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quarta-feira, fevereiro 13, 2013

TGV (francês) chega a Barcelona!

O TGV corre a mais de 250Km/h para bater em terra o avião no ar...

O governo português continua tomado pelas máfias e tríades do Novo Aeroporto!

Espanha, França e Itália juntas movimentaram 182 milhões de turistas em 2011. Portugal movimentou 14 milhões. Ou seja, este grupo de países representou em 2011 um mercado turístico na ordem dos 196 milhões de pessoas. Por sua vez, as cidades-região de Lisboa e Madrid albergam já mais de dez milhões de residentes, além de que ligar Lisboa a Madrid em comboios de alta velocidade significa, na realidade, ligar os cinquenta concelhos da cidade-região de Lisboa às principais cidades espanholas: Madrid, Valladolid, Sevilha, Córdova, Málaga, Valência e Barcelona entre outras. É uma rede, estúpido!

Petróleo a 120 dólares e mais...

A subida do preço efetivo do transporte aéreo está a provocar uma transferência em massa de passageiros do avião para os comboios de Alta Velocidade, onde os haja. Exemplo: a ponte aérea Madrid-Barcelona (a maior do mundo) está em vias de perder 50% do seu mercado para o comboio.

Esta tendência irá acentuar-se rapidamente à medida que os dirigentes europeus forem obrigados a calibrar a carga fiscal sobre os combustíveis líquidos (o jet fuel usado pelos aviões está isento de impostos!), à medida em que os mesmos governos forem obrigados a parar os subsídios ocultos às falidas companhias aéreas de bandeira, e à medida que os atrasos crónicos, nomeadamente por efeito cada vez mais visível e catastrófico das alterações climáticas, atrapalharem ainda mais o tráfego aéreo (vejam o que aconteceu aos foliões que foram este ano a Veneza). Só não vê esta evidência a turma de especialistas que vive de dizer tudo e o seu contrário (condottieri dos governos que passam e das máfias e tríades que chupam o país), e as mulas dos governos comandados pelos piratas do regime.

No entanto, e precisamente por isto, os piratas do Bloco Central da Corrupção, bem representados ainda neste governo, depois de atirarem pela janela fora centenas de milhões de euros de fundos comunitários reservados para a ligação Poceirão-Caia (dinheiro esse que foi direitinho para os espanhóis... e o próximo irá seguramente também para os franceses!), depois de colocarem o Estado na posição de ter um dia que indemnizar o consórcio Elos, vencedor do concurso internacional para a construção da linha de bitola europeia entre Poceirão e Caia, depois de desviarem o financiamento do BEI para o buraco da insolvente e falida TAP (via Parpública), dizem, pela goela louca do desorbitado Sérgio Monteiro, que passageiros entre Lisboa e Madrid, JAMAIS!

Será que esta corja leu os tratados da União? Terão consciência de que estão a cometer ilegalidades umas atrás das outras? Dificultar de forma criminosa a circulação de pessoas e bens na União Europeia é contra os tratados!!!

Vía Libre (13/02/2013) — La conexión entre Francia y España mediante la nueva línea de alta velocidad Barcelona-Figueras (Ver video de la línea), y la conexión de TP Ferro de Figueras a Perpiñán, tuvo ayer martes un hito histórico. Por primera vez ha entrado en la red española, más allá de los tramos comunes transfonterizos de Portbou, Puigcerdá, Figueras, Canfranc o Irún, un tren de viajeros francés traccionado por sus propios medios.

Ha sido una composición de alta velocidad de dos pisos, TGV 2N Dasye Euroduplex, los trenes que hasta el momento están haciendo el servicio hacia España con transbordo en la estación de Figueras. SNCF ya ha indicado que el 1 de abril, fecha posible del inicio del servicio directo sin transbordo, no se producirán cambios. Sin embargo, a lo largo del mes podrían iniciarse los servicios directos entre Barcelona y París.

Uno de cada dos viajeros prefiere el AVE al avión entre Madrid y Barcelona

Preferente, 27/08/2012 — De enero a junio de este año (2012), el 50,2% de los viajes entre Madrid y Barcelona los ha realizado el tren AVE. El servicio ferroviario de alta velocidad ha superado ligeramente al avión como medio de transporte preferido en la conexión entre las dos principales ciudades españolas.

El AVE Girona-Figueres transporta casi 90.000 viajeros en su primer mes en servicio

BARCELONA, 11 Feb. (EUROPA PRESS) — [...] Del total de viajeros, un 54% utilizado la tarifa de ida y vuelta que permite obtener un descuento del 20%, mientras que los abonos representan un 17%, según datos del operador ferroviario. [...]

El uso de estos servicios supone un ahorro en costes sociales y medioambientales equivalentes a la reducción de la circulación de 37.637 coches o 1.355 autobuses en el caso de Avant, y 141 aviones o 422 autobuses en el caso del AVE.

Haverá ao longo desta década e da próxima uma transferências em massa de passageiros e mercadorias dos modos de transporte aéreo e automóvel convencional (movidos ambos a combustíveis fósseis) para os modos de transporte ferroviário e naval, sendo que boa parte das frotas de autocarros urbanos e suburbanos irão migrar, numa primeira fase, para o gás natural, e depois para a eletricidade (será o regresso em massa do Elétrico e do Tolley...).

Esta tendência inevitável recolocará as cidades costeiras, com portos, no centro do mundo!

Prevejo deslocalizações (1) muito significativas de pólos industriais ligados às exportações europeias para as zonas do Porto, Aveiro, Figueira da Foz, Lisboa-Setúbal, Sines e Portimão. A abertura da nova enclusa do canal do Panamá para super porta-contentores, a finalização da linha ferroviária entre Nacala (Moçambique) e Luanda, e as novas ligações energéticas reforçadas com o Golfo da Guiné/Nigéria serão a casa de partida para uma verdadeira reviravolta no comércio mundial.


ÚLTIMA HORA

AVE de Barcelona chega a Paris

Un AVE de Renfe llega a los alrededores de París

El Periódico.com. Miércoles, 13 de febrero del 2013 - 17:02h  — Los AVE de Renfe también alcanzaron este martes los alrededores de París, del mismo modo que un TGV llegó hasta la estación de Sants. Se trata de las pruebas que hasta el jueves ocupan a las dos operadoras, Renfe y SNCF, de cara a homologar el material para la conexión entre París y Barcelona del próximo mes de abril.
Iberia presenta un ERE que afectará a 3.807 empleados

ABC.Economia (13/02/2013) — El plan de despidos, que se pondrá en marcha el 14 de marzo, ofrece una indemnización de 20 días por año trabajado

Iberia ha presentado hoy a los sindicatos de tierra, tripulantes de cabina (TCP) y pilotos un ERE de extinción que afectará, finalmente, a 3.807 trabajadores, el 19% de la plantilla. La propia sociedad matriz de la fusión de la aerolínea española y British Airways (BA), IAG, ha informado en un comunicado remitido a la Comisión Nacional del Mercado de Valores (CNMV) sobre los detalles del plan de despidos, que se pondrá en marcha el próximo 14 de marzo y se extenderá hasta el 31 de diciembre.

E ainda há uns animais lusitanos (espécie em vias de extinção, felizmente) que querem construir um novo aeroporto!

NOTAS
  1. Esta evolução dar-se-á, contudo, no quadro de um crescimento mundial de outra natureza, possivelmente nunca acima dos 2%.

Última atualização: 14/02/2013 - 20:08

sexta-feira, fevereiro 08, 2013

Até Madrid, de burro!

“A l’occasion de l’ouverture à venir de l’exposition «La planète mode de Jean Paul Gaultier, de la rue aux étoiles à Rotterdam, un train à l’effigie du couturier français a été inauguré ce mercredi.”
Foto@Reuters/ Gonzalo Fuentes — in Parismatch.com

Está na altura de correr com o Relvas, com o Álvaro e com o desorbitado Sérgio

O comboio de alta velocidade Thalys é chic no norte da Europa (ver vídeo TVI), mas entre os grunhos devoristas da falida Lusitânia, não :( Ainda não perceberam que em breve a generalidade dos portugueses, e as mercadorias também, ou viajam de barco e de comboio, ou ficam em casa. E pelo ar, só mesmo as Low Cost irão resistir por mais uma ou duas décadas no máximo à subida imparável dos combustíveis líquidos. A globalização está a dar as últimas, se é que ainda não perceberam!

A corja do ministério da economia e o Passos de Coelho ainda não perceberam que o petróleo barato e abundante acabou, e que a rede europeia de alta velocidade ferroviária veio para para substituir -pelo menos em parte- os TIR e os aviões movidos por um combustível que acaba de ultrapassar aos 117 dólares o barril (1). Acima dos 86-90 dólares está comprovado que as economia ocidentais param de crescer e caminham rapidamente para a recessão...

Alguém em Bruxelas explicou ao Gasparinho a situação, e alguém explicou ao Gasparinho que roubar dinheiros comunitários indexados a projetos estratégicos fundamentais para os fazer desaparecer nos bolsos sem fundos da falida e inviável TAP é não só ilegítimo, como, provavelmente, uma fraude!

Está na hora de despedir o pirata Relvas, o ‘condottiero’ Sérgio Monteiro, e o improvável Álvaro (que não há meio de deixar de dar pontapés na gramática!)

O que o governo e o Bloco Central da Corrupção (que continua a mexer) têm vindo a fazer, i.e. rasgar candidaturas comunitárias aprovadas, deitar pela janela da verborreia mediática fora compromissos sucessivamente assinados com Espanha (2003,..., 2011) e, em última análise, criar barreiras ilegais à livre circulação de pessoas e mercadorias no espaço comunitário, vai acabar por desencadear uma resposta justa e oportuna da comunidade europeia. Foi isso, creio, que o Gasparinho tentou evitar esta semana.

Os indígenas, pelos vistos, não perceberam. A humilhação será, pois, servida fria.

Os indígenas da Tugalândia ainda não encasquetaram naquelas mioleiras vazias que não existe nenhuma aberração no universo chamada alta velocidade ferroviária para mercadorias! O que existem são linhas ferroviárias (que não transportam coisa nenhuma) onde os comboios de mercadorias andam à velocidade habitual, 90Km/h, ou quanto muito, 100-110Km/h, as quais, se estiverem desenhadas para tal, podem permitir que outros comboios (espanhóis, franceses, alemães, ingleses, irlandeses, mas não portugueses, pois o país está falido e não tem cabeça) transportando uma mercadoria particular chamada passageiros circulem a 200, 220, 250, 300, 350 Km/h. Cappice?!

