordar as tropas informais que o senhor Obama colocou na Ucrânia sem pedir licença à NATO ou a qualquer aliado! Que diz a isto o pascácio da Defesa, e o zombie dos negócios estrangeiros?

...

E mais:

Warning: Ukraine Is At A Flashpoint (in ZeroHedge)
O envolvimento americano na guerra civil em curso na Ucrânia é tão evidente quanto ilegal.
O vídeo supostamente espontâneo de uma inocente rapariga ucraniana que se manifestava em Kiev, que correu mundo (Youtube), não é mais do que um sofisticado produto de propaganda viral das Operações Especiais das FFAA americanas. Washington não olha a meios e anda de mãos dadas com extremistas de todo o mundo: dos fundamentalistas islâmicos aos neo-nazis ucranianos. É incrível, mas é verdade :(


REFERÊNCIAS

Última atualização: 5/5/2014 01:23 WET

segunda-feira, março 17, 2014

Bloomberg: Investidores estão a vender dívida espanhola e a virar-se para Portugal - Jornal de Negócios

 Não é só mérito próprio, mas sobretudo fruto da época!


A BlackRock Inc., a maior gestora de activos mundial, está a reduzir o investimento em dívida espanhola por considerar que os títulos estão sobrevalorizados, escreve a Bloomberg. Já o JPMorgan Asset Management está a vender dívida de todos os países periféricos e a Sturgeon Capital Ltd. está a alterar o seu foco para Portugal e Itália.

“O jogo está praticamente perdido para Espanha face às ‘bunds’ alemãs”, explica o gestor de activos Yannick Naud, da Sturgeon Capital, citado pela Bloomberg. “A partir de agora, estamos a falar de ganhos marginais comparando com aquilo que Portugal e Itália ainda oferecem”.

A dívida espanhola gerou uma rendibilidade de 5% nos últimos três meses, metade da rendibilidade oferecida pela dívida portuguesa, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg. Portugal ainda paga mais 130 pontos-base do que Espanha para se financiar a 10 anos, o que compara com um ‘spread’ de apenas oito pontos-base na primeira década da união monetária.

A andanças das taxas de juros e dos câmbios é o principal negócio do capitalismo financeiro especulativo nesta fase declinante do Capitalismo afluente.

Mas quando as taxas de juro se aproximam do zero, ou de valores abaixo de zero, no Japão, Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, e a deflação espreita em todas estas regiões, ou já se instalou, e os processos de regulação das dívidas começam a ter contornos militares cada vez mais acentuados, a proximidade de uma reestruturação efetiva, embora deslizante, prolongada e disfarçada, da dívida impagável dos países desenvolvidos é inevitável.

Por enquanto os especuladores continuam na busca frenética das melhores rendibilidades e da segurança de pagamentos. Mas até Portugal começou a ver baixar os juros dos novos empréstimos públicos, e portanto a ver recuar as famosas rendibilidades (yields) devidas aos especuladores da Goldman Sachs, JP Morgan e afilhados, que as buscam por toda a parte.

O que explica a nova credibilidade da dívida portuguesa é uma confluências de ocorrências que convém reter, para evitar ilusões perigosas:

  1. regresso à destruição das taxas de juro (que em Portugal também ocorre, mas vai mais atrasada do que em Espanha e resto da UE), combinada com a destruição do poder aquisitivo de 90% da população americana e europeia, com especial incidência nas classes médias, e com a deflação dos preços que desponta;
  2. perca de controlo sobre a imparável dívida pública e privada americanas;
  3. crise política a leste da União Europeia, com impactos previsíveis nas relações entre o Ocidente e a Rússia e China, e um expectável reforço económico estratégico das relações atlânticas no triângulo Europa Ocidental-América-África;
  4. venda maciça de dívida americana por parte da China e da Rússia.


Bloomberg: Investidores estão a vender dívida espanhola e a virar-se para Portugal - Taxas de juro & Crédito - Jornal de Negócios

terça-feira, março 04, 2014

Putin, um marechal experiente

Russlands Verteidigungsminister Sergei Shoigu (l.), Präsident Wladimir Putin und der Militär Ivan Buvaltsev (r.) beobachten eine Militärübung in Russland.  |  © Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin/Reuters

Os EUA e a China racham lenha!


