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sábado, setembro 22, 2012

Conselho vazio

ASN — "O Povo é Sereno". Para O António Maria

“Cachorro que come ovelha, só morto se endireita.”

O Conselho de Estado de ontem foi um não acontecimento. A saída de Mário Soares antes das 20h00 dá bem a nota da situação. A queda do governo ficou no tinteiro e a remodelação regressou à intimidade decisória do primeiro-ministro. Mas porquê?

Creio ter uma explicação plausível, embora se aproxime de uma teoria da conspiração. Resumindo, foi assim:

  • 28 de setembro de 2011
    • Um ano antes Cavaco Silva critica descida generalizada da TSU (1)
  • 6 de setembro de 2012
    • Draghi obtém apoio do BCE (2) para avançar com uma modalidade híbrida de Obrigações Europeias. As bolsas europeias e americanas disparam, e o euro valoriza, nomeadamente face ao dólar. Cavaco Silva abriu certamente uma garrafa de espumante e chamou os seus colaboradores para desenhar o cerco às duas peças-chave do governo: Pedro Passos Coelho e Vítor Gaspar;
  • 7 de setembro de 2012
    • O PM precipita-se para as televisões, sem reunir o Conselho de Ministros sobre o tema em cima da mesa (avaliação da Troika), comunicando telefonicamente — ao parceiro de coligação, ao presidente da república e ao líder da oposição—, escassas horas antes de receber a RTP na residência oficial, a decisão de “aumentar a contribuição para a Segurança Social exigida aos trabalhadores do sector privado para 18 por cento [e] em contrapartida, descer a contribuição exigida às empresas também para 18 por cento.” O país ficou estarrecido com as medidas e com a forma da comunicação. Da cartola do primeiro ministro, em vez de um coelho, saiu um ciclone. Por esta cronologia se percebe que, sem o anúncio de uma alternativa ao chumbo do TC, a Troika não divulgaria o seu relatório... (3);
  • 11 de setembro de 2012
    • Ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, apresenta resultados da quinta avaliação do programa de assistência económica e financeira. Mas vale mais a pena ler o documento da Troika: “...A aprovação das conclusões da presente avaliação permitirá o desembolso de 4,3 mil milhões de euros (2,8 mil milhões da UE e 1,5 mil milhões do FMI). Estes desembolsos poderão ter lugar em outubro, dependendo da aprovação do Conselho de Administração do FMI, do ECOFIN e do Eurogrupo. A missão conjunta para a próxima avaliação do programa está prevista para novembro de 2012.” (4)
  • 12 de setembro de 2012
    • Tribunal Constitucional Alemão indefere os últimos obstáculos jurídicos levantados à aprovação interna do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (MEE), o qual contempla a ajuda condicionada aos países em crise, mas limitando a comparticipação da Alemanha até um teto máximo de 190 mil milhões de euros. Apesar de limitada, é uma vitória dos agarrados à metadona keynesiana (5);
    • Jean-Claude Juncker anuncia que a primeira reunião do MEE se realizará a 8 de outubro próximo no Luxemburgo — o entusiasmo dos keynesianos oportunistas cresce (6);
    • Gaspar reconhece que o défice real, se não forem tomadas medidas adicionais, ultrapassará os 6% — justificando assim a necessidade de medidas mais duras, incluindo implicitamente aquela que fora anunciada pelo primeiro ministro (7);
    • Por recomendação telefónica ou telepática de Cavaco Silva, Manuela Ferreira Leite desfere um ataque mortífero sobre a TSU e sobre o governo chefiado pelo seu colega de partido Pedro Passos Coelho, envolvendo naturalmente Vítor Gaspar: “Não se pode governar com base num acto de fé” e “destroçar” o País, disse numa entrevista à TVI24 que rapidamente se tornou viral nas redes sociais (8);
  • 13 de setembro de 2012
    • Entretanto, António José Seguro ameaça com moção de censura ao governo se este não recuar na TSU, reagindo um dia depois do ataque de Manuela Ferreira Leite, e uma semana depois da comunicação do primeiro ministro (9);
  • 14 de setembro de 2012
    • Confirmação do acordo político para a transferência da 6ª parcela do empréstimo da Troika. Repare-se que é depois deste anúncio que a festa de contestação da coligação vai realmente engrossar e assumir uma dinâmica multipartidária e de massas;
    • António José Seguro reconhece que soube das medidas anunciadas pela boca do primeiro ministro uma hora antes de as mesmas serem divulgadas;
  • 15 de setembro de 2012
    • Pires de Lima demarca-se da TSU e José Manuel Rodrigues defende que funcionamento da coligação está esgotado;
    • Paulo Portas mantém silêncio sobre TSU;
    • O CDS reúne-se no Porto para discutir as medidas de austeridade. Paulo Portas quer saber a opinião do partido e não fala. Vários dirigentes do CDS vieram dizer que o Governo deve recuar na proposta da Taxa Social Única.
    • Entretanto em Berlim... Wolgang Schaueble arrefece expectativas de um recurso imediato ao FEE: “I don’t see that there can be direct recapitalisation through the European Stability Mechanism already by January 1” (The Malaysian Insider);
    • Manifestação nacional sob o lema Que se Lixe a Troika, queremos a nossa vida!, enchem as ruas e praças do país;
  • 16 de setembro de 2012
    • Portas diz que não bloqueou TSU para evitar “crise de Governo” (10);
    • Pedro Passos Coelho terá confessado ao “seu círculo político mais próximo de que estava a ponderar a demissão, pois entendia que a discordância pública do líder do CDS lhe retirava autoridade perante o país para continuar a liderar as difíceis medidas de ajustamento orçamental e maior austeridade – e que, ao mesmo tempo, o líder do CDS acabara de destruir a coesão política do Governo.” (Sol);
    • “Jorge Moreira da Silva apareceu, ao fim da tarde, numa conferência de imprensa, a assumir que «as declarações do líder do CDS não são indiferentes para a coligação e, porventura, para o próprio Governo». Convocando, por isso, reuniões da Comissão Permanente do PSD para segunda-feira e da Comissão Política para quarta-feira, por forma a «analisar de modo muito detalhado» a posição do CDS.” (Sol);
  • 17 de setembro de 2012
    •  Emprego e TSU: estudo realizado por cinco economistas das universidades do Minho e Coimbra diz que TSU vai causar perda de mais de 30 mil empregos (11);
  • 19 de setembro de 2012
    • Wolfgang Schäuble apoia Vítor Gaspar. Num comunicado conjunto saído da reunião que ocorreu em Berlim, o poderoso ministro alemão das finanças e o seu "protégé" afirmaram que os ajustes económicos em Portugal, apesar de dolorosos, estão a dar resultado.  Na minha opinião, este encontro foi decisivo na reorientação tática do governo face à crise, e foi daqui que saiu a decisão de aguentar firme, sem remodelações que dessem mais espaço de manobra a Cavaco Silva, o inspirador, se esta teoria da conspiração estiver certa, da tentativa de golpe de estado presidencialista — destinado a reagrupar as tropas desorientadas do Bloco Central da Corrupção, que, como defendo há muito, capturou o PS, o PSD, o CDS/PP e país. 
    • Depois de esclarecida a posição da Wolgang Schaueble sobre os condicionalismos de acesso e calendário de entrada em funções do novo balcão de metadona financeira que dá pelo nome de MEE, e do apoio direto manifestado a favor de Vítor Gaspar, Cavaco percebeu a mensagem e começou de imediato a desfazer a gigantesca manobra montada a partir do Palácio de Belém.
  • 21 de setembro de 2012
    • Sol revela que “Passos quis mesmo demitir-se” no domingo, dia 16 de setembro, depois das declarações de Paulo Portas. Sol.
    • A reunião do Conselho de Estado é esvaziada de conteúdo depois das palavras de Cavaco Silva em Évora sobre o fim da crise política (Sol).
  • 22 de setembro de 2012
    • O Conselho de Estado reúne-se para coisa nenhuma. Às portas do Palácio de Belém, a manifestação convocada por um grupos de pessoas que assina Que se Lixe a Troika, Queremos as Nossas Vidas, é uma imagem pálida da mobilização de 15 de setembro.
    • Os críticos do governo perdem o pio de repente....

Há uma lição a retirar deste mini-PREC2: a nova liderança do PSD contemporizou com os seguidores caninos de Cavaco e em geral com a corja do Bloco Central da Corrupção, adiando sucessivamente as reformas estruturais recomendadas insistentemente pela Troika, fugindo do necessário confronto com os criminosos rendeiros do regime, deixando-os, sem excepção, confortavelmente instalados, com as rédeas soltas, na esperança de os ver colaborar. A revolução dos tachos, que toda a esquerda apoiou, veio, porém, mostrar que à mínima oportunidade, o cachorro que come ovelha, só morto se endireita!

Os que dentro do PSD e CDS/PP reclamam a substituição dos independentes por gente da casa são, depois do não evento que foi o Conselho de Estado, os maiores aliados de Cavaco Silva e de Almeida Santos, os verdadeiros padrinhos deste regime insolvente e a caminho da bancarrota.

Eu próprio fui iludido durante este Carnaval. Mea culpa :(

A revolta é genuína, mas esteve ao serviço de quê, e de quem?

Um jubileu moderno para os prisioneiros da dívida?

A ideia reparadora do perdão das dívidas, da queima dos livros de contabilidade, da libertação dos escravos e do descanso das terras é muito antiga. Encontra-se, aliás, registada no Antigo Testamento, como transcrição da palavra do Senhor a Moisés no Monte de Sinai.

