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terça-feira, dezembro 22, 2015

E agora, Jerónimo? E agora, Catarina?

Jerónimo de Sousa. Arrependido?

O Soviete Supremo de São Bento é que manda, não é?


Se de cada vez que o PCP e/ou o BE recusarem apoiar o governo de António Costa, este recorrer aos votos do PSD e do CDS/PP, que acontecerá à coligação informal das esquerdas e ao famoso Soviete Supremo de São Bento? Poderão os comunistas do PCP e/ou do Bloco invocar quebra de 'posições comuns'? Mas não é o parlamento quem mais ordena? Não é no parlamento que a vontade popular se materializa em decisão e poder? Em suma, PCP e Bloco estão de pés e mãos atados enquanto não evoluírem do maximalismo populista que ainda os caracteriza para uma qualquer forma de realismo, ainda que radical.

O Estado, ao recapitalizar o Banif, entrando no capital do banco e tomando mesmo a maioria do seu capital, tornou-se refém da sua resolução. Em qualquer caso, ocorresse a resolução ainda em 2015, ou em 2016, os principais prejudicados seriam os seus acionistas... ou seja, neste caso, os contribuintes portugueses, na medida em que o governo anterior adquiriu, em nome do estado, 60,53% do capital do que então já não passava de um enteléquia financeira. A única diferença resultante do parto provocado pelo Bloco Central (que o Santander agradece!) é manter o processo na penumbra sórdida das negociatas do Bloco Central (que as 'posições conjuntas', pelos vistos, estão longe de neutralizar...). Se a resolução tivesse sido adiada para 2016, todo o processo de resolução passaria a depender diretamente do Mecanismo Único de Resolução e do Fundo Único de Resolução, havendo por esta via muito maior transparência de processos. Por sua vez, o setor bancário que temos e que está falido seria chamado a participar em maior grau na partilha de responsabilidades pelo colapso criminoso do Banif. Em suma, por alguma razão António Vitorino foi até há pouco presidente da mesa da AG do Santander-Totta, e Luís Amado ainda é o 'chairman' do Banif. Além do mais, se há quem saiba de buracos na banca provocados pelo modelo económico especulativo e corrupto assente no betão e no mercado imobiliário é, precisamente, António Costa e o seu antigo vereador do urbanismo, Manuel Salgado (sim, da família de Ricardo Salgado!)

Tempo de virar a página da austeridade? Ou de levar a cabo uma Operação Mãos Limpas contra a poderosa máfia do betão e dos banqueiros piratas?

Direita abre porta à abstenção no orçamento rectificativo mas não se compromete 
Público, 22/12/2015 - 23:44 
Nos últimos dias, o gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, vive um suspense pouco habitual em São Bento. Quem vai aprovar o Orçamento rectificativo que acomoda as perdas do Estado com o Banif, na votação desta quarta-feira, dia 23? O PS, naturalmente, mas os 86 deputados socialistas podem não chegar. A direita adensa a incógnita. 
A maioria de esquerda, que viabiliza o Governo, tem um acordo limitado. Dele não consta nada sobre a resolução do Banif. E os partidos à esquerda do PS já mostraram a sua discordância com a opção tomada pelo Executivo de António Costa. O PCP anunciou que vai votar contra, discordando da solução de transferir para os contribuintes uma fatia substancial dos encargos com o Banif. O Bloco de Esquerda colocou condições para viabilizar o documento. Contudo, se essas condições não forem satisfeitas, Catarina Martins adiantou ao PÚBLICO que os 19 deputados do seu partido votarão contra. 
PSD deverá viabilizar Orçamento Rectificativo de Costa 
Económico, 22 dezembro 2015, 13:34 Cátia Simões 
“Com a experiência que tenho, calculo, até porque sei o que pensa a Direcção Geral de Concorrência, e sei o que tem sido a abordagem do Banco Central Europeu nestas matérias, admito que não teria uma solução muito diferente desta que foi adoptada, na medida em que não foi possível identificar ao longo destes anos um comprador para o Banif”, afirmou Pedro Passos Coelho, em declarações aos jornalistas à margem do Conselho Nacional da Diáspora, que decorrem em Cascais. 
[...]  
Passos Coelho ainda não revelou o sentido de voto, mas considerou esta manhã, contudo, “absurdo” que se diga que o problema não foi resolvido mais cedo porque o anterior Governo queria uma “saída limpa do programa” e garantiu que o problema do Banif era “conhecido do PS e de toda a sociedade portuguesa, não houve nenhum secretismo”. 
No domingo à noite, em comunicado, o supervisor bancário divulgou a operação, explicando que a mesma foi tomada face às “imposições das instituições europeias”, bem como devido à “inviabilização da venda voluntária do Banif”.
Jerónimo vota vontra Orçamento Retificativo, BE impõe condições  
22 Dezembro, 2015 por ZAP 
O PCP não concorda com a proposta do Governo para o Orçamento Retificativo e, por isso, vai votar contra, segundo afirmou uma fonte do partido à agência Lusa, citada pelo Diário de Notícias. 
O Partido Comunista não concorda com a solução encontrada pelo Governo para resolver o caso Banif, uma vez que passa por transferir uma parte dos encargos para os portugueses. 
Já o Bloco de Esquerda revelou que vai impor duas condições para aprovar esta proposta, entre elas a criação de uma nova lei de intervenção no sistema financeiro, com a constituição de uma nova autoridade nacional e a retirada de poderes ao Banco de Portugal, e ainda a garantia de que o Novo Banco fica na esfera pública, com o Estado a assumir a direção do Fundo de Resolução e o fim da proteção aos chamados credores séniores. 

Atualizado em 29/12/2015 19:34 WET 

segunda-feira, novembro 23, 2015

Cavaco desafia PCP e Bloco a fazerem as suas Perestroikas

Inauguração do Centro de Investigação da Fundação Champalimaud. Lisboa, 5 de Outubro de 2010
© 2006-2015 Presidência da República Portuguesa

Faites vos jeux!


Cavaco encarrega António Costa de apresentar solução governativa credível e estável. As seis questões que deverão ser formalmente esclarecidas pelo PS obrigam o PCP e o Bloco de Esquerda a definirem, de uma vez por todas, se estão ou não dispostos a rever algumas das suas opções programáticas e ideais teleológicos.

Curiosamente, Cavaco Silva parece estar a ajudar António Costa a meter o PCP e o Bloco no bolso direito do sobretudo socialista. Vai ser lindo ouvir o que Jerónimo de Sousa, Arménio Carlos, João Oliveira e Catarina Martins (a nova presidenta da junta bloquista) têm para nos dizer, e o que dirão aos seus militantes e eleitores.

Uma semana de balbúrdia dialética digna da maior atenção.

Presidência da República divulga documento entregue ao Secretário-Geral do Partido Socialista 
O Presidente da República recebeu hoje, em audiência, o Secretário-Geral do Partido Socialista, a quem entregou o seguinte documento contendo questões com vista a uma futura solução governativa: 
Face à crise política criada pela aprovação parlamentar da moção de rejeição do programa do XX Governo Constitucional que, nos termos do artigo 195 da Constituição da República Portuguesa, determina a sua demissão, o Presidente da República decidiu, após audição dos partidos políticos representados na Assembleia da República, dos parceiros sociais e de outros agentes económicos, encarregar o Secretário-Geral do Partido Socialista de desenvolver esforços tendo em vista apresentar uma solução governativa estável, duradoura e credível. 
Nesse sentido, o Presidente da República solicitou ao Secretário-Geral do Partido Socialista a clarificação formal de questões que, estando omissas nos documentos, distintos e assimétricos, subscritos entre o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista 'Os Verdes', suscitam dúvidas quanto à estabilidade e à durabilidade de um governo minoritário do Partido Socialista, no horizonte temporal da legislatura: 
a) aprovação de moções de confiança;
b) aprovação dos Orçamentos do Estado, em particular o Orçamento para 2016;
c) cumprimento das regras de disciplina orçamental aplicadas a todos os países da Zona Euro e subscritas pelo Estado Português, nomeadamente as que resultam do Pacto de Estabilidade e Crescimento, do Tratado Orçamental, do Mecanismo Europeu de Estabilidade e da participação de Portugal na União Económica e Monetária e na União Bancária;
d) respeito pelos compromissos internacionais de Portugal no âmbito das organizações de defesa colectiva;
e) papel do Conselho Permanente de Concertação Social, dada a relevância do seu contributo para a coesão social e o desenvolvimento do País;
f) estabilidade do sistema financeiro, dado o seu papel fulcral no financiamento da economia portuguesa 
O esclarecimento destas questões é tanto mais decisivo quanto a continuidade de um governo exclusivamente integrado pelo Partido Socialista dependerá do apoio parlamentar das forças partidárias com as quais subscreveu os documentos 'Posição Conjunta sobre situação política' e quanto os desafios da sustentabilidade da recuperação económica, da criação de emprego e da garantia de financiamento do Estado e da economia se manterão ao longo de toda a XIII legislatura.
23.11.2015
Presidência da República

sexta-feira, setembro 18, 2015

Rien ne va plus? Just joking!

