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domingo, janeiro 09, 2022

2022 - primeira semana

Foto: Todenhoff. "Uyghur girl", 2005


Cazaquistão

Cazaquistão: as guerras da energia (e de recursos naturais em geral) voltam a fazer vítimas. No caso, poderá ser o início de novas brechas inesperadas no antigo bloco conhecido por URSS (nas suas atuais margens independentes da Rússia—desta vez a leste, em plena Ásia central). Neste caso ainda, por ser um gigantesco país entre a Rússia e a China, dominantemente muçulmano, estes movimentos tectónicos no centro da Eurásia irão certamente aumentar de frequência e intensidade... De momento, Pequim apoia Moscovo na repressão em curso. Veremos as sequelas da chacina destes dias...

Segundo a Reseau Voltaire (uma rede informação alternativa pró-iraniana dirigida por Thierry Meyssan), a rebelião em curso no Cazaquistão não será mais uma maquinação americana e inglesa, mas antes uma ofensiva jiadista. Acontece que os muçulmanos representam 75% da população do país, da qual, mais de 200 mil são Uigures. 68,5% são cazaques. A Rússia que continua a dominar a elite do Cazaquistão, quer retomar o controlo total do país. No fundo, a Rússia quer regressar à União Soviética sem sovietes, nem socialismo. Má ideia! O que lhe aconteceu quando se meteu com o Afeganistão ocorrerá também no Cazaquistão: acabará por ser expulsa daquele gigantesco e despovoado país: apenas 18,7 milhões de habitantes num território com mais de metade da superfície da União Europeia. A China apoia a Rússia nesta tentativa desesperada (mas condenada ao fracasso no médio longo prazo) de esmagar os muçulmanos do Cazaquistão, pois a chamada minoria Uigur existe não apenas no Cazaquistão, mas sobretudo na China (a maior comunidade: 12,8 milhões), e ainda no Quirguistão, no Uzbequistão, na Turquia, no Tajiquistão, e até na própria Rússia (embora sem expressão demográfica, pois serão pouco mais de 3600). Ou seja, não é uma minoria...mas uma questão de tempo.

O vírus que poderá acabar com o voo imperial do senhor Xi 

O resto da Ásia teme a falta de exposição e portanto de imunidade da população chinesa à variante Omicron do Corona vírus que entretanto correu o planeta. Quando a Europa, a América e boa parte da Ásia tiverem já passado da fase epidémica à fase endémica da COVID19, na China poderá ocorrer a propagação epidémica do Omicon (CNN). As consequências podem ser desastrosas para a China e para o senhor Xi, mas também para a economia e a política mundiais.

Ruído insuportável da ciência

O problema da ciência e dos especialistas nos tempos que correm é que não respeitam os critérios básicos das ciências, nem a sua esperada ética. Tudo vale para garantir o financiamento do próximo projecto inútil, sem o qual os ditos cientistas vão parar ao desemprego e as suas empresas e/ou instituições correm o risco de fechar.. No caso da COVID (nascida de, ou que provocou, um ensaio de guerra biológica global?), a par deste escândalo das máscaras, um outro rebentou na Irlanda, com uma importação de testes antigénios da China que comprovadamente fazem disparar o número de falsos positivos! Quem verifica a qualidade e fiabilidade dos testes COVID?

Uma farsa burocrática chamada UE

Aviões europeus viajam milhares de horas vazios (ler aqui) só para não perderem as respetivas faixas horárias nos aeroportos da União Europeia. Absurdo e completamente à revelia da propaganda ecológica!

Eleições à portuguesa

O COPCON prendia gente, mas o PS estraga negócios, impede carreiras, não deixa aparecer na televisão—Rui Ramos (Observador)

Bem visto, mas... Rui Ramos esquece o essencial: salvo no norte do país, onde sempre existiu uma certa autonomia burguesa (comercial) e popular (autárquica), o país saído da revolução de 1383-1385 é o mesmo de hoje: clientelar, onde todos, empresas e povo, partilham parcimoniosamente (com grande desigualdade, diga-se) a muita ou pouca riqueza fiscal comum. Daí que o país seja, e tenha sido sempre, e ao mesmo tempo, devoto do paganismo e do estado paternal cristão. Daí, portanto, que no centro do conservadorismo geral esteja a virtude. Até o André Ventura percebeu isto. De momento, o povo, que continua ignorante e apolítico, vota no centro—mesmo os que se abstêem! Mas quando o pão faltar na mesa, votarão, como sempre fizeram, com os pés, no salvador que aparecer, de direita, claro.

Uma questão de regime

O debate das ideias mudou-se para as redes sociais. Os jornais e as televisões transformaram-se em megafones das agendas do poder, em parte porque são empresas clientes do Estado (Eco/TVI/CNN indígena, por exemplo), falidas (SIC/Expresso), ou propriamente do Estado clientelar e terceiro-mundista que temos (RTP/RDP, pagas através das nossas faturas de eletricidade). A netcast não é um aluvião, como é a média tradicional (broadcast). Na Internet é ainda possível dialogar e escolher as fontes e as parcerias para discutir ideias e divergências. Na enxurrada dos telejornais e dos comentadores de serviço ao serviço do poder e das clientelas, não (com uma ou outra honrosa exceção). Por isso vos recomendo as reflexões amadurecidas do Joaquim Ventura Leite (na sua conta no Facebook) sobre o processo eleitoral em curso. Já agora, também eu considero que o pior que poderia acontecer nas próximas eleições seria uma maioria de António Costa, representante de um poder velho, corrupto e que, na sua infinita incompetência e arrogância, apenas poderá continuar a empurrar o país para o colapso. O que se está a passar na TAP, mas também no SNS, e na Segurança Social, são três antevisões do estado não só falido, mas também falhado, para que Portugal caminha se os seus cidadãos não se tornarem mais exigentes.

Esta caminhada para o abismo é sobretudo fruto de uma esquerda irresponsável que enfarda as suas elites de benefícios, vendendo ao mesmo tempo sonhos que não passam de retórica populista aos seus empobrecidos, distraídos e impotentes, eleitores. A direita, por sua vez, continua prisioneira da pequenez da burguesia indígena que a sustenta. Não será fácil retirar este país do buraco para o qual foi empurrado. Trará o pragmatismo de Rui Rio, se for o próximo PM, alguma esperança aos portugueses? Só provando... A Geringonça foi uma desgraça, disfarçada pela expansão monetária do BCE, pela dívida pública e pela propaganda constante do governo. Mas a União Europeia está numa encruzilhada perigosa. Para muitos analistas já começou a desfazer-se. Se assim for, sem este Deus que nos acudiu nas horas difíceis, que faremos?

Europa pós-Brexit

Enquanto a geringonça alemã abana antes mesmo de começar, Macron (ler aqui) define um eixo estratégico lógico e fundamental para o futuro da Europa: África! Os liberais apressados que em Portugal atiram pedras à TAP (em vez de tentarem compreender a necessidade de salvar esta companhia estratégica, nomeadamente dos predadores indígenas), e a polémica inquinada sobre o putativo direito de precedência de Grada Kilomba, escritora portuguesa que vive e trabalha (e paga impostos, suponho) na Alemanha, num concurso para a representação portuguesa na próxima bienal de arte de Veneza, revelam o atraso cultural, quer dos nossos políticos, quer dos nossos artistas, na compreensão das mudanças em curso. Para evitarmos pagar o preço de mais uma década de maniqueísmo provinciano (e de proteção de um status quo esgotado e falido) teremos que ser mais rigorosos no estudo das questões que nos envolvem, tendo a coragem de as discutir abertamente.

Do sublime

O sentimento sublime é, por definição, traiçoeiro e nasce de uma vertigem dos sentidos que se comunica à mente exibindo a sua pequenez e insignificância temporal. Como tal, é uma das modalidades possíveis do reconhecimento da morte, em registo espasmódico, numa mistura estranha de admiração, espanto e terror. A suposição da existência de uma raça superior é uma das manifestações possíveis, embora funestas, do sentimento sublime (Albert Speer, Carl Schmitt, Zarah Leander, Leni Riefenstahl...). Este simples exemplo serve, porém, para nos precaver contra os perigos desta zona do pensamento e da vida. Quase sempre a representação sublime em arte serve uma ou outra forma de ilusão e manipulação do homem comum, seja na religião, ou na política. Para além das narrativas, das representações, das figurações e do agenciamento, o que é específico da arte e lhe garante a persistência enquanto companheira da humanidade é a sua intrínseca qualidade, isto é, a capacidade de dar a ver e sentir a unidade entre forma e conteúdo na sua máxima extensão e presença. O valor intrínseco da obra de Caspar David Friedrich não reside na personalidade do artista, nem nas suas ideias ou modas culturais, mas nas suas pinturas—antes, durante e depois de toda a informação e crítica que sobre as mesmas incidam.

Escravatura e escravidão

Onde há produção e produtividade há inflação, exploração acrescida, corrupção e luta de classes. São os paraísos da luta operária e dos sindicatos, que conduzem à melhoria das condições de vida dos assalariados, até perderem o emprego. À medida que nos países ocidentais as classes médias que transitaram do campo e da indústria para o setor de serviços empobrecem, a pressão sobre os preços dos produtos manufaturados na Ásia, na América Latina e em África, aumenta, e o capital voa em busca de salários mais baixos, permitindo paradoxalmente o crescimento económico nas regiões mais deprimidas do planeta. O Bangladesh, pagando 20 euros/ mês nas empresas têxteis, é porventura o último El Dorado da produção têxtil mundial. Mas não por muito tempo... A roupa barata que encontramos em muitas das nossas lojas de pronto a vestir, já não vem da China (ver aqui), nem sequer do Vietname ou do Cambodja, mas da antiga Bengala, onde os portugueses estiveram mais de um século (1523-1666), e à qual regressaram neste século 21 para produzir roupa de moda barata. Em vez de rasgarmos intelectualmente as vestes pelas maldades feitas pelos nossos tetravós, ou pior ainda, vender tais memórias, editadas à pressa em universidades de massas, por bom preço e à sombra de agendas que a maioria dos doutorados e pós-doutorados nem chegam verdadeiramente a perceber, precisamos mesmo de estudar a próxima curva da lógica inexorável do capital. Como extrair o máximo rendimento dos fatores de produção, quando todos estes fatores deixaram ou estão a deixar rapidamente de serem baratos, e o crescimento demográfico exponencial parou, e o endividamento entrou numa espiral incontrolável?

