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terça-feira, dezembro 16, 2014

TAP — Era uma vez...



Mas não foi Mário Soares que quis entregar Macau aos chineses antes de tempo?


Na fúria de vender o país a qualquer preço, o governo resolveu vender também a TAP, que é um dos grandes símbolos nacionais. Fá-lo porque só tem por objetivo obter receitas a qualquer preço. É o único critério que o move.

Contudo, a TAP é um instrumento fundamental de afirmação da nossa política interna e de todos os países lusófonos.

Este governo não tem nenhuma cultura lusófona e não entende, de todo, a importância que têm para Portugal os países independentes que falam a nossa língua. Neste mundo global, onde somos a quinta língua mais falada do mundo, perder o controlo deste instrumento de soberania que é a TAP é de extrema gravidade.

Mário Soares. "Uma greve patriótica". DN 16 dez 2014.

Não são as principais companhias aéreas do mundo, nomeadamente as americanas, privadas? Não é a Lufthansa privada? Não está a Iberia ligada à British Airways e à Vueling, e a Air France associada à KLM e à Alitalia, etc., etc.?

Não foi o gaúcho Fernando Pinto contratado, no ano 2000, pelos ministros Jorge Coelho e Pina Moura, para privatizar a TAP?

Não foi a TAP avisada ao longo dos últimos oito anos, nomeadamente por mim, sobre a necessidade urgente de uma reestruturação que a tornasse competitiva face ao novo panorama da aviação comercial pós-11S, e nomeadamente face ao ascenso inexorável das companhias de voos ponto a ponto Low Cost? Não foi escrito tantas vezes que a TAP precisava de parceiros e de uma privatização que preservasse uma presença mínima de capital português e até de capital público na futura empresa, mas que as coisas tinham que ser feitas, e que os adiamentos só tornariam as coisas bem mais difíceis?

Em que quimera vive este senhor Mário Soares?

É bom registar mais esta sua declaração do Além, para memória futura. O socratino e desajeitado Costa, apesar de ser transportado no andor da imbecilidade indígena, já deve ter as orelhas a arder!

Nota bene: Passos Coelho, através do seu secretário Sérgio Monteiro (o homem das PPP), chegou a declarar em Setembro passado que a privatização da TAP só seria efectuada depois das eleições. A ideia era transferir, como sempre os governantes que fomos tendo e temos adoram fazer, o problema para quem viesse depois. Mas entretanto ocorreu algo inesperado para alguns: o BES faliu, a Parpública foi proibida de injetar mais dinheiro dos contribuintes na TAP, e o eterno saco azul da Caixa Geral de Depósitos (que um dia será investigado) está sob forte vigilância e também não pode 'ajudar'. Numa palavra: a TAP está falida e insolvente. Desatou a vender aviões, e em breve não terá dinheiro para pagar aos seus trabalhadores, nem aos seus fornecedores, arriscando-se a ver aviões retidos num qualquer aeroporto do planeta, por falta de cash. A jogada de forçar o recém empossado presidente da Comissão Europeia, Claude Juncker, a safar os amigos portugueses não terá sucesso. O pobre deve andar bem mais preocupado em safar a sua própria pele!

Já repararm que uma greve geral na TAP durante quatro dias representa uma apreciável poupança de tesouraria — no preciso momento em que os cofres estão vazios? É que os voos Low Cost da TAP, com a estrutura de custos que a empresa tem, não pode deixar de ser uma farsa e um caso de provável sub-faturação...

POST SCRIPTUM

Republicamos a este propósito um artigo de Rui Rodrigues saído no Público em 2012

IBERIA RENDE-SE PERANTE AS LOW COST E ALTA VELOCIDADE
Público, 26 de Novembro de 2012
por Rui Rodrigues

Em Novembro de 2012, a Administração da Companhia Aérea espanhola, a Iberia, anunciou um rigoroso plano de reestruturação que vai obrigar ao despedimento de 4500 funcionários (23%), num total de 20 mil trabalhadores. Em cada três pilotos, um vai ser dispensado.

Os salários dos trabalhadores que continuam na empresa terão fortes quebras (25 a 35%), sendo congelados até 2016 e, no caso dos pilotos, os seus vencimentos terão uma redução de quase 50%. A empresa anunciou que vai encerrar as rotas que dão prejuízo e vai diminuir, no próximo ano, o número de voos em 15%, prescindindo de 25 aviões.

A data limite para terminar acordos com os Sindicatos é o dia 31 de Janeiro de 2013, pois a empresa está a ter perdas diárias de 1,7 milhões de euros, o que é uma situação insustentável.

Neste contexto, as rotas nacionais e europeias serão fortemente reduzidas ou abandonadas. Recentemente, parte deste serviço já tinha sido transferido para a sua filial Iberia Express.

O grupo IAG, a que pertence a Iberia associada à British Airways, está interessado em efetuar uma OPA a 100% à Vueling, companhia aérea de baixo custo. Será esta empresa que deverá explorar parte das rotas abandonadas. A opção de transferir uma quota do mercado das companhias tradicionais para as de baixo custo não é inédita.

A Air France anunciou, este ano, uma reestruturação que prevê transferir voos para a Transavia, subsidiária Low cost. A Lufthansa vai fazer o mesmo com a Germanwings.

A estratégia futura da Iberia passará por apostar mais nos voos de longo curso e abandonar as ligações para as cidades espanholas, que já estão ligadas à nova rede ferroviária de bitola europeia. Nas 40 rotas nacionais só duas ainda são rentáveis. Uma delas, é a ponte aérea Madrid-Barcelona, cujo tráfego caiu para metade desde o início da existência do comboio de Alta Velocidade (AV).

Tendo em conta a soma de postos de trabalho diretos, mais os indiretos que vão ser afetados, será provavelmente um dos maiores despedimentos de sempre em Espanha.

Em 2013, as alterações no espaço aéreo espanhol terão assim profundas mudanças e devem-se a várias causas. As principais são:

1.    Forte concorrência das companhias aéreas de baixo custo, Low Cost. Estas, nos 10 primeiros meses de 2012, já representavam 58,7% dos passageiros internacionais do país vizinho, estando o seu mercado mais concentrado para os destinos das Ilhas Baleares e Canárias, bem como a Catalunha. Os principais mercados emissores são o Reino Unido e Alemanha com 36,1% e 19,7%, respectivamente.

2.    O comboio de Alta Velocidade na nova rede de bitola europeia está a retirar mercado ao avião, em território continental espanhol. Nesta rede ferroviária, mais de 23 milhões de passageiros já utilizam o comboio de AV anualmente. Nos próximos anos, este valor vai aumentar à medida que mais linhas entrarem em serviço.

3.    O aumento do preço do petróleo e das taxas aeroportuárias em Barajas (112% em 2 anos), que é a principal base da Iberia.

Iremos analisar os 3 pontos mencionados.

CONCORRÊNCIA DAS LOW COST

A melhor imagem que se pode dar do mercado aéreo espanhol e do êxito das Low Cost é observar os valores do tráfego dos 10 primeiros meses do ano. De Janeiro até Outubro de 2012, considerando o mercado de Espanha para U.E.-Schengen, as companhias que mais passageiros transportavam eram:

1º - Ryanair com 11,4 milhões,
2º - Air Berlin 7 milhões,
3º - Vueling 5,1 milhões
4º lugar a Iberia com 3,6 milhões
5º - Easyjet com 3 milhões.

As três primeiras e a 5ª são Low cost. Estas posições eram impensáveis, pois, há poucos anos, a Iberia era a primeira. Muitos até diziam que as companhias de baixo custo não passavam de uma “moda” e que, mais tarde ou mais cedo, iriam desaparecer do mercado.

A gestão destas companhias aéreas Low Cost tem por objetivo reduzir os custos em todos os setores. Os gastos desnecessários são eliminados, excepto na manutenção e segurança - só existe classe turística, não são servidas refeições durante as viagens, os serviços em terra são reduzidos ao mínimo, porque a venda de bilhetes é efectuada através da internet, ou reserva via telefone, evitando intermediários.

Estas empresas geralmente utilizam um aeroporto base com baixas taxas, de onde irradiam os voos para os diferentes destinos, unindo 2 pontos entre si (ligações ponto a ponto). As tripulações, 6 pessoas por avião, pernoitam sempre na sua própria casa e raramente utilizam os hotéis dos destinos. Se se considerarem os 365 dias do ano, este procedimento permite uma enorme poupança de recursos.

Os aviões adquiridos são novos, para tirar partido da eficiência no consumo de combustível e é utilizado um só modelo, geralmente o A320 da Airbus ou o Boeing 737-800, o que possibilita uma enorme diminuição nos custos de formação e manutenção. Esta estratégia de redução dos gastos permite converter os ganhos em tarifas mais baixas.

O modelo de negócio das Low cost é mais eficaz até aos 2300 Km, desde a base em que operam. Acima deste valor, a rentabilidade do negócio é menor.

NOVA REDE DE BITOLA EUROPEIA

Está a ser construída, em Espanha, uma nova rede ferroviária de bitola europeia que já transporta mais de 23 milhões de pessoas, ligando mais de 20 cidades entre si. Os novos corredores já terminados, desde Madrid até Sevilha, Málaga, Barcelona, Valência e Valladolid, levaram à migração de milhões de passageiros do avião e viatura particular para o comboio, que agora é o modo de transporte mais utilizado, nos respetivos corredores, o que permitiu uma forte poupança de energia, pois a nova ferrovia é de tração elétrica e não depende do petróleo.

