segunda-feira, maio 04, 2015

Fim de festa


Esta era nasceu de guerras e revoluções. A próxima, não sabemos.


Uma reflexão simultaneamente melancólica e realista de Bill Gross, um dos grandes gestores financeiros americanos dos últimos quarenta anos, sobre uma era que está a chegar ao fim.

Envelhecimento demográfico, elevados níveis de endividamento/PIB, e destruição tecnológica de emprego, são uma combinação letal. Todos morremos, como morrem todas as eras de crescimento assentes em 'revoluções de preços' (inflação). Esta, que vem de 1887 (Fischer, D. H.), chegou ao fim. Segue-se uma nova era de deflação, regressão demográfica (Portugal poderá chegar a 2050 com menos 750 a 800 mil residentes que hoje), elevados níveis de desemprego estrutural, envelhecimento da população (a sustentabilidade do estado social tenderá a degradar-se), quebra dos rendimentos do trabalho e do capital, instabilidade social, política e diplomática recorrente, e finalmente, adaptação.

Possivelmente assistiremos a um novo renascimento cultural, por mais paradoxal que este vaticínio pareça. Será, com certeza, noutro paradigma energético, noutro paradigma de consumo, e noutro paradigma de felicidade.

A Sense of an Ending
By Bill Gross
Janus Capital / Investment Outlook, May 4, 2015

Having turned the corner on my 70th year, like prize winning author Julian Barnes, I have a sense of an ending. Death frightens me and causes what Barnes calls great unrest, but for me it is not death but the dying that does so. After all, we each fade into unconsciousness every night, do we not? Where was “I” between 9 and 5 last night? Nowhere that I can remember, with the exception of my infrequent dreams. Where was “I” for the 13 billion years following the Big Bang? I can’t remember, but assume it will be the same after I depart – going back to where I came from, unknown, unremembered, and unconscious after billions of future eons. I’ll miss though, not knowing what becomes of “you” and humanity’s torturous path – how it will all turn out in the end. I’ll miss that sense of an ending, but it seems more of an uneasiness, not a great unrest. What I fear most is the dying – the “Tuesdays with Morrie” that for Morrie became unbearable each and every day in our modern world of medicine and extended living; the suffering that accompanied him and will accompany most of us along that downward sloping glide path filled with cancer, stroke, and associated surgeries which make life less bearable than it was a day, a month, a decade before.

Turning 70 is something that all of us should hope to do but fear at the same time. At 70, parents have died long ago, but now siblings, best friends, even contemporary celebrities and sports heroes pass away, serving as a reminder that any day you could be next. A 70-year-old reads the obituaries with a self-awareness as opposed to an item of interest. Some point out that this heightened intensity should make the moment all the more precious and therein lies the challenge: make it so; make it precious; savor what you have done – family, career, giving back – the “accumulation” that Julian Barnes speaks to. Nevertheless, the “responsibility” for a life’s work grows heavier as we age and the “unrest” less restful by the year. All too soon for each of us, there will be “great unrest” and a journey’s ending from which we came and to where we are going.

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A formiga branca partidária




Em Espanha há 445 mil políticos. O dobro dos que há em Itália, e trezentos mil mais que na Alemanha. E em Portugal?


Vale a pena passar os olhos por este exemplo paradigmático do parasitismo partidário que consome as democracias europeias, como se fosse uma formiga branca. Não há nenhum Wikiblues lusitano que apure o tamanho da nossa corte partidária? Seria melhor que adormecer a ouvir os economistas de serviço e os seus cenários macroeconómicos pueris.

http://wikiblues.net/node/9456



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domingo, maio 03, 2015

TAP—FOSUN

Um cenário possível
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Depois da tempestade...


Os partidos gritam por causa do IVA da restauração. O PS faz contas ao número de potenciais eleitores ligados aos tascos e tasquinhas do país, e promete baixar dos atuais 23% para 13%, afirmando que assim irá salvar um setor onde continua a predominar a informalidade e a fuga aos impostos (o PS sempre gostou da aldrabice).