“E se alguém comprar dos levitas, uma casa, a casa comprada e a cidade da sua possessão sairão do poder do comprador no jubileu; porque as casas das cidades dos levitas são a sua possessão no meio dos filhos de Israel. (Levítico 25:33”)

Resgatar bancos piratas, resgatar grandes, médios e pequenos especuladores, resgatar gatunos? Não! Mas resgatar as pessoas, empresas e governos das suas dívidas, ainda que sob condições, sim!

Esta ideia tem vindo a ser defendida por Steve Keen, um economista australiano adepto da teoria pós-keynesiana de Hyman Minsky, como provavelmente a única solução a que o Capitalismo, mais cedo ou mais tarde, terá que recorrer se quiser evitar uma autodestruição sangrenta.

Em Portugal, porém, antes de chegarmos a esta discussão, é urgente destruir o Bloco Central da Corrupção. Ora eu vi este bloco de interesses em alegre manifestação nestes últimos dias!

A partidocracia elegeu a Troika para bombo da festa, mas as pessoas apupam sobretudo os políticos e os governantes, sem fazer distinção!

A necessidade de garantir a próxima entrada de dinheiro da Troika, perante a manifesta incapacidade do governo de reduzir o défice público para os valores acordados, esteve na origem do desenho e anúncio desastrosos das alterações à TSU. No entanto, nem a Troika propôs a medida, nem, pelo que escreveu no balanço publicado sobre a quinta avaliação, sabia que a diminuição da taxa aplicada às empresas seria compensada com um aumento brutal da mesma taxa aplicável aos trabalhadores! Além do mais, basta ler o referido comunicado —que os opinocratas do regime nunca citam— para perceber até que ponto a Troika insiste nas críticas à impotência do governo perante as rendas excessivas pagas pelos contribuintes aos setores protegidos da economia, e à falta de coragem para reformar estruturalmente a despesa pública.

A transformação da Troika no bombo da festa é, na realidade, uma manobra indecorosa cujo único fim é desviar a atenção pública dos verdadeiros responsáveis pelo colapso financeiro, económico e social do país — os mesmos, aliás, que são incapazes de desistir dos vícios de bem-estar que foram adquirindo ao longo das últimas três décadas.

Um exemplo: Jorge Sampaio (o presidente da república que se opôs à obsessão do défice) é hoje o presidente do Conselho Geral da Fundação Cidade de Guimarães, uma coisa obscura que preside aos destinos da falida Capital Europeia da Cultura de Guimarães, e que não presta contas, apesar de ser uma fundação pública. Houve uns problemas com honorários e mordomias escandalosas que acabariam por dar lugar à saída da anterior presidenta da instituição (confortavelmente indemnizada, claro) e à entrada de um novo personagem chamado João Serra. A notícia do DN sobre esta mudança diz que “João José de Sousa Bonifácio Serra, nascido em 1949, é licenciado em História, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.” E que “entre 1970 e 1978 foi professor do ensino secundário tendo ingressado no ensino universitário como docente em 1979, no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa.” Só não diz que foi também chefe da Casa Civil do ex-presidente Jorge Sampaio. O patrocínio dado a esta remodelação pelo transmontano e escritor de policiais que puseram à frente da secretaria de estado da cultura  também tem que se lhe diga — mas é uma história menor.

E a TSU?

Idealmente, a TSU, o IRS e o IVA deveriam baixar progressivamente, por exemplo 1% em cada ano de duração do programa da Troika, ao mesmo tempo que a sua progressividade fiscal deveria ser melhorada na perspetiva de uma maior solidariedade social e produtividade económica geral.

Por outro lado, estas medidas teriam que ser acompanhadas por incentivos à permanência no país das sedes das empresas que por cá realizam a maioria dos seus investimentos e lucros.

Por fim, deveria ser implementada uma fiscalidade verde que favorecesse a eficiência energética e ambiental da nossa economia.

No entanto, o aperto financeiro do país é tão grande que, a menos que haja um mudança radical na política financeira e orçamental europeia, é difícil baixar as receitas fiscais sem aumentar extraordinariamente o desemprego — um dilema dilacerante para quem governa.

De qualquer modo, sem avançarmos para numa redefinição lúcida das funções do Estado, que implicará sempre —quer seja bem feita, quer não— uma diminuição do peso asfixiante deste Leviatã na economia e na vida das pessoas, o problema da acumulação da dívida é insuperável.

Desde já é preciso atacar o excesso evidente de despesa na Saúde e na Educação. À quebra demográfica, que arrasta consigo a diminuição da população escolar, as burocracias sindicais e partidárias responderam com uma medida suicida: diminuir o tamanho das turmas! É por aqui que teremos que começar a reforma do Estado — introduzindo racionalidade, doa a quem doer! A política do medicamento é outro cancro que tem que ser imediatamente atacado.

Mas há mais:

— as PPPs rodoviária e hospitalares devem acabar quanto antes (é preferível indemnizar os eventuais prejudicados a manter a sangria gatuna que foi montada);

— as fundações pública devem ser, pura e simplesmente, encerradas, sem apelo nem agravo, e as fundações privadas devem deixar de ter subsídios do Estado;

— os observatórios devem ter uma duração limitada estrita e não prorrogável;

— as empresas municipais e regionais devem ser incorporadas nas administrações e orçamentos locais e regionais, imediatamente;

— e no plano europeu, certas políticas de apoio como a PAC devem ser drasticamente reduzidas, pois servem apenas para as regiões agrícolas ricas corromperem e em última análise destruírem as regiões agrícolas pobres, onde os subsídios que chegam são sistematicamente usados para tudo menos para melhorar a competitividade e produção agrícolas locais...;

etc...

A bolha

A maior bolha especulativa oriunda da expansão do endividamento privado e público até hoje registada rebentou em 2008. Desde essa data que os economistas convencionais, os keynesianos oportunistas, os especuladores profissionais, as vítimas —conscientes ou inconscientes— do crédito gerado pelos bancos a partir do nada, e os distraídos consumidores, esperam, desejam e apostam na reflação da dita bolha, e no regresso da Dona Branca. Mas a verdade é que nem já com juros negativos a economia arranca :( Segundo Steve Keen, poderá ser assim até... 2030!

Mais vale mudar de vida!




A mais recente apresentação de Steve Keen sobre o Capitalismo Ponzi


NOTAS
  1. “Na minha opinião, uma redução generalizada da contribuição patronal para a Segurança Social, que teria de ser acompanhada do aumento da taxa do IVA, seria um erro”, afirmou o chefe de Estado, em entrevista à TVI.

    Questionado sobre uma aparente indefinição do Governo quanto à descida da TSU prevista no memorando de ajustamento desenhado pela ‘troika’, Cavaco Silva considerou que uma descida generalizada dessa taxa “não teria o efeito desejado” no aumento da produção e teria um “efeito contracionista”, reduziria o consumo e aumentaria a fraude, lembrando que a taxa máxima do IVA em Espanha é de 18% (contra 23% em Portugal). DN/Lusa.
  2. Draghi gets ECB backing for unlimited bond-buying

    (Reuters) - The European Central Bank agreed on Thursday to launch a new and potentially unlimited bond-buying program to lower struggling euro zone countries’ borrowing costs and dra

    Draghi also said the ECB was prepared to waive its senior creditor status on bonds it purchased - meaning it would be treated equally with private creditors in case of default.

    The central bank hopes that by removing private investors’ concern about being paid back last in the event of a sovereign default, they will not head for the exits if the ECB intervenes and buys bonds.

    The ECB assumed preferred creditor status in Greece’s debt restructuring earlier this year, leaving private investors to suffer a writedown in the value of their Greek sovereign bond holdings while the paper it held was untouched.

    In another potential sop to the Bundesbank, Draghi said all bond purchases would be “sterilized” by taking in an equivalent amount in deposits from banks to avoid any risk of inflation.

    The ECB’s insistence on countries agreeing to strict conditions before it buys their bonds fed doubts about whether Spain would seek help, and led to disappointment with the new ECB bond-buying programme among some investors.

    Draghi said bond buys would be tied to “strict and effective conditionality” and focused on debt maturities up to 3 years.w a line under the debt crisis. Reuters.
  3. Comunicação de Passos Coelho ao país (anúncio de mudanças na TSU)

    “… na decisão do Tribunal Constitucional a lei do orçamento para 2013 deveria conter uma outra combinação de encargos e de sacrifícios que não poderia, no entanto, ser confundida com a igualdade estrita, já que isso equivaleria a tratar de igual modo aquilo que era objetivamente diferente.

    O que propomos é um contributo equitativo, um esforço de todos por um objetivo comum, como exige o Tribunal Constitucional. Mas um contributo equitativo e um esforço comum que nos levem em conjunto para cima, e não uma falsa e cega igualdade que nos arraste a todos para baixo. O orçamento para 2013 alargará o contributo para os encargos públicos com o nosso processo de ajustamento aos trabalhadores do sector privado, mas este alargamento tem diretamente por objetivo combater o crescimento do desemprego. Como sabemos, é esta a grande ameaça à nossa recuperação e é esta a principal fonte de angústia das famílias portuguesas. Foi com este duplo propósito que o Governo decidiu aumentar a contribuição para a Segurança Social exigida aos trabalhadores do sector privado para 18 por cento, o que nos permitirá, em contrapartida, descer a contribuição exigida às empresas também para 18 por cento. Faremos assim descer substancialmente os custos que oneram o trabalho, alterando os incentivos ao investimento e à criação de emprego. E fá-lo-emos numa altura em que a situação financeira de muitas das nossas empresas é muito frágil.” Público.
  4. Declaração da troika sobre a quinta avaliação em Portugal. É mencionada, sem usar a designação, e como medido do governo, a descida da TSU aplicada às empresas, mas nada é dito sobre medida similar aplicável aos trabalhadores.

