quarta-feira, junho 25, 2014

A resposta que Sócrates, Costa e os 'notáveis' do PS precisavam de ouvir

Luiz Carvalho: “Consta que este capanga a usar da força em Ermesinde trabalha na CML. É verdade Duarte Moral?”

Transcrição da resposta de quatro militantes do PS às preocupações de Jorge Sampaio, Manuel Alegre, Vera Jardim e Almeida Santos


Foi com alguma surpresa que na passada sexta-feira lemos em dois jornais, “Público” e i, que quatro notáveis militantes do Partido Socialista – Jorge Sampaio, Manuel Alegre, Vera Jardim e Almeida Santos – tomaram uma posição pública na actual contenda partidária do PS, pedindo urgência na solução do diferendo, posição que, intencionalmente ou não, é nas actuais circunstâncias favorável à candidatura de António Costa, mas dizendo, apesar de tudo, o que deveria ser para todos óbvio: “um partido não existe para si mesmo” e que “a prioridade é sempre Portugal”.

É esta frase óbvia que nos obriga a publicar este texto. Porque dificilmente haveria um outro tempo em que a frase tivesse tido maior oportunidade em ser usada do que durante os seis trágicos anos do descalabro económico, financeiro e social, que foi a governação de José Sócrates. Infelizmente, estas quatro relevantes personalidades do Partido Socialista mantiveram-se quase sempre caladas durante esse período, ou pior, colaboraram com as diatribes do então secretário-geral e primeiro-ministro, incluindo actos pouco democráticos, como alguns dos protagonizados pelo Dr. Almeida Santos. Nesse período sempre verificámos com angústia, como certamente muitos outros portugueses e socialistas, que o interesse nacional andou a reboque dos interesses partidários do grupo no poder, sem que isso tivesse conduzido a uma posição tão relevante como a que agora foi tornada pública.

Temos a plena consciência de que esta nossa tomada de posição é impopular em muitos sectores, fora e dentro do PS, na justa medida em que nos habituámos a venerar acriticamente os nossos maiores, aqueles que com maior ou menor razão e justiça se guindaram ao topo do poder político em Portugal. Fazemo-lo porque, como alguns outros socialistas, ganhámos esse direito durante esses seis anos, porque como militantes socialistas fomos ignorados nas nossas críticas, frequentemente vilipendiados, apenas por denunciar os erros, os jogos de interesses e os estragos que a governação do PS estava a infligir a Portugal. Escrevemos dezenas de textos, participámos em dezenas de programas de rádio e de televisão e, como alguns outros, sofremos o silêncio cúmplice de quem tinha a obrigação e o poder de evitar que o PS conduzisse Portugal para os braços da dependência internacional e para o sacrifício de milhões de portugueses.

Sejamos sérios, o actual governo de maioria PSD/CDS é um mau governo, que não sabe ou não quer evitar mais sacrifícios aos portugueses, mas não foi este Governo que preparou o terreno para os cortes salariais, para as privatizações feitas sem critério e para o descrédito das instituições. Fomos nós socialistas que o fizemos e quanto mais rapidamente o compreendermos melhor será para o PS e para Portugal. Inversamente, fazer voltar ao poder político os mesmos que no PS conduziram Portugal para o desastre, é um crime contra a Nação Portuguesa e um ultraje aos princípios e valores do Partido Socialista.

Lisboa, 24 de Junho de 2014

António Gomes Marques
Henrique Neto
Joaquim Ventura Leite
Rómulo Machado

terça-feira, junho 24, 2014

Voto Seguro


Se não travarmos o golpismo dos mandarins do regime, mereceremos a morte lenta a que estes nos pretendem condenar 


Seguro quer candidatos com acesso a dados de simpatizantes

23/6/2014, 22:18 - Observador

Na proposta de regulamento para as primárias, a direção do PS propõe que os candidatos tenham acesso aos dados de contacto dos simpatizantes que vão poder votar. Mas não pagam para votar.

Será que posso ter acesso aos mesmos dados dos militantes do PS?

PROPOSTA DE SEGURO: “A inscrição como simpatizante obedece à assinatura de um compromisso individual de concordância com a Declaração de Princípios do Partido Socialista e de não filiação noutro partido político, bem como de autorização de divulgação do respetivo nome, número de identificação civil, endereço postal e endereço eletrónico nos cadernos eleitorais, bem como de autorização de acesso aos mesmos por parte das candidaturas às eleições”.

O acesso eletrónico aos nomes dos simpatizantes, mas sem divulgação dos BIs/CCs, nem moradas postais e eletrónicas, parece-me bem, para evitar fraudes 'partidárias', mas ainda assim esta medida só deve ser adotada se da mesma base de dados eletrónica constar os nomes de todos os militantes do PS. Os processos de transparência são bem-vindos mas devem ser 'universais' e geridos com total preservação dos direitos democráticos relativos ao uso e tratamento de dados.

Creio também que cada simpatizante deveria pagar uma quantia simbólica ao votar (dois euros parece-me razoável). A democracia não é uma borla, e os militantes do PS supostamente pagam quotas.

Ultimamente faço parte do crescente grupo de ABSTENCIONISTAS ATIVOS E FURIOSOS, mas a verdade é que sempre votei no PS até os piratas socratinos terem dado cabo do país e, pelos vistos, do próprio PS. Sou, portanto, um simpatizante do PS e espero que a tentativa de assalto golpista ao aparelho, promovida pelo senhores Mário Soares, José Sócrates, António Costas e o resto dos devoristas cor-de-rosa, seja derrotada.

VOTAREI EM ANTONIO JOSÉ SEGURO, mas não sei ainda se votarei no PS nas próximas eleições. Se os devoristas que inundaram a Avenida da Liberdade de porcos vencerem, contra o que são as minhas expetativas, a ABSTENÇÃO ATIVA crescerá seguramente!

PS — Não se pense que sou um devoto de António José Seguro. Basta ler este blogue para perceber até que ponto critiquei virulentamente a sua fraqueza na demarcação do socratinismo. Sem uma separação de águas no PS, como aliás no PSD, no Bloco e no próprio PCP (mas aqui a coisa é mais soturna e opaca), entre quem promoveu a bancarrota do país, e/ou colaborou e especialente beneficiou do populismo despesista do estado, e a geração de novos dirigentes, militantes e simpatizantes que esperam e querem um renascimento realista e transparente da nossa democracia, Portugal corre o sério risco de se trnasformar numa cleptocracia incontrolável. Não se esqueçam que foram socialistas de caviar da laia de Mário Soares, José Sócrates, Almeida Santos e António Costa que enterraram por décadas um país como a Grécia.

sábado, junho 21, 2014

Podemos?

Alexis Tsipras e Pablo Iglesias em Atenas./Foto: Clara Palma Hermann

Que sairá da cisão do PS? Provavelmente, nada, pois há jovens que envelhecerem de repente.


Podemos y Syriza acuerdan coordinar acciones en el Parlamento Europeoel diario, 20-6-2014

Pablo Iglesias e Íñigo Errejón se han entrevistado este viernes con el equipo de Alexis Tsipras, el secretario general de Syriza. Ambas formaciones han escenificado su alianza con la visita de la delegación de Podemos a Atenas, cuyo objetivo es “intercambiar experiencias y coordinar acciones a nivel europeo”.

Será que uma das metades que resultará da provável cisão no PS, já abençoada por Mário Soares, irá procurar replicar este modelo radical-experimentalista em Portugal? Com quem? Com o Bloco e o Livre? Com Marinho Pinto? Com o PCP? No imediato, ou seja, até às próximas Legislativas, cada capela mais ou menos cor-de-rosa ou vermelha irá medir forças. O resultado será porventua uma pulverização da 'esquerda', enquanto a coligação PSD-CDS poderá também entrar numa deriva prolongada. O eleitorado está desiludido, furioso e atento. As redes sociais terão cada vez mais força e influência nas dinâmicas políticas e eleitorais. Tal como Marinho Pinto, também os blogues, o Facebook e o Twitter estão em modo ralenti, e esperarão pelo melhor momento antes de atacar. Tempestade no horizonte? Seguramente!

Sobram novos velhos, e faltam velhos novos


A implosão em curso do atual regime afeta as suas principais instituições: a presidência da república e um presidente que nega o seu estado de evidente doença através de um papagaio chamado Marcelo Rebelo de Sousa, um governo desorientado e cansado, um parlamento que já não diz nem faz coisa com coisa, um tribunal constitucional que virou sindicato da baba burocrática do regime, sindicatos convertidos em tropas de choque da arruaça que apenas serve para defender privilégios de classe (a classe dos sindicalistas), e, por fim, um sistema partidário à beira da implosão. Já só falta mesmo converter a indignação popular crescente em algo parecido com o Podemos.

Podemos, em quatro linhas


O pânico instalou-se, porém, entre aqueles que há quase quaranta anos são donos dos partidos, dos governos, do parlamento, dos tribunais, das polícias, em suma, do país. Estão falidos depois de terem conduzido o país à insolvência. A criminosa dívida acumulada, que Jorge Sampaio considerava uma obsessão, resultou numa interminável depressão económica. Aos seus filhos e netos, salvo os do círculo íntimo do poder, isto é, salvo aos filhos do nepotismo instalado, esta corja não vai deixar nada se não sangue, suor e lágrimas. Mas pior, esta corja deu-se subitamente conta de que o conforto da sua própria velhice está ameaçado!