TAXAS E PREÇO DO PETRÓLEO

Nos últimos anos a AENA, empresa espanhola equivalente à ANA-aeroportos, efectuou avultados investimentos nos aeroportos de Madrid, Barcelona e Málaga, que atingiram um valor superior a 13 mil milhões de euros. Quando foram feitos os respectivos projectos, o crescimento de tráfego anual atingia uma média de 8%. Este valor levaria a que o tráfego mais do que duplicasse ao fim de 10 anos. Como o mercado diminuiu, as verbas gastas não tiveram o retorno esperado. Esta situação, obrigou a empresa a subir as taxas aeroportuárias e, de 2011 para 2013, o aumento será de 112% em Madrid e em Barcelona de 108% (fonte - AENA).

Caso se considere os custos totais para as companhias aéreas, o preço do combustível já representa 33%, as taxas aeroportuárias 12% e as taxas de navegação 6%. Os restantes 49% são outros gastos, necessários para o funcionamento das empresas (manutenção, pessoal etc).

O forte aumento das taxas em Barajas, vai levar à saída da Easyjet que ali tinha criado uma base e à redução de voos por parte da Ryanair.

A AENA está a gerir 47 aeroportos e 20 deles têm menos de 500 mil passageiros, por ano. Muitos devem ter um encerramento parcial para reduzir os custos.

Desde que as Low cost iniciaram a sua atividade, em Portugal, o seu mercado já se aproxima dos 40% e com tendência para aumentar. A TAP, seja privatizada ou não, vai ter que ser reestruturada brevemente, pois, a empresa tem tido prejuízos divulgados pela Imprensa, para além do elevado passivo acumulado. A estratégia da TAP deveria também passar pelo mercado de longo curso.

TENDÊNCIAS PARA O FUTURO

O preço do petróleo vai ser determinante nas opções futuras do mercado dos vários modos de transporte. A rodovia já paga, em vários países da U.E., quase 60% de impostos sobre combustíveis. Se os mesmos valores forem aplicados à aviação, as Low Cost estarão melhor preparadas para tal situação do que as companhias aéreas tradicionais.

As Low Cost como só efetuam ligações “ponto a ponto” desfizeram a estratégia da Iberia, que utiliza o aeroporto de Madrid como Hub. A nova rede ferroviária agravou ainda mais esta situação por ter desviado milhões de passageiros para o comboio. No futuro, o mercado vai cada vez privilegiar as ligações “ponto a ponto” em detrimento dos aeroportos Hub.

As grandes alterações que estão a ocorrer no transporte de pessoas na Europa e em Espanha permitem concluir que, para distâncias até aos 750 Km, o mercado de passageiros opta pela ferrovia e, no intervalo 750-2300 Km, cada vez mais pelas Low cost.

segunda-feira, dezembro 15, 2014

Há que enxotar alguns abutres

Abutres têm função ecológica, mas não podem dominar...

A tensão financeira mundial aproxima-se de patamares explosivos


O estádio especulativo avançado do capitalismo é um sinal incontroverrso do seu rápido declínio. Tal não significa, porém, que saibamos o que vem a seguir. Socialismo utópico não será certamente.

A economia real decresce, os rendimentos reais do trabalho decrescem, o valor real dos ativos tangíveis (imobiliário, energia, matérias primas, obras de arte, etc.) decresce à medida que as bolhas em que são colocados rebentam, o valor real do dinheiro decresce (crescendo artificialmente a massa monetária virtual), a capacidade de aquisição e o consumo descrescem (apesar da deflação), mas, no meio desta implosão colossal, o valor dos ativos especulativos imateriais, como as dívidas soberanas, os balanços dos bancos, os volumes da especulação bolsista (todos financiados pelos bancos centrais americano, europeu, japonês, chinês, etc.) disparam para níveis estratosféricos.

Como é evidente, perante esta mistura explosiva, os governos, apesar de corruptos, não querem ter a mesma sorte da Maria Antonieta. Logo, a solução é mesmo subordinar a babélia do endividamento, começando por destruir as expetativas dos fundos de especulação que nas últimas décadas foram confluindo no mercado dos derivados financeiros OTC e similares à procura de rendibilidade.

É o momento de enxotar os abutres, pois não só comem carne podre, como começaram a comer também a viva!

Fundos internacionais avançam para tribunal europeu contra resolução do BES
14 Dezembro 2014, 12:41 por Jornal de Negócios com Bloomberg

Os detentores de quase metade da dívida subordinada que o BES emitiu em Novembro de 2013 e que foi colocada no "banco mau" no processo de resolução do banco, já avançaram com processos no Tribunal Geral da União Europeia.

Segundo a agência de notícias Bloomberg, são cerca de 20 os queixosos que pedem ao tribunal que anule a medida de resolução aplicada ao BES e que passou pela divisão do banco em duas instituições. No "banco mau" ficaram os 750 milhões de euros em dívida subordinada emitida em Novembro de 2013, enquanto a dívida sénior foi transferida para o Novo Banco.

São sobretudo fundos internacionais, entre eles o brasileiro BTG Pactual e o norte-americano Third Point (do conhecido investidor activista Daniel Loeb), que avançaram para o Tribunal de Justiça Europeu, numa acção intentada pela firma de advogados Shearman & Sterling LLP.

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sexta-feira, dezembro 12, 2014

TAP sem dinheiro para salários

O grande estouro da TAP aproxima-se

TAP encerra rotas e vende aviões enquanto ministra das finanças pede socorro em Bruxelas

 

No BES demitiu-se o contabilista, e depois foi o que se viu. Na TAP demitiu-se há dias o diretor financeiro. Que virá a seguir a mais esta vítima do BES e do Bloco Central da Corrupção (+PCP)?

Enquanto as agências de comunicação encharcaram a imprensa e as televisões com a imagem de uma TAP apetitosa com pretendentes a salivarem do céu como verdadeiros príncipes encantados, a verdade é que a companhia viu secar as suas fontes de financiamento depois de a Troika ter terminado o financiamento disfarçado da Parpública e a torneira do BES fechar subitamente!

O modelo da TAP, cujo negócio principal está centrado na Europa não pode competir com as Low Cost (LC) sem uma profunda reestruturação que passa por concorrer efetivamente no segmento LC, pela alienação dos negócios fora do core business, e por uma racionalização drástica da empresa que implicará inevitavelmente uma diminuição do número de trabalhadores.

Não tendo sido reestruturada quando aqui nos fartámos de aconselhar, o negócio da TAP foi sendo literalmente comido pelas LC — primeiro em Faro, depois no Porto e Funchal, e finalmente em Lisboa e Ponta Delgada.

Em breve as LC usarão os Açores para se lançarem nos voos intercontinentais para várias cidades americanas: Lisboa — Ponta Delgada — Newark — Boston — Toronto — Miami — Los Angeles, etc., acabando com a sustentabilidade da SATA, que passará então a dedicar-se sobretudo aos voos inter-ilhas.

Empresas como a Alitália, Sabena e Swissair colapsaram de um dia para outro depois de arrastarem as pernas pelas secretarias do poder. Será que os sindicatos que decretaram a próxima greve da TAP saberão disto? Acreditarão que desta vez será diferente? Que mais uma vez serão socorridos pelos contribuintes depenados? Não repararam ainda que o país está mesmo falido?

Costa diz que é “extremamente perigoso” privatizar a TAP

Porquê? Explode? Não, implode!
António Costa, em vez de andar a dizer que quer um consenso pós-eleitoral, ao mesmo tempo que diz ter outra solução para a TAP, etc., porque não propõe desde já a sua solução para impedir a queda da TAP no buraco negro para que caminha? Ainda não ocorreu à sua cavidade craneana que a TAP em 2015 poderá já não existir?

Post scriptum 1

As companhias de bandeira de todo o mundo deixaram praticamente de voar para Portugal, por não poderem competir com as LC e porque Portugal deixou de ser um destino particularmente interessante para as companhias tradicionais, abraços com a dimuição imparável das suas margens de lucro. Este dado, como refere Hugo Zsolt* de Sousa num oportuno comentário a este post, coloca à TAP especiais responsabilidades. Sem uma companhia de bandeira a diáspora portuguesa (sobretudo nas Américas e em África) ficaria sem garantias de ligações aéreas ao país. Daí a cavilha da privatização a 60%, que poderá depois chegar aos 90%, na condição de a nova companhia privada ter que obrigatoriamente servir a diáspora portuguesa sempre que outras companhias não derem resposta à procura portuguesa, brasileira e africana lusófona.

TAP. Bruxelas diz que injetar dinheiros públicos em companhias aéreas é "questão delicada"

Comissária europeia responsável pela Concorrência diz que, em geral, existem "algumas possibilidades" para recapitalização de companhias aéreas, "dependendo das condições de mercado". Mas que este tipo de decisão sobre ajudas públicas é sempre delicado.

[...]

No passado mês de novembro, aquando da aprovação do relançamento do processo de privatização da TAP, Maria Luís Albuquerque afirmou, invocando as regras europeias, que o Estado não pode colocar capital na TAP e que, por isso, ou é privatizada ou "está condenada a desaparecer".

Expresso. | 13:35 Quinta feira, 11 de dezembro de 2014

TAP vende quatro aviões para preparar a privatização


A TAP está a negociar a venda e aluguer (sale and leaseback) de quatro aviões A340 e a renegociar com a banca contratos financiamento, procurando garantir uma almofada que permita "alguma tranquilidade na tesouraria", evitando a situação que em 2012 obrigou a empresa a recorrer a um empréstimo de 100 milhões de euros junto da Parpública.