Janet Yellen
Illustração: DonkeyHotey

A caminho da deflação global (2016-2017-...)


ZERO TAX CAPITALISM > TRANSITION > COLLAPSE > POSTCAPITALISM

Tudo isto sem uma mãozinha sequer dos sindicatos, ou dos famosos e desmiolados 'donos' intelectuais do marxismo degenerado que chegou até nós.

Taxas de juro negativas tão só alimentam a economia de casino e a corrupção e jamais o crescimento. O ZIRP e o NIRP, ou seja, taxas de juro igual a zero ou realmente negativas, numa conjuntura global caracterizada pelo esgotamento da capacidade de endividamento público e privado (peak debt), apenas conseguem arruinar a poupança privada e o poder de compra dos mais débeis: reformados, pensionistas e os que estão pendurados nos subsídios de desemprego, ou no rendimento mínimo.

Por outro lado, uma subida empinada das taxas de juro dos bancos centrais destruiria as finanças públicas, as quais, na ausência de crescimento e perante uma demografia adversa, se alimentam há vários anos da inflação monetária virtual (no transmission whatsoever, you know...) e da expropriação silenciosa da poupança privada. Mas destruiria também o próprio sistema bancário mundial na configuração existente desde 1971, ou seja, desde que abandonou o padrão-ouro, primeiro, e o dólar como referência, depois.

Este é o nó górdio keynesiano que atirou o capitalismo mundial para uma irreversível metamorfose.

Não podem continuar a destruir valor, nomeadamente pela via da desvalorização monetária e da repressão fiscal, nem conseguem reflacionar a economia, dado o excesso de endividamento global, e estimular o crescimento (o novo Graal cujo paradeiro ninguém descobre), pois há excesso de capacidade instalada, excesso de stocks, e o consumo está bloqueado pelo excesso de endividamento privado e por uma destruição líquida de empregos à escala planetária como nunca se viu.

É por estas e por outras que o programa do PS está errado duma ponta à outra, e que o próximo governo não terá outra alternativa que não seja seguir o BCE, mitigando como puder os efeitos da destruição dos preços e a austeridade que vai continuar a fustigar as nossas vidas.

Uma no cravo e outra na ferradura. É o que há...

Mas atenção: entregar  o país a uma frente populista formada pelo disléxico Costa, o PCP, o Bloco, o Livre e o PDR, atirar-nos-ia imediatamente para um beco sem saída muito parecido com o grego, ou pior!

Janet Yellen decidiu ontem manter as taxas de juro da Fed a zero vírgula qualquer coisa. Sobre as implicações desta decisão vale a pena ouvir o que David Stockman disse na véspera da decisão.
David Stockman Interview On Yahoo——The Fed Painted Itself Into A Corner, Confidence In The Casino Is Headed For A Fall
by Yahoo • September 17, 2015

David Stockman is not a fan of the Fed. In fact he claims that the Fed is on a “jihad” against retirees and savers.

The former Reagan budget director and author of “The Great Deformation: The Corruption of Capitalism in America” visited Yahoo Finance ahead of the Fed announcement to discuss his predictions and the potential impact of today’s interest rate decision. “80 months of zero interest rates is downright crazy and it hasn’t helped the Main Street economy because we’re at peak debt,” he says.

Businesses in the U.S. are $12 trillion in debt. That’s $2 trillion more than before the crisis, but “all of it has gone into financial engineering—stock buybacks, mergers and acquisitions and so forth,” according to Stockman. “The jig is up; [the Fed] needs to get on with the business of allowing interest rates to find some normalized level.”

While Stockman believes that the Fed should absolutely raise rates today, he isn’t so sure that they will. But even if they do, he says they’ll muddle the effect by saying “‘one and done’ or ‘we’re going to sit back and watch this thing unfold for the next two or three months.’”   

quinta-feira, setembro 03, 2015

Foi V. que pediu uma reestruturação da dívida?

AFP PHOTO / ADEK BERRY

Faites vos jeux! O casino não pode parar!

FMI considera que bancos centrais não devem aumentar a taxa de juro
Público, Camilo Soldado, 03/09/2015 - 15:10 

Na antevisão da reunião do G-20 que tem início na sexta-feira em Ancara, Turquia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) instou os bancos centrais das maiores economias do mundo a não aumentar as taxas de juro.

Com o avolumar das preocupações sobre o crescimento da economia mundial, no documento preparatório do encontro do G-20, o fundo defende que o incentivo ao consumo se deve manter, numa alusão à possibilidade de a Reserva Federal norte-americana subir a taxa de juro.

A directora da instituição sedeada em Nova Iorque, Christine Lagarde, já tinha dito no início da semana que o crescimento global deve ser revisto em baixa devido a uma recuperação mais lenta das economias desenvolvidas e a uma desaceleração das economias emergentes.

Ou seja, a diarreia monetária é para continuar, pois só assim se consegue manter os regimes de pé, evitar revoluções clássicas, e, ao mesmo tempo, secar a dívida especulativa dos bancos e sociedades de investimento especulativo em derivados financeiros, a qual tem vindo a ser absorvida pelos bancos centrais... Capiche?

É por isto que o Syriza não singra, e que o nosso Costinha das Avenidas, e a famosa esquerda que não quer governar, vão acabar por levar um banho de água gelada a 4 de setembro.

Foi Você que pediu a reestruturação das dívidas públicas europeias? É já a seguir!

BCE pode comprar mais dívida pública e admite reforçar alívio quantitativo
Jornal de Negócios, 03 Setembro 2015, 15:05 por Nuno Aguiar

Cada leilão de dívida de países da moeda única poderá agora contar com uma presença mais reforçada do Banco Central Europeu (BCE) nessas emissões. Segundo anunciou o presidente do BCE hoje, 3 de Setembro, a percentagem máxima de dívida pública que pode ser comprada aumentou de 25% para 33%, embora seja necessário fazer uma avaliação "caso a caso".

Não precisa, como vê, do António Costa, nem da esquerda desmiolada, para nada.
A diarreia monetária global não se cansa de reestruturar. Os politocratas agradecem, os bancos agradecem, e a austeridade vai continuar, para o resto dos mortais, claro.

“And finally, monsieur, a wafer-thin mint.”


sexta-feira, julho 31, 2015

BCE prolonga receita hiper-keynesiana

Taxas de juro negativas e diarreia financeira, ou como enviar as dívidas de hoje para os nossos filhos e netos.

Populismo eleitoral empurra Japão, Estados Unidos e Europa para um buraco negro onde se sabe como entrar, mas ninguém sabe como sair



Inflação na Zona Euro em terreno positivo pelo terceiro mês
Jornal de Negócios, 31 Julho 2015, 10:32 por Nuno Carregueiro | nc@negocios.pt

O índice de preços no consumidor na Zona Euro aumentou 0,2% em Julho, no terceiro mês consecutivo de variações positivas. Excluindo alimentação e energia, os preços subiram ao ritmo mais elevado em 15 meses.

O EQE (European Quantitative Easing), oficialmente conhecido por Expanded Asset Purchase Programme, vai prolongar-se no tempo, pois 0,2% de inflação está muito longe dos ±2% pretendidos. 

Ou seja, a famosa reestruturação das dívidas (soberanas e bancárias, em primeiro lugar) soma e segue por trilhos perigosos que a indigente Esquerda finge não ver, ao lombo de classes médias cada vez mais entaladas entre o precariado e a sobre-exploração, e de pensionistas com o conforto contratado definitivamente ameaçado. 

Taxas de juro negativas ou próximo disso configuram um perdão de dívidas públicas e financeiras disfarçado, o qual se alimenta da poupança real que ainda existe, de um belicismo crescente (tanto nos EUA, como na Europa!), e da captura de rendimentos futuros, sobretudo do trabalho! 

Mas isto Mariana Mortágua e os sábios idiotas do PS não vêem!

quarta-feira, abril 29, 2015

Euro-Area Bank Lending Increases for First Time Since 2012

Transmissão económica: bancos começam a emprestar à economia. Cuidado com os rentistas do costume!

Dinheiro começa a chegar, muito devagarinho, à economia. Se a tendência se mantiver, é muito provável que o investimento vindo do Oriente e das Américas dispare. Atenção, no entanto, ao uso a dar a estes fluxos! O rentismo predador continua por aí, mas é preciso combatê-lo sem dó nem piedade. O dinheiro é preciso para criar uma nova economia!

Lending by euro-area banks to companies and households rose for the first time in three years in a sign that record monetary stimulus is finally reaching the economy.

Bank lending increased 0.1 percent in March from a year earlier, the ECB said in a statement on Wednesday. Loans had posted annual declines in every month since May 2012. Lending climbed 0.2 percent from February.

The ECB has used an array of unconventional tools to encourage credit flows to bolster the region’s sluggish economic recovery. The central bank’s quarterly survey published this month showed the measures are spurring lending even as financial institutions feel the pinch of tighter margins.