Daí a tentativa desesperada a que assistimos, quer no PS, quer no PSD, de as velhas elites retomarem à bruta o controlo partidário do regime. Para isso foram mesmo ao ponto de seduzirem meninos ambiciosos e oportunistas, e meninas doidivanas igualmente oportunistas, para atingirem o seu intento, ou seja, remover, a pontapé se for necessário, as lideranças jovens que entretanto foram chegando ao topo dos partidos do Bloco Central. O cinismo desta verdadeira Brigada do Reumático 2.0 mede-se pela forma despudorada como usam o colapso que eles mesmo criaram para aí afundarem quem pegou na batata quente e tenta desesperadamente, como pode, tirá-la do fogo.

António Costa foi o idiota útil que Mário Soares, José Sócrates e Almeida Santos nomearam sargento-ajudante na nobre causa de estender uma passadeira vermelha ao regresso ao poder da Brigada do Reumático 2.0, sob os auspícios de um putativo presidente chamado José Sócrates. Sim, o idiota útil é para queimar! Sócrates preparou a coisa bem: primeiro lixa Costa, e entretanto já deu instruções para o início da demolição de uma eventual candidatura presidencial de António Guterres.

É evidente que esta corja, seja porque é mitónoma, ou porque caminha rapidamente para a demência, não percebeu ainda o que os impedirá definitivamente de levar o seu golpismo descarado a bom porto, mesmo que a tentativa de defenestração de Seguro resultasse: o povo odeia-vos!

Assim sendo, quer Pedro Passos Coelho, quer António José Seguro, que bem precisam de melhorar, só têm que proteger os seus partidos do terrorismo partidário e dos vários Cavalos de Tróia que serão infiltrados entre as suas hostes. Só têm que desfazer rapidamente os ninhos de baterias de intelectuais orgânicos e jornalistas histéricas que entopem a comunicação social. Como? Contra atacando metodicamente e desfazendo todas as manobras em curso com bons pedaços de informação sobre a massa de que são feitos estes golpistas e conspiradores.

Voltando ao Syriza e ao Podemos, será que da implosão do atual sistema partidário e do regime poderemos esperar fenómenos semelhantes aos que ocorreram na Grécia e em Espanha? De uma coisa estou certo, movimentos como estes dois jamais poderão nascer de uma qualquer barriga de aluguer chamada Mário Soares, José Sócrates ou Isabel Moreira. Nem mesmo dos cacos do Bloco de Esquerda. E quanto ao PCP, na medida em que é um pilar, ainda que perverso, do regime e do aparelho de estado que temos, além de estalinista irremediável, nada há a esperar, salvo a demagogia de sempre.

Eu não creio em utopias, nem em revoluções, quando é evidente que o mundo entrou numa era nova, que será, por muitas décadas, de crescimento débil e ajustamento dramático à escassez relativa de três fontes de energia que eram abundantes, de acesso fácil e baratas, e que progressivamente, desde meados da década de 70 do século passado, se tornaram escassas, de difícll acesso e caras: carvão, petróleo e gás natural. Não foi a ideolgia maoista que trouxe progresso à China, mas a descoberta das suas grandes reservas de petróleo, nomeadamente em Daqing, em 1959, e que até ao início da década de 1960 importavam com muito sangue, suor e lágrimas, da então União Soviética. A China, que passou então de miserável importador, a grande exportador, é hoje o maior importador de petróleo do planeta. Daí a sua próxima e inexorável desgraça.

Eu preferia que fossem as novas gerações do PS e do PSD (e já agora do CDS e do PCP, do Bloco, etc.) a fazerem as mudanças partidárias e institucionais imprescindíveis à transição do atual regime populista insolvente para uma sociedade mais pragmática, mais justa e muito mais ativa na busca e formulação de novos estilos de vida, onde a democracia e a liberdade predominem sobre o nepotismo, sobre o golpismo e sobre a corrupção, e onde a transparência da informação e as redes sociais inteligentes impeçam a degenerescência clpetocrática e burocrática que conduziu Portugal ao estado de aflição em que se enocontra.

O colapso do BES é um sinal evidente de que o business as usual partidário, que nos trouxe até ao desastre, morreu.

sexta-feira, junho 20, 2014

BES ao fundo! E agora?



O colapso do BES pode arrastar o regime para uma crise sem precedentes


Salgado faz visita relâmpago a Luanda para pedir ajuda — Jornal i, 21/6/2014
CMVM suspende acções do BES e ES Financial — Público, 20/6/2014
De Dono Disto Tudo a banqueiro reformado  — Público, 20/6/2014
O fim de uma era. O banqueiro do regime sai do BES sem glória — Jornal i, 20/6/2014

A pergunta óbvia é esta: e depois, como será? Por exemplo, quando soubermos até onde vão as metástases do cancro financeiro que nos levou ao desastre, que restará do sistema partidário, do CDS ao PCP, passando pelo Bloco Central da Corrupção?

Como viverá a partidocracia instalada e o que sucederá ao despesismo público quando ficar claro para todos que sem sistema bancário indígena o regime sofrerá inevitavelmente uma mudança genética?

Não é por acaso que o polvo do Bloco Central anda num autêntico frenesim disparando em todas as direções. Não é por acaso que as brigadas do reumático do PS e do PSD (com os sargentos-ajudantes e as cadetes de ocasião) tentam desesperadamente recapturar os aparelhos partidários hoje habitados por uma geração mais jovem (na casa dos 40 anos) que naturalmente procura salvar-se e salvar o país da enxurrada de despesismo, leviandade cultural e corrupção que nos conduziu a uma dolorosa e prolongada insolvência.

Recomendação única a Pedro Passos Coelho e António José Seguro: aguentem-se e ponham os velhos na ordem!

ÚLTIMA HORA

Grupo Espírito Santo tem de pagar 900 milhões à PT até AgostoJornal i, 27 Jun 2014 - 05:00

O investimento da PT foi realizado em duas sociedades do seu maior accionista (o GES) que têm problemas financeiros. A ESI está em situação de falência técnica (com capitais negativos) e tem um endividamento que supera os 7 mil milhões de euros. Segundo declarações de Machado Cruz, antigo contabilista da sociedade, ao semanário "Expresso", a contabilidade da ESI é falsificada desde 2008. Uma auditoria do Banco de Portugal detectou igualmente que faltavam 1,3 mil milhões de euros em dívidas nas contas da sociedade com sede no Luxemburgo. A Rio Forte, por seu lado, está sob enorme stresse financeiro, possuindo igualmente uma dívida elevada que obriga a um esforço de refinanciamento significativo.

Moody’s pondera descer rating do BES — Público, 26-06-2014

Espírito Santo Financial Group perde mais de metade do valor desde o início do ano  — Jornal de Negócios, 26 Junho 2014, 18:28
BES desvaloriza mais de mil milhões de euros em poucos dias — Jornal i, 26 Jun 2014 - 05:00
Salgado e Ricciardi extremam braço-de-ferro — Jornal de Negócios, 26 Junho 2014, 00:01
BPI: Possível corte da Moody’s pode ter impactos negativos nos custos de financiamento do BES — Jornal de Negócios, 26 Junho 2014, 09:33 por Carla Pedro


Mota Pinto no topo do BES, depois de Frasquilho, quadro superior do BES e deputado do PSD, ter sido colocado à frente da AICEP (Expresso, 4-4-2014), instituição que concentra boa parte do manejo da massa do QREN 2014-2020. O polvo BES tem muitas patas!

Mota Pinto: dos serviços secretos para chairman do BES
Notícias ao Minuto, 22-6-2014

Paulo Mota Pinto, atual presidente do conselho que fiscaliza os serviços secretos em Portugal, poderá vir a ser o próximo chairman (presidente do Conselho de Administração) do Banco Espírito Santo, avança o Diário de Notícias.

Atualização: 27-06-2014, 14:15 WET

quinta-feira, junho 19, 2014

Renacionalizar?

Vladimir Tatlin - Monumento à III Internacional
Réplica miniatura da escultura nunca construída, Royal Academy of Art, Londres, 2011. Google Images.

Aos banqueiros e outros criminosos parecidos devemos permitir que se enforquem com a corda da sua própria ganância


l'Humanité, 19 jun 2014: Les sénateurs de tous bords politiques étaient unanimes jeudi 19 juin pour dénoncer la privatisation de gestion des autoroutes faite par la droite en 2005. Ils ont cependant repoussé la proposition de loi faite par les élus communistes visant à nationaliser les sociétés concessionnaires. L’UMP, l’UDI-UC, les socialistes et le RDSE ont voté contre, appelant à une simple amélioration du système, jugé trop favorable aux groupes privés par la Cour des comptes. « La privatisation a été une erreur, mais il n’est pas possible de revenir en arrière » a déclaré le secrétaire d’Etat Kader Arif, promettant au passage une annonce du gouvernement sur l’éco-taxe pour la semaine prochaine.

Lá como cá... E no entanto, renacionalizar autoestradas, como querem os populistas do PC francês, é um disparate. Os privados que se afundem com as ditas à medida que o Pico do Petróleo for reduzindo paulatinamente o número de automóveis em circulação. Em todo o caso, o princípio da prevalência do interesse público em todos os bens estratégicos do país (água, energia, mobilidade, alimentação, cuidados básicos de saúde e segurança) deve estar claramente expresso na nossa Constituição e nas leis gerais. Mas não está, pois não?