Nem direita, nem esquerda. No meio...

O Livre elegeu e deixou fugir o único deputado a quem o eleitorado deu votos suficientes e identificados com o partido fundado por Rui Tavares. Na realidade, foi uma deputada, de nome Joacine Katar Moreira, que em poucos dias abandonou o Livre e transformou o seu assento parlamentar numa tribuna da ‘interseccionalidade’. A senhora deputada não criou, entretanto, nenhum movimento partidário (interseccionalista), ao contrário do que parecia ser uma consequência lógica da sua ação política e cultural. Talvez por isso, o PS e a imprensa indígena voltaram a transportar o simpático líder do Livre aos ombros. A ideia hoje é a mesma de há seis anos atrás: parir um partido-pendura do PS que evite a dependência deste do PCP e do Bloco. António Costa percebeu que tal ideia não passa hoje de uma quimera algo idiota. O Livre não vai eleger ninguém nas próximas eleições. E é por isso que António Costa pensa bem: ou consegue uma maioria absoluta ou passa a bola a Rui Rio. Até porque as novidades que nos esperam em 31 de janeiro chamam-se Chega, Iniciativa Liberal, a vitória do PSD, ou... um golpe de estado...

A TAP não é uma questão ideológica!

Mais um comentador interessado que escreve sem saber do que fala (ler aqui). Um dos problemas aparentemente insolúveis do país é a falta de estudo e compreensão dos problemas. Outro é o pântano ideológico onde esquerda e direita chafurdam alegremente.

Há uma maneira fácil de perceber a posição da DG COMP. Basta seguir o cheiro do dinheiro, que inclui essencialmente quatro pistas:

1) a mais recente é a da compra de meia centena de aeronaves à Airbus durante a administração de David Neeleman. Jamais franceses e alemães autorizariam um país corrupto e falido como Portugal deixar de honrar as suas responsabilidades para com a maior empresa industrial europeia;

2) outra, continua a ser a que envolve os interesses imobiliários, quer na desejada venda dos terrenos da Portela, quer nas aquisições relacionadas com um futuro aeroporto na Margem Sul;

3) a terceira, por sua vez, resume-se à aquisição da ex-VEM (da ex-Varig) para o universo TAP, ao tempo da tríade de Macau, a qual viria a transformar-se num centro de custos e de corrupção escandaloso, mas sempre abafado dos olhares indígenas, até hoje;

4) finalmente, a centralidade aeroportuária de Lisboa enquanto mercado natural de passagem de passageiros e mercadorias no Atlântico, com dois mercados demograficamente muito apetecíveis: a América Latina (de que a fatia hispânica já se encontra dominada pela IAG, i.e. British Airways e Iberia) e África.

Reduzir esta discussão a mais um campeonato de ideologias serôdias não passa de ingenuidade, idiotia teórica ou tentativa de manipulação dos indígenas.

Agonia da imprensa local

A velha imprensa portuguesa faliu (ler aqui) por falta de visão e excesso de dependência política. Hoje não passa de uma câmara de eco das agências de comunicação do Estado (governo, presidência da república, municípios), de algumas empresas e dos grupos de interesse que controlam o país. Já ninguém compra jornais, salvos algumas almas penadas em vias de extinção. Porque continuamos então a financiar o plantio de eucaliptos para pasta de papel?

Bactérias e vírus mortais ao longo da história

Bactérias

1. Peste de Justiniano (bubónica?), 541 A.D. (Europa, África, Ásia; mortos: +25 milhões)

2a. Peste Negra (bubónica, septicémica, pneumónica), 1347-1353 (auge) até 1671 (Europa; mortos: 74-200 milhões - metade da população europeia)

2b. Peste Italiana (bubónica), 1629-31 (mortos: +322 mil)

2c. Grande Peste de Londres, 1665-1666 (mortos: 70 a 100 mil)

5. Grande Peste de Marselha. 1720-1722 (mortos: ~100 mil)

6. Terceira pandemia de peste, 1855-1859 (mortos: +15 milhões)

Vírus 

1. Gripe Espanhola (vírus influenza), 1918-1920 (infetados: 500 milhões; mortos: 17 a 100 milhões; taxa mortalidade: 2-3%)

2. COVID-19 (coronavírus da síndrome respiratória aguda grave - SARS-COV-2), 2019-202? (infetados (2/1/2022): 286 398 720; mortos: 5 428 350; taxa de mortalidade: 0,0687%)

População Mundial

541: 198 milhões

1855: 1200 milhões

1918: 1800 milhões

2022: 7900 milhões

Apesar do impacto estatístico da COVID-19 ser muito inferior ao das pandemias e epidemias anteriores, o seu impacto económico-social e cultural mundial é gigantesco. Ainda não se fez um balanço circunstanciado dos estragos.

quarta-feira, agosto 25, 2021

O fim da TAP está próximo


O presidente da companhia aérea Ryanair acusou esta terça-feira a TAP de bloquear slots no aeroporto de Lisboa, impedindo o crescimento de outras companhias aéreas, e anunciou o lançamento de 26 novas rotas desde Portugal para o inverno.


A propósito da moribunda TAP, uma afirmação lúcida do Cmdt. Pereira Coutinho:

“Não há empresas estratégicas em Portugal, há sectores estratégicos, como é o caso do sector aéreo, que deve assegurar a acessibilidade aérea competitiva a Portugal, tanto no transporte de passageiros, como na carga aérea.”

Ou seja, não importa quem transporta pessoas e cargas, mas sim que o país seja uma boa plataforma de transporte. Sendo a aviação um dos setores industriais e comerciais mais competitivos e com maior intensidade de capital intensivo do planeta, atravessando há mais de vinte anos, por um lado, um processo de concentração em grandes grupos (Lufthansa Group, Ryanair, IAG, Air France – KLM Group, easyJet, Turkish Airlines Group, Aeroflot Group; onde fica a TAP neste processo?), e por outro, claras mudanças de paradigma (Low Cost), extraordinário seria que a TAP pudesse escapar ao novo condicionalismo. Deveria ter agido a tempo, quer na manutenção das suas ligações estratégicas às Américas e a África, quer na criação de uma TAP Europa, com ligações ponto-a-ponto e lógicas de produtividade em linha com as companhias Low Cost.

Os piratas da tríade de Macau, e a turma de piratas do BES, deram cabo da TAP. António Costa lança, entretanto, a despesa do assalto e da ideologia, no orçamento da dívida portuguesa.

O buraco negro da TAP é superior a QUATRO MIL MILHÕES DE EUROS (4 Pontes Vasco da Gama!). A tesouraria deverá estar a zeros depois dos pagamentos deste verão ao pessoal. Haverá, depois deste crime partidário, quem queira herdar a TAP? O gajo da Ryanair diz que nem dada! Uma empresa que dá prejuízo há 28 anos consecutivos, e na qual os contribuintes metem dinheiro de cinco em cinco anos, não é uma empresa, é um centro de custos que beneficia muito poucos e que a inculta e distraída manada paga e não bufa.

PS: o falido Expresso, que certamente não recebe publicidade da Ryanair, mas sim da TAP, lá teve que voltar a insinuar que a Ryanair recebe apoios do Estado português. Uma fake news mais do que esclarecida.

segunda-feira, dezembro 14, 2020

O bomba H da Geringonça


O projeto para a produção de hidrogénio deste governo e da EDP é um crime da ordem de grandeza do que foi cometido por José Sócrates e a mesma EDP nos contratos de implementação das energias eólica e solar no nosso país quando estas tecnologias eram demasiado ineficientes e caras. 

Os portugueses estão há décadas a empobrecer, incapazes de vencerem o fosso que os separa já da esmagadora maioria dos países da União Europeia. As rendas escandalosas das PPP rodoviárias, as rendas do assalto levado a cabo pelos piratas da EDP e das ditas energias verdes, e agora as rendas previsíveis (e escondidas) desta impraticável aposta no hidrogénio são uma das principais causas da ruína do país e, num prazo não muito longo, do colapso à vista do regime, e pior do que isso, da nossa frágil e capturada democracia.

Vale pois a pena ouvir este painel de especialistas sobre o tema explosivo do hidrogénio!

O próximo buraco negro? 

Percebi desta conversa quatro ideias de fundo:

1) O plano do PS (tríade de Macau) e do PSD (Barroso, Arnaut, Goldman) é inviável e deverá cair antes de se tornar irreversível. Trata-se do maior e mais perigoso elefante branco que a EDP impingiu aos piratas do PS e do PSD. É, na realidade, um caso de polícia. Mas para parar esta enormidade não basta esperar que os factos nos dêem razão. Teremos, isso sim, que questionar, sem dar a menor trégua, o rapaz do brinco, o ministro do fascismo ambiental, e António Costa.

2) A eletricidade vai ter um enorme aumento no mix energético ao longo desta década e das duas próximas, sobretudo porque vai entrar em força no sector dos transportes, nomeadamente automóvel, ainda que aqui se esperem novidades importantes nas próximas duas décadas, com a emergência dos chamados combustíveis sintéticos renováveis, com origem em água, eletricidade renovável e CO2 sequestrado (por exemplo de uma unidade de produção de fertilizantes). Ou seja, não teremos 100% de carros elétricos movidos a bateria (com a poluição astronómica que esta hipótese representaria para o ambiente, a par da extração de terras raras em áreas protegidas do país), mas sim 0% de carros movidos a células de hidrogénio (o que inviabilizará toda a loucura congeminada para Sines) e ainda, muito provavelmente, 70 a 80% de automóveis, camiões e navios movidos a combustíveis convencionais purificadas e, noutro campeonato, a combustíveis sintéticos renováveis, também conhecidos por E-diesel.

