Mostrar mensagens com a etiqueta China. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta China. Mostrar todas as mensagens

sábado, junho 03, 2017

Arte 'contemporânea' e corrupção

Guttguff, Making waves out of nothing..., 2017


Uma elite mal frequentada


Recordo o que pensei e escrevi há umas semanas sobre a feira espanhola de arte em Lisboa, a sua má performance em dois anos consecutivos, a arrogância dos pequenos ditadores palacianos do gosto (que sobretudo protegem negócios sem transparência), o isolamento crescente da chamada arte contemporânea, e os subsídios (perdão, as compras) generosas da EDP, da Fundação de Serralves e da CML:

— por serem todas estas instituições, entidades públicas, i.e. que vivem com o dinheiro dos contribuintes nacionais e europeus, ou com o investimento de acionistas em mercado bolsista aberto, devem-nos, a todos nós, relatórios sobre como, porquê, quando e quanto gastam do dinheiro que lhes é confiado.

A feira de arte ARCO 2017 teve menos 3000 visitas do que a de 2016 (a qual já tinha sido uma decepção: 13 mil visitantes), apesar de a eleitoral CML ter 'investido' este ano, 100.000 euros em compras de obras de arte (e o resto). Quanto investiu o ano passado, e em quê?

E em 2018, como vai ser?

Quem decide os critérios de avaliação de eventos que fracassam, por exemplo, na Câmara Municipal de Lisboa, ou no Governo?

Quantas obras de ‘arte contemporânea’ compraram a Fundação de Serralves e a Câmara de Lisboa este ano? E no ano passado? E a quem?

Quantas obras comprou a CML e a Fundação de Serralves, e a quem, nas sucessivas edições da desgraçada Feira de Arte de Lisboa, que viria a soçobrar por falta óbvia de estrutura e ‘know-how’?

Os DDT da massa estão falidos, ou a caminho da prisão. Serão os que com eles coabitaram durante décadas alguma vez capazes de extrair ilações morais e estratégicas de tão ruinosa parceria? Continuará a corte palaciana da ‘arte contemporânea’, ao comando da marcha lenta, medíocre e invisível da arte portuguesa? Só respondendo a esta pergunta, se perceberá como a dita chegou aos nossos dias com tamanha má fama, afastando do seu convívio tanta gente normal.

Sem gente normal, os políticos ficam sem pé para pôr os pés em sítios mal frequentados. Foi, por acaso, António Costa, à ARCO 2017?

E ainda, que direito assiste ao Museu de Serralves e à Fundação EDP de não revelarem o dinheiro despendido na ARCO, e a quem compraram obras de arte? Não são ambas instituições públicas? Não auferem ambas benefícios fiscais por esta mesma condição? Não são ambas subsidiadas pelos contribuintes, e pelos consumidores (no caso da EDP, na forma de rendas excessivas e imorais garantidas por todos nós)? Quem lhes confere a prerrogativa de faltar ao dever de transparência, comum a qualquer serviço público ou empresa cotada em bolsa?

Este post estava à espera de publicação no meu computador, até que a escandalosa notícia de ontem (constituição de arguidos, suspeitos de corrupção ativa e passiva, de executivos de topo da EDP e da REN) me lembrou o atraso.

Precisamos de fazer uma reflexão séria sobre a ética da arte contemporânea. Confundir a arte com o cortejo fúnebre da corrupção seria a melhor maneira de deitar o bébé fora com a água suja da banheira.

segunda-feira, janeiro 30, 2017

A dúvida de Trump


Quem é o inimigo principal? A China, ou a Rússia?


Irá Donald Trump abandonar a teoria estratégica que dominou a diplomacia mundial desde 1904, ou, pelo contrário, o que está em causa, como sugere Immanuel Wallerstein, é saber se os Estados Unidos estarão finalmente preparados para ceder à China a missão estratégica de conter o expansionismo potencial da Rússia, esse famoso Coração da Terra descrito por Halford John Mackinder?

Most politicians, journalists, and academic analysts describe the relations of China and the United States as one of hostile competition, especially in East Asia. I disagree. I believe that the top of both countries' geopolitical agenda is reaching a long-term accord with the other. The major bone of contention is which of the two prospective partners will be the top dog.
—in “China and the United States: Partners?”
Immanuel Wallerstein. Commentary No. 441, Jan. 15, 2017

A verdade é que a Grande Rússia, czarista, soviética, ou putiniana é mesmo o coração da Eurásia, e é muito grande! Trata-se de um país continental com autonomia energética e alimentar, onde é possível ensaiar mísseis balísticos, bem como tentar aplicar a teoria do socialismo num só país. Ou seja, a sua inércia geopolítica é incomensurável, sendo que qualquer exercício de contenção sobre a elasticidade das suas fronteiras internas e próximas (Rimland) obriga a esforços económicos e humanos de incalculáveis custos, que sucessivas derrotas militares (Napoleão e Hitler, mas também Clinton, Bush e Obama) comprovaram tragicamente. A Alemanha tentou conquistar este Heartland e só não foi absorviva pela União Soviética porque os seus inimigos ocidentais da véspera lhe deitaram a mão imeditamente após a chegada das tropas russas a Berlim. O preço da ambição alemã foi, no entanto, a expansão da fronteira elástica da Mãe Rússia ao longo da chamada Cortina de Ferro e mesmo até ao interior da Alemanha, dividindo a sua capital em duas metades.

“From Stettin in the Baltic to Trieste in the Adriatic an iron curtain has descended across the Continent. Behind that line lie all the capitals of the ancient states of Central and Eastern Europe. Warsaw, Berlin, Prague, Vienna, Budapest, Belgrade, Bucharest and Sofia; all these famous cities and the populations around them lie in what I must call the Soviet sphere, and all are subject, in one form or another, not only to Soviet influence but to a very high and in some cases increasing measure of control from Moscow.”  
—Winston Churchill

A América e a Europa ocidental, apesar de serem as mais ricas regiões económicas do planeta não têm disponibilidades financeiras e anímicas suficientes para continuarem a suportar os custos de um cerco geopolítico cada vez mais caro e com perdas colaterais cada vez maiores, de que a crise migratória, a par da radicalização social e política de um e outro lado do Atlântico são as maiores ameaças recentes à sua estabilidade. Mas se assim é, porque pretende Donald Trump uma trégua com Moscovo, provocar a Alemanha, e atacar Pequim? Não seria mais lógico aproximar-se da China e encomendar-lhe parte dos custos de contenção da ameaça russa?

Segundo Immanuel Wallerstein, este é o caminho, mas tem um senão: implica que os Estados Unidos cedam o seu papel de potência dominante à China, como outrora os ingleses acabariam por fazer relativamente à sua antiga colónia. Uma tal cedência, porém, é o contrário do que diz a consigna Make America Great Again.

Nada disto faz sentido. Aparentemente. Salvo se estivermos em presença de uma manobra perversa por parte dos Estados Unidos, nomeadamente depois de constatarem que o seu declínio prossegue de forma imparável e a sua sociedade está cada vez mais dividida e violenta, ao contrário de uma União Europeia e de uma moeda, o euro, que parecem resistir a todas as tentativas (americana, inglesa e russa) de as destruirem. A manobra seria esta: criar atrito com a China, provocar a União Europeia, dar espaço de manobra à Rússia, e esperar que os temores da China comecem a aflorar nas conversas privadas entre Washngton e Pequim. É que a autonomia energética chinesa chegou virtualmente ao fim. Sem energia abundante e barata mais limpa que o carvão, até hoje usado, e sem o petróleo/ gás natural do Médio Oriente e da Ásia Central, o colapso ecológico, mas também económico de Pequim, poderá estar a menos de duas décadas de distância. O crescimento real do PIB chinês não ultrapassa hoje os 5%. Ou seja, mais do que a América, cuja suficiência energética e alimentar continua a ser evidente, é a China—a qual faz parte do famoso Rimland do Coração da Terra— que precisa de conter a Rússia! Chegados aqui, os americanos bem poderiam recolher a penates e lamber as feridas de um século de imperialismo violento.

Conclusão: os Estados Unidos desejam secretamente ceder a supremacia à China, mas sem perder a face.



