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segunda-feira, janeiro 05, 2015

O Tribunal Faz de Contas

Deitaram ao lixo mais de 950 milhões de euros, isso sim!


Uma demonstração simples de que o indígena Tribunal de Contas diz apenas as baboseiras que o poder político-partidário de turno lhe encomenda:

DANIEL GROS: "Muitos projectos ferroviários e rodoviários também avançam lentamente, devido à oposição local e não à falta de financiamento. Estas são as verdadeiras barreiras ao investimento em infraestruturas na Europa. As grandes empresas europeias podem facilmente obter financiamento a taxas de juro próximas de zero."
A Europa e a mania dos investimentos mal orientados
Jornal de Negócios, 05 Janeiro 2015, 10:09 por Daniel Gros

O que o TdC deveria fazer, ou seja, julgar e punir os descalabros das derrapagens orçamentais e os contratos leoninos contra o interesse público, não faz. Mas armar-se em gestor de negócios, já faz, caindo no ridículo, claro!

Além do mais, tanto o TdC, como o TC, não são verdadeiros tribunais, dignos de ostentar semelhante timbre, mas sinecuras partidárias ao serviço dos governos corruptos e/ou incompetentes de turno.

Neste caso, o frete tem um endereço claro: a teimosia encomendada de Passos Coelho relativamente ao famoso, mas que nunca foi, TGV, e as manobras do Sérgio das PPP em defesa da salamandra, que ainda mexe, do NAL da Ota em Alcochete, da Cidade Aeroportuária da Margem Sul propalada pelo adiantado mental Mateus, da TTT do sargento-ajudante Costa, em suma, dos pinheiros e das herdades onde a malta do BES e a corja do BPN, Soares e Cavaco incluídos, andaram, e pelos vistos ainda andam, objetivamente metidos!

Entretanto, a suspensão do projeto da ligação Poceirão-Caia já custou aos contribuintes, entre estudos pagos e por pagar, e verbas comunitárias deitadas ao lixo (que a França e a Espanha imediatamente recuperaram, claro!) perto de MIL MILHÕES DE EUROS (1). Quando é que a imprensa portuguesa fará o seu trabalho?

Temos que varrer este lixo, chamado Bloco Central da Corrupção, para bem longe.

Tribunal de Contas diz que alta velocidade não teria "viabilidade financeira"
Jornal de Negócios, 05 Janeiro 2015, 12:12 por Lusa

POST SCRIPTUM



O único motivo porque Portugal tem feito uma triste figura no que respeita às ligações ferroviárias em bitola europeia de Lisboa-Madrid, Lisboa-Porto e Porto-Aveiro-Salamanca, sabotando reiteradamente os compromissos com Espanha e com a União Europeia (Ver Mobility and Transport e TEN-T in EC) tem sido a tentativa do Bloco Central da Corrupção Alargado (PS-PSD_CDS/PP e PCP) de favorecerem o negócio da destruição do Aeroporto da Portela e da construção de um mega-aeroporto (na Ota, ou em Alcochete, tanto faz). Os argumentos pseudo estratégicos (2) com que vendem a patranha ao lóbi militar da importação de submarinos, helicópteros e blindados todo o terreno são conversa de vigaristas que só convence quem quiser ser convencido. O argumento da falta de dinheiro é, especialmente neste caso, uma mentira pegada e escandalosa, pois se há investimento estratégico que conta com avultados fundos da UE é precisamente este!

No entanto, haveria que investigar qual o peso que a perda do concurso para a construção da famigerada —e essa sim, ruinosa e criminosa— TTT Chelas-Barreiro, da Mota-Engil para o consórcio espanhol, ditou a sentença abusiva do TdC sobre a ligação ferroviária Poceirão-Caia.

Detalhe do mapa das ligações ferroviárias prioritárias na UE. TEN-T, Set. 2014


NOTAS

  1. Leia o que escrevíamos em dezembro de... 2012 neste mesmo blogue.
  2. Imaginem que a Bélgica pensava da mesma maneira que as grandes inteligências pardas da Lusitânia...

    Ligações ferroviárias atuais (GoEuro-Planear Viagens) entre a Bélgica e três poderosos países vizinhos

    —Bruxelas-Londres: 11 comboios diretos/dia
    —Bruxelas-Paris: 10 comboios diretos/dia
    —Bruxelas-Colónia: 7 comboios diretos/dia

    Pela lógica dos acagaçados estrategos que temos, a Bélgica já teria sido toda trincadinha pelos papões franceses, alemães e ingleses!

Última atualização: 5/1/2015, 23:38

sábado, julho 12, 2014

Bruxelas impõe bitola europeia

Até a Ferrari está na corrida do TGV!


Em vez de ler O António Maria, o Bloco Central da Corrupção alargado (PS+PSD+CDS/PP+PCP) preferiu deitar ao lixo centenas de milhões de euros do QREN 2007-2013 previstos para a interoperabilidade ferroviária, leia-se, "TGV".

Preferiu também rasgar acordos formais celebrados com Espanha.

Preferiu ainda, enquanto o BES durou, tentar tudo por tudo e mentir a todos,
  • em nome do chamado NAL —Novo Aeroporto de Lisboa, na realidade, da Ota em Alcochete—, 
  • em nome da venda dos terrenos do aeroporto da Portela ao senhor Ho (Alta de Lisboa), 
  • em nome da TTT Chelas-Barreiro (desde que fosse para a Mota-Coelhone), 
  • em nome da encomenda de 12 aviões A350-900 à Airbus, assessorado financeiramente pelo famoso BES, que terá garantido a operação, sabendo-se hoje que TAP, entretanto, anda a deixar cair porcas por tudo quanto é sítio. 

O resultado está à vista, e sobre o mesmo, as cagarras parlamentares preferem divergir para miudezas ideológicas sem fim, como se daí viesse pão ou sossego aos portugueses.

O que nos vale mesmo é que a Europa não quer deixar que os indígenas lusitanos e a corja rendeira e devorista transformem Portugal numa ilha ferroviária, ou num novo arquipélago da Madeira a soldo de ladrões e vigaristas de toda a espécie.

Portugal tem poucas alternativas para chegar a um crescimento sustentado na ordem dos 1-2% ao ano, sem o que a probabilidade de um segundo e violentíssimo resgate será cada vez mais real.

As poucas alternativas que urge seguir com determinação e coragem:
  1. Podemos apostar e melhorar o campo das exportações de bens e serviços, faltando, porém, fazer quase tudo no setor dos serviços de valor acrescentado não associados a bansksters e rendeiros oligpolistas. 
  2. Podemos reformar o estado e torná-lo menos intrusivo, menos omnipresente, mais leve e sobretudo mais eficiente. 
  3. Podemos reduzir o poder da burocracia, das corporações profissionais e da partidocracia — através de um maior ativismo eleitoral e de redes de democracia direta bem informada. A Constituição tem que ser revista!
  4. Podemos travar o fascismo fiscal em curso e apostar numa fiscalidade competitiva. 
  5. E podemos aumentar o investimento produtivo e criar emprego em obras públicas e de parceria público-privada sobrevigiada por Bruxelas e por nós próprios. Ora é aqui que a renovação da rede ferroviária portuguesa, de modo a torná-la interoperável com as redes europeias e os portos atlânticos é uma decisão estratégica da maior importância, com desenvolvimento para mais de duas décadas, e impactos positivos na economia imediatos. O transporte coletivo de pessoas e a ferrovia são prioridades da UE. Remar contra esta maré racional vai suscitar penalizações cada vez mais fortes para quem insistir nos modelos preguiçosos e corruptos do passado. Precisamos de nos ligar ao nosso maior mercado de exportações e de turismo —Espanha— por via férrea. Será assim tão difícil de perceber? Precisamos de ligar diretamente os nossos portos atlânticos a Espanha e ao resto da Europa. É assim tão difícil de intuir? Até quando vamos aturar a corja devorista do PS, do PSD-CDS/PP, e até alguns autarcas oportunistas do PCP, neste ponto? Até quando vamos tolerar que o betão, o negócio dos carros privados e da gasolina, e os TIR, mandem e arruinem o país?
  6. E podemos, finalmente, apostar na cultura —na cultura patrimonial material e imaterial, e na cultura viva e contemporânea. Lisboa (a grande Lisboa), Porto (o grande Porto), Coimbra-Aveiro, Algarve, Açores, Madeira, precisam de um grande impulso de qualidade e quantidade cultural, precisam de apostar, de cima para baixo, mas mais ainda, de baixo para cima, nas indústrias criativas e culturais. 1% do OE? Não, 3% do Orçamento de Estado, burros!
UE começa a impor castigos sérios a quem vegeta os fundos comunitários. Ainda bem!

Portugal has two months to reply to the Commission.


Rail transport: the Commission asks PORTUGAL to fully implement EU legislation on rail interoperability

The European Commission has asked Portugal to bring its national rules in line with Directive 2008/57/EC on railway interoperability, especially as regards vehicles authorisation. The legislation aims at establishing the conditions for achieving interoperability within the European rail transport system and enabling the rail sector to compete more effectively with other transport modes. This will allow citizens to travel easily through Europa and goods to be transported on a more safe and environmental friendly transport mode. The legislation should have been in place since 19 July 2010. If Portugal fails to react satisfactorily, the Commission may refer the matter to the EU Court of Justice. The Commission opened infringement proceedings against Portugal on the matter in November 2013, and a reasoned opinion (the second stage in EU infringement proceedings) is now being sent.

[...]