Guerra do dólar contra o euro continua



Uma Operação Especial chamada Ucrânia pode virar o euro, o renminbi, e até o dólar australiano e a libra contra o dólar, em nome do fim da beligerância contínua dos Estados Unidos


A América prepara-se para desvalorizar unilateralmente as montanhas de dívida que vendeu por esse mundo fora... e que não poderá pagar sem recorrer a uma austeridade tal que ameaçaria a estabilidade institucional e a própria unidade do país. A partir de aqui podemos ler quase todo o atrito militar e o horror provocado em milhões de pessoas na Sìria, na Ucrânia, no Iraque, e várias zonas de África, pela agressividade persistente e criminosa da decadente América.

A dívida total americana, pública e privada, aproxima-se já do próprio PIB mundial corrigido da depreciação do capital: uns sessenta biliões de dólares!

PS: Recebi este comentário que comento em seguida:
A Divida [pública] americana são 17 biliões de USD, com intenção de chegar rapidamente aos 20 biliões de USD. Os Americanos já fizeram as contas e só vão pagar metade, através da emissão contínua de papel. Contudo a dívida americana é de longe a mais segura do Mundo. Essa seguranca é-lhe conferida pela cinco esquadras americanas, pelos seus mísseis, e por todos aqueles que ponham em crédito essa divida. O facto da divida americana se aproximar do PIB do Mundo apenas diz que a massa monetaria em circulação está mal ajustada à riqueza mundial produzida. Ou seja, que a própria divida é parte da moeda em circulação.

Ou seja, os EUA estão a reestruturar a sua dívida à conta de todos os credores nacionais e mundiais. As perguntas pertinentes são estas: 1) e se todos os outros devedores (Argentina, etc.) fizerem o mesmo? 2) até onde chegarão os EUA neste procedimento de desvalorização seletiva do dólar (ou seja, perde quem tem dívida americana no balanço)? É que armas nucleares, temos todos!

An anti-dollar coalition would be the first step for the creation of an anti-war coalition that can help stop the US' aggression.
Putin Advisor Proposes "Anti-Dollar Alliance" To Halt US Aggression Abroad
Submitted by Tyler Durden on 06/18/2014 10:41 -0400 - ZeroHedge

It has been a while since both Ukraine, and the ongoing Russian response to western sanctions (which set off the great Eurasian axis in motion, pushing China and Russia close together, and accelerating the "Holy Grail" gas deal between the two countries) have made headlines.

[...]

...while the great US spin and distraction machine is focused elsewhere, Russia is already preparing for the next steps. Which brings us to Putin advisor Sergey Glazyev, the same person who in early March was the first to suggest Russia dump US bonds and abandon the dollar in retaliation to US sanctions, a strategy which worked because even as the Kremlin has retained control over Crimea, western sanctions have magically halted (and not only that, but as the Russian central bank just reported, the country's 2014 current account surplus may be as high as $35 billion, up from $33 billion in 2013, and a far cry from some fabricated "$200+ billion" in Russian capital outflows which Mario Draghi was warning about recently). Glazyev was also the person instrumental in pushing the Kremlin to approach China and force the nat gas deal with Beijing which took place not necessarily at the most beneficial terms for Russia.

It is this same Glazyev who published an article in Russian Argumenty Nedeli, in which he outlined a plan for "undermining the economic strength of the US" in order to force Washington to stop the civil war in Ukraine. Glazyev believes that the only way of making the US give up its plans on starting a new cold war is to crash the dollar system.

As summarized by VoR, in his article, published by Argumenty Nedeli, Putin's economic aide and the mastermind behind the Eurasian Economic Union, argues that Washington is trying to provoke a Russian military intervention in Ukraine, using the junta in Kiev as bait. If fulfilled, the plan will give Washington a number of important benefits. Firstly, it will allow the US to introduce new sanctions against Russia, writing off Moscow's portfolio of US Treasury bills. More important is that a new wave of sanctions will create a situation in which Russian companies won't be able to service their debts to European banks.

According to Glazyev, the so-called "third phase" of sanctions against Russia will be a tremendous cost for the European Union. The total estimated losses will be higher than 1 trillion euros. Such losses will severely hurt the European economy, making the US the sole "safe haven" in the world. Harsh sanctions against Russia will also displace Gazprom from the European energy market, leaving it wide open for the much more expensive LNG from the US.

Co-opting European countries in a new arms race and military operations against Russia will increase American political influence in Europe and will help the US force the European Union to accept the American version of the Transatlantic Trade and Investment Partnership, a trade agreement that will basically transform the EU into a big economic colony of the US. Glazyev believes that igniting a new war in Europe will only bring benefits for America and only problems for the European Union. Washington has repeatedly used global and regional wars for the benefit of  the American economy and now the White House is trying to use the civil war in Ukraine as a pretext to repeat the old trick.

[...]

Unsurprisingly, Sergey Glazyev believes that the main role in the creation of such a political coalition is to be played by the European business community because America's attempts to ignite a war in Europe and a cold war against Russia are threatening the interests of big European business. Judging by the recent efforts to stop the sanctions against Russia, made by the German, French, Italian and Austrian business leaders, Putin's aide is right in his assessment. Somewhat surprisingly for Washington, the war for Ukraine may soon become the war for Europe's independence from the US and a war against the dollar.

Atualização: 19/6/2014 9:42 WET

quarta-feira, junho 18, 2014

«Ricardo Salgado devia estar preso»

Cristiano Ronaldo e Dona Inércia promovem BES

Ana Gomes (PS) dá murro no estômago de Ricardo Salgado, e uma cotovelada valente no Costinha socratino.


Foi uma indireta muito pesada para o sargento de Sócrates. O Pinho dos chifres era uma carta da Dona Branca Espírito Santo num dos lugares chave do último e socratino governo PS, por onde Costa se fartou de andar, se bem se lembram...

Percebe-se agora cada vez melhor porque andam todos os piratas deste país com o Costa ao colo. E porque motivo o ex-ministro de Sócrates quer um consenso, mas só se for por baixo da mesa. Falar do consenso? Nem pensar!

Ana Gomes: "Ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado santo para não ir preso"
RTP Notícias, Sandra Henriques 17 Jun, 2014, 09:30 / atualizado em 17 Jun, 2014, 09:33

No Conselho Superior da Antena 1 desta manhã, Ana Gomes diz compreender “o esforço de tantos comentadores, sabichões e economistas em tentar isolar e salvar do lamaçal o BES, o maior e um dos mais antigos bancos portugueses, que emprega muita gente e ninguém quer ver falido e nacionalizado, mas a verdade é que o GES está para o BES como a SLN para o BPN”.

"O Grupo Espírito Santo está para o BES como a SLN estava para o BPN"
Por Carlos Diogo Santos
i online, publicado em 18 Jun 2014 - 05:00

A eurodeputada Ana Gomes disse ontem que o BES recusou o financiamento da troika para "não ter de abrir as contas do banco à supervisão do Estado". BE defende que Salgado não tem idoneidade

A eurodeputada socialista Ana Gomes comparou ontem o Banco Espírito Santo (BES) ao BPN, afirmando que ambos são ou foram instrumentos de actividade criminosa. Ana Gomes disse ainda, em declarações à Antena 1, que "ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado Santo para ir preso".

A reacção surge dias após ter sido tornado público que o antigo contabilista da Espírito Santo International (ESI) Francisco Machado da Cruz acusou o presidente executivo do BES, Ricardo Salgado, de ter autorizado a manipulação das contas daquela holding. Na prática, foi ocultado um passivo de 1,3 mil milhões de euros.


«Ricardo Salgado devia estar preso»
Ana Gomes e Carlos Abreu Amorim discutiram o perdão fiscal
na TVI24, 2014-02-14

E mais:
Poirot e o BES
Pedro Braz Teixeira, Observador, 14/6/2014, 13:25
É preciso ser totalmente destituído de “celulazinhas cinzentas”, ou, em alternativa, ser patologicamente ingénuo para acreditar na mais do que inverosímil versão de Ricardo Salgado.

domingo, junho 15, 2014

Solução mágica para crescer?

Bombardeiro nuclear americano B-1


O estado de negação predomina entre os ignorantes economistas


Tal como o tardo-keynesiano Paul Krugman, Tyler Cowen acha que uma grande carnificina mundial poderia espevitar o crescimento! Escreve este patusco no NYT (what else?):
“An additional explanation of slow growth is now receiving attention, however. It is the persistence and expectation of peace.”
O pletórico Cowen está, porém, teoricamente errado no seu execrável raciocínio. E por uma razão muito simples: o crescimento rápido do Ocidente e parte do Oriente nos séculos 19 e 20 deveu-se à abundância, acessibilidade e baixo preço de duas fontes de energia hoje em declínio: carvão e petróleo. Basta empurrar um automóvel sem gasolina para perceber o valor inestimável de um litro de gasolina!