“With its more aggressive stance, the ECB is finally bringing the euro zone back to at least trend growth,” said Holger Schmieding, chief economist at Berenberg Bank in London. “Money and credit point to a firming business cycle.”

Euro-Area Bank Lending Increases for First Time Since 2012 - Bloomberg Business

segunda-feira, março 16, 2015

O dedo de Varoufakis

Yanis Varoufakis numa palestra em 2013 sobre o futuro da Grécia.
O dedo no ar é um efeito especial ;)

O Syriza aposta no colapso do euro


Tudo o que é preciso saber sobre o que Varoufakis pensa da Alemanha e do euro.
Vale a pena ver este vídeo. O novo governo grego aposta no colapso do euro, e não no colapso da Grécia, pois esta já colapsou :(

Ou seja, o governo grego vai continuar a manter a batata quente ao colo do Schäuble, e do BCE.

Muda-se a terminologia, o BCE diz que não envia mais, mas envia mais dinheiro, e em maio saberemos todos quantos atores participam nesta farsa a caminho da tragédia.

Varoufakis' Latest Fiasco: FinMin Claims "Middle Finger To Germany" Clip Fake; Germany Disagrees
Zero Hedge, Submitted by Tyler Durden on 03/16/2015 11:46 -0400

It was a tough weekend (again) for Greece's embattled FinMin Yanis Varoufakis. After walking out on a CNBC interview when asked if he was a liability (after his photo shoot caused a storm in Greece), a video surfaced showing the outspoken minister giving the middle finger to Germany saying "solve the problem yourself." He has come out swinging this morning, as The Telegraph reports, Varoufakis exclaims, "That video was doctored. I've never given the finger, I've never given the middle finger ever." However, the user who uploaded it to YouTube denied it was a fake and, based on The Telegraph's poll, 67% believe Varoufakis did it. Furthemore, the German talk-show that aired the clip has confirmed "no evidence of manipulation or falsification," and, for the first time, a majority of Germans now want Greece out of the union.

O dedo no ar é falso!

Todo o audio do vídeo viral é verdadeiro, incluindo a frase "stick the finger to Germany", mas o gesto, esse resultou de uma trucagem genial realizada por um programa de humor do canal público de televisão alemão ZDF. Ver a revelação da fraude humorística nesta reportagem.

Jan Bohermann, host of satirical programme "Neo Magazin Royale" on public broadcaster ZDF, claimed he had been waiting since Sunday for someone to ask him if he had faked the controversial footage, but no one had questioned him.

"Sorry Mr Varoufakis, we won't do it again," he said, detailing how a production team had manipulated the video.

Atualização: 21/3/2015 23:59

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domingo, março 08, 2015

BCE: expansão quantitativa para quem?

«My unconventional argument is that the Fed is much more concerned about financial stability than they let on», says James Bianco.

Dia 9 de março as bolsas vão disparar na Europa. E na economia real?


The ECB and national central banks of the Eurosystem will start buying bonds on Monday, March 9 as part of the public sector purchase programme (PSPP). ECB
Se o que Mario Draghi anunciou no dia 5 de março servir apenas para ensopar dívidas soberanas, estimular a especulação bolsista e enriquecer os já muito ricos, espera-o provavelmente, a ele, mas também à eurocracia no seu conjunto, e aos governos nacionais, uma surpresa, isto é, o início de um processo de sincronização das lutas sociais, culturais e políticas contra a destruição da classe média.

Ou seja, se a expansão quantitativa do BCE tiver os mesmos efeitos que teve nos EUA, e no Japão, os 99% que se vão sentir roubados já têm representação política... nos novos extremos da ação partidária...

«Draghi is going to make the same mistake as the Fed»
Finanz und Wirtschaft, 10:17 - März 6th 2015

James Bianco, President of Bianco Research, cautions about the unintended consequences of the new European stimulus program and doesn’t think that the Federal Reserve is going to raise interest rates this year.
[...]

Christoph Gisiger, Chicago —  You have been one of the first in the investment community to correctly predict that QE2 is going to heat up the stock market. Is this also true for the European QE-program which is starting this month?

Sure, just look at the German Dax. It’s up 17% this year whereas the S&P 500 is up 2%. A lot of European stocks have really taken off in the wake of the European QE. It’s going to do the same thing that it did in the US: It’s going to drive asset prices higher. Except now, they are driving yields to negative. They are driving them below zero to get people to go out in the risk curve. So by pushing up asset prices ECB president Draghi is going to make the same mistake as the Fed.

How come?

The program will push up asset prices but it won’t necessarily create jobs and GDP growth. And to that end it will create more strife within the central bank. In the US as an outgrowth of that, culturally we had the Occupy Wall Street movement and we created the phrase «the one percent». So the wealthy own equities and assets and they are benefiting from QE. And that is going to create a lot of unhappiness because if you are not in the one percent you do not own a lot of assets. You are relying on a middle class job and you really are suffering.

Here is my new favorite example: The website TrueCar pointed out that average cars that cost 33’000 $ or less last year in total number of unit sales went up 4%. Cars that cost 50’000 $ were up 30% and cars that cost 70’000 $ or more were up 50% in sales. So if your business is selling 120’000 $ electric cars like Tesla you had a fantastic year. But if your business is selling 22’000 $ Toyota Corollas it was a very, very difficult year for you.

What are the consequences of that?

If Europe is not careful they are going to wind up with the same problem. This program does very, very well for the wealthy in the rich sections of Rome or Madrid.  But in the suburbs where the poor live it is going to create a lot of tension.


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sábado, fevereiro 28, 2015

O banco mau do BCE

Maria Luís Albuquerque, ministra das finanças de Portugal

Só num sistema financeiro insolvente e disfuncional é que se cobram taxas aos depósitos e se paga para emprestar! 


E nisto, o governo indígena apenas segue a família de lémures japoneses, americanos e europeus em direção ao precipício.

Portugal reembolsará seis mil milhões de euros ao FMI em Março
Jornal de Negócios, 28 Fevereiro 2015, 00:07 por Lusa

A ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, anunciou hoje que, em Março, Portugal reembolsará seis mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional, o que significará “uma redução muito importante nos juros pagos pelo país”.

Esta gente ainda não percebeu:
  1. que a destruição das taxas de juro é uma política deliberada do BCE, imitando nisto as receitas japonesa e amerciana (e não mérito de qualquer ministro indígena—ainda por cima porque quem trata da nossa dívida são os Rothschild);
  2. que a diarreia monetária não passa de uma operação contabilística destinada a limpar as dívidas dos sobre-endividados estados europeus, e dos bancos a que estão ligados de forma simbiótica, expandindo até ao infinito o banco mau que o BCE criou dentro da sua própria barriga. Os bancos centrais não estão a criar dinheiro para a economia, estão a expandir as suas reservas monetárias (monetary base) até ao infinito, e nem sequer com depósitos reais oriundos dos bancos comerciais. O que estes bancos depositam no BCE, no banco mau do BCE, são pilhas e pilhas de títulos de dívida pública impagável, que compram aos governos insolventes do planeta, para receber em troca uma liquidez meramente virtual... até ao dia em que tudo impluda.
Recomendo a este propósito esta notável entrevista que vai ao fundo do buraco negro em que estamos todos metidos, depois de termos andado 43 anos a empurrar os problemas com a barriga e a pensar com os pés. 1972 foi o ano em que se publicou o estudo prospetivo The Limits to Growth—encomendado pelo Clube de Roma e financiado pela Fundação Volkswagen. Lembram-se?

In Search of Solutions – An Interview with Dr. Lacy H. Hunt
Erico Matias Tavares
Sinclair & Co.

[extracts]

Dr. Lacy Hunt: I think that monetary policy at this stage of the game is largely bankrupt. There is certainly nothing that they can do.

[...] I’m only going to defend what is going on in the bond market and the bond market is a very good economic indicator. When bond yields are very low and declining it’s an indication that the same is happening to inflation and that economic activity is weak. The bond yields are not here for any fluke of reason. They are here because business conditions in the US and abroad are quite poor.

[...]

LH: The US central bank, the ECB and the Bank of Japan have greatly expanded their balance sheets, but that’s not printing money. Money is an increase in deposits that are available to households and businesses. US monetary growth today is under 6% in the last 12 months, which is lower than when quantitative easing started. The Bank of Japan has doubled the monetary base in the last two years and yet M2 growth is 3% and a little bit more. The same is true in Europe.

[...]

LH: (...) according to new research by the McKinsey Global Institute, as well as others like the Geneva Group, the world is substantially more levered now than at the time of the failure of Bear Sterns and Lehman. They calculate that public and private debt is now $57 trillion greater than in 2007, or 17 percentage points higher relative to GDP.

[...]
Erico Matias Tavares: It is said that organizations in crisis tend to repeat the same mistakes, only faster and with more intensity. Japan certainly seems to be following down that path with their latest rounds of aggressive quantitative easing.

LH: I think that’s an excellent example. In their panic of 1989 public and private debt was about 400% of GDP, more or less. It’s currently at 650% of GDP. They have greatly increased the indebtedness of the overall economy but the level of nominal GDP is no higher than it was 23 years ago. The results have been very, very poor.

