Apesar dos tiros no pé a bitola europeia acabará por chegar a Portugal
O efeito de rede começa a sentir-se na nova rede de bitola europeia espanhola e na Ibéria!
Iberia tiene 1.000 millones en caja para pagar el ERE
La tesorería de la aerolínea cae a la mitad en cuatro años
Iberia dispone de 1.074 millones en caja para financiar el plan de transformación de la compañía, cuyo principal punto es despedir a un mínimo de 4.500 empleados (que podrían ser hasta 7.000) mediante uno de los mayores expedientes de regulación de empleo (ERE) formulados en España — inEl Diario de la industria turística (13 nov 2012).
Renfe 'reventará' los precios del AVE para competir con el avión
La compañía lanzará una campaña comercial agresiva con productos más asequibles al bolsillo de los españoles
Viajar en AVE será más barato muy pronto. Renfe ha decidido poner toda la carne en el asador en pleno proceso de liberalización del mercado. La compañía pública va a lanzar una nueva campaña comercial con el objetivo de poder luchar de tú a tú con el avión y la carretera — inEl Diario de la industria turística (22 out 2012).
Renfe planea un AVE de Valencia a Málaga tras el éxito de la ruta con Sevilla
No todo marcha mal en la economía valenciana. La única noticia buena de los años de crisis, la llegada del AVE en 2010, comienza a dar resultados. Renfe recuperó antes del verano frecuencias que había suprimido con Madrid y puso en marcha un servicio directo con Sevilla y Córdoba, sin parar en la capital de España. Esta ruta ha sido un éxito gracias a la aceptación que ha tenido en el viajero de ocio, lo que ha llevado a la compañía a estudiar un servicio, también directo, con Málaga. Renfe contempla también la posibilidad de pasar de uno a dos trenes diarios con la capital de Andalucía — inEl Diario de la industria turística (27 set 2012).
A estratégia espanhola (e europeia) é clara: substituir o avião e o automóvel, nas viagens até 800Km, pelo comboio de alta velocidade (até 350Km/h) e velocidade elevada (até 250Km/h). Nas cidades e periferias urbanas a tendência é a mesma: metros ligeiros de superfície (Tram-train), e o regresso aos velhos elétricos e trolleys.
Nestas mesmas linhas andarão pessoas (mais depressa) e mercadorias (a horas diferentes e mais devagar). Os países da União terão que voltar a investir, com grandes apoios de Bruxelas e do Banco Europeu de Investimentos, na linha férrea, desta vez preparando-a para altas velocidades, e em novos sistemas elétricos e de sinalização. Em Portugal, Sérgio Monteiro deitou à rua mais de 1.300 milhões de euros (da UE e do BEI), que estavam reservados para a ligação Poceirão-Caia, que é um segmento vital da linha Lisboa-Madrid (resto de Espanha), atrasando a obra em mais de meia década!
Esta cedência imperdoável ao lóbi do embuste aeroportuário da Ota em Alcochete não servirá, porém, de nada. A alternativa, uma ligação surrealista, em bitola ibéria, entre Évora e Badajoz, não levará um cêntimo de Bruxelas.
Por outro lado, tanto a Alemanha, como Espanha, os dois principais parceiros comerciais de Portugal, e por sinal também os nossos dois maiores credores, já decidiram, e bem, que a rede ferroviária europeia de alta velocidade/velocidade elevada em bitola única (UIC) é uma prioridade estratégica irrenunciável e inadiável. Ou seja, andamos, como sempre, a perder tempo e feitio, e a empurrar para a emigração postos de trabalho indispensáveis à recuperação económica, desde os britadores de pedra aos cientistas mais avançados em sistemas de reconhecimento de voz, tradução simultânea, ou sensores de segurança.
Quanto aos comboios, que a Espanha constrói para todo o mundo e nós deixámos de construir por mais um assomo de estupidez governamental (Durão Barroso expulsou a Bombardier de Portugal), será como sempre foi e é nas estradas: cada um corre com o seu, ou seja, não compete aos governos prestar o serviço de transporte —salvo em casos particulares, de interesse estratégico ou utilidade pública irrecusável—, mas sim às empresas privadas que já existem ou se encontram em fase de constituição.
Haverá empresas especializadas em mercadorias, e dentro destas em sub-categorias relacionadas com o tipo de materiais transportados (perigosos, líquidos, gasosos, etc.), e haverá companhias especializas em transporte de passageiros, correlacionadas com a velocidade —um Foguete é muito mais rápido e caro que um Alfa— e com o uso —turismo ou negócios, etc. A Ferrari já está em pleno nesta corrida. Para bom entendedor...
Espanha é o melhor caso de estudo mundial sobre a transição da estrada, e do ar, para a ferrovia. Trata-se de um regresso ao comboio, com mais valias ambientais, económicas, tecnológicas e culturais (retrofitting) de enorme importância estratégica para as sociedades pós-petrolíferas.
E nós, quando é que acordamos?
Para quem se interessa por estas coisas, que podem determinar o nosso atraso ou a nossa próxima contemporaneidade, vale a pena conhecer em pormenor o estado de construção, em novembro de 2012, da rede espanhola de bitola europeia, nomeadamente aqui.
El 19 de diciembre se cumplen dos años de la puesta en marcha de la línea de alta velocidad entre Madrid y Valencia. El proyecto ha superado las expectativas más optimistas de pasajeros de Renfe y ha destrozado el negocio de las compañías aéreas. El AVE ha robado desde 2010 ceca de 750.000 pasajeros al aeropuerto valenciano de Manises. En otras palabras, el 75% de las personas que hacían la ruta entre la ciudad del Turia y la capital de España ha abandonado el avión para pasarse al tren.
Sopa dos Pobres financiada por Al Capone, em Chicago durante a Grande Depressão (1).
The Chicago Plan: que tal retirar aos bancos o poder de criar dinheiro do nada usando os nossos depósitos e as nossas dívidas como pretexto e colateral? Quem o acaba de propor são dois investigadores do FMI.
A experiência social, de que a Irlanda, Grécia e Portugal têm sido os casos de estudo mais recentes, está a chegar ao fim com resultados claramente desastrosos. É inevitável, nesta fase terminal da longa vaga de expansão inflacionista da economia iniciada no século 20 (D.H. Fischer), que uma sucessão de eventos de instabilidade extrema acabe por terminar num colapso geral. As crises de endividamento exponencial irresolúveis resultantes das bolhas imobiliária, soberana e estudantil, colocaram o sistema financeiro mundial e os governos à beira de um conflito fatal com os povos de onde nasceram e de que se alimentam. À medida que as classes profissionais mais avançadas vão percebendo o que realmente está em jogo, cresce de modo exponencial a sua resistência à avareza, luxúria e arrogância dos banqueiros e seus economistas de trela, e a sua revolta contra a estupidez crónica das democracias populistas degeneradas e os seus cada vez mais corruptos, execráveis ou simplesmente caricatos políticos. Por aqui, a esta corja, já só lhes resta um embate fatal com a multidão!