Como os astrólogos da nossa falida economia continuam a opinar parvoíces sobre este assunto,  convido-os a emigrarem para.... Marte!


À medida que a rede de bitola europeia cresce Portugal vai-se reduzindo a uma ilha ferroviária.


POST SCRIPTUM
Este secretário de estado ou é completamente imbecil, ou julga que somos todos parvos. Como, na realidade, não somos todos parvos...




Ainda a propósito das afirmações do yuppie de estado Sergio Monteiro, leia-se este artigo de Rui Rodrigues, publicado no Público. Escreve Rui Rodrigues: 
No dia 7 de Fevereiro de 2013, o Secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, fez uma conferência de imprensa histórica que pode ser comparada às célebres declarações do ex-Ministro Mário Lino quando afirmou “Alcochete Jamais”.

NOTAS
  1. No dia 8 de fevereiro de 2013 o petróleo volta a estar acima dos 117 dólares (US$117,24/bbl), mas desta vez por causa do euro.

    O preço do petróleo subia e descia até agora com o dólar. No entanto, desta vez, subiu com a desvalorização do euro face ao dólar, em curso desde 4/2/2013 para cá.

    Ou seja, podemos talvez dizer que o preço do petróleo passou a estar indexado simultaneamente à moeda de reserva americana e à moeda de reserva europeia.

    Quer isto dizer algo muito simples: o preço do petróleo vai continuar acima dos 100 dólares, pelo menos ao longo de 2013. E em 2014, 2015, etc..., veremos...

    Segunda conclusão: a recessão vai manter-se, e porventura acentuar-se nos EUA e na Europa, por mais malabarismos estatísticos que nos tentem atirar à cara.

    Desemprego, não criação de novos empregos, falências, agravamento das dívidas soberanas, fascismo fiscal, e convulsões sociais e políticas são alguns dos contornos do futuro imediato :(

    Na realidade, o período da camuflagem financeira da rápida aproximação do Pico do Petróleo acabou. Esta máscara de falsa prosperidade deu origem à maior bolha de crédito de sempre, suportada por uma inimaginável montanha de ativos virtuais tóxicos que continua a desabar perante o pasmo de todos. Aquilo que agora sabemos é que o Pico do Petróleo foi na realidade precedido, em uma década ou menos, pelo Pico Financeiro do Capitalismo. O crescimento acabou, e por mais dinheiro falso que se crie e injete na economia, nada acontece e o colapso continua.

    Não haverá assim em Portugal nenhum novo crescimento consistente e durável, e as nossas exportações irão cair tanto mais depressa quanto menos capacidade tivermos de diminuir os seus custos energéticos. A conjugação portos-ferrovia-transporte ferroviário intercidades é a única alternativa que poderá mitigar ao longo desta e das próximas décadas o declínio económico que temos pela frente. Só os indígenas do governo e a mérdia lusitana é que ainda não perceberam esta verdade elementar.
 ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: 10fev2013 17:02

terça-feira, novembro 13, 2012

A inevitável bitola europeia

Apesar dos tiros no pé a bitola europeia acabará por chegar a Portugal

O efeito de rede começa a sentir-se na nova rede de bitola europeia espanhola e na Ibéria!

Iberia tiene 1.000 millones en caja para pagar el ERE
La tesorería de la aerolínea cae a la mitad en cuatro años

Iberia dispone de 1.074 millones en caja para financiar el plan de transformación de la compañía, cuyo principal punto es despedir a un mínimo de 4.500 empleados (que podrían ser hasta 7.000) mediante uno de los mayores expedientes de regulación de empleo (ERE) formulados en España — in El Diario de la industria turística (13 nov 2012).

Renfe 'reventará' los precios del AVE para competir con el avión
La compañía lanzará una campaña comercial agresiva con productos más asequibles al bolsillo de los españoles

Viajar en AVE será más barato muy pronto. Renfe ha decidido poner toda la carne en el asador en pleno proceso de liberalización del mercado. La compañía pública va a lanzar una nueva campaña comercial con el objetivo de poder luchar de tú a tú con el avión y la carretera — in El Diario de la industria turística (22 out 2012).

Renfe planea un AVE de Valencia a Málaga tras el éxito de la ruta con Sevilla

No todo marcha mal en la economía valenciana. La única noticia buena de los años de crisis, la llegada del AVE en 2010, comienza a dar resultados. Renfe recuperó antes del verano frecuencias que había suprimido con Madrid y puso en marcha un servicio directo con Sevilla y Córdoba, sin parar en la capital de España. Esta ruta ha sido un éxito gracias a la aceptación que ha tenido en el viajero de ocio, lo que ha llevado a la compañía a estudiar un servicio, también directo, con Málaga. Renfe contempla también la posibilidad de pasar de uno a dos trenes diarios con la capital de Andalucía — in El Diario de la industria turística (27 set 2012).

A estratégia espanhola (e europeia) é clara: substituir o avião e o automóvel, nas viagens até 800Km, pelo comboio de alta velocidade (até 350Km/h) e velocidade elevada (até 250Km/h). Nas cidades e periferias urbanas a tendência é a mesma: metros ligeiros de superfície (Tram-train), e o regresso aos velhos elétricos e trolleys.

Nestas mesmas linhas andarão pessoas (mais depressa) e mercadorias (a horas diferentes e mais devagar). Os países da União terão que voltar a investir, com grandes apoios de Bruxelas e do Banco Europeu de Investimentos, na linha férrea, desta vez preparando-a para altas velocidades, e em novos sistemas elétricos e de sinalização. Em Portugal, Sérgio Monteiro deitou à rua mais de 1.300 milhões de euros (da UE e do BEI), que estavam reservados para a ligação Poceirão-Caia, que é um segmento vital da linha Lisboa-Madrid (resto de Espanha), atrasando a obra em mais de meia década!

Esta cedência imperdoável ao lóbi do embuste aeroportuário da Ota em Alcochete não servirá, porém, de nada. A alternativa, uma ligação surrealista, em bitola ibéria, entre Évora e Badajoz, não levará um cêntimo de Bruxelas.

Por outro lado, tanto a Alemanha, como Espanha, os dois principais parceiros comerciais de Portugal, e por sinal também os nossos dois maiores credores, já decidiram, e bem, que a rede ferroviária europeia de alta velocidade/velocidade elevada em bitola única (UIC) é uma prioridade estratégica irrenunciável e inadiável. Ou seja, andamos, como sempre, a perder tempo e feitio, e a empurrar para a emigração postos de trabalho indispensáveis à recuperação económica, desde os britadores de pedra aos cientistas mais avançados em sistemas de reconhecimento de voz, tradução simultânea, ou sensores de segurança.

Quanto aos comboios, que a Espanha constrói para todo o mundo e nós deixámos de construir por mais um assomo de estupidez governamental (Durão Barroso expulsou a Bombardier de Portugal), será como sempre foi e é nas estradas: cada um corre com o seu, ou seja, não compete aos governos prestar o serviço de transporte —salvo em casos particulares, de interesse estratégico ou utilidade pública irrecusável—, mas sim às empresas privadas que já existem ou se encontram em fase de constituição.

Haverá empresas especializadas em mercadorias, e dentro destas em sub-categorias relacionadas com o tipo de materiais transportados (perigosos, líquidos, gasosos, etc.), e haverá companhias especializas em transporte de passageiros, correlacionadas com a velocidade —um Foguete é muito mais rápido e caro que um Alfa— e com o uso —turismo ou negócios, etc. A Ferrari já está em pleno nesta corrida. Para bom entendedor...

Espanha é o melhor caso de estudo mundial sobre a transição da estrada, e do ar, para a ferrovia. Trata-se de um regresso ao comboio, com mais valias ambientais, económicas, tecnológicas e culturais (retrofitting) de enorme importância estratégica para as sociedades pós-petrolíferas.

E nós, quando é que acordamos?

Para quem se interessa por estas coisas, que podem determinar o nosso atraso ou a nossa próxima contemporaneidade, vale a pena conhecer em pormenor o estado de construção, em novembro de 2012, da rede espanhola de bitola europeia, nomeadamente aqui.

Clicar para ampliar. Para maior ampliação, aqui.


ÚLTIMA HORA

É por isto que os piratas da Lusitânia do oeste querem travar o "TGV"!

Los viajeros prefieren AVE
Dirigentes.digital

El 19 de diciembre se cumplen dos años de la puesta en marcha de la línea de alta velocidad entre Madrid y Valencia. El proyecto ha superado las expectativas más optimistas de pasajeros de Renfe y ha destrozado el negocio de las compañías aéreas. El AVE ha robado desde 2010 ceca de 750.000 pasajeros al aeropuerto valenciano de Manises. En otras palabras, el 75% de las personas que hacían la ruta entre la ciudad del Turia y la capital de España ha abandonado el avión para pasarse al tren.

Última atualização: 21 nov 2012 ; 13:55

quarta-feira, novembro 07, 2012

O crime do Anti-TGV

Um ano para o embate... No deck o baile de máscaras prossegue

Este governo segue a política de transportes corrupta e suicida de José Sócrates!

Ao travar a ligação ferroviária em bitola europeia Lisboa-Madrid, em nome do embuste da Ota em Alcochete e dos piratas dos grupos BES e Espírito Santo (e da Mota-Engil e companhia), o que nós vamos conseguir é isolar Portugal e os portos portugueses da Espanha e, portanto, do resto da Europa!

Face à imbecilidade e corrupção reiteradas dos políticos, banqueiros e industriais rendeiros, no que toca às ligações ferroviárias da rede espanhola/europeia de bitola UIC a Portugal (que a propaganda mediática transformou no papão chamado "TGV"), a Espanha já desenhou e em breve porá em obra três portos secos para mitigar a interrupção das ligações a Portugal e aos portos atlânticos portugueses: um na Galiza, outro em Salamanca e outro ainda em Badajoz. Uma vez concluídas estas interfaces logísticas multimodais, as mercadorias passarão a viajar em TIR das empresas e dos portos atlânticos portugueses até estes portos secos da raia, de onde depois seguirão por via férrea UIC até os destinos espanhóis e do resto da Europa.

A ofensiva do porto de Barcelona no Brasil é uma prova clara de que já perceberam o bloqueio dos mentecaptos lusitanos do oeste, e que portanto os portos espanhóis em geral, e os de Algeciras e Barcelona, em particular, só poderão oferecer vantagens comparativas face às novas Berlengas da Tugolândia. As greves dos estivadores, patrocinadas pelos estalinistas do PCP, são, aliás, uma grande contribuição para o enterro da nossa frente portuária :(

Responsáveis? As elites rendeiras e politocratas criminosas deste pobre país que em breve estará, não como a Grécia, mas pior do que a Grécia.