Putin revela bom senso e uma capacidade de liderança notável. Negociar uma saída equilibrada que não prejudique a Ucrânia, nem a Rússia, nem a União Europeia é a solução desejável. Estados Unidos e China não se devem meter neste assunto, pois ambos miram a Europa como um tesouro. A Eurásia é um assunto que os europeus ocidentais e orientais devem tratar conjuntamente, reforçando a paz e sustentabilidade desta decisiva região do planeta. Já temos idade para ter juízo!

PS:
Obrigado, Vladimir!
Pedro Passos Coelho
;)


Putin manda recuar tropas junto à Ucrânia e aceita grupo internacional na Crimeia
Por Ana Tomás, i online, publicado em 4 Mar 2014 - 11:30


Presidente russo diz que não gostaria de intervir militarmente na Ucrânia, mas não exclui totalmente essa hipótese

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o recuou das tropas que faziam exercícios militares em regiões próximas da fronteira com a Ucrânia e diz que vai discutir, esta semana, a possibilidade de ser enviado um grupo internacional para a Crimeia.

[...] “Reforçámos a nossa presença militar na nossa base no Mar Negro, porque começaram a aparecer forças nacionalistas”, reiterou Putin, na conferência de imprensa desta manhã.

Apesar de não concordar com o golpe de Estado que aconteceu no país vizinho e com a ascensão ao poder dos actuais membros do governo de transição, o presidente russo disse na mesma conferência de imprensa que espera retomar as relações económicas e comerciais com a Ucrânia e acrescentou ter encarregue "o governo de reestabelecer os contactos com os seus homólogos ucranianos”. "Não queremos romper as relações económicas, que poderão ser desenvolvidas a cem por cento depois da normalização da situação e das eleições".

terça-feira, fevereiro 18, 2014

Vergonha transgénica. Barroso, rua!

Governo português e PS coniventes com assalto americano à soberania alimentar europeia!


A invasão da Europa com OGMs tem o apoio dos lóbis financeiros da agro-indústria espanhola e o apoio tácito indigente do governo português. É preciso dizer NÃO aos transgénicos, pois o único objetivo de mais esta ofensiva americana (perdida a guerra contra o euro) é ocupar a terra arável da Europa e controlar a produção e distribuição dos alimentos e da água!!!

Pelos vistos, a Universidade de Évora já anda metida com transgénicos... da Monsanto!

E para o controlo da água industriaram os governos 'socialistas', fazendo passar na sonâmbula Assembleia da República o sinistro Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico, a par da criação da infame Águas de Portugal (empresa participada pela Parpública —81%— e pela Parcaixa—18%.





The Greens, other MEPs and environmental organisations were outraged by the Commission’s decision to move ahead and authorise the GMO maize crop Pioneer 1507, despite the opposition of 19 member states which voted against on Tuesday (11 February).

In a wave of reactions on Wednesday, Green MEPs poured scorn on the EU executive, calling its decision “a disdain for the democratic process”.

Daniel Cohn-Bendit, the co-president of the Greens group in Parliament, said in a statement: “if the Commission doggedly pursues the authorisation … we will launch a motion of censure in the European Parliament.”

Such a motion, which can be tabled by a minimum of 77 MEPs, could – after several steps – mount up to a resignation of the entire Barroso II commissioners team. According to the rules of procedure, at least one tenth of MEPs have to support the motion. If tabled, it is likely to make the agenda at the EP’s plenary session on 24-27 February.

A motion of censure requires approval by two-thirds of all 766 MEPs. An approval would also force the EU Commission to step down. This would be the first time in EU history: in 1999, the EU Commission led by Jacques Santer faced such a censure, but decided to resign before the motion was tabled.

Insiders in The Greens group described the threat as a “warning shot”, hoping the Commission would cave in and redraw its proposal. If not, they claim they will table the motion.

The Greens are also looking into legal action against the proposal, arguing that the EU executive changed its proposal before the Council vote, effectively sidestepping a second reading in the Parliament’s responsible committee.

Ler mais aqui.

quarta-feira, janeiro 29, 2014

Tia Merkel, cuidado!



Olhe bem para a geografia histórica da Europa!

A chanceler alemã quer um novo impulso no sentido da criação de uma “verdadeira união económica” e volta a insistir na necessidade de se reverem os Tratados europeus. A crise da dívida soberana não está ainda superada, frisou — Jornal de Negócios, 29/1/2014.

União económica europeia sem hegemonia alemã, união bancária sem hegemonia alemã, disciplina orçamental na Europa e nos países que a compõem, tudo bem. Mas se a ideia é confiscar as terras e as casas dos portugueses para encher o cu aos banqueiros alemães de Frankfurt, como fizeram na Alemanha depois de duas pesadas derrotas militares, esqueça! Se for por aí, a Alemanha só poderá esperar mais uma grande tragédia :(

Esta animação explica tudo...