A sangria fiscal sobre o trabalho e as poupanças atingiu o limite. A degradação dos rendimentos do trabalho ainda não. É por aqui que os piratas julgam poder continuar os seus desesperados movimentos brownianos. Mas desenganem-se! Até no interior do FMI, para além dos sucessivos avisos de Christine Lagarde (de que desconfio por serem sistematicamente dirigidos à Europa, esquecendo os EUA, o Reino Unido, ou a própria China), dois dos seus investigadores, Jaromir Benes e Michael Kumhof, escreveram e publicaram recentemente um texto —“The Chicago Plan Revisited”— que está a queimar como um rastilho o futuro da arrogância cabotina de banqueiros como o indígena que por cá temos, de nome Fernando Ulrich, do já meio catalão BPI.
Este estudo é bem o reflexo da amplitude explosiva da crise financeira que deflagrou nos Estados Unidos em 2007 e cujos episódios não cessam de se multiplicar e de aproximar o fim da sistémica instabilidade do capitalismo cujo início remonta, segundo David Hackett Fischer, ao Jubileu da Rainha Vitória, em 1896. Todo o século 20 e ainda os primeiros dez, quinze ou vinte anos deste século, correspondem a um dos longos ciclos de crescimento inflacionista detetado no provocador e de leitura obrigatória livro de Fischer, The Great Wave (1996).
Eleger a Grécia, ou Portugal, como bodes expiatórios de algo que culmina o colapso de um ciclo longo de crescimento mundial é, desde logo, uma armadilha que devemos evitar, sem prejuízo da consciência que teremos que desenvolver sobre a necessidade absoluta de corrigir os excessos de endividamento sistémico e de corrupção que levaram as democracias ocidentais à beira da implosão.
Antes de passarmos ao estudo do FMI, uma referência breve a dois países do norte europeu que são duas verdadeiras bombas-relógio: o Reino Unido e a Holanda.
THE DUTCH TRAGEDY: The country’s current worrying situation, disturbingly resembles that of Ireland and Spain, as it addresses an extremely large private dept, a tremendous real estate bubble, and huge bank mortgage loan defaults – problems for which nothing has been done.
[...] The total mortgage debt of the Dutch is around 640 billion euro’s (when Greece’s public debt is around 290 billion euro’s) – against which the private deposits of the Dutch are just 332 billion euro’s.
This means that the Dutch banks must finance the difference (308 billion euro’s) from abroad – resulting in enormous dependence on the international financial markets. With the country’s GDP at around 650 billion euro’s, the total (mortgage) debt of households is scary; nearly 100% of GDP — Vassilis Viliardos, Cass, 26 out 2012.
Se na Holanda o colapso, nomeadamente de vários bancos, poderá ocorrer a qualquer momento, em resultado da explosiva bolha imobiliária que ali cresceu e é mais grave ainda do que a bolha espanhola, no caso britânico, os territórios autónomos da finança sediados na City de Londres e nos paraísos fiscais alojados nomeadamente em ilhas que são propriedade pessoal da rainha de Inglaterra, as chamadas Crown dependencies (Jersey, Guernsey e Isle of Man), estão no centro de um furacão de corrupção financeira sem precedentes na Europa dos últimos dois séculos. A Dona Branca montada em volta da taxa Libor, a chamada re-hipoteca não autorizada dos colaterais dados por clientes em operações de investimento (shadow rehypothecation), a falência iminente do seu fundo público de pensões e, finalmente, o extraordinário endividamento do Reino Unido, 492% do PIB em novembro de 2011 (BBC/Robert Peston) colocam, afinal, o centro da Europa (as revelações alemãs seguem dentro de momentos...), no centro do colapso financeiro de todo o continente. Os PIIGS, coitados, andavam aos restos do festim quando o mesmo já tinha chegado à sobremesa.
O Plano de Chicago: substituir os bancos privados pelos bancos públicos na criação de dinheiro sem que este se transforme automaticamente, nem em dívida privada usurária, nem em deboche público ao serviço de bacanais de corrupção político-partidária
O ponto de partida do estudo do FMI, para o qual Ambrose Evans-Pritchard chamou a nossa atenção no Telegraph online, é simples: ao contrário do que pensa o Totó inSeguro, e ao contrário do que a desmiolada esquerda que temos exige, não há crescimento no horizonte mais próximo. O que se percebe nos sinais evidentes da economia é a aproximação de uma enorme frente de decrescimento sistémico e de deflação. Logo, ou se descobre uma solução financeira para mitigar os impactos catastróficos do desendividamento e do desenmerdamento das economias públicas e privadas, ou a destruição dos excessos de produção industrial, de emprego economicamente inútil e da procura agregada desembocará em inevitáveis revoluções sociais e desagregações políticas em cadeia.
IMF’s epic plan to conjure away debt and dethrone bankers
By Ambrose Evans-Pritchard 2:31PM BST 21 Oct 2012
So there is a magic wand after all. A revolutionary paper by the International Monetary Fund claims that one could eliminate the net public debt of the US at a stroke, and by implication do the same for Britain, Germany, Italy, or Japan.
One could slash private debt by 100pc of GDP, boost growth, stabilize prices, and dethrone bankers all at the same time. It could be done cleanly and painlessly, by legislative command, far more quickly than anybody imagined.
The conjuring trick is to replace our system of private bank-created money -- roughly 97pc of the money supply -- with state-created money. We return to the historical norm, before Charles II placed control of the money supply in private hands with the English Free Coinage Act of 1666.
Specifically, it means an assault on “fractional reserve banking”. If lenders are forced to put up 100pc reserve backing for deposits, they lose the exorbitant privilege of creating money out of thin air.