@linkedin, @zerohedge


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terça-feira, fevereiro 10, 2015

Grexit? (6)

Chipre, a Chave do Mediterrâneo Oriental

Alemanha, uma vez mais encurralada


Enquanto Merkel e Hollande correm como baratas tontas entre Washington e Moscovo, Putin e Tsipras marcam pontos a cada dia que passa. A Europa precisa mais do gás e do petróleo russos, e já agora do petróleo e do gás do Médio Oriente, e da aproximação à Turquia, do que da Alemanha. Será que as cabeças quadradas de Berlim ainda irão a tempo de perceber o óbvio?

Entretanto Chipre acaba de anunciar publicamente a assinatura de um acordo com Putin para a instalação de uma base militar russa na ilha (1). Capiche?

China Org
Xinhua, February 7, 2015

Cyprus will offer Russia military facilities on its soil, President Nicos Anastasiades said on Friday.

In an interview with a local newspaper, Anastasiades said that a pact strengthening defense relations between the two countries will be signed when he visits Moscow on Feb. 25.

“We want to avoid further deterioration in relations between Russia and Europe,” explained Cyprus’ President Nicos Anastasiades upon reportedly signing an agreement to offer Russia military facilities on its soil (that we noted previously). The air force base at which Russian planes will use is about 40 kilometers from Britain’s sovereign Air Force base at Akrotiri, on the south shores of Cyprus, which provides support to NATO operations in the Middle and Near East regions. As fault lines within the EU widen, Anastasiades said in his interview that Cyprus opposes additional sanctions against Russia by the European Union over Ukraine, “Cyprus and Russia enjoy traditionally good relations and that is not going to change.”

Apesar da imprensa publicar cachas diárias sobre os prós e os contras da austeridade, a verdadeira guerra tem lugar noutro teatro de operações bem mais crucial. O que está em jogo não é a Grécia, mas a reorganização das redes de abastecimento de gás natural à Europa, e o controlo estratégico das principais reservas da principal fonte de energia do século 21.

Estas situam-se, como todos sabemos, na Rússia, na região do Mar Cáspio, na Península Arábica, no Golfo Pérsico, no Irão e no Iraque. E também na Argélia, na Líbia, e na Nigéria. Ou no Canadá, Estados Unidos e Venezuela. A Alemanha deixou-se atolar na intriga ucraniana, hostilizou estupidamente a Turquia e, como se isto não bastasse, engordou a sua balança de trocas com o exterior à conta do emagrecimento do resto dos europeus, da Rússia e da China.

Começando a ser uma vez mais olhada de soslaio por muitos europeus (é o mínimo que se pode dizer), sem força militar organizada, e com dívidas de guerra que não foram inteiramente saldadas, aos alemães resta-lhes engolir as despesas da Grécia, se não quiserem deitar tudo a perder.

Com a Rússia, a Alemanha percebeu nestes dias que não deve brincar aos polícias e ladrões. Putin não vai aceitar outra Perestroika.

O Blue Stream, em projeto (ver mapa seguinte) poderá tornar-se dentro de poucos anos uma alternativa, pelo menos parcial, ao complexo existente na Ucrânia, no fornecimento de gás russo à Europa central e de leste, nomeadamente à Polónia, Hungria, Roménia, Áustria e Alemanha.

O Reino Unido e a Rússia já começaram a construir uma alternativa à cada vez mais problemática passagem ucraniana.


Trans Anatolian Natural Gas Pipeline (TANAP)-TAP-Nabucco

New Russia – Turkey gas pipeline route approved at meeting in Ankara

Gazprom
January 27, 2015, 15:40

Ankara hosted today a working meeting between Alexey Miller, Chairman of the Gazprom Management Committee and Taner Yildiz, Turkish Minister of Energy and Natural Resources. The parties discussed the main issues of constructing a new gas pipeline across the Black Sea towards Turkey.

The meeting considered the preliminary feasibility study on the new gas pipeline and approved its new route. The four strings will have an aggregate capacity of 63 billion cubic meters a year. 660 kilometers of the pipeline’s route will be laid within the old corridor of South Stream and 250 kilometers – within a new corridor towards the European part of Turkey.

Bluestream, o gasoduto russo com entrada europeia pela Grécia

A rede de fornecimento da petróleo e gás natutal russos à Europa revela bem o que está em causa na Ucrãnia, na Grécia e no Médio Oriente

A tomada de posição da Áustria, depois da que foi assumida por Obama, não tardará a atrair mais adeptos entre os afetados pela diplomacia quadrada alemã e pela confusão mental permanente dos franceses.

Entre nós, as recentes tomadas de posição dos intelectuais do cavaquistão, Manuela Ferreira Leite e Vítor Bento, obviamente consonantes com os sinais vindos da Casa Branca, apontam sintomaticamente para um distancimaneto claro da intransigência da Alemanha. Ao contrário do que disse e diz Pedro Passos Coelho, que sofre tipicamente de uma espécie de Síndroma de Estocolmo,

Somos atlânticos, né?

Áustria coloca-se ao lado da Grécia e critica “plano de ‘esperar para ver’” de Merkel
Expresso, Cátia Bruno | 15:00 Segunda feira, 9 de fevereiro de 2015

Primeiro-ministro grego encontrou-se esta segunda-feira com o chanceler austríaco, Werner Faymann, que pediu uma solução que tenha em conta “os esforços do novo Governo [grego]”. Tsipras declarou ter feito “um novo amigo” que pode ajudá-lo nas negociações com os parceiros europeus.

NOTAS
  1. Esta notícia foi entretanto desmentida oficialmente (TASS). Os termos do desmentido deixam, porém, janelas abertas ao uso de portos e aeroportos cipriotas por navios e aviões militares russos—para operações de resgate e apoio a missões russas em África, diz a TASS.

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Atualização: 11/02/2015 01:02 WET

domingo, fevereiro 08, 2015

Grexit (5)



A saída da Grécia custará à Alemanha mais do que manter a zona euro unida. Capiche?


O atual ministro das finanças grego Yanis Varoufakis afirmou recentemente, em resposta ao ultimato alemão e dos zombies que seguem a senhora Merkel: “I’m finance minister of a bankrupt country”. Portanto, Bundesbank e BCE, escusam de lançar mais lenha para a fogueira da fuga de capitais gregos em direção à Alemanha, Suíça, Luxemburgo, etc. Nesta altura do campeonato é patético ameaçarem os gregos com a tragédia de uma bancarrota. Eles já estão a viver essa tragédia!

A Grexit, ou seja, a suspensão de pagamento por parte do governo grego e a saída da Grécia da zona euro, pode estar a menos de dez dias de distância. Tudo depende da habilidade do negociador-sombra de Varoufakis, Matthieu Pigasse (do Lazard Bank), para convencer os cabeçudos alemães de que quem não tinheiro não tem vícios. De que se querem manter o sonho de uma Europa financeira unida, com a Alemanha no papel de locomotiva, então terão que mostrar mais e melhor savoir faire. Além do mais, a Grécia sem gás natural não morre de frio, ao passo que alemães, austríacos, holandeses, polacos e suecos, entre outros, só se forem todos a correr para o Mediterrâneo. Mas neste caso quem lhes disse que não haverá uma taxa especial aplicável aos cabeçudos do norte e do leste?




Feitas as contas, a manutenção da zona euro poderá custar à Alemanha qualquer coisa como 578 mil milhões de euros, mas um dominó de defaults (Grécia, Portugal, Espanha, Itália...) seguido da cisão da zona euro em duas, custar-lhe-à, cálculos feito pela Carmel Asset Management, provavelmente mais do que 1,3 biliões de euros, metade do PIB alemão, que em 2012, ano a que este estudo se refere, era de €2.666.000.000.000.

Em que ficamos?

Greece Gambles On "Catastrophic Armageddon" For Europe, Warns It "Only Has Weeks Of Cash Left"
Zero Hedge. Submitted by Tyler Durden on 02/07/2015 20:05 -0500

One of the bigger problems facing the new, upstart Greek government, which has set before itself the lofty goal of overturning 6 years of oppressive European policies and countless generations of Greek cronyism, corruption and tax-evasion is not so much the concern about deposit outflows and bank runs - even though it most certainly will be in the next few days unless the Tsipras government finds some resolution to the dramatic standoff with Merkel and the ECB - but something far more trivial: running out of money.

WSJ reports:

“Greece warned it was on course to run out of money within weeks if it doesn’t gain access to additional funds, effectively daring Germany and its other European creditors to let it fail and stumble out of the euro.”

Greece has made no secret of its precarious financial position, but the minister’s comments suggest the country has even less time than many policy makers thought to resolve its standoff with Europe.

Eurozone officials have asked Greece to come up with a specific funding plan by Wednesday, when finance ministers have called a special meeting to discuss the country’s financial situation.