    “Equipas da Comissão Europeia (CE), do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) estiveram em Lisboa de 28 de agosto a 11 de setembro para a quinta avaliação trimestral do programa económico de Portugal.”

    “...o aumento do desemprego, a redução do rendimento disponível e uma deslocação das bases de tributação para atividades com menor tributação estão a ter consequências na cobrança de impostos.”

    “Neste contexto, as opções políticas têm de conseguir um equilíbrio entre progredir no ajustamento orçamental necessário e evitar a pressão excessiva sobre a economia. Continua a ser crucial a realização de progressos nas reformas estruturais...”

    “...Embora o comportamento da despesa em 2012 seja melhor do que o estimado no orçamento, as receitas são significativamente inferiores às previstas. A fim de permitir o funcionamento parcial dos estabilizadores orçamentais automáticos, os objetivos do défice foram revistos em alta para 5% do PIB em 2012 e de 3% para 4,5% em 2013. O objetivo do défice para 2014, de 2,5% do PIB, mantém-se abaixo do limiar de 3% estabelecido pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento. Esta trajetória revista permitirá ao governo conceber e aplicar medidas orçamentais estruturalmente sólidas e, ao mesmo tempo, aliviar os custos económicos e sociais do ajustamento orçamental a curto prazo.”

    “... No âmbito das medidas destinadas a compensar a decisão do Tribunal Constitucional sobre os cortes nas remunerações do setor público e nas pensões, o governo tenciona também reduzir as contribuições para a segurança social das entidades patronais, o que irá melhorar a competitividade e apoiar o emprego. Serão tomadas medidas para atenuar o impacto negativo sobre os trabalhadores com baixos rendimentos.”

    “... Estão previstas mais reformas, nomeadamente através de uma revisão geral do regime de concessão de licenças, para aumentar a concorrência, reforçar o contexto empresarial, melhorar a eficiência e reduzir as rendas excessivas nos serviços e indústrias de rede.

    “...A aprovação das conclusões da presente avaliação permitirá o desembolso de 4,3 mil milhões de euros (2,8 mil milhões da UE e 1,5 mil milhões do FMI). Estes desembolsos poderão ter lugar em outubro, dependendo da aprovação do Conselho de Administração do FMI, do ECOFIN e do Eurogrupo. A missão conjunta para a próxima avaliação do programa está prevista para novembro de 2012.” Público.
  5. Decisão do Tribunal Constitucional Alemão
  6. Governadores do novo Mecanismo Europeu de Estabilidade reúnem-se a 8 de Outubro

    “Tenciono convocar a reunião inaugural do conselho de governadores do MEE à margem da reunião do Eurogrupo de 8 de Outubro no Luxemburgo”, anunciou Jean-Claude Juncker, numa declaração divulgada em Bruxelas. Público.
  7. Austeridade adicional de 1,6 mil milhões em 2013 para corrigir desvios. i online.

    Vítor Gaspar reconhece défice real superior a 6%

    Vítor Gaspar explicou esta manhã, numa reunião com os deputados do PSD e do CDS, que o défice real deste ano, sem medidas extraordinárias, ficaria acima dos 6%. Ora, como a tolerância admitida pela a troika foi apenas até os 5% este ano e os 4,5% no ano que vem, o Governo teve de pedir sacrifícios suplementares, disse o ministro das Finanças. Expresso.
  8. Manuela Ferreira Leite critica fortemente a decisão do governo de coligação PSD-CDS/PP. TVI24.

    Ferreira Leite arrasa Gaspar: “Não se pode governar com base num acto de fé” e “destroçar” o País

    “Manuela Ferreira Leite deu esta noite uma entrevista à TVI24, onde lançou duras críticas às medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, centrando a reprovação na intenção do Governo em agravar a contribuição dos trabalhadores para a Segurança Social, por contrapartida à descida da taxa social única das empresas para 18%.

    “Onde é que isto nos conduz?”, questiona Ferreira Leite, alertando para a necessidade de o Governo fazer uma análise e apresentar estudos sobre as medidas que pretende implementar e depois efectuar uma comunicação aos portugueses para dizer como estará o País em 2014.” Jornal de Negócios.
  9. “Há uma linha que separa a austeridade da imoralidade”, disse Seguro. TSF.
  10. O líder do CDS-PP, Paulo Portas, afirmou hoje que discordou da medida da TSU e defendeu “outros caminhos”, explicando que não bloqueou a decisão para evitar uma crise nas negociações com a ‘troika’ e uma “crise de Governo”. Jornal de Negócios.
  11. Emprego e TSU: Estudo diz que TSU vai causar perda de mais de 30 mil empregos

    Da Conclusão

    Em Setembro de 2012, o governo português propôs uma redução da contribuição para a Segurança Social das empresas de 5,75 pp e um aumento das contribuições dos trabalhadores de 7 pp. O principal argumento usado para promover esta medida foi o de promover o emprego.

    Neste trabalho, analisámos de um ponto de vista teórico e empírico, o impacto no emprego deste tipo de mudanças nos descontos para a Segurança Social. O modelo teórico levou-nos à conclusão de que os impactos são ambíguos.

    Para desenvolver a estratégia empírica, coligimos dados para 25 países da OCDE para o período 1982-2009. A escolha das variáveis seguiu de perto as sugeridas por Mooij e Keen (2012), que fizeram um estudo similar para uma política em que a redução dos descontos das empresas é compensada por um aumento do IVA.

    Os principais resultados a que chegámos apontam para uma quebra no emprego e um aumento do desemprego de longa duração decorrentes de um aumento dos descontos dos trabalhadores. Este efeito negativo no mercado de trabalho não é compensado por qualquer efeito positivo da redução dos descontos das empresas.

    Os resultados do modelo que estimámos não corroboram os impactos no emprego esperados pelo governo em resultado das políticas anunciadas para a TSU.

    Luís Aguiar-Conraria, Fernando Alexandre, Pedro Bação, João Cerejeira, Miguel Portela

Última atualização: 23 setembro 2012 16:38

quinta-feira, setembro 20, 2012

Novo governo?

Gémeas desavindas. Braga.
Foto©Dear Ze


Governo PSD-CDS/PP: REMODELAÇÃO A CAMINHO !

Menos do que isto entalaria o CDS/PP, pois se Paulo Portas tem que desdizer o que disse, em que ficamos? É ou não contra as mudanças anunciadas na TSU? Houve ajustamentos na medida? Mas sempre estiveram previstas! Recua, portanto no que disse, não é senhor Portas? E aqui, das duas uma, ou há remodelação do elenco governamental, ou o governo cai, né?

terça-feira, setembro 18, 2012

Novo Governo

TOYZE — "Este não é o Ano do Coelho". Para O António Maria.

Passos Coelho perdeu a confiança de todos os portugueses... e da Troika!

Nunca em Portugal, e em tão pouco tempo, houve tal unanimidade contra o desempenho de um primeiro ministro, e contra a gaguez mental e insensibilidade social de um ministro das finanças.

Paulo Portas, certamente por ter começado a sentir o tapete a fugir-lhe uma vez mais debaixo dos pés, tentou uma manobra desesperada: descolar da coligação, mas mantendo-se dentro dela, em nome da estabilidade. Feio, muito feio! Ninguém gostou. O partido e os que ainda votam nesta criatura imprevisível e escorregadia já deram o suficiente para uma ambição pessoal claramente sem futuro.

Todos esperamos agora do CDS a mesma revolta que começou a alastrar no PSD e que não parará até que uma nova geração de dirigentes e militantes, mais jovens e honestos, conscientes das pesadas responsabilidades partidárias na insolvência do país, tomem internamente o poder, em nome da responsabilidade, da racionalidade, da cooperação e da decência política.

Prolongar esta coligação desfeita, nas circunstâncias que todos conhecemos, é impossível. A subida dos seguros, dos juros e das rentabilidades associados à dívida soberana portuguesa será mais do que eloquente ao longo do que resta desta semana e mais ainda da próxima. Portugal não resiste à deterioração rápida do pesadíssimo serviço da sua dívida.

Por outro lado, tanto o FMI como o BCE deram claros sinais de que este governo deixou de servir.

A bola já não está do lado de Wolfgang Schaeuble, mas de Draghi, Lagarde e Barroso, sobretudo depois do euro ter resistido a uma monetização apressada das dívidas dos PIIGS, pelo menos antes que semelhante caminho inflacionista fosse trilhado pelo dólar até ao fim — o que acaba de ser confirmado pelo anúncio do Quantitative Easing 3 (QE3) de Obama/Bernanke. Ou seja, antes de o BCE se ver forçado a engolir boa parte da dívida especulativa residente na zona euro, os Quatro Cavaleiros do Apocalipse Financeiro (JP Morgan, Bank of America, Citi e Goldman Sachs) terão que começar a tomar o xarope que fabricaram, usando para tal a cada vez mais desvalorizada nota verde.

A desvalorização contínua do dólar tornará assim mais fácil à Europa cumprir as obrigações financeiras formais para com os grandes especuladores americanos que apostaram no fim do euro.

Na Europa, pelo contrário, a janela de oportunidade criada pelo QE3 tem que ser aproveitada para permitir compatibilizar a regularização das dívidas soberanas, com programas de crescimento dirigidos a partir de Bruxelas, sem quaisquer cerimónias; e também para reforçar a dimensão federal da União Europeia, nomeadamente no plano da supervisão bancária, e de uma radical convergência das políticas fiscais e orçamentais.