Road transport: Commission requests IRELAND, PORTUGAL, SLOVENIA and the UK to implement EU rules for road charging for lorries

The European Commission has requested Ireland, Portugal, Slovenia and the United Kingdom to adopt the necessary measures for the correct application of the so-called 'Eurovignette Directive' (Directive (EU) No 2011/76). This Directive extends the scope of the European directive on road charging from the roads that are part of the TEN-T network to all motorways across Europe. It also gives Member States the option to charge heavy lorries for causing "external costs" such as pollution and noise in addition to infrastructure costs (construction, maintenance and operation of the road infrastructure). Inconsistent implementation across the EU risks resulting in legal uncertainty for hauliers. The legislation should have been in place by 13 October 2013. If Ireland, Portugal, Slovenia and the United Kingdom fail to react satisfactorily, the Commission may refer the matter to the EU Court of Justice. The Commission opened infringement proceedings against Ireland, Portugal, Slovenia and the United Kingdom on the matter in November 2013, and a reasoned opinion (the second stage in EU infringement proceedings) is now being sent. Ireland, Portugal, Slovenia and the United Kingdom have two months to reply to the Commission.

in July infringements package: main decisions / European Commission - MEMO/14/470, 10/07/2014

segunda-feira, junho 02, 2014

Alta Velocidade em Vidago

O próximo dinheiro que vier da Europa que venha com destino certo!


Será que desenburramos desta vez?


Cimeira Ibérica em Vidago para reforçar cooperação

A 27.ª Cimeira Luso-espanhola realiza-se na quarta-feira em Vidago, Chaves, e terá entre os temas fortes a cooperação transfronteiriça em setores como combate a incêndios, proteção civil e saúde, segundo fontes diplomáticas.

Portugal e Espanha devem acordar ainda uma "posição comum" sobre as interconexões energéticas europeias e avançar no calendário para a implementação da ligação ferroviária entre o Atlântico e a Europa.

DN, 2/6/2014

Vamos lá ver o que os indígenas vão apresentar em mais uma Cimeira Ibérica.

Normalmente os nossos governantes não têm nada preparado e improvisam à última da hora. Esta é a maneira da maioria da corja partidocrata em funções de poder se comportar...

Portugal, desde 2003 (acordos da Figueira da Foz) não fez rigorosamente nada. Nem 1 Km de via em bitola europeia!

Enquanto os espanhóis andaram e andam a construir a segunda maior rede de alta velocidade ferroviária do mundo (depois da China) os Tugas passaram o tempo a discutir e a meter centenas de milhões de euros dos contribuintes ao bolso, sob os auspícios de inúmeros e inadiáveis estudos, e em nome do embuste aeroportuário da Ota, e depois de Alcochete, e da criminosa TTT Chelas-Barreiro, tão querida ao autarca lisboeta.

É este o legado de José Sócrates e de António Costa que Mário Soares (olha quem!) quer ressuscitar.

Resultado: nada foi construído em Portugal, perderam-se centenas de milhões de euros comunitários a fundo perdido, reservados para as novas redes ferroviários (quadro financeiro 2007-2020), e não se criaram, nem milhares de postos de trabalho permanente, nem setores industriais especializados conexos com a tecnologia avançada associada às novas redes ferroviárias de alta velocidade.

A malta que hoje torce as orelhas e vai para a rua gritar adora as telenovelas do Miguel Sousa Tavares e de outros portentos do nosso indigente jornalismo. O resultado está à vista :(

sábado, março 08, 2014

Autoeuropa deixou de usar comboio para exportar automóveis


Os tugas não aprendem, nem mesmo quando estão a desaparecer na sua própria miséria!


Este governo deixou ir para Espanha e França 800 milhões de euros  que estavam reservados a Portugal no anterior quadro comunitário de apoio na condição de fazermos uma nova ligação ferroviária Lisboa-Madrid. Os rendeiros e os ladrões do regime queriam um novo aeroporto, uma cidade aeroportuária, uma nova travessia do Tejo no corredor Chelas-Barreiro, barragens, mais autoestradas, túneis,  e sobretudo betão, muito betão, que é a única coisa que os empresários que capturaram os partidos e os governos desta praia lusitana à beira-mar plantada sabem fazer, e onde o saque que nos trouxe até aqui é garantido. Ou isto, ou intelectuais de mercearia.

As burocracias, incluindo ministros e administradores de empresas públicas, partidos assentados em São Bento, corporações profissionais e empresariais secularmente encostadas há mama orçamental, e até autarcas e sindicatos desmiolados, transformaram o 'TGV' num demónio e jogaram, como sempre fazem, o Porto contra Lisboa para confundir o pessoal. Os resultados estão à vista.

Recentemente publicaram mais estudo, desta vez sobre os próximos investimentos estratégicos a serem financiados pelo próximo quadro comunitário de apoio, o qual não passa dum embuste sem qualquer consistência nem formalidade, e que, como já é sabido, não sequer tido em conta por Bruxelas seja para o que for. Areia para os olhos da burocracia e autarcas sem cabeça e pouco mais. O ridículo Seguro, em vez de expor o embuste, e de traçar publicamente o quadro estratégico que defende quando for governo, anda a brincar às escondidas com o Passos de Coelho. Pior, acaba de dar um tiro na testa ao convidar Jorge Coelho para o substituir!

REFERÊNCIAS

Autoeuropa deixou de usar comboio para exportar automóveis - Automóvel - Jornal de Negócios

Debate sobre infra-estruturas arranca sem estudos sobre seis dos 15 projectos mais prioritários - i online.

terça-feira, dezembro 17, 2013

O Cosmopolita

Passos Coelho já começou a afinar pelo diapasão de Wolfgang Shäuble II

Vai uma Bola de Berlim?

Primeiro-ministro quer “uma economia menos provinciana e mais cosmopolita”

Numa intervenção de quase meia hora, Passos Coelho clarificou que “o grande objectivo para Portugal é uma economia menos centrada nos sectores protegidos de mercado interno, mas mais exposta ao mercado externo"— in Público, 16-12-2013.

Depois de convidar os educados e cosmopolitas a emigrar, agora quer educar os provincianos. Há qualquer coisa que soa a falso nesta lenga-lenga do primeiro ministro. Será que Passos Coelho vai limpar os recibos da luz da EDP e dos demais rendeiros da energia da sobrecarga devorista que asfixia a economia e as famílias? Será que vai acabar com os escandalosos subsídios à RTP (mais de mil milhões de euros no que vai de mandato!!!) e privatizar de vez e a 100% este sorvedouro dispensável? Será que vai anular as condições contratuais leoninas das PPP invocando quer a natureza abusiva das mesmas, quer a condição financeira lamentável em que o país se encontra? Vai acabar com os monopólios da Mota-Engil? Vai parar as barragens inúteis congeminadas pelo governo corrupto do 'socialista' José Sócrates Pinto de Sousa? Vai colocar as travessas e os carris da bitola europeia entre o Pinhal Novo e Caia (e entre o Poceirão e Setúbal, Sines e Évora, Porto e Vigo, Aveiro e Salamanca...), cumprindo a estratégia europeia de mobilidade ferroviária e os compromissos sucessivamente reiterados entre o estado português e o estado espanhol, ou continua ao serviço dos piratas do NAL? E quando é que contrata uma empresa internacional decente e competente para reestruturar e privatizar a TAP, em vez de continuar a manter esta mala diplomática nos corredores corrompidos dos escritórios de advogados indígenas? Vai ligar os nossos portos às redes transeuropeias de transportes, ou vai transformar Portugal numa Coreia do Norte Ferroviária? Vai, em suma, despedir, o Sérgio das PPP, ou o rapaz continuará no seu governo a tratar dos interesses inconfessáveis da tal corja provinciana que o senhor diz querer educar? Vai, ou não, aliviar a economia —sobretudo a economia real, das pessoas e das nano, micro, pequenas e médias empresas— da carga burocrática e do fascismo fiscal que tem vindo a dizimar o tecido económico do país em nome da concentração provinciana que diz agora querer combater?

Não basta a sua monocórdica voz de barítono para nos convencer. Precisamos que responda claramente a estas e outras perguntas.


quinta-feira, outubro 31, 2013

Um governo sem bitola

AVE, a segunda maior rede de Alta Velocidade do mundo. Link1, Link2

Os governos são responsáveis, o parlamento é responsável, os autarcas são responsáveis...

Artigo publicado no dia 18 de Maio no Público Online
Por Rui Rodrigues

O actual Governo português, apesar dos financiamentos que existiam, optou por não fazer nada até 2015. Esta decisão levanta uma questão ainda não esclarecida nem respondida: o que aconteceu aos fundos europeus que tinham sido assegurados para o novo troço Poceirão-Caia, do PP3?

Que se pretende fazer para que Portugal não caia na encruzilhada da “ilha ferroviária” a que os responsáveis levaram o País, apesar de todos os avisos que foram feitos?


BITOLA IBÉRICA ACABA EM BADAJOZ

No passado dia 13 de Maio de 2013 realizou-se em Madrid a XXVI Cimeira Luso-Espanhola. Relativamente ao transporte ferroviário de mercadorias, foi decidido criar um grupo de trabalho para se definirem as futuras ligações entre os dois países.

A informação mais importante, contudo, foi divulgada dois dias após a referida Cimeira, e consistiu num estudo encomendado pelo Ministério de Fomento espanhol onde se admite o encerramento de 48 linhas ferroviárias de bitola (distância entre carris) ibérica.

O mapa do encerramento das vias já foi divulgado no site do jornal “El País”.

O Governo espanhol já fez saber que a ligação internacional na fronteira de Badajoz, em bitola ibérica, deixará de existir logo que a nova linha de bitola europeia Badajoz-Madrid, esteja concluída em 2015 ou 2016.

Esta decisão era esperada pelas razões que já foram publicadas, há muito tempo, neste suplemento. O principal argumento consiste no facto da Espanha estar a investir na nova Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T) e não ter obrigação, nem interesse, em manter antigas vias que não sejam competitivas e sem tráfego.
          
