terça-feira, julho 22, 2014

ANA—Pink Flamingo Terminal


Lisbon Airport - Pink Flamingo Terminal


Voos comerciais aterram no Montijo em 2017

Expresso, 8:27 Sábado, 19 de julho de 2014

A Ana - Aeroportos de Portugal está a trabalhar no projeto da utilização da Base Aérea do Montijo como complemento à atividade do aeroporto da Portela. O Expresso sabe que há interesse em ter a pista do Montijo operacional para voos comerciais em 2017.

A ANA tem mantido conversas com a TAP sobre o Montijo e o Expresso sabe que o presidente da companhia, Fernando Pinto, vêm com bons olhos a utilização do Montijo para desenvolver a atividade das companhias de baixo custo.

Sobre a privatização da TAP, o ministro da Economia, Pires de Lima, defende a venda parcial da empresa, mas considera que esta operação não deve ser feita a poucos meses das eleições. E diz que, para já, não estão reunidas as condições para a privatização avançar.

O Lobby da Ota e o velho eixo Norte-Sul
O António Maria, sábado, julho 02, 2005
Em O Grande Estuário [01-05-2005], projecto dinâmico e aberto de reflexão pública sobre Lisboa, a Grande Área Metropolitana de Lisboa e a Região de Lisboa e Vale do Tejo, continuamos a pensar que será possível manter o aeroporto da Portela, com duas extensões próximas (Montijo e Tires).

Pink Flamingos Airport (Lisboa-Montijo)
O António Maria, quarta-feira, Outubro 12, 2011

Portela+Montijo tem asas para voar!

Os aviões civis podem aterrar hoje mesmo no Montijo, sem qualquer problema, nem quaisquer custos acrescidos. No entanto, uma metamorfose mais elaborada do aeródromo militar do Montijo e a sua transformação no aeroporto Low Cost de Lisboa seria da máxima conveniência, até para almofadar as vibrações negativas decorrentes da improvável privatização da TAP, ou, como é opinião minha e de muita gente, de um spin-off da empresa, que a mantenha nas mãos do Estado, mas sob um regime de administração mais inteligente, eticamente irrepreensível e espartano!

Manobras desesperadas do lóbi cavaquista do embuste imobiliário da Ota em Alcochete montaram uma verdadeira barragem de tiro ao Álvaro (como alguém escrevia com graça) em volta deste tema e de outros que muito incomodam a nomenclatura que nos conduziu à bancarrota. Não nos esqueçamos, porém, que um tal Fantasia, da SLN/BPN, vizinho da rainha de Belém na urbanização da Coelha, adquiriu 250 milhões de euros de terrenos à volta do prometido NAL de Alcochete, quinze dias antes de Sócrates anunciar o abandono do NAL na Ota!

Basta pesquisar a palavra Montijo neste blogue para constatar que desde 2005 a extensão do aeroporto internacional de Lisboa, da Portela para o Montijo (que tem um perímetro e uma área bem maiores do que os da Portela) tem sido a solução por nós proposta.

Desde então a corja cor-de-rosa, a corja de avental branco e a corja da Urbanização da Coelha, a soldo da Dona Branca Espírito Santos e Piramidal de Lisboa, delapidaram centenas de milhões de euros dos contribuintes em estudos e mais estudos realizados por adiantados mentais sempre às ordens, especialistas e instituições indigentes, sobre a excelência de um aeroporto debaixo de água na Ota, depois sobre absoluta necessidade de entregar os terrenos da Portela ao senhor Ho, com quem o PS do famoso cardeal Pina Moura fez negócios ainda hoje por esclarecer e consequentemente construir uma cidade aeroportuária em Rio Frio-Canha-Alcochete, unida a Lisboa pela famosa TTT Chelas-Barreiro, beatificamente incensada pelo sargento-ajudante do Pinóquio, o culto António Costa, mas que deixou de ser interessante assim que a Mota-Engil perdeu o concurso ganho pelos espanhois. Foi preciso Portugal entrar em completa bancarrota, e as nossas finanças passarem para a alçada do BCE-FMI, e a ANA ser entregue aos árabes da francesa Vinci, para que uma ideia simples, óbvia, aqui proposta em 2005, fosse finalmente adotada. Convém sublinhar que não cobrámos um cêntimo pelas dezenas largas de artigos dedicados a este tema. Mas gostaríamos que os piratas fossem investigados, julgados e punidos.

O colapso da banca rendeira do país, aqui anunciado há muito —Banif, BPN, BPP, BCP, BES e Caixa Geral de Depósitos, veio finalmente acabar com o saque sem limites a que se dedicou a cleptocracia indígena durante décadas, em plena comunhão de interesses com o corrupto sistema partidário que deixámos medrar sob os auspícios de instituições extrativas e burocracias indigentes de todo o género, passado e feitio. Os bancos que ainda não cairam estão em unidades de suporte de vida pagos pela dívida pública, e portanto pela austeridade que tanto criticamos, sem perguntarmos de onde vem.

O efeito dominó está em curso. Resta esperar pelas próximas vítimas. A primeira delas, depois do BES e da Portugal Telecom, poderá ser a TAP e os transportes públicos em geral. Mas a EDP, com os seus 17,4 MIL MILHÕES DE EUROS DE DÍVIDA ACUMULADA, parte dela encalhada nos Estados Unidos, é uma vítima anunciada que um dia terá que renunciar ao embuste do chamado Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico (cujo sítio oficial se encontra inacessível...) acordado entre 2005 e 2007 com o Pinóquio Sócrates, nomeadamente para 'ajudar' o falido governo de então com umas largas centenas de milhões de euros de adiantamentos por rendas futuras.




A TAP sem o BES é como um avião atingido numa asa

Teme-se pelo pior. Como sempre sugerimos, o único caminho disponível passa por desmembrar a companhia e reestruturá-la (spin-off), criar um segmento Low Cost dedicado ao médio curso (Europa-Norte de África), e um segmento de longo curso, porque não também Low Cost, agora que o boom brasileiro acabou, e em breve ocorrerá o mesmo a Angola, China e África do Sul? Depois disto, então, a privatização da TAP poderá, enfim, encontrar o seu caminho. Claro que para quem usou e usa a TAP como uma mala diplomática inconfessável, e/ou como um correio de dinheiro sujo, esta privatização será sempre condenável, em nome do interesse nacional, claro!


POST SCRIPTUM

Publicamos a esta propósito um email recebido esta manhã.

No fim da passada semana, em vários jornais sobre esta polémica do NAL, Sérgio Monteiro veio defender a solução da Portela + 1, sendo o "+1" uma base aérea militar, depreendendo-se tratar-se do Montijo.

A questão dos "PRIVADOS" do NAL leva-nos ao BES.... e à TAP.

Ultimamente a TAP tem sido alvo de notícias sobre o cancelamento dos seus voos, e a opção dos clientes pelas Low Cost. Pelos vistos não tem sido opção da TAP encaminhar os passageiros dos voos cancelados para as Low Cost, mas sim deixar os clientes "reféns" da própria TAP, nos hotéis. Foi assim em Milão e quem quiser alinhar pelos critérios TAP vai ter que ficar em Milão até amanhã. É claro que os clientes, vendo nos placards voos com destino a Portugal de uma easyJet ou Ryanair, não aceitam as desculpas gaúchas de que a culpa é do "tremennnnndo cresssscimento da TAP".

Curiosamente, ainda há uns anos, a TAP sonhava todos os dias com a Ota na Ota, ou com a Ota em Alcochete, ao mesmo tempo que o sapo do BES (já falido) defendia um NAL (em Alcochete) para ali aterrarem os A380. Este fim de semana, e apenas por causa de uma avaria, aterraram 2 B747 da BAirways. Um avariado e outro para transportar os passageiros que tiveram que deixar a aeronave avariada. Como nos próximos tempos a Portela vai ser, basicamente, um aeroporto regional, não estou a ver nenhum A380 a aterrar onde quer que seja em Portugal.

Salvo melhor percepção, os problemas da TAP são de capital, o que se reflecte na libertação de "novos" aviões. Não há caroço, logo nada de aviões, e como a TAP anda desesperada a tentar fazer dinheiro, vende lugares que não existem. Uma das fontes de financiamento da TAP secou, ou seja o BES, que durante este tempo todo tem apoiado o Gaúcho desde que o Gaúcho "defenda" os interesses da TAP, ..., foi assim com a compra da Portugália, foi assim com a assessoria técnica para a venda da TAP.

No mínimo, a TAP deveria fazer como a Malasia Airlines, que resolveu devolver integralmente o dinheiro aos clientes caso estes não pretendam viajar com a companhia malaia. A TAP, como não tem dinheiro para devolver aos clientes apeados que prefiram optar por outro voo, oferece-lhes como única alternativa estadias forçadas em hotéis.

No médio curso, a TAP transfigurou-se numa empresa que passou a vender estadias de hotel em vez de viagens de avião. Quando um dia pensar em ir novamente a Milão, nada melhor do que ir a um balcão da TAP e comprar uma estadia. A TAP gaúcha está, na verdade, a piorar a sua imagem a cada dia que passa.
Aquando da compra dos 12 A350 da TAP, esta tinha ainda na sua carteira de encomendas seis (!) A320. O que se passou foi que a TAP, sem"caroço", teve que abdicar da compra dos A320 e "vender" a sua posição nos A350, tentando ganhar tempo para ganhar dinheiro.

Mas sem o BES a TAP é uma companhia cada vez mais exposta e vítima da sua equipa de gestão. Onde está Luis Mor(mente) que em Setembro de 2008 anunciava "n+1" novas rotas de Lisboa e Porto, tentando esgotar os slots da Portela e Porto? O buraco foi o que foi e tiveram que bater em retirada.

As Low Cost, easyJet e Ryanair, entre outras, apesar de estratégias não coincidentes, estão claramente a conquistar o chamado segmento "corporate". No Porto, com a nova base da easyJet, é exactamente isso que está a acontecer, tudo debaixo do nariz do Gaúcho e da ParPública. Só não vê quem não quer. Disse Parpública? O que é? Quem são? O que fazem?

Entretanto, todos calados... ¡"No passa nada"!

MH17: mais uma provocação americana?