Ou afundamos este regime, e depressa, ou este regime afundará, por mais de um século, Portugal!

Seco Molhado


Mensagem esclarecida da Blogosfera:
Nada que um porto seco em Badajoz, anexo à zona industrial de Badajoz, com utilização da 2ª saída da Autopista da Extremadura N-V não resolva. Para mais toda a linha do Leste (ao contrário do (Far)Oeste) já possui plataforma ferroviária bem consolidada ao longo de dezenas de anos para levar via dupla entre Abrantes - Torre das Vargens - Elvas - Badajoz". Em Badajoz as próprias linhas já possuem travessas de dupla fixação.

Apenas será necessário aumentar o numero de pórticos em Badajoz para a transferência dos contentores das galeras dos camiões para os comboios que circulam em bitola UIC a partir de Badajoz. Sim que não faz sentido fazer o transporte por via ferroviária em bitola ibéria em apenas 200 km. Para quê carregar um comboio de mercadorias de Sines para Badajoz, quando os ganhos em 200 km são todos da estrada. Apenas fará sentido o transporte por exemplo de contentores de Sines ou Setúbal para o interior da Peninsula Ibérica.

Depois, ainda importa considerar que a bitola ibérica do lado espanhol será irremediavelmente descontinuada. Não acredito que Espanha queira suportar 2 custos de infra-estrtuturas ferroviárias. Atente-se por exemplo no número de comboios de passageiros que chegam e partem de Badajoz com rumo a Madrid. Praticamente todos esses serviços serão transferidos para a nova linha UIC. Apenas subsistirá algum serviço de características regionais que passa numa linha alternativa ao eixo Badajoz-Merida-Placência-Madrid, que é uma linha que passa pela localidade de "Cabeza de Boi". Na melhor das hipóteses Espanha irá propor que Portugal assegure a manutenção das linhas de bitola ibérica que utiliza para os comboios vindos de Portugal, pois os comboios espanhóis, deixarão em breve de as utilizar!

Quem tiver mais paciência para estatísticas e tratamento de dados, é ver a transferência de tráfegos de passageiros que irá ocorrer da estrada e bitola Ibéria para a rede de AV do Eixo Badajoz-Madrid. Para os mais distraídos basta referir que a própria Ibéria deixou de operar voos que se sobreponham às OD (Origens / Destinos) já servidos pela AV.

Toda esta história da bitola faz-me recordar o processo que foi a construção da linha do Douro, em que um dos principais bancos portuenses à época - o BCP (Banco Comercial Portuense) entrou na loucura da construção da linha do lado espanhol, mesmo para além fronteira. O resultado foi a sua falência.

É claro que a não adesão há rede UIC (vulgo, bitola europeia) vai ter as suas consequências e os seus custos. Ao contrário do que nos podem fazer crer, e à populaça, e aos desmiolados políticos da Lusitânia oeste, a competitividade (e a logística) das exportações nacionais (ou produtos desembarcados em portos portugueses) está seriamente comprometida pela falta de alternativas à estrada e à rede de bitola ibérica. Alguém acha que daqui a 20 anos os espanhóis vão querer suportar os custos astronómicos da manutenção de uma rede de bitola ibérica apenas para fazer passar comboios da Takargo?

IMPRENSA

Entre os dias 4 e 8 de novembro o Port de Barcelona, com a colaboração da Câmara de Comércio, Indústria e Navegação de Barcelona e da SEP, Secretaria de Portos de Brasil, realiza uma missão comercial ao Brasil que conta com a participação de mais de 40 empresários, tanto do setor logístico (transitários, consignatários, armadores, operadores logísticos e terminais) bem como de importação e de exportação.

O objetivo da missão é impulsionar o comércio exterior entre a Catalunha e o Brasil, promover novas oportunidades de negócios entre os dois países e aprofundar na relação entre o Port de Barcelona e os portos brasileiros.

[...]

No marco da missão comercial, a delegação de Catalunha visitará o porto de Santos, o principal porto do Brasil e da América Latina, onde o Port de Barcelona vai assinar um acordo de colaboração para reforçar as relações comerciais entre ambas as instalações e desenvolver projetos futuros.
— in Cargo News, 6 nov 2012.

segunda-feira, outubro 01, 2012

Alta Velocidade by Ferrari

Quem não quererá viajar a 350Km/h num comboio da Ferrari?
Foto ©Bloomberg

Portugal, Berlengas ferroviárias da Europa?

Aos ignorantes da imprensa e da classe partidária portuguesas, e à corja do Bloco Central da Corrupção que capturou o PS, PSD, CDS/PP e alguns autarcas do PCP, aqui vai a demonstração de que o futuro está na mudança de agulha para os novos foguetes ferroviários (TGV, AVE, ICE, NTV-Ferrari, etc.)

Rui Rodrigues (“A Nova Ferrovia Poupa Energia”, Público) compilou e analisou...
Em média, um comboio de Alta Velocidade, cuja operação não depende do petróleo, considerando o consumo de energia por passageiro e por quilómetro percorrido, é 7 vezes ou mais eficiente que o avião, e 4 vezes mais eficiente que o automóvel.

Avião: 0,87 kWh/passageiro.Km, com uma taxa de ocupação de 66%. Valor que baixa para maiores distâncias.

Carro: 0,5 kWh/passageiro.Km, com uma taxa de ocupação de 1,7 passageiros por viatura.

Comboio Regional: 0,45 kWh/passageiro.Km, com uma taxa de ocupação de 20%

TGV: 0,18 kWh/passageiro.Km, com uma taxa de ocupação de 65%

Metro: 0,14 kWh/passageiro.Km, com uma taxa de ocupação de 21%

ICE 350 (Intercity-Express): 0,12 kWh/passageiro.Km, com uma taxa de ocupação de 65%

Em Espanha, as contas estão feitas. Em Portugal as araras do governo e dos partidos andam a pastar, como sempre!

Portugal está a comportar-se com a Espanha como a Madeira com o Continente

Segundo as previsões do Ministério do Fomento espanhol, quando toda a nova rede estiver terminada, o transporte ferroviário será competitivo frente ao automóvel e ao avião e irá captar 30 % do tráfego gerado entre os pontos de origem e destino.

Por ano, a Espanha importa cerca de 51 mil milhões de euros em petróleo. Desta verba, a maioria é utilizada no sector do transporte. A nova rede ferroviária de tração elétrica vai pois permitir uma poupança anual de muitos milhares de milhões de Euros.

El Plan de Infraestructuras, Transporte y Vivienda 2012-2024 (PITVI), presentado la semana pasada por la ministra de Fomento, prioriza la inversión en ferrocarriles en el horizonte temporal que contempla el Plan. Así, de los 136.627 millones de euros de inversión en el sector del transporte, 52.733 millones de euros se destinarán a diferentes actuaciones en el ámbito del ferrocarril, entre las que destacan la culminación de los corredores de alta velocidad ya iniciados y las destinadas a potenciar el transporte ferroviario de mercancías, entre otros proyectos, como los que se desarrollarán en las redes convencional y de cercanías o en estaciones. Via Libre, 1 out 2012.

Mas se a comichão é cultural, então vejamos o tema doutro prisma: Alta Velocidade by Ferrari!

Rome, Italy (CNN) -- As chairman of Ferrari, Luca di Montezemolo is used to making things that move at breakneck speed. But rather than flashy sports cars for wealthy motor enthusiasts, the Italian businessman's latest high-velocity project aims to cater for the traveling masses.

The Italo train from NTV -- a passenger rail company of which di Montezemolo is also chairman -- is a high-speed service that has been dashing between Milan, Rome and other major Italian cities since April. CNN, june 22, 2012.




sexta-feira, setembro 21, 2012

Os assassinos de Portugal

Isto não é uma fantasia da Blogosfera, é um mapa da UE !
 
É o comboio, estúpidos!

El vicepresidente de la Comisión Europea aboga por un mercado único para el ferrocarril

Según Kallas, la dificultad para acceder a la red es una de las barreras más importantes para el desarrollo del ferrocarril en Europa

Siim Kallas, vicepresidente de la Comisión Europea, ha abogado en Innotrans, la feria internacional de transporte que concluye hoy en Berlín, por un “un mercado único para el ferrocarril. Por ejemplo, debería ser posible construir trenes que sólo necesiten una aprobación para circular por Europa. Éste debería ser un derecho básico”.

Via Libre, 21 set 2012

Governo de Passos Coelho e Gaspar deitaram à rua 1000 milhões de euros, ao abandonar ou adiar sine die o projeto já aprovado e contratado (!) de construção da linha ferroviária de Alta Velocidade, em bitola europeia, para passageiros e mercadorias, entre Pinhal Novo-Poceirão e o Caia (Badajoz)

Bruxelas já deixou bem claro, ao governo português, a sua posição sobre a ligação de Portugal à rede espanhola e desta às redes europeias de transporte ferroviário interoperável: o dinheiro disponível para este fim, que é muito, não é transferível para novos aeroportos — e portanto, o Bloco Central da Corrupção Alargado (PS, PSD, CDS, PCP), que alimenta a partidocracia vigente e parasitou o país até à pré-bancarrota em que estamos, terá que desfazer-se dos investimentos especulativos e mediáticos que tem vindo a fazer em volta do embuste imobiliário do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) —que era para ser na Ota, e depois em Alcochete—, e terá que deixar de boicotar os sucessivos governos em matéria da prioridade ferroviária e portuária.

Portugal tem aeroportos que cheguem para as suas necessidades, tanto mais que a demografia do país está em queda, e o futuro do transporte aéreo de massas, nomeadamente turístico, é mais do que incerto se avaliarmos os impactos negativos crescentes do pico petrolífero e das alterações climáticas sobre a sustentabilidade deste modo de transporte.

Além do mais, as principais companhias que trouxeram um mini boom turístico a Portugal, ao longo dos últimos anos, são as chamadas Low Cost (1), ou seja, precisamente o tipo de companhias que não precisa, não quer, e abomina novos aeroportos, pois apenas precisa de antigos aeródromos militares recauchutados para fazer bem o seu serviço, e no caso português adoram as vantagens óbvias oferecidas pela Portela, por Faro e pelo aeroporto Sá Carneiro.