Seria pois vital não perdermos tempo na formação de um novo governo, para o qual não fazem falta, nem eleições, nem congressos. Bastaria que as comissões nacionais e executivas de ambos os partidos aprovassem o novo primeiro ministro e o novo vice-primeiro ministro do próximo governo, antes de estes serem indicados ao presidente da república.

A generosidade desta mudança é naturalmente exigível aos líderes partidários Pedro Passos Coelho e Paulo Portas.


POST SCRIPTUM

Estado arrisca indemnização de quase 170 milhões por cancelar TGV — Jornal de Negócios.

O governo precisa urgentemente de dinheiro para alguns buracos há muito escondidos e que se revelaram mais claramente durante a última avaliação da Troika:
  • o buraco especulativo das empresas públicas Metro de Lisboa e Metro do Porto, os quais correm o risco de ultrapassar os 2,5 mil milhões de euros (ler artigo de Helena Garrido) soma-se às dívidas assumidas (porventura subestimadas ) destas empresas públicas, que são de 4 mil milhões, para o Metro de Lisboa, e mais de 2,5 mil milhões, para o Metro do Porto;
  • o buraco total da TAP, o qual, entre dívidas assumidas, dívidas esperadas e compromissos (ex: a compra em leasing de 12 aviões Airbus A350), supera, nas nossas estimativas grosseiras, os 6 mil milhões de euros;
  • o buraco da CP-Refer supera os 6 mil milhões de euros.
Por outro lado, o valor das empresas a privatizar não pára de cair, tornando-se um negócio especulativo cada vez mais apetitoso para os piratas indígenas — como ficou aliás demonstrado na venda criminosa do Pavilhão Atlântico a um genro do presidente da república, com a cobertua financeira no omnipresente banqueiro do regime: o grupo BES. Em vez dos 120 milhões de euros estimáveis, a coisa ficou numa pechincha de 10 milhões!

Consequência desta evolução previsível da crise de insolvência do país, é o pouco ou nenhum apetite internacional pela TAP, pela ANA, e em geral por ativos carregados de dívidas monumentais e de responsabilidades sociais sem fim à vista. Como sempre avisámos, sem o saneamento e até a reestruturação e partição antecipada das empresas públicas a privatizar, o resultado seria pífio, ou mesmo desastroso.

Como se isto não bastasse para explicar o desespero que levou a coligação a tentar assaltar milhões de portugueses com uma aplicação inconstitucional, ilegítima, ilegal e criminosa da TSU, temos ainda o preço a pagar por decisões estratégicas que foram revertidas sem qualquer debate público, ou parlamentar prévios. Refiro-me à suspensão do dito "TGV" e à substituição dos contratos já assinados pela quimera de uma linha ferroviária de "altas prestações". Dizia o governo, através do alucinado secretário de estado das obras públicas, transportes e comunicações, Sérgio Silva Monteiro, que a massa de Bruxelaa iria para a tal quimera. Não foi!

A suspensão do dito "TGV", confirmada pela suspensão do financiamento comunitário (que a imprensa em geral tem iludido nas suas notícias) custará aos contribuintes portugueses: 800 milhões de euros (o pacote comunitário previsto que, como sempre dissemos, seria intransferível) + 170 milhões de indemnizações ao grupo Elos por suspensão intempestiva e injustificada de contrato + os custos processuais que conduziram à suspensão do projeto, por pressão da máfia da Ota em Alcochete (a que Passos Coelho cedeu como bom ex-futuro empregado do BES) + os custos jurídicos da batalha judicial contra as empresas com quem o Estado contratou a realização da linha ferroviária entre o Poceirão e Caia e que agora reclamam a justa indemnização + a não criação de milhares de empregos permanentes em Portugal a que esta ligação ferroviária entre as duas capitais da península daria lugar + mais o prejuízo económico de atrasar a inadiável ligação de Portugal às redes europeias de transporte ferroviário em bitola europeia, para mercadorias e passageiros (incluindo os comboios de Alta Velocidade).

Tudo somado, estamos a falar num murro no estômago da economia portuguesa que pode superar até 2020 muitos milhares de milhões de euros. Só por isto este governo merece ser imediatamente despedido, e os seus ministros, a começar pelo Jota PM, interrogados em comissão de inquérito parlamentar e, se for o caso, em sede judicial própria, pois creio firmemente que este desenlace ruinoso para o país foi, uma vez mais, resultado da pressão criminosa da máfia da Ota em Alcochete junto do poder capitaneado por um político de plástico.

É por estas e por outras que este governo deixou de servir, e é preferível que as decisões estratégicas que beneficiam Portugal passem a ser tomadas em Bruxelas, sem contar com os corruptos que tomaram de assalto o país. Da corja financeira e partidária que se apropriou da democracia só podemos esperar um estado falhado.

Para escapar a este destino miserável e humilhante só temos uma saída: exigir uma Nova Constituinte e exigir a reforma radical do sistema legislativo e partidário que temos.


Última atualização: 18 set 2012 13:06

segunda-feira, setembro 17, 2012

Depois de Gaspar

A remodelação de Vítor Gaspar seria uma prova de inteligência da coligação

Despedido com justa causa?

PSD vai reunir órgãos dirigentes para responder a Portas

Os sociais-democratas convocaram os órgãos de comunicação social ao meio da tarde deste domingo. A comunicação coube a Jorge Moreira da Silva, primeiro vice-presidente do PSD. A declaração foi curta e fria.

“Como sabem o CDS apresentou hoje as conclusões em relação as medidas do Governo para a consolidação orçamental. O conteúdo destas declarações do líder do CDS-PP não são indiferentes para a coligação e, porventura, para o próprio Governo”, afirmou.

Por isso, anunciou que a comissão permanente do PSD reúne já nesta segunda-feira e a comissão política, “com a presença do presidente do partido”, Pedro Passos Coelho, na quarta-feira. Vão, acrescentou Moreira da Silva, “analisar de modo muito detalhado” as conclusões do CDS.

Público, 16 set 2012

Constâncio: “O que importa é que haja um Governo e uma maioria que executem” o programa

“Como noutros países acontece, o que importa é que haja um Governo e uma maioria parlamentar que executem os programas e as medidas, e o ajustamento continue a ser feito”, afirmou Vítor Constâncio aos jornalistas, em Nicósia, Chipre, à margem do Ecofin (conselho de ministros das Finanças) informal, quando questionado sobre as eventuais consequências da ausência de um consenso político em Portugal.

Jornal de Negócios, 15 set 2012

A coligação está a um passo de cair, e a dois de sofrer a primeira remodelação governamental.

Conjugando a afirmação de Vítor Constâncio sobre a presente crise da coligação, com o discurso sobre o Estado da União, de Durão Barroso, e a decisão do Tribunal Constitucional Alemão sobre a mutualização parcial das dívidas soberanas da União, pode adivinhar-se a fraca utilidade de Vítor Gaspar à frente da pasta das finanças em Portugal. Seria uma estupidez não aproveitar esta crise para substitui-lo. Ou será que a própria crise gerada pelos desajeitados discursos de Passos Coelho e de Gaspar já anunciavam um desfecho bem mais provável do que parece?

Espero que Jorge Moreira da Silva seja, neste transe, a luz que tem faltado a Pedro Passos Coelho.

Miguel Relvas (1) e Marco António deveriam ser substituídos sem apelo nem agravo, a par da ignara Cristas e do incompetente Pedro Mota Soares. Os independentes, salvo o aluno reverente do poderoso ministro alemão das finanças, Wolfgang Schaeuble, deveriam manter-se, caso PPC pretenda salvar a capacidade de implementar as medidas mais positivas da Troika, e acolher com outra coragem as possibilidades entreabertas pela cedência parcial da Alemanha a uma maior partilha dos buracos financeiros, sobretudo depois de se saber que o Quantitative Easing 3 de Obama-Bernanke já está a desvalorizar o dólar e a fazer subir ainda mais o preço da energia e dos cereais.

Resta assim saber quem poderia substituir Vítor Gaspar (o anjo de Schaeuble caído em desgraça). Eu iria buscar um jovem aos Estados Unidos, mas que não seja aluno embevecido de nenhum Prémio Nobel, e pense pela sua cabeça. Sobretudo alguém que tenha aprendido já alguma coisa com a crise sistémica em curso

Há dois dias antevi desenvolvimentos adversos à coligação, quando escrevi Um joker chamado Portas.

Tomá-los de ânimo leve não é a melhor forma de prevenir um acidente, nem muito menos de preparar a coligação para resistir aos vários desafios que ainda tem pela frente. Enquanto não conseguirmos mudar de regime —para o que precisamos de lançar o debate sobre a necessidade de convocar uma Nova Assembleia Constituinte— esta coligação, com este ou outro PM, é o que temos, e é o mal menor.


NOTAS

Alert© merece seguramente a curiosidade pública
  1.  Alert® é uma empresa pouco transparente (no sítio da empresa não constam nem os sócios, nem relatórios e contas), embora se creia que entre os seus principais protagonistas estejam Miguel Relvas e o omnipresente BES. É verdade? Esclareçam-nos por favor.

    A dita empresa teve um crescimento fulminante durante o consulado de José Sócrates, tendo passado dos zero aos 46,9 milhões de euros entre 2000 e 2010. “Só ao hospital de Famalicão levaram 1,2 Milhões em software, com 55 mil euros mensais de manutenção”. São as tais gorduras que muitos não querem perder...