3) A biomassa é o nosso maior fator de competitividade energética (e também de contenção dos fogos florestais), a par das energias hidroeléctricas, solar e eólicas — estas últimas, porém, só depois de pago a excesso de custo causado pelo pioneirismo gangster dos senhores Pimenta e quejandos.

4) Apostar em unidades de exploração e desenvolvimento de células de hidrogénio é recomendável, mas o projeto megalómano dos avençados da sinoEDP é um crime da ordem de grandeza dos que foram cometidos no plano de barragens e as feed-in tariffs do Sócrates, BES e companhia.

KEYWORDS: Syngas, Synthetic fuel, E-dieselAudi e-diesel and e-ethanol

terça-feira, maio 05, 2020

O vírus da guerra


Mike Pompeo.
Foto: Andrew Harnik-AFPA cropped)

“Se não fossem os vírus e a sua acção, o homem ainda grunhiria e andaria de 4 patas no chão” — António Horta-Marques.


Secretary of State Mike Pompeo is the latest high-ranking US official to claim the coronavirus pandemic originated in a Chinese lab.

“There is enormous evidence that this is where it began,” the US secretary of state said on ABC’s “This Week.”

“These are not the first times that we’ve had a world exposed to viruses as a result of failures in a Chinese lab,” Pompeo added, pointing at China’s “history of running substandard laboratories.”
“We can confirm that the Chinese communist party did all that it could to make sure the world didn’t learn in a timely fashion about was taking place,” 
Mike Pompeo: U.S. President Donald Trump is “very clear: we’re going to hold those responsible, accountable. We’ll do so on a timeline that is ours.” 

O ‘casus belli’ está montado. Agora só falta saber como se vai desenrolar o resto da guerra.

Em breve os europeus terão que tomar posição. Desde logo a Alemanha. A França já tomou. Temo pelo que possa ocorrer na península ibérica, gerida atualmente por duas geringonças oportunistas de esquerda e extrema esquerda.

Quando Trump diz que não há evidência de que o novo Corona vírus que escapou do laboratório biológico de nível IV sediado em Wuhan seja uma manipulação genética, diz a verdade. Que o vírus seja natural, também é verdade. Mas não é isto que está em causa. O que provavelmente terá ocorrido foi uma fuga, acidental, ou intencional, de um novo Corona vírus que vinha sendo ‘treinado’ (a tecnologia chama chama-se Gain of Function—GoF) no mencionado laboratório para saltar do morcego para o furão..., e deste para os seres humanos! Pensa-se, até, que esta investigação foi financiada com mais de 7 milhões de dólares pelo famigerado Fauci, durante a presidência de Barack Obama, como forma de contornar a interdição legal da realização de programas de investigação GoF nos Estados Unidos, entre 2014 e 2017.

Da pandemia plantada


Furão, animal muito usado em experiências de zoonósis e de Gain of Function laboratoriais


O pico já passou e o surto também. Continuar a forçar o distanciamento social e as máscaras são duas medidas contraproducentes, salvo na relação com pessoas de idade avançada e/ou com patologias respiratórias crónicas ou graves. Temos que nos contaminar para ganhar imunidade para as gripes de outono. De contrário teremos, isso sim, uma mortandade causada pela gripe e outros coronavírus que andam por aí entre outubro e o fim deste ano. 

Os políticos andam a fazer fitas para não terem que reconhecer que o fecho da economia foi uma estupidez crassa, cujas consequências se vão sentir durante anos. Estas pantomimas em Portugal servem, entre outras coisas, para injectar milhares de milhões de euros dos nossos impostos na banca (e nos seus mais importantes e corruptos clientes), na TAP, na RTP e, pasme-se, na falida indústria jornalística, a qual se comportou nesta crise de forma miserável, anulando todo o contraditório sobre esta pandemia plantada, e rastejando atrás da agenda do Governo como verdadeira matilha acéfala.

Nunca tive uma charada tão perfeita pela frente. É bem possível que tenha escrito um bom par de asneiras involuntárias sobre este assunto. Por exemplo, continuo sem perceber porque é que a crise epidémica surgiu em Milão primeiro, e só muito depois em Nova Iorque. Há muitos mais chineses em Nova Iorque (900 mil) do que em toda a Itália (320 mil), e 1,3 milhões de italianos só no estado de Nova Iorque.... Outro enigma é saber como é que um vírus detetado na China em 2 de janeiro e que levou os italianos a interromper os voos entre a China e Itália em 31 de janeiro, deu origem uma pandemia que alastrou em um mês a mais de 100 países... Em suma, tudo isto foi acidental? Então como se explica o fecho da economia mundial, sendo o vírus comprovadamente pouco letal, apesar de muito contagioso?

A guerra preventiva contra a China prossegue...


Há uma teoria que diz que a guerra entre os Estados Unidos e a China começou verdadeiramente com a chegada de Trump ao poder. 

A China ainda tentou o ‘impeachment’ financiando os corruptos do Partido Democrático, mas falharam no intento. O vírus desenvolvido em Wuhan (através uma técnica chamada Gain of Function) teria sido a resposta.

Chama-se a este tipo de guerra assimétrica, UNRESTRICTED WARFARE (Col. Qiao Lian & Col. Wang Xiangsui.) 

O vírus foi desenhado para ser pouco letal, mas muito contagioso. Ou seja, o seu efeito é sobretudo psicológico, e este efeito foi intensivamente explorado através de outra frente de batalha: os média. Estes, em geral falidos, tornaram-se presas indigentes fáceis do excesso de dólares nos cofres chineses... 

Acontece, porém, que as estimativas de fatalidades nos EUA (em parte propaganda) andavam à volta de 1 a 2 milhões, mas a realidade ficará provavelmente abaixo dos 100 mil. Por outro lado, foi a Europa, sobretudo Itália, Espanha, Reino Unido, França e Alemanha, a região mais atingida por esta pandemia plantada (não a América, nem a China, nem a Rússia...) Assim sendo, Trump vai conseguir atrair os europeus para transformar a China num bode expiatório, ou seja, para agravar de forma brutal a guerra comercial em curso, revertendo o sentido da guerra mediática a favor dos países ocidentais, contra a não confiável China. Decorrerá daqui uma guerra quente convencional? Não creio. A guerra económica será muito pior para a burocracia chinesa, e o objetivo é só um: apear a regime comunista, em nome de uma futura democracia chinesa. A estratégia da confrontação é a mesma que foi empregue contra a ex-URSS. A URSS dependia criticamente do preço do petróleo, tal como a China depende criticamente das exportações para o ocidente, da importação de matérias primas do Ocidente, e do conhecimento ocidental. Apertando estas três porcas Xi Jinping cairá, pensarão os americanos que montaram esta estratégia.

Pergunta-se: mas neste cenário não dará Xi um passo em direção à guerra total? Não, porque nisso os americanos estão muito à frente. 

Tempo, em suma, para corrigirmos as alianças perigosas de António Costa e da tríade de Macau com a China... E de arranjar uma nova direção para o PSOE. A aliança com a extrema esquerda é fatal. E os americanos não a vão tolerar por muito tempo.

Perguntar-se-à: mas afinal quem plantou ou usou a COVID-19 nesta guerra? A China, como acima se sugere? Ou os americanos? E que americanos? Trump e Pompeo, ou a clique que domina o Partido Democrático? Não realidade, todos estão desesperados...

ÚLTIMA HORA

Israel na frente da guerra biológica...

Isolation of key coronavirus antibody in Israel called 'significant breakthrough' toward possible COVID-19 cure. 
REUTERS, Dan Williams. May 4, 2020 PM EDT 
JERUSALEM — has isolated a key coronavirus antibody at its main biological research laboratory, the Israeli defense minister said on Monday, calling the step a “significant breakthrough” toward a possible treatment for the COVID-19 pandemic.
The “monoclonal neutralizing antibody” developed at the Israel Institute for Biological Research (IIBR) “can neutralize it (the disease-causing coronavirus) inside carriers’ bodies,” Defence Minister Naftali Bennett said in a statement. 
—in National Post

Reparem no ministério israelita que se pronuncia... Se isto não é um claro episódio de guerra biológica, então o que é? O que parou 2/3 da economia mundial não foi um vírus, mas o uso, cada vez mais indisfarçável, de uma arma biológica. Usada, provavelmente, por ambos os beligerantes envolvidos...

PlanDemic, global plan to take control of our lives, liberty, health & freedom

Por GlobalRealTVyoutube.com26 min


ABOUT THE FILM.  Truth of Doctors - Features scientist, Dr. Judy Mikovits Ph.D.,
Humanity is imprisoned by a killer pandemic. People are being arrested for surfing in the ocean and meditating in nature. Nations are collapsing. Hungry citizens are rioting for food. The media has generated so much confusion and fear that people are begging for salvation in a syringe. Billionaire patent owners are pushing for globally mandated vaccines. Anyone who refuses to be injected with experimental poisons will be prohibited from travel, education, and work. No, this is not a synopsis for a new horror movie. This is our current reality.

Let’s back up to address how we got here...

In the early 1900s, America’s first billionaire, John D. Rockefeller bought a German pharmaceutical company that would later assist Hitler to implement his eugenics-based vision by manufacturing chemicals and poisons for war. Rockefeller wanted to eliminate the competitors of Western medicine, so he submitted a report to Congress declaring that there were too many doctors and medical schools in America and that all-natural healing modalities were unscientific quackery. Rockefeller called for the standardization of medical education, whereby only his organization be allowed to grant medical school licenses in the US. And so began the practice of immune suppressive, synthetic and toxic drugs. Once people had become dependent on this new system and the addictive drugs it provided, the system switched to a paid program, creating lifelong customers for the Rockefellers.

Currently, medical error is the third leading cause of death in the US. Rockefeller’s secret weapon to success was the strategy known as, “problem-reaction-solution.” Create a problem, escalate fear, then offer a pre-planned solution. Sound familiar?