POST SCRIPTUM

Passaram só 69 anos desde a libertação de Auschwitz, e por boa fé tendemos por vezes a esquecer o que a Alemanha nazi foi capaz de fazer ao seu país, na Europa e no mundo, há tão pouco tempo e em tão pouco tempo. Também tendemos a esquecer que metade da Alemanha viveu, depois da guerra, quase meio século sob um regime de ditadura comunista-estalinista, e que a a senhora Merkel é um produto genuíno da Alemanha de Leste. Em suma, voltamos a ter que despertar para a obsessão germânica pelo Lebensraum. A propósito, uma reportagem premiada sobre Auschwitz —Pretérito Mais do que Presente— realizada por Joana Sousa Dias.

segunda-feira, outubro 07, 2013

TAM TAP

No próximo aniversário o bolo será TAM-TAP

Privatização da TAP, take 2... ação!

Quem sabe se o negócio PT+Oi não contemplou já, como compensação suplementar pela perda parcial da soberania telefónica portuguesa, a compra da maioria do capital da TAP pela TAM, intermediada pelo omnipresente e eterno Espírito Santo dos Salgados. Os astros, pelos menos, parecem conjugar-se nesta direção.

TAP contactada “o tempo todo” por potenciais investidores

Potenciais investidores entram em contacto com a TAP “o tempo todo” para demonstrar o seu interesse na transportadora. Michael Conolly defende ainda que a empresa tem um “grande valor no xadrez das alianças” — Jornal de Negócios, 07 outubro 2013, 17:34.

TAP fecha acordo com TAM para ‘leasing’ de aviões
Ontem 30 de setembro de 2013, o Jornal de Negócios deu notícia de um entendimento entre a TAP e a TAM brasileira, para a celebração de um contrato de leasing, respeitante a dois aviões a ceder por parte da companhia brasileira à transportadora de bandeira portuguesa.
Há já alguns meses que a TAP procurava no mercado até seis aeronaves disponíveis, de modo a poder reforçar carreiras com bastante procura, nomeadamente para África e América, até à entrada em serviço dos novos A350 XWB, com entrega prevista para 2016.
Apesar da TAP procurar principalmente Airbus A320 e A330, não foi revelado o tipo de aeronaves envolvidas no negócio — Porta de Embarque o4, 01 outubro 2013, 23:06.

Ryanair inicia parceria com agência de viagens

“A Ryanair deixará de ter apenas o seu portal como forma de ligação com os consumidores, abrindo à cooperação com as agências de viagens, o que constitui uma revolução cultural pioneira para a companhia aérea.”
Ryanair em Lisboa. Voos para Londres, Paris, Frankfurt e Bruxelas Charleroi a 26 novembro 2013Low Cost Portugal, 16 setembro 2013.

As rotas têm inicio a 26 de novembro com as seguintes frequências:

Lisboa – Londres Stansted 2 voos diários / 14 semanais
Lisboa – Bruxelas Charleroi 4 voos semanais
Lisboa – Paris Beauvais 4 voos semanais
Lisboa – Frankfurt Hahn 3 voos semanais

Trata-se dos primeiros voos da maior companhia aérea low cost europeia no aeroporto de Lisboa, um desejo antigo da Ryanair. A entrada em Lisboa é um primeiro passo que se espera ser sucedido por uma base.

Tudo leva a crer que o BES e a TAP (os governos de turno são secundários nestas coisas, e de momento até estão em saldo) acertaram agulhas com a TAM, a maior companhia aérea brasileira de aviação comercial, para quem o hub brasileiro da Portela+Pedras Rubras é uma excelente mais-valia estratégica para as ambições naturais de uma potência emergente, apesar do refluxo a que momentaneamente se assiste na euforia financeira e imobiliária daquele gigante da América do Sul.

O mercado europeu da TAP está neste momento seriamente ameaçado pela tenaz com que as companhias Low Cost atacaram os aeroportos portugueses, de Faro ao Porto até chegar em força à Portela.

A TAP está tecnicamente falida, e um dos centros de custos mais ruinosos do grupo está no Brasil, chama-se TAP Maintenance & Engineering (ex-VEM/Varig) e ninguém o quer, nem oferecido!