    Curiosamente, o QREN, que em Portugal se tornou numa das sucursais do poder escondido do PS, não sofreu quaisquer incómodos por parte do novo governo azul-laranja, graças, segundo fontes bem informadas da Blogosfera, à mãozinha atenta de Marco António — o tal que quer ser presidente da falida câmara de Gaia, ao mesmo tempo que coloca toda a sua influência local para colocar Menezes no Porto, apesar de ter já esgotado o número de mandatos como presidente de câmara num país democrático e que quer, um dia, ser decente.

    O polvo é isto mesmo: uma rede de destacados dirigentes e ex-dirigentes partidários com ligações fortes à banca, envolvidos em negócios de origem ilegal ou ilegítima, obtidos sem sombra de dúvida ao abrigo de um intenso, contínuo e descarado tráfico de influências, e onde residem as principais causas da captura criminosa do Estado, do sistema partidário e, em última análise, da ruína escandalosa do país.

    É esta mesma corja que, ao mesmo tempo que prossegue as suas atrocidades predadoras, procura derrubar os ministros mais incómodos do governo chefiado pelo ex e seguramente futuro colaborador do BES, Pedro Passos Coelho. Os ministros visados pelo Polvo são, obviamente, os que têm nas mãos as pastas da Saúde, da Educação e da Economia, Obras Públicas e Transportes.

    Ao que parece (esclareçam-nos!) Miguel Relvas e José Sócrates são sócios em negócios no estrangeiro. A ida de Miguel Relvas ao Brasil não terá, por conseguinte, sido motivada apenas por razões de Estado. Nem a de Paulo Portas. Claro que a verdade destas suposições leva tempo a comprovar.

    Temos, em suma, que ter muito cuidado com as manobras que visam derrubar alguns ministros do governo, mesmo quando as motivações da ira popular são genuínas. É preciso deitar fora a água suja da coligação, mas convém não confundir os ministros úteis com os inúteis e perigosos.

    A rata sábia do DCIAP não sabe nada disto, claro!

sexta-feira, setembro 14, 2012

Um Joker chamado Portas

Coligação com CDS-PP fora do governo? Seria muito original!

O PSD de Passos de Coelho já era!

A resposta de Paulo Portas à desorientação política completa de Passos de Coelho é a carta fora do baralho que vem deitar um balde água fria nos planos atabalhoados do gago mental das finanças.

Depois do levantamento geral de rancho contra o plano do senhor Gaspar, a entrevista ao senhor primeiro ministro teve no dia seguinte uma resposta pronta do parceiro de coligação que não pode deixar de ser vista como um grande murro no estômago da governo.

Nós sabemos que os nossos políticos têm estômagos e gargantas elásticas, mas ainda assim, há coisas ingeríveis ou indigestas de mais.

O CDS fora do governo, mas sem romper a coligação? A ameaça é um bluff, mas não deixará de exercer um fortíssimo peso nas negociações internas da coligação que decorrerão desde a Quinta Revisão da Troika até à aprovação do Orçamento de Estado.

Paulo Rangel deveria avançar para a liderança do PSD, e Manuela Ferreira Leite, por sua vez, deveria substituir o empregado do BES e o burro de canudo quanto antes.

Quanto aos indecorosos regionais, Marco António e Menezes, deveriam receber de imediato ordem de marcha para... Freixo de Espada à Cinta, ou melhor ainda, para Caracas!

Precisamos de mudar o regime, de uma nova constituição, de um sistema eleitoral responsável, da reforma interna dos partidos parlamentares pelo sangue novo que neles já correrá neste momento, e precisamos de novos partidos e de agrupamentos cívicos independentes de governança democrática, nas cidades e nos campos — complementares do sistema representativo convencional. Como está, mantendo-se o status quo, a corrida de lémures para o abismo só poderá acelerar o passo :(

segunda-feira, setembro 10, 2012

Revolta na JSD!

Poster do XXXI Congresso do PSD publicado pela secção de V-F- Xira

JSD não tem que aturar a parelha Coelho-Relvas
Mas deve seguir ideias do Álvaro! O Gaspar é cobarde :(

JSD exige medidas de corte na despesa e sugere imposto para empresas com rendas excessivas

Lusa/ Jornal de Negócios, 10 set 2012, 08:00

    "Num comunicado enviado à agência Lusa, a organização de juventude presidida por Duarte Marques reagiu às medidas de austeridade anunciadas na sexta-feira pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, apresentando "um conjunto de propostas complementares que imprimam maior equidade na distribuição dos sacrifícios".

    "Exigimos ao Governo e ao nosso primeiro-ministro a tomada de medidas de corte na despesa pública que permitam conferir equidade entre os sacrifícios pedidos aos portugueses e os efectuados no emagrecimento do Estado", afirmam os jovens sociais-democratas, acrescentando que "o primeiro-ministro tem aqui a oportunidade, e a obrigação, de neste momento de especial dificuldade fazer opções claras no papel e funções do Estado".

    A JSD contesta "mais cortes na saúde e na educação" 
[Sim, mas para salvar estes bens públicos é mesmo preciso levar a cabo uma "destruição criativa" no SNS e no sistema educativo, acabando com a inércia corporativa, com a gestão danosa, com o desperdício escandaloso e com a corrupção — OAM]

, mas defende que "é tempo de optar por cortes em sectores como, por exemplo, as Forças Armadas", que totalizem uma poupança equivalente à receita resultante do aumento das contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social

[Que tal o modelo suíço, e menos missões NATO? — OAM]

    Em primeiro lugar, a JSD propõe a "renegociação das parcerias público-privadas rodoviárias de forma determinada e irreversível com a possibilidade, no limite, de criação de um imposto extraordinário para as empresas beneficiadas por rendas excessivas nos sectores da energia, imobiliário com arrendamentos de instalações e concessões rodoviárias"

[APOIADO! Há uma regra a adoptar de imediato: nenhuma rendibilidade, nomeadamente extraída por oportunismo especulativo à conta da queda do chamado rating da República pode estar acima dos 6% (atualmente têm rentabilidades gatunas de até 17% !!!) PONTO FINAL a tais lucros excessivos, denunciados em primeira mão pela própria Troika Se refilarem, quem refilar, bancos, empresas e empresários —estilo Florentino Perez —, passam imediatamente para o limbo das empresas mal vistas pelo estado português — OAM]

    A concessão de alguns serviços administrativos, a fusão de todas as empresas públicas de transportes, a extinção e retirada de benefícios fiscais a uma parte das fundações e a eliminação de empresas públicas são outras medidas sugeridas pela JSD, que propõe ainda a construção de um Orçamento do Estado de base zero para 2015.

[APOIADO ! E como coisa que vos convenha, ponham os barões, os licenciados de Abranhos e as baronetas do vosso partido na ordem, e leiam/discutam WHY NATIONS FAIL, de Daron Acemoglu e James A. Robinson — OAM]

REVOLTA ALASTRA À MASSA CINZENTA DO PSD
“Alexandre Relvas arrasa o Governo e pede a Passos Coelho que repense as medidas anunciadas na passada sexta-feira.

Em entrevista à Rádio Renascença, o ex-dirigente do PSD condena o que chama de experimentalismo a mando da “troika”. “É inaceitável sujeitar o país ao experimentalismo social - isto é fazer experiências com a economia nacional - a mando da ‘troika’ o que se traduz num profundo desrespeito pelos portugueses. É também preocupante o impacto destas decisões em termos sociais”, alerta.”

in Negócios, 10 set 2012 09:16


Última atualização: 10 set 2012, 13:50

sexta-feira, setembro 07, 2012

Outro passo, por favor

TOYZE — "Républica" (2012). Para O António Maria
©TOYZE & OAM

Dividir para governar

O senhor dos Passos falou, falou, falou, falou, falou, e falou, para dizer isto:

  • O aumento das contribuições para a Previdência Social a pagar pelos trabalhadores dos setores público e privado passará de 11% para 18%. Ou seja, daqui em diante passaremos a receber 13 e não 14 salários por ano. Um dia virá (digo eu) em que não dará se não para 12 cheques, e com mais descontos :(
  • A diminuição das contribuições patronais para a mesma Previdência Social, passará de 23,75% para 18%, em nome da competitividade, e até da sobrevivência de muitas empresas.
  • E foi tudo!

A primeira coisa a fazer é acabar com o inútil, como se vê, Tribunal Constitucional.

Depois, talvez seja o momento de os portugueses começarem a perguntar para que servem a RTP, centenas de fundações, observatórios e serviços públicos onde ninguém chega antes das 10 da manhã, aliás para fazer coisa nenhuma, e, por fim, de onde vem o dinheiro. De onde vem a porra do dinheiro?

Quando fizerem estas perguntas, e obtiverem algumas respostas, então sim, vão começar a perceber que este regime, além de corrupto, está falido e ameaça conduzir à miséria e ao desânimo 99,9% dos que vivem nesta praia à beira-mar plantada :(

Caso alguém ainda desconheça —seguramente que o inSeguro da tríade cor-de-rosa do PS desconhece— aqui fica um esclarecimento: o Império e a Europa dos subsídios acabaram :(

Mas para caminharmos com passos certos —e não com o testa de ferro que os bancos colocaram à frente do governo (com o nosso voto ingénuo)— para uma saída realista do buraco onde caímos, vai ser preciso arrumar este regime constitucional, criando outro, com outra Constituição, simples, sensata e p'ra valer, onde fique claro que democracia, liberdade, justiça e desenvolvimento só são compagináveis se acabarmos de vez com os monopólios e com os grupos de interesses encostados ao Estado, que vivem de rendas, mal trabalham, e apostam tudo no atraso do país.