REFERÊNCIAS À TEORIA GEOESTRATÉGICA DE MACKINDER

A modernidade pós-medieval começa em 1415 (tomada de Ceuta pelos portugueses), ou em 1453 (queda de Constantinopla), ou em 1492 e 1500 (descoberta do continente americano), ou em 1522 (conclusão da primeira viagem de circum-navegação), e termina, segundo H. J. Mackinder, pouco depois de 1900. Este foi o tempo que levou a conhecer e desenhar o mapa da Terra até às suas mais ínfimas paragens. Depois desta aventura, o mundo tornou-se uma realidade geopolítica fechada, não havendo mais nenhuma 'última fronteira' a descobrir ou conquistar, mas tão só territórios delimitados por nações e estados, compondo placas tectónicas e geopolíticas cujos movimentos e atritos marcam o pulsar, por vezes violento, entre as comunidades humanas que nelas habitam.

Como escreveu Harold John Mackinder na sua famosa conferência de 1904 (traduzo livremente),
Quando os historiadores num remoto futuro olharem para o grupo de séculos por que estamos a passar, com uma perspetiva comprimida como aquela que nos dá a ver as dinastias do Egito, poderá muito bem acontecer que descrevam os últimos 400 anos como a época colombiana, e digam que a mesma acabou pouco depois de 1900. 

CITAÇÕES

##
“Who rules East Europe commands the Heartland; Who rules the Heartland commands the World Island; Who rules the World Island commands the World.”(Mackinder, Democratic Ideals and Reality, p. 150) 
Competition for gaining control over natural resources between Russia and the United States together with geopolitical and strategic factors characterized the geopolitics of Central Asia. Control over natural resources as well as market access is indeed the main motto of the foreign policy direction of both states. In fact, it may be said that outlined in 1904 through his speech, the “Heartland theory” was a founding moment for geopolitics. His argument regarding the control of the Eurasian landmass (Europe, Asia, and the Middle East), is still considered as the major geopolitical prize.  
—in “Heartland Theory” of Mackinder & its Relevancy in Central Asia Geopolitics
By Suban Kumar Chowdhury and Abdullah Hel Kafi
IndraStra. Saturday, June 25, 2016

##
In Europe, North America, South America, Africa, and Australasia there is scarcely a region left for the pegging out of a claim of ownership, unless as the result of a war between civilized or half-civilized powers. Even in Asia, we are probably witnessing the last moves of the game first played by the horsemen of Yermak the Cossack and the shipment of Vasco da Gama. Broadly speaking, we may contrast the Columbian epoch with the age which preceded it, describing its essential characteristic as the expansion of Europe against almost negligible resistances, whereas medieval Christendom was bent into a narrow region and threatened by external barbarism. From the present time forth, in the pos-Columbian age, we shall again have to deal with a closed political system, and none the less that it will be one of worldwide scope. [...] 
European civilization is, in a very real sense, the outcome of the secular struggle against Asiatic invasion. [...] 
...the settled peoples of Europe lay gripped between two pressures—that of the Asiatic nomads from the east, and on the other three sides that of the pirates from the sea. From its very nature, neither pressure was overwhelming, and both, therefore, were stimulative. [...] 
It is probably one of the most striking coincidences of history that the seaward and the landward expansion of Europe should, in a sense, continue the ancient opposition between Roman and Greek. Few great failures have had more far-reaching consequences tan the failure of Rome to Latinize the Greek. The Teuton was civilized and Christianized by the Roman, the Slav in the main by the Greek. It is the Romano-Teuton who in later times embarked upon the ocean; it was the Graeco-Slav who rode over the steppes, conquering the Turanian. Thus the modern land-power differs from the sea-power no less in the source of its ideals than in the material conditions of its mobility. [...] 
For a thousand years a series of horse-riding peoples emerged from Asia through the broad interval between the Ural mountains and the Caspian sea, [...] 
The all-important result of the discovery of the Cape road to the Indies was to connect the western and the eastern coastal navigations of Euro-Asia, even though by a circuitous route, and thus in some measure to neutralize the strategical advantage of the central position of the steppe nomads by pressing upon them in the rear. 
—in The Geographical Pivot of History
H. J. Mackinder
The Geographical Journal
Vol. 23, No. 4 (Apr. 1904), pp. 421-437

##
Mackinder’s article argued that the coming of steam power, electricity, and the railways were, at last, permitting continental nations to overcome the physical obstacles that had hampered their development in the past. 
In particular, the railway was enabling tsarist Russia to exploit its vast internal resources and to make strategic inroads in the far east and towards India that its imperial rival Great Britain could not counter. Land power was thus eroding the geopolitical advantages that had been enjoyed by the western sea powers. 
The rest of the 20th century bore witness to Mackinder’s thesis. The two world wars were struggles for control of what the author called the “rimlands”, that swathe of territories running from eastern Europe to the Himalayas and beyond, just outside the Asian “heartland” itself. Soviet domination of that region during the cold war caused many a US geopolitician (Nicholas Spykman, for example) to recall Mackinder’s theories. And the recent projection of US military power into Afghanistan and various central Asian republics has rekindled interest in the hypothesis. 
—in The pivot of history
Paul Kennedy
The Guardian, Saturday 19 June 2004 12.02 BST

terça-feira, julho 05, 2016

Rota da Seda Ferroviária


Mas crescer, como? Se não fazem nada por isso?


Com conhecimento para o senhor primeiro ministro, António Costa, ministro das infraestruturas, Pedro Marques, e secretária de estado dos transportes, Ana Paula Vitorino:

“O carregamento partiu de Taichung (Taiwan) para Xiamen (China) por mar, e aí iniciou a viagem ferroviária que passou por Chengdu (China) até chegar a Lodz (Polónia). A partir daí, foi enviado para o centro de operações da MEDION, na Alemanha.
De acordo com a DHL, este serviço multimodal de base ferroviária reduz o tempo de trânsito para metade e os custos em dois terços em relação às operações marítimo-aéreas antes usadas.” Transportes&Negócios

Como é bom de ver, a prisão de ventre que a classe política, financeira e industrial indígena tem revelado face à renovação da nossa rede ferroviária, a qual exige sem ambiguidade a mudança progressiva da infraestrutura baseada na bitola ibérica por uma infraestrutura UIC —vulgo, bitola europeia— está a transformar Portugal num ilhéu ferroviário sem saída e sem recursos próprios suficientes para a manutenção e mesmo a operação em segurança do que existe em estado avançado de decrepitude.

terça-feira, junho 07, 2016

A China no Montijo?

Não é preciso nenhum luxo para ganhar dinheiro

Querem crescimento? Precisam de investimento? Basta um neurónio para lá chegar!


O DDT insistiu enquanto pôde num buraco negro chamado NAL de Alcochete. Esta insistência, que gozou do beneplácito desmiolado ou corrupto dos nossos queridos partidos políticos, do PCP ao CDS, passando pelo PS (claro!) e PSD, custou a falência da TAP.

Talvez fosse bom agora, no país falido que somos, propor a Xangai um negócio chamado aeroporto low cost e de mercadorias do Montijo, articulado com a prevista (pela União Europeia, por quem haveria de ser?) nova ligação ferroviária de mercadorias e alta velocidade Poceirão-Caia. A Ryanair agradeceria, a China ficaria contente, e Portugal teria menos angústias sempre que fala de crescimento e investimento externo.

Vendo bem, a ampliação/requalificação do aeroporto do Montijo, sobretudo se houver uma nova ligação ferroviária (UIC—vulgo, bitola europeia) entre o Pinhal Novo (Lisboa+Setúbal+Sines) e Espanha/resto da Europa, é capaz de ser um daqueles lombinhos que Pequim adoraria licitar ;)
Chineses compram aeroporto regional de Frankfurt-Hahn na Alemanha
A Shanghai Yiqian Trading vai comprar o aeroporto regional Frankfurt-Hahn, na Alemanha. Um negócio que permite à empresa assegurar uma base para a exportação de alimentos, mas também uma plataforma para passageiros vindos ou a caminho da Ásia.
A empresa chinesa vai adquirir uma participação de 82.5% por algumas dezenas de milhões de euros, sendo que a quantia ainda não foi precisada.
Este aeroporto, situado a 100 quilómetros de Frankfurt, tem tido dificuldades em atingir lucro, mas os novos donos querem impulsionar o negócio com o transporte aéreo de passageiros e mercadorias para a Ásia.
Euronews, 06/06 17:18 CET

quinta-feira, setembro 10, 2015

O Ocidente ainda não percebeu que deixou de ditar as regras

Chinese missiles are seen on trucks as they drive next to Tiananmen Square and the Great Hall of the People during a military parade on September 3, 2015 in Beijing, China.
(Original Photo: Kevin Frayer/Getty Images/ edited)

A guerra do gás continua a aumentar a parada belicista no Médio Oriente e no Mediterrâneo. A projeção da crise de refugiados em direção à Europa, e o colapso das exportações alimentares comunitárias para a Rússia, são o preço inicial que esta Europa desmiolada começa a pagar por causa dos idiotas que a dirigem, de cócoras para Washington.