As duas grandes guerras mundiais e boa parte das guerras posteriores andaram sempre à volta disto: carvão, petróleo, gás natural e alguns minérios essenciais. Sem isto, nem sequer há maneira de pagar novas guerras mundiais, salvo se algum suicida no poder optar uma guera nuclear, ou biológica, cuja contenção, nomeadamente geográfica, ninguém pode assegurar — basta refletir um pouco sobre as consequências catastróficas do desastre nuclear de Fukushima (ver este vídeo impressionante). Por outro lado, depois de uma guerra nuclear, ou biológica, que seria necessariamente acompanhada de ataques químicos, guerra convencional e operações especiais de guerra assimétrica (terrorismo), causando certamente dezenas de milhões de mortos em pouco tempo, o crescimento que tantos anseiam, à direita e à esquerda (basta ouvir o que diz Jerónimo de Sousa), só mesmo alavancado em minhocas!

The Lack of Major Wars May Be Hurting Economic Growth
By Tyler Cowen, The Upshot/The New York Times, JUNE 13, 2014


The continuing slowness of economic growth in high-income economies has prompted soul-searching among economists. They have looked to weak demand, rising inequality, Chinese competition, over-regulation, inadequate infrastructure and an exhaustion of new technological ideas as possible culprits.

An additional explanation of slow growth is now receiving attention, however. It is the persistence and expectation of peace.

sábado, junho 14, 2014

A moeda e os impérios

Origem: DoubleLine

O tempo histórico tem um passo mais largo que o tempo da nossa ansiedade


O gráfico que acompanha este artigo elucida bem como os impérios nascem, impõem a sua moeda, e depois morrem.

É o caso agora dos EUA, cuja moeda de reserva acaba de perder a hegemonia e está obrigada a partilhar tal estatuto com o euro e com o renminbi, depois de os especuladores ingleses e americanos terem perdido a guerra inglória que lançaram contra a moeda única europeia.

Mas tal como o gráfico também mostra, os impérios morrem devagar. Por exempo, Portugal só 600 anos depois (1415-2015) de ter sido um império, dono de uma moeda de reserva mundial ao longo de oitenta anos, se viu envolvido em sucessivos episódios de insolvência. Só em 1999 Portugal arriou a sua bandeira em Macau e deixou de ter moeda própria — a favor do euro. E, com sorte, só em 2015 iniciaremos um novo período histórico, ainda pleno de incógnitas.

Devemos, pois, olhar para o declínio dos Estados Unidos com prudência, tendo sempre em conta que os aliados estratégicos são em larga medida determinados pela geografia, e não pela ideologia.

O Atlântico volta a ser o centro estratégico do planeta, por motivos que explicaremos noutro texto, mas que no essencial se prende com a impossibilidade objetiva de a Ásia se aproximar tanto da Euroamérica, quanto a Euroamérica se tem aproximdado ultimamente da Ásia. A paragem do movimento tectónico em curso vai ocorrer ao longo da próxima década (2020-2030), e a linha da redistribuição global da riqueza material, tecnológica e cultural vai acabar por manter uma grande assimetria entre o Ocidente e o Oriente, e entre o Norte e o Sul. Não há, pura e simplesmente, energia barata para que seja doutro modo.




How Much Longer Will the Dollar Remain the Reserve Currency of the World?
By Cullen Roche, June 11th, 2014. Pragmatic Capitalism.

...will the USA lose its reserve currency status at some point?  Yes.  In fact, it’s already starting to lose its reserve status to Europe and China.  Will it be the end of the world and will it cause everyone to suddenly ditch the dollar?  Probably not.  It just means the USA will produce a lower proportion of global output and therefore, as a matter of accounting, the rest of the world will hold a lower percentage of US dollar denominated financial assets as a percentage of global output.  It’s not the end of the world.  It’s just a sign that market shares change and when you’re #1, well, there’s only one direction to go.

Segundo Paul Kennedy escreve em The Rise an Fall of the Great Powers, a China, se não tivesse destruído a sua grande Armada, para acudir à pressão que os Mongóis exerciam a norte do seu território, talvez tivesse chegado à Europa por via marítima. O contemporâneo, embora mais velho, do Infante Dom Henrique (1394 - 1460), que na China poderia ter promovido um movimento simétrico ao dos Descobrimentos Portugueses, era um general eunuco, de origem muçulmana, chamado Zheng He (1371 - 1433). Este personagem assume hoje na China um protagonismo mítico só comparável ao do famoso filho da princesa inglesa Filipa de Lencastre e de D. João I, que foram reis de Portugal. Mas na História, ao contrário do que se diz, as repetições são raras. E o sonho que a China hoje alimenta de abrir-se ao mundo e devir um império moderno e mundial, como Portugal, Castela, a Holanda, França, Inglaterra e o Estados Unidos foram, pode estar irremediavelmente comprometido por uma realidade chamada pico do petróleo, e pela consequente implosão do período de crescimento inflacionista extraordinariamente rápido e intenso que uma parte do mundo conheceu nos últimos duzentos anos.

Portugal verá porventura aumentar o seu território por efeito da extensão da sua Plataforma Continental (Facebook). Mas será por aqui e pelo papel que soubermos jogar na União Europeia que o novo ciclo começará, depois do arriar definitivo da bandeira colonial? Ou teremos que descer previamente ao inferno de nós mesmos, para podermos renascer genuinamente em uma nova era?


quarta-feira, junho 11, 2014

São todos iguais



Seguro não faria diferente, mas tem que jogar o jogo da diferença e da honestidade


Banco de Portugal: É necessário quase sete mil milhões de euros de austeridade até 2019
11 Junho 2014, 13:04 por Nuno Aguiar | Jornal de Negócios

A conclusão está no Boletim Económico de Junho do Banco de Portugal, que inclui um capítulo sobre a sustentabilidade das finanças públicas em Portugal no médio prazo. Sabendo-se que o Governo português está comprometido com as regras europeias inscritas no Tratado Orçamental e que tem de atingir um défice estrutural de 0,5% do PIB em 2019, o banco estima que são necessárias medidas de austeridade no valor de 4% do PIB nos próximos cinco anos. Cerca de 6,7 mil milhões de euros.


Seguro defende que Governo aproveite descida de taxas de juro para aliviar sacrifícios
11 Junho 2014, 13:17 por Lusa | Jornal de Negócios

"A emissão de dívida a 10 anos é uma boa noticia para o nosso país, o que prova que eu sempre tive razão quando defendi que o Banco Central Europeu (BCE) devia agir", afirmou Seguro em Barcelos, à margem da visita a uma fábrica têxtil.

[...]

O líder do PS disse que fica "muito contente" quando as taxas de juro para Portugal baixam, "porque isso significa - ou significaria, se este Governo fosse sensível - aliviar os sacrifícios dos portugueses".

Os dois falam verdade. Carlos Costa diz o óbvio: a dívida pública continua a crescer, como previsto, e vai ter que descer, como consta do contrato com os credores — mas tem tempo. Seguro afirma que é imperioso suavizar os sacrifícos, renegociando a amortização da dívida em prestações e prazos menos sádicos. O mesmo, mas dito de outra maneira.

Na realidade, a queda das taxas de juro e das rendibilidades das obrigações soberanas, protegidas pela famosa artilharia secreta conhecida por whatever it takes, servem precisamente para suavizar os sacrifícios e sobretudo não deitar o euro e a economia europeia a perder.

Ambos falam da monetização das dívidas que acelerou em volume e velocidade desde que Mario Draghi começou a dar garantias firmes à Eurolândia contratacando a armada de Wall Street. Draghi exigiu, porém, novos botões de controlo bancário e financeiro. Carlos Costa prefere salvar bancos a repartições públicas, enquanto Seguro prefere defender a burocracia de cujos votos depende.

Curiosamente, dada a dimensão incontrolável do buraco negro dos derivados financeiros especulativos (OTC) —um quarto do PIB mundial cujo potencial destrutivo, ou valor nocional, é mais de dez vezes o mesmo PIB (ver tabela do BIS/2013) — e a necessidade objetiva de manter algum setor social sob controle, o que tem vindo a ocorrer, tanto nos Estados Unidos, como na Europa, é uma aproximação surpreendente e heterodoxa a algumas caracterísitcas institucionais do capitalismo de estado: estabilidade do emprego público, controlo de preços e o abandono dos setores económicos tradicionais à sua sorte e a mais uma revolução tecnológica em curso. Desta vez, estamos no meio de uma massiva transferência de trabalho cognitivo para as nuvens digitais de produção, comércio, serviços (banca, turismo, administração pública, imprensa, ensino, medicina, etc.), gestão, telecomunicação e interação virtuais—em tempo real e diferido.

O dinheiro foge dos negócios e empresas que sabe condenados. Mas como não sabe para onde ir, refugia-se cada vez mais nas dívidas soberanas dos países economica e financeiramente mais fortes, mesmo que este lhe paguem em tremoços, ou até os fustiguem com juros negativos!

É por tudo isto que a 'esquerda' ficou subitamente descalça e está nalguns casos a perder a cabeça. Nisto não difere dos comportamento recentes da extrema direita americana e europeia. O facto de o sinal da arrogância e da agressividade serem de sinal contrário é socialmente irrelevante, pois a vitória de qualquer destes extremos de oportunismo resulta em monstruosidades que já conhecemos.

O ponto sensível das próximas eleições está, assim, onde ninguém vê: na política fiscal.