Mas vale mesmo a pena ler o original desenvolvido por Jaromir Benes e Michael Kumhof (2), de que aqui deixo citações esclarecedoras do respetivo abstract e conclusões:
Abstract
At the height of the Great Depression a number of leading U.S. economists advanced a proposal for monetary reform that became known as the Chicago Plan. It envisaged the separation of the monetary and credit functions of the banking system, by requiring 100% reserve backing for deposits. Irving Fisher (1936) claimed the following advantages for this plan: (1) Much better control of a major source of business cycle fluctuations, sudden increases and contractions of bank credit and of the supply of bank-created money. (2) Complete elimination of bank runs. (3) Dramatic reduction of the (net) public debt. (4) Dramatic reduction of private debt, as money creation no longer requires simultaneous debt creation. We study these claims by embedding a comprehensive and carefully calibrated model of the banking system in a DSGE model of the U.S. economy. We find support for all four of Fisher’s claims. Furthermore, output gains approach 10 percent, and steady state inflation can drop to zero without posing problems for the conduct of monetary policy.
[...]
VIII. Conclusion
This paper revisits the Chicago Plan, a proposal for fundamental monetary reform that was put forward by many leading U.S. economists at the height of the Great Depression. Fisher (1936), in his brilliant summary of the Chicago Plan, claimed that it had four major advantages, ranging from greater macroeconomic stability to much lower debt levels throughout the economy. In this paper we are able to rigorously evaluate his claims, by applying the recommendations of the Chicago Plan to a state-of-the-art monetary DSGE model that contains a fully microfounded and carefully calibrated model of the current U.S. financial system. The critical feature of this model is that the economy’s money supply is created by banks, through debt, rather than being created debt-free by the government.
Our analytical and simulation results fully validate Fisher’s (1936) claims. The Chicago Plan could significantly reduce business cycle volatility caused by rapid changes in banks’ attitudes towards credit risk, it would eliminate bank runs, and it would lead to an instantaneous and large reduction in the levels of both government and private debt. It would accomplish the latter by making government-issued money, which represents equity in the commonwealth rather than debt, the central liquid asset of the economy, while banks concentrate on their strength, the extension of credit to investment projects that require monitoring and risk management expertise. We find that the advantages of the Chicago Plan go even beyond those claimed by Fisher. One additional advantage is large steady state output gains due to the removal or reduction of multiple distortions, including interest rate risk spreads, distortionary taxes, and costly monitoring of macroeconomically unnecessary credit risks. Another advantage is the ability to drive steady state inflation to zero in an environment where liquidity traps do not exist, and where monetarism becomes feasible and desirable because the government does in fact control broad monetary aggregates. This ability to generate and live with zero steady state inflation is an important result, because it answers the somewhat confused claim of opponents of an exclusive government monopoly on money issuance, namely that such a monetary system would be highly inflationary. There is nothing in our theoretical framework to support this claim. And as discussed in Section II, there is very little in the monetary history of ancient societies and Western nations to support it either.
in IMF
Working Paper
Research Department
The Chicago Plan Revisited
Prepared by Jaromir Benes and Michael Kumhof
Authorized for distribution by Douglas Laxton
August 2012
Sobre a foto que acompanha este post: “A line of people waiting outside a soup kitchen during the Great Depression. “Soup kitchens” provided the only meals some unemployed Americans had. This particular soup kitchen was sponsored by the Chicago gangster Al Capone.” LearnNC.
Israel Aerospace Industries (IAI): futura co-proprietária da TAP?
TAP acaba vítima do ataque desmiolado ao "TGV" orquestrado pelo Bloco Central da Corrupção, com o apoio mediático da insolvente imprensa que temos, e o oportunismo complacente de toda a dita Esquerda portuguesa
Iberia anuncia el recorte de 4.500 empleos, casi una cuarta parte de toda la plantilla
Así lo ha comunicado IAG a la Comisión Nacional del Mercado de Valores
Fija el 31 de enero de 2013 para llegar a un acuerdo con los sindicatos
Si no hay pacto, asegura que tendrá que tomar decisiones más radicales
El Sepla avisa: "No vamos a admitir este desmantelamiento de Iberia"
Disminuye la flota en 25 aviones y reduce la capacidad en un 15% en 2013
E agora Relvas? E agora Ricciardi? E agora Ricardo? E agora senhor PM de plástico? E agora gaúcho? Ainda querem construir o NAL da Ota em Alcochete?
Vão continuar a boicotar o maldito "TGV"? Ou já perceberam que o "TGV" veio para ficar, que os despedimentos em massa na Ibéria têm muito que ver com a entrada em funcionamento do transporte ferroviário de alta velocidade no país vizinho, e que esta é a aposta clara e reiterada da União Europeia em matéria de adaptação da mobilidade europeia ao pico do petróleo e à necessidade de diminuir as emissões de CO2 equivalente?
Porque não fizeram o óbvio: reestruturar a TAP (spin off) antes de a vender?
A Blogosfera cansou-se de avisar e de propor a segmentação da companhia: um segmento Low Cost (TAP Europa) e um segmento dedicado aos voos intercontinentais (com três segmentos: TAP America, TAP Africa, TAP Asia).
Que fizeram? Nada, a não ser intoxicar a opinião pública sobre os lucros e a excelência da insolvente TAP, escondendo a sua dívida acumulada de TRÊS MIL MILHÕES DE EUROS e as responsabilidades assumidas, por valor de outros tantos, ou quase, TRÊS MIL MILHÕES DE EUROS, na encomenda firma de doze Airbus A350-900 — a pensar na patranha da cidade aeroportuária do iluminado Mateus (o génio do aeromoscas de Beja).
Escondendo que a Europa optou pelo transporte ferroviária rápido nas distâncias até 750 quilómetros.
Esquecendo que a Espanha está a migrar rapidamente a sua bitola ferroviária antiga (a dita bitola ibérica — que nós à época tivemos, obviamente, que adotar) para a bitola euroeia (UIC), além de dispor da segunda maior rede de alta velocidade/velocidade elevada do planeta, e uma importante indústria associada.
Esquecendo que o famoso hub aeroportuário de Lisboa é uma mistificação, pois apenas 9% do tráfego aéreo de Lisboa tem origem ou destina-se a países não europeus — ou seja, 91% do negócio de transporte aéreo da TAP está condenado a migrar para a oferta Low Cost, ou morre!
O colapso da Ibéria (a que de nada valeu o hub de Barajas), de um lado, e o crescimento da Germanwings (Low Cost da Lufthansa), do outro, são só dois exemplos recentes e gritantes do que há muito a Blogosfera portuguesa vem avisando. O Bloco Central da Corrupção, em nome do embuste da Ota em Alcochete, e das suas negociatas criminosas, prepara-se pois para um dois-em-um: destruir a TAP e transformar Portugal numas Berlengas ferroviárias da Europa!
Portugal y España inician su estación de AVE común (ver vídeo)
A Espanha está a mudar toda a sua rede ferroviária para uma bitola e sistemas de alimentação e de sinalização compatíveis com o resto da Europa. Por cada ano que Portugal se atrasar na migração da sua rede para a chamada bitola europeia (UIC) são centenas de milhões de euros anuais que damos a ganhar a Espanha.