Portugal deve tomar uma posição diplomática de distanciamento da deriva belicista euro-americana, e enveredar pela adoção imediata de uma posição de neutralidade no que começa a parecer-se cada vez mais com uma escalada bélica que pode revelar-se incontrolável.

Somos pequeninos? Somos. E por isso mesmo podemos e devemos assumir uma postura útil e pedagógica, nos antípodas das afirmações aventureiras do senhor do PS que hoje administra um banco falido chamado Banif!

Russia sends ships, aircraft and forces to Syria: U.S. officials
Reuters, Business | Wed Sep 9, 2015 11:49am EDT

Russia has sent two tank landing ships and additional aircraft to Syria in the past day or so and has deployed a small number of forces there, U.S. officials said on Wednesday, in the latest signs of a military buildup that has put Washington on edge.

The two U.S. officials, who spoke to Reuters on condition of anonymity, said the intent of Russia's military moves in Syria remained unclear.

Will China Invade Alaska, Canada? Will Russia?
The theory of 65-year cycles points to a critical moment in China's evolution
Observer, By Bernie Quigley | 09/03/15 1:02pm

Because the Chinese have been studying the cycles. From generational theorists William Strauss and Neil Howe, they have learned that political/cultural cycles last only 65 years, and then they collapse, cycles first observed by Taoist monks and Roman philosophers. And China is exactly 66 years advanced since the Chinese Communist Revolution of 1949. In terms of generational cycles, China is on the eve of destruction. (In terms of the Strauss/Howe theory, so are we.)

The Chinese have been studying Western theories and economic cycles like the Elliott Wave, which suggests that the life cycle of a dominant currency has its limitations, and the American dollar cycle has ended. They have been studying economist Harry Dent, investment gurus Jim Rogers, Marc Faber and libertarian Ron Paul, seen often here only in the shadows, and understand that America is at a full economic transition, potentially a catastrophic cultural turning.

They have been reading Nicholson Baker’s day-by-day account, Human Smoke: The beginnings of WWII, the End of Civilization. They understand fully without Western sentimentality or illusion what comes next at the end of the economic cycle: Total war.

One remark to Bernie's post: you should metric the 65 years cycle, not from 1949 on, but 1960 on, which would lead China strategic calculus to 2025. That is within a decade... The explanation for this suggestion is simples: before 1960 China had to import all the oil it needed, namely from Russia, after 1960 China became a self-sufficient oil producer... until 2015, when its Daqing oil peaked, like it peaked in USA in 1973...

So before 2030, as Donella Meadows and the team that worked with her on the The Limits to Growth predicted, the entire worl will be in big trouble.

domingo, agosto 30, 2015

PS neoliberal

As barragens lançadas por Sócrates-Mexia são um crime

Vem aí outra diarreia neo-keynesiana!


O economista-chefe do Citigroup pensa como o nobel taberneiro Krugman: é preciso inundar o planeta com novos casinos, cheios de fichas para jogar. INFINITO=ZERO !

O PS socratino de António Costa, e os seus lunáticos sábios economistas, são da mesma opinião...

Só que desta vez vão mesmo ter que confiscar tudo o que se puder trincar, por exemplo: o dinheiro físico (através da proibição da circulação de notas e até moedas), o ouro (através do controlo policial dos seus movimentos e depósitos, as nossas jóias incluídas!), as casas, as quintas, os salários e as pensões (sobretudo através da repressão fiscal, que vai aumentar, mesmo que baixem alguns impostos populistas).

O PS, que recomenda a expansão 'temporária' da nossa astronómica dívida, quer dizer, que promete promover, se for governo, a retoma dos negócios da Coelho-Mota-Engil e quejandos, perdão, que promete promover, se for governo, a retoma do investimento público, é, na realidade, a única força neoliberal do nosso espetro político-partidário. É que o liberalismo, tal como o neoliberalismo, nunca deixaram de ser variantes ardilosas de mercantilismo e capitalismo de estado dos que têm dinheiro e poder, contra os que não têm, ou têm menos, dinheiro e poder. Quem iniciou a desregulamentação financeira dos bancos foi um democrata americano chamado Bill Clinton, enquanto fumava charutos cubanos clandestinos bem humedecidos. Capiche?


No período que se seguirá ao fim da Grande Miragem da China, a próxima diarreia financeira destinar-se-à, uma vez mais, a estimular as bolhas especulativas dos degenerados mercados financeiros, alargando ainda mais o fosso entre os super ricos e as classes médias, pagando para tal o preço de continuar a alimentar burros a Pão de Ló, ou seja, as elites burocráticas, de que os partidos do famoso arco da governação são os principais beneficiários. Este é um esquema de rapina da poupança mundial e do valor do trabalho, e em geral de tudo o que é tangível, sem precedentes.

Será que ainda ninguém percebeu esta verdade elementar? Ainda vai votar no PS? Se é de esquerda, ao menos vote no PCP, ou no Bloco!

Citigroup Chief Economist Thinks Only "Helicopter Money" Can Save The World Now
Zero Hedge, Submitted by Tyler Durden on 08/29/2015 20:00 -0400


Speaking on a panel at the Council of Foreign Relations in New York, Mr Buiter said the dollar will “go through the roof” if the US Federal Reserve lifts interest rates this year, compounding the crisis for emerging markets.

“So why it matters is that the competence of the Chinese authorities as managers of the macro economy is really in question - the messing around with monetary policy, the hinting on doing things on the fiscal side through the policy banks. But I think the only thing that is likely to stop China from going into, I think, recession - which is, you know, 4 percent growth on the official data, the mendacious official data, for a year or so - is a large consumption-oriented fiscal stimulus, funded through the central government and preferably monetized by the People’s Bank of China.

Well, they’re not ready for that yet. Despite, I think, the economy crying out for it, the Chinese leadership is not ready for this.

So I think they will respond, but they will respond too late to avoid a recession, and which is likely to drag the global economy with it down to a global growth rate below 2 percent, which is my definition of a global recession. Not every country needs go into recession. The U.S. might well avoid it. But everybody will be adversely affected.”

sábado, agosto 29, 2015

A Grande Miragem da China








A crowd watched as a building designed by Rem Koolhaas burned in Beijing on Monday, FEB 9, 2009. Credit David Gray/Reuters. The New York Times

China, a terceira maior economia do planeta, depois da UE e dos EUA, chegou a uma encruzilhada


O excesso de reservas cambiais da China, nomeadamente sob a forma de títulos de dívida americana, está a ser aliviado para, com os dólares obtidos na venda dos chamados treasuries, convertidos depois em yuans depreciados, ensopar a gigantesca bolha de endividamento especulativo e deficit spending com que a China pretendeu enganar o abrandamento da economia mundial, mas que acabou por rebentar com estrondo ecuménico na passada segunda-feira—o primeiro Black Monday da bolsa de Xangai. Welcome to crony capitalism!

A China esteve de pernas cortadas no que se refere ao seu crescimento e desenvolvimento enquanto não pôde dispor de petróleo barato. Até 1960, quando finalmente começou a produzir petróleo, a partir das grandes reservas de Daqing, descobertas em 1959, tudo mudou. Pequim deixou de depender de Moscovo e do Ocidente para se abastecer do precioso ouro negro. Foi a descoberta das grandes reservas de petróleo na bacia de Songhua Jiang-Liao —cujo pico de exploração foi, no entanto, atingido em 2014-2015— que viria a pulverizar o comunismo chinês, inventado por Mao Zedong, e tão do agrado de alguns intelectuais sado-masoquistas da Europa. Foi a junção económica entre as reservas próprias de petróleo e as suas formidáveis reservas de mão de obra barata e submissa que levou a China até aos píncaros de 2007. No entanto, a conjunção entre o colapso da procura agregada mundial, pondo fim ao boom das exportações Made in China, a par do fim do petróleo barato chinês, fazendo da China hoje o maior importador de petróleo do planeta, podem transformar 2015 no ano da Grande Miragem da China. Talvez alguns chineses já se tenham apercebido disto mesmo, e por isso começam a voar como as andorinhas em direção ao Ocidente, nomeadamente para Portugal.

À luz desta visão estratégica, eu recomendaria ao Banco de Portugal que forçasse os chineses interessados no Novo Banco a pagar o que inicialmente prometeram, ou até um pouco mais. A Europa é um ativo cada vez mais precioso, ao contrário do que afirma Krugman e outros lunáticos como ele.