Informação russa sobre provável autor do ato de terrorismo contra o avião malaio

Infoguerra domina derrube criminoso do avião civil malaio


Parece que os Boeing da Malasia Airlines têm uma certa tendência para se desviarem das suas rotas e depois desaparecerem ou serem abatidos em pleno voo... em situações sempre muito propícias ao desencadear de guerras de grandes proporções. Chineses e russos têm resistido às provocações. Criaram recentemente o seu FMI e o seu Banco Mundial, com o Brasil, a Índia e a África do Sul. Os falcões americanos falidos espumam... Os nazi-sionistas de Israel bombardeiam hospitais em Gaza perante o silêncio cúmplice do Prémio Nobel da Guerra e o apoio canino de alguns historiadores da Tugalândia, desmiolados e sem um pingo de ética. Só não vê quem não quiser ver...

Comunicação Twitter original, em espanhol, dum controlador de tráfego aéreo operando em Kiev, sobre quem abateu o avião malaio

CHRONOLOGY OF @spainbuca’s TWITTER FEED

10:21 – 17 de jul. de 2014 Autoridades de kiev, intentan hacer que pueda parecer un ataque de los pro-rusos

10:24 – 17 de jul. de 2014 Ojo! Que puede ser un derribo B777 Malaysia Airlines en ukraine, 280 pasajeros

10:25 – 17 de jul. de 2014 Cuidado! Kiev tiene lo que buscaba

10:25 – 17 de jul. de 2014 Vuelven a tomar la torre de control en Kiev

10:27 – 17 de jul. de 2014 El avión B777 de Malaysia Airlines desapareció del radar, no hubo comunicación de ninguna anomalia, confirmado

10:30 – 17 de jul. de 2014 Avión derribado, derribados, derribado no accidente

10:31 – 17 de jul. de 2014 Kiev, tiene lo que buscaba, lo dije en los primeros tw, kiev es responsable @ActualidadRT

10:35 – 17 de jul. de 2014 Un accidente muy normal no es, no están amenazando en la misma torre del aeropuerto de kiev,

10:35 – 17 de jul. de 2014 Nos van a quitar, nuestros tlf y demás de un momento a otro

10:38 – 17 de jul. de 2014 Antes de que me quiten el tlf o me rompan la cabeza, derribado por Kiev

11:12 – 17 de jul. de 2014 Nosotros tenemos la confirmación. Avión derribado, la autoridad de kiev, ya tiene la información, derribado, estamos tranquilos ahora

11:13 – 17 de jul. de 2014 Que hace personal extranjero con autoridades de kiev en la torre? Recopilando toda la información

11:15 – 17 de jul. de 2014 Cuando sea posible sigo escribiendo

11:48 – 17 de jul. de 2014 El avión B 777 voló escoltado por 2 cazas de ukraine hasta minutos antes, de desaparecer de los radares,

11:54 – 17 de jul. de 2014 Sí las autoridades de kiev, quieren decir la verdad, esta recogido 2 cazas volaron muy cerca minutos antes , no lo derribo un caza

12:00 – 17 de jul. de 2014 Nada más desaparecer el avión B 777 de Malaysia Airlines la autoridad militar de kiev nos informo del derribo, como lo sabían?

12:00 – 17 de jul. de 2014 A los 7:00 minutos se notificó el derribo, más tarde se tomó la torre nuestra con personal extranjero q siguen aquí

12:01 – 17 de jul. de 2014 En los radares esta todo recogido, para los incrédulos, derribado por kiev, aquí lo sabemos y control aéreo militar también

13:15 – 17 de jul. de 2014 Aquí los mandos militares manejan y admiten que militares a otras órdenes, pudieron ser, pero no, los pro-rusos

13:29 – 17 de jul. de 2014 El ministro del interior si conocía que, hacían los cazas en la zona, el ministro de defensa no, .

13:31 – 17 de jul. de 2014 Militares confirman que fue ukraine, pero se sigue sin saber de donde vino la orden

13:36 – 17 de jul. de 2014 Hace dias lo dije aquí, militares de kiev querían alzarse contra el actual presidente, esto puede ser una forma, a las órdenes de timoshenko

13:38 – 17 de jul. de 2014 Los cazas volaron cerca del 777, hasta 3 minutos antes de desaparecer de los radares, solo 3 minutos

13:43 – 17 de jul. de 2014 Se cierra el espacio aéreo

13:45 – 17 de jul. de 2014 Se cierra el espacio aéreo, por miedo a más derribos

15:17 – 17 de jul. de 2014 Control militar entrega ahora mismo de forma oficial que el avión fue derribado por misil

15:23 – 17 de jul. de 2014 El informe oficial firmado por las autoridades militares de control de kiev ya lo tiene el gobierno,,,,, derribado

15:26 – 17 de jul. de 2014 En el informe se indica de donde abría salido el misil, y se especifica que no proviene de las autodefensa en las zonas rebeldes

15:34 – 17 de jul. de 2014Los radares militares si recogieron los datos del misil lanzado al avión, los radares civiles no

15:36 – 17 de jul. de 2014 Los altos mandos militares no ordenaron el lanzamiento del misil, ,,alguien se le fue la mano en nombre de ukraine

15:38 – 17 de jul. de 2014 Para el que no lo sepa, digamos así, hay militares a las órdenes del ministro de defensa y militares a las órdenes del ministro del interior

15:38 – 17 de jul. de 2014 Los militares a las órdenes del ministro del interior conocían en cada momento lo que sucedió, .

16:06 – 17 de jul. de 2014 Mandos militares aquí (ATC) torre de control, confirman que el misil es del ejercito de ukraine,

16:07 – 17 de jul. de 2014 Mandos militares que si lo sabían y otros mandos que no,

16:08 – 17 de jul. de 2014 290 personas inocentes muertas, . Por una guerra inútil, donde el patriotismo se compra con dinero

16:09 – 17 de jul. de 2014 La forma de tomar la torre de control minutos después sabiendo todo los detalles, rápido nos hizo pensar que habían sido ellos

16:10 – 17 de jul. de 2014 La cara de los militares que llegaron más tarde diciendo pero que habéis echo, no dejo dudas

16:12 – 17 de jul. de 2014 Es tal la decadencia que los militares acompañados de extranjeros que llegaron primero nos llegaron a pedir que dijéramos su versión

16:13 – 17 de jul. de 2014 Nuestra respuesta, fue, estos radares no recogen el lanzamiento de misiles, los militares si, ya no quedaban dudas.


LINK


Ler tb:

Russia Says Has Photos Of Ukraine Deploying BUK Missiles In East, Radar Proof Of Warplanes In MH17 Vicinity
Tyler Durden on 07/21/2014 18:45 -0400
ZeroHedge

What Happened to the Malaysian Airliner?
Paul Craig Roberts, July 19, 2014
IPE - Institute for Political Economy

Why was the missile system where it was? Why risk an expensive missile system by deploying it in a conflict environment in which it is of no use? Incompetence is one answer, and another is that the missile system did have an intended use.

[...]

The second explanation is that the extremists who operate outside the official Ukrainian military, hatched a plot to down an airliner in order to cast the blame on Russia. If such a plot occurred, it likely originated with the CIA or some operative arm of Washington and was intended to force the EU to cease resisting Washington’s sanctions against Russia and to break off Europe’s valuable economic relationships with Russia. Washington is frustrated that its sanctions are unilateral, unsupported by its NATO puppets or any other countries in the world except possibly the lap-dog British PM.

It was Putin's missile!
By Pepe Escobar
Asia Times, Jul 18, '14


Ron Paul: Don't Blame Putin For Malaysian Jet Shoot Down
By Courtney Coren, Friday, 18 Jul 2014 02:44 PM
Newsmax

Atualizado: 23/7/2014, 19:53

quinta-feira, julho 17, 2014

TAP, Fernando Pinto pede desculpa


A TAP cresce, mas tem um lastro de dívida e de deriva estratégica que pode afundá-la


Fernando Pinto presta esclarecimentos e pede desculpas públicas pelos problemas recentes, alguns deles potencialmente graves. Reconheceu que a empresa perdeu recentemente 50 técnicos altamente especializados, mas afirma que os mais novos já ganharam experiência suficiente.

Nada nos move contra a TAP, obviamente. O que sempre criticámos e criticamos foi a sua dependência da corja dos banksters e políticos que conduziram o país ao charco. Quando se deveria ter lançado uma TAP Low Cost para a Europa (narrow bodies/ médio curso) mantendo um serviço intercontinental de qualidade (wide bodies/ longo curso), a administração da companhia andou a brincar aos novos aeroportos com a corja rendeira comandada pelo BES.

Fernando Pinto é um executivo respeitado. Os operacionais da TAP são profissionais com brio. São bem pagos, e ninguém quer que sejam mal pagos, evidentemente. O problema da TAP, a gravidade do problema da TAP, é que foi ao longo das últimas décadas uma das vacas leiteiras do regime, que deu muito leite à corja rendeira, devorista e partidocrata do regime.

O futuro da TAP continua, porém, incerto.
 

terça-feira, julho 15, 2014

Peak Oil

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BP reconhece finalmente que o pico do petroleo está próximo


Total world proved oil reserves reached 1687.9 billion barrels at the end of 2013

Sufficient to meet 53.3 years of global production. The largest additions to reserves came from Russia, adding 900 million barrels and Venezuela adding 800 million barrels. OPEC members continue to hold the majority of reserves, accounting for 71.9% of the global total. South & Central America continues to hold the highest R/P ratio. Over the past decade, global proved reserves have increased by 27%, or over 350 billion barrels. - BP, 2014.

Donella Meadows tinha razão em 1972, e em 1956 M. King Hubbert informou o governo americano que o Peak Oil era uma realidade (defendeu então a opção nuclear). As datas mais consensuais desde então apontam para 2030-2040 o início do colapso do modelo carbónico intensivo (carvão+petróleo+gás) que marcou o crescimento da economia mundial nos últimos 200 anos.

Já não é mau que a própria BP reconheça, finalmente, o facto, mesmo prevendo uma data mais otimista. O que a BP não diz é que a pesquisa, extração e produção de combustíveis líquidos oriundos do petróleo, do gás e do carvão serão cada vez mais dispendiosos. A fruta mais acessível já foi apanhada...