The country needs €4 billion to €5 billion to tide it over until June, by which time it hopes to negotiate a broader deal with creditors, Mr. Stathakis said, adding that he believes “logic will prevail.” If it doesn’t, he warned, Greece “will be the first country to go bankrupt over €5 billion.”

Alan Greenspan afirma que Grexit é inevitável, e o colapso do euro também!

Destruir o euro e manter os europeus divididos e entretidos nas suas pequenas pocilgas nacionais sempre foi, é e será o objetivo estratégico dos EUA, do Reino Unido e de Israel. Estão a um passo de consegui-lo, cortesia das cabeças quadradas da Alemanha, que assim perderão a sua terceira guerra por um lugar central na Europa. Greenspan prevê não só a saída da Grécia do euro, mas a própria morte da Eurolândia. Cairam na armadilha do cerco à Rússia depois da Queda do Muro. A fatura da cobiça, da estupidez e da teimosia chegou!

Greece: Greenspan predicts exit from euro inevitable
BBC. 8 February 2015 Last updated at 14:33 GMT
The former head of the US central bank, Alan Greenspan, has predicted that Greece will have to leave the eurozone.

He told the BBC he could not see who would be willing to put up more loans to bolster Greece’s struggling economy.

Greece wants to re-negotiate its bailout, but Mr Greenspan said “I don’t think it will be resolved without Greece leaving the eurozone”.

[...]

“The problem is that there there is no way that I can conceive of the euro of continuing, unless and until all of the members of eurozone become politically integrated - actually even just fiscally integrated won’t do it.”

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Atualização: 8/2(2015 17:56 WET

sábado, fevereiro 07, 2015

Diarreia financeira e confisco




Juros negativos é um herpes financeiro


Infografia: Como a "bazuca" do BCE chega à economia

07 Fevereiro 2015, 00:01 por Nuno Aguiar | naguiar@negocios.pt, Rui Santos - infografia , Rosa Castelo | Infografia (clicar)

De facto, não vai chegar á economia. Esta é uma conversa fiada que já tem barbas. A realidade é que o esquema QE não funcionou, nem nos EUA, nem no Japão, e portanto o E-QE também não funcionará na Europa.

Basicamente, o dinheiro não chega, nem às empresas, nem ao consumo, porque os critérios do crédito são mais apertados do que nunca para estes segmentos da economia, e assim sendo não se melhora o emprego, nem se trava o desemprego—salvo, em parte, no setor público.

O dinheiro virtual, ou lixo monetário, serve tão só para continuar o 'business as usual' da especulação financeira e para alimentar o cancro burocrático. Sob a patranha do risco sistémico, continuar-se-à a encher os bolsos dos bancos comerciais e dos banksters OTC, endereçando a conta aos contribuintes e ao estado social.

No fundo, isto não passa de um esquema de confisco das poupanças privadas e de expropriação retroativa dos empréstimos de risco, incluindo parte do que foi usado nos casinos bolsistas, em nome das elites financeiras globais.

Os juros negativos poderão aliviar ligeiramente o peso dos empréstimos contraídos, por exemplo, na compra de habitação própria. Mas se o valor do imobiliário continuar a cair (exceto nas propriedades de luxo), e o desemprego a aumentar, estes juros negativos —que, apesar de tudo, deverão ser refletidos o mais depressa possível nos 'spreads' aplicados pelos bancos às taxas LIBOR e EURIBOR— acabarão por ter um impacto muito maior na poupança do que nas dívidas das famílias.

As elites financeiras mundiais, com a cooperação ativa das corrompidas elites partidárias, da direita à esquerda, preparam-se para deixar de emprestar dinheiro, e até para remunerar negativamente os depósitos, ao mesmo tempo que vão buscar liquidez virtual ao BCE, que depois será ensopada por todos nós, nomeadamente sob a forma de uma AUSTERIDADE INFINITA. Ou seja, a corja rendeira e devorista mundial prepara-se para uma expropriação direta das poupanças de 99,9% da população do planeta. Prepara-se, pois, para resgatar as dívidas públicas e especulativas com dinheiro dos contribuintes e aforradores. É o que na gíria anglo-saxónica se chama bail-in.

Max Keiser: uma reportagem que explica quase tudo


Keiser Report en español: Una economía de casino
(E715)
Publicado: 5 feb 2015 14:14 GMT | Última actualización: 5 feb 2015 17:20 GMT

Max y Stacy comentan que no hay nada que haya disuadido a los bancos de cometer fraudes, que el Estado de derecho brilla por su ausencia y que ahora los intereses están en niveles negativos. En la segunda mitad, Max entrevista a la cineasta, bloguera y autora, Kerry-Anne Mendoza, con la que conversará sobre su nuevo libro: ‘Austeridad: la demolición del estado de bienestar y el auge de la economía zombi’.

quinta-feira, fevereiro 05, 2015

Grexit? (3)

Topol M ICBM — uma arma nuclear infernal

BCE—0, Grécia—1 


“About 700 units of military equipment, including launchers are deployed in the positioning areas in the Tver, Ivanovo, Kirov, Irkutsk regions, as well as in Altai Territory and the Mari El republic.” 
TASS

Ontem o BCE tentou humilhar a Grécia. Hoje a Rússia forçou o BCE a adiantar 60 mil milhões de euros aos gregos, e de caminho colocou armas nucleares em regime de prontidão em vários pontos do seu território. O casal Merkel-Hollande sai amanhã disparado em direção a Moscovo!

Mais do que uma simples expulsão da Grécia da Eurolândia, o que está em causa é muito maior e muito mais perigoso: trata-se de saber como irá decorrer o braço de ferro entre Moscovo e Washington em volta da magna questão dos corredores do gás natural em direção à Europa.

É hoje evidente que os americanos pretendem isolar a Rússia para tolher a China. E uma das formas de o fazer é atacar as exportações de petróleo e gás natural. Primeiro prepararam um Inferno na Ucrânia, e outro na Síria. Objetivo: cortar ao meio os gasodutos que ligam a Rússia à Europa através do território ucraniano; e depois apoiar o Qatar, a Arába Saudita e Israel a lançarem novos gasodutos em direção à Europa, dificultando ao mesmo tempo a construção do pretendido gasoduto entre a Rússia e a Grécia, com passagem única pela Turquia.

Este garrote, se funcionasse até ao fim, acabaria com Putin e lançaria a Rússia numa nova bancarrota e na agitação social. É este o objetivo da diplomacia levada a cabo pelos emissários de Obama na Arábia Saudita e na Ucrânia—com o apoio óbvio de Israel, que lançou uma ofensiva militar terrorista contra a Palestina. É percebendo esta manobra que se entenderá o aparecimento e ação psicológica global do famoso Estado Islâmico, uma criação, tal como a Al Qaida, dos serviços secretos militares norte-americanos (com a ajuda mais do que provável dos ingleses e dos israelitas).

É possível que Obama tenha um rebuçado para Putin: se deixares cair Bashar al-Assad, essencial à construção dos gasodutos Árabe e Islâmico, deixaremos a Ucrânia em paz e ao teu cuidado.

É neste teatro bélico potencial, a que os dirigentes eurolandeses assistem com ar bovino, que os ortodoxos gregos e os ortodoxos russos se encontram neste momento.

Vladimir Putin, que ameaçou já fechar o fornecimento de gás natural à Europa através da Ucrânia, oferece, porém, uma alternativa: um gasoduto através da Turquia com entrada na União Europeia pela Grécia. Mas se for assim, como poderá a Alemanha deixar cair os ortodoxos gregos?

A Turquia não se oporá, obviamente, à proposta russa.


FILME DO DIA

Rússia avisa EUA que fornecer armas à Ucrânia causará “dano colossal” às relações
Jornal de Notícias
“Nos nossos contactos com representantes da administração norte-americana sempre sublinhámos que as informações sobre a intenção de Washington de entregar a Kiev armas modernas letais nos causam grande preocupação”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Alexander Lukashevich.

Merkel, Hollande, Putin to discuss end to Ukraine’s civil war at Moscow talks
RT. Edited time: February 05, 2015 16:26

The French president and the German chancellor are set to visit Moscow on Friday after a trip to Kiev, in order to find a peaceful solution to the escalating violence in Ukraine, the Kremlin has confirmed.

“I can confirm that indeed tomorrow [Friday] Putin, Merkel and Hollande will have talks. The leaders of the three states will discuss what specifically the countries can do to contribute to speedy end of the civil war in the southeast of Ukraine, which has escalated in recent days and resulted in many casualties,” Russian presidential spokesman Dmitry Peskov said.

Putin Invites Tsipras To Visit Russia
Zero Hedge. Submitted by Tyler Durden on 02/05/2015 10:45 -0500

While Greek finance minister Yanis Varoufakis’ comments that “we will never ask for financial assistance in Moscow,” which notably does not deny acceptance of aid if offered, and Greek Minister of Energy Panagiotis Lafazanis adding that Athens opposes the embargo imposed on Moscow, “we have no disagreement with Russia and the Russian people,” it is perhaps not surprising that, as Vedemosti reports, Russian President Vladimir Putin spoke by phone with the new Prime Minister of Greece Alexis Tsipras, congratulated him on taking office, and invited him to Russia.