POST SCRIPTUM — vale a pena ler o post de Charles Hugh Smith sobre os mitos que o crash chinês desfez...

Here's Why The Markets Have Suddenly Become So Turbulent
A perfect storm of failing trends
by Charles Hugh Smith
Friday, August 28, 2015, 2:28 PM
Peak prosperity

The China Story is Over

And I don’t mean the high growth forever fantasy tale, I mean the entire China narrative is over:

  • That export-dependent China can seamlessly transition to a self-supporting consumer economy.
  • That China can become a value story now that the growth story is done. 
  • That central planning will ably guide the Chinese economy through every rough patch. 
  • That corruption is being excised from the system. 
  • That the asset bubbles inflated by a quadrupling of debt from $7 trillion in 2007 to $28 trillion can all be deflated without harming the wealth effect or future debt expansion. 
  • That development-dependent local governments will effortlessly find new funding sources when land development slows. 
  • That workers displaced by declining exports and automation will quickly find high-paying employment elsewhere in the economy.

I could go on, but you get the point: the entire Story is over.  (I explained why in a previous essay, Is China’s “Black Box” Economy About to Come Apart? )

This is entirely predictable. Every fast-growing economy starting with near-zero debt and huge untapped reserves of cheap labor experiences an explosive rise as the low-hanging fruit is plucked and the same abrupt stall and stagnation when the low-hanging fruit has all been harvested, leaving only the unavoidable results of debt-fueled speculation: an enormous overhang of bad debt, malinvestment (a.k.a. bridges to nowhere and ghost cities) and policies that seemed brilliant in the good old days that are now yielding negative returns.

sexta-feira, junho 05, 2015

Angola mon amour

Sindika Nokolo, Rui Moreira e Paulo Cunha e Silva na exposição "You Love Me, You Love Me Not"

Um país sem falsos socialistas consegue resolver os seus problemas


Este é um bom negócio para o ex-colonizador falido, e para a ex-colónia que desponta como um dos grandes países africanos. Ninguém estranha que a antiga colónia britânica, os EUA, tenha sido ao longo de mais de um século um dos principais investidores no Reino Unido e na Irlanda. Mas há gente doida (e racista) do meu país que estranha os investimentos de Angola em Portugal. Ontem, Fernando Alvim, vice-presidente da angolana Fundação Sindika Dokolo, que em breve abrirá a sua sede europeia, no Porto, deu uma lição de anti-colonialismo e história a quem o quis ouvir (no cada vez melhor Canal Porto). Espero que alguém envie uma cópia do programa à família Soares!
Efacec tem porta aberta para negócios em Angola
Jornal de Negócios, 05 Junho 2015, 00:01

A Efacec tem a porta aberta para negócios em Angola, na área da energia, onde o governo do país prevê realizar investimentos de 21 mil milhões de euros até 2017.


Parabéns Porto, parabéns Luanda! 

2015 é o ano em que se fecha um anel de civilização com seis séculos. De Ceuta (1415), a Europa, com Portugal na frente, contornou África, deixou apelidos em Malaca, chegou à Índia, à China, ao Japão, à Terra Nova e à Gronelândia (que os dinamarqueses reinvindicariam como colónia sua duzentos anos depois). Sempre por mar, ouvindo as sereias e em busca da Ilha dos Amores. Fernão Magalhães provou que a Terra era redonda, e até à Austrália chegámos, guardando bem o segredo, por causa de Tordesilhas!

Seiscentos anos depois é a vez do mundo outrora longínquo conhecer esse canto da Terra chamado Europa, e a sua mais bela praia atlântica: Portugal. A China percebeu. Angola percebeu. Os brasileiros sempre souberam. O Japão também. O Vietname vem a caminho. E que melhor cidade para dar as boas vindas a este novo descobrimento, que o estuário onde Portugal nasceu e os seus homens de negócios levaram narizes, idioma, sabores e modos de negociar a toda a parte? A imperial e falida América de Obama deveria aprender connosco a arte da diplomcia e a humildade produtiva dos nossos comerciantes.

Bem votou quem votou no Rui Moreira!

Fundação Sindika Dokolo vai ter antena mundial no Porto
Público, 20/05/2015

A Fundação Sindika Dokolo (FSD), instituída em Luanda, vai ter a sua nova antena mundial no Porto, num espaço que está ainda a ser procurado para o efeito em articulação com a autarquia local.

“Nós sentimo-nos muito próximos do conceito de 'cidade líquida' desenvolvido pelo Paulo Cunha e Silva, e achamos que o que está a acontecer na cidade, do ponto de vista cultural, é extraordinário”, disse ao PÚBLICO Fernando Alvim, artista plástico e vice-presidente da fundação, a justificar a escolha do Porto como sede europeia e antena mundial da instituição.

Fundação do marido de Isabel dos Santos terá sede europeia no Porto
Expresso, 19.05.2015

Sindika Dokolo fechou com chave de ouro a exposição "You Love Me, You Love Me Not", que decorreu Galeria Municipal nos jardins do Palácio de Cristal, e em dois meses recebeu 40 mil visitantes, anunciando que o Porto terá a futura sede europeia da fundação com o seu nome.

O colecionar e empresário congolês, marido da empresária Isabel dos Santos e detentor da mais importante coleção de arte africana atual, já anda à procura de um local onde ficarão instalados os escritórios e um espaço cultural da fundação. Neste espaço, que não será fechado à coleção de arte ou a temas apenas relacionados com o contexto africano, pretende-se criar uma rede multidisciplinar, que provoque encontros e reflexão sobre o movimento da contemporaneidade nas suas diversas áreas.

terça-feira, maio 19, 2015

Fraude tarifária

Xi Jinping, presidente da RPChina

É preciso travar o garrote energético, já!


A fraude e o esbulho no setor energético prosseguem, perante a subserviência de Passos Coelho e do seu caricato ministro do ambiente. Convém, no entanto, esclarecer que com António Costa a coisa ainda seria pior. Basta perguntar-lhe agora o que pensa disto...

A venda dos défices tarifários fraudulentos é uma maneira da EDP ir mitigando a sua extraordinária dívida conhecida (mais de dezasseis mil milhões de euros!), mas também de escapar a uma mão negocial mais firme de um governo futuro mais honesto (que nunca será do PS, e muito menos do socratino Costa), ou simplesmente de um mais que previsível dictat da Troika. Qualquer renegociação das condições da produção e comercialização da energia no nosso país, nomeadamente no que toca ao fim das rendas piratas, terá pela frente, não apenas a EDP, Endesa, Iberdrola, Galp, etc., mas ainda uma miríade de fundos abutres sem rosto que vão especulando com o tal 'défice tarifário', passando-o de carteira em carteira, ao sabor das bolhas.

Seria bom que as Três Gargantas (Three Gorges Corporation), ou antes, que o governo chinês, desse prova, neste momento, de que veio para Portugal investir no desenvolvimento do país, ganhando lucros razoáveis, e não para alavancar a cleptocracia indígena.

Até porque, no caso da EDP, já tem os americanos à perna. E em breve terá a Comissão Europeia, e as empresas francesas, alemãs e italianas da energia.


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

sexta-feira, maio 15, 2015

Rota da Seda 2.0 passa por Lisboa



China vai investir 50 mil milhões de dólares no Brasil

Fonte diplomática brasileira disse que o investimento chinês vai ser feito nos setores das infraestruturas, redes de caminho-de-ferro, estradas, portos e aeroportos.

Ler mais em Correio da Manhã

A quem gostar de geoestratégia aconselho o mapa Tordesilhas 2.0 que desenhei há uns anos e que tenho vindo a atualizar. Tive o cuidado de descer a vários pormenores... nomeadamente no que toca a portos e redes ferroviárias estratégicas, existentes ou em construção...

Vale a pena fazer zoom às principais linhas de comunicaçção em que a China está a investir:

  • Pequim-Veneza-Londres (Rota da Seda 2-terrestre)
  • China-Malaca-Golfo Pérsico-Mar Vermelho-Nacala-Lobito-Golfo da Guiné-Cabo Verde-Brasil-Argentina-Portugal...(Rota da Seda 2-marítimo-terrestre).

A China, com o seu excesso de dólares e mais de mil milhões de almas, precisa de petróleo/gás natural (Rússia, Médio Oriente, Moçambique, Angola, Golfo da Guiné), de soja e outros cereais, ferro, cobre e outros minerais, além de ouro, platina e prata, para voltarmos a ancorar o valor do dinheiro em algo sólido, fungicida e imune à especulação digital (Brasil, Argentina, Chile, Golfo da Guiné, Angola-Moçambique) --- >

Portugal deve pois olhar com muita atenção para este movimento rápido das placas tectónicas da política mundial.