Valerá hoje a pena ler estes três livros de seguida: The Limits to Growth (Donella H. Meadows, Dennis L. Meadows, Jørgen Randers, William W. Behrens III, 1972), The Great Wave: Price Revolutions and the Rhythm of History (David Hackett Fischer, 1996), e Capital in the Twenty-First Century (Thomas Piketty, 2014. E para mais detalhe sobre o tema do petróleo, carvão e gás, outro relato atualizado e instrutivo: Peeking at Peak Oil (Kjell Aleklett, 2012).

O desafio não é tanto crescer, como conseguir uma transição civilizacional o menos catastrófica possível e à escaça planetária, com crescimentos médios entre 0,1 e 1%.

sábado, julho 12, 2014

Bruxelas impõe bitola europeia

Até a Ferrari está na corrida do TGV!


Em vez de ler O António Maria, o Bloco Central da Corrupção alargado (PS+PSD+CDS/PP+PCP) preferiu deitar ao lixo centenas de milhões de euros do QREN 2007-2013 previstos para a interoperabilidade ferroviária, leia-se, "TGV".

Preferiu também rasgar acordos formais celebrados com Espanha.

Preferiu ainda, enquanto o BES durou, tentar tudo por tudo e mentir a todos,
  • em nome do chamado NAL —Novo Aeroporto de Lisboa, na realidade, da Ota em Alcochete—, 
  • em nome da venda dos terrenos do aeroporto da Portela ao senhor Ho (Alta de Lisboa), 
  • em nome da TTT Chelas-Barreiro (desde que fosse para a Mota-Coelhone), 
  • em nome da encomenda de 12 aviões A350-900 à Airbus, assessorado financeiramente pelo famoso BES, que terá garantido a operação, sabendo-se hoje que TAP, entretanto, anda a deixar cair porcas por tudo quanto é sítio. 

O resultado está à vista, e sobre o mesmo, as cagarras parlamentares preferem divergir para miudezas ideológicas sem fim, como se daí viesse pão ou sossego aos portugueses.

O que nos vale mesmo é que a Europa não quer deixar que os indígenas lusitanos e a corja rendeira e devorista transformem Portugal numa ilha ferroviária, ou num novo arquipélago da Madeira a soldo de ladrões e vigaristas de toda a espécie.

Portugal tem poucas alternativas para chegar a um crescimento sustentado na ordem dos 1-2% ao ano, sem o que a probabilidade de um segundo e violentíssimo resgate será cada vez mais real.

As poucas alternativas que urge seguir com determinação e coragem:
  1. Podemos apostar e melhorar o campo das exportações de bens e serviços, faltando, porém, fazer quase tudo no setor dos serviços de valor acrescentado não associados a bansksters e rendeiros oligpolistas. 
  2. Podemos reformar o estado e torná-lo menos intrusivo, menos omnipresente, mais leve e sobretudo mais eficiente. 
  3. Podemos reduzir o poder da burocracia, das corporações profissionais e da partidocracia — através de um maior ativismo eleitoral e de redes de democracia direta bem informada. A Constituição tem que ser revista!
  4. Podemos travar o fascismo fiscal em curso e apostar numa fiscalidade competitiva. 
  5. E podemos aumentar o investimento produtivo e criar emprego em obras públicas e de parceria público-privada sobrevigiada por Bruxelas e por nós próprios. Ora é aqui que a renovação da rede ferroviária portuguesa, de modo a torná-la interoperável com as redes europeias e os portos atlânticos é uma decisão estratégica da maior importância, com desenvolvimento para mais de duas décadas, e impactos positivos na economia imediatos. O transporte coletivo de pessoas e a ferrovia são prioridades da UE. Remar contra esta maré racional vai suscitar penalizações cada vez mais fortes para quem insistir nos modelos preguiçosos e corruptos do passado. Precisamos de nos ligar ao nosso maior mercado de exportações e de turismo —Espanha— por via férrea. Será assim tão difícil de perceber? Precisamos de ligar diretamente os nossos portos atlânticos a Espanha e ao resto da Europa. É assim tão difícil de intuir? Até quando vamos aturar a corja devorista do PS, do PSD-CDS/PP, e até alguns autarcas oportunistas do PCP, neste ponto? Até quando vamos tolerar que o betão, o negócio dos carros privados e da gasolina, e os TIR, mandem e arruinem o país?
  6. E podemos, finalmente, apostar na cultura —na cultura patrimonial material e imaterial, e na cultura viva e contemporânea. Lisboa (a grande Lisboa), Porto (o grande Porto), Coimbra-Aveiro, Algarve, Açores, Madeira, precisam de um grande impulso de qualidade e quantidade cultural, precisam de apostar, de cima para baixo, mas mais ainda, de baixo para cima, nas indústrias criativas e culturais. 1% do OE? Não, 3% do Orçamento de Estado, burros!
UE começa a impor castigos sérios a quem vegeta os fundos comunitários. Ainda bem!

Portugal has two months to reply to the Commission.


Rail transport: the Commission asks PORTUGAL to fully implement EU legislation on rail interoperability

The European Commission has asked Portugal to bring its national rules in line with Directive 2008/57/EC on railway interoperability, especially as regards vehicles authorisation. The legislation aims at establishing the conditions for achieving interoperability within the European rail transport system and enabling the rail sector to compete more effectively with other transport modes. This will allow citizens to travel easily through Europa and goods to be transported on a more safe and environmental friendly transport mode. The legislation should have been in place since 19 July 2010. If Portugal fails to react satisfactorily, the Commission may refer the matter to the EU Court of Justice. The Commission opened infringement proceedings against Portugal on the matter in November 2013, and a reasoned opinion (the second stage in EU infringement proceedings) is now being sent.

[...]

Road transport: Commission requests IRELAND, PORTUGAL, SLOVENIA and the UK to implement EU rules for road charging for lorries

The European Commission has requested Ireland, Portugal, Slovenia and the United Kingdom to adopt the necessary measures for the correct application of the so-called 'Eurovignette Directive' (Directive (EU) No 2011/76). This Directive extends the scope of the European directive on road charging from the roads that are part of the TEN-T network to all motorways across Europe. It also gives Member States the option to charge heavy lorries for causing "external costs" such as pollution and noise in addition to infrastructure costs (construction, maintenance and operation of the road infrastructure). Inconsistent implementation across the EU risks resulting in legal uncertainty for hauliers. The legislation should have been in place by 13 October 2013. If Ireland, Portugal, Slovenia and the United Kingdom fail to react satisfactorily, the Commission may refer the matter to the EU Court of Justice. The Commission opened infringement proceedings against Ireland, Portugal, Slovenia and the United Kingdom on the matter in November 2013, and a reasoned opinion (the second stage in EU infringement proceedings) is now being sent. Ireland, Portugal, Slovenia and the United Kingdom have two months to reply to the Commission.

in July infringements package: main decisions / European Commission - MEMO/14/470, 10/07/2014

quinta-feira, julho 10, 2014

Novo buraco negro. Chama-se PSI-20

PSI-20 (10/7/2014, 10:13:51 WET

Pelo preço dum jantar no Bairro Alto podemos comprar o PSI 20 — ou seja, uma ação de cada uma das vinte empresas mais cotadas do índice: 54,487€


Última hora: CMVM suspende ações do BES, como neste post se previa! Recomendação: fechar a Bolsa indígena até Segunda Feira e deixar correr o marfim por essa Europa fora. Entretanto, o gabinete de crise (já existe?) que prepare o país para um segundo resgate :(

De acordo com a Teoria Geral da Relatividade, um buraco negro é uma região do espaço da qual nada, nem mesmo objetos que se movam na velocidade da luz, podem escapar. Este é o resultado da deformação do dinheiro-tempo, causada após o colapso de um banco, por uma matéria astronomicamente forte (tipo Rio-Forte) e, ao mesmo tempo, infinitamente compacta e que, logo depois, desaparecerá dando lugar ao que a Física chama de FALÊNCIA na Singularidade (o BES é, de facto, uma SINGULRIDADE), o coração de um buraco negro, onde o tempo para e o DINHEIRO esfuma-se.

Um buraco negro começa a partir de uma superfície denominada horizonte de eventos, por exemplo, o Luxemburgo, ou a Suíça, que marca a região a partir da qual não se pode mais voltar. O adjetivo negro em buraco negro deve-se ao facto deste não refletir nenhuma parte da luz que venha atingir o seu horizonte de eventos, atuando assim como se fosse um corpo negro perfeitamente falido.

Acredita-se, também, com base na mecânica quântica, que buracos negros emitam dívida, da mesma forma que os corpos negros da termodinâmica a temperaturas falidas.

Esta temperatura, entretanto, é inversamente proporcional à massa do buraco negro, de modo que observar a radiação térmica proveniente destes objetos torna-se difícil quando estes possuem massas falidas comparáveis às das estrelas.

Apesar de os buracos negros serem praticamente invisíveis, estes podem ser detectados por meio da interação com os bancos da sua vizinhança.

Um buraco negro pode, como, por exemplo, um sapo, ser localizado por meio da observação do movimento das rãs de uma dada região do espaço. Outra possibilidade da localização de buracos negros diz respeito à deteção da grande quantidade de dívida emitida quando a matéria proveniente de uma estrela angolana é aspirada para dentro do buraco negro (constelação Eduardo dos Santos), aquecendo-se a altas temperaturas.

Embora o conceito de buraco negro tenha surgido em bases teóricas, astrónomos têm identificado inúmeros candidatos a buracos negros estelares e também indícios da existência de buracos negros super falidos (constelações BCP e Banif) no centro de galáxias maciças.

Há indícios de que no centro da própria Via Láctea, nas vizinhanças de Sagitário A*, deve haver um buraco negro TIPO BES com mais de 8 mil milhões de massas solares insolventes.

Presume-se que o efeito de aspiração continue assim que os especuladores americanos acordarem, com alta probabilidade de as transações do BES virem a ser suspensas à semelhança do que esta amanhã ocorreu com os tírulos ESFG. O vendaval prossigue até amanhã... Na próxima Segunda Feira serão avaliados os estragos :(

Nota: este post tem origem num mail enviado à redação d'OAM por um dos nossos atentos observadorese analistas.