PORTUGAL MAIS ISOLADO

Algumas das decisões já anunciadas por responsáveis portugueses deixaram de fazer sentido e iremos enumerá-las através da descrição exata das diferentes propostas anunciadas pelo atual Governo português desde Junho de 2011 relativamente ao projeto do novo troço ferroviário Poceirão-Caia.

  1. Numa entrevista, dada à publicação “Transportes em Revista”, de Novembro-Dezembro de 2011, o atual Secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, relativamente ao troço Poceirão-Caia, defendeu a construção de uma linha com uma via única de bitola europeia e outra via única de bitola ibérica. Foi acrescentado: “até à primeira metade de 2012 haverá investimento no terreno”.
  2. No dia 27 de Março de 2012, o Primeiro-ministro Passos Coelho, na visita que efetuou ao porto de Sines, afirmou que “o seu Governo gostaria que a ligação do porto de Sines à rede europeia“ estivesse “a ser executada até 2014”, ano previsto para a conclusão do “alargamento do Canal do Panamá”.
  3. Mais tarde, no dia 29 de Outubro de 2012, o novo Presidente da REFER, Rui Loureiro, numa entrevista publicada no “PÚBLICO”, sobre a ligação ferroviária a Badajoz, deu a entender que só seria construído um novo troço Évora-Badajoz e, após a sua finalização, seria feita a ligação à via única, que já existe, Évora-Vendas Novas-Poceirão-Sines, em bitola Ibérica.
  4. Por fim, no dia 7 de Fevereiro de 2013, o Secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, fez uma conferência de imprensa onde foi divulgado que, até 2015, nada seria feito. Em vez da linha de altas prestações para mercadorias e passageiros, várias vezes anunciada nos meses anteriores, o Governo iria optar por uma Linha de Transporte de Mercadorias (LTM), que serviria apenas para transporte de carga entre os portos de Sines, Lisboa e Setúbal a Badajoz, em bitola ibérica, e que teria um custo de 700 milhões de Euros. Na altura, ficou a saber-se que não existia nenhuma alternativa ao projeto de execução do troço Poceirão-Caia e que nem sequer foi apresentada qualquer solução concreta para ligar os portos do Sul à nova rede de bitola europeia.
  5. Passado pouco tempo, após a desistência da nova ligação ferroviária à U.E., surpreendentemente, foi anunciada intenção de investir 1000 milhões de euros num novo porto na Trafaria.
  6. Por fim, a 13 Maio de 2013, após a XXVI Cimeira luso-espanhola, realizada em Madrid, o Governo português decidiu criar um grupo de trabalho com Espanha, para se definirem as ligações ferroviárias entre os dois países. Ver documento (pdf) sobre o que ficou acordado entre Portugal e Espanha.

CONSEQUÊNCIAS

Todas as opções que foram anunciadas, tanto pelo Secretário Estado dos Transportes e pelo Presidente da REFER, para ligar o Sul de Portugal a Badajoz, que incluíam a bitola ibérica, deixaram de fazer sentido, pois já falta pouco tempo para estar concluída a nova linha Madrid-Badajoz, em bitola europeia.

Nos próximos anos, as ligações em Vilar Formoso e Valença também deixarão de ter bitola ibérica. Já foi divulgado publicamente que, quando a nova via Madrid-Santiago de Compostela estiver concluída, em 2018, a linha Corunha-Vigo passará a ser em bitola europeia. No caso de Vilar Formoso, ainda não existe data definida mas o mesmo vai ocorrer nos próximos anos.

Atualmente, existem comboios de mercadorias que fazem o transporte ferroviário de Portugal para Espanha, e vice-versa, pela rede existente de bitola ibérica. Brevemente, nem isso vai ser possível.

A situação muito provável de Portugal se tornar numa ilha ferroviária já levou algumas pessoas a sugerir a hipotética utilização de comboios de mercadorias de eixo variável. Se esta opção muito dispendiosa fosse viável, a Espanha nunca teria construído uma nova rede de bitola europeia.

O que vai acontecer é que os contentores, vindos da Europa, além Pirenéus, vão ter que ficar “retidos” na plataforma logística de Badajoz. A opção mais rápida, barata e viável será o transporte direto dos contentores em camiões desde Badajoz até ao ponto de destino, na região de Lisboa, uma vez que a distância é de cerca de 200 Km.

E O FUTURO?

Neste momento existe o sério risco de nada ser feito até 2015 e, mais grave ainda, nem sequer existem planos concretos para o próximo Quadro financeiro 2014-2020.

Um país, para se candidatar a fundos comunitários, tem que apresentar um projeto de execução que, no caso da ferrovia, em média, pode atingir um custo até 8% do total da obra. Um projeto de execução pode levar bastante tempo a elaborar e é necessário fazer um concurso internacional. O do Poceirão-Caia já foi realizado.

O único Projeto Prioritário (PP) a que Portugal se candidatou, no atual pacote financeiro, 2007-2013, foi o PP3 - Poceirão-Badajoz-Madrid-Valladolid-Irún-França.

Na linha Aveiro-Salamanca, por exemplo, Portugal não tem nenhum projeto de execução , pelo que só poderá ser apresentado para o próximo pacote financeiro 2014-2020.

O atual Governo português, apesar dos financiamentos existentes, optou por não fazer nada até 2015.

Esta decisão levanta uma questão, ainda não esclarecida nem respondida: onde estão os fundos europeus que tinham sido assegurados para o novo troço Poceirão-Caia, do PP3?

O que se pretende fazer para que Portugal não caia na encruzilhada da “ilha ferroviária” a que os responsáveis levaram o País, apesar de todos os avisos que foram feitos?

sábado, outubro 12, 2013

Partidos atrás do prejuízo

Álvaro Beleza tira sangue ao ministro Paulo Macedo. Foto LUSA

Partidocracia: fragmentação ou evolução?

“Amid the government shutdown, 60% of Americans say the Democratic and Republicans parties do such a poor job of representing the American people that a third major party is needed. That is the highest Gallup has measured in the 10-year history of this question. A new low of 26% believe the two major parties adequately represent Americans.” in ZH

A partir de um certo limiar, mais dívida já só produz crescimento negativo :(

É por estas e por outras que também na América as pessoas condenam cada vez mais o rotativismo partidário com dois partidos, e começa a perceber-se a necessidade de um terceiro grande partido.

Se há certezas que possamos retirar dos resultados das últimas eleições, parcialmente alinhadas com a sondagem de algibeira realizada no blogue do Partido Democrata, e contrariando a matilha zarolha das sondagens encomendadas, é que houve uma clara abstenção de protesto, uma subida dos votos brancos e nulos de protesto, e a eleição de inúmeros autarcas sem filiação partidária, independentes ou em rotura com os partidos de origem, um dos quais retirou a segunda cidade do país ao controlo rotativista da partidocracia que conduziu o país à bancarrota.

Também assinalada no inquérito que fizemos entre usuários do Facebook, esteve a subida empinada do PCP. Ao contrário do que esta micro-sondagem permitiu concluir, a queda dos partidos do governo foi bem mais acentuada, e o PS beneficiou de uma clara transferência de votos do PSD e do Bloco.

Por junto, estes resultados colocaram os partidos rotativistas em pânico:

— o PCP, que tendo vindo a rejuvenescer paulatinamente o seu pessoal político, desatou a crescer como não se via há décadas, contrariando os vaticínios mais otimistas (ou pessimistas, depende da perspetiva) sobre este cadáver adiado;

— as perdas dos municípios de Sintra (segundo em população), de Gaia (terceiro em população) e do Porto (quarto em população), respetivamente para o PS, para um candidato sem filiação partidária, e para o PS, acrescido ao facto de em Lisboa o PSD ter perdido quase tudo, pois ficou não só atrás do PS, como do PCP, é um rastilho imparável para a  inexorável fragmentação, ou, na melhor das hipóteses, refundação do PSD;

— O Bloco de Esquerda vai a caminho da extinção (1);

—  Finalmente, o PS, apesar da sua clara vitória, e de ter afastado a corja socratina do caminho, perdeu, como todos os partidos, à exceção do PCP, muitos votos: -272.834 (mais do dobro dos votos obtidos pelo Bloco). Nada garante que a esta tendência de perda não continue, sobretudo se o PS continuar na mesma.

A entrevista de Álvaro Beleza ao jornal i é uma novidade, e mostra de forma clara que António José Seguro pediu a alguém para a explorar a vitória das Autárquicas, atacando a extrema fragilidade em que se encontra o PSD neste momento. A ameaça latente de uma fragmentação do PSD depois das eleições europeias é uma excelente oportunidade para o PS ir buscar a maioria orgânica de que precisa para disputar as legislativas de 2015 com força suficiente para pedir e obter uma maioria absoluta, ou, se esta não for alcançada, poder promover uma coligação com o CDS pós Portas e com o PSD pós Coelho, numa espécie de grande coligação sem comunistas, nem o exangue Bloco.

Aos meus amigos socialistas que não desesperaram dou um conselho: arregacem as mangas no interior do PS, promovendo a abertura desta agremiação doente à sociedade em geral, e aos espíritos livres e ansiosos por ajudar o país a sair desta enorme crise, em particular.

Temo que não chegue, e por isso insisto na necessidade de promover uma Plataforma Eleitoral Independente (formalmente e por necessidade legal, um partido) capaz de andar mais depressa na formulação de ideias e na promoção de consensos e bom senso entre os setores ativos da sociedade.