[ANA]

The situation in Ukraine and other international issues, among them, “the South Stream and Turkish Stream pipeline projects, dominated a telephone call between Russian President Vladimir Putin and Greek Prime Minister Alexis Tsipras earlier on Thursday, the Kremlin announced.

Putin invited Tsipras to visit Moscow on May 9 when celebrations will take place, commemorating the peoples’ victory over fascism. On his part, the Greek prime minister underlined the importance he attributes to the fight against Nazism, expressing his intention to accept the invitation.

The Russian leader’s top foreign policy adviser Yuri Ushakov said that Putin congratulated Tsipras on his victory in last month’s general elections and on the assumption of his duties as the new prime minister of Greece.

The discussion was very warm and constructive, he said, noting that President Putin invited Tsipras to Russia. He also said that the will for a more active development of bilateral relations was reaffirmed.

The Russian ministers of foreign affairs and defence have already invited their Greek counterparts to visit Moscow.

Tsipras talks to Putin while US urges Greece to cooperate with its partners, IMF
ekathimerini, Thursday February 5, 2015 (14:55)

The United States has urged Greece to work closely with its European partners and the International Monetary Fund, a senior American official said late on Wednesday.

“We do believe that in the case of Greece it is very important for the Greek government to work cooperatively with its European colleagues, as well as with the IMF. And we have advised it to do so, and we are hopeful that these conversations are now moving to a place with some cooperation and mutual understanding.” noted the official during a conference call regarding US Vice President Joe Biden’s visit to Belgium and Germany which begins on Thursday.

The comments followed President Obama’s recent remarks with regard to austerity in Greece, in which he argued that countries could not go on being “squeezed.”

Russia Deploys Nuclear ICBM Launchers On Combat Patrol
Submitted by Tyler Durden on 02/05/2015 12:56 -0500

Perhaps it is a coincidence that a day before John Kerry’s arrival in Kiev (a visit which “coincided” with a 35% devaluation of the local currency) where among other things the US statesman discussed the possibility of official (as opposed to unofficial) deliveries of US “lethal support” to the civil war torn and now hyperinflation country, that Russia decided to put its nuclear ICBMs on combat patrol missions in various Russian regions. Specifically, according to Tass, “About 700 units of military equipment, including launchers are deployed in the positioning areas in the Tver, Ivanovo, Kirov, Irkutsk regions, as well as in Altai Territory and the Mari El republic.”

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Grexit? (2)

Quem deve o quê e a quem?

Todos ralham... mas nem gregos, nem troianos têm razão


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Does Anyone Remember 2007? The Global Debt Bubble In 3 Ominous Charts
Zero Hedge. Submitted by Tyler Durden on 02/05/2015 12:08 -0500

Seven years after the bursting of a global credit bubble resulted in the worst financial crisis since the Great Depression, debt continues to grow. In fact, as McKinsey explains in their latest report, rather than reducing indebtedness, or deleveraging, all major economies today have higher levels of borrowing relative to GDP than they did in 2007. They pinpoint three areas of emerging risk: the rise of government debt, which in some countries has reached such high levels that new ways will be needed to reduce it; the continued rise in household debt; and the quadrupling of China’s debt, fueled by real estate and shadow banking, in just seven years... that pose new risks to financial stability and may undermine global economic growth.
Keiser Report — Episode 714

In this episode of the Keiser Report back in London, Max Keiser and Stacy Herbert discuss the Greek situation and that a nation is not what it thinks it is but what others attempt to hide about that nation - like the fact that it is bankrupt. They discuss the role Goldman Sachs played in helping Greece hide its debts and, thus, strapping it to the euro and the mispricing of real risk by well-compensated bond investors lending to Greece at ultra low interest rates. They also discuss that, while deflated footballs was the main headline on the nightly news in America, a memo was delivered to Obama outlining the various ways that brokers defraud American investors of years worth of retirement income.

Keiser Report en español: La verdad sobre Grecia (E714)
Publicado: 3 feb 2015 15:17 GMT | Última actualización: 3 feb 2015 15:17 GMT

Os bancos, os fundos de pensões, o investimento financeiro de poupanças privadas, e os fundos de investimento especulativo ganharam até hoje rios de dinheiro com os governos e as suas dívidas soberanas. Foi assim até que um belo dia estes investimentos, parte dos quais pertencem a fundos de pensões, públicos e privados, de inúmeros países, começaram a dar cada vez menos retorno, nomeadamente por efeito das políticas monetárias expansionistas dos governos dos países mais ricos do mundo, por sua vez, cada vez mais ávidos de recursos financeiros.

Os estados cresceram desmesuramente depois da Segunda Guerra Mundial, em número de funcionários, em responsabilidades sociais, em despesas de capital e consumos intermédios, muito para além das receitas fiscais que é razoável extrair dos rendimentos da riqueza efetivamente produzida. Daí o endividamento sistémico que atinge hoje, como uma espécie de peste negra, cerca de cinquenta países, e algumas das maiores economias mundiais: Japão, Itália, Reino Unido, Espanha, França, Estados Unidos, Alemanha, etc. O mundo inteito tem hoje uma dívida pública na ordem dos 64%, acima, portanto, do limite estabelecido pela União Europeia para a dívida pública de cada um dos seus membros.

Como resultado desta degradação orçamental dos estados subiu o apetite soberano pelo endividamento, mas as aplicações em dívidas soberanas foram sendo, apesar desta procura maciça, remuneradas com taxas de juro cada vez menores, partindo-se do princípio que os governos não iam à falência. Este contrasenso foi o resultado de uma montagem cuidadosa das chamadas agências de notação financeira. Na realidade, à degradação orçamental dos países correspondia, de facto, um risco cada vez maior, escondido, porém, debaixo das famosas notações triplo A.

O facto de este risco, após os colapsos do Subprime, e do banco Lehman Brothers, ter passado rapidamente a ser compensado pela exigência de dividendos (yields) mais elevados, com repercussões diretas nos juros a pagar pelos devedores, não resolveu todos os problemas.

Quando os juros implícitos das dívidas soberanas disparam para valores de 7% ou mais, é o próprio sistema financeiro que entra em terra incognita.

Os principais dirigentes mundiais sabem disto, mas alimentaram o conúbio entre poder político e poder financeiro durante mais de 30 anos. Basicamente, desde 2000, ou 2006, estamos no fim dum ciclo longo de crescimento inflacionista, o qual durou mais ou menos 120 anos—desde 1886, ano do jubileu da Rainha Victoria, até 200, início da crise do Subprime.


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The Death Cross Of American Society
Zero Hedge. Submitted by Tyler Durden on 02/05/2015 15:26 -0500

As BofAML warns, if Main St. doesn’t recover this year on the back of the powerful cyclical combo of lower oil/rates/currencies then the specter of “policy failure” will haunt investors, and currency wars, debt default and deficit financing will become macro realities.

Os sintomas desta crise anunciada começaram a revelar-se claramete durante a primeira grande crise petrolífera, em 1973.

Desde o tempo de Ronald Reagan que os governos americano e europeus começaram a endividar-se, em conúbio com os bancos e as elites financeiras, garantindo desta forma que as economias cresceriam, ainda que artificialmente, nomeadamente através de várias estratégias conjugadas:

  • expansão do mercado de capitais;
  • endividamento público e privado através de crédito barato e aumento da massa monetária em circulação;
  • privatização progressiva dos setores públicos das economias;
  • controlo artifical da inflação—abaixo dos 2%, como repete até à exaustão o BCE;
  • criação de emprego não produtivo, nomeadamente nas áreas da educação e serviços;
  • assalto aos principais países produtores de matérias primas e alimentos;
  • globalização financeira e comercial;
  • informação estatística obscura, também conhecida por massagem criativa dos números!

No entanto, esta tentativa de parar a tendência inevitável para o fim de mais uma era prolongada de crescimento rápido, ou inflacionista (D H Fischer), cuja tendência subterrrânea é a incapadidade da oferta agregada global satisfazer a procura agregada global, não resultou. Ainda que tenha conseguido prolongar artificialmente a ilusão da prosperidade para todos, a verdade começa a vir ao de cima com um conhecido cortejo de desgraças: queda progressiva e consistente dos rendimentos do trabalho, mas também dos rendimentos da propriedade, da poupança e do investimento, destruição maciça de empregos, falências imparáveis de empresas, deflação, colapso social, e alterações políticas e culturais tendencialmente radicais.

As estratégias neo-keynesianas, conjugadas com o crescimento dos chamados países emergentes, boa parte dos quais havia estado sob um domínio colonial centenário, tiveram como efeito principal a criação de uma bolha especulativa global incontrolável. Só o mercado dos chamados derivados financeiros especulativos (Over The Counter—OTC), representa um potencial destrutivo na ordem de 10xPIB mundial. Se apenas 10% destes contatos especulativos derem para o torto, o buraco negro será da ordem do 1xPIB mundial.

É por isto que uma crise extrema como a da Grécia poderá ser tão explosiva e desencadear um inesperado efeito dominó.