A TAP tem excesso de pessoal que precisa de dispersar por paisagens suficientemente generosas, onde a absorção destes recursos humanos não cause grande dano por via das indemnizações exigíveis por eventuais despedimentos.

A TAP precisa, por fim, de uma estratégia bifocal. Precisa de se desmultiplicar numa TAP Europa/Norte de África (eTAP) —barata, confortável, simpática e eficiente— e numa TAP Intercontinental (iTAP) —ligando o universo lusófano, com especial atenção ao Brasil-Venezuela, África (Angola, Moçambique, Cabo Verde) e Timor.

A TAP, cujos intermediários financeiros no negócio dos doze Airbus A350-900 são o BES e o Crédit Suisse, vai ter que começar a desembolsar as primeiras prestações das primeiras aeronaves que chegarão à Portela em 2016. Estes aviões são destinados a voos intercontinentais.

TAP e TAM são grupos da Rede Star Alliance.

Está em marcha um tratado comercial para o Atlântico norte, entre os Estados Unidos/Canadá e a União Europeia. Logo, a aliança entre o Brasil e Portugal, ou melhor, entre o Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, nomeadamente na fileira dos transportes aéreos e marítimos é crucial para o reforço estratégico da comunidade lusófona global. Todos temos a ganhar, e Portugal ganha nesta ponte económica, financeira e diplomática novos argumentos negociais para a sua relação com os alemães e o resto da Europa.

A privatização deve pois contar com investidores sobretudo destas paragens, e deve ter uma percentagem nacional não inferior a 25%.

Quanto mais tarde se fizer esta operação, porém, menos valerá a TAP, pois o seu mercado europeu (mais de 60% das receitas) será comido às fatias pelo cerco das Low Cost europeias à Portela, Faro e Porto. O lucro tem horror ao vazio!

Nada de chineses neste negócio!!!

O negócio da aviação comercial está cada vez mais competitivo. Lynx Jet é um caso de estudo.

ÚLTIMA HORA

Toronto-Lisboa é na Rouge (a Low Cost da Air Canada) já a partir de 21 de junho de 2014.

O que a Blogosfera tem vindo a analisar e escrever sobre o futuro da aviação comercial e sobre o futuro da TAP, desde 2005-2006, bate certo... como um relógio suíço! E não custa centenas de milhões de euros ao erário público, em advogados, consultores e tráfego debaixo das mesas...

Toronto - Lisbon (June 21 - September 21 2014 3x a week)

NOVO AEROPORTO SÓ LÁ PARA 2030. Assim sim!

Se nessa época ainda andarmos a fazer férias de avião (uma probabilidade ínfima) então que se construa o NAL. Pelo sim pelo não, deixem o Campo de Tiro de Alcochete como está, que está muito bem. E os estupores do PSD, do CDS e do PS que enterraram dinheiro na zona que vão pastar ovelhas!
Entretanto talvez fosse momento de seguir de novo a pista dos submarinos. Na Grécia deu resultado!
Económico:

"A Vinci revela ter mais juízo do que a corja que tomou de assalto o estado português (Bloco Central da Corrupção). É que o dinheiro que ganharem é deles, mas o que perderem não será pago pelo tonto contribuinte indígena governado pela referida corja!

"A Vinci, a nova dona da ANA - Aeroportos de Portugal, pretende estender o limite de capacidade do aeroporto da Portela até aos 25 milhões de passageiros por ano. O último limiar de capacidade proposto para a Portela, decorrente das negociações entre o Estado e os candidatos à privatização da ANA, era de 22 milhões de passageiros anuais. Uma fasquia que seria conseguida com a optimização de diversos serviços e áreas do aeroporto, segundo alguns dos grupos candidatos, incluindo a própria Vinci. Antes do processo de privatização da ANA, o limite apontado para esgotar a capacidade de processamento da Portela oscilava entre os 18 e os 19 milhões de passageiros anuais.

O Diário Económico sabe que esta pretensão da Vinci exige medidas e investimentos a aplicar na área da segurança aeronáutica, da responsabilidade terceiras entidades, em particular do INAC - Instituto Nacional da Aviação Civil. No ano passado, a Portela passou pela primeira vez a barreira dos 15 milhões de passageiros por ano.