"Agora estamos fazendo preventivamente [a renegociação dos contratos] com algumas hipóteses para termos algum tranquilidade de tesouraria", afirmou ontem Fernando Pinto, num encontro com jornalistas.

Económico, 10 dez 2014


António Costa. "É extremamente perigoso" privatizar a TAP


À saída da sua primeira audiência oficial com o primeiro-ministro, o secretário-geral do PS falou sobre a greve de pessoal da TAP e sublinhou que "há alternativas" à privatização da transportadora aérea nacional.

Expresso. Cristina Figueiredo | 17:25 Quinta feira, 11 de dezembro de 2014

Madeira critica TAP por suspender rota Funchal/Londres

A ligação entre Funchal e Londres será "suspensa temporariamente devido à fraca procura".

A secretária do Turismo e Transportes da Madeira criticou hoje a decisão da TAP de suspender a ligação direta entre a região e Londres, declarando não ver motivos para esta medida.

DN, 10 nov 2014

Post scriptum 2

Ler o resto deste oportuno comentário de Hugo Zsolt de Sousa a este post  (embora discorde do seu raciocínio estratégico):

“Não estivesse o país completamente absorvido nos casos judiciais actuais e a questão da TAP seria muito mais discutida de tão grave que é. O que está a acontecer começa a ser muito preocupante e o silêncio impera.  Parece que ninguém fala do facto que das empresas de bandeira que há, quase nenhuma viaja para o Porto (nem Air France, nem KLM, nem Alitalia só para falar de algumas).  Relativamente a Lisboa, voam quase todas, mas reduziram frequências.  A Alitalia nem vem. A Air France tem 4 voos no inverno, a KLM apenas 2 pasme-se.  Das grandes empresas mundiais só temos a Emirates.  Devemos ter das poucas capitais Europeias sem um voo para Atlanta.  Aliás, das empresas Norte Americanas, só mesmo a United continua a operar durante o inverno de Lisboa para NYC e nem tem um voo diário.  A Delta prefere operar rotas para Malaga ao invés de operar para Lisboa.  A importância da TAP é assim enorme. É à TAP que se deve o acesso ao nosso mercado e ao nosso país.”

*— Hugo Zsolt de Sousa é licenciado em Economia pela Universidade de Southampton, Reino Unido e com pós-graduação em economia Europeia no Colégio da Europa em Bruges, Bélgica. Trabalhou na Associação Notre Europe em Paris com Jacques Delors, ex-Presidente da Comissão Europeia e com Pascal Lamy, ex-Comissário Europeu para o Comércio. Foi conselheiro do ex-Primeiro Ministro Dinamarquês Poul Nyrup Rasmussen e é actualmente Director Residente na Mauritânia do Instituto Nacional Democrata para os Assuntos Internacionais.

Discordo da posição do Hugo Zsolt de Sousa basicamente por defender a empresa de bandeira a todo o custo, permitindo que a TAP continue a acumular alegremente um passivo insustentável.

Já não há estado para alimentar tantos erros e corrupção.

A Parpública deixou, graças à Troika, de poder fazer o financiamento escondido e ruinoso das empresas que a nomenclatura que conduziu o país à pré-bancarrota geriu sempre com os pés (e ‘bypasses’ para os seus bolsos fundos...). O BES, que era o banco oficial e o banco sombra da TAP, colapsou e está sentado no banco dos réus. Talvez a CE possa ‘in extremis’ dar uma ajuda pontual para evitar o colapso iminente da TAP — a qual, avisa a nova comissária europeia, não poderá ser repetida. Mas se assim for, a CE imporá condições drásticas. Reestruturar a TAP no prazo máximo de 3 meses será o mínimo, exigindo obviamente menos pessoal, redefinição estratégica e focalização da empresa no seu core business, e ainda um plano de viabilidade financeira fora do perímetro orçamental do estado.

Mas também pode acontecer à TAP o que aconteceu à Sabena, à Swissair ou à Alitalia...

Post anterior sobre a TAP

Atualização: 12 dez 2014, 11:02 WET

quinta-feira, dezembro 11, 2014

BES: quem pergunta e quem dispara ao lado?

Ricardo Salgado na Assembleia da República.
Foto@Sol

O Espírito Santo vai nu, e parte do parlamento também!


Infelizmente os 'socialistas' no poder tornaram-se uma casta corrompida pelo dinheiro.

No inquérito aos piratas do BES que neste momento decorre no parlamento, o PS e o PCP têm atacado o Governador do Banco de Portugal, cujo papel, todos sabemos, oscilou entre obedecer à nomenclatura do regime enquanto lhe foi possível, e cumprir expeditamente e in extremis as ordens dos credores de Bruxelas e sobretudo do Banco Central Europeu, quando estas chegaram.

Ricardo Salgado correu Meca e seca, até convocou um Conselho de Estado, mas de nada lhe serviu. A resolução estava tomada, e disso mesmo deu conta o PM a quem o quis ouvir. Na realidade, depois do que acontecera em Chipre, e com o BPN, o que nem Pedro Passos Coelho, nem a Comissão Europeia e BCE queriam era outro resgate bancário com uma fatura passada exclusivamente aos contribuintes, obrigacionistas e depositantes distraídos e/ou aventureiros.

A 'esquerda', pelo que se vai percebendo, teria preferido cair outra vez em cima dos pobres indígenas lusitanos, por exemplo, nacionalizando mais um banco falido e cravejado de dívidas, imparidades e buracos negros de especulação, atirando depois as culpas do assalto fiscal ao governo e aos grandes capitalistas (onde estão eles?) pelo sucedido.

É o que dá termos tido até hoje um regime populista dominado por uma simbiose entre as castas partidária e corporativa alimentadas pela famosa banca portuguesa que, como vemos, se esvaiu no exercício e, sobretudo, na sua crassa ignorância económico-financeira e incorrigível ganância e soberba.

Boa parte dos banqueiros do regime sabiam sacar rendas e angariar negócios sem risco junto do neocorporativismo instalado (de direita e de esquerda, empresarial, partidário e sindical), distribuindo 10 a 15% das negras margens, sob a forma de comissões, aos facilitadores. Não sabiam inovar, nem competir. Mas deram emprego ao pessoal do Bloco Central da Corrupção durante décadas. Até que tudo isto entrou num processo irreversível de bancarrota.




As perguntas do PS, PCP e CDS/PP não são assertivas. Porque será?

Os deputados do PS, PCP e CDS-PP fazem festinhas a Ricardo do Espírito Santo Silva Salgado, e colocam sintomaticamente a tónica da inquirição nas responsabilidades do Banco de Portugal, de outros organismos de regulação financeira, e no governo, como se, como bem disse a Mariana Mortágua, mas não no sentido em que o disse, Ricardo Salgado e o BES fossem as vítimas disto tudo!

Os deputados do PSD, partido maioritário do governo, têm-se portado bem no inquérito da década. Et pour cause — pois foi o atual primeiro ministro que, sob instruções claras do BCE e de Bruxelas, recusou liminarmente salvar os piratas do BES com mais dívida pública! Por outro lado, o fim do BES e do BPN são excelentes notícias num país que, embora falido por piratas, quer sair do buraco e reformar a sua democracia.

O CDS, um partido com várias trapalhadas de corrupção nas mãos da Justiça, e uma ligação muito perigosa ao BES, dá uma no cravo e outra na ferradura. Compreende-se!

Infelizmente, boa parte da 'esquerda' mundial tornou-se uma coisa oportunista, corrupta, burocrática, semi-religiosa e reacionária, acantonada nos sucessivos traumas da sua história, e basicamente com medo do futuro. Esta 'esquerda', que precisa de uma nova racionalidade e de novas ferramentas analíticas, em vez de litanias que já ninguém ouve, para compreender o mundo e ajudar a transformá-lo, precisa também de libertar-se dos donos que já não a servem, mas que dela se servem, com a mesma arrogância que temos visto no semblante de Ricardo Salgado. Fizeram asneiras tremendas, mas continuam cheios de si!

Mariana Mortágua

As mais acutilantes e bem preparadas linhas de interrogação desenvolvidas ao longo do inquérito parlamentar em curso têm a assinatura de uma jovem economista do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, filha do lendário Camilo Mortágua. O pai deve estar orgulhoso, e tem boas razões para estar.

Que pena ser do Bloco de Esquerda! Ou talvez não...

Com sorte, ainda veremos a brigada do reumático estalinista-maoista-trotskista, que tem vindo a pulverizar alegremente o Bloco, ser varrida pela enxurrada que está a mudar este regime.

O BE poderia tornar-se rapidamente um partido muito útil à nossa exangue democracia, se ganhasse o juízo que infelizmente os fundadores há muito perderam.

O blogue de Mariana Mortágua —DISTO TUDO— criado expressamente para explicar a complexidade do inquérito ao BES, é um magnífico sinal de que podemos ter esperança no futuro.

Que venha a Geração Milénio, que venham as mulheres tomar conta disto tudo!


ÚLTIMA HORA

O Banco Espírito Santo aprovou em Março deste ano um donativo de 11 mil euros para a realização da Festa do Avante!, avança a edição do jornal Público desta quinta-feira. O PCP já veio negar ter recebido qualquer verba do banco, mas um documento interno do banco revela o contrário.