Nesta gritaria, a coligação que defende a taxa de 23%, prisioneira de um quadro constitucional que reprime a diminuição da despesa do estado, afirma que a alternativa é recorrer a mais receita fiscal. Neste caso, o resultado traduz-se numa arrecadação suplementar de 230 milhões de euros.

Vejam agora, por comparação, o que o subsídio público à TAP nos custou, só em 2014: 367 milhões de euros! Esta fatura foi passada à vaca leiteira Parpública, a qual, no mesmo exercício, registou 461,9 milhões de euros de prejuízos.

Em 2015 a fatura será ainda maior se o mal não for cortado pela raiz (leia-se privatização).

A nossa análise da situação da TAP é obviamente desinteressada, ao contrário das adivinhações da administração da TAP, do Governo, da banca exposta ao buraco de dívidas da empresa, do SPAC e dos pilotos não sindicalizados, da generalidade dos trabalhadores da empresa, dos fornecedores e do turismo.

O António Maria e os seus amigos preocupam-se com os erros e com a corrupção pandémica que nos atingiu, e escrevem a favor do que julgam ser as melhores estratégias para o país. A centena de artigos escritos sobre a TAP e a estratégia aeroportuária e ferroviária de que precisamos provam a bondade das nossas intenções. Temos acertados nas previsões e felizmente algumas das decisões estratégicas mais catastróficas (Ota e Alcochete, nomeadamente) caíram sob o peso da realidade.

A TAP, como está, é um cancro. Só a sua progressiva privatização a poderá salvar do pior.

A TAP precisa de capital, ou seja, de um acionista privado maioritário (61%), da participação dos seus trabalhadores no capital da empresa (5%), da dispersão de 30% do capital por outros interessados (por exemplo, as câmaras de comércio portuguesas espalhadas pelo mundo), e da retenção nas mãos do estado de uma pequena percentagem do capital da companhia: 4%.

A TAP precisa de parar a estratégia ruinosa que tem seguido até aqui, nomeadamente ao subestimar o paradigma Low Cost (que veio para durar).

A TAP precisa de uma reestruturação profunda e de uma nova gestão, livre dos condicionamentos da cleptocracia indígena que a manipulou, conduzindo a empresa pública à ruína.

A União Europeia, que neste momento está perfeitamente informada sobre a insolvência da TAP, terá já dado instruções a Passos Coelho sobre o que estará disposta a fazer. Tal como no caso do BES, o ponto de não retorno foi atingido: é preciso resolver imediatamente o problema da TAP!

Acontece que o ex-Grupo BES é provavelmente a instituição financeira mais exposta ao buraco financeiro da TAP (a par da Caixa Geral de Depósitos). Quantas centenas de milhões de euros em crédito à TAP estão registados nas múltiplas operações em que o BES, o GES e a TAP estiveram envolvidos? Só a operação Airbus A350 representa uma exposição superior a 2,5 mil milhões de euros!

A nossa intuição diz-nos que a operação de privatização do Novo Banco precipitou a clarificação do processo de privatização da TAP, precisamente por causa da exposição da nova instituição financeira à companhia aérea portuguesa.

No dia 10 de maio, se não for antes, termina a greve da TAP. No dia 15 de maio termina o prazo da entrega de propostas vinculativas para a aquisição de 61% do capital da TAP (os restantes 5% da fatia em processo de privatização são destinados aos trabalhadores do Grupo TAP). Por sua vez, até ao fim do mês de junho, os cinco candidatos à compra do Novo Banco, entretanto escolhidos pelo Banco de Portugal, terão que apresentar as suas propostas vinculativas de compra.

Sem reestruturação prévia da TAP, com as restrições conhecidas do caderno de encargos, e sem se saber a verdadeira dimensão do endividamento e conhecer todos os credores, só um louco (ou um inside trader muito aventureiro) arriscaria oferecer um euro que fosse pela companhia.

A privatização da TAP está, em certa medida, dependente da venda do Novo Banco, e esta está provavelmente dependente do desfecho da privatização da companhia aérea.