Se este governo (PSD-CDS) e o próximo (PS-MPT, ou PSD-CDS, ou PS-PSD) continuarem a espremer os contribuintes, expropriando-lhes as poupanças e tentando mesmo roubar-lhes as propriedades, sobretudo porque têm revelado enorme cobardia na abordagem dos rendeiros do regime, aliás condenados reiteradamenbte pela odiada Troika, então prevejo sarilhos gordos no horizonte, com os extremos até agora sossegados a subirem nas sondagens.

Passos Coelho tem a faca e o QREN na mão, tem a Alemanha com uma olhar bifocal a dirigir-se para a Península Ibérica (a crise da Ucrânia serviu-lhe de lição!), e tem o Brasil, a Venezuela, Angola e Moçambique, já para não falar da China, cada vez mais interessados neste naco de terra e de pessoas à beira-mar plantados. Somos todos assim tão diferentes? Mozart respondeu de forma admirável em Così Fan Tutte.

Controlinveste despede mais de uma centena de trabalhadores

Aníbal Cavaco Silva, filha e genro Luis Montez

Igualdade, disse ela...


A dona do "Diário de Notícias" e do desportivo "O Jogo" vai iniciar um despedimento colectivo de 140 trabalhadores e rescisões amigáveis com mais 20. A reestruturação começa quatro meses depois da entrada do genro de Cavaco Silva, Luis Montez, no capital da empresa.

Controlinveste vai despedir 160 trabalhadores
11 Junho 2014, 12:20 por Rita Faria | Jornal de Negócios

A Controlinveste Conteúdos, empresa de media detentora de títulos como o “Diário de Notícias”, “Jornal de Notícias e “O Jogo”, anunciou esta quarta-feira, 11 de Junho, um processo de redução de efectivos que vai implicar a saída de 160 trabalhadores do grupo. Deste processo fazem parte um despedimento colectivo de 140 colaboradores e rescisões amigáveis de contrato com mais 20, de acordo com um comunicado da empresa, citado pelo “Diário de Notícias”.

Gostaria de perguntar à sindicalista e defensora socratina do Tribunal Constitucional, Isabel Moreira, e aos doutos sindicalistas do TC, se o princípio de igualdade se aplica, ou não, neste particular.

Uma empresa em dificuldades —toda a gente sabe que o mundo da imprensa tradicional, jornais, rádios e televisões incluídos, está a implodir há mais de uma década— que necessita de despedir, despede, apesar das dificuldades existentes na lei e no comportamento dos tribunais. Doutro modo a alternativa seria a insolvência e o fecho de ainda mais empresas do que as que têm fechado portas desde 2008 para cá.

Pergunta-se: então porque é que no capturado e falido estado que temos, na insolvente RTP, na exaurida CP, no escândalo de corrupção e roubo que foi o BPN, ou no buraco que é a TAP, a lei que vigora é diferente?

Ou há igualdade, ou comem todos. Lá diz o provérbio.

terça-feira, junho 10, 2014

Risco americano supera risco europeu



Atacaram-nos pelos flancos, quase destruiram a Grécia, Espanha e Portugal, mas o tiro saiu-lhes pela culatra!


O risco de crédito nos EUA é maior do que o risco europeu pela primeira vez desde... 2010.

Percebe-se, pois, porque motivo Passos Coelho não tem nada que se demitir, Tozé deve barrar sem tibieza os golpistas a mando de Mário Soares, sargento Costa e companhia, e porque Cavaco tem deixado correr o marfim apelando sempre a um entendimento entre Seguro e Passos..

O Bloco Central da Corrupção (BCC) está apavorado pois já percebeu que a nova geração partidária que tomou conta do PSD e do PS só se fosse doida é que abandonaria as posições naturalmente conquistadas. Mas, por outro lado, se o BCC não tenta um golpe de estado contra tudo e contra todos, lançando mão do ainda que têm à mão, o destino que lhes resta é mesmo a reforma compulsiva.

A Europa é o centro do mundo, e o resto é conversa fiada. Por isso o dinheiro aflui, por isso os bancos estrangeiros em breve trocarão Nova Iorque por Frankfurt e Pequim. Por sua vez, em matéria militar a América já provou que é um império em declínio. A resistência passiva do resto do mundo chega para derrotar os seus falcões desmiolados e paranoicos.
US Riskier Than Europe For First Time Since 2010; BofA Admits 'Good News Is Bad News'
Submitted by Tyler Durden on 06/10/2014 14:47 -0400 - ZeroHedge

For the first time since early 2010, the risk of European investment grade credit is lower than that of the US. As BofA notes, recall that the European sovereign crisis escalated in the first part of 2010, as Greece had to be bailed out for the first time, and concerns spread to other countries in the periphery. However, that European spreads have now recovered - after trading at times more than 60bps weaker than US spreads - reflects more on differential technicals (flows) than fundamentals (reality). Credit spreads are currently driven mainly by technicals; this is not to say that technicals in the US credit market are not strong – they are – only that European technicals are stronger.

Furthermore, with now completely divergent central banks, BofAML believes that European technicals are going to remain stronger for longer. As they conclude, "relatively stronger US fundamentals lead to relatively weaker technicals," - or put another way "good news is bad news" for US credit markets...


Christine Lagarde pondera mudar a sede do FMI para Pequim!

A coisa é fácil de imaginar se atendermos ao Evereste de papel higiénico verde acumulado na China ao longo da última década. Resta apenas uma dúvida: poderá o FMI estar sediado numa ditadura? Se atendermos, por outro lado, aos milhares de mortos que a América tem deixado pelos teatros de guerra que tem fomentado por este mundo fora, e ainda ao estado policial que está a transformar o sonho americano num pesadelo, então talvez haja espaço para uma certa tolerância face ao PCC.

Beijing-Based IMF? Lagarde Ponders China Gaining on U.S. Economy
By Sandrine Rastello Jun 6, 2014 8:25 PM GMT+0100 - Bloomberg

The International Monetary Fund’s headquarters may one day shift to Beijing from Washington, aligning with China’s growing influence in the world economy, the fund’s managing director said.

Os falsos desmaios do Presidente

Presidente da República sofre ataque (epilético?) - 10/6/2014

O país deve ser informado sobre a doença de Cavaco Silva


O presidente da república foi vítima esta manhã, enquanto discursava, de um ataque epilético ou coisa parecida. As explicações até agora dadas oficialmente são uma treta e mais uma demonstração do secretismo, falta de transparência e autoritarismo burocráticos da nossa democracia.

Há quem suspeite que Cavaco Silva sofra de Doença de Parkinson, ou até de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), aparentemente evidenciada no tremor sempre disfarçado da mão esquerda. Mas o importante mesmo é esclarecer a dúvida que paira sobre o estado de saúde do presidente.

Dos dois episódios filmados, o primeiro, em 1995, na tomada de posse de António Guterres por Mário Soares, e o segundo, hoje, enquanto discursava nas cerimónias do 10 de junho, em nenhum deles há verdadeiramente desmaio, mas sim 'ausências' tipicas de episódios epiléticos: suspensão da fala, rigidez do olhar, perda de equilíbrio e recuperação da composturas alguns segundos depois. Ou seja, em nenhum caso houve reanimação, como ocorre quando uma pessoa desmaia.

Conheci dois casos familiares, um de Doença de Parkinson, e outro de Epilepsia. No primeiro, nunca obervei nem se teve conhecimento de qualquer desmaio, ou ausência; no segundo, os episódios epiléticos, atenuados por medicação adequada, eram frequentes e variavam de intensidade. Por vezes, ocorria uma quase impercetível interrupção (ausência) na conversação em curso, de não mais de um segundo, que era retomada normalmente. Outras vezes, sobretudo às refeições, estes episódios breves era muito notados, pois o ataque epilético paralizava, por exemplo, o movimento de transporte de uma colher de sopa até à boca. A colher não chegava a cair, mas virava e a sopa caia no prato, ou no colo da pessoa. Só uma vez assisti a uma queda na sequência de um ataque epilético. Este meu familiar caminhava sobre o muro de granito de uma leira. O ataque durou menos de um segundo. Mas foi mas intenso do que mera ausência, suficiente para um tombo de três metros de altura, para a leira de baixo! Em todos os casos que presenciei e foram muitos, a interrupção da fala, o olhar parado, a ausência, e o regresso ao presente duravam segundos.

Outra característica importante dos episódios de epilepsia que conheci: a frequência e intensidade dos mesmos estavam invariavelmente associados a momentos de ansiedade e tensão. No caso concreto que descrevo os ataques virtualmente despareceram depois da morte do pai deste meu familiar.

Nos dois falsos desmaios de Cavaco Silva nada vi que me parecesse o caso de Doença de Parkinson que vivi na família, mas observei todas as características comportamentais dos muitos episódios de epilepsia a que assisti.

A epilepsia, se sob obervação e tratamento médicos, não impede a vida normal e profisional de quem quer que seja. Se for este o caso, Cavaco Silva não está em nada diminuído para exercer as suas funções. Já se o que ocorreu é sintoma de outra enfermidade, então o país deve saber.


POST SCRIPTUM

A hipótse de Cavaco Silva sofrer de Alzheimer num estado avançado da doença

Recebi um texto que coloca a hipótese de a doença de que o presidente sofre, porque sofre obviamente de uma doença do foro neurológico, ser mesmo Alzheimer. Não tenho conhecimentos médicos para aceitar esta hipótese como boa, ou rejeitá-la por má. O que sim é certo é que Cavaco Silva sofre de uma doença que se manifestou já vezes suficientes para que a mesma seja analisada pelos médicos da presidência, e sobretudo para que o país seja informado sobre a saúde do presidente da república.