O Público teve acesso a um documento do Departamento de Municípios e Institucionais do BES, datado de 24 de Março, no qual se pode ler: O PCP “solicita que o BES mantenha o apoio à realização da Festa do Avante (que ocorre este ano nos dias 5, 6 e 7 de Setembro) nomeadamente [com um] donativo no valor de 11 mil euros”.
Sol
Percebe-se agora melhor porque é que o Jerónimo de Sousa prefere atacar o Banco de Portugal a interrogar como deve ser o BES?

sexta-feira, novembro 28, 2014

Na Avenida Presidente Wilson

Avenue du Président-Wilson, Paris

Sonho presidencial e bancos podres, o tsunami soma e segue


“Faço um desmentido formal de que tenha havido qualquer decisão antes de dia 1 ao inicio da tarde”; “Eu não posso decidir algo e ser desmentido pelos meus colegas governadores...”

— in "Carlos Costa reafirma que resolução do BES só arrancou a 1 de agosto", Expresso, 8 outubro 2014, 9:36.

A aceleração do colapso deste regime começou, como escrevemos oportunamente (1), quando o BES foi alvo de uma investigação judicial decisiva no Luxemburgo, a qual rapidamente alastrou à Suíça, França, Estados Unidos, etc., tendo desencadeado ao mesmo tempo um plano de ação urgente por parte do BCE, o qual envolveu a aceleração do processo legislativo comunitário relativo ao Mecanismo Único de Resolução (SRM), sem o qual Carlos Costa, ou seja o Banco de Portugal, não teria podido intervir decisivamente como acabaria por intervir às 23:15 do dia 3 de agosto —00:15 do dia 4 em Bruxelas e Frankfurt (2). Uma repetição do que se passara em Chipre estava fora de causa.

Quem se der ao trabalho de ler o que diz a legislação europeia sobre a entrada em vigor dos seus documentos legais e em particular do Single Resolution Mechanism (3) —coisa que a maioria dos nossos deputados e a imprensa em geral ainda não fez— perceberá que só a 4 de agosto de 2014, se cumpria o prazo mínimo de 20 dias necessários ao SRM ter alguma validade legal. Tudo o resto é barulheira populista.

A importância das instituições portuguesas nesta precipitação do colapso é acessória, ou melhor, coadjuvante e arrastada pela pressão externa. Basta ver o comportamento das autoridades locais a este respeito. Governo, Parlamento, Banco de Portugal e Presidência da República foram empurrados para a ação judicial, única e exclusivamente, por pressão da Troika, dos tribunais de outros países e pelo BCE. As investigações e processos judiciais em curso no nosso país foram sucessivamente travados politicamente ao mais alto nível pela corja partidária, rendeira e devorista que capturou o estado, o sistema financeiro e o país.

Abertas, porém, as comportas do dique da corrupção, o tsunami não deixará de inundar o país, afogando uma parte dos seus protagonistas.

Como refere Rui Rodrigues,
“Há várias décadas que a Suíça é acusada de acolher fortunas que escapam ao fisco nos seus países de origem e de não cooperar com as autoridades fiscais desses Estados como forma de tornar mais atrativa a atividade do seu sistema bancário. Mas, nos últimos anos, para além da pressão sobre a autoridade política, o país viu também muitos dos seus bancos começarem a ser investigados por governos estrangeiros. A UBS será o grupo que mais escândalos protagonizou. Nos Estados Unidos, a UBS já foi multada em cerca de 800 milhões de euros por ter apoiado esquemas de fraude e evasão fiscal e, em França, foi obrigada a depositar uma caução milionária no âmbito de uma acção similar.

Em Abril de 2009, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) incluiu a Suíça numa lista negra de paraísos fiscais não cooperativos, lista que o país conseguiu deixar uns meses mais tarde após assinar 12 acordos bilaterais de troca de informação fiscal, o limiar necessário para ser retirado da lista negra. Mas organizações como a Tax Justice Network insistem que os critérios usados pela OCDE para elaborar a lista negra são “inadequados e ineficazes”.”


NOTAS
  1. BES: o golpe de coelho veio de Frankfurt” — OAM 
  2. Comunicado do Banco de Portugal sobre a aplicação de medida de resolução ao Banco Espírito Santo, S.A. 
  3. Single Resolution Mechanism (SRM)

Atualização: 29 nov 2014 19:51 WET

Tempo de mandar calar os DDT

Jane Fonda e Michael Sarrazin em They Shoot Horses, Don't They? (1969)

Não confundir os criminosos com os 'humilhados' é uma tarefa essencial 


Um povo que assiste à tragédia de um país, o seu, sobre endividado, corrupto até à medula dos mais altos dirigentes partidários e económico-financeiros, que empobrece a uma velocidade assustadora, que tolera a escravatura dissimulada que adia criminosamente a imprescindível reforma do estado, e que vê emigrar os seus cidadãos às centenas de milhar, não pode perder tempo com as manobras das tríades de piratas que capturaram parcialmente o país. Tem que se revoltar e exigir uma democracia menos cara, mais transparente e sobretudo mais justa. E é tempo de mandar calar os DDT!

Abater um cavalo doente e esfomeado é um ato de misericórdia. Empurrar milhões de portugueses para a emigração, o empobrecimento sistémico e a morte é um crime intolerável e os seus responsáveis devem ser chamados a responder pelas ações praticadas. O país não pode morrer às mãos da corrupção e da indigência partidárias.

“Se as pessoas não têm dinheiro para manter os seus cavalos, então deveria ser criada uma organização social (ou programa de abate) devidamente financiada. E a polícia ou autoridades precisam de ser capazes de apreender os animais se estes não são bem tratados”.

Susan Clark, advogada inglesa, à agência Lusa/ Jornal i
Motif de cette détention inédite : «fraude fiscale» et surtout «corruption» et «blanchiment de capitaux». Le montant des sommes qu’aurait détournées Socrates n’est pas connu, mais la presse nationale parle de dizaines de millions. Depuis environ un an, la brigade financière portugaise, la DCIAP s’était étonnée de son train de vie à Paris, où il réside : un appartement de 2,8 millions d’euros, la fréquentation de restaurants de luxe… Des écoutes téléphoniques auraient fait le reste.

Sócrates, la chute d’un «opportuniste sans idéologie»
François MUSSEAU MADRID, de notre correspondant 26 novembre 2014 à 14:59, Libération
Ricardo Salgado e restante administração do Banco Espírito Santo (BES) são os alvos de uma megaoperação da Polícia Judiciária que decorreu esta quinta-feira, apurou o Correio da Manhã, com buscas às residências dos visados, a bancos, escritórios e à sede do Grupo, em Lisboa. O juiz Carlos Alexandre acompanhou as buscas na sede da instituição bancária que agora tem o nome de Novo Banco.

[...]

“Nas investigações, relacionadas com o denominado universo Espírito Santo, estão em causa suspeitas dos crimes de burla qualificada, abuso de confiança, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal”, refere uma nota da Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR adianta que, no âmbito de investigações, dirigidas pelo Ministério Público, realizam-se durante esta quinta-feira várias diligências, designadamente 34 buscas domiciliárias, uma a um advogado e seis buscas a entidades relacionadas com o exercício da atividade financeira.

Salgado alvo de buscas por crimes no BES — Já terminaram as 41 buscas da Operação da Unidade de Combate à Corrupção da PJ “ao universo Espírito Santo”. Correio da Manhã, 27.11.2014  09:50.

sexta-feira, novembro 21, 2014

BES e a treta da comissão de inquérito

Mariana Mortágua, deputada do Bloco não faz os TPC.
Foto © Jose Sérgio/ Sol

A casta deixou de servir a democracia. Serve-se a si mesma e sem qualquer vergonha na cara


Mariana Mortágua | Embalos semânticos
Expresso, 7:00 Sexta feira, 21 de novembro de 2014

A partir do momento em que se tornou pública a necessidade de uma intervenção estatal no BES, o Governo, na voz de Maria Luís Albuquerque (MLA), apressou-se a construir duas teorias. A primeira: "aconteça o que acontecer, não haverá prejuízos para os contribuintes" (MLA, 8 Out, AR). A segunda: "O Governo teve conhecimento da decisão da resolução do BES na tarde do dia 1 de agosto (MLA, 8 Out, AR), logo, a responsabilidade da mesma cabe ao Banco de Portugal.

Ler mais

Apesar de pertencerem à casta dos 1% com maior rendimento coletável do país, os nossos deputados da treta nem sequer se dão ao trabalho de ler o Jornal Oficial da União Europeia, e as resoluções do Parlamento Europeu, nomeadamente aquela que deu lugar ao Mecanismto Único de Resolução (MUR ou SRM). Se o fizessem não andariam a pulverizar os indígenas com a falsa discussão sobre as responsabilidades do governo e de Maria Luís Albuquerque no colapso do banco do regime, onde tantos beberam, mais ou menos, privilégios corruptos. Assim que governo e BCE perceberam que o BES ia colapsar, começou uma corrida contra o tempo para antecipar a redação, aprovação e implementação do MUR. Houve, pois, uma triangulação entre o nosso governo e Banco de Portugal e o Parlamento Europeu e o BCE, nas medidas, nas provisões e no timming da entrada do grupo financeiro GES e banco BES no Mecanismo Único de Resolução. Tudo o resto é conversa de jornalistas e deputados que não fazem o trabalho de casa... e mais do mesmo, ou seja, a manipulação diária dos bovinos contribuintes que continuam a alimentar a corja que arruinou o país — com impostos, taxas e votos!

Quando as ações do BES e do BCP cairam 25% numa só semana de maio deste ano, o destino do grupo BES estava traçado, e só quem anda a milhas destes temas, ou queira escondê-los, não sabia o que iria acontecer. Quem especulou e perdeu, não tem nada que arrastar-se pelos gabinetes e redações vertendo lágrimas crocodilo.

Neste blogue foram escritos vários textos esclarecendo sem ambiguidades o que iria acontecer e porquê.