No entanto, e para já, anotar estas declarações de Álvaro Beleza:

AB: "No PS já introduzimos eleições primárias para escolher o líder. O fenómeno dos independentes, que eu prefiro chamar de não filiados, tem a ver com o fechamento dos partidos. É preciso primárias nos partidos, limite de mandatos não só para os presidentes de câmara e reformas do sistema eleitoral. Temos de introduzir em Portugal círculos uninominais com limite de mandatos, um círculo nacional que permita a representatividade dos pequenos partidos e a obrigatoriedade de os membros do governo serem deputados. E é preciso transparência no exercício dos cargos."

AB: "O IRC é um imposto estúpido. Temos de ser competitivos com a Irlanda e Espanha. E para podermos baixar a carga fiscal, temos de ter um Estado mais eficaz, que gaste o que tem para gastar, e aí é essencial a reforma estrutural do Estado."

AB: "...para que é que existe um Ministério da Justiça? Tem de haver separação de poderes. Devia ter um orçamento à parte do orçamento legislativo e do governo - é assim nos EUA. E devia ser gerido pelo Conselho Superior de Magistratura. Têm de ter autonomia total, não é o governo a passar os cheques dos magistrados."

AB:  "...o Orçamento do Estado não pode financiar grupos privados que vivem dele, em grande medida, de forma indirecta. Isso é moralmente inaceitável quando não há meios financeiros para os hospitais públicos. Mas terá de ser gradual para não prejudicar funcionários públicos e não liquidar os grupos e hospitais privados. O PS tem defendido essa separação, e também nesta questão da ADSE não voltámos atrás."

AB: "Não valemos só pelo que somos neste rectângulo e temos de jogar esse peso todo. Tem de haver mais articulação com o mundo da lusofonia, temos de apostar como a Inglaterra faz com a Commonwealth. Portugal tem muitas semelhanças com a Inglaterra. A Alemanha nunca foi nossa aliada, nunca tivemos nada a ver com a Alemanha. A Europa está a ser comandada por uma potência continental fechada que não tem a visão alargada de outros, como Portugal e Inglaterra, que já foram impérios marítimos. Infelizmente, temos uma chanceler alemã que é muito tacanha, muito dona de casa. Dentro da União Europeia, temos de buscar aliados para falar de outra maneira com os alemães. Mas para isso é preciso outro governo, com outra credibilidade."

AB: "Portugal é um país periférico na Europa, mas central no Atlântico. Temos um porto de águas profundas, como o de Sines, que é a cara da Europa. Temos de apostar nas Américas, África, na lusofonia (que é a nossa área natural de influência), e ter aqui uma estratégia de crescimento nas exportações através da indústria. No porto de Sines só falta a ligação à Europa por via ferroviária, que este governo suspendeu, mas é estratégica.

i: Um país sob assistência deve fazer esse investimento?

AB: “Podia não se fazer tudo, mas fazer devagar. Custa imenso ver o TGV em Espanha; na Europa, só este rectângulo é que não vai ficar dentro da linha de alta velocidade. Foram mais troikistas que a troika. Não tinham de interromper as obras, tinham de fazer mais devagar, podiam alterar o projecto para ser mais barato."

Sim, a estratégia de proteção e projeção política e económica da nossa soberania passa pelo regresso ao Atlântico, pela Lusofonia, pelas relações com a China, com a Índia e com o Japão, e pela força da diáspora portuguesa no mundo. Portugal deve posicionar-se como uma uma plataforma diplomática e como uma zona frana europeia aberta ao mundo, queira a tia Merkel ou não1

Num ponto mais Álvaro Beleza tem razão: "...hoje a geração do Sérgio Sousa Pinto, Pedro Nuno Santos e João Galamba é mais representativa do eleitorado jovem do que o BE. Entramos bem nesse eleitorado."


NOTAS
  1. “Seguro escolheu o lado direito do poder”, diz Semedo (Público, Teresa Camarão 12/10/2013 - 22:22)

    O Bloco, imprestável para o PS, e imprestável para o PCP, na realidade já não existe. A tarefa do PS agora é atrair para a sua órbita os melhores quadros (que são poucos) da balbúrdia que sempre foi o Bloco resultante de uma turma quadrada de revisionistas do estalinismo soviético, do estalinismo chinês e do trotsquismo mandeliano. Francisco Louçã lá se reformará como professor emérito de uma economia que desconheço.

Última atualização: 13 out 2013, 09:04 WET

quinta-feira, outubro 10, 2013

E depois do TGV?


Steam Train from Misha Werder on Vimeo.

Como evitar que Portugal se transforme numa ilha ferroviária

Paris pressiona transportadores a registarem-se para pagarem a ecotaxa

O Governo francês já terá avisado os seus congéneres europeus para a necessidade de os transportadores rodoviários que circulem em França se registarem a tempo de pagarem a ecotaxa, a partir de 1 de Janeiro de 2014. Transportes e Negócios, 10/10/2013.

Enquanto os cães ladram e as cagarras grunhem, no parlamento, nos ministérios e nas televisões, a nova rede ferroviária europeia de bitola UIC avança em Espanha. No Portugal dos Pequenitos, como se sabe, o governo do Jota Passos de Coelho entregou a massa do QREN, reservada para a ligação Poceirão-Caia, à TAP (via Parpública). Agora nem conseguem impingir a TAP (que não souberam reestruturar a tempo, como sempre defendemos neste blogue), nem terão em breve comboios que cheguem a Espanha e à Europa. Ao contrário do que certamente pensa o adiantado mental que inventou o aeromoscas de Beja, os contentores não viajam de avião! E é claro também que com piratas destes, só há uma solução: levar as viúvas para a Ponte 25 Abril, com a segurança do PCP à frente, e esperar que se atirem da ponte abaixo :(

El Corredor Mediterráneo avanza, tras veinte meses de trabajo y 3.438 millones de inversión

La ministra de Fomento, Ana Pastor, afirmó ayer en el Congreso que el Corredor Mediterráneo ha pasado de ser un proyecto a ser una realidad en marcha, tras veinte meses de trabajo y un presupuesto de 3.438 millones de euros. Pastor repasó las principales actuaciones que se han desarrollado y que se están desarrollando en el corredor ferroviario, que se han centrado en la implantación de ancho estándar internacional y en los accesos a los puertos. Via Libre, 10/10/2013.


Portugal: linha da Beira Alta

Transcrevo, a propósito da rápida evolução em curso dos cenários do transporte aéreo e ferroviário, ambos assustadoramente letais para a corrompida e desmiolada política de transportes do Bloco Central da Corrupção, três mensagens inteligentes que me chegaram à caixa de correio há algumas horas atrás.

Faço-o com a melhor intenção de ajudar o imprestável Sérgio das PPP a fazer alguma coisa de jeito.

Email n.1

Caro Engenheiro,

Não sendo necessário a organização de nenhum Congresso, ora ai está a prova mais do que evidente de que Sines foi relegada para 3º plano. Na prática, em termos europeus, Sines simplesmente não existe, sendo eclipsado por Cadiz, Algeciras e Huelva, portos ligados entre si através de bitola UIC a Madrid e à Europa.

Anda a Refer do Soldador a aplicar travessa de dupla fixação na modernização da linha entre Tavira e Vila Real de Santo António, quando já devia de estar a fazer o mesmo na linha da Beira Alta, pois se a linha Poceirão-Caia foi adiada para as Calendas Gregas, a alternativa sofrível será a linha da Beira Alta, voltando mesmo à sua configuração de origem, ou seja, Figueira da Foz - Cantanhede - Pampilhosa - Guarda - Vilar Formoso.

Em termos do transporte de passageiros de e para a linha da Beira Alta, a melhor alternativa será o transbordo em Pampilhosa, situação que dado o estado de degradação a que se assiste ao nível do material circulante, é um cenário mais do que provável para os próximos tempos: tráfegos de passageiros a rebaterem sobre a linha do Norte.

Outras mercadorias em bitola ibérica têm como alternativa (enquanto houver bitola ibérica do lado de Espanha) a linha do Leste.

Se a nível das responsabilidades a ADFER é o que todos sabemos, já o mesmo não se pode esperar do "governo". Contudo são deliciosas (e criminosas) as entrevistas do Soldador. Pessoalmente essas entrevistas são inspiradores-. Lembram-me aquele filme: As sandálias do soldador.

Que diacho de valor acrescentado tem a linha do Algarve! Será que vão fazer uma ponte ferroviária entre Vila Real de Santo António e Ayamonte, e malta nem sonha? será que os espanhóis vão reabilitar a linha de Ayamonte a Huelva? É bem capaz de ser exactamente isso. Como Espanha vai, em sonhos do lado de cá, reabilitar esse troço de via, então toca de aplicar travessas de dupla fixação em linhas onde nem existe electrificação e as velocidades não excedem os estonteantes 60 km/h.

Conhecerão os entendidos outra alternativa que não esta? Desculpe fazer de si quase a "reserva da nação", pois eu estou mais virado para aviação.

Email n.2

Caro Engenheiro,

Na verdade e dado o estado em que se encontra o assunto do lado de cá, e tendo presente os desenvolvimentos em Espanha, que tem vindo a dar prioridade absoluta a todas as ligações em UIC salvo a de Badajoz-Poceirão (por causa dos malucos portugueses), a única solução expedita que nos resta para mitigar este enorme problema, é mesmo reconverter a linha da Beira Alta para a bitola UIC. O traçado da via é "moderno" e pode ser inclusivamente melhorado para nele circularem comboios de pendulação activa, com velocidade máxima potencial até 250Km/h.

Do mal ou menos, fica-se com uma linha até ao mar (Figueira da Foz), aproveitando-se os vários feixos de linhas para comboios de mercadorias,  criando-se entretanto "portos secos" em vários pontos da linha da Beira Alta. 
A linha da Beira Alta poderá, aliás, ser duplicada, favorecendo assim a segurança e aumentando a capacidade do número de comboios.