BES afunda PT, TAP, a Bolsa e o... regime

Ricardo Salgado, o líder de um império desfeito


Um maremoto chamado BES


Última hora: CMVM suspende ações do BES!
Espírito Santo Financial Group suspende negociação das ações em bolsa  - Observador/Lusa, 10-07-2014
“This ensures that in times of crisis mainly owners and creditors will contribute to solving the crisis, and not taxpayers.”
— Germany OKs plan to make creditors prop up banks, Market Watch, July 9, 2014

BES arrasta país para o vermelho! E Alemanha avisa que os bancos falidos vão ter que recorrer ao pelo do próprio cão, i.e. aos depositantes e outros credores para satisfazerem as responsabilidade principais das instituições insolventes...

Entretanto, dadas as relações parasitárias entre a Dona Branca Espírito Santo e empresas estratégicas como a PT, a TAP, Brisa e outras, o efeito dominó sobre as cotadas em Bolsa, sobre o sistema financeiro, sobre a economia e sobre o regime está em curso e é de susto. Era a isto que nos referíamos quando dissemos ironicamente que o BES convocara o último Conselho de Estado, o qual serviu basicamente para nomear a troika laranja que vai tomar conta dos cacos do bankster do regime.

Não ficará pedra sobre pedra desta teia rentista, incluindo a pedra chamada TAP e a pedra chamada ferrovia de bitola europeia (Lisboa-Madrid, Porto-Galiza, Aveiro-Salamanca) cujos desenvolvimentos estiverem sempre dependentes e foram gravemente distorcidos pelos interesses do Bloco Central da Corrupção, de que a Dona Branca Espírito Santo foi o principal pivot financeiro. Era esta Senhora que dizia ao Álvaro onde e como queria uma nova cidade aeroportuária (em Alcochete), ou que esteve embrulhada profundamente na privatização da EDP (a mesma que já conduziu à irradiação do senhor Cao Guanjing, por nepotismo...), tendo o senhor Ricardo aproveitado para comprar dois milhões de ações durante a operação, e que continua no grupo de assessores financeiros da privatização da insolvente TAP, sendo, como se sabe, um dos bancos que garantiu a operação, que será sem dúvida abortada, de compra de 12 Airbus A350-900.

Abrindo-se uma cratera neste pivot, o resto só poderá mesmo ruir em dominó.

A vigilância popular é neste momento decisiva, para impedir que os três mil milhões do buraco da TAP, e os aviões que andam a cair aos bocados (aquisições/alugueres recentes de material de terceira), sigam o seu curso suicida em direção a um estrondo monumental. Esta vigilância cívica e democrática é decisiva para forçar a retoma, de forma racional e previsível, da política ferroviária há muito acordada entre Portugal, Espanha e Bruxelas.

Quanto aos jornalistas, editores e donos da nossa indigente imprensa pedimos-lhes que façam um crash course gratuito sobre política de transportes e sobre política de energia aqui mesmo, lendo as dezenas de artigos que a nossa equipa pro bono foi tecendo honestamente e sem interesses económicos ou profissionasi envolvidos. Leiam O António Maria. Desde 2008 que alertámos para o que se iria passar se nada fosse feito.


ALERTA SOBRE A TAP


A TAP é uma das vítimas propiciatórias do Bloco Central da Corrupção, da indigência e corrupção partidárias e parlamentares do regime, e dos banksters deste país, a começar, claro, pela Dona Brana Espírito Santo.

Enquanto o senhor Salgado exigia ao Álvaro um aeroporto em Alcochete para aviões intercontinentais Airbus A380, enquanto a TAP encomendava 12 aviões Airbus A350-900, e alguns adiantados mentais exigiam uma cidade aeroportuária para os aviões Low Cost na Margem Sul —ao mesmo tempo que boicotavam por todos os meios, incluindo o uso e abuso da voz 'soprada' do senhor Miguel de Sousa Tavares, o plano ferroviário de ligação da Península Ibérica ao resto da Europa—, as Low Cost iam tomando paulatinamente conta do mercado do transporte aéreo em Portugal e no resto da Europa, fazendo do turismo, em plena crise aguda da dívida soberana, a principal indústria exportadora indígena. A própria Lufthansa decidiu recentemente apostar nos serviços aéreos Low Cost, não apenas nos voos europeus e de médio curso em geral, como nos próprios voos intercontinentais e de longo curso em geral.

Em Portugal, sob a batuta dos condottieri Monteiros, todas as decisões foram não só erradas, como potencialmente criminosas. Basta compilar o registo desde 2007 dos incidentes e cancelamentos inexplicados de voos ocorridos com aeronaves da ou ao serviço da TAP, para percebermos a gravidade do que tem vindo a acontecer:

20) TAP cancela voo Maputo-Lisboa por "questões técnicas"
Económico, 25/7/2014

19) Passageiros de voo da TAP cancelado queixam-se de falta de assistência
Lusa e PÚBLICO, 22/06/2014 - 07:52

18) Avião da Portugália voa com "problemas técnicos". Aeronave do grupo TAP partiu da cidade do Porto com destino a Milão, mas regressou ao aeroporto passada uma hora.
Correio da Manhã, 14-07-2014

17) "Explosão" em reator de avião da TAP danifica viaturas
Lusa | 14:21 Sábado, 12 de Julho de 2014
Atualização (14-7-2014, 20:39)
A aeronave acidentada, segundo comunicou a companhia, é um Airbus A330-200 (CS-TOO ‘Fernão de Magalhães’) adquirida à Airbus em 2008.
16) Avaria de avião da TAP impede passageiros de ver jogo de Portugal
TVI24, 17-06-2014

15) Avião da TAP retido ontem no aeroporto de Belém do Pará, Brasil
SIC, 09-06-2014

14) TAP afasta risco de penhora do seu avião no Brasil
Negócios, 24 Abril 2014, 16:28

13) O voo da TAP que fazia domingo a ligação Lisboa-Recife aterrissou no início da tarde de segunda-feira (10) no aeroporto dos Guararapes, na capital pernambucana.
Portugal Digital, 10-03-2014 15:45

12) Passageiro de avião da TAP retido em Milão reclama tempo de espera e falta de alternativas
SIC, 23:36 26-12-2013

11) Passageiros retidos em Zurique regressaram a Lisboa
DN, 25-12-2013

10) Avião da TAP retido em Moscovo há mais de 24 horas
SIC, 25-05-2013

09) 103 passageiros da TAP retidos em S. Tomé devem regressar a Lisboa no sábado
Lusa, 27-12-2013

08) Avião da TAP retido em Caracas faz desesperar 250 passageiros
JN 28-06-2012

07) Avaria no trem de aterragem obrigou avião da TAP a regressar a Lisboa
JN, 03-10-2011

06) Brasil: Avião da TAP aterra de emergência com avaria
Expresso/Lusa | 02-04-2011

05) Avião da TAP continua retido em Maputo
Lusa, 01-09-2010

04) Avião da TAP retido em Joanesburgo devido a avaria
TSF, 06-05-2010

03) Passageiros retidos em Roma devido a avaria em avião da TAP
Diário Digital, 08-02-2010

02) Avião da TAP retido em Kinshasa e piloto preso
DN, 01-10-2008

01) Aviação: Avião da TAP retido em Lisboa por avaria partiu 20 horas depois do previsto para a Venezuela
Expresso, 22-09-2007


Atualização: 27-07-2014, 20:40 WET

terça-feira, julho 08, 2014

Museu do Chiado ocupado numa noite de verão

Ocupação do Museu do Chiado, Lisboa (4-5/6/2014)
Foto Facebook

 

Quem se mete com meninos acorda molhado

Por ANTÓNIO CERVEIRA PINTO

Portugal
PIB per capita (2013) 15.842,2 euros
Remunerações do trabalho per capita (2013): 7.641,6 euros
Salário médio líquido (2013): 984 euros/mês; 13.776 euros/ano
Salário médio anual dos trabalhadores temporários (2013): 6.984 euros/ano
Salário mínimo (2014): 485,0/mês; 6.790 euros/ano
Pensão média da Segurança Social (2012): 4.135,1 euros/ano
Dinheiro gasto pelo museu na produção da obra e exposição de Rui Mourão: 8.000 euros (RM dixit)

A ação promovida pelo artivista Rui Mourão durante a inauguração da exposição para que foi convidado pelo Museu do Chiado (vídeo), uma entidade 100% pública, dirigida por David Santos, que para esta instituição transitou após concurso, depois de vários anos à frente do Museu do Neorrealismo, em Vila Franca de Xira, é uma típica manifestação daquilo a que poderíamos chamar a política rasca dos meninos e meninas desmioladas e mimadas de uma democracia falida.

Comportamento rasca #1: não se morde a mão de quem nos dá de comer, e se para o artivista Rui Mourão oito mil euros por uma única tarefa é poucochinho, deveria ter recusado o convite, pois haveria certamente algumas centenas de artistas desejosos de ocupar o seu lugar. Rui Mourão traíu a confiança de um jovem diretor de museu, sério e que goza de grande apreço entre a geração de artistas que sucedeu àquela que durante mais de vinte anos ocupou todos os poros institucionais da cultura contemporânea indígena, bloquenado enquanto pôde a geração que David Santos tem vindo a defender pela sua ação conhecedora e ponderada. Do ponto de vista legal, e sobretudo da decência, Rui Mourão rompeu unilateralmente um contrato e insultou a instituição que o acolheu. Se eu fosse diretor do Museu do Chiado a sua exposição teria sido imediatamente encerrada. Creio mesmo que o responsável governamental pela instituição —Jorge Barreto Xavier— não terá outra alternativa se não seguir este procedimento, sob pena de abrir caminho à transformação da arte portuguesa em mais um sindicato de artistas funcionários semi-públicos mal criados.

Comportamento rasca #2: o artivista Rui Mourão acha que o estado deve alimentá-lo a ostras e caviar, em nome da cultura, e dos direitos de dois milhões de pobres que têm o direito de ver gratuitamente as suas ocupações de museus porque, diz ele, é um contribuinte líquido. É? E já agora, quem pagará a gratuitidade dos museus se os artistas que supostamente devem criar a riqueza de que os museus se alimentam são os primeiros mandriões que fazem da caça ao orçamento, e não da arte, a sua verdadeira especialidade? Em que se distingue o artivista Rui Mourão do resto da corja rendeira, devorista e partidocrata que condena? Não foi a caça ao tesouro orçamental sobre endividado que nos trouxe até aqui?