Ricardo Salgado chegou a convocar um Conselho de Estado para anunciar o que aí vinha se não o acudissem. Queria dinheiro do estado, mas sem mostrar os livros; queria, através do BCP e da meretriz Caixa Geral de Depósitos, a massa da Troika, mas sem mostrar os livros. Como levou tampa, telefonou aos afilhados da PT e sacou-lhes 900 milhões de euros. Como levou tampa do governo, do BdP e dos outros bancos, convenceu a Goldman a fazer uma entrada/saída relâmpago, obviamente especulativa, no capital do BES, por um lado, para ver entrar liquidez num navio que batera no gelo e que afundava à vista de todos os ceguinhos do país (que por isso viam outras coisas e dançavam...). A imprensa económica anunciava a operação de tomada de posição qualificada no BES por parte de dois fundos abutre (um deles, a Goldman Sachs) no mesmo dia em que estes mesmos especuladores já vendiam as ações que entretanto 'valorizavam' na lógica do sobe-e-desce do Casino do PSI20. Pretender que o governo poderia ter feito outra coisa, ou sequer agir autonomamente quando o país não passa de um protetorado da União Europeia, é atirar areia aos olhos de quem não vê ou não quer ver.

O inquérito ao colapso do GES/BES é uma farsa. Já agora quanto ganham os senhores deputados e as senhoras deputadas por esta farsa? Quanto vai custar mais um inquérito inútil aos contribuintes? Onde estão os tribunais? Onde está a Polícia?!

sábado, novembro 15, 2014

LuxLeaks e a Caça às Raposas

Bandeira da ilha de Jersey

A União Bancária Europeia é incompatível com estados e ilhas piratas


As ilhas de Man, Jersey e Guernesey —também conhecidas por Ilhas do Canal— são Dependências da Coroa Britânica que não fazem parte do Reino Unido, nem da União Europeia. Então o que são? Bom, são paraísos fiscais!

Acontece que os Estados Unidos e agora também a China e outros estados asiáticos e da região do Pacífico, não estão dispostos a serem engolidos por revoluções sociais à conta do buraco negro da especulaçao mundial com derivados financeiros tóxicos (OTC), com os casinos a que chamam banca de investimento (hedge funds, também conhecidos por fundos de cobertura), com os esquemas de ladroagem em cascata (rehypothecation não autorizada, etc.) e outras atividades puramente predadoras (como, por exemplo, os Leverage Buyout—LBO) decidiram declarar guerra à monumental drenagaem de riqueza ilegal que tem ocorrido, nomeadamente sob a forma de fuga de capitais dos seus países em direção ao Luxemburgo, Suíça, City de Londres, ilhas piratas de sua majestade a rainha de Inglaterra, etc., etc., etc.

O capitalismo decadente e as alcateias de piratas da Europa ainda não perceberam que ou mudam rapidamente de registo, ou vão ser vítimas das revoluções que deixaram de poder exportar para os novos centros da riqueza, do trabalho, da tecnologia e do poder militar mundiais, a começar pela China, Rússia e Índia, mas também Austrália, Indonésia, Brasil, Angola e África do Sul.

Tempo de limpar a Europa da sua descarada hipocrisia.

Esperteza luxemburguesa (por Ana Gomes)

A investigação à criminalidade fiscal e financeira no universo BES/GES ainda vai no adro, mas uma auditoria da Price Waterhouse Coopers já revelou que, através de quatro offshores na ilhas britânicas Jersey e Guernsey, Ricardo Salgado desviou em poucos dias centenas de milhões do BES para o exterior, já depois de o Banco de Portugal ordenar a mudança de administração.

Público, 14/11/2014 - 03:18


China: Países da APEC comprometem-se a combater a corrupção

Pequim, - Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (Apec) adoptaram neste sábado um plano de combate à corrupção na região, à imagem do que já é feito na China.
              
Pequim trabalha sobretudo pela extradição dos seus funcionários acusados de corrupção que fugiram do país, mas o sistema chinês encontra entraves na aplicação de tal medida devido à ausência de tratados e garantias judiciais dos seus sócios.
              
A resolução anti-corrupção, promovida por China e Estados Unidos, foi adoptada neste sábado durante os trabalhos preparatórios da cúpula dos 21 líderes da Apec, que começa nesta segunda-feira.

[...]

Um boletim oficial do banco central chinês elaborado em 2008 estimava que pelo menos 18.000 funcionários corruptos teriam fugido da China desde meados dos anos 1990, levando consigo o equivalente a 123 bilhões de dólares [123 mil milhões de USD]
ANGOP, 08 Novembro de 2014 | 15h53 - Actualizado em 08 Novembro de 2014 | 15h56

sexta-feira, novembro 07, 2014

Toma Jerónimo!


O Fundo de Resolução é a machadada final na aliança entre os rendeiros indígenas e a partidocracia que rebentou o país. Ulrich recebeu os depósitos do es-BES, mas também vai receber a fatura


Ulrich: "Eu preferia a solução do Partido Comunista que era a nacionalização" do BES
Jornal de Negócios, 07 Novembro 2014, 08:36

O banqueiro avisou que os bancos podem vir a recorrer à justiça se o prejuízo com o resgate ao BES for elevado. "Provavelmente, se o problema for muito grande, os bancos não têm outro remédio senão litigar com o Estado e o Banco de Portugal".

O BES deveria ter sido nacionalizado quando foi resgatado por 4,9 mil milhões de euros. O Governo português devia ter escolhido esta via para o Banco Espírito Santo devido a ser a mais segura para a banca nacional por não implicar riscos de prejuízos, defende o presidente executivo do BPI.
Na realidade, o que o aflito do BPI está a dizer é simples: nacionalizando o BES, a fatura dos roubos e prejuízos passava toda para o lado do rebanho manso dos contribuintes indígenas. Os portugueses, como se sabe, aguentam tudo o que se lhe põe em cima da albarda — desde que venha do governo, do estado, dos senhores doutores!

Curiosamente os ingleses fizeram o que Ulrich quer que se faça relativamente ao buraco negro do ex-BES. Um dos seus maiores bancos, o famoso Lloyds, foi nacionalizado (temporariamente, claro!) para o que contrataram o nosso rapaz Osório. Sim, nacionalizaram o banco... até que os pacóvios ingleses, escoceses e galeses paguem a fatura dos banksters da City e das ilhas piratas de sua majestade. O povo de lá adora a monarquia...

PS: já perguntei, mas ninguém responde: que negócio fez o secretário-geral da UGT, e funcionário do ex-BES, com o governo, a propósito do emprego e pensões dos trabalhadores do ex-BES? Que paz podre negociaram? Será que ainda não perceberam que se vai saber tudo, e que depois de morto e enterrado o neocorporativismo que tivemos até agora, as contas serão pedidas aos responsáveis? No Triunfo dos Porcos os porcos eram todos iguais, mas havia uns mais iguais que outros. Na democracia populista portuguesa, pelos vistos, houve quem tivesse lido o livro!

sábado, setembro 27, 2014

La cagaron

Novos Brasões de Portugal
©Toyze, 2014


A conspiração contra PPC fracassou. Houve acordo ou alguém foi obrigado a encolher as unhas...


Despesas de representação não precisam de ser declaradas no IRS
Jornal de Negócios. 26 Setembro 2014, 14:11 por Elisabete Miranda

Em síntese, diz Manuel Faustino, antigo director do IRS, e "no quadro da informação e dos dados fornecidos pelo primeiro-ministro", as despesas de representação auferidas não constituiram rendimento nem precisavam de ter sido declaradas. "Não estamos perante rendimentos do próprio", esclarece, acrescentando que "nunca houve no âmbito do IRS quaisquer limites para este tipo de despesas".

Afinal PPC estava bem assessorado e a Tecnoforma meteu a viola no saco. Ninguém quer perder os últimos faisões de Bruxelas. E assim se foi, ao longo do dia 26 de setembro, roendo a corda ao senhor Ricardo, ao senhor Mário, ao senhor Ângelo, e às cagarras do costume que infetam a Assembleia da República de inutildade pastosa.

Legislar sobre o enriquecimento ilícito, sobre conflitos de interesses, sobre grupos de pressão legítimos (lobbying), ou sobre a diminuição do número de deputados para o limiar mínimo previsto na própria lei do parlamento (180) sem prejudicar a representatividade democrática, isso é que não!

Esta democracia populista, corrupta e falida precisa de uma grande varridela. Que virá de uma maneira ou doutra, esperemos que dos mais novos e novas. O caminho menos espinhoso desta lavagem passa, convençam-se do que vos digo, pelo afastamento, dos centros de poder, de quem nos trouxe até à pobreza e vergonha de um país que desperdiçou milhares de milhões de euros a empanturrar cretinos de toda espécie, com caviar, perdizes, pérolas, charutos de Cuba e contas bancárias secretas, na Suíça e nas famosas ilhas piratas de Isabel II.

Por fim, e ainda a propósito da conspiração partidária-financeira para derrubar na secretaria o PM que foi capaz de afrontar o mais temido e pelos vistos mais corrupto grupo financeiro do país, é preciso deixar claro que António José Seguro perdeu uma grande oportunidade de estar calado, ou de mostrar que pode ser líder do que quer que seja. Poderia ter feito a diferença no interrogatório dirigido a Pedro Passos Coelho, mas ladrou como os demais radicais desmiolados, oportunistas e sobre representados das bancadas à sua esquerda (1).

Ainda assim, quem for votar no próximo Domingo não se esqueça que o pior que poderia ocorrer ao PS seria o regresso dos socratinos e dos soaristas ao poder. Já provaram que não prestam.