A estratégia que nos convém trilhar é clara: manter a velha aliança com a Inglaterra, maior protagonismo ibérico, deixar de seguir caninamente as depenadas águias de Washington, e cuidar da língua portuguesa sem atavismos ortográficos!


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

terça-feira, maio 12, 2015

Rússia e China unem-se contra o belicismo americano

O presidente da França, François Hollande, se encontra com Fidel Castro em Havana.
(Foto: Alex Castro / AP Photo) Globo

A desgraça anunciada dos vassalos europeus de Washington


“...unless the dollar and with it US power collapses or Europe finds the courage to break with Washington and to pursue an independent foreign policy, saying good-bye to NATO, nuclear war is our likely future.” — Paul Craig Roberts

Se há personagem caricata na política europeia, Hollande é certamente a mais deprimente. Só depois de Obama ter anunciado o desmantelamento progressivo do cerco que há mais de meio século os Estados Unidos mantém contra Cuba é que o presidente francês, representante do estado terminal do 'socialismo' europeu, teve a brilhante iniciativa de visitar Cuba. Ou seja, a Europa continua a ser uma mão cheia de estados vassalos do falido e declinante império americano.

Entretanto, a ocorrência mais importante da semana passada foi a resposta dada pela Rússia e pela China ao expansionismo provocatório e belicista dos Estados Unidos e da sua cauda militarista, a NATO, de que faz parte uma mão cheia de estados sem espinha dorsal, a começar pela França.

Washington tem feito tudo para montar um cenário de guerra global. Russos e chineses concluíram que esta inércia belicista está a rolar a toda a velocidade, e preparam-se para o pior: uma guerra nuclear.

Quem mais sofreu e quem realmente venceu a Alemanha nazi e o Japão? 

Ao contrário do que reza a mentira americana e inglesa, foram a ex-União Soviética e a China. Hoje estes dois grandes países estão unidos numa nova aliança estratégica contra a ameaça americana, cada vez mais provocatória e belicista, e que tem arrastado na sua cauda os vassalos imbecis e sem vergonha da Europa.





Vale a pena ler a este propósito:

War Threat Rises As Economy Declines
Paul Craig Roberts, Keynote Address to the Annual Conference of the Financial West Group, New Orleans, May 7, 2015

Ex-URSS e China pagaram a mais pesada fatura da II Guerra Mundial


EXCERTOS:
Wolfowitz Doctrine:

“Our first objective is to prevent the re-emergence of a new rival, either on the territory of the former Soviet Union or elsewhere, that poses a threat on the order of that posed formerly by the Soviet Union. This is a dominant consideration underlying the new regional defense strategy and requires that we endeavor to prevent any hostile power from dominating a region whose resources would, under consolidated control, be sufficient to generate global power.”

...

When Russia blocked the Obama regime’s planned invasion of Syria and intended bombing of Iran, the neoconservatives realized that while they had been preoccupied with their wars in the Middle East and Africa for a decade, Putin had restored the Russian economy and military.

The first objective of the Wolfowitz doctrine–to prevent the re-emergence of a new rival–had been breached. Here was Russia telling the US “No.” The British Parliament joined in by vetoing UK participation in a US invasion of Syria. The Uni-Power status was shaken.

This redirected the attention of the neoconservatives from the Middle East to Russia. Over the previous decade Washington had invested $5 billion in financing up-and-coming politicians in Ukraine and non-governmental organizations that could be sent into the streets in protests.

When the president of Ukraine did a cost-benefit analysis of the proposed association of Ukraine with the EU, he saw that it didn’t pay and rejected it. At that point Washington called the NGOs into the streets. The neo-nazis added the violence and the government unprepared for violence collapsed.

Victoria Nuland and Geoffrey Pyatt chose the new Ukrainian government and established a vassal regime in Ukraine.

...

The real reason for Quantitative Easing is to support the banks’ balance sheets. However, the official reason is to stimulate the economy and sustain economic recovery. The only sign of recovery is real GDP which shows up as positive only because the deflator is understated.

...
[o novo protecionismo, interessante...]

To restore the economy requires that offshoring be reversed and the jobs brought back to the US. This could be done by changing the way corporations are taxed. The tax rate on corporate profit could be determined by the geographic location at which corporations add value to the products that they market in the US. If the goods and services are produced offshore, the tax rate would be high. If the goods and services are produced domestically, the tax rate could be low. The tax rates could be set to offset the lower costs of producing abroad.

e...

...unless the dollar and with it US power collapses or Europe finds the courage to break with Washington and to pursue an independent foreign policy, saying good-bye to NATO, nuclear war is our likely future.

Washington’s aggression and blatant propaganda have convinced Russia and China that Washington intends war, and this realization has drawn the two countries into a strategic alliance. Russia’s May 9 Victory Day celebration of the defeat of Hitler is a historical turning point. Western governments boycotted the celebration, and the Chinese were there in their place. For the first time Chinese soldiers marched in the parade with Russian soldiers, and the president of China sat next to the president of Russia.

...

As the years have passed without Washington hearing, Russia and China have finally realized that their choice is vassalage or war. Had there been any intelligent, qualified people in the National Security Council, the State Department, or the Pentagon, Washington would have been warned away from the neocon policy of sowing distrust. But with only neocon hubris present in the government, Washington made the mistake that could be fateful for humanity.


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

quinta-feira, abril 30, 2015

2015 – O crash mundial não irá acontecer

O New Deal chinês e o renascimento da Rota da Seda 


Zeng, the guy who told me [in 1984], ‘I be bank!’ is one of the Shanghai gang, the guys who basically decided, after hanging out in Manhattan, they wanted to take Manhattan and Staten Island, too.  And I expect, when the WTC II is finally finished, they will take over that, too.  And not let anyone wreck it, too. Culture of Life News

Em 2015, seiscentos anos depois do início da expansão ultramarina da Europa (conquista de Ceuta pelos portugueses: 1415), a China é o Novo Banco Mundial, ou seja, o império americano acabou e vem aí uma espécie de globalização em rede, sem império. Pacificar o inferno que a velha ordem criou no Mediterrâneo e no Médio Oriente é a prioridade das prioridades para acelerar esta transição ainda cheia de perigos.

Os investimentos chineses em Portugal, como sempre defendemos, são um bom augúrio desta nova realidade. Portugal foi considerado como um dos pilares do acesso chinês à Europa e ao mundo lusófano. Na realidade, o seu compromisso histórico com esta praia à beira-mar plantada apenas está a dar os primeiros passos.

Pergunto: quando é que se abre uma escola de chinês (mandarim) em Carcavelos—a Babélia de areia e mar, entre Lisboa e Cascais, onde vivo há quarenta e dois anos?

Apesar dos destroços demasiado visíveis da crise resultante da pré-bancarrota 'socialista', a verdade é que a corrida para transformar Portugal numa plataforma comercial, turística e diplomática de primeira água, já começou.

Estarei mais otimista? Não. Apenas mais atento, como os nossos amigos do GEAB

Veja o mapa que desenhámos há já algum tempo, e entretanto atualizado, com a inclusão da Nova Rota da Seda.