No estado de subdesenvolvimento em que tudo isto se encontra, esta alternativa é perfeitamente executável para além de económica (peanuts). Para mais, a linha da Beira Alta está considerada nos corredores europeus para efeitos de financiamento. Em vez das pessoas mudarem de comboio na Pampilhosa, poderão fazê-lo em Coimbra-B, sendo necessário para isso a construção de apenas 21 km de linha em bitola UIC.

Quanto ao transporte de passageiros, a maioria da malta dirige-se a Coimbra e não a Lisboa. Serão assim muito poucos aqueles que terão que fazer a mudança de comboio na Pampilhosa ou eventualmente em Coimbra-B.

É igualmente claro que, puxando a linha para norte, fica numa segunda fase servido o porto de Aveiro com bitola UIC.

Relativamente à manutenção do material ferroviário em bitola UIC, a CP ainda dispõe (apesar de encerradas) oficinas na Figueira da Foz.

É o que há!

Email n.3

Caro Engenheiro,

[...] com os governos dos vários países a penalizarem fortemente o transporte rodoviário de mercadorias, os países periféricos têm, a muito curto prazo, que encontrar soluções e no mínimo lançar mão de soluções expeditas, evitando que as mesmas comprometam a segurança.

No caso concreto, a linha da Beira Alta está a precisar de uma intervenção pesada, pois em zonas de difícil drenagem de águas a plataforma da via começa a apresentar alguns problemas com implicação na regularidade das circulações.

Por outro lado, quando ficou terminada a sua modernização, apenas por falta da montagem de algumas balizas para o CONVEL é que essa linha não ficou apta para a circulação de CPA.

Por muitas voltas que se dêem não me parece que existam outras alternativas. Assim, a opção de modernizar a linha do Minho não se me afigura de grande retorno para o país. Mais cedo ou mais tarde a linha da Beira Alta terá de ser modernizada para UIC. A sua duplicação poderá realizar-se numa segunda fase.

A tão propalada falta de recursos financeiros não poderá, quanto a mim, ser argumento suficiente para que não sejam estudadas soluções.

Agora que a questão da Ota na Ota ou da Ota em Alcochete está adiada lá para 2030 ou mais, é tempo de o caminho de ferro fazer lóbi inteligente no sentido de iniciar a sua reconversão.

Uma linha da Beira Alta em UIC implica novo material circulante (poderá ser da Renfe), dando outra folga à circulação do vetusto material em bitola ibérica. Ligações entre Coimbra - Salamanca - Paris (Madrid) serão pois possíveis, isto claro, desde que se estude um cronograma sério.

Havendo fundos comunitários disponíveis, os quais já foram certamente negociados e atribuídos, os custos desta modernização são peanuts. Na sua configuração inicial (Figueira da Foz - Vilar Formoso) esta linha tem 252km. A electrificação está feita, o CONVEL pode ser mudado para RTMS, crie-se, pois, espaço para cruzamento de comboios com 750m, e estenda-se a linha em 21km até Coimbra-B.

Com o máximo de 4 unidades de passageiros (a 160 km/h) fica garantido todo o tráfego de passageiros, mas não para se atrapalharem umas às outras, deixando-se pois espaço canal para os comboios de mercadorias.

É claro que tal acção não será bem vista por Espanha, dado colocar em causa a rentabilização do porto seco de Salamanca. Espanha espera que Portugal contribua para a rentabilização deste seu investimento...

Modernização da linha da Beira Alta.

Na rodovia que rodeia essa linha, como a carga de passageiros é o que é (exígua), as obras poderão ser realizadas durante o dia. O transporte de mercadorias é canalizado para a Linha do Leste enquanto os espanhóis não encerram a bitola ibérica em Badajoz. Este último facto é determinante em termos de tempo disponível para a realização da obra.

Do acima, gostava de conhecer a sua avalizada opinião, nomeadamente no que diz respeito à volta que ainda nos é dada na linha do Leste, pois caso contrário lá teremos que andar a pensar em vias algaliadas pela linha da Beira Alta, o que representa mais custos e o risco de se passar o que se passou com o Alvia em Santiago de Compostela (duas bitolas, 2 ou 3 sistemas de sinalização/ cantonamento...)

R

Última atualização: 11 out 2013, 10:44 WET

quarta-feira, maio 29, 2013

Alta Velocidade Ferroviária? Altamente!

O Ferrari da ferrovia do futuro já chegou!

É claro que vai haver 'TGV'!

Afinal, haverá ou não um comboio de alta velocidade com passageiros para Madrid?

As palavras de Álvaro Santos Pereira em Madrid reabriram as dúvidas: afinal, o novo comboio de alta velocidade para Madrid vai ou não transportar passageiros? Em Fevereiro, o Governo tinha deixado cair o projeto de TGV, herdado do anterior Executivo e prometeu uma linha de alta velocidade mais barata e especializada em mercadorias.

Nessa altura, Sérgio Monteiro, secretário de Estado do Transportes, garantiu que o projeto TGV "morreu" e que a única aposta seria numa ligação LTM, "uma linha de transporte de mercadorias". Só que em Madrid, na semana passada, Santos Pereira abriu a porta e admitiu que "a ideia é desenvolver grandes corredores de competitividade, para passageiros e mercadorias. Mais, disse o ministro: "Quando falamos em ferrovia, em bibitola, estamos a falar em passageiros e mercadorias" — in Dinheiro Vivo, 27 mai 2013.

É claro que vai haver 'TGV', ou antes: vai haver uma nova rede ferroviária em bitola UIC (vulgo 'bitola europeia') com os respetivos sistemas de alimentação elétrica e de sinalização uniformizados com a rede prevista no plano ferroviário espanhol PEIT, por sua vez conforme ao TEN-T (Trans European Transport Network) previsto pela União Europeia. Basta olhar com alguma atenção para o mapa de prioridades da Ibéria.

De contrário, Portugal transformar-se-ia numa ilha ferroviária, isolada de Espanha e do resto da Europa, pois a Espanha, como previmos, perante tanta corrupção e estupidez indígena lançou recentemente o esperado ULTIMATO aos imbecis do Terreiro do Paço (quase todos motoristas do BES): ou o AVE chega a Lisboa em conformidade com os acordos assinados entre os dois governos, ou encerramos todas as linhas ferroviárias antigas (bitola ibérica) que chegam à vossa (nossa) fronteira.

A partir de agora vamos assistir a parvoíces semânticas na indigente imprensa que temos, enquanto a tríade de Macau e a máfia do PSD correm um último 'sprint' pelo embuste da Ota em Alcochete. Andam a vender ultimamente duas atoardas imbecis: o dito aeroporto Low Cost de Sintra (1), e o terminal de contentores da Trafaria (2). A lógica é esta: como são duas ideias idiotas e inviáveis, a corja tem no bolso um alternativa de crescimento para a troca: o GRANDE AEROMOSCAS DE ALCOCHETE!

Farei tudo o que estiver ao meu alcance, com a inspiração da Blogosfera lúcida deste país, e como anteriormente fizemos relativamente à Ota, para boicotar mais este buraco negro da cleptocracia instalada e dos idiotas e corruptos que conduziram Portugal à bancarrota.

PS: só mais uma coisinha: a linha Lisboa-Madrid (ou melhor, Pinhal Novo-Poceirão-Caia) terá que estar preparada para velocidades máximas até 350Km/h (e não 250Km/h).

NOTAS
  1. Basta ir ao Google maps para perceber que seria preciso arrasar toda uma montanha para ganhar os metros suficientes para que a pista do aeródromo militar da Granja do Marquês pudesse receber os aviões comerciais das companhias Low Cost. Banha da cobra, desta vez, cor-de-laranja!

    O Frasquilho do BES faz o jogo do BES e das tríades e máfias do embuste da Ota em Alcochete. A ideia é apontar para um novo aeroporto num sítio impossível, para depois justificar Alcochete, onde as tríades do PS e as máfias do PSD compraram terrenos e projetaram plataformas logísticas que, mesmo sem terem nunca saído dos computadores, já beneficiavam de linhas de crédito aprovadas pelo BEI — no caso concreto, e para começar, no valor de 60 milhões de euros.

    Este BEI precisa de ser urgentemente investigado, apesar de ter respondido diligentemente à minha pergunta:

    Dear Mr. Pinto,

    Thank you for your e-mail to the European Investment Bank (EIB), the long-term lending institution of the European Union.

    An EIB loan to the project "Plataforma Logistica Poceirão" was approved by the EIB Board of Directors in early 2011. As indicated on the EIB website, this loan has not yet been signed. Should you need further information about this project, we invite you to contact the promoter.