Comportamento rasca #3: o artivista Rui Mourão poderia ter lançado a sua diatribe no público CCB, que continua a servir escandalosamente o concubinato cultural sórdido do tempo do 'socialista' José Sócrates (sem incorrer em quebra de contrato ou de confiança), ou no Centro Comercial Colombo que é da mesma Sonae que condena por financiar à sua maneira a sala onde precisamente montou o seu estendal, ou ainda no BES Arte & Finança, por razões óbvias de oportunidade. Poderia, por exemplo, dirigir uma simples carta ao 'socialista' António Costa perguntando-lhe quanto pagou ou tenciona pagar, com o dinheiro que os contribuintes de Lisboa não têm, pela coleção de design e moda do MUDE, adquirida a um único colecionador. Mas não, preferiu atacar uma instituição sem orçamento, indefesa, apunhalando pelas costas a boa fé do seu diretor. Foi mais fácil, não foi? Mas agora temos um problema novo nos museus e centros de arte do país: vai ser necessário redigir um contrato-tipo para todas as exposições que vierem depois deste ato de descarado oportunismo e carreirismo.

Rui Mourão reclama a existência de um ministro da cultura, e até ensaiou a turma ensonada que o acompanhou na sua rasquíssima performance a repetir em coro este choro tipicamente infantil e próprio de meninos e meninas mimadas para quem pensar não costuma ocupar os seus tempos livres. Saberá o artivista traiçoeiro e a turma de sindicalistas culturais que acampou no museu que os países culturalmente mais produtivos e marcantes deste planeta —Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Suíça, Áustria e Japão— não têm ministérios da cultura? Então ocupa-se um museu público para exigir um ministro da cultura? Quem vos encomendou o sermão?!

Por fim, saberão os campistas do Museu do Chiado que os cortes na cultura têm ocorrido na maioria dos países europeus com tanta ou mais virulência que em Portugal? E se sabem, ou se o artivista Rui Mourão sabe, pois até escreveu um livro, não seria razoável pensarmos todos numa discussão mais informada e mais educada sobre o assunto?

Uma leitura a propósito...

We should allow failing arts organizations to die.
A debate that began (for me) nine months ago, finally gets real at #aftacon.
By Devon Smith on Jun 15 - M

Agree or disagree: we should let arts organizations that don’t adapt die.

Arts organizations are already dying. In Detroit, in New York City, in the UK. From operas to art galleries. This is no longer an urban versus rural debate. A nonprofit versus for profit debate. A “one discipline is dying” but “others are inexplicably thriving” debate.

This is a simple acknowledgement that the industry represented by the people and organizations in this room, is in decline. And I think that not only should we allow it, we should encourage it.

Ocupação do Museu do Chiado, Lisboa (4-5/6/2014)
Foto Facebook

A arte sujeita à condição pós-moderna tornou-se um complexo industrial, de serviços e de consumo de massas — o que muda quase tudo!

Nos últimos quarenta anos, ou seja desde a década de 1970, que as sociedades industriais em fase de terciarização acelerada se deparam com um problema social novo: o desemprego estrutural causado, nomeadamente, pelo extraordinário aumento da produtividade das tecnologias e métodos de gestão. Este problema agravou-se a partir de meados dos anos oitenta do século passado, com a emergência de grandes países, sobretudo em termos demográficos, como a China, a Índia, a Nigéria e o Brasil, entre outros. Quase tudo, incluindo o design e a arte, começaram a ser produzidos nestas novas geografias a custos incomparavelmente mais baixos. Qual foi então a resposta americana e europeia a este desafio? Basta ler o premonitório livro The End of Work (1995), de Jeremy Rifkin, para o sabermos. Na realidade, os poderes políticos resolveram apostar em duas cartas: educação e formação profissional permanentes e financiamento do consumo. As distorções desta economia artificial acumularam-se paulatinamente até formarem uma bolha especulativa monumental. Desde 2006 que a bolha começou a rebentar. Já vamos em oito anos de colapso económico, financeiro, social e cultural. Porque as causas não são as que a espuma populista dos partidos da nomenclatura fazem crer aos cidadãos para lhes arrancar votos (cada vez menos, aliás), a obrigação dos intelectuais, dos cientistas e dos artistas, pela exigência livremente assumida das suas missões, é olhar para as dificuldades de uma maneira diferente, desinteressada, sem o que a metamorfose em curso será ainda mais dolorosa, e porventura mortal.

Da convocatória publicada no sítio do Museu do Chiado
Inauguração da exposição OS NOSSOS SONHOS NÃO CABEM NAS VOSSAS URNAS no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, sexta-feira, 19h.

O projeto que Rui Mourão expõe no MNAC - MC (comissariado por Emília Tavares), consiste num conjunto de videoinstalação + livro + performance.

Na inauguração será lançado o livro "Ensaio de Artivismo (vídeo e performance)" escrito por Rui Mourão (com apresentação de David Santos e um texto da curadora Emília Tavares).

A performance a realizar na inauguração contará com a colaboração do Colectivo Negativo.

"O título – OS NOSSOS SONHOS NÃO CABEM NAS VOSSAS URNAS – é uma apropriação de um slogan de protesto, repetido em cartazes levantados na Acampada do Rossio em 2011, movimento que direta ou indiretamente marcou o percurso de muitos dos atores e impulsionadores das 10 performances artivistas ocorridas em Lisboa entre 2008 e 2013 reunidas nesta vídeoinstalação, juntamente com outras tantas entrevistas realizadas e gravadas com protagonistas das ações abordadas e que relatam, na primeira pessoa, os respetivos posicionamentos e interpretações. Fruto de um trabalho de investigação de campo, acompanhando e filmando ativistas nas suas ações, esta vídeoinstalação permite esboçar uma etnografia de práticas e agentes de contestação ao nível dos chamados novos e novíssimos movimentos sociais e, simultaneamente, percecionar as analogias existentes entre as estratégias de dissensão no âmbito do protesto político no espaço público e as dissensões formais do campo artístico. São essas estratégias – artivistas – vindas do exterior do sistema institucional, que apostando na criatividade, na emoção, na comunicação e no inesperado, permitem a qualquer pessoa motivada tornar-se num ator político a ocupar a esfera pública."

Rui Mourão, in "Ensaio de Artivismo (vídeo e performance)". Lisboa: MNAC-Museu do Chiado, 2014 (no prelo).

"Rui Mourão reafirma uma postura artística que é ela também de resistência ao senso comum e da aptidão da arte contemporânea para ser um processo de compromisso social. Sobre o resultado desse processo ainda muito haverá a avaliar, mas para já, as dissensões que este trabalho expõe deixam como possibilidade a resiliência aos ditames que o sistema das artes espera dos artistas, “que operem críticas construtivas do sistema mas não ameacem as instituições públicas, as classes hierárquicas e outros legados do liberalismo burguês; que intervenham na cultura mas não pareçam agressivos ou seriamente preparados para lutar pela igualdade política.”(Lipovetsky, Gilles, Serroy, Jean, L’Esthétisation du Monde: vivre à l’âge du capitalisme artiste. Paris: Gallimard, 2013, p. 435)"

Emília Tavares, in "Ensaio de Artivismo (vídeo e performance)". Lisboa: MNAC-Museu do Chiado, 2014 (no prelo).

A exposição estará patente até dia 28 de setembro, 2014. Terça a domingo, 10 - 18h.

Ver link do museu

Ocupação do Museu do Chiado, Lisboa (4-5/6/2014)
Foto Facebook

Post scriptum

A quebra de confiança protagonizada pelo artivista Rui Mourão, além de favorecer objetivamente aqueles que arruinaram o país e asfixiaram a disseminação da cultura portuguesa no mundo (tal a insistência em tentar demonstrar que apenas tínhamos dois artistas medíocres e oportunistas: Sarmento e Cabrita Reis), é o exemplo de uma ação inqualificável de promoção pessoal, sobretudo para consumo externo, numa tentativa desesperada de furar o bloqueio referido. Confundir exibicionismo e oportunismo mediático a qualquer preço com arte é um caminho hoje muito trilhado, típico de uma cultura propagandística que corre atrás da notícia e mais recentemente dos LIKES. No entanto, à medida que o tempo dos média se torna circular, e uma nova instância do eterno retorno regressa, a decantação recomeça: GARBAGE IN/ GARBAGE OUT.

Atualização: 9/7/2014, 11:01

sexta-feira, julho 04, 2014

Renegociar as dívidas soberanas, disse ela...


A esquerda piedosa é uma esquerda de burocratas oportunistas


Nunca a 'esquerda' foi tão oportunista e objetivamente acólita do odiado FMI como hoje. Tudo o que Louçã, Jerónimo de Sousa, Seguro e Costa reclamam como medidas justas e populares faz parte do programa de ação em curso e protagonizado por Christine Lagarde. A expropriação dos fundos de pensões, da poupança, do fruto do trabalho e dos rendimentos do capital caminha alegremente para uma espécie de fascismo fiscal cujo fim será inevitavelmente trágico. O casulo do monstro e do novo fascismo por vir chama-se taxas de juro negativas e prolongamento perpétuo das maturidades das dívidas soberanas. O principal beneficiário deste holocausto financeiro é a burocracia e os seus partidos.

“Socialism is no longer to help the poor against the rich, but to help the government against the people”— Martin Amstrong.

A agenda comunista e socialista no que toca aos ataques à propriedade privada e às poupanças perdeu oportunidade para a própria lógica dos grandes monstros que são os estados. Estando estes falidos até ao tutano, a alternativa que têm é sempre a mesma, roubar um estado vizinho, e quando não conseguem fazê-lo, assaltar os próprios súbditos, comer os próprios filhos! Daí que Louçã, Jerónimo de Sousa e António José Seguro estejam, desta vez, um passo ou dois atrás da realidade.

