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À segunda vez, chama-se pânico!
Alemanha emite dívida a taxa negativa antes de eleições na Grécia
As obrigações vendidas pelo Governo liderado por Angela Merkel têm maturidade em Abril de 2018 e foram vendidas a um preço que lhes confere uma taxa de juro implícita de -0,31%, segundo os dados da Bloomberg relativos à emissão. A procura foi equivalente a 2,25 vezes a oferta, ficando acima da média deste ano, segundo a Reuters — Jornal de Negócios.
Na realidade, isto significa que estamos a caminho da deflação, por queda imparável do valor dos ativos, e pior ainda, prenuncia um colapso financeiro e monetário em larga escala. É por isto que os bancos deixam o dinheiro que pedem emprestado ao BCE, no próprio BCE (!), e é por isto que os fundos de investimento, as grandes fortunas (nomeadamente dos piratas gregos) e os bancos começaram uma corrida para se protegerem debaixo das asas da tia Merkel. Paga-se para que a Alemanha aceite os nossos empréstimos.... na esperança de ver algum no fim desta corrida de lémures.
Antes de multiplicar a massa monetária europeia, os alemães quererão certamente receber mais cartas de capitulação soberana como a que Rajoy escreveu, querem fundir uma ou duas dúzias de bancos e caixas públicas por essa Europa fora, querem concentrar algumas indústrias e serviços estratégicos do espaço europeu, querem avançar politicamente na união fiscal e financeira da UE, querem ver encolher alguns dos grandes especuladores americanos (Lehman Brothers, Madoff e MF Global já foram; Morgan Stanley e JP Morgan vão a caminho, outros se seguirão) e, por fim, esperam poder domesticar a City londrina e os covis fiscais propriedade pessoal de sua majestade inglesa Isabel II...
Todos contra o euro, ou todos contra o dólar? Sabemos que ao lado do euro estão a China e a Rússia. E que contra os EUA está o mundo inteiro. Grande expectativa pois para o próximo Domingo e para a infernal semana depois das eleições gregas. A provável entrada da Itália no clube dos resgatados ainda este mês ou o mais tardar em julho será a próxima dor de cabeça para todos nós.
Monti calls for political unity, fears domino effect
Prime Minister Mario Monti made a dramatic appeal to Italy's politicians yesterday (13 June) to back his tough economic medicine to avoid the country becoming the next victim of the euro debt crisis. Moody’s downgraded Spain and Cyprus, and panic mounted in Greece ahead of a Sunday vote that could see the country leave the eurozone — EurActiv.
Juros espanhóis disparam para máximos históricos depois de corte de "rating" — Jornal de Negócios.
Preço da dívida soberana espanhola cola aos 7% |
Almunia insiste en la posibilidad de que desaparezcan bancos — Hoy.
Como esta madrugada escrevíamos: depois da desclassificação da dívida soberana espanhola (perdeu todos os 'A's) por parte de todos os vendilhões de notações financeiras, virá o downgrading dos grandes bancos privados espanhóis (BBVA, Santander, etc.) e uma subida imparável dos juros implícitos a pagar por novas emissões de dívida pública. 6,926% é para todos os efeitos 7%, e 7% de incremento seja no que for significa que para um tempo T, qualquer quantidade Q duplica ao fim de 10T: montante, tamanho, intensidade, velocidade, etc. Ou seja, um empréstimo de 100 mil milhões de euros, a 7% de juros implícitos ao ano, pedidos em 2012, serão 200 mil milhões a pagar em 2022 :(
A menos que não se pague.... ou se pague apenas uma parte. Foi este género de PSI, ou de carecada nos benefícios esperados (haircut), que derrubou a MF Global e vai derrubar ainda muitos especuladores, bancos e fundos de investimento. O problema está, contudo, no perigo de um repúdio da dívida odiosa, se ocorrer de forma tumultuosa e descontrolada, arrastar também para o abismo a poupança de boa fé que, por exemplo, foi canalizada para os fundos de pensões. Daí a oportunidade das reflexões do economista australiano Steve Keen sobre a necessidade de proceder a um jubileu da dívida que castigue os especuladores, mas salve os devedores que honestamente pouparam e investiram.
Max Keiser: toutes les banques du monde entier sont insolvables.
Todos os grandes bancos estão basicamente em situação de insolvência. É por esta razão que os bancos centrais estão a comprar ouro. Ouro mesmo, não confundir com certificados de ouro, ou com ouro digital, pois estes últimos são mais uma das fantasias especulativas que podem esfumar-se em menos de um segundo (como Gerald Celente teve a oportunidade de saber da pior maneira). Ouro, mas ouro que se possa morder!
E quem pode, como a China, está também a acumular reservas de petróleo, matérias primas e bens alimentares desfazendo-se enquanto é tempo do papel higiénico verde que atulhou nas últimas duas décadas em troca das exportações que arrasaram a indústria americana, e não só. Se ao menos fosse Renova Black!
Desde 2008 que recomendo a compra de ouro, prata e quintinhas com água, boa terra e proximidade dos centros urbanos. Recomendei também que quem vivesse em periferias mal servidas de transportes e distantes do local de trabalho que vendesse as casas e se aproximasse dos centros urbanos e dos nós de transportes públicos (mesmo trocando um T4 por um T2, ou um T3 por um T1).
Agora já é provavelmente tarde para vender seja o que for, pois o dinheiro ou desapareceu, ou está guardado para as emergências. Se as coisas piorarem, como parece que vai acontecer, a solução já não passa pela venda de ativos, pois haverá que dá-los às hienas que andam por aí à espera de carne ferida, mas pela cooperação ativa das pessoas, começando pela família e pelos amigos. Há que partilhar recursos e partilhar o que temos, defendendo até ao limite o que foi poupado ou herdado.
O pior que nos poderia acontecer a todos seria corrermos para o abismo da deflação, pois deste buraco não sairíamos nada bem.
The Man Nobody Wanted to Hear
Global Banking Economist Warned of Coming Crisis
William White predicted the approaching financial crisis years before 2007's subprime meltdown. But central bankers preferred to listen to his great rival Alan Greenspan instead, with devastating consequences for the global economy — Spiegel Online.