As exigências do cargo não são uma bricadeira, nem propriedade de nehuma Maçonaria ou Opus Dei —são um assunto de estado, e é dever de um estado democrático informar os cidadãos sobre o que é relevante e pode afetar o normal funcionamento das instituições.

Transcrevo o texto referido (de que desconheço o autor), apenas na parte que é relevante para esta dicussão.

Creio que poucos são os cidadãos portugueses que se interrogam sobre o que se passou ontem com o PR durante as comemorações do 10 de Junho.

Até porque a maioria apenas viu imagens tratadas pelas 3 cadeias de televisão, onde foram cortados os momentos em que supostamente o PR Cavaco Silva teria tido a tal "ocorrência vagal" indicada pelo médico oficial da Presidência.

Isso é propositado para que o povo português não perceba o que se está a passar e a gravidade da situação.

Mas, felizmente há cidadãos atentos que gravam em vídeo estes eventos e sem manipulações nem mentiras, partilham essas imagens para que não restem dúvidas e para que existam provas para memória futura.

Se há já 5 anos eu tive uma suspeita do que estava a acontecer à saúde do actual Presidente da República, ontem eu tive a certeza.

Refiro-me a uma ocorrência a que todos assistimos aquando do discurso do PR quanto ao novo Estatuto dos Açores há 5 anos.

Ver vídeo: http://youtu.be/buDyz025H6A

Aníbal Cavaco Silva, nesse dia entra hesitante na sala de imprensa e mantém-se durante quase 2 minutos num silêncio confrangedor, mastigando em seco e quase apático até que alguém lhe dá sinal para iniciar o discurso.

Se repararem bem, a expressão do rosto e o vazio total do olhar como quem não percebe onde está nem em que situação se encontra é evidente.

Ora se na altura muitos associaram esta ocorrência ao clima de tensão que se vivia então com as alegadas escutas e vigilâncias à Presidência, ontem houve quem tentasse associar o suposto desmaio às manifestações que ocorriam durante as cerimónias do 10 de Junho.

Ver vídeo: http://youtu.be/W2Nvs8sk0Yg

Se estiverem atentos, vão perceber que a voz de Cavaco Silva se torna arrastada que mostra enorme dificuldade na leitura e na compreensão das palavras e do contexto do discurso mas que nunca chegou a perder os sentidos.
Se repararem bem, ele pára de ler como se as palavras deixassem de lhe fazer sentido, ou deixasse de conseguir ler, hesita, tenta manter o equilíbrio balançando o corpo (perda de noção de espaço/tempo).
Quando o chefe militar da Casa Civil (pessoa da sua total confiança) se aproxima e o segura ele olha-lhe o rosto e não o reconhece.
Quando os seguranças o ajudam ele está apático (ataxia neurológica) mas nunca perde os sentidos.
Os olhos estão abertos mas sem expressão e estão fixos, como quem fixa um ponto no espaço e se prende a esse ponto perdido no tempo e a mente vazia!

Estes são os sintomas de um evento de ataxia neurológica, um dos muitos sintomas da doença de Alzheimer.

Cavaco Silva denota já uma tremenda dificuldade de se orientar no espaço/temporal, tem dificuldade até mesmo não só na articulação oral como fora dos discursos oficiais começa a demonstrar dificuldade em verbalizar emoções ou de comunicar de forma clara procurando as palavras adequadas porque não se lembra delas além da dificuldade de assumir decisões.

Para os menos atentos ou para quem não conhece os sintomas, tudo isto parece estranho ou é motivo de piadas e anedotas, mas para quem conhece estes sintomas, esta situação reveste-se de uma enorme gravidade.

E é grave não só do ponto de vista pessoal no que toca à dignidade do indivíduo Cavaco Silva mas muito mais grave nas implicações que estão envolvidas no exercício das funções inerentes ao cargo que o indivíduo ocupa.

Cavaco Silva sofre de Alzheimer há vários anos, a doença como devem saber não surge de um dia para o outro, é progressiva.

O irmão dele (que morreu há 4 anos) sofria de esclerose lateral amiotrófica e na família há todo um historial de doenças degenerativas neurológicas que sempre são escondidas do público porque como também sabemos, a ignorância do povo português é abissal e tudo o que é doença neurológica é de imediato associada a doença mental e a doença mental é ainda hoje muito mal percebida e descriminada como se o doente tivesse culpa de ser doente ou pudesse modificar comportamentos ou ter mesmo noção do seu mal.

[...]

As mudanças são tão evidentes que se tornam confrangedoras.
Continuam a existir nele os traços de arrogância e de inflexibilidade da sua antiga personalidade mas a desorientação, a apatia, as crises de ataxia são cada dia mais frequentes e vai chegar o momento em que não vão poder esconder mais a situação.

[...]
Atualização: 14/6/2014 15:51

O socratino Pinho

Manuel Pinho mosta os chifres na Assembleia da República

O corno de pinho apressa-se antes que a Dona Branca Espírito Santo seja atingida por um raio!


Manuel Pinho negoceia reforma com o grupo Espírito Santo
Ecofinanças - extraído de: publico.pt.economia

Manuel Pinho regressou ao grupo liderado por Salgado em 2009

Vinte anos depois de ter entrado no grupo BES, o ex-ministro da Economia de José Sócrates, Manuel Pinho, de 60 anos, está a negociar com Ricardo Salgado a sua reforma antecipada. Em paralelo com a actividade de docente, Manuel Pinho exerce actualmente as funções de vice-presidente da holding BES África, auferindo mensalmente cerca de 50 mil euros, o que abriu espaço a que possa reclamar cerca de 3,5 milhões de euros de compensações até à idade da reforma (65 anos).

Manuel Pinho é o vice-presidente da holding BES África. Como?!
Não foi em África que o BES perdeu 5 pontes Vasco da Gama e 7 Casas da Música?

São prendas destas que devemos recordar —nomeadamente na pugna resultante da tentativa dos soaristas, socratinos e criaturas de avental tomarem de assalto a direção legítima do PS— quando vemos o socratino António Costa na televisão....

Se a malta fina do Partido Socialista continuar a legitimar o golpismo descarado de Mário Soares e das suas tropas —derruba-se o governo, despede-se o presidente, arruma-se o Tozé— terá que se ir preparando para o coice que certamente vai levar da sociedade, e depois da Direita!

O país está na falência, mas como Mário Draghi anunciou que fará whatever is necessary para proteger o euro e a União Europeia, e Merkel tem todos ou quase todos os trunfos na manga, a 'esquerda' corrupa acordou em sobressalto, pois já anteviu a espécie de Plano Marshall que aí vem, e não quer perder pitada. Corrigo: quer voltar a abotoar-se com tudo o que puder, calando o Bloco, o Livre e o PCP com côdeas, e atirando cenouras e broa à populaça.

O golpismo patético de Mário Soares é de tal ordem que só pode mesmo legitimar uma réplica à altura.

POST SCRIPTUM

No essencial, o que Mário Soares e a sua corte querem é o regresso em pleno do Bloco Central da Corrupção. Quem lidera a parte laranja desta conspiração?

A arte contra o barragismo especulativo

Artistas brasileiros na vanguarda da responsabilidade social





No Brasil os artistas sabem o que é arte e responsabilidade social. Em Portugal, ainda andamos atrás dos patrocínios da EDP - que são pagos com os nossos impostos e nas rendas excessivas e taxas abusivas incluídas na fatura elétrica que pagamos todos os meses.

A corja partidária e a cleptocracia indígenas são os principais responsáveis. Mas nós também somos responsáveis, por distração, ingenuidade ou estupidez!

A tragédia imensa de Valonj depois do colapso da barragem deveria ser mostarda e explicada às autoridades partidárias, municipais, regionais e nacionais envolvidas no projeto da barragem do Fridão


Amarante é uma cidade portuguesa que poderá ficar sob ameaça de uma tragédia como a que ocorreu em Itália se deixarmos construir a barragem do Fridão. O documentário do National Geographics sobre a este crime, cujos culpados acabariam na prisão, é um aviso!



Quinta dos Ingleses: ganhou o bom senso

Reunião Assembleia Municipal de Cascais 27 de maio de 2014





Carcavelos | Quinta dos Ingleses: só vale a pena ouvir a intervenção de Gonçalo Lage (2:24:47), pois resume uma argumentação séria sobre o plano de urbanização da Quinta dos Ingleses.


O PS fez mais uma triste figura: desta vez votou contra, mas há décadas que aprova e apoia todas as versões agravadas do mesmo plano, ou não fosse o PS de Judas que aprovou a aberração arquitetónica que é o centro comercial à entrada da vila de Cascais e outras bravatas de pura especulação imobiliária analfabeta, ou não fosse o PS que nunca fez o que quer que fosse por Carcavelos. Aliás, a malta 'socialista' que concorre a Cascais é quase sempre paraquedista. Preferem Sintra para viver, ou preferiam, quando aquela estrela da manhã lhes deixava fazer tudo que aos vulgares cidadãoas não permitia!