É por isto mesmo que Victor Bento e Passos Coelho puderam ontem explicar aos restantes conselheiros de estado que a famosa reestruturação da dívida, reclamada pelo quadrado Louçã, pelo simpático Jerónimo e pelo atordoado Seguro, antes de ser uma reivindicação da esquerda populista indígena, é um dictat do FMI!

Já escrevemos várias vezes sobre isto, mas é preciso insistir...

“The distinction between external debt and domestic debt can be quite important. Domestic debt issued in domestic currency typically offers a far wider range of partial default options than does foreign currency–denominated external debt. Financial repression has already been mentioned; governments can stuff debt into local pension funds and insurance companies, forcing them through regulation to accept far lower rates of return than they might otherwise demand.”

id/Page 8 (IMF-Sovereign-Debt-Crisis)
[...]

In January 2014, the Bundesbank joined the IMF project focusing on a “wealth tax”. In its monthly report they had announced: “In the exceptional situation of an imminent state bankruptcy a one-time capital levy could but cheaper cut than the then still relevant options” if higher taxes or drastic limitations of government spending did not meet or could not be implemented.

In the latest June 2014 working paper of the IMF, they have set forth yet another scheme – extending maturity. So you bought a 2 year note? Well, the IMF possible solution would be to simply extend the maturity. Your 2 year note now become 20 year bond. They do not default, you just can never redeem.
Possible remedy. The preliminary ideas in this paper would introduce greater flexibility  into the 2002 framework by providing the Fund with a broader range of potential policy responses in the context of sovereign debt distress, while addressing the concerns that  motivated the 2002 framework. Specifically, in circumstances where a member has lost  market access and debt is considered sustainable, but not with high probability, the Fund would be able to provide exceptional access on the basis of a debt operation that involves an extension of maturities (normally without any reduction of principal or interest). Such a “reprofiling” operation, coupled with the implementation of a credible adjustment program, would be designed to improve the prospect of securing sustainability and regaining market access, without having to meet the criterion of restoring debt sustainability with high probability.

(THE FUND’S LENDING FRAMEWORK AND SOVEREIGN June 2014)

in “Christine Lagarde – The Most Dangerous Woman in the World – IMF Advocates Taking Pensions & Extending Maturities of Gov’t Debt to Prevent Redemption”.
By Martin Armstrong, June 28, 2014, Precious Metals.

A intenção incialmente declarada pela chefe do FMI visava sobretudo atacar o monstro dos derivados e a especulaçao financeira fora de controlo. Por isso apoiámos a sua candidatura ao cargo. Mas volvidos três anos de dura e interminável crise, registamos esta deriva burocrática extremamente perigosa por parte de sucessivos estudos da instituição.

Em Portugal a deriva autoritária do ministério das finanças —forçada em parte pelos partidos, pela burocracia de estado e pelo pseudo tribunal constitucional— já aponta na direção destes estudos do FMI. Enquanto houver um cinto de segurança chamado BCE, a coisa talvez se aguente, apesar das injustiças e do sofrimento causado. Mas quando o BCE se vir abraços com grandes problemas de insolvência, por exemplo, em França, ou numa cascata de falências de estado na banda oriental do UE, e deixar de poder atender ao caso português, a probabilidade de vermos irromper uma guerra civil no nosso país é maior do que muitos creem.

Post scriptum

O FMI recomendou sempre que Portugal renegociasse os ruinosos contratos PPP, e que reduzisse as rendas excessivas, nomeadmente dos piratas da EDP (que andaram a fazer inside trading com o Ricardinho do BES e os homens da mala do PSD!) Nisto, coincidimos sempre com a posição do FMI na Troika. Mas a crise das dívidas soberanas parece estar fora de controlo. Daí a ideia, ventilada pelos gabinetes de estudo do FMI, de uma taxa única de 10% sobre a riqueza das pessoas e empresas europeias (ou até de todo o mundo que faz parte da OMC e do FMI). Aparentemente é uma coisa boa e  justa, mas a verdade é que, a ser aplicada universalmente, em vez de outras especificamente dirigidas à especulação ociosa dos hedge funds, aos contratos de derivados especulativos OTC, e ao despesismo das burocracias alimenntadas por impostos, uma tal medida acabaria por transformar-se numa expropriação em massa das poupanças e rendimentos legítimos das pessoas e das empresas não escondidas em paraísos fiscais, a somar à expropriação fiscal fascista já em curso em vários países, beneficiando outra vez as burocracias partidárias instaladas e os 1% de sempre. A ideia é, como se vê, péssima! Em vez desta expropriação, que condenamos e contra a qual devemos lutar, é necessário e urgente estudar um mecanismo de eliminação recíproca das dívidas à escala global, condicionando porém esta espécie de Jubileu das dívidas a profundas reformas das administrações e orçamentos públicos, sistemas bancários e financeiros, e instaurando uma política de preços, rendimentos e concorrência justa e equilibrada, à escala regional e global. O mundo é só um. Os paradigmas da mentira sistémica deixaram de funcionar. Ou mudamos, ou entramos todos numa corrida de lémures em direção ao precipício.

Atualização: 5/6/2014, 10:39

quarta-feira, julho 02, 2014

O fascismo fiscal não passará!

O confisco realizado pelo estado em nome da Via Verde é um crime partilhado entre o estado pirata que temos e os rendeiros do regime—cortesia do governo socratino que arruinou o país

 
Fisco com acesso rápido à base de dados das contas bancárias
02 Julho 2014, 00:01, Jornal de Negócios

Dados de contribuintes investigados vão passar a ser transmitidos ao Fisco directamente e por um processo informático mais rápido do que o actual. Objectivo é acelerar inspecções e penhoras.

A Autoridade Tributária e Aduaneira vai passar a ter um acesso directo à informação constante na base de dados de contas do Banco de Portugal, passando a receber os dados "preferencialmente por via electrónica". ...

Mais rápido ainda?! O princípio 'primeiro paga, depois contesta, depois acerta, etc.' é ilegítimo. Ainda por cima quando é escandalosamente evidente que tal terrorismo (que dirão os sindicalistas do TC?) não se aplica a banksters, nem aos políticos de topo. Sarkozy foi ontem detido por suspeitas de financiamento ilegal das suas campanhas. Por cá, os piratas banqueiros pavoneiam-se pelas televisões, pelos jornais, pelas receções palacianas, e convocam Conselhos de Estado!

Portugal caminha rapidamente para o FASCISMO FISCAL, cortesia da irresponsável, populista e corrupta partidocracia que temos. Está em curso um assalto à propriedade e à poupança dos portugueses, em nome dos privilégios dos rendeiros (banksters e companhia), devoristas (as pandilhas do avental e das corporações salazaristas recauchutadas e expandidas) e partidocratas.

Esta corja ainda não entendeu que depois do colonialismo que felizmente acabou, e deppis do maná comunitário, vai mesmo ter que mudar de vida, pois o FASCISMO FISCAL NÃO PASSARÁ!

PS: ou muito me engano, ou vamos precisar de um novo resgate em 2016-2017. Até lá, se a partidocracia continuar na mesma, isto é, sem tocar em nada do que é essencial, e prosseguir a sua sanha fascista contra a propriedade privada e a poupança dos portugueses, subserviente como até agora, dos insolventes e criminosos banqueiros que temos, haverá mais do que espaço eleitoral e oportunidade para criar um grande partido político da decência democrática, da solidariedade efetiva e da liberdade. Marinho Pinto faz bem ao falar pouco e esperar para ver. Mas haverá certamente outros e imprevisíveis alternativas ao lodaçal do regime falido e clpetocrata em que se transformou Portugal.

António José Seguro, e quem o ajuda, têm uma excelente oportunidade para fazer do PS um partido diferente e apontar caminhos de salvação para esta democracia profundamente doente e corrompida. Se, no entanto, AJS perder tempo com retóricas maniqueístas e continuar colado aos banksters e rendeiros do regime, afogar-se-à com o resto da corja devorista. Mas, como se sabe, o poder tem horror ao vazio...

terça-feira, julho 01, 2014

Portugueses financiam a dívida da EDP

Lisboa tem a eletricidade mais cara da Europa depois de Berlim


Lisboa tem a eletricidade mais cara da Europa depois de Berlim, em paridade do poder de compra (PPS). Isto deve-se exclusivamente à desastrosa política energética do governo de José Sócrates, António Costa e similares, e à continuação da promiscuidade entre os governantes indígenas e os crápulas da EDP — uma empresa sobre endividada depois de ter engolido um negócio ruinoso que lhe foi impingido pela Goldman Sachs. Carlos Moedas, 'ex-empregado' da Goldman e assessore de pedro Pasos Coelho, e José Luís Arnaut, o novo boy indígena ao serviço da Goldman Sachs, são obviamente capachos desta expropriação ilegal da riqueza nacional. Não é uma questão de pintelhos!

segunda-feira, junho 30, 2014

Seguro desafia Conselho de Estado

António José Seguro publicou ontem, Domingo, no Facebook:


“A reunião do Conselho de Estado, esta quinta-feira, é oportuna e desejo que seja útil.
Recordo que eu próprio defendi a convocação do Conselho de Estado quando o Tribunal Constitucional decretou o chumbo de três normas do OE. Acrescem às inconstitucionalidades o aumento da dívida pública, a prossecução do programa de empobrecimento levado a cabo pelo Governo e a necessidade de o nosso país tomar decisões que terão consequências na próxima legislatura.
Desejo que a reunião seja útil. Entendo que é urgente estabelecer um consenso nacional em torno da renegociação das condições de pagamento da nossa dívida. Só o Governo se exclui deste consenso. Se na reunião do Conselho de Estado conseguirmos que o Primeiro Ministro compreenda a importância desta decisão para aliviarmos os sacrifícios dos portugueses então a reunião terá uma grande utilidade para o nosso futuro colectivo.”

Eu creio que o Conselho de Estado foi convocado pelo BES — ver o post mais lido dos últimos sete dias neste blogue. Mas depois do conclave veremos, se sim, ou se não, foi a crise do BES que precipitou Cavaco. Seja como for, é necessário renegociar as PPP, a melhor via e a mais pragmática para aliviar o fardo da dívida pública, de hoje e das próximas gerações!

domingo, junho 29, 2014

O monstro

O Leviatã de Hobbes ao virar da esquina desta crise?