As pessoas querem viajar barato, e estão-se nas tintas para as caríssimas e já insustentáveis ditas cidades aeroportuárias — defendidas nomeadamente pelo adiantado mental que recomendou (e cobrou bem por isso) a construção do aeromoscas de Beja!

O transporte aéreo já está a sofrer à escala mundial constrangimentos económicos e fiscais (por causa das emissões de CO2 equivalente) sucessivos e cada vez mais sérios.

A interoperabilidade entre as redes ferroviárias e a ligação destas aos portos atlânticos e mediterrânicos é pois a prioridade das prioridades em matéria de transportes na União Europeia. E é para aqui que vai o dinheiro. Não vai para aeroportos, e muito menos para aeromoscas!


Basta comparar as verbas atribuídas à ferrovia com as destinada a aeroportos para vermos até que ponto é criminosa a política de transportes dos sucessivos e corruptos governos do Bloco Central Alargado (PS, PSD, CDS, PCP)

O abandono, ainda que temporário, do projeto aprovado de ligação Poceirão-Caia, por decisão do ainda primeiro ministro e do ainda ministro das finanças —dois ignorantes em matéria de transporte, mas muito sensíveis à máfia do NAL—, significou a perda de 800 milhões de euros de investimento comunitário a fundo perdido no nosso país, significará indemnizações ao consórcio Elos, que ganhou o contrato de construção da linha Poceirão-Caia na ordem dos 170 milhões de euros, significará custos jurídicos de vários milhões de euros, significará uma perda de oportunidade de criação de novos empregos e de importação/desenvolvimento de tecnologias inovadoras (em matéria de ferrovia, eletrificação e sinalização da rede, material circulante e serviços complexos) de várias milhares de milhões de euros. Para a Autoeuropa, por exemplo, a falta de ligação ferroviária em bitola europeia entre Palmela e o Porto de Setúbal, e entre Palmela, Espanha e o resto da Europa induz sobre custos na ordem dos 15% (2). O mesmo problema de competitividade terá a fábrica de aviões e de componentes aeronáuticos, a Embraer, que hoje inaugurou em Évora (3).

Ou seja, um verdadeiro crime cometido pelas criaturas que meteram o PSD, o CDS e o PS no bolso.


NOTAS
  1. Ryanair, easyJet y Air Berlin transportan más de la mitad de los pasajeros internacionales en EspañaExpansión, 17 set 2012.

    É por esta e por outras (a astronómica dívida da TAP) que a IAG (Iberia+British Airways) desistiu de concorrer à privatização da TAP? E é por esta e por outras que o aeroporto de Ciudad Real faliu antes de ganhar velocidade de cruzeiro, e o embuste do NAL da Ota em Alcochete jamais terá viabilidade económica!

    Air Canada a besoin de personnel
    Le transporteur aérien prévoit embaucher 1100 personnes d’ici 12 mois

    Air Canada a indiqué jeudi qu’il devrait employer environ 1100 personnes de plus au cours des 12 prochains mois pour répondre à ses objectifs en matière de main-d’oeuvre, incluant quelque 200 employés pour son projet de transporteur à bas prix. — Le Devoir, 21 set 2012.

    Air Canada to outline low cost carrier plans soon. CBCNews, 19 set 2012.

    Air Canada lanzará una low cost que volará a Europa. Aviação Brasil, 27 ago 2012.

    COMENTÁRIO: a Blogosfera vem defendendo que a TAP faça um spin-off prévio à privatização, alienando a unidade brasileira TAP Maintenance&Engineering, vendendo a Groundforce (operação já realizada), e criando uma Low Cost dedicada à Europa. Vamos ver o que sucede...
  2. Autoeuropa apresenta os melhores resultados dos últimos cinco anos. RTP, 27 set 2011.
  3. Fábricas de Évora da Embraer inauguradas hoje na presença do Presidente da República. RTP, 21 set 2012.

Última atualização: 21 set 2012 16:07

terça-feira, julho 31, 2012

Brasil: TAV: Trem de Alta Velocidade

A Alta Velocidade ferroviária é um dos novos paradigmas de desenvolvimento sustentável

O “Trem de Alta Velocidade não tem apenas importância do ponto de vista da logística de passageiros” — é uma vantagem tecnológica de quem a aplica e desenvolve, estúpido!

Vale a pena ler o oportuno artigo do antigo secretário de Política Nacional de Transportes brasileiro, José Augusto Valente, sobre “Os frágeis argumentos contra o trem de alta velocidade brasileiro (TAV)”. E já agora medite-se no caso pioneiro de Espanha a este propósito: tem a segunda maior rede de Alta Velocidade ferroviária do mundo, logo depois da China, ganhou recentemente à França o concurso para ligar Meca e Medina (450 Km) por comboio AV, e está em todas as corridas onde se preveja construir linhas de TGV, AVE, TAV, HSR, ou como lhe queiram chamar, menos Altas Prestações — pois de prestações já bastam as que somos forçados a pagar pela obscena dívida acumulada, cortesia dos falidos ladrões e dos populistas que tomaram de assalto a democracia portuguesa.

En 2014 podrían iniciarse las obras para que en 2020 pueda entrar en servicio el primer tren de alta velocidad

Tras la constitución de ETAV (Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade), el Gobierno Federal de Brasil se propone lanzar antes de fin de año una licitación internacional para contratar a la empresa o consorcio que elaborará el proyecto de ingeniería de la primera línea de alta velocidad del país.Así, la elaboración del proyecto de la línea que enlazará Río de Janeiro, Sao Paulo y Campinas, 511 kilómetros para un tiempo de viaje máximo de 99 minutos entre Río y Sao Paulo, saldrá a licitación con un plazo de ejecución de alrededor de un año, y ETAV prevé que se presenten empresas brasileñas en consorcio con ingenierías extranjeras. Via Libre, 11 jul 2012.

Alta Velocidade liga São Paulo ao Rio de Janeiro (511Km) em 99 minutos

Será que em Portugal haverá força suficiente para travar de uma vez por todas a máfia do novo aeroporto da Ota em Alcochete? Que diz o Cavaquinho sobre isto? E o Passos de Coelho? E o beato Seguro? Afinal a quem devem obediência estas criaturas: aos eleitores, à racionalidade mais vulgar, ou aos salgados e melros desta praia à beira-mar plantada?

Já repararam no preço do petróleo? Ainda não ouviram dizer que o petróleo barato, e portanto o festim do crescimento indolor, acabou? Os aviões, tal como os TIR, autocarros e automóveis particulares não se movem a vapor de água. Que o diga o gaúcho da TAP, que o diga o rendeiro-mor das autoestradas. Até o corticeiro da GALP aprenderá depressa que o futuro está na mercearia de proximidade. Eu prevejo que, mais cedo ou mais tarde, e certamente antes de 2020, o preço do petróleo será regulado à escala europeia, ou mesmo mundial, o consumo racionado, e as margens de lucro severamente penalizadas.

Espanha será o protagonista de um dos principais consórcios concorrentes ao Trem de Alta Velocidade brasileiro. Por sua vez o Brasil, como escreve José Augusto Valente, “dominando a tecnologia dos trens de alta velocidade, será referência mundial em projeto, construção e manutenção das vias permanentes, como na fabricação de equipamentos para a indústria dos trens de alta velocidade. É disso que se trata e não de uma obra ferroviária, como alguns querem fazer crer.”

Portugal andou a dormir na Ota. Depois de destruir a Sorefame —hoje não temos quem faça uma chapa para os nossos comboios—, e depois de levar a canadiana Bombardier a deixar o país (não foi cherne Barroso?), as nossas brilhantes mentes políticas, económicas e financeiras apostaram tudo no novo-riquismo automóvel e aéreo. O resultado está a vista: só a TAP tem um endividamento e compromissos que chegam aos seis mil milhões de euros — ou seja, tanto como todo o valor previsto das privatizações anunciadas.

No Irão e na China os criminosos económicos já começaram a pagar pelas suas malfeitorias, e de que maneira! Nos EUA, no Reino Unido e na Suíça também, mas a procissão ainda vai no adro....

quinta-feira, março 22, 2012

A corja do aeroporto

Enquanto os cachorros da SIC, de São Bento e de Belém ladram, a caravana passa...

O que a corja que já meteu este governo no bolso quer é trocar o combóio (coisa popular horrenda!) pelo embuste da Ota em Alcochete. Assim teriam mais betão pela frente, na Alta de Lisboa/Portela e em Alcochete. Imagino que terão o apoio do PCP!

Bruselas quiere que todas las infraestructuras incluidas en la red básica, incluidos el Corredor Mediterráneo y el Atlántico, estén completadas en 2030. Para ello, ha propuesto movilizar 32.000 millones de euros del presupuesto comunitario durante el periodo 2014-2020. Con estos fondos se costeará entre el 20% y el 40% de los proyectos, especialmente los tramos transfronterizos — in RTVE.es.

A Espanha é o maior credor de Portugal. Depois vêm a Alemanha e a França (ver gráfico do New York Times). Qualquer destes três grandes países aposta numa Rede Europeia de Transportes, com "TGV"!

Percebe-se, pois, que França e Espanha tenham respondido imediatamente ao caricato governo português, explicando-lhe diplomaticamente que uma rede ferroviária europeia não depende apenas dos apetites e humores de um qualquer mordomo lusitano, chame-se ele Passos de Coelho, Gaspacho ou Cavaco!

O governo português, se seguisse literalmente as palavras tontas do atual primeiro ministro, teria que indemnizar, não apenas o consórcio Elos, mas também todo o investimento espanhol já realizado na ligação AV Madrid-Lisboa!

Além do mais, Portugal perderia não só os fundos comunitários já atribuídos à ligação Poceirão-Caia, como perderia sobretudo toda e qualquer credibilidade em futuras candidaturas a programas de apoio comunitário. A rede Barroso é como se sabe temporária, e os povos têm memória!

Basta reparar como todos os cães de fila do embuste da Ota em Alcochete regurgitam esta noite baboseiras triunfais sobre o suposto nado-morto, para notarmos mais uma vez como este país continua no bolso dos ladrões e criminosos que o levaram à bancarrota!

Em conferência de imprensa no final de uma reunião dos ministros dos Transportes da União Europeia, dedicada precisamente à rede transeuropeia de transportes, a ministra espanhola Ana Pastor afirmou, ainda assim, estar "tranquilizada" com a garantia que recebeu hoje do ministro da Economia português, Álvaro Santos Pereira, de que Portugal vai adoptar a bitola europeia nas ligações ferroviárias alternativas ao projecto de alta velocidade, que decidiu na quarta-feira abandonar definitivamente.