    General information about the role and activities of the EIB can be found on our website: www.eib.org

    Yours sincerely,
    Infodesk Team
    Communication Department
    European Investment Bank
    info@eib.org

    Vivo na rota dos Corporate Jet das principais multinacionais e 'banksters' do país. Rumam invariavelmente para o Aeródromo de Tires (onde a fiscalização é, presumo, suave). Até os Fokker 100 e o Embraer 145 da PGA lá aterram e levantam voo. No entanto, nem Tires, nem Sintra, têm os 3000 metros de pista necessários para operar os aviões Airbus e Boeing das companhias Low Cost. A única pista que pode receber estes aviões, na região de Lisboa, sem comprometer os alinhamentos de pista da Portela, nem exigir obras extraordinárias de grande monta, chama-se Base Aérea do Montijo. E mesmo para se justificar a operacionalização deste aeroporto ao serviço da Portela+1, falta ainda esgotar operacionalmente a Portela, o que está cada vez mais longe de ocorrer...
  2. O fecho da golada e a construção de um porto de águas profundas na zona da Trafaria, ou mais precisamente, entre a Trafaria e a Cova do Vapor, é uma ideia antiga, mas que só fará sentido quando associada a uma também idealizada travessia do Tejo ligando Algés e a CRIL à Trafaria. Ou seja, neste desenho (ver apontamento no Google), a travessia Trafaria-Algés, desejavelmente em túnel, permitiria completar o grande arco da CRIL, cujos fechos fluviais seriam a Ponte Vasco da Gama e o túnel Algés-Trafaria, e um círculo mais apertado, cujos fechos fluviais seriam o mesmo túnel e a Ponte 25A. Nesta solução, o túnel comportaria uma via ferroviária dupla e uma rodovia com seis faixas. Este porto de águas profundas serviria sobretudo Lisboa e a zona Oeste, enquanto Setúbal serviria sobretudo a península com o mesmo nome, e Sines continuaria a ser uma porta de entrada na Europa, com ligações ferroviárias privilegiadas a Portugal, Espanha e resto da Europa. O coelho que o Sérgio das PPP tirou da cartola na iminência do anunciado desastre do 'dossier TGV' é, pois, mais uma mistificação sem vergonha. Há muito que esta criatura deveria ter sido despedida sem indemnização, do governo e dos meandros da administração pública.

    Entretanto, uma tal Marina Ferreira, rapariga cor-de-laranja chegada em março último a presidente do Porto de Lisboa, por mérito próprio claro, e sabendo de portos a potes (é licenciada em Direito e tem uma 'pós-graduação' em 'Assuntos Europeus'), já sabe que o Porto de Lisboa estará esgotado entre 2020 e 2025. Caramba, é obra. E a imprensa indigente do costume, nem perguntas faz!

domingo, maio 19, 2013

Plataforma Fantasma do Poceirão

Plataforma Logística de Castanheira do Ribatejo (abandonada). Google.

BEI investe na Plataforma Logística do Poceirão 60 milhões de euros!

A receita do Bloco Central do Betão era simples:
  • A Portela está saturada, disseram ao longo de anos. Nunca esteve e continua a não estar. Mas o Bloco Central do Betão tentou tudo para fazer crer à populaça, que estava.
  • Logo, diziam, é preciso um Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) e uma grande Plataforma Logística. Não era, nem é.
  • Onde? Não interessa—pensaram sempre. O que aparecer por perto vende-se à populaça, com o apoio dos doutores e engenheiros que vivem de estudos cortados à medida, e dos sempre esfomeados autarcas. E assim fizeram.
  • Era para ser na Ota, o NAL, e em Castanheira do Ribatejo, a nova estação de luxo da CP, que já lá está, às moscas, e a Plataforma Logística de Castanheira do Ribatejo, que acabou por ser abandonada após as terraplanagens e o fim do embuste do NAL na Ota. Para este plano que borregou construiu-se, mesmo assim, a autoestrada A10, que por falta evidente de tráfego pesa sobre os bolsos dos contribuintes na forma das famosas indemnizações compensatórias.
  • Muitas centenas de milhões de euros depois, o Bloco Central do Betão, com o timoneiro Sócrates à frente, apesar do 'jamais!' do inenarrável Mário Lino, vira-se para Alcochete (NAL) e para o Poceirão (Plataforma Logística). 
  • Como se disse, e veio a ser provado pela Blogosfera, a Portela não só não está saturada, como desfruta de enormes vantagens de localização e de meteorologia imbatíveis na região de Lisboa, pelo que, se um dia vier a ser preciso aumentar a sua capacidade, deveremos começar por apetrechar a Portela com mais uma pista, deixando a hipótese de um novo aeroporto para quando tal realmente se justificar (o que provavelmente nunca sucederá...).
  • A Base Aérea do Montijo é a melhor alternativa para este prolongamento da capcidade operacional da Portela, quando e se vier a ser necessário. Por enquanto, não é.
  • Transformar a Portela em mais um paraíso imobiliário e de jogo do senhor Ho, como há muito foi congeminado pela tríade cor-de-rosa de Macau, seria sempre um crime de corrupção e um atentado a Lisboa como destino turístico de excelência que, para crescer como tem crescido nos últimos anos, precisou apenas de voos baratos e de uma estação de metropolitano à porta.
  • Quem precisava dum novo aeroporto, de uma plataforma logística e de uma nova ponte sobre o Tejo era tão só o devorismo do Bloco Central do Betão, dos rendeiros e da nomenclatura oportunista e corrupta que conduziu Portugal à insolvência.
Entretanto, o consulado de José Sócrates foi à vida, e outro governo tomou conta de um país salvo in extremis da bancarrota por um memorando assinado com os credores — a célebre Troika— e do qual têm resultado enormes sacrifícios impostos à população portuguesa, sobretudo à classe média e aos desempregados das milhares de empresas que se viram, de repente, sem crédito, sem clientes e sob uma perseguição fiscal intolerável.

Antevisão do 'master plan' da Plataforma Logística do Poceirão publicada pela logZ

O novo governo cedeu, ao contrário das expectativas iniciais, à pressão do Bloco Central do Betão e dos banqueiros do costume, que depois de verem cair a Terceira Travessia do Tejo, prevista para o corredor Chelas-Barreiro, e o NAL de Alcochete, começaram de imediato a conspirar contra a construção já adjudicada da linha férrea de bitola europeia entre Poceirão e Caia (Badajoz), por imaginar, e bem, que uma vez construída esta ligação prioritária, o embuste do aeroporto de Alcochete e da Plataforma do Poceirão cairia pela base.

O irresponsável Pedro Passos Coelho não sabe o que são contratos legitimamente e de boa-fé assinados, nem sabe o que são compromissos de estado, nem sabe aliás o que são prioridades definidas pela União Europeia. Com aquela prosápia bacoca que caracteriza os pobres de espírito resolveu declarar a morte do "TGV". Alguns ministros mais temerosos do previsível resultado de tamanha bravata e ignorância, lá foram argumentando com as dificuldades financeiras do país, para adiar o "TGV". Não deixaram, porém, de fazer a tremenda asneira de desviar o empréstimo do BEI alocado às obras da linha Poceirão-Caia para a Parpública, perdendo ainda pelo caminho (e para Espanha!) os fundos comunitários atribuídos à linha ferroviária de bitola europeia, os quais, como aqui alertámos várias vezes, não poderiam ser usados para tapar buracos da TAP, da Refer, do Metro do Porto ou de Lisboa, nem muito menos para construir uma nova linha de caminho de ferro entre Sines e Évora em bitola ibérica!!!

Assim como Portugal deu a desculpa esfarrapada da crise para o indecente boicote da ligação Poceirão-Caia, quando sabia perfeitamente que Madrid já iniciara as obras do troço Madrid-Badajoz, foi agora a vez de Espanha anunciar que, por causa da mesma crise, iria fechar dezenas de linhas férreas, entre as quais a que liga Mérida a Badajoz. Ou seja, os comboios portugueses que seguem sobre bitola ibérica de Sines, ou Lisboa, para Espanha e para o resto da Europa terão que despejar as suas mercadorias no porto seco de Badajoz, para daí seguirem em composições de bitola europeia para o resto da Espanha e para o resto da Europa!

Como é fácil imaginar, para distância tão curta, boa parte do exportadores nacionais optarão por levar os seus contentores por estrada até Badajoz. E quanto aos graneis que chegam a Sines, terão que ser transferidos para navios mais pequenos e seguir viagem por mar. Algeciras e até o novo porto de águas profundas da Corunha (Punta Langosteira) farão então o negócio que Sines perderá por causa da monumental estupidez de um primeiro ministro que não sabe o que faz, salvo colocar a voz para falar alto com os fracos e piar fininho com quem o traz ao colo.

Uma prova de que o plano sinistro do Bloco Central do Betão continua de pé, apesar de todos os ventos contrários —pois controlam este governo, como controlaram o anterior, ou não estivessem o PS, PSD, CDS-PP e autarcas comunistas metidos no mesmo caldo— é a persistência online de uma coisa chamada logZ (1), o sítio do consórcio que promoveu, e pelos vistos continua a promover a Plataforma Logística do Poceirão. inserida numa estratégia (2) de que fazem parte o NAL de Alcochete e a TTT Chelas-Barreiro! Não só continuam vivos como têm aprovada uma linha de crédito do Banco Europeu de Investimento (3) no valor de 60 milhões de euros!!!

A aprovação pelo BEI de 60 milhões de euros de empréstimo ao consórcio logZ é de 7 de janeiro de 2011.O governo em funções tomou posse a 21 de junho de 2011. O © do sítio online do consórcio é de 2013.


POST SCRIPTUM

Segundo escreve Rui Rodrigues no Público, a bitola ferroviária ibérica vai acabar em Badajoz, em Vilar Formoso e em Valença à medida que a bitola europeia chegar a estas cidades fronteiriças

“O actual Governo português, apesar dos financiamentos que existiam, optou por não fazer nada até 2015. Esta decisão levanta uma questão, ainda não esclarecida nem respondida: o que aconteceu aos fundos europeus que tinham sido assegurados para o novo troço Poceirão-Caia, do PP3?