Segundo um documento do grupo francês, a que o Diário Económico teve acesso, apresentado na "Bernstein Strategic Decisions Conference",nos passados dias 1 e 2 de Outubro em Londres, dois responsáveis pelo departamento de Invertos Relartions da Vinci, Christopher Welton e Thomas Guillois, apresentaram os seus planos para a ANA, nomeadamente para o aeroporto da capital. Uma das questões que a Vinci abordou com mais detalhe junto dos analistas e investidores foi o limite de capacidade da Portela e a consequente necessidade de iniciar conversações com o Estado português para discutir os pormenores do ‘dossier' referente à construção e exploração do novo aeroporto internacional de Lisboa.

Segundo esses documentos, a Vinci prevê que o limite de capacidade da Portela até aos 22 milhões de passageiros anuais seja atingido no espaço de 12 anos a partir deste ano. Um cenário que se iria assim concretizar em 2025. Depois de verificar esse marco, o grupo francês estima em quatro anos o período necessário para chegar a acordo com o Estado português sobre o novo aeroporto de Lisboa. Se se cumprirem esses passos e estas datas, só partir de 2029 se iria iniciar a construção dessa infra-estrutura."

Vinci quer levar o limite da Portela até 25 milhões de passageiros | Económico

A TAP acordou 4 dias depois da Rya... só até amanhã!

EMAIL RECEBIDO (8/10/2013, 13:40):

Andam desesperados, não fizeram os trabalhos de casa, aliás o próprio Sérgio das PPP andou mais preocupado com embustes como Portos das Trafarias e LTM, e agora foram encostados à parede pela Rya.

Como têm os exemplos de Espanha que r
ebentaram com a Ibéria, Itália, vai ser "copy / paste" aqui na Portela.

É que nem tão pouco avaliam as consequências da Rya entrar na Portela de forma mais musculado, vendo-se desta forma o proteccionismo de que a TAP gozava com o Guilhermino Rodrigues.

A VINCI quer encher o aeroporto, quer fazer receita amortizando o mais rapidamente possível o investimento na compra da ANA, situação que não se pode condenar. O que querem fazer agora! Têm de começar a racionalizar custos, cortar rotas não rentáveis com implicações no Longo Curso.

Voos de médio curso que eram ajudados a rentabilizar através de tráfegos não provenientes dos voos de longo curso começam a ser cada vez mais complicados, pois a oferta aumentou com a entrada da Rya, e como se sabe, a opção do preço está sempre presente, para mais viagens de tempo inferior a 2,5 horas.

A Transavia por mero acaso tem razões de queixa da Portela? A Air France e a KLM subsidiárias da Transavia lamentam essa opção. Quanto tempo tem a Trasavia? Em vez da TAP optar pelo marketing "Um voo 5 formas diferentes de viajar", não poderia ter optado por uma TAP Express?

Esta coisa das low cost é por mero acaso, dos negócios mais bem escondidos do mundo? A Southwest Airlines é tema virgem ou tabú na Europa?

Agora têm a Ryanair ao colo quase um ano depois da venda ao colombiano ter aborregado, e qual será a saída senão uma entrega cheia de boa vontade de quem recebe de uma TAM
que ainda se está a ajustar a mudanças recentes.

Responsabilidades políticas ninguém as tem? Qual a estratégia para os sectores?

É bom pois que se comece a apontar responsabilidades.

EMAIL RECEBIDO (8/10/2013):

Como se estava à espera a entrada da Ryanair aqui em Lisboa, apesar de "mansinha", sabe bem ao que vem! É deixar chegar os horários para o próximo verão IATA que a base em Lisboa fica concretizada.

O Gaúcho sabe isso, o Luis Mor(mente) sabe isso e faz de porta-voz do Gaúcho sempre que entende oportuno.

Para quem tem acompanhado este percurso, desde 2006, quando todos se movimentaram contra a Ota na Ota, esta acção de comunicação (coordenada by L. Monteiro), com contributo claro no D. Económico, pretende colocar em causa as companhias low cost, vd. as 2 páginas da Hermínia S. num jornal com muita da publicidade paga pelo BESTAP.

Soube-se através do artigo da Hermínia que a TAP "ficou em sentido", mas esta reacção do Mór(mente) é quanto mim desajustada, explicando-se talvez pela falta de "Plano-B" da TAP.

Não quero acreditar que a única solução esgalhada pela TAP seja o reforço dos voos para o Brazil. Até porque a principal rota da TAP (onde deveria investir em B777) é a de Lisboa-Luanda. Os novos destinos para o Brazil são uma saída de recurso, talvez por o governo de Angola ter colocado uma fasquia mais alta aos acordos entre ambos os países relativamente a viagens aéreas. Se calhar o Rui Manchete deverá reiterar uma vez mais as diplomáticas desculpa. ;D

Sobra pois o Brazil, onde a BESTAP foi buscar os 2 A330 da TAM, em clara aproximação com a solução brazileira.

