A um passo de virar o país!
“Se o Governo quiser desertar o PSD assumirá as suas responsabilidades”, disse Passos depois de apresentar ao parlamento do partido as seis condições que impõe para que os 81 deputados social-democratas se abstenham na votação de 29 de Outubro. _ in Económico.
Parece que as coisas se encaminham para um beco com saída, ainda que estreita, ao contrário do beco sem nenhuma saída para onde a borra e a bosta desta democracia degenerada queriam levar-nos ao som do papão do FMI. O FMI só cá entra se o chamarem, e de facto, o que a malta que andou a roubar ou a dormir na forma e agora acordou queria era que Sócrates chamasse o FMI e depois atirasse as culpas para o recém chegado líder do PSD, com os capacetes do PCP e do Bloco de Esquerda a abanarem que sim, e a voz cava do poeta Alegre a proclamar cacafonias sem rima, nem prosódia, nem lógica, nem nada. O jota Passos de Coelho parece que me ouviu. Que os deuses de Camões protejam o audaz!
Não sei se já repararam nisto: o país está literalmente a saque, e a toda a velocidade! É preciso estancar a hemorragia quanto antes, dando sinais imediatos à comunidade que o Estado, depois de recomposto, perseguirá os criminosos, sem cerimónias, metendo na prisão, por muitos e bons anos, quem se apropriou indevidamente dos bens colectivos e se preparava para entregar o país aos credores. Os militares não precisam de intervir. Basta que façam saber que não serão usados para defender ladrões.
A Esquerda que um dia também foi minha morreu. Morreu de cobiça, de oportunismo, de corrupção, e sobretudo de uma enorme estupidez e incultura profunda. Pareceram um dia novos ricos. E foram mesmo ricos, não porque trabalharam no duro, mas antes por terem sabido apropriar-se do bem comum. A partidocracia abriu assim, desta forma canina, caminho à instalação de uma verdadeira cleptocracia burocrática, em tudo semelhante à dos antigos países soviéticos. É preciso parar esta hemorragia suicida.
O preço de adiar o que tem que ser feito agora, dando mais um balão de oxigénio às carraças do orçamento, seria altíssimo. Ainda há umas horas escrevi isto no Facebook:
As classes médias revoltar-se-ão inexoravelmente no momento em que os jovens sem emprego deixarem de poder contar com a mesada dos pais, e passarem, pelo contrário, a ter que contribuir para as despesas domésticas comuns. 50% dos rapazes com menos de 35 anos vivem ainda em casa dos pais; e 1/3 das raparigas estão na mesma situação! É esta combinação explosiva que varrerá do actual regime cleptocrata a corja de bovinos imbecis ou corruptos que capturou o país, o descarnou, e agora se prepara para entregar os ossos aos credores. A partidocracia foi, percebemos todos agora, o instrumento dessa cleptocracia que nos últimos meses vem jorrando sobre os portugueses toda a sua arrogância mórbida e aparente impunidade. Tenho poucas ilusões sobre o desfecho da actual pugna orçamental, e sobre o comportamento do jota Passos de Coelho, mas apesar de tudo desejaria que pudesse acontecer doutro modo. Se não for possível, paciência, lá teremos que exigir uma revolução política a sério. E como é óbvio essa revolução a sério não será feita pelas carcaças carcomidas do estalinismo, ou do trotskysmo universitário que por aí andam.Afinal, nem tudo está decidido ainda. Passos de Coelho poderá mesmo vir a ser promovido, por este blogger ordinário e mal disposto, a Pedro Passos Coelho, futuro primeiro ministro deste país desgraçado. Ele está, depois do que ele disse esta noite, à saída do Conselho Nacional do PSD, a um passo de enviar Sócrates e Cavaco às urtigas!
Eu e muitos portugueses temos as maiores dúvidas sobre as capacidades mentais do actual presidente da república. Os rumores sobre o seu estado de saúde (possível doença de Parkinson ou Alzheimer) não foram até agora, incompreensivelmente, desmentidos. Mas há que fazer a pergunta directamente: sofre ou não o cidadão Aníbal Cavaco Silva, presidente da república portuguesa, de doença degenerativa perturbadora das suas faculdades mentais? A presença constante de Maria Cavaco Silva ao seu lado, e as acções diligentes que com frequência crescente tem que antecipar para corrigir gestos ou palavras do presidente, suscitam as maiores preocupações.
Se for verdade, como parece, que Cavaco Silva está doente, esconder um tal facto é não só desumano para o próprio, como intolerável do ponto vista constitucional. Está na altura, creio, de a esposa do presidente olhar seriamente pelo marido e pela dignidade do país. Temo que se o não fizer, a infecta Casa Civil do Presidente continuará a conspirar em nome exclusivo dos seus mesquinhos interesses de sobrevivência, envolvendo até o pueril "professor Marcelo" em manobras golpistas que, a serem provadas, poderão calar de vez o bico ao incontinente tagarela dos Domingos.