O grupo privado chinês FOSUN, que já comprou o Hospital da Luz e a companhia de seguros Fidelidade, e detém cerca de 5% da REN, é um dos candidatos à compra do Novo Banco. Se vencer a concorrência espanhola (espero que vença) a TAP será naturalmente um ativo muito apetecível. Na realidade, as dívidas da TAP ao Novo Banco devem superar os famosos 300 milhões de euros que o Governo espera arrecadar da privatização. Se assim for, e a FOSUN, como sucessora do Grupo BES, poderá comprar a TAP pelos famosos 60 milhões de contos (o valor que Cravinho pedia, em 1999, pela companhia), transformando as dívidas da TAP em capital.

O aparecimento de um grande grupo económico-financeiro chinês em Portugal é uma opção estrategicamente boa para Portugal. Equilibra a pujança das presenças espanhola e angolana num quadro de ruína e extinção dos rendeiros do regime que não souberam ler a tempo o futuro.

Se esta for a floresta, as pequenas árvores retorcidas que se agitam nos média não farão grande diferença.


Nota final: a FOSUN é o maior acionista do Club Med. Ou seja, aviões, aeroportos, barcos e portos, comboios e ferrovia, estão certamente no radar dos seus investimentos futuros. O comércio marítimo e ferroviário, o turismo e as prestação de serviços de saúde de alto valor acrescentado são fileiras a conquistar no curto prazo. Haverá cada vez mais africanos e asiáticos ricos a demandar a Europa. Portugal é uma das principais portas de entrada, não só de petróleo, gás natural e outros recursos estratégicos (sobretudo se as nuvens negras continuarem a crescer na Ucrânia e no Médio Oriente), mas também de pessoas. Que precisa a FOSUN para crescer rapidamente em Portugal? De um banco... e da TAP!


POS SCRIPTUM—A Catarina do Bloco é contra a privatização. Defende, pois, que os pensionistas continuem a levar cortes e mais cortes para alimentar corvos a pérolas, e que as empresas continuem a fechar portas para que a TAP continue a voar alegremente, às costas dos contribuintes. Por outro lado, a Catarina defende que Portugal não deve pagar o que deve. Matematicamente faz sentido. Gasta-se o que não se tem, pede-se emprestado, e depois não se paga. O problema é que o mano Mário, a prima Lagarde, e a tia Merkel já perceberam que esta matemática é um pouco estranha. E como perceberam, decidiram fechar a torneira do crédito, e só a abrem para deixar correr umas pinguinhas de vez em quando, desde que saibam muito bem para onde vai a massa. Para TAP, tão cedo, não haverá um cêntimo mais. Capiche, Margarida Martins do Bloco sem emenda, nem remédio?

Atualização: 9/5/2015 15:12

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Buybacks: o embuste do mercado de capitais

Réplica da Torre Eiffel numa urbanização chinesa

Não há crescimento, há bolhas que incham e outras que rebentam

O principal mecanismo do embuste financeiro em curso desde 2008 tem origem nos bancos centrais e apoia-se em dois pilares principais:
  1. monetização das dívidas públicas (QE e EQE), através da criação de dinheiro meramente contabilístico, i.e. sem contra-valor real, para emprestar aos governos, adiando-se assim colapsos sociais iminentes e potencialmente catastróficos (os tumultos na América e os fogos de rua que precederam a inauguração da Feira de Milão revelam que os barris do desespero social estão prontos a explodir à menor faísca);
  2. empréstimo de dinheiro contabilístico, criado pelos bancos centrais (QE e EQE), aos bancos comerciais e de investimento para que estes financiem as grandes empresas cotadas em bolsa, ajudando-as a manter a ficção do mercado de capitais e de futuros, através da alavancas de crédito orientadas para a prática generalizada da compra de ações próprias ('buybacks').
Vivemos pois, à escala global, numa economia de ficção.

As fugas em frente de matriz keynesiana tiveram e continuam a ter lugar na China, na América e na Europa. A experiência portuguesa deu o que deu: forrobodó socratino, pré-falência do país, entrada dos credores pelo país dentro e uma década de austeridade aflitiva. As réplicas sucedem-se: BPN, BES, TAP, etc.