Este governo, uma vez mais capturado pelo Bloco Central da Corrupção, com a desculpa esfarrapada da falta de dinheiro, deitou ao lixo este ano centenas de milhões de euros disponibilizados a fundo perdido pela Comunidade Europeia (e milhares de postos de trabalho), adiando sine die a linha Poceirão-Caia, acordada em sucessivas reuniões de estado entre os dois países ibéricos. O preço deste crime será cobrado em impostos a todos nós, mas não aos piratas responsáveis pelo mesmo.
Ao lado da nova estação do AVE em Badajoz vai ser construída uma grande plataforma logística e um porto seco, para onde os TIR portugueses passarão a despejar as mercadorias, pois os comboios da Tugolândia vão ficar isolados da nova rede espanhola em migração acelerada para a bitola europeia (UIC). Curiosamente, os vendedores de votos do PS, PCP e Bloco, sobre este gravíssimo assunto da economia portuguesa, nada dizem. Continuam a crer que o crescimento do país não nasce do trabalho, mas da esmola europeia —que exigem com a fanfarronice dos desgraçados e imbecis!
TAP, vítima da guerra contra o TGV
"Ao longo de sua carreira, Efromovich provou que tem uma habilidade incomum para caçar empresas em dificuldades. Um dos artifícios que usa é renegociar as dívidas sem tirar um tostão do bolso." Exame.
A privatização da insolvente TAP desembocou numa venda de dívidas.
Apesar de toda a propaganda, esta é a lamentável verdade sobre um companhia destruída pela corrupção, pela irresponsabilidade e pela incompetência. Ninguém está interessado na privatização de um buraco financeiro e de uma empresa sem estratégia credível — escancarada na opção de encomendar doze aviões de longo curso no preciso momento em que a Europa entrava num evidente processo de ajustamento, reestruturação e concentração das suas companhias de aviação comercial.
Que pode querer a Avianca dos irmãos Efromovich? Só de for parte das rotas e dos slots da TAP na Europa, para a Avianca! Depois devolve o que sobrar da TAP a Portugal!!! Ou então há coisa mais soturna nas vielas desta privatização.
Dar outra empresa estratégica do país a um governo estrangeiro extra-comunitário (Brasil, ou Israel?) disfarçando a venda através de um intermediário brasileiro-colombiano filho de um polaco judeu associado à maior empresa aeronáutica e aeroespacial (militar) do estado Sionista de Israel cheira mal antes mesmo de começar...
POST SCRIPTUM
Como alguém me escreveu a perguntar, respondo:
"Boa tarde Cerveira Pinto: desculpe a
minha ignorância mas pode explicar-me qual é a razão pela qual não
fazer a rede de bitola europeia favorece a construção do NAL ? Os
Fundos aplicáveis ao Poceirão-Caia ou à linha de bitola ibérica
agora anunciada poderiam ser transferidos para a construção do NAL
? Se sim porque que é que os Fundos do Poceirão-Caia que se
perderam não foram aplicados no projecto e construção do NAL?"
1) o primeiro objetivo da campanha anti-TGV, e portanto os obstáculos
sucessivamente postos à concretização da linha de bitola europeia
Poceirão-Caia, foi impedir que houvesse comboio AV entre Madrid e
Lisboa, pois esta hipótese rebentaria de imediato com a ponte aérea
Lisboa-Madrid, desviando 2/3 dos passageiros que voam entre as duas
capitais para a ferrovia — o que tornaria a viabilidade da TAP, ainda por
cima pagando tarifas mais elevada no NAL do que as que paga na Portela,
muito duvidosa;
2) por outro lado, construindo a linha UIC entre o Poceirão e o
Caia, não só muitos milhares de passageiros migrariam para o comboio,
nas ligações Lisboa-Madrid (-Valladolid, Toledo, etc.), como as Low Cost
entalariam a ANA com a ameaça de usar o aeroporto de Badajoz (que já
tem uma pista com 2860x60m) se a Portela fosse fechada para dar lugar ao
NAL da Ota em Alcochete;
3) O BES é um dos bancos implicados na compra de 12 Airbus A350-900,
uma aeronave pensada para viagens de longo curso, no pressuposto de que o
NAL faria de Lisboa um Hub transantlântico (apesar de idiota, foi a
ideia que venderam aos especuladores e banqueiros.)
Assim sendo, fazer a propaganda mentirosa sobre a saturação da
Portela e travar o TGV, seja por que meios forem, até construir o NAL, é
mesmo a única forma de manter alguma credibilidade à hipóotese de fechar
a Portela e abrir Alcochete. Por este mesmo motivo o Metro de Lisboa
atrasou o mais que conseguiu (até que a Blogosfera começou a fazer
barulho) a abertura da estação do Aeroporto.
Construir nesta altura do campeonato um linha de bitola ibérica,
ainda que com travessas de dupla fixação, além de um frete aos piratas
do BES e da Mota-Engil, é um erro de palmatória cujas responsabilidades deverão
ser apuradas até ao fim.
ÚLTIMA HORA
Governo: venda da TAP dá pouco lucro, privatização pode cair. Sérgio Monteiro desfaz as dúvidas: privatização da TAP dá lucro mas vai ser curto. E deixa um aviso a Efromovich: se a proposta não for boa o negócio é anulado. TSF, 10 nov 2012, 00:00.
Na realidade, este governo preparava-se para pagar (sim, pagar!) a uma empresa privada o favor de reestruturar a TAP, com os inevitáveis despedimentos coletivos associados, e depois, talvez, recomprar a mesma TAP pelo preço de venda, ou seja, zero!
Qual seria o negócio colombiano-israelita, então? Só vejo dois possíveis: os israelitas ficariam com as oficinas de manutenção TAP-Engineering&Maintenance (nomeadamente para as suas atividades industriais-militares na América Latina), e transferir umas dezenas de rotas e algumas centenas de slots que a TAP tem na Europa para a Avianca.
Não seria mais curial, pergunto, o governo português fechar a TAP, renegociar um plano de pagamentos das dívidas com os credores, e abrir uma companhia ao lado, reestruturada de uma ponta à outra e mais leve — copiando a solução que a Suíça deu a um problema semelhante? A proposta da Blogosfera é a de sempre: uma TAP Europa (low cost), e uma TAP transcontinental, com rotas para a América, África e Ásia.
Oferecer a TAP ao colombiano e a Israel, para estes a desossarem, entregando depois os ossos a Portugal, parece-me um crime de estado!