No entanto, apontou, o governo espanhol, bem como as autoridades francesas, querem saber precisamente quais as intenções de Portugal, já que têm implicações no "corredor sul" da rede transeuropeia de transportes — in Jornal de Negócios/Lusa, 22 Março 2012 | 16:15

O Tribunal de Contas é um tribunal faz de conta, ou seja um embuste político-partidário execrável. Como tal deveria ser extinto. É mais uma das muitas excrescências burocráticas deste regime demo-populista e corrupto até à medula. Querem poupanças? Comecem por aqui!


POST SCRIPTUM

Deixo à consideração do leitor um comentário OTR, de uma toupeira amiga.... cuja qualidade das informações respeito.
“O contrato do Poceirão-Caia era ruinoso - com uma TIR sem risco de 12% - e foi bom o TC tê-lo chumbado. Para além disso, como sabes, estava atrelado a um projecto estúpido (sem ligação a Sines e com aquela terceira linha parva).

Sei, por experiência, que a "renegociação" / alteração do projecto e das cláusulas financeiras do contrato não podia dar bom resultado. Para além disso, era uma operação ilegal e violadora do direito de concorrência.

Lê, com atenção, o acórdão do TC: pagar 300 M à Elos é, apenas, fruto da ignorância dos jornalistas.

E lê, com atenção, o comunicado do ME: está lá a linha que sempre defendemos.

O paleio do comunicado contra a "alta velocidade" é política. O PPC, sem saber, atirou-se ao TGV e agora tem de lhe chamar outra coisa. Por mim, que se lixe.

Eu não faço futurologia, nem passo cheques em branco. Mas este passo era crítico e imprescindível.

Falta agora influenciar o novo projecto e cuidar que ele não se perca. Mas chorar por aquele contrato não me parece boa ideia.”
 Os argumentos aqui expostos são sólidos e merecem reflexão. Ficam, porém, duas perplexidades no ar:
  • A quem se deve o sincronismo da divulgação do relatório do TC com a ida do ASP a Bruxelas, precisamente para participar numa reunião decisiva sobre as redes ferroviárias de Alta Velocidade no âmbito do PET?
  • Havendo novo concurso para um novo caderno de encargos, expurgado das incongruências e despesismo tolo do anterior projeto cor-de-rosa (dupla estação em Évora —certamente desenhada por um Pritsker Prize!—, terceira via, etc.) compromete ou não o uso das verbas comunitárias já atribuídas?
Uma coisa é certa: o fim definitivo do "TGV" é o fim definitivo de uma enteléquia, ou seja, de algo que nunca existiu, nem está escrito em nenhum documento oficial: o "TGV"!


ÚLTIMA HORA!
Portugal da la patada definitiva a Florentino Pérez por el AVE a Lisboa

...lo peor para el país, quizás, será la pérdida de imagen de cara a la inversión extranjera. Será difícil justificar internacionalmente que la adjudicación del concurso del AVE a Elos sea declarada "ilegal" dos años después de la firma del contrato, cuando el consorcio llevaba ya invertidos casi 300 millones de euros.  CapitalMadrid.

Que as ratazanas da cloaca lusitana não descansem enquanto não puserem o país mais de rastos do que já está, em nome exclusivo das suas rendas e ganâncias, rasgando contratos e compromissos de estado reiteradamente subscritos com outros países e com a UE, percebe-se, dada a natureza das alimárias. O que não entendo é a sonolência bovina dos eleitores do meu país. Acordem!

"O Governo espanhol vai continuar a construir a sua linha de alta velocidade entre Madrid e a fronteira portuguesa com um traçado para velocidades de 350 km/hora, tal como estava programado e acordado com Portugal desde que foram assinados os primeiros acordos para este projecto em 2003." Público (edição impressa)

Só quem não conhece os organismos de planeamento do estado espanhol (Ministerio de Fomento, etc.), que felizmente não foram capturados pelas ratazanas locais, como aqui fez o Bloco Central, destruindo praticamente toda a competência técnica do estado português, é que poderia imaginar que o governo espanhol (independentemente de ser "socialista" ou "popular"), alterasse um milímetro do que foi planeado há mais de uma década — ainda que recebendo de Portugal, ao longo de todo este tempo, os sinais caricatos de uma nomenclatura corrupta que apenas se dedica aos assaltos de curto prazo à riqueza disponível.

Ou seja, hora para investir em Elvas e na futura eurocidade Elvas-Badajoz! Eu vou começar a procurar um apartamento na velha cidade-fortaleza ;)

Fundos comunitários do TGV vão ser reprogramados para outros projectos em Portugal

A Comissão Europeia (CE) e Portugal estão em convergência sobre o destino dos fundos disponibilizados para o projecto de alta velocidade TGV, abandonado na quarta-feira pelo Governo, disse hoje em Lisboa José Manuel Durão Barroso.

O presidente da CE afirmou ainda que Portugal vai permanecer em todos os programas de financiamento acordados originalmente e integrar as redes transeuropeias.

"Existe uma convergência entre a Comissão e as autoridades portuguesas nesse aspecto. Tanto quanto sei, Portugal ficou em todas as redes, mas, do ponto de vista português, houve a vontade de uma reprogramação, nomeadamente dos níveis da velocidade", referiu. Jornal de Negócios online.

O Passos de Coelho está a transformar-se num verdadeiro primeiro ministro à distância. Se não tem cuidado sucede-lhe o mesmo que ao Santana Lopes. O Portas é o mesmo!

Última atualização: 24 mar 2012 12:55

quinta-feira, março 15, 2012

Lóbi do novo aeroporto não desiste!

O Gaspar no bolso do BPN (perdão SLN), é isso? Se é, corram com o homem. Contabilistas é o que há mais por aí!

Um comboio bala na China viaja 664 milhas, de uma cidade costeira do sul até ao interior do país. O plano americano é ligar Tampa a Orlando. E em Portugal deveria ser ligar Lisboa a Paris, Lyon, Barcelona e Milão, passando por Madrid, e ainda Aveiro-Porto a Salamanca-Irún-França e à Galiza, até 2020.
(Foto: Shpherd Zhou/European Pressphoto Agency, in
"China Sees Growth Engine in a Web of Fast Trains"

Além do mais não se esqueçam deste pormenor importante: a Espanha é o nosso maior credor. Ou seja: poderá retaliar de duas maneiras: 
  1. exigindo mais ativos pela insolvência próxima do país; e 
  2. fechando a passagem ferroviária de Portugal para a Europa transpirenaica durante os próximos 50 anos, argumentando calmamente que a decisão de transformar Portugal num prolongamento das Berlengas, foi exclusivamente lusitana. 
Nessa altura, se o desastre vier a ocorrer, talvez, sob influência chinesa e de alguma ditadura militar entretanto instalada no terreno, já tenhamos adotado o mesmo código de tratamento punitivo que a China hoje aplica aos corruptos comprovados. É que a defesa dos interesses estratégicos de um país extravasam em muito o pormenor do perfil cultural dos regimes!

Para quem não entende todo este imbróglio, basta fixar o seguinte: se a prevista ligação ferroviária Poceirão-Caia for concretizada (como espero!) o embuste do Novo Aeroporto da Ota em Alcochete (eNAO-A) cairá por terra sem apelo nem agravo. O que é, sublinhe-se, o mais desejável, se nomeadamente pensarmos a gestão do sistema integrado de transportes, nesta fase de declínio das reservas petrolíferas, de uma forma racional e estratégica. O petróleo atingiu ontem um máximo histórico em euros!

Levar as companhias de baixo custo (Low Cost) para o Terminal 2 da Portela, situação que ocorrerá já no próximo dia 20 de Março, deixar as magníficas e novíssimas mangas do Terminal 1 para o famoso hub da TAP e outras companhias de bandeira, manter em stand-by o aérodromo militar do Montijo para expandir a Portela, nomeadamente nos segmentos Low Cost e Carga, e inaugurar enfim a mais do que pronta nova estação de Metro do Aeroporto, é o que se espera de um governo de crise e que afirma aos quatro ventos (falta demonstrar!) que não está no bolso dos execráveis rendeiros deste país (SLN, BES, Mellos, Mota-Engil, etc.) 

Quanto aos terrenos do aeroporto, prometidos ao senhor Stanley Ho, proponho uma alternativa: façam de Beja um grande centro internacional de lazer — Las Bejas! Seria, aliás, a única forma de recuperar os 38 milhões de euros lá enterrados pelos adiantados mentais do anterior governo.
Gaspar trava pressão de Bruxelas para avançar com TGV ‘low cost’ — Económico

A Comissão Europeia está a pressionar o Governo, mas receia que Vítor Gaspar enterre o projecto, mesmo na sua forma reduzida


 A Comissão Europeia está a pressionar o Governo português para apresentar rapidamente um plano de construção da linha de alta prestação de mercadorias e passageiros, que ligue os portos de Portugal a Espanha, aproveitando as verbas que o Fundo de Coesão tem disponíveis para este projecto, uma versão reduzida do antigo TGV.

A pressão está a ser exercida pela Direcção Geral de Política Regional e Transporte, onde um responsável ouvido pelo Diário Económico sublinha o facto de o País ter ainda "733 milhões de euros por atribuir a este corredor Sul-Oeste". Lisboa também tem sido pressionada por Madrid que, de acordo com a mesma fonte, "vai perder 133 milhões de euros" das redes transeuropeias (RTE) se Portugal não avançar com o projecto. As reuniões entre os responsáveis ibéricos têm sido inconclusivas, mas em Bruxelas espera-se um sinal na reunião europeia dos ministros dos Transportes, a 22 deste mês.

Em Bruxelas, este responsável justifica as reticências do Governo com o "problema político" do TGV ter sido uma "ideia forte do anterior Executivo" e com o facto de, neste momento, ser "politicamente difícil explicar aos cidadãos a aposta numa obra desta envergadura".  Económico, 15 mar 2012.