É por estas e outras que o documento macroeconómico para a década, para já, não passa de um exercício de cenografia sem conteúdo.

For those who require still more proof that the rally in US equities has become inextricably linked with corporations leveraging their balance sheets to repurchase their own shares, JPM is out with an in-depth look at buyback trends which strongly suggests — unsurprisingly —that buyback activity has indeed been very supportive of US shares over the last several years.

The US Equity Bubble Depends On Corporate Buybacks; Here's The Proof
Zero Hedge, Submitted by Tyler Durden on 05/02/2015 09:56 -0400

According to a recent report from the management consulting firm McKinsey & Company, China’s total debt in 2007, counting that of private households, independent firms, and government institutions, equaled 158 percent of the country’s GDP. In 2014, it reached 282 percent of GDP—among the world’s highest levels for a major economy.

China's Dangerous Debt
Why the Economy Could Be Headed for Trouble
By Zhiwu Chen / Foreign Affairs


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sábado, maio 02, 2015

SPAC diz que pode acabar com a greve amanhã

Comandante Lino da Silva


Parece que o Lino deu um passo maior do que a perna! 


É tempo de o presidente e a direção do SPAC agirem de acordo com o seu mandato, em vez de continuarem a seguir um estratega que custa os olhos da cara e resolveu jogar à roleta russa com o Sérgio Monteiro, numa altura em que é pública a falta de interessados na privatização da TAP.

Sempre me interroguei porque motivo estariam os pilotos a deixar que o governo fizesse deles o bode expiatório da bancarrota da TAP, consequência da gestão criminosa da casta que capturou o país, os partidos e os governos nos últimos vinte anos.

Acabei por engolir a história do copo cheio, e do já não haver nada a perder. Mas a proximidade do prazo limite da reprivatização —15 de maio— fez-me sempre pensar que teria que haver algo mais e de muito estranho.

Lá estranho é!
Investigação da RTP revela origem do conflito entre pilotos da TAP

RTP, Diana Palma Duarte/Rui Cardoso/Liliana Claro
01 Mai, 2015, 14:59 / atualizado em 01 Mai, 2015, 18:19

A mais polémica greve da TAP está a colocar pilotos contra pilotos. Uma investigação da RTP apurou a origem deste conflito. O foco deste é o assessor financeiro do sindicato que é acusado de ser o grande estratega da paralisação.

A greve dá ao governo o pretexto ideal para, mentindo com todos os dentes dos seus governantes, e ainda os de António Costa, rasgar o caderno de encargos e vender sem mais chatices a empresa a quem ficar com o Novo Banco. Por um euro e uma garrafa de Champagne!

Entretanto, no final do Sexta às 11 (RTP), sobre a greve dos pilotos da TAP, o representante mandatado do SPAC anunciou que estariam dispostos a terminar a greve já amanhã.


Para tal seria apenas preciso que o governo acedesse a sentar-se de novo à mesa das negociações, pois a Gerência da TAP, como se sabe, não passa de uma figura de retórica e uma testa de ferro sabe-se lá de quem.
Hélder Santinhos (SPAC): "o SPAC está aberto a negociar, mas as portas estão fechadas por parte do Governo" — Expresso.
O Governo tem a obrigação de reunir-se com o SPAC amanhã de manhã, ou ainda esta noite, e ambos devem suspender a greve, reiniciando um período de negociação pública, à vista de todos, sobre os assuntos relevantes que preocupam os pilotos, os restantes trabalhadores da TAP, o governo e o país.

Menos que isto será a prova que o Governo teria agido de má fé em todo este processo, procurando fazer do SPAC um bode expiatório do fracasso patente da sua inexistente política de transportes, em particular no caso da TAP.

Mas há ainda uma hipótese sinistra

Uma greve de dez dias, em vésperas do anúncio do resultado do concurso de reprivatização, poderia servir para tornar mais digerível a venda da TAP por um valor irrisório, combinado debaixo da mesa, e precedida do encerramento da empresa e sua reabertura no dia seguinte, com menos 30% dos trabalhadores e nenhum compromisso laboral herdado, os quais cessariam automaticamente com o fecho da empresa. As indemnizações por cessação dos contratos de trabalho ficariam do lado dos contribuintes, a inscrever no orçamento do próximo ano.