Sem instituições transparentes, responsáveis, respeitadas e inclusivas não nos resta outro caminho que a perda total da nossa soberania, precedida de uma ou duas décadas de empobrecimento crescente, balbúrdia política e um crescente atropelo das regras institucionais de uma democracia assente no Direito.

POR UMA NOVA CONSTITUINTE!
POR UMA NOVA CONSTITUIÇÃO!
POR UMA NOVA REPÚBLICA!


Post scriptum

Más notícias :(

É um artigo técnico, mas legível. E a conclusão é esta: a partir dum certo nível de endividamento (que Portugal já atingiu, graças ao Pinóquio, ao demo populismo partidário instalado e aos cleptocratas), mais dívida, ainda que de curto prazo (2-3 anos) é incapaz de fazer crescer a economia. Pior: é incapaz de travar a espiral do serviço da dívida, a menos que alguém, que não o devedor, pague o calote :(

É por estas e outras que o senhor Cavaco é um keynesiano de aldeia!

E é por esta espécie de esgotamento estrutural do nosso modelo de falso crescimento, que apenas temos uma saída, dolorosa:

— austeridade + reforma radical do regime e do Estado; o que só com uma NOVA CONSTITUIÇÃO DEMOCRATA será possível fazer.

Analyze this: The Fed is not printing enough money!

Lighthouse Investment Management, 7 set 2012

“...you can add as much debt as you want, and it still won’t give you any additional GDP.

To repeat: no amount of additional debt seems to be able to get economic growth going again.

That is a dramatic revelation. We might have reached the maximum debt-bearing capability of the economy. If true, no growth is possible unless debt-to-GDP levels fell back to sustainable levels (in order to restart the debt cycle). This could take years.

At this point, the only way to reset the debt cycle is to get rid of debt.

Ray Dalio correctly describes the three options available:

1. Austerity: this would be painful and take quite some time (the Europeans are going down this path)

2. Restructuring: requires write-downs and losses for bond investors (which are not being allowed to happen for fear of systemic risk)

3. Printing money: Inflation. Better yet: hyper-inflation. You have to destroy the value of debt fast enough before debt service costs, due to rising interest rates, drive the government into insolvency.

In the US, (1) and (2) are not happening. That leaves (3).

As shown above, the amounts needed for the Fed to be able to create inflation are much, much higher than what we have seen so far. And it is not guaranteed to work. Destroying the trust in the value of a fiat currency is a dangerous experiment with mostly adverse consequences.”

Última hora!

Privados podem afinal perder até dois salários líquidos, Função Pública perde até três (act3)

Negócios fez as contas e apurou: afinal os trabalhadores vão enfrentar um corte no salário que levam para casa que pode chegar aos 14%, ou seja, o equivalente em termos líquidos ao subsídio de férias e de Natal. Os funcionários públicos ainda ficam pior, podem perder até três. Efeitos que o primeiro-ministro omitiu na sua intervenção. Veja as simulações. A chave é o aumento da contribuição incidir sobre o salário bruto e ser retirado ao líquido

[...]

Salário mensal de 1000 euros brutos
A perda de rendimento líquido ultrapassa o equivalente a um salário líquido logo a partir dos mil euros de salário bruto, o que atinge pessoas que levam para casa, neste momento, cerca de 800 euros. Neste caso passa a receber 730 euros, mantendo-se as actuais taxas de IRS, o que corresponde a um corte de 8,8%.

Salário mensal de 2000 euros brutos já perde mais de um salário e meio
Com este salário já se perde mais do que um subsídio e meio, em termos líquidos. Quem está a receber cerca de 1400 euros (ou seja, ganha cerca de dois mil euros brutos), vai deixar de receber 10% do seu rendimento mensal o que corresponde a perder mais de um salário e meio em termos anuais.

Salário mensal de 3000 euros brutos perde 10,9%
Um salário bruto de três mil euros para um casal com dois titulares e dois dependentes verá o seu rendimento líquido mensal cortado em 10,9% - perda mensal de 210 euros por aumento da taxa social única -, o que corresponde, em termos anuais, a cortar 1,7 subsídios. A perda anual é de 2.940 euros.

A partir dos 7 mil euros brutos, desaparecem dois salários
A redução no rendimento que se leva para casa atinge os 14%, ou seja, o equivalente aos dois subsídios, de férias e de Natal, a partir de salários brutos de sete mil euros ou líquidos da ordem dos 3.900 euros.

in Jornal de negócios, 8 set 2012 | 19:13


Atualização: 9 set 2012 17:13

terça-feira, julho 31, 2012

Brasil: TAV: Trem de Alta Velocidade

A Alta Velocidade ferroviária é um dos novos paradigmas de desenvolvimento sustentável

O “Trem de Alta Velocidade não tem apenas importância do ponto de vista da logística de passageiros” — é uma vantagem tecnológica de quem a aplica e desenvolve, estúpido!

Vale a pena ler o oportuno artigo do antigo secretário de Política Nacional de Transportes brasileiro, José Augusto Valente, sobre “Os frágeis argumentos contra o trem de alta velocidade brasileiro (TAV)”. E já agora medite-se no caso pioneiro de Espanha a este propósito: tem a segunda maior rede de Alta Velocidade ferroviária do mundo, logo depois da China, ganhou recentemente à França o concurso para ligar Meca e Medina (450 Km) por comboio AV, e está em todas as corridas onde se preveja construir linhas de TGV, AVE, TAV, HSR, ou como lhe queiram chamar, menos Altas Prestações — pois de prestações já bastam as que somos forçados a pagar pela obscena dívida acumulada, cortesia dos falidos ladrões e dos populistas que tomaram de assalto a democracia portuguesa.

En 2014 podrían iniciarse las obras para que en 2020 pueda entrar en servicio el primer tren de alta velocidad

Tras la constitución de ETAV (Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade), el Gobierno Federal de Brasil se propone lanzar antes de fin de año una licitación internacional para contratar a la empresa o consorcio que elaborará el proyecto de ingeniería de la primera línea de alta velocidad del país.Así, la elaboración del proyecto de la línea que enlazará Río de Janeiro, Sao Paulo y Campinas, 511 kilómetros para un tiempo de viaje máximo de 99 minutos entre Río y Sao Paulo, saldrá a licitación con un plazo de ejecución de alrededor de un año, y ETAV prevé que se presenten empresas brasileñas en consorcio con ingenierías extranjeras. Via Libre, 11 jul 2012.

Alta Velocidade liga São Paulo ao Rio de Janeiro (511Km) em 99 minutos

Será que em Portugal haverá força suficiente para travar de uma vez por todas a máfia do novo aeroporto da Ota em Alcochete? Que diz o Cavaquinho sobre isto? E o Passos de Coelho? E o beato Seguro? Afinal a quem devem obediência estas criaturas: aos eleitores, à racionalidade mais vulgar, ou aos salgados e melros desta praia à beira-mar plantada?

Já repararam no preço do petróleo? Ainda não ouviram dizer que o petróleo barato, e portanto o festim do crescimento indolor, acabou? Os aviões, tal como os TIR, autocarros e automóveis particulares não se movem a vapor de água. Que o diga o gaúcho da TAP, que o diga o rendeiro-mor das autoestradas. Até o corticeiro da GALP aprenderá depressa que o futuro está na mercearia de proximidade. Eu prevejo que, mais cedo ou mais tarde, e certamente antes de 2020, o preço do petróleo será regulado à escala europeia, ou mesmo mundial, o consumo racionado, e as margens de lucro severamente penalizadas.

Espanha será o protagonista de um dos principais consórcios concorrentes ao Trem de Alta Velocidade brasileiro. Por sua vez o Brasil, como escreve José Augusto Valente, “dominando a tecnologia dos trens de alta velocidade, será referência mundial em projeto, construção e manutenção das vias permanentes, como na fabricação de equipamentos para a indústria dos trens de alta velocidade. É disso que se trata e não de uma obra ferroviária, como alguns querem fazer crer.”

Portugal andou a dormir na Ota. Depois de destruir a Sorefame —hoje não temos quem faça uma chapa para os nossos comboios—, e depois de levar a canadiana Bombardier a deixar o país (não foi cherne Barroso?), as nossas brilhantes mentes políticas, económicas e financeiras apostaram tudo no novo-riquismo automóvel e aéreo. O resultado está a vista: só a TAP tem um endividamento e compromissos que chegam aos seis mil milhões de euros — ou seja, tanto como todo o valor previsto das privatizações anunciadas.

No Irão e na China os criminosos económicos já começaram a pagar pelas suas malfeitorias, e de que maneira! Nos EUA, no Reino Unido e na Suíça também, mas a procissão ainda vai no adro....

sexta-feira, julho 13, 2012

Outro governo, por favor!

Portas falou como homem de estado no último estado da nação. Et pour cause! Foto © ASF

Tal como sucedeu ao governo de Sócrates, a falta de ética de Pedro Passos Coelho, num país aflito, varrerá do mapa o seu governo em menos dum ápice

Manifestações pela demissão de Relvas convocadas nas redes sociais
Em pouco mais de 24 horas, centenas de pessoas já confirmaram no "Facebook" a intenção de aderir às duas manifestações que exigem a saída do ministro dos Assuntos Parlamentares, uma em frente à Assembleia da República e outra no Terreiro do Paço.
Jornal de Negócios on-line, 11 julho 2012.

Passos Coelho renova total confiança em Miguel Relvas
Passos Coelho mantém confiança em Miguel Relvas, sendo esta a terceira vez que tem que o fazer, noticia o “Diário de Notícias”, que cita conversas entre o primeiro-ministro dirigentes de topo do PSD.
Jornal de Negócios online, 11 julho 2012.