NOTAS
  1. Há quem afirme a pés juntos que o Cerejo e o resto da imprensa foram municiados com artilharia suficiente para destruir a carreira política de Pedro Passos Coelho nas próximas semanas e meses. Talvez seja assim, mas não estou nada convencido, e passo a explicar a minha conjetura:

    — o blitzkrieg contra o PM foi planeado ao pormenor e tinha como objetivo conseguir a sua demissão antes da chegada da nova missão da Troika e das próximas provas de esforço à indigente banca portuguesa, no próximo mês de outubro ;
    — os beneficiários potenciais deste golpe de estado vão desde Ricardo Salgado a Cavaco Silva, passando por Mário Soares e a corja socratina, pelos cadáveres adiados da dita 'esquerda à esquerda do PS' e até, pasme-se, por António José Seguro, que veria numa inesperada queda deste governo a oportunidade de ouro para atropelar o socratino Costa fosse qual fosse o resultados da eleições primárias de amanhã;
    — todos os principais interessados na destruição política de Passos Coelho, curiosamente ligados ao mais corrupto dos banqueiros indígenas, estão igualmente interessados na destruição política de António José Seguro, pois são ambos considerados cartas fora do baralho da oligarquia política, empresarial e financeira corrupta e incompetente que destruiu o país e quer continuar a fazê-lo;
    — se PPC se tivesse demitido, e se não conseguisse indicar um(a) sucessora) a Cavaco Silva, este entraria em cena recuperando provavelmente uma solução de emergência envolvendo o PS e o PSD, desejavelmente (na perspetiva de Cavaco e da oligarquia do regime) protagonizada por Rui Rio e António Costa. O PP de Portas tornar-se-ia obviamente dispensável e a pequena travessia do deserto até às próximas Legislativas seria eventualmente suficiente para fazer regressar os populares ao táxi.
    — que correu então mal aos conspiradores? Não sabemos, mas um dia se saberá. O episódio da conferência de imprensa da Tecnoforma, depois do debate parlamentar onde Pedro Passos Coelho foi severamente interrogado, é um mistério. Teria a Tecnoforma sido pressionada para realizar uma tarefa que acabou por não executar? Aproveitou esta empresa de vão-de-escada (exemplar típico do que é a economia clandestina dos partidos políticos portugueses) esta oportunidade para negociar com PPC o próximo bolo comunitário, em troca de um esvaziamento do processo desencadeado pela denúncia anónima do tal Vasco? Ou simplesmente teme esta empresa a continuação das investigações e do folhetim mediático? Não sabemos.
    — para um assunto sem relevância criminal alguma, e ainda por cima com provas circunstanciais que acabam de estatelar-se contra a parede das 'despesas de representação', a ambição dos conspiradores foi certamente exagerada, e agora, sobretudo se Seguro ganhar as primárias do PS, Passos Coelho poderá contra-atacar em profundidade até às eleições legislativas, operando a imprescindível limpeza de que o PSD precisa para não colapsar, como colapsou o BES...

terça-feira, setembro 16, 2014

Quem despachou de vez o BES?

A imagem que destruíu todas as veleidades indígenas


O poder indígena deixou de mandar no essencial


O ex-diretor do Público e atual publisher do Observador, José Manuel Fernandes, cometeu no Macroscópio de hoje (uma newsletter diária do mesmo Observador, aliás muito bem pensada) um lapso tipicamente freudiano ao datar erradamente o já célebre artigo do Financial Times, a que JMF chama “análise de fundo do Financial Times”. O artigo do FT não foi publicado na passada sexta-feira, mas sim na passada quinta-feira, dia 11 de setembro. Porque é que este detalhe cronológico é importante? Simples: porque foi a publicação do artigo do Financial Times de quinta-feira, 11 de setembro, repicada pelo Expresso no mesmo dia, e pelo Observador um dia depois, o empurrão, pelos vistos necessário, para levar o titubeante governador do Banco de Portugal a executar a ordem que certamente teria chegado do BCE há já alguns dias, ou semanas (1): vender o BES sem hesitação e depressa, a retalho se for preciso, com os custos sociais —despedimentos— e financeiros inerentes. Foi isto mesmo que Mario Draghi anunciou que se faria aos bancos atolados em dívidas, imparidades, empréstimos incobráveis e outras trapalhadas, em nome, também disse, de uma consolidação bancária à escala europeia. Para tal servirá a próxima ronda de provas de esforço de mais de uma centena de bancos europeus (Reuters).

A polémica tardia causada pela tentativa tosca de Cavaco Silva de sacudir para o governo e para Carlos Costa as suas pesadas responsabilidades no branqueamento da fatal crise do BES tem, aliás, que ver com este timming, e não com o do já longínquo afastamento da família Espírito Santo do banco. Não nos esqueçamos que o chamado Banco Novo continuava, até à demissão de Vítor Bento, sob influência de Ricardo Salgado —através de José Honório—, de Aníbal Cavaco Silva —através  de Vítor Bento—, e da UGT —através do seu secretário-geral e funcionário do BES, Carlos Silva. Todos estes protagonistas estavam unidos num ponto: encanar a perna à rã, ou seja, atrasar a metamorfose da borboleta do Banco Novo muito para além das leis da biologia. Salgado pretendia, até onde lhe fosse possível, evitar ser completamente esmagado pelo terramoto que provocou; Cavaco sabe melhor do que eu até que ponto a Caixa de Pandora em que o BES se transformou pode afetar gravemente a economia (TAP e outras empresas públicas de transportes, EDP, PPPs, etc.), e sobretudo a nomenclatura que ocupou e desfez o país (de que o dominó das dívidas autárquicas e regionais estará em breve na ordem do dia), e ainda, quem sabe, algum negócio mal explicado onde, por exemplo, o seu genro esteve envolvido. Foi o BES que financiou a compra do Pavilhão Atlântico, não foi? E a Portugal Telecom também viria a entrar no negócio, um pouco mais tarde, não foi? Não foi, aliás, o BES de Ricardo Salgado o principal financiador privado da campanha presidencial de Cavaco Silva? Por fim, Carlos Silva e a UGT devem estar neste momento a perguntar onde está a massa do fundo de pensões dos trabalhadores e funcionários da entretanto extinta instituição. Transitou para o Estado? Ninguém perguntou ainda? Ninguém quer saber? Alguém responde?

O sinal mais evidente, para quem acompanha estas coisas, de que o Banco Novo estava condenado, veio da súbita pressa do governo relativamente à privatização da TAP. Findo o verão, a TAP regressará rapidamente aos prejuízos, mas desta vez não há BES. Pelo contrário, a nova administração do banco bom irá provavelmente executar as dívidas de muitos clientes públicos, como, por exemplo, a TAP. Daí a pressa. Só que desta vez a coisa não pode continuar nas mãos do Sérgio das PPP! A opção Lufthansa é seguramente a mais conveniente para o país. Esperemos que Passos Coelho assuma diretamente o comando desta delicadíssima operação — desta vez, sem angolanos, nem brasileiros-colombianos, nem chineses! E quanto à venda do BES, não nos esqueçamos que o BPI não é um banco espanhol, mas português, onde o seu principal parceiro é La Caixa, o resultado da fusão de uma caixa de pensões com uma caixa de aforros, ambas catalãs e que é hoje a terceira maior instituição financeira da Península Ibérica.

As nossas elites continuam em estado de negação, imaginando diariamente que ainda são senhoras da situação. A verdade é que deixaram de o ser no dia em que os salários e vencimentos dos funcionários públicos e o funcionamento do estado em geral passaram a depender do BCE.

Temos que vigiar estas perigosas criaturas de perto!


CRONOLOGIA

Banco Espírito Santo: Family fortunes
Financial Times, September 11, 2014 6:58 pm

Diagrama do FT que destapou de vez a fraude dos Espírito Santo

Bank chief Ricardo Espírito Santo Salgado faces allegations that his group engaged in a fraud

Today, the 70-year-old patriarch of the Espírito Santo family is banned from leaving Portugal as he awaits the outcome of investigations into alleged fraud. The case has shaken faith in Portugal’s regulators, who face tough questions over their failure to prevent what has become one of Europe’s largest financial failures, leaving investors with an estimated €10bn of losses.

[...]

“The fall of the Espírito Santos is effectively the story of Portugal itself,” says one official. “They had too much debt, but they continued to consume.”

Financial documents and interviews with Portuguese officials and company executives reveal a trail of secret offshore financing vehicles stretching from Panama to Luxembourg which comprised a desperate attempt to prop up the ailing Espírito Santo empire before its collapse.

[...]

A BES-owned fund called Espírito Santo Liquidez marketed to its retail clients had grown to become the largest fund in Portugal, holding €1.7bn of debt – consisting almost entirely of short-term commercial paper issued by Rioforte and other ESI companies.


Salgado no “Financial Times” com máscara de Irmão Metralha
Expresso, 21:37 quinta-feira, 11 de setembro de 2014

O financiamento do BES ao GES através do Panamá terá afinal existido desde 2012, revela o "Financial Times", que questiona o papel do Banco de Portugal. Na primeira página, o diário económico mais lido da Europa põe uma imagem do antigo presidente do BES com máscara de vilão.

BES financiou secretamente a ESI através do Panamá, durante dois anos
Observador, sexta-feira, 12/9/2014

O Banco Espírito Santo emprestou dinheiro secretamente à holding, Espírito Santo International (ESI), avançou o Financial Times quinta-feira. Segundo documentos que aquele diário britânico consultou, a operação de financiamento da ESI, que detinha então 25% do banco, durou dois anos e aconteceu através de um pequeno banco no Panamá. O dono desse banco é o Espírito Santo Financial Group.