Se as manobras do lóbi criminoso do eNAO-A triunfassem isso significaria automaticamente o seguinte:
  1. A perda de mais de 800 milhões de euros de fundos comunitários não transferíveis e indemnizações, nomeadamente ao consórcio ELOS, de quase duzentos milhões euros, ou seja, e tudo somado, mais de mil milhões de euros perdidos, por um governo que se revelaria então, escandalosamente, como mais um boy dos rendeiros corruptos que levaram este país à bancarrota;
  2. A criação de zero novos postos de trabalho;
  3. A criação de zero novas empresas que poderiam, em Portugal, complementar e reforçar o já importantíssimo cluster ibérico associado ao transporte ferroviário;
  4. O encarecimento estrutural do nosso sistema de mobilidade e transportes, de pessoas e mercadorias, nomeadamente nos decisivos setores das exportações e da mobilidade de recursos humanos tecnologicamente avançada;
  5. A destruição do enorme potencial dos portos atlânticos portugueses, cuja dedicação ao transhipment seria virtualmente anulada pela barreira ferroviária que em breve a Espanha será para Portugal se não tornarmos a nossa rede ferroviária compatível com a rede ferroviária europeia em desenvolvimento (e que obviamente não usa a bitola ibérica);
  6. E finalmente, a perda completa de credibilidade de um país que rejeita utilizar recursos financeiros escassos —postos à sua disposição em nome de um projeto europeu integrado—, ainda por cima com graves prejuízos para o país vizinho, o qual, por via da irresponsabilidade extrema de uma corja de governantes corruptos portugueses, perderia também vultuosos fundos comunitários não transferíveis.
A lunática e mendicante imprensa portuguesa vai acordando lentamente para os problemas. Mas, enfim, mais vale tarde do que nunca.
Madrid e Bruxelas pressionam Lisboa a avançar com versão “Light” do TGVRTP
 
Outro responsável na Comissão Europeia pela área dos transportes reconhece que a escolha de avançar ou não com a versão reduzida do antigo TGV “ é uma decisão soberana do país” , mas adverte que “seria uma oportunidade falhada determinar o fim abrupto da linha de alta-velocidade”.

Segundo explicou ao Económico este responsável, “há uma boa razão económica “ para avançar com este projeto agora. Se os 733 milhões que estão ainda por atribuir ao corredor Sul-Oeste forem gastos até 2013 terão co-financiamento de 95 por cento e se o forem entre 2013 e 2015, a taxa de financiamento cai para 85 por cento.

A mesma fonte explica que a parcela nacional “pode ser facilmente compensada pela receita adicional que resultará de impostos e descontos para a segurança social dos trabalhadores das empresas de construção”.
O tempo está a esgotar-se
O tempo urge porque é preciso pelo menos um ano para o projeto passar por concursos públicos até avançar no terreno.

De acordo com este responsável, outro argumento a favor do projeto está no facto de, se Portugal não avançar com o projeto neste quadro financeiro (2007/2014) “terá mais dificuldade em obter fundos no próximo quadro de 2014/2020”. RTP, 15 Mar 2015.
 Última atualização: 15 mar 2012 11:57

terça-feira, fevereiro 28, 2012

A Berlenga ferroviária

Quatro horas a partir pedra para quê?

Portugal: ilha ferroviária do arquipélago das Berlengas

2015: ano previsto pelos governos português e espanhol para a ligação ferroviária de Portugal e Espanha à França sobre linhas de bitola europeia.

Os governos de Portugal e Espanha, pelas assinaturas de Álvaro Santos Pereira e Ana Pastor, reiteraram ontem, pela quarta ou quinta vez, o compromisso de construir uma nova rede ibérica de ferrovia em bitola "europeia" (ou "internacional" — UIC) para comboios de alta velocidade e velocidade elevada, e transporte de passageiros e mercadorias. O objetivo é responder aos desafios energéticos causados pelo pico petrolífero e ligar a península ibérica, e nomeadamente os seus importantes portos, ao resto da Europa.

Foi em 1995 que Luís Filipe Pereira, então secretário de estado de Mira Amaral, do governo de Cavaco Silva, baseou toda a estratégia portuguesa de crescimento na previsão de que o barril de petróleo custaria 28 dólares em 2015! Daí em diante foi fartar vilanagem: autoestradas, pontes, túneis, barragens e muitos, muitos automóveis e crédito desvairado ao betão sem fronteiras. Sabe-se hoje que esta foi uma das principais causas, se não a principal (1), do nosso catastrófico endividamento e da bancarrota que se aproxima a passos largos do país :(

Recomendo vivamente as conferências de António Costa Silva na Culturgest (8, 15, 22, 29 de Fevereiro) sobre os dilemas energéticos com que estamos confrontados, e sobretudo a consulta dos seus inúmeros e exaustivos gráficos sobre a insustentabilidade absoluta do modelo energético que nos conduziu ao presente desastre, de que não sairemos sem uma revisão drástica do mesmo e sem uma mudança radical no nosso protegido e inimputável regime político-económico e partidário.

O silêncio conivente e a capitulação dos meios de comunicação social em tudo o que se refere aos temas energético, ferroviário e aeroportuário brada aos céus da democracia que temos, mesmo descontando a circunstância triste de não termos ainda mais do que uma democracia fraca, corrupta e populista.

Para que não se percam, aqui ficam as notícias que ninguém consegue lobrigar na mé(r)dia lusitana que temos.

 Reunión de la ministra de Fomento y el ministro de Economía y Empleo de Portugal. Madrid, 27 de febrero de 2012 (Ministerio de Fomento).

Los gobiernos de Portugal y de España coinciden en la importancia de que los proyectos de servicios ferroviarios de altas prestaciones se ajusten a las necesidades actuales y a la situación económica de austeridad.

Ambos países apuestan por llevar a cabo los proyectos ferroviarios del Corredor Atlántico hasta la frontera francesa, y en ancho internacional. Ambos gobiernos están de acuerdo con la necesidad de invitar a Francia a participar en este Corredor Europeo.

Ou seja, os compromissos de Estado, sobretudo quando são obviamente razoáveis e lógicos, são para cumprir.

Portugal y España desean implicar a Francia en corredor ferroviario atlántico
27/02/2012 Expansión/EFE

Lisboa, 27 feb (EFE).- Los gobiernos de España y Portugal manifestaron hoy su deseo de implicar a Francia en la creación del corredor ferroviario atlántico que conectará ambos países con el centro de Europa, tanto para transporte de pasajeros como de mercancías.

[...] Pastor destacó hoy que los proyectos ferroviarios de ambos países "van a estar coordinados", de forma que "un país no de un paso sin que el otro no esté al tanto" de sus planes.

"Los proyectos ferroviarios que tenemos los dos países deben tener interoperabilidad, con los requerimientos técnicos tanto de vía, de plataforma, como de electrificación y catenaria que hagan posible llevar tanto pasajeros como mercancías desde Sines hasta norte de España y Francia", abundó.

[...] "España y Portugal decidieron en el siglo XIX tener un ancho de vía diferente al del resto de Europa. Hoy esto supone que cuando las mercancías pasan a Francia, en ese trasvase se pierde tiempo y dinero, lo que supone un factor contrario a la competitividad", recalcó.

Respecto a la conexión entre Oporto y Vigo, un proyecto que también estaba previsto realizar en Alta Velocidad y que finalmente fue cancelado por el Ejecutivo luso, los ministros informaron de la creación de un "grupo de trabajo" que elaborará "a corto plazo" una propuesta que valore "los diferentes escenarios que garantizan el servicio público". EFE

No caso vertente, a alternativa que sobra a Portugal é simples: ou se transforma numa parte do arquipélago das Berlengas, ou terá que migrar a sua rede ferroviária (toda a sua rede ferroviária —ainda que ao longo dos próximos cinquenta anos) para a chamada bitola europeia — isto é, a única distância entre carris que permite a interoperabilidade das linhas férreas dos diversos países europeus.

Ana Pastor (ministra de Fomento): "No estoy dispuesta a vender mi país ni AENA a precio de saldo"
27/02/2012 Hispanidad

Respecto a si se va a privatizar AENA, Pastor ha indicado que "Aena tiene una deuda de 14.900 millones que tiene que pagar, estaba en marcha la privatización de los aeropuertos de Barcelona y Madrid. Se vendían por valor de unos 3.000 millones cada uno y el Estado se quedaba con la deuda, y con los aeropuertos en déficit, por ello lo paramos, no iba a vender a AENA a precio de saldo". "Yo no estoy dispuesta a vender mi país a precio de saldo ni a vender AENA, que es el principal operador aeroportuario del mundo en número de pasajeros, a precio de saldo". "En este momento estamos viendo de cada aeropuerto su viabilidad y su rentabilidad económica y social".

Espanha já percebeu que a venda de ativos a preço de saldo não passa de uma transferência de soberania entre devedores e credores soberanos.

Não tem havido privatizações durante esta crise, mas alienações de soberania! E se é assim, então é preferível forçar uma resolução global das múltiplas insolvências em curso: da Irlanda aos Estados Unidos, passando pelas ilhas da rainha pirata de Inglaterra.

España admite el interés de Renfe y Aena en las privatizaciones de Portugal
27/02/2012 La Razón

"Si se ponen en marcha -las privatizaciones previstas por el Gobierno luso-, empresas públicas españolas estarían interesadas en poder participar, ya fuese en colaboración con otros entes públicos o privados de Portugal u otros países", explicó Pastor en declaraciones a los periodistas tras una reunión bilateral celebrada hoy en Lisboa.

La ministra nombró concretamente a Renfe (Red Nacional de Ferrocarriles) y a Aena (el gestor de los aeropuertos españoles), de las que subrayó que se han convertido en "operadoras de reputación internacional".

A Espanha e a Alemanha são os dois maiores credores de Portugal. Não faz pois qualquer sentido pensar que poderemos, ou se sequer que deveremos impedir qualquer dos dois países de entrar nos processos de privatização em curso. Como não vamos poder pagar tudo o que devemos, alguma da nossa carne terá quer arrancada e entregue, pelo menos temporariamente, a quem nos emprestou dinheiro, ou tem uma balança comercial excessivamente excedentária relativamente às nossas próprias exportações. Não nos podendo armar em cavaleiros sem cavalos, o ponto é este: como, por quanto e a quem entregaremos alguns dos nossos anéis?

Eu preferiria ver a Espanha a explorar durante uma vintena de anos a nossa rede de bitola europeia, a vê-la tomar conta dos nossos aeroportos, ou da TAP. Creio que a ANA e a TAP (a TAP, só depois de um inadiável spin off) deveriam ser entregues a um consórcio com portugueses, alemães, chilenos, chineses e angolanos. Neste caso particular, os brasileiros terão primeiro que explicar o buraco da TAP no Brasil (TAP Maintenance &Engineering) antes de se verem metidos noutra parceria com a companhia cujos prejuízos mais volumosos têm uma não explicada origem carioca!