Por outro lado, ao nível das empresas públicas do estado, não é segredo para ninguém, as debilidades relativamente às respetivas dívidas são universalmente conhecidas.

Aqui entra o nosso amigo SÉRGIO MONTEIRO. SE BEM ME RECORDO, FOI PARA O GOVERNO DADAS AS SUAS PROVADAS VALÊNCIAS EXACTAMENTE NO SECTOR FINANCEIRO (o rapaz era excelente na engenharia financeira - PPP's), MAS 3 ANOS DEPOIS NÃO FEZ RATA, E AS EMPRESAS PÚBLICAS CONTINUAM SUBMERSAS EM DÍVIDAS.

Salvo melhor opinião, esta é a conclusão que se pode tirar do Sérgio. E é o que se vê no sector dos transportes: o contribuinte (e utente) paga e o pessoal que integra esse mesmo sector paga igualmente por via salarial. Como exemplo disso (dos utentes) veja-se a situação de voos da TAP, que operam sem serviço de bordo, oferecendo a TAP uma indemnização entre os 10 e os 20€. Aliás a Hermínia fala dessa situação (embora de forma velada) no artigo de 2 páginas que publicou.

Relativamente às empresas públicas é claro que as mesmas representam uma renda fixa para os bancos que são credores da Parpública (ex. BES). Ora, sabendo-se isso, havia aqui muito trabalhito para o amigo Sérgio. Vê-se alguma coisa?

Ontem na RTP-2 de forma coordenada com Herminias e Mor(mente) foi apresentado um programa onde voltaram a falar do NAL. Creio que meteu malta da VINCI (Lusoponte). Já me disseram que foi surrealista, mas se até este governo o é,...

Para os mais distraídos é de recordar que em Setembro de 2008 o Mor foi expressamente ao Porto rodeado de jornalistas (convidados pela TAP) para apresentar os novos destinos da TAP - voos directos do Porto para o Brazil,... -, quando o objectivo era apenas esgotar o mais possível os slots tanto na Portela como do Porto (mais uma forcinha para justificar o NAL).

Os resultados no final de 2009 foram os que se sabem, com um buraco que ultrapassou os 800 milhões de euros, e com os aviões da TAP A330 e A340 a fazerem "cabotagem" no Porto antes de seguirem para o Brazil. De facto Portugal estava a esbanjar tráfegos e mercados para todo o mundo, e é claro, como dizia o Gaúcho, a "TAAAAAPPPPPPêêê precisssssaa cresssscer", além de outras patacoadas relativamente à Ota na Ota: "Eu Sooonnho todos os dias com ela".

E é assim, agora condenam-se as low cost por serem elas que melhor entendem o cliente e por irem à procura dos clientes. Quem não voava de avião, foi pois convidado a viajar de avião. Depois conceitos que muitas vezes ainda hoje são utilizados, tais como "companhia aéreas de bandeira" deixaram de fazer qualquer sentido. Nos EUA existe por acaso alguma companhia de bandeira? Onde estão a Pan Am ou a VARIG?

Fantástico Mor(mente), quere-se dizer, quando operam em Lisboa as Vuelings, easyJet,..., não existe qualquer problema. Só agora que vai começar a operação da Rya é que as "companhias de baixo custo são um grande equívoco"?. Não era o Gaúcho que dizia no Brazil que eram as companhias low cost que tinham que se pôr a pau com a TAP?!!!!

Uns andam a tentar justificar um NAL por causa da Rya, quando para a Rya o seu aeroporto de eleição é no Montijo, e outros como o Mor(mente), a colocar em causa os últimos desenvolvimentos da indústria da aviação. Por acaso não era este senhor que dizia que a TAP não tinha vocação para operar no aeroporto de Faro. Então a TAP que está a ser um sorvedouro de dinheiro dos contribuintes, nomeadamente via Troika e via QREN (primeiro semestre foram mais 111 milhões) não tem vocação para dinamizar um dos principais centros de turismo da Europa?

É claro que são de esperar outras iniciativas como esta barragem de nevoeiro em volta da falta de estratégia aeronáutica indígena. Não seríamos certamente surpreendidos.

So far so good. I love the smell of napalm in the morning.

Última atualização: 9 outubro 2013, 13:50 WET