Neste caso, em que só uma pequena parte dos pilotos será dispensada, a greve da TAP apareceria como o veículo de um enorme negócio de duvidosa legalidade. Senhora Procuradora-Geral da República, fica aqui o alerta.


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sexta-feira, maio 01, 2015

Os economistas de serviço

Mário Centeno gosta de modelos econométricos. E depois?

O cenário macroeconómico da treta do PS


Mário Centeno: "Mexidas nas taxas contributivas criam cerca de 45 mil postos de trabalho"
Negócios, 01 Maio 2015, 09:00 por Elisabete Miranda

Faz de conta que vamos acreditar nos economistas do palácio em chamas do regime.

Lemos, lemos, lemos, e só achamos mercearia estatística e macro-economia da treta. Quem manda no país são os credores, e quem manda no Orçamento do país é Bruxelas. O resto é fogo-de-vista para embasbacar os indígenas que ainda não emigraram. Ou seja, os velhos e as crianças.

As últimas não votam. E 91% dos reformados e pensionistas auferem rendimentos sociais entre 364 e 1167€. Ou seja, não se pode mexer nas pensões de dois milhões de eleitores potenciais, e é nos dois escalões seguintes (pensões médias de 2013 €, e de 2.879 €, que o Estado terá que inevitavelmente fazer mais alguns 'cortes de cabelo' austeritários, com repercussão visível no mapa da redução da despesa que é preciso apresentar aos credores, nomeadamente ao BCE.

Os mais ricos, onde se situam todos os ex-deputados e ex-governantes do país, também deveriam levar uma boa poda nas pensões, mas o impacto no orçamento desta poda, de que continuaremos a ouvir gritos, choro e ranger de dentes das Ferreiras e dos Félix deste cantinho à beira-mar plantado, é mínimo, embora não devamos subestimar o impacto ideológico e cultural da coisa.

Por outro lado, continuar a cortar à toa nas despesas de capital, transformando Portugal numa ilha ferroviária, e mantendo em geral o país estagnado, é algo que vai mudar na próxima Legislatura, mas não por causa dos professores-pardais arrebanhados pelo nada fiável Costa do PS. É de Bruxelas que vem a liquidez virtual para ver se a Europa evita uma revolução social violenta.

Mas também neste ponto, aliás crucial, é preciso um governo muito vigiado pela cidadania, nomeadamente pela Blogosfera, para impedir o regresso ao saque.

Por fim, a legislação laboral é injusta para quem está fora dela, nomeadamente as centenas de milhar de pessoas que são contratadas por empresas de trabalho temporário, para serem depois escravizadas nas empresas do PSI20, sob o olhar distraído e míope da corja partidária, e da indigente imprensa que temos. E é também injusta para a esmagadora maioria das nano, micro e pequenas empresas que, pela via da hipocrisia da esquerda burocrática arregimentada, são empurradas para a clandestinidade fiscal e social.

Num sistema demopopulista e neocorporativista como aquele que temos e ainda não foi depurado, o PS de António Costa só nos pode trazer retrocesso e desgraça, ao contrário da coligação que está, apesar das asneiras e subserviências manifestas da liderança de Passos Coelho — sobretudo nas coutadas da energia e dos transportes.

Quanto aos economistas de serviço, por muito queridos que sejam, e são, acabarão despedidos ao menor solavanco nas sondagens, ou à menor pressão dos piratas que mandaram sempre e continuam a comandar o PS.

Como canta o realejo de Carlos Carvalhos, que o inapto Costa tem usado abundantemente, como se fosse um miúdo da JCP, cenários todos fazemos, brincar à macroeconomia todos brincamos. Mas o que é preciso é mudar de política!


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TAP morreu por subestimar as Low Cost



A TAP foi vítima de má gestão e da nomenclatura do regime


A Imprensa local não está a explicar a principal causa da falência da TAP...