Todos ralham, mas ninguém razão.

Mas para deixar um gosto menos amargo na boca do leitor aqui vai um remake divertido de Tom Jones ;)





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Grexit?

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BCE tirou o tapete à Grécia, mas não é a primeira vez...


Grexit? Aparentemente o BCE fez xeque-mate ao Syriza, i.e. a um governo democraticamente eleito, retirando-lhe o tapete de acesso às garantias até hoje dadas pelo BCE aos tomadores de dívida pública grega, i.e. os bancos e fundos privados gregos e de outros países. Será que o Syriza continuará em frente, ou vai desviar-se da colisão? Se não se desviar, quem sofrerá mais com a colisão? A Grécia, que já pouco tem a perder, ou a desnorteada e subserviente Europa, que se arrisca a ver uma desintegração do euro em menos de um ano?

BCE deixa de aceitar dívida pública grega como garantia nos empréstimos aos bancos
Observador

O Banco Central Europeu suspendeu hoje a dispensa das regras de rating mínimo no uso da dívida pública grega como garantia nos empréstimos do BCE à banca comercial, dizendo que “não é possivel esperar-se nesta altura que a revisão do programa seja concluída com sucesso”. A decisão faz com que os bancos que têm dívida grega deixem de a poder dar como garantia ao BCE quando lhe pedem dinheiro emprestado. Falta de financiamento dos bancos gregos terá agora de ser compensada pelo Banco Central da Grécia.

Será que Matthieu Pigasse (Lazard Bank), contratado por Yanis Varoufakis para desenhar soluções digeríveis para a bancarrota grega, falou, ou deixou falar, antes de tempo? Calculou mal a jogada? Ou será que a reação de Draghi e dos demais bancos centrais europeus constava dos seus cenários—aliás tornados públicos, nomeadamente, pela Bloomberg, no dia 1 de fevereiro? Amanhã saberemos.

What’s Going On with Greece and the ECB?
Bull Markethttps://medium.com/bull-market/whats-going-on-with-the-ecb-and-greece-3821de717625

Rules Require Cutting Off Greek Government Bonds?

[...]

“There will be no surprises if we find out that a country is below that rating and there’s no longer a program that that waiver disappears,” ECB Vice President Vitor Constancio said at an event in Cambridge, England, on Saturday.

If Vice President Constancio is referring to cutting off eligibility of specific bonds as collateral, that argues against the ECB’s’s current “official” approach being one of threatening a full cut-off of funds. Still, the idea of “junk-rated bonds are only eligible if a country is in a program” being part of “the ECB’s rules” is an over-statement. In truth, the ECB makes up these rules as it goes along and the “in again, out again” routine with Greek government bond eligibility is a long-standing one at this point.

Se repararmos bem no mapa dos gasodutos existentes, parcialmente construídos, ou em projeto, destinados a levar gás natural à Europa, perceberemos claramente que a Ucrânia e a Grécia são dois dos peões da estratégia de tensão em curso. A Alemanha, tal como a generalidade dos países do centro e norte da Europa, precisam de gás para não morrerem de frio no inverno.

Acontece que os Estados Unidos, seguindo a teoria estratégica de Halford Backinder, e do seu seguidor fiel, Zbigniew Brzeziński —consultor estratégico de Barak Obama—, consideram o controlo da Rússia essencial para impedir a supremacia da China, e de caminho também acham que quem controlar as reservas de petróleo e de gás natural, controla o mundo. Foi assim ao longo de todo o século 20. Será assim durante o século 21.

Depois da queda da União Soviética, os Estados Unidos montaram um apertado cerco militar à Rússia, através de alianças e da promoção de guerras regionais. A gota de água para a Rússia foi a tentativa de absorver a Ucrânia, berço da Rússia, na NATO. Perante a passividade dos europeus, e o oportunismo alemão, a Rússia respondeu à provocação, mostrando o que sucederia se o gás fornecido à Europa através da Ucrânia fosse interrompido. Daqui à escalada económico-financeira e militar foi um passo.

À medida que a Europa assustada procurava uma alternativa ao gás russo, lançando o fracassado projeto do gasoduto conhecido por Nabucco pipeline, que ficou no papel depois da desistência da Áustria, outros potenciais fornecedores de gás natural (Qatar-Irão, Iraque, Arábia Saudita, Israel, Turquemenistão) posicionaram-se no que passaria a ser uma corrida com implicações tremendas na região. O terrorismo, como exemplo típico de conflito assimétrico, a par de uma série de guerras vicariantes (proxy wars) em teatros localizados nas zonas de passagem dos vários potenciais gasodutos que querem concorrer com a Rússia no fornecimento de gás à Europa, passaram a entupir a paisagem mediática global com propaganda e imagens terríveis de ação psicológica.

Basta olhar para a importância que países como a Ucrânia e a Grécia têm nos acessos principais de gás natural à Europa para perceber que as discussões sobre as economias e os regimes políticos destes países não passam de pretextos que escondem jogos estratégicos fundamentais.

A recente descida abrupta do preço do petróleo esteve, afinal, relacionada com uma ofensiva dos Estados Unidos e da Arábia Saudita destinada a pressionar a Rússia a deixar cair Bashar al-Assad. Se Putin não ceder, arrisca-se a ver o seu país mergulhar numa crise financeira, económica e social que lhe pode ser fatal. Mas se ceder ao garrote dos preços baixos do petróleo, a quase exclusividade da Rússia no fornecimento de gás à Europa central, do norte e de leste, ficará comprometida.

A decisão do BCE, certamente determinada pela Alemanha, mas também pelos Estados Unidos, apesar das palavras carinhosas de Obama para com o novo poder grego, de aumentar a tensão na Grécia, tem mais que ver com a hipótese de uma aproximação entre a Grécia, a Turquia e a Rússia, do que com o problema da renegociação da dívida.


POST SCRITUM

É de notar que o mensageiro da decisão de o BCE tirar o tapete à Grécia foi o nosso querido e mui socialista Victor Constâncio. Que diz o sargento Costa e a nossa indigente Esquerda a isto?


RESPOSTA À PERGUNTA “TEM A CERTEZA QUE O EURO DESAPARECE?”

Não. Na realidade, o dólar quer apenas capturar o euro e fazer dele uma moeda subsidiária.

Ou seja, os Estados Unidos querem, compreensivelmente, manter a supremacia atlântica sobre a Eurásia, e para tal precisam de uma estratégia de pau e cenoura para com os alemães (euro sim, mas menos germanófilo).

Por exemplo, retirar à Rússia o monopólio de fornecimento de gás ao centro-norte-leste da União Europeia é um objetivo estratégico, que serve a Alemanha, a UE no seu conjunto, e os aliados da América no Médio Oriente: Arábia Saudita, Qatar, Israel...

No entanto, creio que os EUA querem mesmo enfraquecer a Rússia, para assim atingirem a China.

O perigo da situação vem daqui. E é neste sentido que a atuação do BCE e da senhora Merkel poderão, se o senhor Draghi não for pondo água na fervura, precipitar um choque frontal na Grécia (Grexit), de consequências imprevisíveis.

O colapso do euro, precedido de uma saída da Grécia, lançaria toda a Europa, a começar por Portugal, Espanha, Itália, França... numa situação particularmente complicada no que toca à reestruturação dissimulada (e em curso) das suas impagáveis dívidas (pública e privada).

Se em cima disto a Rússia, a Turquia e a China vierem em auxílio da Grécia, e em geral dos países europeus do Mediterâneo, teremos o caldo entornado.

Num cenário destes, a Rússia poderia mesmo fechar as torneiras à Ucrânia, i.e. à Alemanha; e poderia reforçar o apoio à Síria, bloqueando os gasodutos islâmico e árabe a favor dos gasodutos que vêm de Baku, do Turquemenistão e da Rússia, com passagem apenas pela Turquia, até chegar à Grécia.

A Europa precisará sempre de muito gás para se aquecer, não é verdade?

Resumindo, a questão financeira, e o problema grego, são muito mais do que o que aparentam.

As duas últimas guerras mundiais estiveram intimamente ligadas ao controlo das rotas do petróleo. A próxima grande guerra poderá acontecer por causa do controlo das rotas do gás.

A Alemanha já provou duas vezes que é incapaz de perceber os ventos da História, e que é suficientemente quadrada para se meter em armadilhas de onde depois não consegue sair.

É por isto que uma saída da Grécia do euro (Grexit), precipitada por comportamentos radicais do BCE e da Alemanaha, pode vir a rebentar com o euro, uma moeda demasiado atrelada ao invisível marco alemão!

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Atualização: 5/2/2015, 12:28 WET

terça-feira, janeiro 27, 2015

Socialistas afundaram Grécia e Portugal

Sem fiança possível

BCE antecipou-se à vitória do Syriza (para não perder a face)


Como se escreveu neste blogue, o BCE, para não perder a face, já avançou para taxas de juro negativas (NIRP), mais radical ainda do que a proposta do recém empossado ministro grego das finanças, Yanis Varoufakis (1), que, em 2013, defendia taxas de juro zero, sem maturidade.
 