Do monstro da dívida ao monstro Estado


O Leviatã de Hobbes é a imposição do estado totalitário a uma sociedade dividida e incapaz de autogovernar-se democraticamente. O famoso monstro da dívida de que falava Cavaco Silva quando os primeiros sinais de um processo de endividamento incontrolado foram conhecidos, poderá estar já em plena metamorfose kafkiana. Desta mudança de estado poderá resultar uma nova burocracia totalitária, ainda que disfarçada e protegida pela separação entre o mundo real —cada vez mais pobre e estagnado— e o mundo da nova cultura virtual em rápida ascensão —onde a ilusão de democracia, de riqueza e de satisfação será atingida a várias dimensões, com forte predominância dos estímulos visuais, sinestésicos e fantasmáticos.

Sob o pretexto de atacar os ricos e os banqueiros, certamente responsáveis por uma parte do desastre em curso, os governos e os seus bancos centrais, burocracias e forças pretorianas estão obviamente tentados, se não já totalmente comprometidos, com uma estratégia de diversão em massa cujo objetivo é a imposição de uma espécie de capitalismo de estado à escala global, totalitário, e em última análise destinado a controlar a transição das sociedades de crescimento inflacionista acelerado para um novo tipo de sociedades de crescimento moderado (2-3%), ou semi-estagnadas e pautadas por um crescimento material escasso e lento —entre 0,1 e 0,2% (D H Fischer (1996), Thomas Piketty (2014)—, acompanhadas eventualmente por uma espécie de realidade aumentada capaz de gerar novos géneros de satisfação individual e coletiva, globais e instantâneas. Bem vindos, finalmente, ao Admirável Mundo Novo!

Não será, pois, por acaso, que as lutas intestinas no seio dos partidos —de que a tentativa de remoção estalinista da atual direção do PS desencadeada por Mário Soares e pelas suas tropas de avental é um vergonhoso exemplo— tenderão a vir ao de cima nos tempos mais próximos, assim como a emergência de movimentos populistas anti-partidários. Todos pretendem, no fundo, o mesmo: cavalgar o longo período de empobrecimento e desigualdade que se aproxima.

Marinho e Pinto "O dinheiro que dão aos eurodeputados é chocante"

Marinho e Pinto, em conversa com o jornal i, denunciou o dinheiro que é dado aos eurodeputados, no Parlamento Europeu, chegando mesmo a afirmar que se vive uma situação "aberrante", pois está a gastar-se o dinheiro dos contribuintes.

O atual cabeça-de-lista do Partido da Terra (MPT) revela que é demasiado dinheiro e para “os deputados oriundos de países como o meu, onde parte do povo pede esmolas e pessoas não saem porque não têm onde trabalhar, chegar e ver as disponibilidades financeiras... há qualquer coisa de errado”, denuncia.

Por Notícias Ao Minuto | 08:32 - 28 de Junho de 2014
European deputies award themselves a generous Christmas bonus
By Stefan Steinberg
20 December 2010

European parliamentary deputies awarded themselves a handsome Christmas bonus earlier this month. Members of the European parliament (MEPs) voted in favour of a 2 percent pay rise backdated to the middle of last year. In addition MEPS also agreed a 2.3 percent increase in their allowances. This means that all of the 736 deputies in the European parliament will receive a New Year’s lump-sum gift of over £5,400 [US$8,378] in addition to their regular salaries and expenses.

The increase in pay and allowances raises the net personal income of each deputy in 2011 to more than £170,000. This total combines an annual salary for MEPs of £80,829, plus the sum of £90,876 in “daily subsistence” and “general expenditure” expenses. It means the daily allowance for MEPs will go up from €297 to €304. MEPS are not required to provide any receipts or proof of expenditure for their allowances. MEPs can of course earn far more than £170,000 and are entitled to draw additional wages from other sources of work such as consultancy, legal services, etc.

Published by the International Committee of the Fourth International (ICFI). World Socialist Web Site.

A regra: "38.5% of a European Court judge's salary" deu nisto: os deputados europeus ganham mais de 7300 euros x 14 meses = 103,580 euros/ano. Fora as ajudas de custo, que superam os 113 mil euros/ano. Fora a segunda pensão de reforma que muitos deputados auferem, a cargo de um fundo de pensões próprio, mas cujo financiamento recai em 2/3 sobre os cidadãos europeus. Fora a proteção fiscal inadmissível de que beneficiam relativamente aos demais cidadãos europeus que pagam impostos. Fora as mordomias, invisíveis na folha de pagamentos, mas quem têm impacto evidente no orçamento familiar. Fora a corrupção!

A realidade destas cifras não é demagogia, nem populismo. É simplesmente a prova de que as burocracias são uma espécie de cancro social que cresce sem controlo. A riqueza produzida já não chega para tanto Pão de Ló, nem em Portugal, nem na Europa, nem em nenhuma outra parte do planeta. A oferta agregada mundial já não consegue satisfazer a procura agregada mundial. Daí a inflação dos preços da energia e dos bens alimentares. Daí o endividamento público e privado crescente e catastrófico. Só a dívida total dos Estados Unidos é praticamente a mesma do PIB líquido mundial. Se isto não bastasse para nos tirar o sono, pense-se no que poderá advir do mercado financeiro especulativo, quando é sabido que o valor nocional dos contratos de derivados OTC equivale a quase 10x o PIB mundial.

Notional amounts increased substantially in the first half of 2013, up from $633 trillion at end-2012. The increase was driven in part by a further shift towards clearing through central counterparties (CCPs). When contracts are cleared through CCPs, notional amounts reported for the BIS's surveys increase because one contract becomes two.

OTC derivatives statistics as at end-June 2013
BIS,  November 2013

A austeridade e o austericídio tornaram-se porventura inevitáveis, pois na realidade são o resultado de as elites mundiais (financeiras, industriais, intelectuais e partidárias) terem enfiado a cabeça na areia durante as últimas três décadas, enquanto os rendeiros, piratas e devoristas de todo o mundo se dedicaram e continuam a dedicar a sacar o máximo que conseguiram e conseguem de um pote cada vez menos generoso para a generalidade dos cidadãos. O business as usual prossegue, não só entre os especuladores do costume, mas também, de forma cada vez menos aceitável por parte dos eleitorados, entre as burocracias sindicais e estados maiores partidários tradicionais. Admiram-se depois que o populismo cresça na Europa, e por esse mundo fora. Estas aristocracias e nomenclaturas nepotistas não percebem, porque não querem perceber, que o seu futuro está tão ameaçado como o daqueles milhões que, desde 2006-2008, começaram a ser literalmente expropriados dos seus haveres, das suas poupanças e do seu futuro.

Mas acabarão por perceber. É só uma questão de tempo...

Civil Unrest Is Rising Everywhere: "This Won't End Pretty"

The Guardian reported that some 50,000 people marched in London to protest against austerity. They cried: “Who is really responsible for the mess this country is in? Is it the Polish fruit pickers or the Nigerian nurses? Or is it the bankers who plunged it into economic disaster – or the tax avoiders? It is selective anger.”

The exploitation by the bankers has been really a disaster. They have been their own worst enemy and in the end, they have become the symbol that inspires class warfare if not revolution. They are not the representatives of those who produce jobs. They are merely those who wanted to trade with other people’s money for free. When they win, it is their’s, but any losses are passed to the taxpayers. Bankers should be bankers – not hedge fund managers who keep 100% of the profits using other people’s savings.

Martin Armstrong Warns Civil Unrest Is Rising Everywhere: "This Won't End Pretty". Submitted by Tyler Durden on 06/28/2014 14:40 -0400. ZeroHedge

sexta-feira, junho 27, 2014

BES convoca Conselho de Estado


Sistema partidário sem banca: o fim de um regime e o começo de outro


Tudo começou a rolar muito depressa no dia 22 de maio último, quando a Reuters divulgou que o Luxemburgo começara a investigar irregularidades graves do Grupo Espírito Santo (GES) numa das suas empresas no Luxemburgo, detetadas numa auditoria da KPMG realizada a pedido do Banco de Portugal e divulgada no dia 20 de maio passado.

Em causa estão irregularidades nas contas da Espírito Santo International, que foram detetadas numa auditoria realizada pela KPMG a pedido do Banco de Portugal, informação que foi divulgada na noite de terça-feira no prospeto de aumento de capital do Banco Espírito Santo. A ES International é uma holding de topo na estrutura do império Espírito Santo, que concentra as participações na área financeira (o BES) e na área não financeira (a Rio Forte) — Expresso, 22.05.2014
(Reuters, 27-06-2014) - Luxembourg justice authorities have launched an investigation into three holding companies of Portugal's Espirito Santo banking family, the biggest shareholder in Portugal's largest listed bank which bears their name, a spokesman for the authorities said on Friday.

The three companies - Espirito Santo International SA, Espirito Santo Control SA and Espirito Santo Financial Group SA - are all holding companies in a complicated, cascading ownership structure by the family.

Banco Espirito Santo (BES) warned last month of "material irregularities" at one of the companies, Espirito Santo International.

The spokesman for Luxembourg's justice authorities said the investigation was launched on May 22 over alleged breaches of company law. He declined to give any further details about the investigation.
Recorde-se, porém, que já em 29 de março deste ano o Expresso revelava que a auditoria do Banco de Portugal à ESI detetara insuficiências financeiras na ordem dos 2,5 mil milhões de euros.
Possível extinção da Bespar torna BES "opável"Expresso, 8:43 Sábado, 29 de março de 2014

A auditoria à ESI, com sede em Luxemburgo, revela que esta tem insuficiências financeiras que podem ascender a 2,5 mil milhões de euros. O relatório final da auditoria do Banco de Portugal encomendada à  KPMG será entregue a 1 de abril, apurou o Expresso. As conclusões desta poderão trazer novas exigências ao grupo.

A situação é hoje clara: o grupo financeiro Espírito Santo está numa clara situação de insolvência, e começou a ruir às claras diante de todo o mundo no dia em que Ricardo Salgado tentou sucessivamente e sem sucesso um financiamento de urgência, no valor de 2.500 milhões de euros, junto dos governos português e angolano.