A principal causa do colapso da TAP chama-se Low Cost, ou melhor, a falta de resposta da ruinosa gestão da TAP ao desafio das Low Cost. Fernando Pinto chegou a dizer que eram as Low Cost que tinham que cuidar-se, e não a TAP!

Dado essencial: 60% do mercado da TAP está na União Europeia

Produtividade: no caso do transporte aéreo de pessoas, mede-se pelo número de passageiros por trabalhador.

Então vejamos:
  • TAP: 630 passageiros por trabalhador
  • easyJet: 6.800
  • Ryanair: 10.000

Um exemplo do colapso da TAP face às Low Cost, que Fernando Pinto alegremente subestimou.


No passado, a TAP transportava, por ano, 800 mil passageiros para o Funchal
O custo de um bilhete de ida e volta era de 430 euros.
Quando a Easyjet entrou no Funchal a TAP perdeu 30% do mercado.
O preço dos bilhetes TAP, entretanto, caíram a pique pois a empresa de Low Cost fazia o mesmo serviço por 55 euros!
Ou seja, só nesta rota Lisboa-Funchal a TAP teve uma perda aproximada de 60 milhões de euros

RR/OAM

O fim da TAP e o senhor Creosote

Mr. Creosote - Monty Python's The Meaning of Life (videoclips 1 e 2)

A TAP tornou-se um dos abcessos da dívida pública e do regime


TAP leva Parpública para prejuízos de 367 milhões em 2014
Negócios, 30 Abril 2015, 22:24 por Carla Pedro

A Parpública - Participações Públicas, gestora de participações sociais de capitais exclusivamente públicos registou perdas de 367,1 milhões de euros em 2014, contra lucros de 792 milhões um ano antes.

E isto “em consequência dos resultados obtidos pela holding Parpública e pelo segmento ‘transporte aéreo e actividades relacionadas’ no grupo TAP”, justifica a empresa no comunicado sobre as contas divulgado esta quinta-feira na CMVM.

Confirma-se aquilo que já muitos desconfiavam: a TAP foi e continua a ser financiada pela Parpública. Ou seja, por todos nós, que agora sofremos o impacto de um resgate, no fundo, causado pelo assalto à riqueza e às poupanças, públicas e privadas, do país, levado a cabo por uma nomenclatura sem vergonha, nem neurónios.

Ou seja, a descapitalizada e arruinada TAP vivia de subsídios ilegais do estado (ao contrário do que têm dito os aldrabões do PS, PSD, CDS, e sucessivos governos, com o silêncio cúmplice do PCP e do Bloco de Esquerda). Ou seja, tal como o Metro, a CP e a Carris (onde centenas greves que atingem milhões de portugueses e a economia todos os anos não incomodam a nomenclatura, nem, pelos vistos, a consciência coletiva indígena capturada pela indigente imprensa que temos), contribuíram anos a fio para o sobre endividamento do país, enquanto muitos engordavam à conta do prejuízo. O caso da MM Brasil,já deveria estar nos tribunais criminais, mas não está....

Esqueceram-se, os rendeiros e os devoristas do regime, que um dia iriam estourar como estourou o senhor Creosote — a mais extraordinária antecipação dos tempos que correm. Obrigado, Monthy Python, pela vossa arte!





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Porque fazem greve os pilotos?

Foto © ANDRÉ KOSTERS/LUSA

Privatização da TAP adiada sine die


O ministro afirmou que ninguém da sociedade portuguesa está a favor da greve e lamentou “profundamente” a decisão “tão radical” do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC)

Pires de Lima: “Apelo aos pilotos”, que estão habituados a tomar decisões em muitas situações por vezes delicadas, para “irem trabalhar de 1 a 10 de maio”.

Pires de Lima disse ter ainda esperança de que os pilotos reconsiderem e que, por esse motivo, não quer fazer mais declaracões que possam dificultar essa decisão. Observador, 30/4/2015, 21:37

Alguém percebe porque motivo o governo deixou os pilotos avançarem para a greve sem nenhuma tentativa séria de ponderação dos argumentos do SPAC?