PS: Na entrevista dada à TSF, que ouvi na íntegra na rádio, Sérgio Monteiro apresenta uma justificação aldrabada sobre a desistência da ligação ferroviária Poceirão-Caia em bitola europeia, afirmando que o país poupou quase dois mil milhões de euros (isto é uma redonda mentira), e que, em contrapartida, se fará uma linha de bitola ibérica (de "altas prestações", disse) por apenas 250 milhões de euros (outra mentira).
Na realidade, a ligação Poceirão-Caia custaria à partida, aos contribuintes portugueses, 162 milhões de euros, num orçamento de 1350 milhões (largamente coberto por comparticipações comunitárias e do Banco Europeu de Investimentos). Como os impostos associados à obra renderiam ao Estado entre 300 e 400 milhões de euros, o custo para a generalidade dos contribuintes seria, em suma, negativo (i online).
Por outro lado, o impacto da criação direta de emprego neste projeto é outra perda não contabilizada pelo yuppie do gabinete de Álvaro Santos Pereira. Idem para as indemnizações devidas ao consórcio Elos (Brisa/Grupo Mello e Soares da Costa). Idem para os empregos indiretos que o desenvolvimento de um novo modelo avançado de transporte ferroviário induzira na indústria e serviços do nosso país. Idem para a enorme vantagem competitiva que os portos de Sines e Setúbal (e até Lisboa, no prazo de uma década), a Autoeuropa e outros exportadores nacionais perdem para Badajoz (porto seco) e para Algeciras (porto marítimo) ao verem cerceada a possibilidade de carregarem vagões em Portugal, com automóveis e acessórios da Autoeuropa, cortiça, azeite, vinho, ou com outras mercadorias chegadas de Angola, Brasil, Venezuela e do Pacífico, via Canal do Panamá alargado, despachando-os diretamente para os principais entrepostos espanhóis e além Pirenéus. Idem para o aumento dos movimentos turísticos, profissionais e de negócios entre duas capitais que são duas cidades-região e que albergam mais de doze milhões de habitantes!
Só por estes dois clamorosos fracassos —TAP e ligação ferroviária entre Lisboa e Madrid— o senhor secretário de estado Sérgio Monteiro merece uma carta de despedimento!
* Só mais uma coisinha: o nosso yuppie que é secretário de estado do ASP, foi a correr à TSF, onde durante largos minutos relatou o muito que tem feito neste governo. Fê-lo por um motivo simples: antecipar-se ao fracasso anunciado da privatização da TAP!
Sempre quero ver, dentro de alguns meses, com 1/3 dos pilotos da Ibéria na rua, e o leasing dos A350-900 a cair (como vai ser Ricciardi?), mais as greves que de um e do outro lado da raia vão chover a cântaros, como é que a malta viajará até Espanha, se nem TGV tem :( Vamos regressar à saudosa época dos autocarros que fazem a ligação entre as duas capitais ibérica à estonteante velocidade de 80Km/hora, ou seja, em 8 horas! Ou no Wagonlit, lendo a Guerra e Paz, de Leon Tolstoi ;)
A dita Esquerda só tem um passo seguro a dar: exigir uma distribuição mais justa da austeridade, como aliás a Troika propõe, e insiste que seja levada a cabo!
Seguro prepara socialistas para a queda prematura do Governo
Comissão Política pressionou líder para que o PS apresente propostas concretas.
A reunião da Comissão Política do PS da última segunda-feira serviu para António José Seguro deixar duas mensagens: é preciso preparar o partido para a hipótese cada vez mais alargada de a legislatura não chegar ao fim e assumir perante os portugueses que muitas das coisas que lhes têm sido retiradas não poderão ser restituídas mesmo que os socialistas assumam o poder.
Segundo várias fontes presentes na reunião, o secretário-geral do PS reconheceu que a situação do país tem mudado muito nos últimos meses e que, se quando foi eleito pensou que estaria na oposição até 2015, o "alarmismo social" e a fase crítica que o país vive sugere que essa ideia seja "revista". No entanto, Seguro também terá dito que não sabe se o PS já está preparado para fazer esta análise.
Numa reunião muito participada, com muitas intervenções das várias alas do partido, terá ainda sido unânime a pressão para que o PS assuma propostas concretas na praça pública e tome a dianteira do debate inevitável que tem que ser feito de renegociação da dívida e do próprio memorando de entendimento com a ‘troika'.
A partir do momento em que António José Seguro aceitou retomar o diálogo institucional com o Governo, os socialistas consideram que é preciso ser agora consequente e participar activamente nas próximas avaliações da ‘troika' com propostas concretas. Da ala mais à direita, coube a Ricardo Gonçalves pressionar a direcção nacional para sugerir reformas profundas, tal como tem sido assumido por vozes como Manuela Ferreira Leite ou Miguel Cadilhe. Do lado oposto, Pedro Nuno Santos considerou que o PS tem que liderar o debate de renegociação do memorando e dizer o que propõe que se altere. Resumindo: as duas alas pediram uma "clarificação", como assumiu fonte presente na reunião ao Diário Económico. [...]
Apesar de questionado sobre o conteúdo da carta que o primeiro-ministro lhe enviou, Seguro manteve firme a decisão de não revelar o seu teor. Quanto às pressões de que foi alvo, lembrou que este não é o momento de olhar para o PS, mas para o país, e que é preciso manter um relacionamento institucional sério com o Governo.
Fonte socialista adiantou, ainda, que grande parte da intervenção do líder foi dedicada à situação do país, com exemplos de situações dramáticas de famílias e de empresas nacionais - casos de todo o país que disse chegarem ao seu conhecimento diariamente.
Quem andou a comprar dívida portuguesa não foi a Alemanha, foi a banca portuguesa e a Caixa (que se sobre endividaram junto do BCE, e a quem deixaram umas cautelas de risco elevado), assim como —pasme-se— o principal fundo de pensões do estado... português!
Desafio, pois, o PS do inseguro Seguro, o PCP do megafone Jerónimo, e o Bloco do reciclado Mao, a desfazerem este nó! Quem pagará a reestruturação que defendem para a gigantesca dívida pública portuguesa? Se a dita dívida está em boa parte sentada ao colo dos bancos indígenas à beira da falência, do banco público, igualmente insolvente, e do fundo de pensões do tal estado social, cuja liquidez dá para oito meses, a quem servirão as vossas desmioladas alternativas ao memorando da Troika assinado pelos três partidos do arco da desgovernação?
Se quiserem não pagar, ou pagar menos, já sabem quem ficará com o calote ao colo, não é? E então?