Flash forward to 2020...

They named it COVID19. Our leaders of world health predicted millions would die. The National Guard was deployed. Makeshift hospitals were erected to care for a massive overflow of patients. Mass graves were dug. Terrifying news reports had people everywhere seeking shelter to avoid connect. The plan is unfolding with precision. But the masters of the Pandemic underestimated one thing... the people. Medical professionals and every-day citizens are sharing critical information online. The overlords of big tech have ordered all dissenting voices to be silenced and banned, but they are too late. The slumbering masses are awake and aware that something is not right. Quarantine has provided the missing element: time. Suddenly, our overworked citizenry has ample time to research and investigate for themselves. Once you see, you can’t unsee.

The window of opportunity is open like never before. For the first time in human history, we have the world’s attention. PlanDemic will expose the scientific and political elite who run the scam that is our global health system while laying out a new plan; a plan that allows all of humanity to reconnect with the healing forces of nature. 2020 is the code for perfect vision. It is also the year that will go down in history as the moment we finally opened our eyes.

NOTA — Esta história tem um senão: não aponta a China como principal responsável do que se está a passar, mas sim os próprios Estados Unidos. Ou melhor, a clique clintodiana corrupta que domina o Partido Democrático, e certamente boa parte dos republicanos que Trump odeia. Fauci vai acabar mal.

A China é uma ditadura atávica, e teve responsabilidade na ocultação de informação preciosa sobre este surto do novo Corona vírus de origem laboratorial. Mas daí a usar a pandemia como arma de arremesso contra o protecionismo de Trump vai um passo demasiado incongruente e inverosímil. A menos que tenha havido conluio entre Fauci, Clinton, Gates e Xi, para derrotar Trump nas próximas eleições.

A guerra de contra-informação soma e segue. Mas uma coisa é certa: parar a economia mundial como está a ser feito é pior do que jogar à roleta russa, pois neste caso, metade do cilindro do revólver está cheio de balas!

Atualização: 6 Maio 2020, 20:01 WET

domingo, agosto 28, 2016

O XX Congresso

Álvaro Cunhal
Foto: Carlos Lopes/arquivo


O que é e para que serve a liturgia comunista do PCP?


João Oliveira: “O PS diz que é possível compatibilizar as regras e os compromissos europeus com o interesse do país, nós sentimos que regras e imposições da União Europeia são contraditórias com o interesse e com os problemas do país.” 
Ruben de Carvalho: “O PCP conhece a realidade, o BE não tem relação com a realidade, tem ideias exteriores à realidade” 
João Oliveira: “Será que o Governo de hoje (...) teria as perspectivas que tem, se não fosse o desenvolvimento da luta? A luta de massas é a origem das condições políticas que existem.”

Nos sinais que começaram a ser dados, nomeadamente através de três artigos publicados no Público por São José Almeida (1), o XX Congresso do Partido Comunista Português avizinha-se como um dos mais importantes gatilhos da discussão política em Portugal.

O PCP realizará em Almada, nos dias 2, 3 e 4 de dezembro, o seu XX congresso. A pergunta natural perante este número mágico é se, tal como ocorreu em 1956 na hoje extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), vulgo, União Soviética, haverá em Almada uma autocrítica do passado e um aggiornamento ideológico, tendo nomeadamente em vista a perspetiva de o PCP participar em soluções governativas consolidadas, de que as famosas 'posições conjuntas' assinadas recentemente com o PS de António Costa foram o tiro de partida.

O XX Congresso do PCUS abriu caminho a uma crítica aberta à herança horrenda de José Estaline (mas também de Lenine e Trotsky—ou seja, da Revolução Russa) e ao fim progressivo do estado concentracionário e assassino em que o prometido paraíso proletário se havia transformado. A liberdade, ou pelo menos a não perseguição mortal de quem não pensasse o mesmo que a burocracia instalada e o seu líder, foi entendida por Nikita Khrushchov como uma condição sine qua non para recuperar a Rússia do atraso económico, tecnológico e cultural em que se encontrava relativamente ao Ocidente capitalista. O lançamento do primeiro satélite artificial em 1957, o Sputnik I, seria assim o sinal desta auspiciosa mudança de comportamento e de imagem por parte do principal farol da ideologia comunista mundial.

A Europa capitalista e os Estados Unidos atravessavam então aquela que seria a primeira das suas três gloriosas décadas de prosperidade industrial alimentada a petróleo. A economia mundial do pós-guerra crescia a um ritmo impressionante, e a China, que em breve (1959-60) iria ter o seu próprio petróleo, em vez de depender a 100% das importações deste ouro negro, nomeadamente da então União Soviética, começaria a libertar-se do urso vermelho a partir de 1961—um ano depois do início da produção industrial de petróleo em Daqing.

O arrependimento russo foi, no entanto, insuficiente para suportar a Guerra Fria em quatro continentes e ao mesmo tempo prosperar. Tal como a União Soviética, os demais países que enveredaram por experiências socialistas ou comunistas, incluindo a China, atrasavam-se económica, tecnológica, social e culturalmente em relação aos Estados Unidos, à Europa ocidental, mas também relativamente aos vizinhos que entretanto adotaram, ainda que parcialmente, o código capitalista: Japão, Hong-Kong, Coreia do Sul, Formosa e Singapura.

Os jovens em todo o mundo olhavam cada vez mais para oeste, e cada vez menos para leste. A ideologia da liberdade comercial e inteletual e a religião do consumo revelavam-se muito mais poderosas e eróticas do que a liturgia marxista-leninista, mesmo nas suas variantes pós-estalinistas: maoista, guevarista, castrista ou enveroxhiana. Na realidade, a liturgia marxista revolucionária transformara-se numa caldeirada ideológica que, ora servia como soft power ateu dos regimes comunistas instalados, ora como propaganda nacionalista dos movimentos anti-coloniais, ora como cartilha religiosa dos partidos comunistas e socialistas radicais do Ocidente, ou ainda como cobertura moral de dúzias de intelectuais quase sempre vivendo profissionalmente como funcionários públicos nos países ocidentais cujos regimes recomendavam derrubar. Em suma, o chamado materialismo dialético, e o historicismo judaico-marxista, há muito que eram ciência degenerada.

O caso do PCP é sintomático. Trata-se de um partido formado na resistência contra o Salazarismo, mas o Salazarismo caíu da cadeira sem um verdadeiro empurrão de Álvaro Cunhal.

Quarenta e dois anos depois do 25 de Abril, quarenta e dois anos de um regime que contou sempre com o PCP enquanto parte integrante do mesmo, seja através do seu poder sindical, seja através da sua influência em numerosas autarquias, no setor da educação pública, no setor cultural, ou no setor judicial, seja ainda em múltiplos órgãos de comunicação social, a verdade é que Portugal pouco progrediu em matéria de aproximação aos padrões de crescimento, bem-estar, transparência democrática e desenvolvimento cultural dos mais avançados países capitalistas do planeta, estejam estes na Europa, na América, na Ásia ou na Austrália. E no que progrediu, nada deve às ideologias socialistas ou comunistas, mas sim à inércia do contágio decorrente da sua localização geográfica e integração na União Europeia. Por outro lado, a capacidade dos comunistas convencerem o eleitorado português manteve-se residual ao longo de todas estas décadas, com um máximo eleitoral em 1979, de 1.129.322 de votos (18,8%), e um mínimo de 379.870 (6,9%) em 2002, sendo que em média, desde 2002, a sua votação tem andado sempre abaixo dos 450 mil votos (7,5% a 8,3%).

A situação no resto do mundo não é melhor. Os partidos comunistas praticamente desapareceram, salvo na ex-União Soviética, em Cuba, na Coreia do Norte e na China. Todos estes países são regimes absolutistas e burocráticos, onde não há, e provavelmente nunca haverá, verdadeiro capitalismo. A Rússia e a China são duas formas de capitalismo de estado, por definição opaco, onde predominam o nepotismo partidário, as burocracias e a corrupção, e onde não existe nem democracia, nem liberdade. O seu atraso económico, científico, tecnológico, social e cultural relativamente aos países capitalistas, por mais aflitos que estes estejam, é manifesto. Mesmo a exuberância económica da China, assente numa verdadeira bolha especulativa de estado, tem pés de barro.

Onde está então a racionalidade da propaganda do Partido Comunista Português? Em lado nenhum!

Mas se é assim, porque lhe damos tanta importância, a ponto de termos hoje uma frente popular no poder, ainda que assente numa coligação parlamentar e não num governo de coligação? Poderá o PCP entrar num governo chefiado por António Costa? Ou só aceitará partilhar a penumbra do poder? De onde provém a sua resiliência institucional, ideológica, política e sociológica?

Para respondermos a esta pergunta seria necessário um excurso que não cabe no espaço idóneo de um post. Recomendo, todavia, a leitura de um instrutivo livro de Kojin Karatani: The Structure of World History: From Modes of Production to Modes of Exchange (2014) para ajudar a entender o essencial.

Há uma ideia errada em Marx: a da precedência dos modos de produção relativamente aos modos de troca. Se Karatani estiver certo, e creio que está, então poderemos explicar facilmente este enigma: porque motivo a Rússia continua a ser o inimigo da América e de uma parte da Europa uma vez morta e enterradoa a predominância da ideologia comunista naquelas paragens euroasiáticas? (2)

A resposta é esta: não foi nunca o comunismo —uma quimera que apemas sobrevive sob formas residuais isoladas nalguns lugares recônditos do planeta, ou na memória moral dos povos— que assustou a América, a Europa ou o capitalismo em geral, mas a existência de uma gigantesca nação continental onde há séculos predomina um estado imperial absolutista que, por definição, abomina o capitalismo. O caso é, aliás, semelhante na China. Em ambos os países a propaganda comunista foi uma forma de soft power destinada a manter o 'socialismo num só pais', quer dizer, a alimentar a resistência destes países imperiais à penetração do capitalismo.