Equipa de Vítor Bento de saída do Novo Banco
Expresso, 0:00 sábado, 13 de setembro de 2014

O Governador do Banco de Portugal já está a fazer contactos para substituir Vítor Bento, José Honório e João Moreira Rato na administração do Novo Banco. A notícia, surpreendente, é a manchete do Expresso deste sábado.

Os três administradores manifestaram-se várias vezes indisponíveis para liderar um projeto diferente daquele para o qual tinham sido convidados. Carlos Costa quer vender o mais depressa possível, a equipa de Vítor Bento não concorda.

Administração do Novo Banco confirma pedido de demissão
Expresso, 12:51 sábado, 13 de setembro de 2014

“Em face da especulação mediática sobre o assunto, confirmamos que durante esta semana comunicámos ao Fundo de Resolução e ao Banco de Portugal a intenção de renunciar aos cargos desempenhados na Administração do Novo Banco, dando tempo para que pudesse ser preparada uma substituição tranquila”, pode ler-se no comunicado.

Governo reconhece que problemas no BES podem ter impacto na economia
Público, 15/09/2014 - 17:27

O Governo reconhece que os problemas associados à reestruturação do BES poderão ter consequências “sobre a concessão de crédito à economia e, consequentemente, sobre o investimento privado e o crescimento do produto [interno bruto].

Na proposta de Grandes Opções do Plano para 2015 que foi enviada aos parceiros sociais esta segunda-feira, o executivo lembra que os problemas que o banco enfrenta, e que obrigaram a uma intervenção pública, “resultaram, no essencial, da exposição ao Grupo Espírito Santo, não reflectindo, por isso, problemas generalizados na banca nacional.

Passos exige cautela aos ministros no caso BES
Expresso, 18:00 Segunda feira, 15 de setembro de 2014

O impacto da crise do BES no último ano da legislatura foi discutido na reunião do Conselho de Ministros de quinta-feira passada, e o tom foi de apreensão, apurou o Expresso. O próprio Passos Coelho referiu a necessidade de tratar o assunto com grande cautela.

NOTAS
  1. É bem provável que Durão Barroso tenha sido informado, antes do dia 11 de setembro, do desfecho do BES, o que teria motivado a sua declaração de renúncia definitiva a uma candidatura presidencial que todos julgavam adquirida. Sem o BES, que apoiou de forma exclusiva a recandidatura de Cavaco Silva, onde iria Barroso arranjar dinheiro para a campanha? No dia 8 de setembro Durão Barroso falou à BBC e disse que 'I'm not going to run' (BBC/Sapo).

quarta-feira, agosto 13, 2014

Nem Vasco Gonçalves foi tão longe

Vasco Gonçalves, o PM que nacionalizou a banca em 1975


Por vezes confundimos a 'esquerda' com o instinto de sobrevivência do capitalismo

«(...) O BdP deliberou que o Novo Banco vai exigir aos “cônjuges, parentes ou afins em primeiro grau ou terceiro” que comprovem o direito aos fundos depositados que lhes pertencem “efectivamente”. Para isso, serão tidas em conta “as actividades profissionais das pessoas em causa, o seu grau de dependência em relação às pessoas e entidades […], o seu nível de rendimentos e o montante depositado”, esclarece o regulador. Estas provas devem ser documentadas e arquivadas “em termos que permitam o controlo e fiscalização das decisões tomadas”.

Outra das clarificações prende-se com a transferência para o Novo Banco do crédito do BES sobre a Espírito Santo Financial Group garantido pelo “penhor financeiro da Companhia de Seguros Tranquilidade”. Permanecem no BES “todos os direitos de crédito relacionados com o Grupo Espírito Santo (GES), com excepção daqueles que se incluem no perímetro de consolidação do grupo BES e daqueles que estão relacionados com seguradoras supervisionadas pelo Instituto de Seguros de Portugal”. (...)»

Público, 12/08/2014 - 10:30

É por estas e por outras que os burocratas e lobistas da dita 'esquerda' andam completamente às aranhas...

A direita mata e esfola. Que pode fazer a ridícula 'esquerda' do capitalismo de estado, burocrático e proto-fascista em matéria fiscal que temos? Marinho Pinto escusa de vir a correr para Lisboa!

Como há muito escrevemos sobre as consequências inevitáveis do buraco negro da especulação financeira que alimentou, pela via da monetização das dívidas e da expansão monetária, o capitalismo consumista e cada vez mais burocrático do Ocidente, haveria um momento em que os estados agiriam com pata pesada sobre o sistema financeiro. Tal ocorreria, como está a acontecer desde o colapso da Islândia, desde a nacionalização do Lloyds Bank, desde confisco bancário de Chipre, desde o confisco fiscal em curso em França, Itália, Grécia, Espanha, Portugal, etc., e desde a execução do BES, quando a ameaça social sobre a estabilidade sistémica dos regimes demo-populistas ultrapassasse um certo limiar. Ultrapassou.

Ao contrário dos tempos do explosivo e expansionista capitalismo industrial, que viu desenvolver os socialismos revolucionários de que a indigente esquerda atual é a herdeira oportunista em fim de linha, as correções do sistema são agora operadas por quem está no poder. Tanto faz ser um governo pseudo 'social-democrata', um governo pseudo 'liberal' ou outra coisa informe qualquer.

Vivemos num mundo complexo em transição para sociedades cognitivas avançadas que terão que mudar, de alto abaixo, o perfil cultural da economia.

O desperdício nas sociedades consumistas, burocráticas e paternalistas atuais (tanto faz serem dirigidas por 'socialistas' ou 'neoliberais') é imenso e completamente insustentável. Provavelmete teremos que caminhar mais depressa do que se supunha para uma espécie de sociedade de recursos mínimos garantidos (social flat rate society— I would say it in English) onde todas as pessoas tenham acesso gratuito, sem exceção, a recursos e consumos mínimos monitorizados — abrigo, água, alimentos, energia, transportes sociais, e realidade aumentada: tele-estado, tele-trabalho, tele-economia, tele-finanças, tele-medicina, tele-aprendizagem contínua —as palavras 'educação' e 'formação' devem ser abolidas pela sua natureza intrinsecamente paternalista e autoritária—, e tele-cultura.

Garantindo-se estes mínimos per capita, que serão calibrados diferentemente consoante os indíviduos vivam predominantemente em ambientes rurais ou urbanos, e consoante também o PIB per capita de cada país e região, desenvolver-se-ão naturalmente dois novos setores sociais: o setor coopetitivo de mercado e o setor voluntário. Dou-vos um exemplo: neste blogue escrevi voluntariamente e sem remuneração, até hoje, 1638 textos. O facto de não ter sido remunerado por este trabalho não significa que o mesmo não tenha sido realizado, ou que não contribua para o PIB nacional, ou para o setor de exportação de bens intangíveis. Alguém sabe como calcular este valor? Pois, é preciso fazer uma revolução teórica na economia!

Neste ambiente para onde caminham as sociedades avançadas, nem tudo está definido à partida. Deus não existe. Logo, a opção será entre sociedades baseadas na liberdade, na leveza institucional e na transparência, e sociedades neo-fascistas disfarçadas de democracias justiceiras com sucessivas camadas de adoçante populista e uma total manipulação das massas.  Qual queremos?

A dicotomia 'esquerda'/'direita' é uma ilusão do passado, como bem o demonstra a execução do BES.

Ou pensamos fora da caixa (ver diagrama), ou morreremos todos sufocados pelo situacionismo oportunista.

Parece pouco, mas é a única revolução por vir.


ANEXO: DIAGRAMA DA NOVA ECONOMIA


Atualização: 13/8/2014, 12:41 WET

terça-feira, agosto 12, 2014

A execução do BES


União Europeia é um grande avião sem motores... ou era!


Talvez fosse bom ouvir Elisa Ferreira (PS) sobre a União Bancária e olhar concomitantemente para o primeiro grande teste em curso chamado EXECUÇÃO DO BES! Não deixa de ser extraordinária a ignorância da bicha interminável de economeses que se têm pronunciado nas televisões e nos jornais sobre o bail-in do BES. Tem sido uma pobreza franciscana. Tal como os banqueiros apanhados com as calças na mão, parecem acabados de chegar de outro planeta. Um planeta onde o acrónimo SRM, ou, em português, MUR, ainda é desconhecido. Das duas uma, ou os nossos analistas e economeses são uma cambada de analfabetos a quem deveriam ser retirados os diplomas, assim como se pode retirar uma licença de condução a quem circula invariavelmente na faixa errada das autoestradas, ou então não passam de serviçais de goverantes e de banqueiros, sempre a rastejar por uma pensão de reforma mais ou menos reluzente.

Elisa Ferreira, que certamente António José Seguro ouviu antes de calibrar a posição cautelosa que veio a tomar durante o colapso ordenado do BES, refere-se à União Europeia como um grande planador sem motores (a big airplane without an engine). Ora um desses motores vem já aí e chama-se União Bancária. A partir de 1 de janeiro de 2015 a supervisão dos grandes bancos passa diretamete para o BCE, e a supervisão dos pequenos bancos mantem-se nos reguladores indígenas dos vários países da UE, mas sob coordenação direta do BCE. Capiche?

Mesmo antes de a nova supervisão bancária europeia ter entrado formalmente em funções, a execução do BES demonstrou que o Mecanismo Único de Resolução (MUR), mesmo antes de entrar legalmente em vigor, o que só acontecerá em 1 de janeiro de 2016, já mexe. Ó se mexe!