Finalmente, enquanto a imprensa portuguesa esconde tudo isto, a propaganda alegre dos lobistas do embuste da Ota em Alcochete segue com o seu Carnaval de contra-informação. É preciso ter perdido a vergonha toda para encomendar à Airbus uma previsão sobre o extraordinário futuro aeroportuário português. Então a Airbus não vende aviões?!


NOTAS
  1. Quem não sente não é filho de boa gente, e Luís Mira Amaral sentiu e reagiu com a franqueza conhecida.  O argumento de LMA, depois de elogiar Luís Filipe Pereira, é este: "acertar no Totobola à segunda-feira é fácil!". Em 1995 não se antevia ainda que os BRICS iriam irromper com tanta força, não se podendo portanto estimar a pressão que esta emergência exerceria e exerce no consumo petrolífero mundial e correspondentes preços. Por outro lado, à época, o aproveitamento dos fundos comunitários para a criação de infraestruturas caras que faltavam pareceu-lhe, e ao governo de que foi ministro, uma estratégia justificada e necessária. O que veio depois, segundo LMA, foi um exagero keynesiano de matiz cor-de-rosa, cujas responsabilidades são do PS.

    Tem razão quando afirma que as previsões à época apontavam para os tais 28-29 USD pb em 2015. Tem razão quando defende o aproveitamento dos primeiros quadros comunitários de apoio (I e II) para realizar infraestruturas de que o país carecia. Tem razão quando passa parte das culpas para o colo do PS. Mas não deixa de ser um facto que a subestimação prolongada do preço da nossa dependência energética do petróleo, acentuada pela ilusão criada pela queda sucessiva das taxas de juro, foi e é o maior responsável pela crise financeira sem precedentes que o país atravessa. 28 Fev 2011, 20:07.

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Burros lusitanos substituem "TGV"

O (in)Seguro seminarista do PS passa os dias a falar de crescimento. Ideias? Zero!! 

Só os imbecis poderão apostar numa alteração do plano ferroviário espanhol em marcha, ou que estes esperem indefinidamente pelas araras lusitanas.
—El AVE a Galicia es una prioridad para nuestro Gobierno. Nos hemos encontrado con que faltan por pagar del AVE gallego más de 8.000 millones. Es un proyecto vital, como lo es la «Y» vasca. Nuestro compromiso es que llegue el AVE a Galicia y pagarlo. ABC, 21 fev 2012.
 A relíquia do Partido Socialista que sobrou do desastre socratino nem sequer é capaz de defender uma coisa óbvia para estimular o nosso crescimento: a nova rede ferroviária de bitola europeia, muito avançada em Espanha, mas que é também uma das principais prioridades estratégicas da União. Estamos à espera de quê? Que seja a senhora Merkel a dar uma ordem?

As novas ligações (Lisboa-Badajoz, Porto-Vigo e Aveiro-Salamanca) não só deveriam estar mais do que assentes, estudadas e inscritas nos planos do Estado português, como, no caso da ligação Poceirão-Caia, já deveria estar a ser construída a todo o gás!

A ligação Poceirão-Caia, na realidade e se houver competência e juízo, deveria ligar a estação madrilena da Atocha a Entrecampos, ou melhor ainda, à nova Gare Central de Lisboa, que o apeadeiro da Expo '98 nunca poderá ser, mas a que o buraco da Feira Popular poderia dar um lugar efetivamente central, competitivo e com um forte impacto na requalificação urbana da zona. As análises de quem tem vindo a estudar estes temas de forma desinteressada estão feitas (VER DIAGRAMA e esta breve história da grande ponte sobre o Tejo), e concluem que a Ponte 25A pode servir perfeitamente para que os comboios de alta velocidade entre Lisboa e Madrid cumpram os horários essenciais à sua rentabilidade. O Poceirão, por sua vez, será o nó de ligação para o transporte de mercadorias de e para Espanha e resto da Europa, com especial ênfase nas ligações aos portos de Setúbal e Sines.

Não é preciso ter dois cérebros para entender que a nova era do transporte ferroviário que aí vem é uma oportunidade industrial e tecnológica para o nosso país, sobretudo porque os nossos vizinhos espanhóis são já uma das principais potências industriais e tecnológicas neste novo segmento da economia mundial. Os impactos serão diretos —desenvolvimento de um segmento industrial e de inovação tecnológica associado à nova era do transporte ferroviário— e indiretos — na competitividade que obviamente induzirá no importantíssimo setor das exportações.

O desnorte governamental, sobretudo por efeito dos cobradores de rendas locais, continua a ser preocupante e potencialmente fatal.

Portugal arrisca-se a tornar-se uma espécie de ilha ferroviária europeia. Antes de 2020 a Espanha ligará ao resto da Europa a sua nova rede de Alta Velocidade (a maior da Europa, e a segunda maior do mundo, depois da China) através de dois corredores: o Atlântico e o Mediterrânico.

Em Portugal, se continuarmos a discutir o "TGV", o resultado será inexorável: ficaremos sem acesso ferroviário a Espanha e ao resto da Europa, ou seja, mais de 80% das nossas exportações terão que passar a viajar de barco, a pé ou em cima de burros —pois em 2020 os transportes rodoviários e aéreos vão custar uma nota! Espero que então, se uma tal infelicidade nos cair em cima (como muitas outras já caíram, fruto da cleptocracia instalada) mandem calar os Sousa Tavares desta aldeia ignara e indecorosa, ou que os ponham a carregar os passageiros e as mercadorias ao lombo, como durante milénios foi prática comum, e ainda se usa em muitas paragens deste planeta desigual.

Espanha, apesar da crise e do desemprego, não se acomoda, não empata, nem assobia para o ar. Faz!

Vamos lá ver se a nova rapaziada governamental continua a pastar, sem ideias, e não prepara a próxima cimeira ibérica, como tem sido a regra. Ou se, pelo contrário, estuda de uma vez por todas o RTE-T, o plano avançado de projetos e a obra realizada pela Espanha, e sai da desconversa mafiosa que conduziu até à vergonha de andarmos a dizer aos espanhóis que não temos dinheiro, quando o que não temos é vergonha, e em vez desta temos, isso sim, muita corrupção!
El departamento de Ana Pastor pretende que el ejecutivo comunitario modifique los corredores que aprobó el pasado mes de octubre e incorpore nuevas plataformas multimodales de Castilla y León, que sumará 14, situadas en todas las provincias. El Ministerio ya ha planteado convertir en centro logístico de la red europea a Ávila y Arévalo, Burgos, Aranda de Duero y Miranda de Ebro, Segovia, Soria, Palencia, El Bierzo, Zamora y Benavente.

... Precisamente, Ana Pastor ha expresado su compromiso de instalar el ancho de vía internacional (UIC) en los corredores de alta velocidad para evitar el aislamiento de la red nacional. Por ello, Fomento mantiene el compromiso de adaptar los actuales corredores, que forman parte de la red básica –no global-, a los estándares europeos. Es decir, extenderá el ancho UIC (Unión Internacional de Ferrocarriles), la señalización y comunicación interoperable y el sistema de electrificación a 25.000 kilovatios. LeoNotícias.com.
Ou seja, depois de a Espanha migrar toda a sua rede ferroviária básica para o standard europeu, Portugal, ou acompanha, ou transforma-se numa espécie de Berlengas ferroviária :(

El servicio ferroviario Barcelona-Toulouse se duplica
Alimarket Transporte (TRANSmarket)

La ruta comenzó el pasado mes de junio con una única salida los sábados. Utiliza ancho internacional (UIC) y está orientada principalmente al tráfico marítimo de importación y exportación con origen/destino en las regiones de Midi-Pyrénées y Aquitania. Además, los mismos promotores de este servicio están trabajando en la puesta en marcha de otros con Europa orientados al tráfico marítimo.

Já agora: quando é que a nossa indigente imprensa convencional trata este tema com a isenção, o destaque e urgência que merecem? Talvez olhando para o que acaba de suceder ao diário Público espanhol, que hoje suspendeu a edição em papel, surja alguma luz nas cabecinhas do senhor Belmiro de Azevedo e do senhor Pinto Balsemão.

IMPORTANTE!

Nueva Propuesta de Red Española para la Red Transeuropea del Transporte, Madrid 15 de febrero de 2012 (PDF).

NOTA

É preciso evitar construir uma estação ferroviária sumptuosa e desnecessária (a não ser para os bolsos da corja betoneira de sempre) em Évora —como a que foi idealizada pelos piratas do Sócrates! Isto para evitar termos uma gare às moscas, como às moscas estão os 38 milhões de euros derretidos no aeroporto de Beja, o tal que iria atrair as Low Cost e exportar tomate e carapaus frescos para a Europa —ideia genial do não menos genial-todo-o-serviço Augusto Mateus!

POST SCRIPTUM

A incúria e incompetência parlamentares do PCP e do Bloco nesta, como noutras matérias concretas do que deveria ser a praxis política, são notórias e lamentáveis. Denotam, em suma, a decadência inexorável destes partidos e a necessidade urgente de os renovar ou substituir.

Atualização: 24 Fev 2012 18:26

sábado, fevereiro 04, 2012

Lóbi da Ota não morreu

Novo governo parece já ter caído nas malhas aeroportuárias do Bloco Central do Betão

Basta olhar para este quadro para perceber a desorientação induzida do governo PSD-CDS em matéria de transportes.

Monago satisfecho después de conversar sobre el AVE con el Gobierno luso

Monago agregó que el Gobierno luso está "en un proceso de reprogramación" del proyecto, pero la intención de Lisboa es "empezar cuanto antes".
Tras llegar al poder el actual Gobierno conservador, Portugal suspendió en julio el tren de alta velocidad con España, ante la imposibilidad de hacer frente a sus costos por la crisis económica, y anunció que quería usar los fondos europeos asignados en un ferrocarril internacional enfocado en mercancías y de menor coste. Cotizalia.

Pelo que transparece das notícias, a confusão permanece no governo português sobre o que fazer da nova rede de transportes ferroviários, nomeadamente entre Lisboa, Madrid e resto de Espanha e da Europa.

A ideia peregrina de ligar o Poceirão ao Caia recorrendo a duas linhas férreas, em via única, sobre duas bitolas distintas (a velha "ibérica" e a nova "europeia"), sem perceber que só o Pinhal Novo poderá ser, para já, o terminal único da Região de Lisboa (até haver condições e justificação suficiente para uma nova travessia ferroviária do rio Tejo), é um colossal erro técnico que porá os cabelos em pé dos negociadores espanhóis que participarem na próxima Cimeira Ibérica! Pior: ideia tão obtusa será liminarmente rejeitada pelos responsáveis estratégicos e técnicos da rede espanhola de Alta Velocidade — por razões de fiabilidade, pontualidade, rentabilidade e segurança.