Ou seja, o marxismo-leninismo, tal como o estalinismo, e hoje Putin, são afinal barreiras ideológicas contra o capitalismo, não porque promovam a passagem da Rússia a um novo estádio civilizacional e cultural da humanidade, mas porque defendem estádios pré-capitalistas de sociedade onde as burocracias, o autoritarismo e o estado são a lógica predominante deste império continental, cuja coesão seria abalada (como se viu durante a Perestroika) por uma excessiva abertura ao império da moeda e do modo de troca capitalista.

Nos modos de produção, América, Europa, Rússia e China estão de acordo: todos querem a espingarda que uniu o Japão.

Já a possibilidade da livre circulação de pessoas, bens, ideias e capitais, provocarem a desagregação de estados e nações milenares assusta e colocou na defensiva impérios que nunca assentaram predominantemente no comércio externo, mas antes na dimensão e autonomia económica dos seus vatíssimos territórios. Agora que o poder de fogo do petróleo e a abundância de recursos naturais per capita chegou ao fim, impérios continentais como a Grande Rússia, a China, ou a Índia, colocarão de novo a identidade espácio-temporal dos seus territórios materiais no centro estratégico das suas preocupações. É também a falta de petróleo para estender o capitalismo ocidental ao Médio Oriente e ao antigo Império Otomano que agita hoje, da maneira que temos visto, o Islão, quer dizer, o soft power de um império comercial desfeito que procura agora nova oportunidade para renascer.

Foram as grandes religiões monoteístas que permitiram consolidar os estados e as suas expansões imperiais. A inseparável tríade liberdade-igualdade-fraternidade, que cria a própria possibilidade de socialização e universalidade do conhecimento racional e científico, bem como da criatividade cultural aberta, é o soft power do capitalismo que sucede ao predomínio do cristianismo como ultima racio da ação política nos impérios romanos do ocidente e do oriente. Assim como as religiões cristãs criticam o poder de César, mas por outro lado o consagram, também as derivadas do moralismo marxista criticam o capitalismo, mas não conseguem, nem no fundo desejam sobreviver fora das liberdades que este consagra. É por isto mesmo que os comunistas portugueses, o seu partido, os seus sindicatos, as suas câmaras municipais e a sua Festa do Ávante!, ao espevitarem a dramatalogia das desigualdades e injustiças próprias do capitalismo, ao convocarem em cada um de nós, sobretudo aqueles que perderam a fé nos velhos deuses, a revolta diária contra a corrupção e a prepotência dos poderes formais e fáticos da sociedade, tocam naquilo a que Karatani chama a utopia comunista primitiva, um modo de troca assente na proximidade, na reciprocidade e na contenção instintiva do poder.

Se descontarmos os erros de retórica e alguma deformação imaginária, o discurso e a prática do PCP não andam assim tão longe da retórica e praxis milenar dos cristãos organizados, de que a igreja católica portuguesa é a instituição. No fundo, ambas as congregações pregam a utopia com os pés bem assentes na Terra.

Resta-me agora responder à pergunta inicial: poderá o PCP entrar no governo de António Costa? Se seguir a recomendação de Jesus Cristo, não!

NOTAS


Ver esta série imperdível na RTP 3 Play (disponível só por alguns dias)

  1. “PCP, o partido que continua “internacionalista”, “patriótico” e “de todos os trabalhadores”, São José Almeida, Público, 28/8/2016 09:52; “Um “largo historial de procura de entendimentos””, São José Almeida, Público, 28/8/2016 09:51; “Assim foi feito o acordo que afastou a direita do poder”, São José Almeida, Público, 28/8/2016 08:11.
  2. Porque é que os Estados Unidos e a Europa continuam a tratar a Rússia como uma inimiga se a mesma já não é comunista? A resposta a esta pergunta mudará completamente a nossa perceção da diplomacia mundial e do avolumar dos perigosos jogos de guerra em curso. Mas forçará também uma revisão dos nossos preconceitos sobre a esquerda e a direita.

    E ajudará ainda a inverter a nossa perspetiva sobre a natureza belicista dos Estados Unidos, nomeadamente da candidata presidencial Hillary Clinton. A citação que se segue é de um compreensivo artigo sobre a atitude defensiva e não beligerante de Putin perante as constantes provocações do imperialismo ocidental comandado pelo Pentágono.

    “Russia is ready to respond to any provocation, but the last thing the Russians want is another war. And that, if you like good news, is the best news you are going to hear.”

    A whiff of World War III hangs in the air. In the US, Cold War 2.0 is on, and the anti-Russian rhetoric emanating from the Clinton campaign, echoed by the mass media, hearkens back to McCarthyism and the red scare. In response, many people are starting to think that Armageddon might be nigh—an all-out nuclear exchange, followed by nuclear winter and human extinction. It seems that many people in the US like to think that way. Goodness gracious!

    Cluborlov
Atualização: 02/09/2016 09:51 WET

quinta-feira, abril 09, 2015

Nódoas e candidatos presidenciais

Paulo Morais admite que Portugal precisa de “uma grande regeneração” a todos os níveis
Fotografia: António Pedro Ferreira/ Expresso

O candidato do PS chama-se Guterres, e o do PSD, Durão Barroso


Henrique Neto deu o tipo de partida, Sampaio da Nóvoa agitou as águas da esquerda e eis que as candidaturas presidenciais nascem como cogumelos. Paulo Morais, professor universitário e comentador do "Correio da Manhã", dá uma entrevista ao jornal que não deixa margem para dúvidas: "Sou candidato às presidenciais". E dá pormenores: a candidatura será apresentada no próximo dia 18, no Piolho, um café emblemático da cidade do Porto. "Depois de uma longa reflexão entendi que essa era a melhor forma de intervir na política", diz Paulo Morais.

Abílio Ferreira | 9:37 Quinta, 9 de Abril de 2015 | Expresso

A proliferação de candidaturas presidenciais fora do sistema estreita a margem de manobra da nomenclatura que nos arruinou. Desde logo porque nenhum pré-candidato poderá ter a veleidade de passar à condição de candidato sem passar pelo crivo das redes sociais.

O tempo em que as tertúlias televisivas como a Quadratura do Círculo pontificavam e fabricavam candidatos para isto e aquilo passou à história. Assim se explica, pois, a morte antecipada de dois pré-candidatos cor-de-rosa —António Vitorino e Sampaio da Nóvoa— lançados na esteira desastrosa de António Costa.

António Vitorino é um oportunista que contrabandeia o 'socialismo' por uma rica vida de facilitador de negócios, incluindo a via verde que permitiu ao espanhol Santander negociar swaps especulativos com o governo PS do Recluso 44. Sampaio da Nóvoa, por sua vez, é uma nódoa ideológica cujo pedigree universitário nada acrescenta, inventada pela tríade que manda no PS e que anda desesperada com a falta de controlo sobre a Justiça portuguesa.

Por junto temos, desde que Henrique Neto se apresentou como pré-candidato às eleições presidenciais de 2016, duas tentativas de voo presidencial que borregaram, e o striptease do novo secretário-geral do Partido Socialista.

A cada comício que faz, Costa fica mais parecido com o realejo de Jerónimo de Sousa: precisamos de mudar de política, e para mudar de política temos que mudar de governo, etc. O PS que Mário Soares, Almeida Santos, José Sócrates e Jorge Coelho entregaram em regime de comodato a António Costa parece, pois, caminhar rapidamente para uma emulação do PCP, prevendo-se que na hipótese inverosímil de ganhar as próximas eleições, sem maioria, queira protagonizar a formação de uma nova Frente Popular, servida com canapés de caviar e espumante de Lamego. Onde estão os jovens turcos do PS? Talvez aguardem paulatinamente que o sargento-ajudante Costa se afogue na maré populista que vai segregando.

Neste contexto, o anúncio de uma nova candidatura presidencial estranha à nomenclatura do regime que arruinou o país, desta vez protagonizada por Paulo Morais, mostra até que ponto o caminho das alternativas oriundas do PS, do PSD e do CDS começa a estreitar-se.

Jaime Gama, Maria de Belém, Carlos César, Rui Vilar, ou Artur Santos Silva —nomes que têm circulado por aí— são hipóteses fracas, até porque seriam sempre candidatos partidários e com percursos de vida pouco convincentes para o cargo.

Na banda azul e laranja, depois da desistência de Santana Lopes, Marcelo Rebelo de Sousa é uma não hipótese, apesar da vontade mal disfarçada domingo a domingo deste intriguista-mor do reino.

Marcelo é um comentarista divertido, mas nunca foi um político, ou melhor, quando tentou sê-lo revelou-se um desastre total. Por outro lado, o modo leviano como, à semelhança de Cavaco Silva e de Carlos Costa, defendeu a excelência do sistema financeiro indígena, e a solidez de um banco, o BES, onde por acaso a sua companheira era administradora, coloca-o entre as esponjas de um regime corrupto e falido até às entranhas. Ou seja, não serve.

Não é por acaso que os partidos andam tão calados sobre a questão presidencial. Por um lado, temem a hipersensibilidade popular, nomeadamente através da nascente democracia eletrónica das redes sociais que tanto aflige José Pacheco Pereira e Miguel Sousa Tavares, e por outro, sabem que sem conhecer os resultados das Legislativas de outono, Belém é uma incógnita completa.

Estou convencido de que António Guterres avançará para Belém no caso da atual coligação renovar a maioria com ou sem a ajuda de Marinho Pinto. E estou também convencido que Durão Barroso será o próximo presidente da república caso o vazio Costa acabe por ganhar as eleições por uma unha negra e embandeire em arco numa qualquer coligação populista com o PCP, o Bloco de Esquerda e o Livre.

Mas também poderá ocorrer o imprevisto de Paulo Morais e Henrique Neto baralharem por completo o jogo das próximas eleições presidenciais.

Até lá, ou muito me engano, ou António Costa ir-se-à afundando na vacuidade de uma retórica cada vez mais próxima do realejo comunista.