Hoje, 27 de janeiro de 2015, a Espanha foi aos mercados e obteve dinheiro a juros de 0,018% e 0,137%. Capiche?

A renegociação das dívidas europeias está em curso há vários anos, sobretudo através de programas de estímulo sucessivamente anunciados pelo BCE (2). É por esta razão que seria conveniente separar o ruído ideológico das inúteis cagarras partidárias, e as táticas negociais dos governos e bancos centrais, do sumo da questão. E o sumo da questão é este: a Alemanha e a França são os maiores credores na teia de endividamento europeu (ver gráfico publicado pelo The New York Times em 2010), mas todos devem algo a alguém. Ou seja, um incumprimento total por parte da Grécia, ou de Portugal, Chipre, Espanha, etc., é impraticável, e mesmo impensável, porque desencadearia um imparável efeito de dominó. Há, aliás, países da Eurolândia em situação potencialmente mais dramática do que a da Grécia. Basta olhar para os três gráficos seguintes (clique para ampliar).

O endividamento público relativamente ao PIB é uma coisa...

O endividamento privado é outra...

E o endividamento público, empresarial e das famílias, 'per capita', outra!


Corrupção é uma coisa, acusar os povos de preguiça, outra bem diferente! 


É certo que a corrupção instalada, nomeadamente na Grécia, Espanha, Itália, ou Portugal, pelos níveis e descaramento atingidos, acabou por contrariar e fazer implodir a esperada convergência entre os países menos desenvovlidos da União Económica Monetária (zona euro) e os seus parceiros mais ricos. Ou seja, houve claramente países que perderam, mais do que ganharam, com a moeda única, enquanto outros claramente ganharam em quase todas as frentes.

Esta realidade, que os seguintes gráficos demonstram, não desculpa, porém, as elites corruptas que decisivamente contribuiram para o colapso financeiro e económico-social dos PIIGS. É neste sentido que os povos do sul da Europa devem dar aos partidos que os afundaram o mesmo tratamento que as eleições gregas acabam de dar ao PASOK, o cabotino e corrupto partido socialista  grego.

Antes do euro, o crescimento da Grécia era claramente mais acelerado do que o da Alemanha

A Alemanha beneficiou claramente com a moeda única


EMAIL RECEBIDO

Acrescento, a propósito da discussão grega, um apanhado de notas de Rui Rodrigues sobre o caso português.

O BCE salvou Portugal do pior em junho e agosto de 2014

A decisão do BCE de comprar dívida pública em 2015 vai criar mais confiança na economia portuguesa, por uma razão simples: o nosso país já não irá passar por um novo resgate, em 2015. 
  • Foi o BCE que salvou Portugal do 2º resgate, que poderia ter ocorrido em Junho. 
  • Foi o BCE que permitiu que Portugal, Grécia, Espanha e Itália voltassem aos mercados. 
  • Foi o BCE que salvou Portugal do colapso financeiro no mês de Agosto (dia 4 Agosto) ao resolver o colapso do BES

BCE inova com resolução do BES

A resolução do BES foi adoptada na Europa pela 1ª vez.

A solução aplicada em Chipre correu muito mal, sobretudo por se ter optado por forçar os depositantes pagar a crise dos bancos. Clientes com mais de 100 mil euros ficaram sem 60% dos depósitos. Devido a este erro, muitas pessoas ricas passaram a colocar parte do seu dinheiro em cofres.

Assim, e por intervenção do BCE, o BES foi dividido em Banco Mau e Banco Bom (o Novo Banco—sem dívidas).
O BCE decidiu ainda que a lista de interessados na compra do Novo Banco teria que ser apresentada até 31 de Dezembro deste ano.

É muito provável que sejam os chineses a comprar o Novo Banco.
Se este problema ficar resolvido no 2º trimestre de 2015, será uma grande vitória para o BCE.

Objetivos do Quatitative Easing à moda do BCE

Antes de descrever esta nova realidade convém saber algumas noções de economia.
A economia pode estar em expansão (crescimento) e no oposto existem 3 fases de decrescimento: 
  • Recessão - oposto ao crescimento. 
  • Deflação - É uma fase perigosa em que os preços começam a cair. Os consumidores podem adiar ainda mais tempo nas suas compras  na esperança dos preços caírem ainda mais. Existe o sério risco dos produtores irem à falência por não conseguirem vender os seus produtos e por consequência o desemprego por disparar. 
  • Depressão - Esta é a fase mais grave de todas. Os Estados Unidos já viveram essa tragédia em 1929 quando tiveram a grande depressão económica que provocou a falência de grande parte dos bancos e de empresas e o desemprego foi o mais alto de sempre.
A Europa está em deflação—crescimento quase nulo e inflação próxima do zero.

O objectivo do BCE é claro: aumentar a inflação para um valor abaixo dos 2%, mas próximo deste valor. 
PAra provocar este efeito, o BCE irá comprar 60 mil milhões de euros de dívida pública por mês, de Março a Setembro. A intervenção pode prolongar-se, caso os valores da inflação não venham a ser atingidos. 
O BCE vai comprar títulos de dívida aos bancos com a intenção de colocar e fazer circular mais dinheiro na economia. 
A objectivo final é fazer crescer a economia e evitar o perigo de deflação.


Alemanha e França financiam os PIIGS

Em Portugal os maiores devedores são as empresas, depois o Estado, e por fim as famílias. 
A empresa com a maior dívida é a EDP: mais de 18 mil milhões de euros e juros de 600 milhões de euros por ano. 
Segundo opinião do Deutsche Bank, a Espanha, Irlanda e Itália vão resolver os problemas das suas dívidas.
A Irlanda tem a dívida empresarial mais elevada mas chegou a esta situação porque os seus bancos se "meteram de cabeça" nos derivados tóxicos.

Irlanda, Espanha e Itália têm economias mais fortes, o que ajudará estes países a pagarem as dívidas. 
Os casos de Portugal e Grécia são semelhantes. Crescimento baseado no endividamento.

O Deutsche Bank já sugeriu uma possível solução para a Grécia: ficar de quarentena durante uns anos até melhorar a sua economia. Nesse intervalo passariam a ter duas moedas:
  • o Drakma para operações internas 
  • o Euro para as trocas externas

Quem tivesse euros no banco mantê-los-ia e as poupanças seriam assim protegidas.


Consequências da decisão do BCE


Uma das consequências da decisão do BCE é a desvalorização o euro relativamente ao dólar

Esta opção poderá aumentar as exportações da Europa e consequentemente o emprego.

Os Estados Unidos, através da Fed, e a Inglaterra, através do Banco de Inglaterra, conseguiram aumentar o emprego e passaram a ter crescimento económico depois de terem optado pela compra maciça de dívida pública.

Aqueles que são contra a decisão do BCE dizem que o sucesso dos Estados Unidos e Inglaterra ocorreram em condições diferentes e em alturas diferentes das actuais. Nos EUA foi em Novembro de 2008. Em Inglaterra foi há 6 anos. Por estas razões julgam que o êxito do BCE pode ser bem mais limitado que nos EUA e Inglaterra.

NOTAS
  1. Yanis Varoufakis: 'We are going to destroy the Greek oligarchy system' (Channel 4—vídeo)

    Novo ministro das Finanças grego defendia em 2013 taxas de juro zero e empréstimos sem maturidade
    27 Janeiro 2015, 12:12 por Jornal de Negócios
  2. Draghi’s Introductory Remarks at ECB Press Conference: Text
    Bloomberg. Jan 22, 2015 1:52 PM GMT+0000

    Based on our regular economic and monetary analyses, we conducted a thorough reassessment of the outlook for price developments and of the monetary stimulus achieved. As a result, the Governing Council took the following decisions:

    First, it decided to launch an expanded asset purchase programme, encompassing the existing purchase programmes for asset-backed securities and covered bonds. Under this expanded programme, the combined monthly purchases of public and private sector securities will amount to €60 billion. They are intended to be carried out until end-September 2016 and will in any case be conducted until we see a sustained adjustment in the path of inflation which is consistent with our aim of achieving inflation rates below, but close to, 2% over the medium term. In March 2015 the Eurosystem will start to purchase euro-denominated investment-grade securities issued by euro area governments and agencies and European institutions in the secondary market. The purchases of securities issued by euro area governments and agencies will be based on the Eurosystem NCBs’ shares in the ECB’s capital key. Some additional eligibility criteria will be applied in the case of countries under an EU/IMF adjustment programme.

    Second, the Governing Council decided to change the pricing of the six remaining targeted longer-term refinancing operations (TLTROs). Accordingly , the interest rate applicable to future TLTRO operations will be equal to the rate on the Eurosystem’s main refinancing operations prevailing at the time when each TLTRO is conducted, thereby removing the 10 basis point spread over the MRO rate that applied to the first two TLTROs.

    Third, in line with our forward guidance, we decided to keep the key ECB interest rates unchanged. 
Atualização: 27/01/2015, 20:38 WET