A abébia que o Banco de Portugal lhe dera há cerca de um mês, autorizando um empréstimo do BES, no valor de 100 milhões de euros, ao insolvente Rio Forte, uma das holdings do GES, foi apenas uma tentativa desesperada de impedir que o dique GES desabasse em plena operação de aumento de capital do BES.

O dique, entretanto, cedeu depois de Maria Luís Albuquerque, Pedro Passos Coelho e José Eduardo dos Santos terem recusado atirar dinheiro para um buraco negro que, soube-se hoje por uma nota do BPI citada pela Reuters (ler notícia no Dinheiro Vivo), andará pelos 7.300 milhões de euros.

“...de acordo com fontes da imprensa, a ESI tem entre 2.000 e 2.500 milhões de euros de ‘book value’ negativo e a dívida total do GES está nos 7.300 milhões de euros”.

Para agravar este colapso irremediável soube-se ainda que a PT decidiu, sem consultar 90% dos seus acionistas, ajudar um dos seus sócios comprando 900 milhões de euros de papel comercial ao insolvente Rio Forte. Resultado: as ações do BES fecharam hoje a cair 11,43%, as do ESFG cairam 18,51%, as da Portugal Telecom, 5,64%, e o PSI20 1,65%.

Entretanto Cavaco Silva convocou ontem o Conselho de Estado para o dia 3 de julho. Até lá iremos assistir a uma verdadeira derrocada bolsista da Senhora Dona Branca Espírito Santo e Comercial de Lisboa


Apesar dos motivos oficialmente invocados, parece evidente que quem convocou de facto o Conselho de Estado foi o GES, ou melhor, a implosão acelerada do banqueiro do regime. Ninguém sabe que parte do BES poderá vir a ser engolida pela implosão do grupo. Ninguém sabe, aliás, muitas coisa, nomeadamente sobre os fundos de capitalização do grupo, sobre submarinos, herdades, aeroportos, campanhas eleitorais, e muito mais. Mas sabe-se, isso sim, que o sistema partidário indígena está neste momento em estado de choque, a começar pelo CDS, que tentou in extremis levar Pedro Passos Coelho a usar dinheiro da Troika, via CGD e BCP, para acudir à família Espírito Santo sem lhe exigir, como vem estabelecido nas regras da Troika, a abertura do baú das contas.

Como escrevemos a 20 de junho, o colapso do BES pode arrastar o regime para uma crise sem precedentes!

A promiscuidade entre alguns banqueiros indígenas e a partidocracia que capturou o regime foi a base de uma estabilidade democrática ilusória, sustentada por uma desastrosa alocação de recursos financeiros importados, pelo consequente processo de endividamento que nos levou até à pré-bancarrota, e pela corrupção pandémica do regime e do país.

No entanto, depois da implosão do BPN e do BPP, da redução a cêntimos do BCP e Banif, e do grande estouro em curso do BES-GES, a base oculta, mas até agora decisiva, do nosso sistema partidário e do nosso regime pseudo-constitucinal ruíu.

Os principais responsáveis políticos e financeiros da tragédia que se abateu sobre o país tentam ainda e desesperadamente agarrar-se aos destroços do navio Portugal, em nome dos vícios que não conseguem abandonar. Mas o mais provável é que tenham um dia destes que responder em tribunal pelo mal que fizeram.

Neste sentido, Pedro Passos Coelho e António José Seguro—e esperemos que António Guterres, ou até Rui Rio— são a porta estreita que se entreabre entre um passado que não consegue e sobretudo não pode voltar, e um futuro incerto, mas de rigor e esperança que falta e é urgente construir.

Quem nos trouxe até a este buraco merece a mão pesada da Justiça. Se a indígena por corrupta, se não servir, que venham os tribunais europeus recolocar este país nos carris!


PS: vale a pena ouvir o que disse José Gomes Ferreira na SIC sobre a crise no BES.

E ainda o que disse Ana Gomes sobre o BES-GES (Youtube):
Ana Gomes desanca o BES Caso BPN foi um sucesso, BES queria repetir a façanha.

No Conselho Superior da Antena 1 desta manhã, Ana Gomes diz compreender "o esforço de tantos comentadores, sabichões e economistas em tentar isolar e salvar do lamaçal o BES, o maior e um dos mais antigos bancos portugueses, que emprega muita gente e ninguém quer ver falido e nacionalizado, mas a verdade é que o GES está para o BES como a SLN para o BPN".
Segundo a eurodeputada socialista, o "banco foi e é instrumento da atividade criminosa do grupo". "Se o BES é demasiado grande para falir, ninguém, chame-se Salgado ou Espírito Santo, pode ser demasiado santo para não ir preso", sublinha.

"Nem os empregados do BES, nem as Donas Inércias, nem os Cristianos Ronaldos se safam se o Banco de Portugal, a CMVM, a PGR e o Governo continuarem a meter a cabeça na areia, não agindo contra o banqueiro Ricardo Salgado e seus acólitos, continuando a garantir impunidade à grande criminalidade financeira, e não só, à solta no Grupo Espírito Santo", alerta.

Ouvida pelo jornalista Luís Soares, Ana Gomes recorda como começaram a ser investigadas as contas do grupo e afirma que o líder do BES, Ricardo Salgado, dizia não querer financiamento do resgate "para não ter que abrir as contas do grupo à supervisão do Estado, esse Estado na mão de governantes tão atreitos a recorrer ao GES/BES para contratos ruinosos contra o próprio Estado".

Para além de acusar Ricardo Salgado de tentar "paralisar as tentativas de investigação judicial" em vários casos -- como o dos submarinos, Furacão ou Monte Branco --, Ana Gomes argumenta que a mudança das regras da supervisão bancária a nível europeu "obrigou o Banco de Portugal a analisar as contas do GES/BES a contragosto e com muito jeitinho".

A eurodeputada socialista critica a escolha da consultora PMG -- "uma empresa farta de ser condenada e multada nos Estados Unidos, no Reino Unido e noutros países por violação dos deveres de auditoria e outros crimes financeiros" e que "foi contratada pelo BES desde 2004, pelo menos, para lhe fazer auditoria" --, só que "a borrasca era tão grossa que nem a PMG se podia dar ao luxo de a encobrir".

Finalmente, mais estas três peças vídeo sobre o ainda maior banco privado português:
Octávio Teixeira analisa a situação no BES e a execução orçamental — SIC-N, 25/6/2014.
Editor de Economia da TVI explica importância do BES no sistema bancário português exibindo alguns gráficos sugestivos — Público/TVI, 20-06-2014

O fim da era Ricardo Salgado, cujo grupo deveu o seu rápido crescimento pós reprivatização à canalização de uma parte substancial dos fundos comunitários para as suas áreas de negócio, cortesia dos políticos que sempre soube trazer no bolso — Diário Económico, 20-06-2014

Última atualização: 29 jun 2014, 15:44

quarta-feira, junho 25, 2014

A resposta que Sócrates, Costa e os 'notáveis' do PS precisavam de ouvir

Luiz Carvalho: “Consta que este capanga a usar da força em Ermesinde trabalha na CML. É verdade Duarte Moral?”

Transcrição da resposta de quatro militantes do PS às preocupações de Jorge Sampaio, Manuel Alegre, Vera Jardim e Almeida Santos


Foi com alguma surpresa que na passada sexta-feira lemos em dois jornais, “Público” e i, que quatro notáveis militantes do Partido Socialista – Jorge Sampaio, Manuel Alegre, Vera Jardim e Almeida Santos – tomaram uma posição pública na actual contenda partidária do PS, pedindo urgência na solução do diferendo, posição que, intencionalmente ou não, é nas actuais circunstâncias favorável à candidatura de António Costa, mas dizendo, apesar de tudo, o que deveria ser para todos óbvio: “um partido não existe para si mesmo” e que “a prioridade é sempre Portugal”.

É esta frase óbvia que nos obriga a publicar este texto. Porque dificilmente haveria um outro tempo em que a frase tivesse tido maior oportunidade em ser usada do que durante os seis trágicos anos do descalabro económico, financeiro e social, que foi a governação de José Sócrates. Infelizmente, estas quatro relevantes personalidades do Partido Socialista mantiveram-se quase sempre caladas durante esse período, ou pior, colaboraram com as diatribes do então secretário-geral e primeiro-ministro, incluindo actos pouco democráticos, como alguns dos protagonizados pelo Dr. Almeida Santos. Nesse período sempre verificámos com angústia, como certamente muitos outros portugueses e socialistas, que o interesse nacional andou a reboque dos interesses partidários do grupo no poder, sem que isso tivesse conduzido a uma posição tão relevante como a que agora foi tornada pública.

Temos a plena consciência de que esta nossa tomada de posição é impopular em muitos sectores, fora e dentro do PS, na justa medida em que nos habituámos a venerar acriticamente os nossos maiores, aqueles que com maior ou menor razão e justiça se guindaram ao topo do poder político em Portugal. Fazemo-lo porque, como alguns outros socialistas, ganhámos esse direito durante esses seis anos, porque como militantes socialistas fomos ignorados nas nossas críticas, frequentemente vilipendiados, apenas por denunciar os erros, os jogos de interesses e os estragos que a governação do PS estava a infligir a Portugal. Escrevemos dezenas de textos, participámos em dezenas de programas de rádio e de televisão e, como alguns outros, sofremos o silêncio cúmplice de quem tinha a obrigação e o poder de evitar que o PS conduzisse Portugal para os braços da dependência internacional e para o sacrifício de milhões de portugueses.

Sejamos sérios, o actual governo de maioria PSD/CDS é um mau governo, que não sabe ou não quer evitar mais sacrifícios aos portugueses, mas não foi este Governo que preparou o terreno para os cortes salariais, para as privatizações feitas sem critério e para o descrédito das instituições. Fomos nós socialistas que o fizemos e quanto mais rapidamente o compreendermos melhor será para o PS e para Portugal. Inversamente, fazer voltar ao poder político os mesmos que no PS conduziram Portugal para o desastre, é um crime contra a Nação Portuguesa e um ultraje aos princípios e valores do Partido Socialista.

Lisboa, 24 de Junho de 2014

António Gomes Marques
Henrique Neto
Joaquim Ventura Leite
Rómulo Machado