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segunda-feira, março 30, 2015

Costa visita Beijing. Quem paga?


 O regresso da tríade Macau?


O secretário-geral do PS, António Costa, desloca-se à China na primeira quinzena de abril de 2015. Apesar da desinformação oportunamente posta no jornal do mano de que teria cancelado a visita e da incompreensível omissão do delegado da Lusa em Macau, José Costa Santos. Já agora, seria interessante descobrir quem paga a viagem de António Costa e comitiva.

O motivo da urgente deslocação poderá ser o financiamento eleitoral do Partido Socialista que consta ter os cofres depauperados. Tratava-se de uma visita secreta, que, no entanto, vazou e o embaraça...

in Do Portugal Profundo, 30/3/2015

Este sujeitinho —ANTÓNIO COSTA— é mesmo um sargento-ajudante de Sócrates, perdão, da tríade de Macau, ou seja, de Almeida Santos, Vitalino Canas, António Vitorino, perdão, de Mário Soares!

Leiam só o que a criatura disse aos amigos chineses:

«Em Portugal, os amigos são para as ocasiões, e numa ocasião difícil em que muitos não acreditaram que o país tinha condições para enfrentar e vencer a crise, a verdade é que os investidores chineses disseram ‘presente’, vieram, e deram um grande contributo para que Portugal pudesse estar na situação em que está hoje, bastante diferente daquela em que estava há quatro anos».

Lembram-se dos faxes de Macau e do livro banido de Rui Mateus? Lembram-se das personagens cor-de-rosa da Casa Pia sobre as quais o Costa já não pôde fazer nada? Conhecem a empresa GEOCAPITAL, do Stanley Ho e Ferro Ribeiro, do Novo Aeroporto de Macau, das andanças por Cahora Bassa, dos negóciso com a EDP do Mexia, do fiasco da Alta de Lisboa que deveria ter podido contar com os terrenos do Aeroporto da Portela para ser o que estava combinado, ou da nuvem negra da ex-VEM, onde andou metida a GEOCAPITAL, e que entretanto mudou de nome, para TAP Maintenance & Engineering, responsável principal da ruína da TAP? Ora comecem lá a juntar as pontas, a que podem somar ainda os negócios do Espírito Santo Salgado com o Benfica, os Mellos, o GES/BES, a Mota-Engil, o anjo ds Avenida da Liberdade chamado Violas, ou a mais recente sacanice na Fontes Pereira de Melo, cortesia da parelha Costa-Salgado e do LBO António de Sousa, e verão o lindo molho de bróculos que sai.

Querem votar no regresso dos piratas ao poder? Votem, mas depois não se queixem!


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quinta-feira, fevereiro 12, 2015

Uma bomba-relógio chamada TAP

Fernando Pinto, contratado pelo governo protuguês em 2000 para privatizar a TAP

Uma TAP de dívidas, encargos e segredos insustentáveis


Governo quer anunciar vencedor da venda da TAP em final de junho
Observador. 11/2/2015, 20:17

Secretário de Estado dos Transportes espera anunciar em final de junho o vencedor do processo de privatização da TAP, que terá de capitalizar a transportadora aérea nacional em 300 milhões de euros.

Ora vamos lá por partes

Plano de reembolsos da dívida de médio-longo prazo da TAP relativamente a 2012 e anos seguintes (Relatórios e Contas, 2006): 401.602.272€.

O Sérgio das PPP diz que são precisos 300 milhões para capitalizar a TAP. São mais, não é?
Talvez fosse prudente duplicar o número oficial, para chegarmos mais perto da verdade: uns €600 milhões para começar... pois ninguém no seu perfeito juízo vai comprar uma empresa sem um plano de reestruturação, ou sem contabilizar este impacto no custo do investimento. Isto para não mencionar sequer custos escondidos debaixo dos vários tapetes onde era habitual esconder dívida das empresas públicas — Parpública, Caixa Geral de Depósitos, etc. Por exemplo, que é feito do pagamento da PGA ao BES, no valor de 144 milhões de euros, e intermediada pelo então cor-de-rosa Millennium BCP?

Dúvida

Irá a ANA Vinci escavacar a Pista 17/35 (1), fundamental à segurança do aeroporto da Portela, atirando ao lixo centenas de milhões de euros gastos recentemente (2004-2010) na melhoria desta pista (iluminação da mesma), em novas placas de estacionamento, em duas novas saídas rápidas e um cruzamento de "taxi" na Pista 03/21, e mais de uma dezena de novas mangas telescópicas, acessos a parques de estacionamento, etc.?

O argumento da necessidade de espaço para estacionamento dos A350 quando estas aeronaves poderão nem chegar a Lisboa —no caso, por exemplo, da privatização da TAP borregar mais uma vez— é, no mínimo, imprudente.

Que estará a ANA Vinci a dizer ao governo ao lançar este balão temerário para o ar?

Que quer ir já para o Montijo? Ou andará alguém a zurzir os bolsos dalgum facilitador da ANA Vinci para a célebre narrativa do esgotamento da Portela e da necessidade do NAL seja onde for, desde que seja grande, e se possa ganhar muito dinheiro com especulações de terrenos e betão?

Foi assim que a Tríade de Macau montou a narrativa da Ota, depois de o distraído Cravinho ter engolido a fantasia dos aviões a caírem aos trambolhões na capital (ver relação de acidentes aéreos). A única aeronave que levantou voo da Portela e caíu na cidade foi objeto de sabotagem e matou um primeiro ministro, um ministro da defesa, acompanhantes e tripulação.

A TAP, a PGA e a SATA estão substancialmente falidas

Estão falidas e vivem de sucessivos balões de oxigénio orçamental que os portugueses pagam com a famosa austeridade, contra a qual os sindicatos e a pseudo esquerda partidária, ao mesmo tempo que enchem o peito de patriotismo hipócrita, reclamam.

O argumento patriótico sobre a necessidade de manter estes centros de custos e corrupção no balanço da dívida pública deixou de convencer e não é mais tolerado pelo Eurogrupo. E o Eurogrupo tem sempre razão, não tem, senhor Presidente da República?

Além do mais, alimentar empresas públicas insustentáveis à custa da ruína de toda uma classe média não é certamente uma ideia com grande futuro.

Passa-se com a TAP-PGA-Sata, o mesmo que ocorre na Refer, na CP-Carga ou na RTP: existem em toda a parte do mundo alternativas privadas que funcionam melhor, que são mais baratas, e que não pesam diretamente nos bolsos dos contribuintes — nomeadamente em mau serviço, preços caros, indemnizações compensatórias e outro contrabando orçamental. A menos que enveredemos por um sistema comunista fechado, perder tempo com estes dossiês apenas implicará maiores custos para todos nós—menos estado social, maior insanidade fiscal, mais falências e mais desemprego sistémico.

O previsível colapso da TAP —falência declarada inclusive— deixará os famosos doze Airbus A350-900, originalmente encomendados pela gloriosa TAP da Tríade de Macau, no estaleiro, a menos que alguma grande companhia resolva adquirir a TAP e de caminho aproveitar para ficar com a posição na encomenda dos Airbus. Por 600 milhões de euros, transformando a TAP numa Low Cost europeia e intercontinental especializada nos mercados da América Latina e África, até pode ser um bom negócio!

De contrário, ou seja, com uma TAP a arrastar prejuízos e a perder voos e rotas para as Low Cost, que pagam menos taxas, a ANA Vinci irá reclamar indemnizações ao estado português pela perda de receitas causada pela crise na TAP.

Talvez seja esta a mensagem que o balão da destruição da Pista 17/35 pretende transmitir aos decisores políticos.


NOTAS
  1. A destruição da pista 17/35 é um erro crasso.

    Mas porque razão é um erro crasso destruir a pista 17/35, apesar desta ser utilizada em apenas cerca de 4% dos voos? Resposta: porque a pista 17/35 reforça a fiabilidade do aeroporto da Portela.

    Por vezes as condições meteorológicas podem dificultar, ou tornar menos confortável para os passageiros, o uso da Pista 03/21 (a principal). Nestes casos a navegação aérea pode então encaminhar as aeronaves para a pista 17/35, optando por uma direcção da aterragem diferente da direção da pista principal.

    O aeroporto da Portela tem uma excelente fiabilidade, raramente encerrando por causa de condições meteorológicas adversas. Mas para conservar a fiabilidade elevada do aeroporto é fundamental contar com as duas pistas construídas em 1962, que sempre deram excelente conta do recado.

    Encerrar a pista 17/35 iria, portanto, diminuir a fiabilidade da Portela—erro crasso, portanto.

    O aeroporto da Portela é dos mais pontuais da Europa. Basta observar as tabelas internacionais para o confirmar.

    Encerrar a pista 17/35, nomeadamente em dias de ventos cruzados fortes, teria como consequência inevitável o desvio de aviões para outros aeroportos e a perda, com prejuízos óbvios, da fiabilidade de que a Portela sempre gozou ao longo de mais de 50 anos.

sábado, dezembro 20, 2014

2015: os dois erros fatais de Mário Soares e o fim deste regime

Soares diz que o Governo está "moribundo" e "vai cair" (outubro, 2013)
© Daniel Rocha/Arquivo

José Sócrates e Jorge Coelho foram os testas de ferro de Mário Soares, e perderam. Nem Ricardo Salgado os salvou. Muito pelo contrário!


Soares começou por avaliar mal a China e Angola, crendo que a Europa e os amigos do seu amigo Frank Carlucci, que cairiam parcialmente em desgraça depois do 11 de Setembro, nomeadamente em Portugal, lhe manteriam as costas quentes para dizer o que quisesse, de modo cada vez mais incontinente, e para mover as suas tropas à vontade no território manifestamene exíguo do país que sobrara da implosão do nosso exangue império colonial.