O crash mundial não irá acontecer
Os nossos leitores sabem bem como nos inquietámos no ano passado sobre a possibilidade do Ocidente se fechar sobre si mesmo. Há 3 meses que retomámos o fio das nossas expectativas sobre a emergência de um mundo multipolar, sobre os desafios colocados pela sua organização, sobre os obstáculos à sua concretização e desenvolvimento. Com o acordo iraniano, o mundo tornou-se de repente emocionante… em que os problemas que se apresentam são sobretudo desafios a ultrapassar e não ameaças de morte. As soluções existem.
E estes problemas são inúmeros : o desgaste provocado pela crise sistémica global que deve ser reparado em conjunto como um problema estrutural. Mas a máquina foi reiniciada e é global pela primeira vez na história. Esta passagem de um mundo ocidental para um mundo global confrontou finalmente os problemas de canalização : uma só moeda assente sobre a pequena economia nacional dos Estados Unidos, mercados financeiros desadequados ao tamanho dos seus fluxos, instituições internacionais incapazes de integrar as novas realidades globais… Por isso, os BRICS arregaçaram as mangas e criaram as condições para a reinvenção de um sistema monetário internacional multidivisas, mercados financeiros verdadeiramente globais (com inovações como a ligação das duas praças financeiras, Xangai e Hong Kong[6], sem falar da rede de transacções em yuans que se estende já pelo mundo), bancos multipolares ou mundiais como o banco dos BRICS ou o recente Banco Asiático de Investimentos em Infraestruturas, em relação ao qual os países europeus, depois de terem desdenhado o Banco dos BRICS, se apressam-se agora a aceitar o convite dos Chineses (primeiro Londres, seguido de Paris, Roma e Berlim) [7]… ao ponto de os Estados Unidos, depois de terem repreendido os Europeus pelo seu entusiasmo[8], se terem visto obrigados a demonstrar alguma vontade de cooperar[9]. Mesmo Israel, que se fez cortejar pelo AIIB durante as negociações com o Irão, decidiu apresentar a sua candidatura[10].
Faltava a toda esta genialidade o terreno de aplicação. A Rota da Seda fornece a primeira trama. O mundo multipolar está por construir, os biliões e biliões que circulam pelos mercados financeiros ocidentais, vão de novo ter onde pousar. Como vimos, é um verdadeiro New Deal o que nos propõem os Chineses, mas desta vez mundial. O Ocidente inventou a globalização mas é a China, e os BRICS que completam o processo e concretizam a globalidade…

2015 – O crash mundial não irá acontecer | GEAB

quarta-feira, abril 01, 2015

E Portugal, já pediu adesão ao AIIB?

Parece que o mundo inteiro está farto da América 

 


A desdolarização acaba de ultrapassar um limiar histórico: mais de 46 países, incluindo a Rússia, Alemanha, Suíça, Reino Unido, Luxemburgo, Arábia Saudita, Índia, Turquia, Brasil e Austrália, ou já fazem parte ou pediram para fazer parte do grupo de países fundadores do AIBB—Asian Infrastructure Investment Bank, uma espécie de sucedâneo menos predador do Banco Mundial.

E Portugal, depois de a Espanha já ter enviado o seu pedido de adesão, de que está à espera? Será esta a carta que António Costa levará no bolso para entregar em Pequim, durante a sua extemporânea viagem à China?

Clique para ampliar

Clique para ampliar

ÚLTIMA HORA

Então não é que Portugal pediu mesmo a adesão ao AIIB! O António Maria pergunta: quando foi que o pedido seguiu para Beijing, antes ou depois da publicação deste post?

A verdade é que este post é da passada terça-feira, e o comunicado da Agência Xinhua é do dia 1 de abril, quarta feira, e o governo português, até agora, disse népias! A LUSA só hoje deu notícia do pedido de adesão.

Portugal, Iceland apply to AIIB
English.news.cn   2015-04-01 23:50:42     [More]

BEIJING, April 1 (Xinhua) -- China on Wednesday welcomed the application of Portugal to join the Asian Infrastructure Investment Bank (AIIB) as a founding member.

A statement from the Ministry of Finance said Portugal officially sent its written application to China on Tuesday, the deadline for countries to apply to become AIIB founding members.
Portugal aderiu ao novo banco internacional proposto pela China
IOL, 2 de abril, 8:52

O Asian Infrastructure Investment Bank (AIIB), anunciou a agência noticiosa chinesa Xinhua na quarta-feira à noite.

«Portugal enviou oficialmente o seu pedido escrito de adesão à China na terça-feira, o último dia do prazo para solicitar o estatuto de membro fundador do AIIB», disse a Xinhua cerca da meia-noite (15:00 em Lisboa), citando um comunicado do Ministério das Finanças chinês.

Atualização: 2 abril 2015, 11:00 WET

Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

segunda-feira, março 30, 2015

Para quem fica o lombo do BES?

Fosun poderá ganhar a corrida pelo Novo Banco


A entrada da China no sistema financeiro português é bom para o equilíbrio das alianças estratégicas que o país deve manter e potenciar ao longo desta curva apertada da globalização. O reforço da posição espanhola ou catalã não convém nada e deve ser evitada. O investimento chinês vem na continuidade da estratégia anuncida por Hu Jintao quando visitou Lisboa.

Quanto às indemnizações dos que foram enganados pelo GES/BES é assunto que compete ao Fundo de Resolução, ao Governo e ao banco mau.

Fosun favorita à compra do Novo Banco. Preço pode atingir eur5,2 mil milhões mas sem riscos de litigância - Expresso.pt


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

Costa visita Beijing. Quem paga?


 O regresso da tríade Macau?


O secretário-geral do PS, António Costa, desloca-se à China na primeira quinzena de abril de 2015. Apesar da desinformação oportunamente posta no jornal do mano de que teria cancelado a visita e da incompreensível omissão do delegado da Lusa em Macau, José Costa Santos. Já agora, seria interessante descobrir quem paga a viagem de António Costa e comitiva.

O motivo da urgente deslocação poderá ser o financiamento eleitoral do Partido Socialista que consta ter os cofres depauperados. Tratava-se de uma visita secreta, que, no entanto, vazou e o embaraça...

in Do Portugal Profundo, 30/3/2015

Este sujeitinho —ANTÓNIO COSTA— é mesmo um sargento-ajudante de Sócrates, perdão, da tríade de Macau, ou seja, de Almeida Santos, Vitalino Canas, António Vitorino, perdão, de Mário Soares!

Leiam só o que a criatura disse aos amigos chineses:

«Em Portugal, os amigos são para as ocasiões, e numa ocasião difícil em que muitos não acreditaram que o país tinha condições para enfrentar e vencer a crise, a verdade é que os investidores chineses disseram ‘presente’, vieram, e deram um grande contributo para que Portugal pudesse estar na situação em que está hoje, bastante diferente daquela em que estava há quatro anos».

Lembram-se dos faxes de Macau e do livro banido de Rui Mateus? Lembram-se das personagens cor-de-rosa da Casa Pia sobre as quais o Costa já não pôde fazer nada? Conhecem a empresa GEOCAPITAL, do Stanley Ho e Ferro Ribeiro, do Novo Aeroporto de Macau, das andanças por Cahora Bassa, dos negóciso com a EDP do Mexia, do fiasco da Alta de Lisboa que deveria ter podido contar com os terrenos do Aeroporto da Portela para ser o que estava combinado, ou da nuvem negra da ex-VEM, onde andou metida a GEOCAPITAL, e que entretanto mudou de nome, para TAP Maintenance & Engineering, responsável principal da ruína da TAP? Ora comecem lá a juntar as pontas, a que podem somar ainda os negócios do Espírito Santo Salgado com o Benfica, os Mellos, o GES/BES, a Mota-Engil, o anjo ds Avenida da Liberdade chamado Violas, ou a mais recente sacanice na Fontes Pereira de Melo, cortesia da parelha Costa-Salgado e do LBO António de Sousa, e verão o lindo molho de bróculos que sai.

Querem votar no regresso dos piratas ao poder? Votem, mas depois não se queixem!


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

sábado, fevereiro 28, 2015

Pax Americana? Niet! 不


China apoia Rússia no conflito ucraniano. Tordesilhas 2.0 dá mais um passo


Chinese diplomat tells West to consider Russia's security concerns over Ukraine
Reuters. BEIJING Fri Feb 27, 2015 3:48am EST

(Reuters) - Western powers should take into consideration Russia's legitimate security concerns over Ukraine, a top Chinese diplomat has said in an unusually frank and open display of support for Moscow's position in the crisis.

Qu Xing, China's ambassador to Belgium, was quoted by state news agency Xinhua late on Thursday as blaming competition between Russia and the West for the Ukraine crisis, urging Western powers to "abandon the zero-sum mentality" with Russia.

Há anos que vimos defendendo que o futuro do planeta oscila entre uma terceira guerra mundial em cenário MAD e uma espécie de um compromisso win-win semelhante ao famoso Tratado de Tordesilhas que, 1494, permitiu aos

“...mui poderosos príncipes os senhores D. Fernando e D. Isabel, pela graça de Deus rei e rainha de Castela, de Leão, de Aragão, de Sicília, de Granada, de Toledo, de Valência, de Galiza, de Mailhorca de Sevilha, de Cerdenha, de Córdova, de Córsega, de Murcia, de Jahem, do Algarve, de Algezira, de Gibraltar, das ilhas de Canárea, conde e condessa de Barcelona e senhores de Biscaia e de Molina, duques de Atenas e de Neopátria, Condes de Roselhão e de Cerdónia, marqueses de Oristão e de Goçiano.”
e ao
“...mui alto e mui excelente senhor o senhor D. João, pela graça de Deus rei de Portugal e dos Algarves daquém e dalém-mar em África e senhor de Guiné...”

dividir o mundo desconhecido entre si.