A Autoeuropa, a SAP e a Simens são algumas das empresas que funcionam bem em Portugal há décadas, ao contrário de tudo o que vem dos piratas do PS, dos piratas do PSD, dos piratas do BES, da Mota-Engil, do Grupo Mello e do resto da corja de imbecis e de ladrões que levaram o país à bancarrota e insistem em roubar o que resta.
Usar a Alemanha, a tia Merkel, e a Troika, como bodes expiatórios da pirataria local é mais uma prova de demência de uma parte dos indígenas da Tugolândia, que assim bem merece a má sorte que lhes caiu em cima.
Há uns séculos atrás a mesma corja de então expulsou sucessiva e alegremente os judeus, culpando-os da bancarrota do país. Expulsou os Jesuítas da Lusitânia do oeste e do Brasil. E, algumas décadas depois, extinguiu as ordens religiosas, para depois vender a pataco conventos e igrejas, cujas pedras foram usadas para fazer muros, casotas e tanques de água, deixando à vista até hoje cicatrizes escandalosas na paisagem de ruínas de pedra que abunda pelo país. Em todos estes casos citados o objetivo foi o mesmo: obter liquidez para tapar as finanças públicas arruinadas. Os criminosos de então são os mesmos de hoje: a corja dos rendeiros e dos burros com poder a soldo dos primeiros.
Ou seja, expulsámos, sucessivamente, gente que sabia fazer dinheiro, mas sobretudo gente culta e que sabia pensar. Ficaram, já então, a maltratar este pobre país, os burros do poder, os cretinos assessores, os rendeiros de sempre e os putos e putas da corte. A comandar ficaram e estão, lançando milho à populaça estupidamente agradecida — como galinhas.
Uma vez mais, a mesma corja de burros dominantes, incultos e criminosos, lança o povo contra os credores, no preciso momento em que estes enviam o dinheiro que paga mensalmente os vencimentos da função pública, dos governantes, e os lucros usurários dos banqueiros e dos rendeiros protegidos desta cloaca da Europa.
Há porém uma diferença: desta vez, não conseguirão expropriar os credores externos. Apenas podem roubar a Previdência Social e rebentar de vez com o estado social — o que têm estado a fazer nas costas dos eleitores.
E assim, não pagar é assunto muito sério também, cujo preço só poderá ser o fim deste imprestável regime, desta democracia populista, desta partidocracia sem concerto nem conserto, de mais uma cleptocracia disfarçada.
Espero bem que, desta vez, esta bancarrota arruíne boa parte da corja que matou, uma vez mais, Portugal. Os portugueses pobres e remediados estão a ser arruinados diariamente, pelo que nada têm que temer da ruína dos ricos que assaltam o país cantando e rindo.
Um ano para o embate... No deck o baile de máscaras prossegue
Este governo segue a política de transportes corrupta e suicida de José Sócrates!
Ao travar a ligação ferroviária em bitola europeia Lisboa-Madrid, em nome do embuste da Ota em Alcochete e dos piratas dos grupos BES e Espírito Santo (e da Mota-Engil e companhia), o que nós vamos conseguir é isolar Portugal e os portos portugueses da Espanha e, portanto, do resto da Europa!
Face à imbecilidade e corrupção reiteradas dos políticos, banqueiros e industriais rendeiros, no que toca às ligações ferroviárias da rede espanhola/europeia de bitola UIC a Portugal (que a propaganda mediática transformou no papão chamado "TGV"), a Espanha já desenhou e em breve porá em obra três portos secos para mitigar a interrupção das ligações a Portugal e aos portos atlânticos portugueses: um na Galiza, outro em Salamanca e outro ainda em Badajoz. Uma vez concluídas estas interfaces logísticas multimodais, as mercadorias passarão a viajar em TIR das empresas e dos portos atlânticos portugueses até estes portos secos da raia, de onde depois seguirão por via férrea UIC até os destinos espanhóis e do resto da Europa.
A ofensiva do porto de Barcelona no Brasil é uma prova clara de que já perceberam o bloqueio dos mentecaptos lusitanos do oeste, e que portanto os portos espanhóis em geral, e os de Algeciras e Barcelona, em particular, só poderão oferecer vantagens comparativas face às novas Berlengas da Tugolândia. As greves dos estivadores, patrocinadas pelos estalinistas do PCP, são, aliás, uma grande contribuição para o enterro da nossa frente portuária :(
Responsáveis? As elites rendeiras e politocratas criminosas deste pobre país que em breve estará, não como a Grécia, mas pior do que a Grécia.
Ou afundamos este regime, e depressa, ou este regime afundará, por mais de um século, Portugal!
Nada que um porto seco em Badajoz, anexo à zona industrial de Badajoz, com utilização da 2ª saída da Autopista da Extremadura N-V não resolva. Para mais toda a linha do Leste (ao contrário do (Far)Oeste) já possui plataforma ferroviária bem consolidada ao longo de dezenas de anos para levar via dupla entre Abrantes - Torre das Vargens - Elvas - Badajoz". Em Badajoz as próprias linhas já possuem travessas de dupla fixação.
Apenas será necessário aumentar o numero de pórticos em Badajoz para a transferência dos contentores das galeras dos camiões para os comboios que circulam em bitola UIC a partir de Badajoz. Sim que não faz sentido fazer o transporte por via ferroviária em bitola ibéria em apenas 200 km. Para quê carregar um comboio de mercadorias de Sines para Badajoz, quando os ganhos em 200 km são todos da estrada. Apenas fará sentido o transporte por exemplo de contentores de Sines ou Setúbal para o interior da Peninsula Ibérica.
Depois, ainda importa considerar que a bitola ibérica do lado espanhol será irremediavelmente descontinuada. Não acredito que Espanha queira suportar 2 custos de infra-estrtuturas ferroviárias. Atente-se por exemplo no número de comboios de passageiros que chegam e partem de Badajoz com rumo a Madrid. Praticamente todos esses serviços serão transferidos para a nova linha UIC. Apenas subsistirá algum serviço de características regionais que passa numa linha alternativa ao eixo Badajoz-Merida-Placência-Madrid, que é uma linha que passa pela localidade de "Cabeza de Boi". Na melhor das hipóteses Espanha irá propor que Portugal assegure a manutenção das linhas de bitola ibérica que utiliza para os comboios vindos de Portugal, pois os comboios espanhóis, deixarão em breve de as utilizar!
Quem tiver mais paciência para estatísticas e tratamento de dados, é ver a transferência de tráfegos de passageiros que irá ocorrer da estrada e bitola Ibéria para a rede de AV do Eixo Badajoz-Madrid. Para os mais distraídos basta referir que a própria Ibéria deixou de operar voos que se sobreponham às OD (Origens / Destinos) já servidos pela AV.