Soares não estudou e por isso não conseguiu ver o óbvio: que a China precisaria de África e da América do Sul para a sua própria sobrevivência estratégica e crescimento sustentado. Não percebeu que a projeção global da China em direção ao Atlântico se faria naturalmente através de uma ligação entre Pequim (com Xangai e Macau) e Maputo, Luanda, Lisboa e Brasília (além de Buenos Aires e Caracas). Não leu os meus posts, onde escrevi, entre outras coisas, que a China estabelecera o ano de 2015 para se tornar o banco do mundo (incluindo o banco da América, da Rússia e da Europa), e assim passar a ser, de facto, a nova e única potência global em condições de desafiar a supremacia do império americano.

Observação: nesta nova divisão do mundo é preciso lançar a iniciativa de uma espécie de novo Tratado de Tordesilhas (a que chamei Tordesilhas 2.0), sob pena de, se algo de semelhante não for conseguido, Ocidente e Oriente cairem outra vez numa dinâmica de confrontação extremamente perigosa. Um alinhamento acéfalo e cobarde da Europa com os Estados Unidos só poderá dar péssimos resultados, como estamos neste momento a ver e perceber, finalmente.

A desastrosa política da NATO, comandada desde Washington, acossando e provocando as fronteiras da Rússia, mergulhou a Europa numa gravíssima crise de liderança.

Esperemos que Angela Merkel, que conhece bem os russos, tenha a sabedoria de reencaminhar a União Europeia para uma cooperação estratégica com Moscovo, em nome de uma Eurásia livre da prepotência americana. A Rússia precisa da ligação ferroviária entre Lisboa e Vladivostoque para se proteger da excessiva importância da ligação ferroviária Pequim-Madrid—que só não chega ainda a Lisboa porque o lóbi pirata do aeroporto da Ota em Alcochete conseguiu, até agora, condicionar a ação de Passos Coelho (1).

Por todos os motivos, neste particular aspeto da movimentação tectónica em curso, Portugal só tem uma opção estratégica que valha o nome: manter-se fiel à sua geografia, fiel às suas velhas alianças, mas também fiel à memória histórica, à sua memória histórica!

Ser um pequeno mas confiável parceiro do Ocidente e do Oriente onde estivemos ao longo dos últimos 600 anos—de facto até ao início deste século, pois Timor só obteve a sua independência efetiva em 2002— é uma missão histórica e a nossa principal estratégia para todo o século 21. Quem não percebeu ou não quer perceber esta subtileza histórica não tem lugar no futuro e deve, desde já, deixar de atrapalhar o presente.

Em Macau, para onde Mário Soares enviou uma tropa fandanga de aventureiros, ficou uma mancha terrível de corrupção grosseira e insaciável. Em Angola, Soares não só apoiou o cavalo errado, como teve mau perder e, desde então, foi sempre fustigando José Eduardo dos Santos, movendo sempre que quis a indigente imprensa local para denunciar a cleptocracia de Luanda.

José Sócrates bem tentou agarrar a areia com as mãos, quer dizer, bem tentou entrar no novo filão estratégico a que os país está destinado, viajando para Luanda, Maputo, Macau, Pequim, Caracas, Brasília. Até enviou o BES para Angola e para a China, onde mal estava presente. Até destacou a Mota-Engil para Angola, Moçambique, Brasil e alguns países mais da América Latina. Mas houve algo que falhou. O que foi? Só encontro uma explicação: a perceção de que Sócrates, Jorge Coelho e o resto da tríade de Macau era afinal a malta fixe do velho Mário Soares e do seu ajudante de campo, António Almeida Santos!

Que há de errado nesta configuração? Talvez isto: o aliado africano de Mário Soares foi Jonas Savimbi, e o aliado chinês chamou-se Stanley Ho — um milionário que perdeu 89% da sua fortuna em 2008 e cujos numerosos descendentes andam envolvidas em disputas de herança.

Como Mário Soares nunca fez as necessárias agulhas para os verdadeiros poderes da China e de Angola, e em Moçambique se manteve neutro, dificilmente se poderia esperar que o futuro das estratégias de Pequim e de Luanda passasse por velhos inimigos, ou por gente que se portou tão mal em Macau e nunca verdadeiramente olhou para Pequim com a atenção devida.

Na linhagem descendente e alinhada de Mário Soares, ninguém tentou mudar de direção exceto, em boa verdade, José Sócrates. Acontece, porém, que a mudança de direção teve mais de deriva oportunista do que estratégia. Basta ver a sanha moralista da deputada Ana Gomes, ou do filho de Mário Soares, João Soares, contra a cleptocracia angolana e a ditadura chinesa, para que fique claro que o Partido Socialista e os seus governos não são aliados confiáveis da China, nem muito menos de Angola.

Entretanto, José Sócrates e a sua turma de corruptos e irresponsáveis levaram o país à pré-bancarrota, deixando a maioria dos bancos portugueses na ruína, entregues a uma fuga criminosa de capitais e à ocultação de passivos mais ou menos clandestinos. Sem dinheiro, os banqueiros despediram Sócrates e o governo. O PS viria a perder compreensivelmente as eleições a favor de uma nova geração do PSD, capitaneada por Pedro Passos Coelho.

À medida que foi preciso corrigir o país, os casos de corrupção começaram a saltar.

Por outro lado, a estratégia diplomática portuguesa acertou o passo com a racionalidade e o pragmatismo, obtendo um significativo apoio por parte da China e de Angola. Foi isto que enfureceu Mário Soares e a corja corrupta do PS, mas também muita gentinha igualmente corrupta do PSD e do CDS/PP.

O timoneiro Soares chegou então à conclusão de que era preciso derrubar o governo de Passos Coelho fosse como fosse. António José Seguro não alinhava? Despediu-se o Tozé! A pressão sobre Cavaco Silva foi enorme, e veio dos dois lados: do PS de Soares e do PSD de Durão Barroso. Passos Coelho, porém, resistiu melhor do que se esperava.

Nem o golpismo impotente e de última hora de Mário Soares, atraindo toda a esquerda partidária neocorporativa e indigente para a rua, com as tropas de choque sindicais assediando continuamente ministros e comunicação social, empurrando os trabalhadores para greves que são becos sem saída (Professores, Metro, CP, Carris e TAP são bons exemplos da criminalidade sindical à solta), nada disrto derrubou a coligação, nem chegará para salvar o PS de uma mais que provável extinção partidária.

O carreirista limitado que é António Costa foi obviamente empurrado para o papel que hoje, sem jeito algum, e apesar da babada e desmiolada imprensa indigente que o apoia, desempenha: o de testa de ferro de segunda ordem de Mário Soares.

Esperemos que a Justiça que entretanto se libertou do disléxico Monteiro e de toda a canga de invertebrados judiciários que serviram a casta que nos arruinou, faça o seu trabalho depressa e bem, destapando um a um os potes da riqueza sequestrada aos portugueses, e recupere, se não todo o saque, pois parte dele foi delapidado em obras inúteis, contratos ilegítimos que terão que ser denunciados e corrigidos, e muita festa regada com Champagne, pelo menos nos ajude a restaurar, como povo, a honra perdida.

NOTAS
  1. O governo português, nesta particular mas importante matéria, só tem que fazer uma coisa: cumprir os acordos com Espanha e fazer a sua parte na construção da nova rede ferroviária europeia em bitola europeia. Para isto tem dinheiro europeu. Para as parvoíces que enfiaram no GTIEVA não tem, nem terá.

sexta-feira, dezembro 19, 2014

Sócrates: o ativo tóxico do PS

© Photobucket


Vá para a prisão sem passar pela Casa de Partida!


As últimas horas de Sócrates em liberdade

Sócrates partiu para Paris na manhã de quarta-feira, dia 19 de Novembro. Tudo indica que, nessa altura, já soubesse que a sua detenção estava iminente.

À chegada a Lisboa, Sócrates foi preso. Mas antes de embarcar avisou um jornalista no qual depositava confiança - talvez para rodear a sua prisão de grande escândalo.

José António Saraiva, 18/12/2014 13:41:52
Sol

Verosímil. Só não se percebe porque motivo José Sócrates não decidiu partir imediatamente para Fortaleza, ou qualquer outra cidade brasileira, em vez de ir diretamente para a Prisão… sem passar pela Casa de Partida. Será que não acreditou que pudesse ser preso? 'Eles não têm coragem....' terá dito a alguém.

Se tivesse fugido para o Brasil, a pretexto de uma missão para a Octapharma, sabendo que havia uma ordem de detenção, Sócrates teria alimentado ainda mais as suspeitas de corrupção que há muito pendem contra ele.

Por outro lado, tendo sido detidos os seus putativos testas de ferro, José Sócrates ficaria sem acesso ao dinheiro de que tanto precisa diariamente, e sem qualquer capacidade de manobra. Na prisão de Évora ainda poderia tentar dar uma entrevista ao Expresso e, quem sabe, levar a desavergonhada RTP a dormir com ele na mesma cela! Com o diácono Seguro fora de combate, e as massagens, perdão as sondagens, desenhadas para favorecer o Costa, quem sabe...

À medida que as semanas passam este ativo tóxico do PS vai queimando em lume brando o seu próprio sargento-ajudante de outrora, feito entretanto capacho à medida dos poderes fáticos do PS (Mário Soares, Almeida Santos e Jorge Coelho), com a missão, com sucesso cada vez menos provável, de derrubar o atual governo de qualquer maneira e recolocar a tríade de Macau no poder.

António Costa, aos serviço da estratégia de Sócrates, Soares, Almeida Santos e Jorge Coelho, foi empurrado para espetar facas e finalmente assassinar politicamente António José Seguro. Conseguiu-o, mas a que preço? Eu creio que ao preço do seu próprio suicídio político. A criatura Costa é um carreirista medíocre, bom para oficial às ordens, mas incapaz de dirigir seja o que for.

Lisboa é uma cidade sobre endividada e mal gerida pelos boys e girls que o ignorante e desajeitado ex-governante de Guterres e de Sócrates foi arregimentando. A capital do país esteve desgraçadamente escorada numa promiscuidade desmiolada com o Espírito Santo, e mete água sempre que chove, como se não tivessem sido gastos centenas e centenas de milhões de euros nos subterrâneos da Baixa.