Enfim, depois vieram os holandeses, os ingleses e os franceses, mas no início foi assim: um meridiano elástico serviu de buffer à concorrência e conflitualidade sempre iminente entre Portugal e a ambição de hegemonia ibérica estabelecida pelos reis católicos Fernando de Castela e Isabel de Aragão—soberanos da região central da península para quem o acesso ao mar atlântico e mediterrânico e as passagens para França sempre foram críticas e vitais.

Os Descobrimentos Portugueses inseriram-se no primeiro verdadeiro movimento de globalização que se conhece, e foi, em grande medida, fruto de problemas semelhantes aos que voltamos a ter de forma aguda no Médio Oriente e na antiga Rota da Seda, ou seja na crucial Eurásia sobre a qual tanto tem escrito um dos principais estrategas norte-americanos, Zbigniew Brzezinski, ou ainda, com grande profundidade, o historiador britânico residente nos Estados Unidos, Paul Kennedy.

A Guerra dos 100 Anos foi igualmente um detonador importante da expansão ultramarina, sobretudo pelo lado inglês, depenado pela guerra, já sem ouro para pagar a colaboração holandesa na estratégia de tensão e guerra contra a França e os seus aliados: Escócia, Boêmia, Castela e Papado de Avinhão.

Os nossos historiadores, quase sempre mui atentos e obrigados, raramente objetivos, nunca estudaram convenientemente o casamento entre a inglesa de gema Phillipa of Lancaster e o nosso João I, nem o papel crucial que Filipa viria a ter na educação política e humanista dos seus filhos (Filipa fora educada por Geoffrey Chaucerthe Father of English literature, e autor dos famosos The Canterbury Tales), e sobretudo naquela que viria a ser a maior aventura do povo português desde que Afonso Henriques afirmou de espada na mão o nosso território vital.

A rainha portuguesa, com fortes ligações diplomáticas a Inglaterra e uma notória influência no seu país de origem, terá estado na origem da estratégia da conquista de Ceuta, a qual abriria as portas aos impérios ultramarinos europeus. Apanhada por uma epidemia de peste bubónica, morreira menos de um mês antes da Batalha de Ceuta, que teve lugar em 14 de agosto de 1415.

Esta breve excursão histórica é importante, pois completam-se este ano seis séculos de uma rotação da história mundial, hoje prestes a sofrer uma oscilação em sentido oposto, com o desembarque financeiro da China em Portugal. Quando a Europa do século XV saía da Idade Média, a China mergulhava no isolacionismo imperial que lhe daria cinco séculos de regressão tecnológica, económica, social e cultural.

Nasci em Macau e sei o suficnete da sensibilidade chinesa para poder afirmar que este é um ano de grande simbolismo para a China. Que grande oportunidade perdida por António Costa! Podia ter lido um discurso à altura deste momento simbólico, redigido por algum intelectual digno do nome, com grandeza e sabedoria. O que ocorreu foi uma farsa deprimente que em breve acabará com a imprestável carreira política de um alcaide que nem o cargo respeita.

Defendi e defendo que Lisboa seja para a China o que as Portas do Cerco sempre foram para Pequim ao longo de quatrocentos e quarenta e seis anos: um caminho de acesso à Europa, e um entreposto comercial privilegiado com a China.

Quando passeava pelo Bund de Xangai, numa noite de 1999, polvilhada de humidade e mistério, olhei para Pudong, então com menos de uma década de transformação naquilo que hoje é: uma impressionante metrópole. Não resisti anos mais tarde (2005) a imaginar a extensão do centro de Lisboa para a Margem Sul—uma cidade com duas margens como hoje Xangai é. Mais pequenina, sem perdermos a graça barroca da nossa história, mas ainda assim virada corajosamente e com imaginação para o futuro. Poderia a China ajudar-nos a tornar realidade esta visão? A guia que me acompanhava naquele passeio após um jantar memorável perguntou: em que pensas? Respondi: que o mundo é pequeno e que somos todos muito parecidos.

A China sabe que o inferno que hoje se vive no Médio Oriente e nas fronteiras naturais da Rússia resultam da estratégia de antecipação imperial americana, que pretende deste modo travar a expansão chinesa no mundo. Para que tal estratégia resulte será necessário aos americanos fazerem o contrário do que os europeus fizeram depois da queda de Constantinopla e da Batalha de Ceuta: fechar o ex-império ocidental ao exterior, ao Outro, numa espécie de Nova Idade Média, burocrática, autoritária, ressuscitando a caça às bruxas e o medo—matando a liberdade, claro.

Se é esta a ideia americana, tal implicará duas grandes guerras, uma contra a Rússia, na qual boa parte da Europa poderá ser destruída, e uma guerra contra a China, que começará, pelo norte, com uma confrontação liderada pelo Japão, e a sul, com a destruição da nova Rota da China em acelerada construção, através do bloqueio do Estreito de Malaca. O Pacífico será de novo um Inferno.


Talvez por compreender que os relógios desta aparente inevitabilidade aceleraram subitamente, a China tenha decidido esta semana tomar a decisão histórica de se colocar oficialmente ao lado da Rússia no conflito que a esta foi imposto pelo Ocidente, através de sucessivas provocações, de que a tentativa de integrar a Ucrânia na União Europeia e na NATO foi a gota de água que transbordou de um copo já demasiado cheio.

Se esta análise aderir à realidade, como penso que adere, Portugal está metido num grande sarilho.

A menos que acorde e resolva lançar-se na missão histórica de propor e intermediar a negociação dum novo Tratado de Tordesilhas, em nome da paz, mas sobretudo em nome de uma estratégia win-win, como aquela que no longínquo dia 7 de junho de 1494 os reis na Ibéria souberam pactar, seremos sujeitos a enormes pressões vindas do Oriente e do Ocidente. A minha cabeça está em Portugal, mas uma parte do meu coração vive em Pequim, Xangai e os olfactos primordiais nasceram em Macau.

China Just Sided With Russia Over The Ukraine Conflict
Zero Hedge. Submitted by Tyler Durden on 02/27/2015 22:25 -0500

When it comes to the Ukraine proxy war, which started in earnest just about one year ago with the violent coup that overthrew then president Yanukovich and replaced him with a local pro-US oligarch, there has been no ambiguity who the key actors were: on the left, we had the west, personified by the US, the European Union, and NATO in general; while on the right we had Russia. In fact, if there was any confusion, it was about the role of that other "elephant in the room" - China.


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação

sábado, fevereiro 14, 2015

China quer os lombinhos do BES

Bank of China (ao centro). Hong-Kong.

Portugal, 1415—China, 2015 (600 anos depois...), ou a profecia de Xangai


Bank of China, "wholly state-owned", quer o lombo sem gorduras do exBES, o chamado 'banco bom', deixando obviamente milhares de antigos clientes com as poupanças a arder.

Bank of China é um dos interessados no Novo Banco
Dinheiro Vivo 14/02/2015 | 00:00
Está desvendado mais um nome entre os interessados no Novo Banco. O Bank of China está na corrida à instituição liderada por Eduardo Stock da Cunha, segundo apurou o Dinheiro Vivo. O banco chinês manifestou o seu interesse junto do assessor financeiro escolhido pelo Banco de Portugal que está a assessorar a venda - BNP Paribas - e já terá sido, inclusivamente, uma das entidades que foi validada. Ou seja, que cumpre os critérios exigidos pelo Banco de Portugal para aceder à informação financeira.

Não deixa de ser uma ironia, ou melhor uma farsa, que um país em bancarrota, como Portugal, dirigido por um governo dito neoliberal, esteja a despachar as suas principais empresas estratégicas, outrora públicas e hoje privadas, bancos incluídos, para o setor empresarial público da comunista República Popular da China. Os gregos, ao menos, usam a imaginação!

A estratégia chinesa é bem-vinda, sobretudo para o novo desenho das interdependências lusitanas, mas sob condição de os indígenas ignaros que nos governam saberem o que andam a fazer. Não sabem.

Neste ponto convém sublinhar que dos aldrabões do PSD e CDS, ao indigente cor-de-rosa que governa os Açores, o que transparece é tão só o afã de venda ao desbarato dos dedos da República Portuguesa. Os anéis, como sabemos hoje melhor do que ontem, marcharam com a descolonização maltrapilha e o tumulto pré-revolucionário que se seguiu à queda do Salazarismo.