Se Miguel Relvas ao menos fizesse o trabalho sujo, i.e. privatizasse a RTP, reformasse as autarquias, etc..., mas não, desta criatura vamos tão-só conhecendo o traste, enquanto o governo paralisa sob a batuta de mais um PM que não passa de mais uma bela voz partidária, com vassalagens devidas dentro e fora do partido, à esquerda e à direita — uma desgraça, portanto, anunciada.

Passos de Coelho vive em simbiose partidária com um obstáculo aparentemente intransponível à governação. Ainda por cima, um obstáculo protegido pelo esfacelado e execrável Grande Oriente Lusitano. Governo ao fundo? Lá para a 6ª ou 7ª avaliação da Troika é bem provável.

Cavaco terá então o seu momento de glória crepuscular, salvando, por assim dizer, o seu desastroso ministério presidencial. Perante a incapacidade adolescente de Passos de Coelho e a paralisia total do governo (provavelmente depois de Gaspar e Santos Pereira baterem com a porta, estrondosamente) Cavaco Silva demitirá o rapaz de que nunca gostou e chamará de novo o PSD a formar governo, como lhe compete, e para não prejudicar a maioria eleitoral. Nessa altura, Paulo Portas terá a faca e o queijo na mão: ou será primeiro ministro com esta maioria, ou será PM de um governo de emergência nacional, a três, com um PSD então chefiado por Paulo Rangel, e com o seminarista António José Seguro pelo PS. Estranho? Não, normalíssimo por essa Europa fora.

A situação financeira continuará a agravar-se em Portugal, no resto da Europa e no mundo. A economia continuará estagnada, mais alguns milhares de empresa entrarão em falência, e as pessoas continuarão sem dinheiro. A balbúrdia vai chegar mais depressa do que podemos deduzir da lenga-lenga dos cagarros parlamentares e do incorrigível, diário, oportunista e populista discurso monocórdico dos parasitas partidários do regime. Num certo sentido, este regime já morreu, e é urgente fabricar outro, com outra Constituição, etc. Falta, porém o mais difícil: como?

quinta-feira, julho 05, 2012

Portugal: a saída?

Um país infestado de Condes de Abranhos só poderá colapsar

Há já quem aposte em surdina na saída de Portugal da zona euro

A transição que promete ser a mais suave, proposta pelo Capital Economics, assenta em três grandes etapas. No primeiro dia do fim do euro, as novas notas e moedas seriam introduzidas, com a paridade de 1 para 1 face ao euro, mantendo-se em circulação as notas e moedas europeias durante um período de “phasing-out” de seis meses, apenas para as pequenas transacções. Ao mesmo tempo, preços, salários, empréstimos e depósitos seriam convertidos para a nova moeda com a mesma paridade, de 1 para 1. 
Sair do euro = Rigor orçamental e combate à inflação + perdão de dívida
As autoridades do país recém-saído do euro anunciariam de imediato um regime assente na fixação de um objectivo para a taxa de inflação (estratégica semelhante à seguida, por exemplo, pelo Banco de Inglaterra), adoptariam um Orçamento de rigor, acompanhado de um conjunto de regras orçamentais bem firmes, que passariam a ser vigiadas por peritos independentes (uma espécie de Conselho de Finanças Públicas). A indexação dos salários à inflação seria proibida e o Governo passaria a financiar-se através da emissão de títulos de dívida com remuneração, essa sim, dependente da taxa de inflação, o que serviria de incentivo extra a uma política focada o mais possível na estabilidade dos preços.
O "stock" acumulado de dívida pública seria também redenominado na nova moeda, com paridade de 1 para 1 face ao euro, mas a Capital Economics recomenda que o Governo que saia do euro anuncie a sua intenção de renegociar a dívida para a trazer em linha com o máximo recomendado equivalente a 60% do PIB, o que deverá conduzir a incumprimentos substanciais. 
Jornal de Negócios

A minha teoria de momento diz que o BES e a nomenclatura de cleptocratas e grunhos intelectuais que dominam este país há séculos já estão, de facto, ainda que na sombra, a apostar na saída de Portugal da zona euro. Só assim esperam continuar o seu execrável domínio e empobrecimento do país. E o curioso é que contem, na preparação e execução deste crime, com o apoio do PCP e do senhor Louçã. Quem diria!

Quem ganharia com a saída de Portugal do euro? 
Os muito ricos, a começar pelos banqueiros, os negreiros das indústrias de exportação de baixa tecnologia, a burocracia da função pública, dos sindicatos e das corporações (ainda que inevitavelmente condenada a uma cura de redução de ativos e de emagrecimento), e os atuais partidos políticos com assento parlamentar, embora sujeitos no curto prazo a crises profundas de ajustamento: roturas, fusões, expulsões, e muita gritaria.

Quem perderia com a saída de Portugal do euro?
Toda a classe média produtiva e profissional, toda a cultura portuguesa, e o âmago da democracia, ultrapassadas pelo novos Condes de Abranhos. Sócrates, Relvas, Seguro, e uma interminável turma de videirinhos com cartão partidário e emprego nas sucursais bancárias e agências de tráfico de influências deste país, preparam-se para transformar Portugal numa cleptocracia autoritária, e a prazo, num Estado inexoravelmente falhado.

Por enquanto ainda podemos evitar esta tragédia. Mas se sairmos do euro, será muito mais difícil :(


La Famiglia

Ângelo Correia e Joaquim Coimbra voltam a tribunal por negócio fotovoltaico
A Fomentinvest, de Ângelo Correia, e a JVC, de Joaquim Coimbra, vão responder em tribunal como rés numa acção relacionada com dois projectos fotovoltaicos na Madeira, cujo financiamento é contestado por dois accionistas minoritários que consideram ter sido ilegalmente marginalizados. António Xavier Martins e Carmen Xavier querem anular um contrato com o Banco Espírito Santo (BES), por esse financiamento ter sido feito sem as suas assinaturas, contrariando os estatutos da empresa. 
Jornal de Negócios  

Para quem não saiba, a Fomentinvest, uma empresa dedicada à captação de negócios subsidiados, chefiada pelo inefável Ângelo Correia, é o empregador-mor do nosso PM, Passos de Coelho. Curiosamente, tudo isto anda colado com BES. Depois não percebemos porque é que a privatização da TAP não anda, nem desanda, ou porque é que o BES não recorre ao refinanciamento do Estado. Na realidade, o Espírito Santo espera dinheiro doutras paragens..., com a bênção deste governo, de que o PM é, aliás, seu empregado, claro!

Esta democracia e este regime precisam mesmo e rapidamente de um grande refrescamento. E já não será com este governo, chefiado por um PM dependente do BES e que não quer saber como o seu número dois se licenciou, nem dos negócios que tem no Brasil, nem das ameaças que faz aos jornalistas, nem dos apupos que recebe dos próprios autarcas laranjas, nem da crassa incompetência demonstrada na reforma autárquica, ou na opereta em que se transformou a privatização da RTP, etc.

Que venham os alemães! Afinal todos gostamos de Corsas, MiniCoopers, Golfs, Beetles, Polos, Passats, Touaregs, Sharans, BMs, Audis, Mercedes e Porsches, não é?

segunda-feira, junho 25, 2012

Adeus TAP :(

Acabaram-se os balões do gaúcho. Agora é só pedir-lhe contas!

Por muito que me custe anunciar, a TAP morreu

A TAP foi gerida por piratas (nomeadamente do outro lado do Atlântico) ao longo de muitos anos. Serviu para tudo menos para se adaptar aos turbulentos tempos da globalização aérea, do fim do petróleo barato, e da União Europeia. Os principais responsáveis deste desastre anunciado, porém, são os cagarros indígenas da Assembleia da República, ou seja, todos os partidos políticos a quem tão bem soube as centenas de milhar de horas de voo à borla do buraco financeiro que a empresa pública agora tem, na ordem dos três mil milhões de euros, mas que só conheceremos inteiramente quando fizerem as continhas todas.

Resumindo:
  • A maioria do capital da TAP não pode ser vendido a nenhuma empresa não europeia, aliás, não comunitária, donde a inutilidade do Carnaval montado pelo gaúcho y sus muchachos em torno dos famigerados candidatos brasileiros, chilenos, colombianos, árabes e singapurenses.
  • Na Europa atribulada de hoje só vejo uma empresa eventualmente disposta a colher o despojos, isto é, as rotas, os slots, os pilotos, os engenheiros e técnicos de manutenção e os doze novos A350 XWB e os oito novos A320 (1) encomendados à Airbus em 2007 e com entrega prevista à insolvente TAP a partir de 2013: a empresa alemã Lufhtansa.
  • A barragem de propaganda montada pelas agências de comunicação que tem inundado de quimeras a nossa indigente imprensa já não serve para nada, e espero bem que sofra a mais do que merecida máquina zero em sede de cobrança de honorários (certamente escandalosos).
  • Em minha opinião, o CA da empresa agiu de forma dolosa e contra os interesses da TAP e do país, e como tal deve ser objeto de um inquérito rigoroso, e os eventuais responsáveis exemplarmente punidos.
  • Os sindicatos afetos ao mais do que excedentário pessoal da companhia perderam, por sua vez, uma boa oportunidade para contribuir de forma inteligente e construtiva para o spin off (tantas vezes aqui proposto) que teria eventualmente salvo a TAP de uma falência desordenada, como a que está em curso.
  • Como é possível que no grupo de consultores financeiros para a privatização da TAP estejam lá os representantes do problema (2), e não das soluções possíveis?
  • Finalmente, uma grande dor de cabeça para este governo: se quiser privatizar a TAP terá que desembolsar os tais 3.000.000.000€ antes de vender o grupo, pois nenhum idiota, nesta altura do campeonato mundial da Grande Depressão, irá comprar uma dívida destas a troco das virgens que estão no Céu; por outro lado, se o governo tapa o buraco, ou não vende a companhia, que vem a dar contabilisticamente no mesmo, lá se vai, também por este lado, o controlo do défice de 2012 e de 2013.