Quanto ao PCP, Bloco e ao indigente Forum por Carcavelos, nem vale a pena perder tempo com o seu populismo sem cura. O PCP quer manter a vila turísitca de Cascais pejada de cartazes partidários com aquela magnífica qualidade gráfica que se lhe reconhece, o Bloco andou a reunião inteira a tentar transformar o período de antes da ordem do dia numa votação subreptícia para impedir a votação do Plano de Pormenor do Espaço de Reestruturação Urbanística de Carcavelos-Sul (PPERUCS), em suma, o Público descreveu a Assembleia em tom épico:
“Houve gritos, insultos e até choro ao longo das quatro horas que durou a reunião da Assembleia Municipal de Cascais. Nesta terça-feira à noite, o polémico Plano de Pormenor do Espaço de Reestruturação Urbanística de Carcavelos-Sul (PPERUCS), que prevê uma mega-urbanização para a Quinta dos Ingleses, foi aprovado sob forte protesto de grande parte dos cerca de 200 munícipes presentes, obrigando mesmo a algumas interrupções e à intervenção da polícia.”
Em casos como este o recurso ao referendo, aliás a dois referendos, um referendo circunscrito à freguesia de Carcavelos, para apurar a vontade dos fregueses, e um segundo, municipal, para apurar a vontade do concelho, pois as responsabilidades financeiras e o alcance do que está em causa extravasa o mero interesse local, teria sido o ideal.

Mas para aqui chegarmos será preciso ainda percorrer um longo caminho democrático, que nomeadamente nos liberte do populismo organizado e dos poderes fáticos da partidocracia que nos levou à desgraça. Mas este processo, apesar de longo de décadas, aproxima-se de uma solução equilibrada. Falta ainda debater a qualidade dos projetos que continuam no tinteiro. Mas lá iremos!

Sobre este tema, neste blogue:

segunda-feira, junho 09, 2014

A cor do dinheiro

A prostitute in her room at a brothel in Puerto Cabello, Venezuela, on May 28, 2014.
Photographer: Vladimir Marcano/Bloomberg


Venezuelan Prostitutes Earn More Selling Dollars Than Sex
By Anatoly Kurmanaev Jun 9, 2014 4:44 PM GMT+0100  Bloomberg

The arrival of a Liberian-flagged freighter with Ukrainian, Arab and Filipino sailors spells one thing for Elena -- dollars. And greenbacks are king in Venezuela, the 32-year-old prostitute says.

Within hours of hearing of the ship’s imminent arrival, she has packed her bags and is heading to the crumbling city of Puerto Cabello. It is a 450-kilometer (280-mile) journey from her home in the Western state of Zulia that Elena finds herself doing more often now as Venezuela’s economy contracts, the bolivar slumps and prices soar.

Monetização da dívida americana soma e segue...


Obama resgata bolha estudantil de 121,5 mil milhões de dólares


Não há dinheiro para criar negócios ou emprego, logo cria-se uma bolha chamada financiamento bancário à educação, seguindo exatamente a mesma lógica do subprime imobiliário. Quem não quererá estudar, se é a única coisa financiável a baixo custo, e ainda por cima, quando a bolha rebenta, há resgate garantido com dinheiro dos contribuintes e criação de mais uns biliões de dólares out of thin air?

Por cá parece que a próxima bolha, a ser resgatada pelos próprios fornecedores (!!!), é a bolha municipal... pois em matéria de amor à educação a partidocracia e a cleptocracia indígenas preferem encher diretamente os bolsos do grupo GPS e similares com 154 milhões de euros anuais. Só não percebo porque é que não é publicada a lista de instituições subsidiadas, ou porque as mesmas não são obrigada a exibir claramente quem as patrocina, subsidia ou apoia.

Reuters:

"President Barack Obama will issue an executive action on Monday aimed at making it easier for young people to avoid trouble repaying student loans, a White House official said on Sunday.

The president will sign an order directing the secretary of education to ensure that more students who borrowed federal direct loans be allowed to cap their loan payments at 10% of their monthly incomes, the official said.

Federal law currently allows most students to do this already. The president's order will extend this ability to students who borrowed before October 2007 or those who have not borrowed since October 2011, the official said.

The administration says this action will help up to 5 million more borrowers, although it will not be available until December 2015."

Obama Unveils Student Loan Debt Bubble Bailout
Submitted by Tyler Durden on 06/09/2014 13:37 -0400 ZeroHedge

"The challenges of managing student loan debt can lead some borrowers to fall behind on their loan payments and in some cases even default on their debt obligation," notes the always astute White House... and so it's time to do something about that... by bailing the bad debtors out with US taxpayers money.

[...]

Perhaps its time to reassess whether taking on massive indentedness for a degree that leaves you earning minimum wage anyway is a sensible idea.

Fascismo fiscal

Gráfico de penhoras que deixa penhoras de salários de fora

Gráfico cocho: falta a coluna das penhoras de salários: 576 mil em 2013!


Só no ano passado (2013), a Autoridade Tributária (AT) emitiu mais de dois milhões de ordens de penhora. Deste número, 576 mil referiram-se a penhoras de salário. Imaginem se os credores internacionais faziam o mesmo ao endividado estado que temos e aos bancos — bastando para tal recusar o contínuo financiamento da nossa descomunal dívida.

Os indigentes partidos que temos, a começar pelos da dita 'esquerda', clamam diariamente contra os credores e contra a Troika. Vejam como se comporta o estado que eles legislam e de que são os principais devoristas: penhoram à primeira oportunidade, e no caso de erro levam meses ou mais de um ano a corrigir e devolver o que penhoraram apressadamente, sem sequer comunicar previamente as suas ações aos visados.

Já ouviram os nossos queridos partidos políticos clamar contra o fascismo fiscal que se está a instalar no país? Já tivemos oportunidade de abordar este tema em maio de 2013 (Fascismo fiscal, não!)

E os sindicalistas do Tribunal Constitucional, mais a senhora deputada socratina Isabel Moreira, que acham da aplicação do princípio da igualdade neste caso? Quem penhora o Governo e a Administração Pública pelas suas dívidas, e pelo seu incorrigível despesismo partidário e populista?

Que tal penhorar o Estado português pelas suas dívidas, que não param de aumenttar e cujo pagamento vai empurrando com a barriga para as gerações futuras? Os funcionários, trabalhadores de empresas públicas, juízes e deputados ficavam todos reduzidos ao salário mínimo, de acordo com as regras que aplicam aos cidadãos e empresas indefesos, não é? Pensem nisto antes que a esmagora maioria do povo português se revolte a sério!

Carros penhorados e vendidos pelas Finanças aumentam 60%
Jornal de Notícias, 9/6/2014

“As casas e terrenos continuam a ser o bem mais penhorado e vendido pela administração fiscal, mas o número de carros que vai para leilão do Fisco subiu 61,7%, para 23 586 veículos, desde o início do ano.”
Como reagir a uma notificação de penhora de salário?
Saldo Posi+ivo/CGD, 19/5/2014

“É cada vez mais comum as empresas receberem notificações de penhora de salários dos seus funcionários. Algumas empresas têm inclusivamente departamentos específicos para tratar destas questões. Só no ano passado, a Autoridade Tributária (AT) emitiu mais de dois milhões de ordens de penhora em 2013. Deste número, 576 mil referiram-se a penhoras de salário.”

Atualizado: 9/6/2014 14:51 WET

Monetização na Eurolândia

Preço da dívida pública espanhola em mínimos históricos


“A taxa de juro implícita nas obrigações a dois anos está a descer 6,7 pontos base para 0,864%, o que corresponde ao valor mais baixo de sempre, tal como a taxa a cinco anos, que está a ceder 3,9 pontos para 2,255%. Já a “yield” das obrigações a 10 anos está a cair para 3,443%, o que também corresponde a novo mínimo.” Jornal de Negócios, 9/6/2014.

Esta é a prova cabal de que as taxas de juro da dívida portuguesa só dependem do BCE e dos grandes fundos de investimento (fundos de pensões e fundos especulativos). A algazarra partidária é irrelevante para quem realmente controla os botões do sistema financeiro europeu, e prova que as ditas divergências partidárias indígenas pouco mais são do que disputas entre os piratas, rendeiros, devoristas e protegidos do regime, pelo bolo orçamental disponível. Vejam onde põem os pés... e os votos!

ÚLTIMA HORA


Rendibilidade (yield) da dívida espanhola abaixo dos ganhos oferecidos pelos títulos do tesouro americano. Cortesia —exclusiva— do Mário Dragão que preside ao BCE. Ainda se queixam das Troikas e do euro!

Thanks Draghi: Spanish 10 Year Yield Slides Below US
ZeroHedge, 9/6/2014
Earlier today something happened which we haven't seen since a very brief period of time in 2010, and then going all the way back to 2007: Spanish 10 Year bond yields tumbled below those on US 10 Year Treasurys.

Atualizado em: 9/6/2014 15:13 WET

A bolha de xisto já era!



As reservas dos cinco maiores campos petrolíferos mundiais chegariam apenas para oito anos de consumo caso fossem as únicas disponíveis


  1. Ghawar (Saudi Arabia): 70x10E9 barris
  2. Burgan (Kuwait): 72x10E9 barris
  3. Safaniya (Saudi Arabia): 50x10E9 barris
  4. Rumaila (Iraq): 17,8x10E9 barris
  5. West Qurna-2 (Iraq); 13x10E9 barris
Total: 222.800.000.000 barris

Produção diária segundo a EIA (2013): 76.053.500
Produção anual segundo a EIA (2013): 27.759.527.500
Duração das reservas caso fossem as únicas disponíveis: 8 anos

Este indicador é bem sintomático de uma outra constatação: o pico do petróleo ocorreu em 2005, e a fase de declínio da produção mundial poderá ocorrer a qualquer momento até 2030.