Dizem os imbecis de Belém e de São Bento que Portugal cumpre com as suas obrigações perante os credores. Vê-se!!!

Zheng He (1371-1433)—almirante muçulmano, eunuco, chinês, considerado hoje o Grande Navegador da China

Um chinês de Xangai predisse uma vez que em 2015 o Império do Meio seria o banco do mundo. Curiosamente, seiscentos anos depois da conquista de Ceuta, que marca o início da grande diáspora marítima europeia e a primeira experiência de Globalização. A profecia de Xangai está a ponto de cumprir-se, embora, na minha modesta opinião, uma vez cumprida, terá vida curta. Antes de 2030 o mundo voltará a dividir-se ao meio: o hemisfério oriental, para uns, o hemisfério ocidental, para outros.

Esta fatalidade dever-se-à a duas ocorrências, uma imprevista, e outra inevitável.

A causa imprevista do fracasso futuro do projeto imperial chinês chama-se Pico do Petróleo, cujas implicações são muito complexas, mas que podem resumir-se a dois constrangimentos fulcrais: a chegada de um período longo (60 a 120 anos) de crescimento zero (entre 0 e 1%), e uma prolongada crise financeira, social, cultural e militar com origem na extrema dificuldade de diminuir os elevadíssimos níveis de endividamento e de exposição a derivados financeiros especulativos por parte da maioria dos principais países do planeta.

A causa inevitável, por sua vez, é o crescimento do consumo interno na China e a melhoria das condições de vida dos seus habitantes, a qual exercerá uma pressão enorme sobre os recursos disponíveis locais e do planeta, e uma pressão explosiva sobre a inflação interna enquanto o país não regredir para ritmos de crescimento substancialmente inferiores aos atuais, que, apesar de tudo, já começaram a diminuir.

Repetir a receita do Japão (yen carry-trade), que os próprios Estados Unidos têm vindo a copiar, afigura-se materialmente impossível apesar da guerra cambial e de juros em curso desde o colapso do Lehman Brothers. Haverá, pois, um momento em que os problemas internos da China serão mais importantes do que o sonho imperial. Quando tal acontecer, e esse dia está mais próximo do que parece, a China lembrar-se-à do imperador que ordenou a Zheng He a destruição da sua famosa e poderosa armada.

Que deve fazer Portugal?

Os dirigentes chineses afirmaram que a sua relação com Portugal, mas também com a Alemanha, o Reino Unido, a Grécia, Moçambique e Angola, Brasil, Argentina, etc., é de natureza estratégica. Ou seja, que visa o longo prazo e os interesses comuns. Acredito que sim. E Portugal deve cuidar com zelo desta relação estratégica. Mas não enfraquecendo a tal ponto as suas defesas naturais que se transforme numa mera província chinesa na Europa.


NOTAS
  1. Bank of China
    “In 1994, the Bank was transformed into a wholly state-owned commercial bank. In August 2004, Bank of China Limited was incorporated. The Bank was listed on the Hong Kong Stock Exchange and Shanghai Stock Exchange in June and July 2006 respectively, becoming the first Chinese commercial bank to launch an A-Share and H-Share initial public offering and achieve a dual listing in both markets. In 2013, Bank of China was enrolled again as a Global Systemically Important Bank, becoming the sole financial institution from emerging economies to be enrolled for three consecutive years.”

sexta-feira, fevereiro 06, 2015

Dagon prevê nova crise financeira

Foi Você que pediu crescimento e boas notícias ao virar da esquina? 


Vai votar no Costa porque ele prometeu 'investimentos estruturantes"? Então pense duas vezes!

World heading for financial crisis worse than in 2008 — China’s Dagong rating agency head
February 04, 13:34 UTC+3

BEIJING, February 4. /TASS/. The world economy may slip into a new global financial crisis in the next few years, China’s Dagong Rating Agency Head Guan Jianzhong said in an interview with TASS news agency on Wednesday.

"I believe we’ll have to face a new world financial crisis in the next few years. It is difficult to give the exact time but all the signs are present, such as the growing volume of debts and the unsteady development of the economies of the US, the EU, China and some other developing countries," he said, adding the situation is even worse than ahead of 2008."

Read more

quarta-feira, fevereiro 04, 2015

Guerra e Gás (IV)

Clicar para ampliar

A corrida dos gasodutos—afinal o petróleo desce por causa do gás!


As guerras, as sanções, as tensões, as degolações espetaculares, em suma, o Inferno que temos visto no Médio Oriente desde as guerras no Afeganistão e no Iraque marcam o início do grande conflito estratégico do século 21: a luta pelo gás natural.

Estão em causa os acessos e o fornecimento de gás natural à Europa, mas também à China, à Índia e ao Paquistão. As maiores reservas encontram-se na Rússia, Irão, Qatar, Turquemenistão, EUA, Arábia Saudita, Iraque, Venezuela, Nigéria, Argélia, em suma, nos sítios do costume.

Neste momento a Rússia compete com os projetados gasodutos Árabe e Islâmico na primazia do fornecimento à Europa — pretendendo chegar à Europa através da Turquia e da Grécia. A guerra de secessão em curso na Ucrânia é imprevisível e poderá acabar na redução drástica da passagem de gás russo por aquele país.

Por outro lado, parece que a Arábia Saudita resolveu dar uma ajudinha à estratégia de Obama e dos caniches europeus, promovendo os interesses estratégicos do Qatar/Irão, mas também de Israel do Egito e os seus próprios na corrida dos gasodutos. O jogo é perigoso, pois Putin pode recordar aos alemães o que lhes sucedeu em Estalinegrado quando intentaram conquistar a Rússia.

Saudi Oil Is Seen as Lever to Pry Russian Support From Syria’s Assad
By MARK MAZZETTI, ERIC SCHMITT and DAVID D. KIRKPATRICKFEB. The New York Times, 3, 2015

WASHINGTON — Saudi Arabia has been trying to pressure President Vladimir V. Putin of Russia to abandon his support for President Bashar al-Assad of Syria, using its dominance of the global oil markets at a time when the Russian government is reeling from the effects of plummeting oil prices.

Saudi Arabia and Russia have had numerous discussions over the past several months that have yet to produce a significant breakthrough, according to American and Saudi officials. It is unclear how explicitly Saudi officials have linked oil to the issue of Syria during the talks, but Saudi officials say — and they have told the United States — that they think they have some leverage over Mr. Putin because of their ability to reduce the supply of oil and possibly drive up prices.

“If oil can serve to bring peace in Syria, I don’t see how Saudi Arabia would back away from trying to reach a deal,” a Saudi diplomat said. An array of diplomatic, intelligence and political officials from the United States and the Middle East spoke on the condition of anonymity to adhere to protocols of diplomacy.

Continue reading the main story

Clicar para ampliar
Clicar para ampliar

Sobre este mesmo tema n'O António Maria

terça-feira, janeiro 27, 2015

A austeridade na China



Carros oficiais e motoristas, só mesmo para alguns


Até na China a austeridade ataca sem piedade... desta vez eliminando 50% das despesas com carros oficiais. Carros e motoristas para burocratas, acabaram! E na Lusitânia corrupta e falida que temos? Quando é que ganhamos juízo e pomos a corja devorista na ordem?

Sub-anchor: More restrictions on government cars - CCTV News - CCTV.com English

Sub-anchor: More restrictions on government cars
CCTV.com
01-26-2015 04:19 BJT

The number of cars reserved for government officials has been a cause of public discontent in the past. Austerity measures have been aimed at addressing this concern. Now for more on the issue, we're joined in the studio by my colleague Jin Yingqiao.

Q1: Tell us more about the guidelines issued last year to regulate this. Specifically, who can no longer use tax-payers' money on a government car?

A: Well, it's a massive scale operation going on around the country. So who's affected? According to a 2014 State Council directive, all officials below the rank of deputy minister no longer have a car and a driver. They can still use official vehicles, but only for special reasons, such as emergencies and law enforcement. What do they get instead? Transport subsidies ranging from 500 to 13-hundred yuan per month depending on their rank. Now this system is more in line with countries that have stricter policies, like the United States. There, only the President, vice president and ministers can use government cars to commute from home and work. Some others are permitted to drive government cars from their work place to bus stops, provided that there's no public transport or shuttle bus on that route. So China is making progress. At the national level, 3,000 cars are on auction now. At the local level, reforms have to be enforced by the end of this year.

Read more
China removes Audis and BMW cars from official list
The Telegraph
11:45AM GMT 28 Feb 2012

When driving in China, it is easy to spot government officials: they are the ones in the luxury German saloons, usually with blacked-out windows.