O que se pretende fazer para que Portugal não caia na encruzilhada da “ilha ferroviária” a que os responsáveis levaram o País, apesar de todos os avisos que foram feitos?” (LINK)


NOTAS
  1. Para que não haja dúvidas aqui estão os dados da empresa:

    LOGZ – Atlantic Hub SA, empresa detida pelo consórcio OIL (grupo Odebrecht), TERTIR (grupo Mota-Engil), Espírito Santo Properties (grupo Espírito Santo), OPWAY e Sociedade Agrícola de Rio Frio (Grupo Londimo). O proponente da ligação rodoviária à A12 é a Brisa S.A. (grupo Mello e Arcus Infrastructure Partners)

    Logz - Atlantic Hub S.A. [Compra e Venda de Bens Imobiliários ]
    Lg. Jose Maria dos Santos Edf. da Antiga Estação Ferroviaria R C
    2955-119 PINHAL NOVO
    Telefone 211 061030 / 211 061 039
    URL

    NIF: 508 361 800
    Registada na Conservatória do Registo Comercial com o número: 508361800
    Código de Atividade Económica
    68100 Compra e venda de bens imobiliários
    CAE rev.3
    Capital Social: 50.000€
  2. Ler o relatório do EIA—Estudo de Impacte Ambiental, realizado pelo IDAD— Instituto do Ambiente e Desenvolvimento, de Aveiro, em 2009.
  3. O Banco Europeu de Investimento (BEI) aprovou recentemente 550 milhões de euros em linhas de crédito ao BCP, BPI e Banco Popular, escreve o BEI, para apoio às PMEs e "outras prioridades". Alguém ouviu falar disto? Que tal começar a controlar mais de perto o que faz o BEI?

sábado, março 02, 2013

A Berlenga ferroviária da Europa

A Alta Velocidade Ibérica será uma realidade antes de 2020. E em Portugal?

Espanha abandonará a bitola ibérica entre Madrid e Badajoz. Depois disso acontecer, nem mercadorias, nem passageiros. O aviso está feito. Passos Coelho e o Sérgio das PPP não poderão dizer no futuro que não sabiam!


Espanha —cumprindo, aliás, um desígnio comunitário (TEN-T)— deixará Portugal preso à bitola ibérica e sem possibilidade de passar a fronteira de comboio. Ou seja, depois de 2016-2020, seremos uma espécie de Berlenga ferroviária —cortesia do Simplista Passos de Coelho e do Sérgio das PPP.

Enquanto continuamos a ouvir os nossos estridentes deputados (desta vez foi Nuno Melo) a confundir uma autoestrada (linha férrea de bitola europeia preparada para Alta Velocidade) com um Ferrari (TGV, AVE, etc.), os espanhóis andam numa verdadeira corrida contra o tempo (1) para dotar o país de uma densa rede ferroviária de bitola europeia (2) que chegue a todas as principais cidades do país, a França e ao resto da Europa.

O governo e o lóbi do novo aeroporto, a par dos rendeiros da rodovia e das pontes, pelo contrário, estão a transformar o país numa ilha ferroviária. Ainda não perceberam que a resposta de Espanha ao desaforo dos irresponsáveis governantes que temos tido nas últimas décadas (romperam sucessivamente compromissos assinados entre os dois países, com implicações óbvias nos projetos ferroviários do lá de lá da fronteira) será acabar com a bitola ibérica nas principais linhas ferroviárias espanholas, começando pelos eixos prioritários —atlântico, central e mediterrânico—, que chegam a Portugal por Vigo, Salamanca, Badajoz e Huelva.

Para que servirão então os famosos portos do Álvaro? 

Só mesmo para trasfega de mercadorias dos super-Panamax para cargueiros de cabotagem que percorrem os portos europeus. As nossas famosas exportações passarão então a viajar (em malinha Samsonite, claro!) nos aviões do Augusto Mateus, a partir do aeromoscas de Beja (2), e nas frotas TIR do costume, só que pagando à GALP diesel cada vez mais caro, só que pagando aos rendeiros da rodovia portagens cada vez mais caras, só que suportando penalizações crescentes pelas emissões de CO2 equivalente. Será que esta gente não lê os mesmos boletins comunitários e imprensa europeia que eu?!

Para quem duvidar do que afirmo sobre a transformação de Portugal numa Berlenga ferroviária, aqui vão algumas imagens comprovativas (clicar nas mesmas para ampliar).

1. Espanha: lado a lado, futura linha de Alta Velocidade (esq.) e bitola ibérica (dir.)

2. Espanha: bitola ibérica a converter para UIC, ao lado da futura via UIC

3. Espanha: aqui, perto de Mérida, a linha antiga e a nova bifurcam

4. Espanha: obras de construção da nova plataforma UIC perto de Mérida

As fotografias 1 e 4 mostram que em geral as linhas de Alta Velocidade (UIC/ bitola europeia) seguem os canais da antiga bitola ibérica. Por vezes, porém, afastam-se por necessidades técnicas e de terreno (foto 3), mas também acontece sobreporem-se literalmente a plataformas pré-existentes (foto 2) onde corriam ou ainda estão assentes as linhas de bitola ibérica.

A elevada probabilidade de a Espanha fechar a antiga linha de bitola ibérica assim que o AVE esteja operacional resulta pois de duas ordens de causalidade: nas passagens estreitas, onde o chamado espaço canal não permita manter três vias (a velha ibérica e duas novas em bitola europeia) é mais barato recuperar a antiga plataforma para a linha de bitola europeia, do que proceder a dispendiosos desvios e movimentos de terras; por outro lado, se a nova linha com duas vias de bitola europeia (parte dela resultante da requalificação da velha plataforma de bitola ibérica) caminha quase sempre ao lado da antiga linha de bitola ibérica, que economia haverá em manter esta última, sabendo-se que é uma infraestrutura envelhecida, onde apenas podem circular comboios movidos a diesel?

Como não é previsível que venha a ser Portugal a manter tal linha, o mais provável mesmo é que a mesma sirva para ajudar a construir a nova plataforma com linhas de bitola europeia (standard ou UIC), e depois morra!

A política ferroviária do irresponsável governo português não tem qualquer fundamentação técnica (4), e parece cada vez mais enfeudada aos piratas que afundaram economicamente o país: os rendeiros da rodovia e os especuladores imobiliários, nomeadamente aeroportuários.

Isto é um escândalo que acabará por rebentar no estômago deste ou do próximo governo.

Numa altura em que toda a gente sabe (menos os cartomantes da nossa economia) que a Europa e os Estados Unidos estão mergulhados na maior depressão desde 1929, em grande medida porque deixámos de ter poupança suficiente para comprar o petróleo sem o qual é literalmente impossível fazer crescer qualquer economia industrial e tecnológica, continuamos a ser governados por piratas, políticos irresponsáveis e consultores desmiolados ou simplesmente oportunistas.

De que vale termos portos, cidades, indústrias, alimentos preciosos e turismo para exportar, se estamos a destruir alegremente as ligações ferroviárias fundamentais aos nossos mais importantes parceiros comerciais? Espanha é o 4º destino turístico mais importante do planeta, em breve deixará de ter as suas principais cidades ligadas por avião, à medida que a rede do AVE for crescendo. Os responsável pelo turismo português, em vez de andarem entretidos com guerras de tachos com o governo (que bem sabia que assim iria entretê-los!) deveriam calcular as perdas futuras para o turismo nacional quando os aviões abandonarem de vez os percursos inferiores a 750-800Km, e os custos da circulação rodoviária dispararem para valores incomportáveis (gasolina, portagens, estacionamentos). Quando viajar de Madrid até Paris, Lausana, Berlim ou Londres for mais barato em comboio do que em avião, que acontecerá? Só no dia em que aos nossos levianos deputados deixarmos de pagar as viagens aéreas por essa Europa fora, e entre Porto (ou Bragança!) e Lisboa, aprenderão a distinguir uma linha ferroviária de um TGV!

Portugal não pode dar-se ao luxo, sobretudo agora, de tolerar governantes teimosos e levianos em matéria tão sensível para a nossa economia.

Além do mais, boicotar desta maneira inconcebível a circulação de pessoas e bens entre Portugal e o resto da União Europeia é ilegal!

A nossa oligarquia partidária continuará certamente a confundir autoestradas com automóveis, e linhas ferroviárias com comboios. Mas é ao governo que compete governar com prudência e sabedoria.

POST SCRIPTUM

Governo desviou para a TAP os 600 milhões do BEI atribuídos à linha Poceirão-Caia, perdeu os correspondentes fundos comunitários, a favor de Espanha (!), e está à espera dos 3 mil milhões da ANA para os enfiar igualmente no buraco sem fim da transportadora aérea nacional (com a cumplicidade do PS — está explicada a aproximação!)

Já por diversas vezes chamámos a atenção para o desvio, por parte deste governo, do empréstimo do BEI para financiamento da ligação ferroviária Poceirão-Caia — seiscentos milhões de euros! Estamos convencidos de que a verba comunitária para o mesmo fim —mais de mil e duzentos milhões de euros— foi desviada, ou está a ser desviada, pelas canalizações sombrias do corrupto sistema financeiro e político-partidário português, para a TAP, via Parpública. No pior dos casos regressou aos cofres comunitários! E se assim tiver sido será o dinheiro da privatização da ANA que irá ser enterrado na insolvente e inviável TAP. A privatização está parada. Veremos o que sucede quando o grosso da receita da privatização da ANA entrar nos cofres públicos.

Os sindicalistas arrogantes da falida companhia aérea mentem com todos os dentes quando dizem que não recebem dinheiro dos impostos. Recebem e muito, pois ninguém em seu juízo irá comprar uma empresa inviável, não competitiva, e assumir, ainda por cima, um passivo nocional, entre dívidas e responsabilidades futuras, a rondar os QUATRO MIL E QUINHENTOS MILHÕES DE EUROS!

Sim, eu fiz as contas, ao contrário nos batráquios populistas do nosso imprestável parlamento:

— 12 Airbus A350-900: mais de TRÊS MIL MILHÕES DE EUROS;
— dívidas acumuladas pelas empresas do grupo TAP: mais de MIL E DUZENTOS  MILHÕES DE EUROS (estamos em março de 2013 e ainda não vimos publicado o relatório e contas da TAP de 2012...);
— indemnizações a pagar com rescisões futuras de contratos de pessoal: mais de TREZENTOS MILHÕES DE EUROS.