Toda esta história da bitola faz-me recordar o processo que foi a construção da linha do Douro, em que um dos principais bancos portuenses à época - o BCP (Banco Comercial Portuense) entrou na loucura da construção da linha do lado espanhol, mesmo para além fronteira. O resultado foi a sua falência.
É claro que a não adesão há rede UIC (vulgo, bitola europeia) vai ter as suas consequências e os seus custos. Ao contrário do que nos podem fazer crer, e à populaça, e aos desmiolados políticos da Lusitânia oeste, a competitividade (e a logística) das exportações nacionais (ou produtos desembarcados em portos portugueses) está seriamente comprometida pela falta de alternativas à estrada e à rede de bitola ibérica. Alguém acha que daqui a 20 anos os espanhóis vão querer suportar os custos astronómicos da manutenção de uma rede de bitola ibérica apenas para fazer passar comboios da Takargo?
IMPRENSA
Entre os dias 4 e 8 de novembro o Port de Barcelona, com a colaboração da Câmara de Comércio, Indústria e Navegação de Barcelona e da SEP, Secretaria de Portos de Brasil, realiza uma missão comercial ao Brasil que conta com a participação de mais de 40 empresários, tanto do setor logístico (transitários, consignatários, armadores, operadores logísticos e terminais) bem como de importação e de exportação.
O objetivo da missão é impulsionar o comércio exterior entre a Catalunha e o Brasil, promover novas oportunidades de negócios entre os dois países e aprofundar na relação entre o Port de Barcelona e os portos brasileiros.
[...]
No marco da missão comercial, a delegação de Catalunha visitará o porto de Santos, o principal porto do Brasil e da América Latina, onde o Port de Barcelona vai assinar um acordo de colaboração para reforçar as relações comerciais entre ambas as instalações e desenvolver projetos futuros.
William-Adolphe Bouguereau, Les Remords d’Oreste (1862)
Tirem-me estes partidos da frente!
António Seguro reafirmou a indisponibilidade do partido de cortar quatro mil milhões de euros na despesa do Estado. "O Governo pretende iludir os portugueses" e "criou problema ao País e aos portugueses", destaca Seguro. Este corte "não estava" na versão inicial do memorando de entendimento, assinalou, e vai resultar em "mais do mesmo da política de austeridade" — inNegócios online, 8 nov 2012, 21:18
O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) tinha 50,7% dos seus activos aplicados em dívida do Estado português — in relatório do Tribunal de Contas sobre a Segurança Social em 2011/ Correio da Manhã, 6 nov 2012.
Mesmo sem juros, a dívida pública portuguesa é um fardo insustentável
Este António José Seguro quer que o país cresça. Mas como, se não cresceu desde 2005, e o PS levou desde então o país à ruína, aumentando uma dívida que nem em vinte anos conseguiremos diminuir até aos famosos 60% do PIB?
A dívida portuguesa, que a "política de crescimento" do PS alegremente semeou —pelo estado hipertrofiado e ineficiente, pela interminável burocracia partidária, pelas empresas e pelas pessoas incautas— deu nisto: 715,229 mil milhões de euros de endividamento (1), ou seja, 418,4% do PIB.
Só a dívida consolidada do setor público somava, em dezembro de 2011, 235,964 mil milhões de euros (138,0 por cento do PIB).
Para amortizar esta dívida a metade, ou seja para 118 MM€ (69% do PIB), em dez anos, mesmo sem juros, precisaríamos de retirar anualmente das receitas do estado 11.800 milhões de euros.
O PS, o PCP e o Bloco querem menos juros. E querem mesmo não pagar! (2)
No entanto, mesmo não pagando juros, e adiando o prazo de ajustamento do endividamento público para 2022, ainda assim teríamos que desencantar 11,8 mil milhões de euros anualmente, durante toda uma década. Crescer? Como, se ainda por cima veremos os fundos de pensões evaporarem-se ao longo desta mesma década?
Se os partidos da esquerda, keynesiana, leninista e trotskysta, berram porque não podemos pagar sete mil milhões de euros anuais por conta dos juros, quando pensam que poderemos pagar a dívida?
É bem possível que uma solução mais radical tenha que ser encontrada, sobretudo a partir do momento em que a Espanha, a Itália e a França entrarem nesta dança macabra do endividamento exponencial. Mas não tenhamos ilusões: a Alemanha do pós-guerra era uma potência industrial de primeiro plano, numa era que iria sair da inflação, das recessões e das depressões que antecederam a guerra, através de um explosivo crescimento demográfico mundial, pelo uso de uma nova energia em fase de expansão (o petróleo), pelo desenvolvimento das agro-indústria químicas de larga escala, e pela manutenção de uma divisão internacional do trabalho feroz e muito favorável ainda à Europa e aos Estados Unidos.
Hoje, nada disto existe, nem existirá nas décadas mais próximas. O que temos, pelo contrário, é uma crise alimentar, energética, demográfica e de endividamento à escala global, que o crescimento acelerado dos chamados países emergentes não fará mais do que apressar e agravar.
O que nos espera são décadas (duas, três, não sabemos) de uma contração sem precedentes da riqueza mundial, reforçada ainda nos EUA e na Europa pela transferência inevitável de riqueza (sob a forma de pagamentos de dívidas acumuladas) aos países credores da Ásia, América do Sul e África. O empobrecimento de segmentos inteiros da classe média profissional e empresarial está em marcha. O alargamento do fosso entre os muito ricos e os 99% que engrossam diariamente as fileiras do novo precariado é visível, e apesar de escandaloso, nem Obama, nem Hollande, quanto mais o nosso Tó Zé, parecem capazes de levantar um dedo contra!
Quanto mais depressa ajustarmos a despesa pública portuguesa ao que somos capazes de produzir e de pedir emprestado aos mercados (que será cada vez menos...), maior probabilidade teremos de evitar que a crise sistémica para que fomos atraídos, mais depressa do que outros países, se transforme numa tragédia. O que puder ser cortado, distribuindo efetivamente os sacrifícios, entre aumento de impostos e diminuição da despesa pública, devemos fazê-lo tão rapidamente quanto possível.
Mas para que este dramático esforço ocorra será preciso que, em primeiro lugar, o PS assuma as suas responsabilidades e tome a iniciativa de criticar José Sócrates e a corja de piratas que este liderou, pedindo desculpa aos portugueses — em vez de andar a jogar ao gato e ao rato com o primeiro ministro de plástico que em má hora foi escolhido para tomar o leme de uma barcaça em sérios riscos de naufrágio.