O BES andou o tempo todo a fugir com o rabo à seringa, e a patrocinar, à direita e à esquerda, os defensores no 'não pagamos', da dita reestruturação da dívida, da saída de Portugal do euro —sem pagar, claro— e até um governo reforçado do Bloco Central da Corrupção, para aguentar o embate da descolagem que defenderam de forma alarve e oportunista. É que tanto o BES e colegas da mesma confraria, como o Bloco de Esquerda de Francisco Louçã e Fazenda, tinham muito e continuam a ter muito a perder com o fim do protecionismo neo-corporativo e partidocrata que atirou o país ao lixo.

A tentativa derradeira de contrapor ao MUR uma Resolução Bancária Sistémica (RBS), cuja autoria foi narcisisticamente gritada aos quatro cantos por Francisco Louçã em artigo impresso pelo Público, e aqui comentado, não pode, pois, deixar de soar a cana rachada. Então não é que a autoritas da RBS é a própria América! Segundo Louçã: “Essa resolução bancária sistémica segue o modelo utilizado nos Estados Unidos pela instituição responsável, o FDIC, que o aplicou entre 2007 e 2013 em 505 bancos.”

Um amigo meu que trabalha numa grande consultora financeira, e que um dia recebeu em Londres alguns banqueiros vindos de Portugal, confessou-me: “António, não sabia onde havia de me meter! A pesporrência das criaturas era proporcional à sua crassa ignorância e esperteza saloia. Ficámos todos com uma péssima impressão sobre a famosa e seguríssima banca portuguesa.”

Valha-nos a Elisa Ferreia que ainda é do PS e trabalhou mais pelos depositantes do BES no último ano do que a corja rendeira e devorista indígena, da banca ao parlamento, alguma vez imaginou.

Entretanto...

«(...) O BdP deliberou que o Novo Banco vai exigir aos “cônjuges, parentes ou afins em primeiro grau ou terceiro” que comprovem o direito aos fundos depositados que lhes pertencem “efectivamente”. Para isso, serão tidas em conta “as actividades profissionais das pessoas em causa, o seu grau de dependência em relação às pessoas e entidades […], o seu nível de rendimentos e o montante depositado”, esclarece o regulador. Estas provas devem ser documentadas e arquivadas “em termos que permitam o controlo e fiscalização das decisões tomadas”.

Outra das clarificações prende-se com a transferência para o Novo Banco do crédito do BES sobre a Espírito Santo Financial Group garantido pelo “penhor financeiro da Companhia de Seguros Tranquilidade”. Permanecem no BES “todos os direitos de crédito relacionados com o Grupo Espírito Santo (GES), com excepção daqueles que se incluem no perímetro de consolidação do grupo BES e daqueles que estão relacionados com seguradoras supervisionadas pelo Instituto de Seguros de Portugal”. (...)»

Público, 12/08/2014 - 10:30

Nem o Vasco Gonçalves foi tão longe!

É por isso que os burocratas e lobistas da dita 'esquerda' andam completamente às aranhas...
A direita mata e esfola. Que pode fazer a ridícula 'esquerda' do capitalismo de estado, burocrático e proto-fascista em matéria fiscal que temos? O Marinho Pinto escusa de vir a correr para Lisboa!

Como há muito escrevemos sobre as consequências inevitáveis do buraco negro da especulação financeira que alimentou, pela via da monetização das dívidas e da expansão monetária, o capitalismo consumista e cada vez mais burocrático do Ocidente, haveria um momento em que os estado agiriam com pata pesada sobre o sistema financeiro. Tal ocorreria, como está a acontecer desde o colapso da islândia, desde a nacionalização do Lloyds Bank, desde confisco de Chipre, e desde a execução do BES, quando a ameaça social sobre estabilidade sistémica dos regime demo-populistas fosse seriamente ameaçada. Ao contrário dos tempo do explosivo e expansionsita capitalismo industril, que viu desenvolver os socialismos revolucionários de que a indigente esquerda atual é a herdeira oportunista em fim de linha, as correções do sistema são operadas por quem está no poder. Tanto ser um governo pseudo 'social-democrata', um governo pseudo 'liberal' ou outra coisa informe qualquer.

Vivemos num mundo complexo em transição para sociedades cognitivas avançadas que terão que mudar de alto abaixo o perfil cultural da economia. O desperdício das sociedades burocráticas e paternalistas atuais (tanto faz serem dirigidas por 'socialistas' ou 'neolierais') é imenso e já é completamente insustentável. Provavelmete teremos que caminhar mais depressa do que se supunha para ma espécie de social flat rate society, onde as pessoas tenham todas, sem exceção, direito a consumos mínimos de alimentos, energia, água e realidade aumentada (ou seja: tele-estado, tele-trabalho, tele-economia, tele-finanças, tele-medicina, tele-aprendizagem contínua —as palavras 'educação' e 'formaçã' devem ser abolidas pela sua natureza intrinsecamente paternalista e autoritária—, e tele-cultura.) Garantido estes mínimos per capita, desenvolver-se-ão naturalmente dois novos setores sociais: o setor coopetivito de mercado e o setor voluntário. Parece pouco, mas é a única verdadeira revolução por vir.

Atualização: 13/8/2014, 09:31

segunda-feira, agosto 11, 2014

BES: o golpe de coelho veio de Frankfurt

Graffiti retratando a chanceler alemã, Angela Merkel, e uma pichagem onde se lê "o dinheiro mata a moral' pulverizada sobre uma vedação do estaleiro de obras da nova sede do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt (Reuters)

Pelos vistos, sem um empurrão a coisa não andava


Foi o BCE quem deu as duas machadas fatais no BES. O resto são tretas e prejuízos criados pelos donos sem vergonha de um regime falido chamado Portugal.

BCE obrigou BES a devolver 10 mil milhões em três dias
A informação consta de uma ata da reunião extraordinária do Conselho de Administração do Banco de Portugal, realizada no exato dia em que foi anunciado o fim do BES.
Expresso, 10-08-2014

Desde que o Luxemburgo iniciou a investigação judicial ao esquema Ponzi do BES, coisa que as autoridades portuguesas se esqueceram de fazer, que a contagem decrescente do BES começou.

Pelos vistos, coube ao BCE —no dia 1 de agosto, Sexta Feira—as duas decisões cruciais que acabariam por levar as autoridades indígenas a fechar uma das principais lojas do regime:
  • suspender o acesso do BES às operações monetárias, 
  • exigindo ao mesmo tempo que o BES devolvesse, até dia 4 de agosto, os 10 mM€ que (Victor Bento?) pedira emprestado à instituição dirigida por Mario Draghi.
Foi assim que o BES finalmente implodiu, deixando muita gente distraída ou aventureira apeada.

Se é verdade que Victor Bento pediu 10mM€, seja para prolongar a agonia do BES, seja para ver passar os vinte dias legais (19/8/2014) sobre a data de publicação do regulamento da resolução bancária aprovado pelo Parlamento Europeu no dia 15 de julho de 2014, e publicado no Jornal Oficial da União Europeia no dia 30 de julho, o certo é que o BCE adiantou o calendário, porventura com receio de que a situação ficasse fora de controlo. Recorreu-se, pois, ao Mecanismo Único de Resolução, 20 dias depois da sua aprovação, ou seja, no dia 4 de agosto, mas não vinte dias depois da data da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia. Talvez por isto mesmo Carlos Costa tivesse que esperar pelas zero horas de Bruxelas para anunciar a decisão do Banco de Portugal. A sua comunicação, anunciada para as 22:30 de Domingo, e depois 22:45, horas de Lisboa, só ocorreu às 23:15, ou seja, às 00:15 de Segunda Feira, 4 de agosto, em Bruxelas e Frankfurt.

O que diz Marcelo

«Informação privilegiada para acionistas do BES terá partido de Bruxelas»

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou, este domingo, que três fundos internacionais ganharam, em apenas 42 minutos, 53 milhões de euros com a transação de ações do BES só num dia.

No comentário semanal no «Jornal das 8» da TVI, o antigo líder do PSD admitiu que a informação privilegiada possa ter partido de Bruxelas e disse que a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deve e está a investigar. TVI, 2014-08-10.

O alerta foi adiantado por nós em primeira mão...

OAM: 1/8/2014 19:32 — Foi no dia 15 de julho que a Goldman Sachs, a Desco e a Baupost fizeram grandes compras de ações do BES, adquirindo até participações de referência (mais de 2%). Terá a GS previsto que o mecanismo iria ser usado no BES? Apostou na continuidade de um BES resgatado? Não imaginou que se pudesse criar um Banco Novo, e que o BES fosse parar ao lixo? Talvez Carlos Moedas nos possa esclarecer. Em todo o caso, a GS vendeu parte substancial destas ações no dia 23 de julho... coisa que só ficámos a saber no dia 1 de agosto. No mínimo, intrigante.

OAM: 4/8/2014 23:18 — A primeira pergunta que tenho para Vítor Bento é esta: não soube no dia 23 de julho que a Goldman Sachs se desfizera da participação qualificada adquirida a 15 do mesmo mês? Se sabia, porque não esclareceu a opinião pública, os investidores e os clientes do BES? Segunda pergunta: em que posição estão a Desco e a Baupost? Continuam a ter participações de referência, ou também venderam, total ou parcialmente, as ações adquiridas. E se venderam, quando foi? A 23 de julho, ou depois desta data? Quando? Em que dia? A que hora, minuto e segundo?!


Data de publicação: 11-08-2014 01:57 WET
Atualização: 11-08-2014 12:45 WET