António Costa, desde que tomou de assalto o poder no Partido Socialista, a mando da tríade de Macau e com uma unanimidade eleitoral coreana que diz tudo sobre o esgotado sistema partidário que temos, ora dá beijos na boca do Livre, ora sorri envergonhado ao Bloco Central. Pelo meio diz alarvidades sobre caravelas e aviões.

O tempo não corre a favor da velha guarda que arruinou Portugal. 

Sócrates e Jorge Coelho, inspirados por Almeida Santos e Soares, quiseram dar cartas num jogo que há muito os ultrapassa: a estratégia chinesa para África, América do Sul e flanco sul da Europa.

Este jogo de placas tectónicas entre a China e os Estados Unidos da América, que conta ainda com uma grande projeção chinesa em direção à Eurásia, nomeadamente através de Moscovo e Berlim, inclui naturalmente pilares fortes em Moçambique, Angola, Brasil, Argentina, Venezuela e Portugal.

O erro dos 'socialistas' foi terem ficado prisioneiros dos pequenos jogos de Macau dos herdeiros de Stanley Ho, e do gorado estratagema de vender os terrenos do aeroporto da Portela a estes amigos do PS, onde seria então erguida a famosa e luxuosa Alta de Lisboa, para com o resultado de semelhante embuste financiar um novo aeroporto de raíz — nas palavras do adiantado mental Mateus, uma nova 'cidade aeroportuária' em Alcochete. E uma TTT Chelas-Bareiro, com a fanfarra do PCP atrás, pois claro! A avença do BES à Festa do Avante! iria certamente aumentar.

O prémio para o novo poder cor-de-rosa em ascensão, que entretanto foi tomando de assalto a Caixa Geral de Depósitos e o BCP, seria o famoso novo aeroporto da Ota, que ainda durante o governo de Sócrates passaria para Alcochete. O principal banqueiro disto tudo era o BES (e o seu aliado Crédit Suisse), e a principal construtora disto tudo seria a indecorosa Mota-Engil. Como é hoje público e notório, todos estes alicercers da dinastia soarista estão a ruir.

Portugal tem todo o interesse estratégico em acolher as ligações da China ao mundo, que passam nomeadamente por África (corredor Nacala-Lobito), pela América do Sul e pelo nosso país (ver o mapa que há muito desenhámos do cada vez mais próximo Tordesilhas 2.0).

Internamente, percebe-se que este naco de oportunidades que é gigantesco e poderia transformar Portugal num país respeitado e próspero (hoje não é uma coisa nem outra, cortesia dos piratas que assaltaram o país) seja disputado por quem tiver unhas para o agarrar.

Mas sabendo o que sei hoje parece-me evidente que os piratas da tríade de Macau apostaram num cavalo velho e desdentado, e que quando quiseram emendar a mão já era tarde. Começaram então a fazer asneiras umas em cima das outras, a ponto de terem quase estragado o brinquedo. As quedas vergonhosas e escancaradas de José Sócrates e do banqueiro Ricardo Slagado são o epílogo de uma guerra para a qual o senhor Mário Soares teve mais olhos que barriga.

É por estas e por outras que temos que varrer do mapa do poder em Portugal a Brigada do Reumático do Bloco Central da Corrupção que nos levou à quase bancarrota. Quem ainda não entendeu isto, ou é burro que nem uma porta, ou um avençado da casta caída em desgraça.

António Costa é pois uma mula política em que não se deve apostar um euro. Na realidade, já é uma carta fora do baralho.

PS: o olhar vesgo da deputada Ana Gomes em direção ao negócio dos submarinos tem tudo que ver com esta guerra perdida do PS.

domingo, janeiro 26, 2014

Sérgio Monteiro manda no ministro do CDS

O comboio-foguete chinês (Trans-Eurasian Railroad) prevê chegar à Europa em 2025

Bruxelas avisa Portugal
—Não existem verbas comunitárias, pelo menos até 2020, para a nova travessia do Tejo (TTT), nem para o novo aeroporto em Alcochete (NAL).
E eu acrescento: com a depressão demográfica em curso —até 2060 Portugal perderá o equivalente à população do Porto em 2011, ou seja, mais de 250 mil habitantes— e com crescimentos anuais do PIB que dificilmente ultrapassarão os 2% ao longo das próximas, muitas, décadas, o NAL e a TTT jamais serão economicamente rentáveis e por isso financeiramente viáveis. A menos que o BCE e os eleitores indígenas voltem a dar carta-branca ao Bloco Central da Corrupção para afundar Portugal em mais dívida pública assassina, não haverá nenhum novo aeroporto em Alcochete, Rio Frio ou Canha, mas terá que haver duas novas linhas ferroviárias a ligar o centro-norte do país e a região de Lisboa a Espanha e ao centro da Europa, sob pena de Portugal se tornar uma ilha ferroviária!

A ferrovia é o caminho mais rentável para diminuir as importações de petróleo. Segundo rezam os relatórios,
  • a mobilidade rodoviária é o maior consumidor de petróleo, com cerca de 6.000.000 tep por ano, pelo que uma redução de 20% deste consumo no transporte rodoviário representaria uma poupança em petróleo maior  do que toda a produção renovável de eletricidade (dados de 2011), convertida em petróleo (tep).
  • por outro lado, a entrada de uma pessoa numa cidade utilizando o seu automóvel individual custa à cidade cerca de 90 vezes mais do que se a mesma pessoa vier de comboio, e cerca de 20 vezes mais do que se entrar de autocarro.
  • já hoje, em média, os portugueses gastam mais em mobilidade automóvel do que em habitação!
E é por isto que Bruxelas colocou à disposição de Portugal verbas comunitárias avultadas para que o país não se transforme abruptamente numa ilha ferroviária, ou seja, logo que a Espanha acabe de mudar as suas principais linhas ferroviárias de bitola ibérica para linhas e sistemas de alimentação e sinalização UIC (norma internacional).

Esperemos, pois, que os portugueses, a começar pelos deputados, acordem!

Bruxelas disponibiliza 1,6 mil milhões para Portugal construir ligação ferroviária a Espanha
24-01-2014 por Daniel Rosário, em Bruxelas

Comissário europeu responsável pelos transportes sublinha que o orçamento português terá que co-financiar apenas 15% dos projectos, mas avisa que o dinheiro não utilizado tem que ser devolvido ao fim de dois anos.

Portugal vai ter à sua disposição pelo menos 1.600 milhões de euros do novo orçamento da União Europeia para construir a parte que lhe cabe das redes transeuropeias de transportes: ligar os portos nacionais às redes ferroviárias de carga e passageiros com ligação a Espanha e ao resto do continente e converter a rede nacional para a bitola europeia.

Os números são avançados pelo comissário europeu responsável pelos transportes, que explica estas contas do orçamento comunitário para o período entre 2014 e 2020: 1.100 milhões de euros do fundo de coesão já previsto para Portugal são para aplicar em transportes; 500 milhões é o que cabe ao país no âmbito do novo MIE -Mecanismo Interligar a Europa (CEF - Connecting European Facility), que financia as redes transeuropeias.

Caso o dinheiro seja bem aplicado, estes montantes até podem acabar por ser mais elevados. Siim Kallas sublinha que o orçamento nacional terá que co-financiar apenas 15% dos projectos, mas deixa igualmente um aviso: de acordo com as novas regras, o dinheiro do fundo de coesão que não seja utilizado tem que ser devolvido ao fim de dois anos.

“O pressuposto geral é que no decorrer de 2014 aprovaremos os projectos, decidiremos o que financiar, como financiar e com quanto dinheiro para que os trabalhos, com base neste financiamento das redes transeuropeias, possam arrancar em 2015. Este é o pressuposto geral, mas tudo depende de projectos concretos. E é importante sublinhar que de acordo com as novas regras para o fundo de coesão, caso os países que recorram a estas verbas se atrasem ou adiem em demasia, podem perder o dinheiro em 2016”, explica Siim Kallas.

O comissário estónio desvaloriza as polémicas que envolveram a versão inicial do TGV e diz que as mesmas acontecem em todos os países cada vez que se discutem grandes obras, sobretudo em tempo de vacas gordas. E defende que caso o projecto apresentado pelo novo Governo avance, Portugal ficará bem servido na mesma.

“Tanto quanto sei, o básico está lá, isto é, a ligação entre os portos portugueses e a Europa será estabelecida, tal como a ligação do comboio de passageiros, que levará metade do tempo entre Lisboa e Madrid. Estas ideias básicas não são tão mínimas, são boas ideias. Talvez alguém quisesse ir a Madrid numa hora, mas pode-se sempre ser muito entusiasta quando há dinheiro, mas quando não há dinheiro começa a calcular-se o que é razoável e penso que esses projectos são muito importantes. O projecto não é assim tão minimalista, é razoável e se for implementado penso que os portugueses podem estar bastante satisfeitos”, sublinhou ainda.

A Comissão Europeia espera que os trabalhos arranquem no decorrer de 2015. E diz que ideias antigas, como o novo aeroporto ou a terceira travessia do Tejo, têm que ser definitivamente enterradas ou pelo menos congeladas durante vários anos. Porque do lado europeu este é o dinheiro que há até 2020 e não servirá para financiar outras ideias que possam entretanto surgir.

Esta notícia hoje veiculada pela imprensa é um sério aviso ao governo de Pedro Passos Coelho, ao PSD, ao PS, ao CDS e até ao PCP, todos vergonhosamente comprometidos com o embuste do novo aeroporto da Ota e com a tentativa, entretanto gorada, de destruir o Aeroporto da Portela, para o entregar aos sonhos urbanísticos do senhor Ho, da tríade de Macau e do senhor Costa!

A bem da verdade, devemos realçar o relatório que a seguir se transcreve, como uma das peças importantes no esclarecimento da Troika, invariavelmente vítima das barragens de contra-informação da nossa indigente imprensa a soldo dos rendeiros e cleptocratas desmiolados do regime.