O zero à esquerda do PS queria saber para onde irão os famosos QUATRO MIL MILHÕES DE EUROS. É simples (parte já foram): para a TAP, CP, Metro, RTP (que não pára de avençar opinocratas partidários!) e para os cleptocratas das PPP rodoviárias e hospitalares.

Entretanto, o zero à esquerda do PS, e o resto dos populistas de esquerda (PCP, Intersindical, BE) querem crescimento. Mas o que propõem é tão só continuar a alimentar uma democracia corporativa falida, sem dedicarem um segundo sequer aos setores vitais da nossa economia:

— energia,
— transportes,
— segurança alimentar
— segurança militar dos nossos interesses estratégicos
— revitalização do tecido industrial e tecnológico

Isto que é essencial à nossa sobrevivência nacional, exige, porém, a determinação que só UMA DEMOCRACIA FORTE pode dar. Precisamos de ultrapassar de vez a criminosa e fatal inércia rentista, burocrática, corporativa e populista que tolhe o país há décadas. As oligarquias económico-financeiras (capital rentista agarrado aos favores do estado), burocráticas e partidárias são a principal causa da nossa decadência acelerada. Logo, é por aqui que teremos que começar a mudar o país!

Portugal conseguiu herdar o pior de Salazar (paternalismo cultural, omnipresença do estado na sociedade, corporativismo e burocracia) sem verdadeiramente incorporar a seiva de liberdade, democracia e dinamismo, essencial a um efetivo e duradouro triunfo do regime saído do golpe de estado militar que deitou abaixo a ditadura já moribunda de Marcelo Caetano.


COMENTÁRIO

Governo português está a transformar o país numa POCILGA FERROVIÁRIA !

Embora extenso, até pelas nuances relativamente ao meu post (R reconhece que Espanha irá provavelmente manter a antiga linha ferroviária ao lado da que está construindo para a Alta Velocidade, mudando porém a bitola, de ibérica para UIC), vale a pena seguir o raciocínio deste longo comentário. OAM

Viva A & M.

... Portugal, por não investir em 200 km de ferrovia, ficará fora da rede de AV europeia, ou seja, passa a militar na 2ª ou 3ª divisão,..., conceito de "pocilga ferroviária".

Ao fim do dia de ontem estive com o A recorrendo ao Google Maps no sentido de se tentar melhor perceber o que vai do lado de lá da fronteira. Infelizmente a qualidade da imagem não ajudou.

Ao mesmo tempo estive a ler um email do MR relativamente ao cruzamento de comboios de mercadorias com comboios de Alta Velocidade.

Indirectamente, o alerta do M alertou-me para outro tipo de situação, q reconheço ser muito importante!

Ao percorrer a linha através do Google Maps com o A, e não se tendo conseguido imagens limpas, desloquei a pesquisa para a zona de Mérida, nomeadamente o "Y" de Mérida, e descobri (igualmente para a direcção de Badajoz) travessas de betão monobloco. Estou a referir-me ao "Y" de Mérida ainda da linha actual, a qual, como sabem, é em bitola ibérica.

Do acima impõe-se a pergunta: porque razão estão a investir numa linha cujo traçado é antigo, quando ao lado estão a construir uma linha de AV?

Ligando ao alerta do M, torna-se óbvio que Espanha vai tomar a opção de fazer circular na linha actual comboios de mercadorias, mudando previamente a bitola dessa linha única, de ibérica para UIC.

Recordo que na estação de Badajoz as travessas já instaladas são de dupla fixação e de que a electrificação ainda não aconteceu, o que responde à questão do Engº CS relativamente ao alinhamento "comboio vs. via".

Torna-se pois óbvio, e isso é de alguma forma a opção assumida por várias redes, que os comboios de mercadorias (90 km/h) serão conduzidos para linhas convencionais, reservando as linhas AV para comboios AVE ou TGV, salvaguardando-se desta forma a plataforma ferroviária do inconveniente de sobre ela circularem comboios pesados de mercadorias que causam grande desgaste na infra-estrutura.

E atenção que o discurso politico tem estado alinhado com esta realidade!

Possivelmente nós e opinião pública é que não temos estado atentos aos detalhes...

Inicialmente estava previsto a linha de AV Poceirão - Caia ( - Badajoz - Madrid) com uma outra em bitola ibérica, cenário que não faria grande sentido dado a linha de AV ser mista (passageiros e mercadorias). A linha de mercadorias deste lado, em bitola ibérica, teria pois seguimento do lado de lá...

Na fase seguinte, caso se recordem, o governo adiantou o conceito de linha de "Altas Prestações", o que pressupõe que do lado de lá os comboios de mercadorias iriam utilizar a linha de AV 350 Km/h.

Mais recentemente, o Sec. de Estado Sérgio Q... coisa veio defender o conceito de "LTM" - Linha de Transporte de Mercadorias. Ora o que isto quer dizer é que a linha que eventualmente venha de Sines, irá até ao Caia em bitola UIC ligando à linha que lá está, ainda em bitola ibérica, mas que será reconvertida para UIC!

Mais simples e directo não posso ser, dando resposta "indirectamente" ao alerta do M. Na futura linha AV não vai haver comboios de mercadorias embora a linha tenha sido desenhada para tal.

De tudo o que acima se escreveu, é claro que Portugal, por não investir em 200 km de ferrovia, ficará fora da rede de AV europeia, ou seja, passa a militar na 2ª ou 3ª divisão,..., conceito de "pocilga ferroviária".

O que é CRIMINOSO AQUI, e isto deve ser denunciado como sendo o jogo do INIMIGO, é que se vai negociar o próximo financiamento para 2014-2020 com estes pressupostos de isolamento quase definitivo de Portugal em matéria de rede europeia de alta velocidade!

Este governo, que está a meio da legislatura, não tem o direito de comprometer a próxima legislatura, a qual dificilmente incluirá o PSD. E não é só a questão da próxima legislatura, mas a de determinar de forma irreversível as opções das gerações mais novas!

Quem é que na UE, depois de realizado o quadro de financiamentos comunitários de 2014-2020, terá disponibilidade para voltar a investir na ferrovia?

Salvo melhor opinião é este o estado das coisas :(

É claro que nos poderiam contar a história de que não há dinheiro, e que a malta até entendia, mas a questão é que este governo mais não faz do que sonegar informação, estando neste momento claramente a reboque da blogosfera, como resulta claro do link que o RR nos enviou.

Enfim, Portugal está 100% nas mãos dos espanhóis, os quais não havendo pressão do lado de cá, nomeadamente quanto a prazos, constroem a linha de AV e reconvertem da linha ibérica antiga para UIC a seu belo prazer.

R.


NOTAS
  1. Portugal anda literalmente a ver navios do Panamá, enquanto os catalães e demais espanhóis se concentram no essencial:
  2. Apesar da crise, a Espanha está a anos-luz da iliteracia ferroviária portuguesa. Basta consultar este sítio sobre a rede de Alta Velocidade espanhola (e este mapa da rede em funcionamento em janeiro de 2013) para o perceber.
  3. Aeromoscas de Beja — movimento de passageiros (Fonte: INE):

    outubro 2012: 18
    novembro 2012: 689
    dezembro 2012: 0

    (ainda ninguém foi preso, nem se conhece o que opina o ultra-Seguro zero à esquerda do PS sobre esta grande obra do Pinóquio e do Jamais Mário Lino)
  4. É mais barato andar de TGV em França do que de automóvel em Portugal. E o petróleo ainda não chegou aos 150 dólares o barril!
    Polémique dans le Nord sur les prix TGV

    Les chiffres sont cruels. Proportionnellement au parcours effectué, le Paris-Lille coûte autour de 0,17€/km (258 km, 43€ en période normale) et peut monter à 0,23€ en heure de pointe, quand un Paris-Marseille se balade à 0,10€ km (0,13€ en heure de pointe).

    Nas ex-SCUT e auto-estradas em Portugal estamos a pagar, SÓ EM PORTAGENS, e em média, 8 a 9 euros por 100 Km. Ou seja, 8 a 9 cêntimos por Km. Se lhe somarmos o custo do combustível então o custo total por 100 Km andará à volta dos 20 euros, ou seja 20 cêntimos por Km. E ainda falta o custo da depreciação do veículo, o selo de circulação, as inspeções periódicas, o custo dos estacionamentos e o tempo morto agarrado ao volante.

    Será que ninguém neste governo sabe fazer contas? E os deputados?

    Sabem o que acontecerá quando o barril de crude chegar e estabilizar à volta dos 150 dólares/barril? Pois eu digo-vos: a aviação entrará numa crise de insolvência e de falências em cadeia bem maior do que a que presentemente já percorre todo o setor (porque julgam que a TAP não tem pretendentes a não ser um aventureiro que afundou uma plataforma petrolífera no Brasil no valor de mais de 500 milhões de dólares?)

    E sabem o que ocorrerá quando o barril de petróleo (com ou sem estuporarem os subsolos do grande e insubstituível estuário do Tejo-Sado com brocas de fraturação de xistos) chegar aos 200 dólares (e vai chegar)? Pois bem, o presidente da Airbus foi taxativo: a aviação comercial cairá em bloco. E depois desta fasquia atingida, as viagens aéreas serão racionadas em todo o mundo. As prioridades chamam-se: BANDA LARGA e TRANSPORTES MARÍTIMO-FLUVIAIS e FERROVIÁRIOS, eficiência energética, sustentabilidade e repovoamento acelerado dos centros urbanos consolidados!
Última atualização: 2 mar 2013 WET 16:26