A produção não convencional servirá certamente para mitigar por algum tempo o impacto da escassez petrolífera no preço geral da energia. Mas as limitações já evidentes do fracking vem confimar as  previsões realizadas em 1956 (Hubbert) e 1972 (Meadows et al.) sobre o fim do ciclo do petróleo e sobre o colapso do crescimento exponencial que a humanidade conheceu desde 1887 para cá.

O que sempre escrevemos sobre o petróleo e gás de xisto —uma manobra americana de dilação— veio finalmente ao de cima: a festa do xisto acabou.

Percebe-se agora melhor como Angela Merkel terá conseguido convencer Putin e o novo líder da Ucrânia a terem juízo.

Ou seja, no que toca à Rússia, manter a Europa como seu fiel cliente e parceiro, como importador de gás e petróleo, e exportador de tecnologia, é a solução que mais lhe convém para não ficar dependente de um único cliente: a China. Quanto à Ucrânia, o melhor mesmo é este país à beira de uma guerra civil cessar imediatamente as hostilidades e preparar-se para entrar na UE, criando campo para um fortalecimento futuro das relações ente a União Europeia e a Rússia.

A linha do Tratado de Tordesilhas 2.0 deslocou-se um pouco mais para Oriente. Ainda bem!

The World’s Five Most Important Oil Fields
Submitted by Tyler Durden on 06/08/2014 13:38 -0400. ZeroHedge

Much has been made about the role that hydraulic fracturing – or fracking -- has played in revolutionizing the energy landscape, unlocking vast new reserves of oil trapped in shale rock. This “tight oil” is pouring into the global pool of oil supplies at a crucial time, preventing oil prices from spiking in an age of high demand and geopolitical turmoil.

But the world still relies overwhelmingly on conventional oil production from existing fields, many of which are in decline. The Middle East has dominated the world of oil for half a century and as the list below shows, it remains king. Here are the top five most important oil fields in the world.


US shale boom is over, energy revolution needed to avert blackouts
By Dr. Nafeez Ahmed, Earth Insight, hosted by The Guardian

I hate to say I told you so, but...

In 2012, the International Energy Agency (IEA) forecast that the US would outpace Saudi Arabia in oil production thanks to the shale boom by 2020, becoming a net exporter by 2030. The forecast was seen by many as decisive evidence of the renewal of the oil age, while informed detractors were at best ignored, at worst ridiculed. [...]

Now IEA chief economist Fatih Birol says:

"In Europe we are facing the risk of the lights going off. This is not a joke."

We need $48 trillion of new investment to keep the lights on - and it's far from clear that investing in increasingly expensive unconventional oil and gas is going to cut it, without serious impacts on the global economy.

Currently, already, the IEA report reveals that over 80% of oil company investment is going into making up for exhausted fields where production is in decline. The agency also calls to ramp up investments in renewables and increasing efficiency, along with regulatory reform to incentivise investments, as part of the package.

While the fossil fuel empire is crumbling, the renewable energy sector has received 60% of total investment in power plants from 2000 to 2012.


Scientists vindicate 'Limits to Growth' – urge investment in 'circular economy
By Dr. Nafeez Ahmed, Earth Insight, hosted by The Guardian
Its first report in 1972, The Limits to Growth, was conducted by a scientific team at the Massachusetts Institute for Technology (MIT), and warned that limited availability of natural resources relative to rising costs would undermine continued economic growth by around the second decade of the 21st century.

Although widely ridiculed, recent scientific reviews confirm that the original report's projections in its 'base scenario' remain robust. In 2008, Australia's federal government scientific research agency CSIRO concluded that The Limits to Growth forecast of potential "global ecological and economic collapse coming up in the middle of the 21st Century" due to convergence of "peak oil, climate change, and food and water security", is "on-track." Actual current trends in these areas "resonate strongly with the overshoot and collapse displayed in the book's 'business-as-usual scenario.'"

Será o PS fiável?



O Partido Socialista, por enquanto, não é fiável e tem andado a brincar com o fogo


António José Seguro tem uma estreitíssima janela de oportunidade até 28 de setembro para reformar o discuso 'socialista', e para lançar uma estratégia política clara para os próximos anos:
  • reforma do sistema político, 
  • revisão constitucional, 
  • reafirmação do compromisso europeu, 
  • disponibilidade para formar um governo de emergência nacional se a insolvência do país persistir, 
  • reduzir as funções e responsabilidades do estado às estritamente essenciais, 
  • implementar as cidades-região de Lisboa e do Porto (reduzindo os 35 municipios a dois governos metropolitanos), 
  • apostar na eficiência energética e no transporte elétrico, e em particular na ferrovia de bitola europeia, 
  • renegociar duramente todas as PPP, 
  • parar imediatamente a agressão fiscal suicida para que o Tribunal Constitucional, o PS, o PCP e Bloco empurraram o país.

Por menos do que isto não valerá o esforço de voltar a dar uma oportunidade ao PS.

domingo, junho 08, 2014

Cleptocracias

Os interesses de Álvaro Sobrinho. Infograma de "Os Donos Angolanos de Portugal"

BES ou DDT: dono de tudo? Como acabará esta família?


BES Angola não sabe a quem emprestou 5,7 mil milhões de dólares
in Esquerda.net — 7/6/2014

Segundo o Expresso, o buraco das contas do Banco Espírito Santo Angola deve-se a créditos, que representam 80% do total da carteira, sobre os quais não há informação de quem são os beneficiários nem para que fins serviram. Decisão de conceder os empréstimos foi do empresário Álvaro Sobrinho, presidente do banco até 2012 e acionista de diversos meios de comunicação em Portugal. 

Quando se verbera a cleptocracia angolana, na verdade deveríamos verberar a cleptocracia luso-angolana. Com uma diferença: Angola é um país em formação, onde a acumulação primitiva e a formação de elites está em pleno desenvolvimento —processo que, como qualquer nascimento, tem partes violentas e sujas que ninguém gosta de ver, mas que são geralmente aceites como historicamente inevitáveis. Já no caso de Portugal a coisa deveria ser diferente.

Mas não é. E sabem porquê?

Porque ao fim de 600 anos de cosmopolitismo comercial e colonialismo (1415-2015), Portugal  regressa ao seu exíguo território e está de mãos a abanar. Pior, precisa de uma sociedade transparente, institucionalmente justa, onde prevaleça o mérito, a livre concorrência, mas também a solidariedade genuína, e nada disto existe. Deixar a nossa cleptocracia à solta, fingir que não vemos, já não nos levará a parte alguma e pode causar grandes estragos à nação.

Os lunáticos que propõem a saída de Portugal da União Europeia e do euro deveriam meditar um pouco mais sobre estas questões. Os velhos e os ressuscitados estalinismos, assim como o neo-corporativismo entranhado, que regressam virulentos à sociedade portuguesa nesta espécie de estertor histórico por que estamos a passar, deveriam perceber que ou mudamos para uma sociedade genuinamente democrática e livre, sem donos, nem cortesãos e cortesãs indigentes, e sociedades secretas pindéricas, ou esperam-nos no prazo de uma ou duas décadas surpresas muito desagráveis.

Uma nota final: é do interesse de Angola e de Portugal continuar e reforçar a cooperação estratégica entre os seus povos, empresários, técnicos, intelectuais e artistas, escolas e universidades, sem confundir nunca este plano com os casos de polícia.

Vale a pena ler a notícia completa do EsquerdaNet...

BES Angola não sabe a quem emprestou 5,7 mil milhões de dólares
in Esquerda.net — 7/6/2014

Segundo o Expresso, o buraco das contas do Banco Espírito Santo Angola deve-se a créditos, que representam 80% do total da carteira, sobre os quais não há informação de quem são os beneficiários nem para que fins serviram. Decisão de conceder os empréstimos foi do empresário Álvaro Sobrinho, presidente do banco até 2012 e acionista de diversos meios de comunicação em Portugal.

[...]
A notícia do buraco nas contas do BESA já fora dada pelo site informativo Maka Angola e reproduzida pelo Esquerda.net. O jornalista Rafael Marques calculava que os créditos malparados eram na ordem dos 6.500 milhões de dólares, incluindo 1.500 milhões em juros – um valor não muito diferente do que foi adiantado agora pelo Expresso.

Segundo o artigo do Maka Angola, a origem do buraco foram os empréstimos generosamente distribuídos por Álvaro Sobrinho, “a conhecidas figuras do regime angolano, incluindo vários membros do Bureau Político do MPLA”.

[...]

Uma fonte ouvida pelo Expresso afirma que há uma alta probabilidade de que o aval do governo angolano terá de ser executado, de modo a proteger o Banco Espírito Santo de impactos diretos nos resultados e no seu capital. Nesse caso, o aval poderá ser convertida em capital social do BESA, o que tornaria o Estado angolano no principal acionista do banco, cujo capital social não chega aos 700 milhões de dólares.