Mais terrorismo fiscal é impossível. Resta reduzir de forma ordenada a dimensão obscena do estado insolvente que deixámos inchar e corromper.
Se a corja partidária continuar alegremente na algazarra a que temos assistido, ou corremos com ela, exigindo um novo regime, uma nova constituição, e uma democracia participativa, sem partidos, e apoiada nas freguesias e em novos reagrupamentos democráticos de governança, ou espera-nos um implosão catastrófica do atual estado de coisas.
Os que esperam a desgraça do resto da Europa, como uma espécie de oportunidade para continuar o bacanal da dívida, são os verdadeiros criminosos que ameaçam o futuro de Portugal e dos portugueses.
Pagar ou morrer!
NOTAS
Valor do PIB considerado (2011): 170,968 mil milhões de euros. Para estes e outros números, algo diferentes daqueles que o OE2013 publica, consultar estes dois documentos: NIE End 20-02-2012_PT.pdf NIE AP 23-04-12_PT.pdf
Segurança Social perde 1,5 mil milhões na Bolsa
O FEFSS reduziu em mais de 20% a sua exposição à dívida pública portuguesa: no final de 2011, o investimento ascendia a 3,7 mil milhões de euros, contra quase 4,7 mil milhões em 2010.
Num ano, a fuga da dívida pública portuguesa atingiu 955,5 milhões de euros, a maior diminuição registada no conjunto da carteira do FEFSS. Mesmo assim, o investimento em dívida pública nacional representava 42% do total. Incluindo as aplicações em CEDIC e Bilhetes do Tesouro, o FEFSS tinha 50,7% dos seus activos aplicados em dívida do Estado português. Correio da Manhã (6 de novembro 2012)
Este é um dos resultados óbvios do não pagar, ou do pagar menos juros! Só estender as maturidades é vantajoso para quem comprou dívida soberana. No entanto, como se sabe agora de fonte segura, andamos a comprar a dívida pública portuguesa, que já ninguém quer, com os fundos da Segurança Social! Ora isto é uma burla!!!
Jesus expulsando os vendilhões no templo. Vitral na Igreja de Saint-Aignan de Chartres, Chartres, França.
Falta expulsar os vendilhões!
“By the year 1100, the hunger for specie was so great that the canons of Pistoia’s St. Zeno Cathedral melted down their great crucifix and used it for money. German princes sold their imperial seals. English nobles exchanged their silver sword mounts, and French bishops converted their golden chalices into cash. The theologian Fulbert of Chartres justified these practices with the casuistry that it was better to sell sacred vessels to Christians than to pawn them into the hands of jews.”
in The Great Wave by David Hackett Fischer, 1996.
Curiosamente, as seis medidas de emergência que o Bloco de Esquerda propõe para responder à crise das finanças públicas do país fazem sentido.
Que pena os dirigentes deste pequeno partido com assento parlamentar ofuscarem as suas ideias com tanta verborreia esquerdista serôdia. Provavelmente a medida proposta e que parece mais difícil de executar acabará, de uma forma ou doutra, por ser tomada pelo próprio BCE e pela Alemanha: o famoso corte de cabelo (haircut) nas dívidas soberanas e uma reestruturação global da dívida pública europeia.
Curiosamente, faltam no plano do Bloco duas medidas igualmente decisivas: o ajustamento da administração pública e do aparelho de estado à capacidade de criação de riqueza efetiva do país (vivemos de heranças e subsídios desde que a ditadura caiu), e o desmantelamento dos monopólios financeiros, industriais e de serviços, propriedades de meia dúzia de famílias e piratas partidários.
Nota: o regresso do imposto sobre heranças deve ser progressivo, aplicando taxas residuais às pequenas heranças, e a receita deste imposto deve ser alocada expressamente à despesa pública com a educação, da infância até ao fim do ensino secundário obrigatório. Nesta fase da vida todo o apoio, educação e instrução deverão ser assegurados pelo Estado e passar a ser integralmente gratuitos — incluindo acabar com o escandaloso negócio dos manuais escolares! O objetivo desta medida solidária e estratégica é contribuir para travar uma excessiva depressão demográfica ao longo deste século. Sem mitigar esta já inevitável depressão, o empobrecimento geral será ainda mais acentuado.
ANEXO (texto do BE)
“Em 2012, a dívida pública já aumentou 13,4 mil milhões e, só em Julho e
em Agosto, cresceu 700 milhões. No final de 2012, esta dívida será mais
do dobro do que era há oito anos. Em 2013, aumentará mais 12 mil
milhões. Portugal está a empobrecer, a perder emprego e a promover a
emigração, para ficar sempre mais endividado. Responder a esta falência
anunciada é a maior tarefa da democracia.
Este programa orçamental do Bloco de Esquerda determina:
1) A recusa do aumento do IRS no OE 2013, demonstrando que o défice pode ser corrigido com um conjunto de reformas fiscais no IRS (englobamento de todos os rendimentos), no IMI (progressividade com quatro escalões e fim de isenções), no IRC (progressividade por via de 3 novos escalões), um imposto sobre grandes fortunas (IGF), a reposição do imposto sobre heranças e ainda uma taxa marginal sobre transações financeiras. A receita estimada destas reformas é, em 2013, de 3.450 milhões, que deve ser usada para reduzir o défice.
2) A renegociação da dívida externa, de modo a que os juros pagos sejam reduzidos para 0,75% e o capital seja abatido em 50%. Os juros pagos em Obrigações e Bilhetes do Tesouro devem passar a pagar imposto, terminando a isenção a não-residentes e ao sistema financeiro. A poupança e o aumento de receita neste contexto é, nos próximos dois anos, de 9.405 milhões anuais, ou cerca de 5% do PIB, que devem ser utilizados para um choque de investimento.
3) A aplicação das receitas suplementares do novo regime do IMI em programas de investimento local com criação de emprego, com um gasto de 500 milhões.
4) A reintegração dos hospitais PPP na gestão pública e o resgate financeiro das PPP rodoviárias, garantindo a auditoria aos contratos estabelecidos e permitindo aliviar o esforço orçamental anual em cerca de 1.000 milhões no imediato.
5) A proteção do sistema de segurança social garantindo uma cobrança dos encargos sociais com os trabalhadores despedidos pelas empresas que se deslocalizam e outras medidas de financiamento.
6) Uma medida excecional de proteção das famílias desempregadas contra as penhoras por dívidas ao IMI e à banca, e ainda o tabelamento dos juros do crédito ao consumo para evitar a falência de famílias.” (LINK)