Sophie Howard gostava muito de ser hospedeira de Primeira Classe. Será que, com imaginação, ainda se poderá salvar a TAP?
 
Fénix TAP?

O tempo da reestruturação, ou da preparação inteligente da TAP para uma privatização virtuosa, já passou, e não volta atrás, por culpa de todos, mas mais de alguns do que de outros. É notória a tentativa persistente de empurrar o desastre para o colo do Álvaro e do Gasparinho. Eu se fosse PM entalava sem remorsos os piratas que destruiram a empresa e combinava com a tia Merkel uma saída airosa para este furúnculo cheio de pus. Deixa-se a empresa morrer de morte súbita (por um qualquer incumprimento financeiro), e depois permite-se que a ave renasça no dia seguinte, pura e leve como uma passarinha!

Uma saída suíça para a TAP? Claro! 

O governo pode e deve dar corda ao gaúcho, até que o incumprimento ocorra. Nesse momento crucial, intervém, obriga o CA da TAP a declarar falência e move-lhe de imediato um grande inquérito. Uma comissão administrativa de emergência toma então conta da ocorrência e das operações até que uma nova TAP nasça notarialmente, limpa de boa parte dos compromissos, com um preço para o Estado, naturalmente, mas salvando-se, pelo menos em parte, a honra da companhia.

Vendendo a maioria da empresa à Lufhtansa, mantendo embora uma pequena percentagem de capital público lusitano em mãos, por exemplo, da Caixa Geral de Depósitos (para isso serve a tia Merkel), o processo de concentração industrial e financeira da União Europeia daria um passo certo, na direção certa e sem grandes traumas. O governo pagaria um preço, repito, mas sairia vencedor daquele que é certamente o seu maior desafio até ao fim deste ano e início do próximo.

Deixem a ANA em paz

Quanto à ANA, por favor, Pedro Passos Coelho, Álvaro Santos Pereira e Vítor Gaspar, não misturem alhos com bugalhos! Deixem o processo de privatização da gestora aeroportuária seguir o seu caminho autonomamente. Se houver comprador, excelente. Se não houver, melhor ainda, pois são receitas certas para o Estado, pagas a tempo e horas pela Ryanair, easyJet, Emirates Airlines... e TAP-Lufhtansa :)

Metro do Aeroporto

E por fim, no próximo mês de julho (deste ano!) não se esqueçam de inaugurar a estação de Metro do Aeroporto e de puxar as orelhas até sangrar aos gestores daquela coisa — o Metro de Lisboa.


POST SCRIPTUM

Conversa fiada: “Sérgio Monteiro: Reuniões para privatizações da TAP e da ANA decorrem a ‘grande ritmo’” (Negócios online).


ÚLTIMA HORA

Controladores de tráfego áereo provocam o caos com ou sem greve. Jornal de Negócios on-line, 28 Junho 2012 | 00:01

Os controladores de tráfego, desde o pré-aviso de greve, já causaram o caos em vários sectores de actividade, como confirmou o Negócios junto de vários intervenientes. À hora de fecho ainda não se sabia se os trabalhadores da NAV – Empresa Pública de Navegação Aérea de Portugal iriam ou não desconvocar a greve que está prevista arrancar amanhã. Mas haja ou não paralisação, certo é que há perdas irrecuperáveis: viagens canceladas, concertos alterados, voos parados. "Esta greve está a ser arrasadora para o sector do turismo, está a ser um caos", defendeu ao Negócios Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo. 

Alguém anda à procura de justificações para a insolvência pirata da TAP!

O governo só tem que fazer uma coisa: anunciar previamente a requisição civil (e militar se for preciso) de todos os funcionários públicos e/ou trabalhadores de empresas públicas que decidam avançar para greves que prejudiquem gravemente as populações e o país. É tempo deste governo preparar um back-up de segurança do sistema....

Ou será que os cagarros da Assembleia da República pretendem que os seus generosos vencimentos passem a ser pagos exclusivamente com as remessas dos cidadãos portugueses que alienaram para a emigração? É que a torneira dos impostos alemães fechou!

Álvaro Santos Pereira disse hoje ter recebido sinais de “interesse verdadeiro, real e importante” nas privatizações da TAP e ANA. Económico, 27/06/12 16:24

“Nestas coisas, o segredo é sempre a alma do negócio. Existe um interesse verdadeiro, real e importante nas duas [TAP e ANA]. Faz todo o sentido ter um ‘hub’ em Portugal porque a TAP tem mais de 70 voos para o Brasil, mais de 70 voos para África e é importante estimular este ‘hub’ da Lusofonia porque a TAP, como empresa bandeira do país, tem uma valência muito grande ao nível das companhias de aviação internacionais”, disse hoje o ministro da Economia numa entrevista à agência Reuters.
Eu creio que o ASP está a fazer bluff — e se estiver, será a morte política deste artista!

Além do mais não percebo como se pode vender a uma mesma empresa (pelos vistos, chamada Alma do Negócio ;) uma companhia aérea e um monopólio público aeroportuário. Que faria às companhias concorrentes o monopólio ANA, se passasse a ser um monopólio privado associado a uma futura TAP privada? No mínimo, abusariam da sua posição dominante. Ora não vejo como é que Bruxelas poderia alguma vez autorizar semelhante pessegada :(

Por fim, não percebo o que quer ASP dizer quando fala em manter a TAP como uma “empresa de bandeira”. Pode explicar-se, por favor, ou também é segredo?

Santos Pereira: Governo está a "desenhar" o caderno de encargos para privatização da ANA. Jornal de Negócios online /LUSA 26 Junho 2012 | 19:27 
Álvaro Santos Pereira fez saber ao fim da tarde de hoje que está a "desenhar" o caderno de encargos da privatização da ANA. Leu certamente esta humilde crónica. Ainda bem! Concluo duas coisas: a rentável ANA deixou de ser o pau de cabeleira da insolvente TAP, e enquanto o governo desenha e não desenha o caderno de encargos, o assunto TAP terá que ser despachado, seja como for. E eu insisto: não percam mais tempo, conversem com a Lufthansa sem intermediários, dispostos a negociar a sério, afastando liminarmente das negociações quem até agora andou a sabotar o processo. O gaúcho tem uma fisgada: levar um ou dois ministros deste governo ao charco. E olhem, meus caros Álvaro e Gaspar, o homem que foi desde o início contratado expressamente para privatizar a TAP tem uma procissão de ajudantes atrás de si, a salivar e de cu pró ar!

Ministro da Economia equaciona combater greves na aviação com requisição civil. Jornal de Negócios on-line, 27 jun 2012 09:47

O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, está a pensar em recorrer à requisição civil para combater os previsíveis prejuízos das novas paralisações anunciadas pela NAV e o Sindicato de Pilotos de Aviação Civil (SPAC).

A nenhum setor estratégico e/ou público deve ser tolerado o direito à greve enquanto durar a aplicação do Programa assinado pela maioria esmagadora da representação política portuguesa com a Troika. Tão simples quanto isto!

É uma suspensão da democracia? É. Temporária, mas é.

Há, porém, outras formas de diálogo e de luta democráticos que os trabalhadores e sindicatos podem desenvolver sem prejudicar ostensivamente a economia, a diplomacia e quem trabalha. O caso das greves no setor dos transportes, seja de pessoas, seja de mercadorias, dos barcos aos aviões, passando pelo comboios e autocarros, é um escândalo e a prova de que o Partido Comunista continua preso na caverna do Estalinismo e da Guerra Fria.

Além do mais, quer-me parecer que a greve anunciada dos pilotos da TAP é mais um conluio espúrio entre os mais bem pagos da empresa —mais bem pagos, aliás, do que a maioria dos seus colegas administradores e pilotos por esse mundo fora... Também me quer parecer que o CEO da TAP não pára de conspirar contra a tutela e contra este governo. O PM que não acorde a tempo, e ainda voltará a ler este post muitas vezes :(


NOTAS
  1. Ao que parece, esta parte da encomenda caiu. 
  2. Vox globuli:  "O caso do consultor BES é gritante. Foi o BES (certamente com a assessoria do seu empregado de topo e então ministro Pinho) que impingiu a PGA à TAP por 144 milhões de euros, quando a TAP já só acumulava prejuízos! Imagina-se, pois, o condicionamento que o tal Caderno de Encargos da privatização da TAP deverá sofrer sempre que o consultor BES abrir a boca, ora para reclamar algum pagamento em atraso da ex-PGA, ora para assegurar a próxima renda que o leasing dos 12 A350 irão custar a quem ficar com a empresa. Imagine-se, por um momento, que aparece finalmente um candidato para a compra de 50,1% da TAP, mas que tem uma preferência especial pelos Boeing 787 Dreamliner. Que sucederia? Duvido, em suma, por mais esta obscuridade e trapalhada, que algum europeu no seu juízo perfeito compre a maioria da TAP tendo para tal que assumir três pontes Vasco da Gama de prejuízos acumulados e uma encomenda no valor de outras tantas 3 pontes Vasco da Gama para pagar os 12 neo Airbus A350 XWA.

Última atualização: 27 jun 2012 23:58