Só pode haver uma explicação para a manifesta inépcia, ou amadorismo do Secretário de Estado de Álvaro Santos Pereira, Sérgio Monteiro: o governo PSD-CDS, tal como o anterior, continua prisioneiro da malta que defende o embuste do Novo Aeroporto da Ota em Alcochete. Um tal Viegas continua, pelos vistos, a minar a clareza de ideias entre os governantes. O BES, a Mota-Engil, a Luso-Ponte (i.e. a Mota-Engil) e o Grupo Mello (Brisa) pagam e não desistem de meter areia neste projeto comunitário em riscos de ficar no tinteiro. Insistem os rendeiros do país, no 3 em 1: entrega da ANA e da falida TAP a quem construir o NAL — ou seja, a substituição dos atuais monopólios estatais por um monopólio privado. Ou será que também já negociaram outro monopólio estatal... com a China, ou Angola? Por algum motivo o Fantasia da Urbanização da Coelha foi o testa de ferro da SLN na compra dos 250 milhões de euros de terras urbanizáveis nas imediações do tão desejado novo aeroporto. Num país que a própria ministra da justiça já anunciou estar em bancarrota (1), este é o mais descarado exemplo de corrupção pós-Sócrates!

A União Europeia analisou no final de 2011, para efeitos de financiamento imediato, quatro propostas prioritárias, duas de corredores ferroviários em bitola europeia (UIC), para ligar a Península Ibérica ao resto da Europa, e dois projetos de interoperabilidade, todos no âmbito da Rede Trans-Europeia de Transportes (TEN-T), com financiamentos indexados aos Quadro Comunitários de Apoio de 2000-2006 e de 2007-2013, e com conclusão prevista para 2020. E são:
  1. Projeto Prioritário de Alta Velocidade número 3 (PP 3); 
  2. Projeto Prioritário número 16 (PP16), ou "corredor central", comportando uma "linha de alta capacidade" para mercadorias ligando Sines e Algeciras a Madrid e Paris, e que atravessaria os Pirinéus por túnel
  3. Projecto de interoperabilidade do corredor atlântico (PP19);
  4. Projecto de interoperabilidade do corredor mediterrânico (PP19)
TEN-T - Eixo Prioritário 3

Destas quatro propostas, uma foi recusada: a que defendia a tal ligação de Algeciras e Sines a Paris, passando por Madrid e furando os Pirinéus. Pois é precisamente esta que os Extremeños insistem em levar por diante, contando para tal com aliados tão inesperados como o senhor Cavaco Silva. Ficamos sem saber se a deferência se deve às suas excelentes relações com a malta da SLN/BPN, ou se por ter sido atingido pela queda de uma catenária!

TEN-T - Eixo Prioritário 16

Que Badajoz queira viabilizar a sua Plataforma Logística e dar maior ênfase à futura estação do AVE, em Badajoz também, compreende-se. Defende os seus interesses. Mas neste caso os seus interesses colidem com os interesses nomeadamente do porto de Sines. Tanto Sines como Algeciras são portos de transhipment, isto é, destinos finais para alguma da carga, mas sobretudo pontos de passagem da maioria dos graneis, contentores, automóveis, etc., para outros meios de transporte e outros destinos.

Ou seja, se ligarmos Sines e Algeciras a Madrid a partir dum entroncamento ferroviário novo em Puertollano (Ciudad Real), o que imediatamente ocorrerá é passarmos a ter Algeciras como um concorrente inevitável de Sines nas entradas e saídas de mercadorias vindas por mar. Há formas menos ridículas de suicídio económico!

Se ao menos Badajoz aceitasse criar com Elvas (que não aceita!) uma verdadeira eurocidade, ainda vá. Mas do que pude auscultar, o centralismo proverbial da direita espanhola, agora no poder, vai no sentido diametralmente oposto: aproveitar todas as oportunidades para empurrar a linha de fronteira Portugal adentro :(


POST SCRIPTUM

ADIF.

Estou convencido de que Portugal vai deixar cair a Alta Velocidade na próxima Cimeira Ibérica, em Abril —em nome do seu proverbial atavismo estratégico e para benefício dos mesmos corruptos que afundaram o país na bancarrota!

El AVE afianza su llegada a Zamora a finales de año, con más del 75% de las obras ya ejecutadas

Un nuevo corredor ferroviario de alta velocidad se abrirá paso este año sobre la meseta para cruzar el valle del río Duero y enlazar la línea Madrid-Valladolid con el ramal a Galicia. Si la situación económica y financiera del Estado lo permite, el AVE tendría lista su plataforma para ‘volar’ a finales del ejercicio entre Olmedo y Zamora, ya que en la actualidad están ejecutadas las obras de este tramo de 95 kilómetros, en más de un 72 por ciento —elnortedecastilla.es.
A integridade da Espanha depende cada vez mais da sua nova rede ferroviária, nomeadamente a de Alta Velocidade. Com o petróleo acima dos 100USD, e com as novas penalizações europeias sobre o tráfego aéreo no continente, nomeadamente para ligações inferiores a 800Km, o transporte aéreo na Península Ibérica terá que ceder lugar a outras formas de transporte menos penalizadas. A paragem do processo de privatização dos novos e moderníssimos aeroportos de Madrid e de Barcelona —por falta de procura!— dá bem a medida do que aí vem.

España cancela la privatización de los aeropuertos de Madrid y Barcelona

MADRID (EFE Dow Jones)--El nuevo Gobierno conservador de España ha cancelado la ambiciosa privatización de sus dos principales aeropuertos, dijo el lunes la ministra de Fomento, que citó la actual situación del mercado como una de las causas.

"La pérdida de valor sería irrecuperable", dijo Ana Pastor en una conferencia de prensa. "No podemos perder una empresa que cree riqueza en el futuro".

El anterior Gobierno socialista, que pretendía recaudar más de 5.000 millones de euros con la privatización de la gestión de los aeropuertos de Madrid y Barcelona, ya tuvo que ampliar el plazo de las ofertas desde octubre a final de enero por las dificultades de financiación de los potenciales interesados —Wall Street Journal Americas.

Espanha é o nosso principal parceiro comercial, porra! E só depois vem o resto da Europa. E só muito, muito depois, vem o resto do mundo, irra!! Esta simples e óbvia realidade deveria levar um qualquer governo com cabeça própria a decidir racionalmente. Infelizmente, os nossos governos há muito que perderam a cabeça; ou melhor, têm várias cabeças no ar, fora do governo, algures entre o BES e os Mellos, passando também pelas Mota-Engis e Teixeiras Duarte deste pacóvio canto lusitano. O resultado está à vista!

A autonomia aérea de Portugal é essencial, pelo que entregar aeroportos que nada valem no mercado, e a insolvente TAP, a Madrid seria uma traição merecedora de pena capital. Neste particular, só nos podemos aliar aos brasileiros, chilenos, colombianos e peruanos, ou aos angolanos e moçambicanos, ou aos de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, ou ainda aos chineses, marroquinos e árabes do Médio Oriente. Nunca à traiçoeira aliança entre Londres e Madrid!

Coisa bem distinta é a nova rede ferroviária de bitola europeia, para pessoas e mercadorias, que se tornou uma prioridade da União, e de que a Espanha é o pais mais adiantado, em obra feita, em tecnologia desenvolvida e no êxito comprovado da solução —pelo número de passageiros que vem atraindo e pela rápida decadência que vem induzindo no transporte aéreo entre as dezenas de cidades espanholas.

A Europa quer menos aviões nos céus europeus, e mais comboios de nova geração a circular. Como poderá então Portugal recusar esta via? Só por uma incomensurável estupidez, pela prevalência criminosa e sem limites da corrupção, ou por ambas!

A confusão mental que grassa entre as elites idiotas que temos (a começar pelo MST do Expresso/SIC) conspira a favor de mais um adiamento da ligação de Portugal à nova rede europeia de transportes ferroviários. Certamente por razões ocultas —os investimentos especulativos da mallta do BPN/SLN, a cobiça da nossa burguesia rendeira, e a mente exígua das nossa elites— "acham" que o comboio é coisa do passado. Porém, e paradoxalmente, acham que o "TGV" (como dizem) ameaça a "sua" falida TAP. Falida, entre outros motivos, por ter andado décadas a servir o conforto da nossa corja político-partidária.

O nuclear "deve continuar afastado"

Expresso: Porque não voltaram atrás com o plano nacional de barragens?

Governante: Praticamente todas as decisões relativas a essa matéria já estavam tomadas antes do início deste Governo. Não é uma questão do Ministério do Ambiente. A ser repensada, só o seria no seio do Governo — Expresso.

Pois bem, leve-se o assunto a Conselho de Ministros! E já agora ponha-se um ponto final ao embuste do Plano Nacional de Barragens. Aliás, creio que o dito já não interessa a ninguém, e vai deixar de interessar aos chineses quando estes analisarem bem as causas, ultrapassadas pelos acontecimentos, daquele embuste.

O Alto Douro e Trás-os-Montes, que correm o sério risco de perder a classificação da UNESCO, por causa do embuste criminoso das barragens do Tua e do Baixo Sabor, bem poderão ganhar com a preservação de um bem patrimonial precioso, como é a Linha Ferroviária do Tua.

Pensem bem na ligação das linhas ferroviárias do Douro e do Tua —do Porto até Bragança e Miranda do Douro; até ao Parque Natural de Montesinho, até ao Parque Natural del Lago de Sanabria, até ao Douro Internacional, até Zamora, Salamanca, Valladolid… Madrid…. ; e no potencial do turismo cultural, balnear e agro-ecológico desta região, se soubermos defendê-la da especulação e do abandono político.

Os comedores de impostos são capazes de arruinar países inteiros, apenas para satisfazer os seus grosseiros apetites materiais. Mas se soubermos reagir e impor uma verdadeira democracia participativa a este caso, as coisas ainda poderão mudar de rumo. Porque não desencadear, a este propósito, uma Sondagem Deliberativa sobre a Barragem do Tua e o Futuro da Bacia do Douro?


NOTAS

  1. Afinal não foi só ela, o Banco e Portugal também já faz seminários sobre o desastre iminente!
    Banco de Portugal
    Seminar: Optimal Sovereign Debt Default
    Klaus Adam, University of Mannheim
    6 February 2012, 5p.m.
    (imagem do anúncio)

Atualização: 7 Fev 2012, 11:49