Alguém percebe porque motivo Passos Coelho, na Assembleia da República, deixou cair um cenário sobre o futuro da TAP em tudo semelhante àquele que antecedeu o programado colapso e resolução do GES/BES?

Pedro Passos Coelho reagiu com dramatismo à greve de 10 dias na TAP esta sexta-feira no debate quinzenal na Assembleia da República. Respondendo ao líder parlamentar do CDS, o primeiro-ministro alertou para o risco de se vir a ter “uma TAP em miniatura” que não servirá a quase ninguém e acenou com um despedimento coletivo.

“Não se percebe [esta greve]. O Governo estabeleceu um acordo e este acordo não foi cumprido. E é perverso porque uma greve destas pode pôr em risco a própria empresa no curto prazo”, diz o primeiro-ministro, acrescentando: “Quem julga que impedindo a privatização da empresa estará a empurrar com a barriga, está enganado porque está a criar um problema maior”.

Segundo Passos, a alternativa à privatização em curso “é o despedimento coletivo, venda de aviões, cancelamento de rotas, é ter uma TAP em miniatura que não servirá os interesses do país e dos trabalhadores”. Durante o debate, nenhum dos partidos da oposição se referiu a esta greve. Observador, 17/4/2015, 12:22.

Alguém entende porque Cavaco Silva, em vez de fazer um apelo sério aos pilotos e ao governo para que encontrassem maneira de evitar a paralização, praticamente anunciou a morte da empresa?

As razões são estas:

  1. A TAP está irremediavelmente falida e o Governo está entalado.
  2. As fontes de crédito —BCP, GES/BES, Crédit Suisse e Caixa Geral de Depósitos— secaram.
  3. A TAP não conseguiu atrair compradores credíveis, mesmo considerando que Sérgio Monteiro veio declamar, em público e em desespero de causa, na televisão, que a TAP vale hoje 300 milhões de euros, o valor mínimo da avaliação da TAP no tempo em que João Cravinho era ministro (1999): 60 milhões de contos!
  4. Entre os motivos que afugentaram os potenciais compradores há a dívida escondida da empresa, provavelmente nos balanços do Novo Banco, do Crédit Suisse e da Caixa Geral de Depósitos, a qual seria comprada pelo futuro dono da TAP, mas por debaixo da mesa, para evitar problemas com a Comissão Europeia. É pelo menos isto que se deduz das justificações da Globalia para a desistência de apresentar uma proposta de aquisição da maioria do capital da TAP.
  5. O Governo omitiu no Caderno de Encargos da privatização da TAP, dívida e compromissos estabelecidos com os pilotos, colocando o estado português numa posição inqualificável.
  6. O governo, nesta fase, só iria privatizar 66% da TAP (dos quais 5% estariam reservados para os trabalhadores da empresa). Assim sendo, a cedência aos pilotos de 10-20% dos 34% do capital da futura empresa reprivatizada que ficariam na posse do Estado, seria não só possível (apesar do parecer improcedente da PGR pedido por este governo em 2012), como mostra a artificialidade do conflito com os pilotos nesta questão particular.
  7. O governo procurou, pois, o conflito, para esconder o seu próprio fracasso nos dois processos de privatização que tentou levar a cabo, sem êxito. E para confundir a opinião pública.
  8. Os potenciais interessados na TAP sabem agora que, para além das dívidas escondidas, das limitações impostas aos futuros donos da empresa, teriam ainda que suportar sucessivas batalhas jurídicas com os trabalhadores, desde logo com o SPAC, sobre algo que certamente ignoravam, i.e. que um senhor chamado João Cravinho, antigo ministro de um governo 'socialista', se comprometeu em 1999 a vender entre 10 e 20% do capital da empresa aos pilotos da TAP — que aliás já pagaram esta fatia do capital social da TAP reprivatizada, por meio de cedências contratuais plasmadas num Acordo de Empresa assinado por Fernando Pinto com o assentimento do ministro responsável à época.
  9. Mas para agravar tudo isto sobra ainda o problema da venda do Novo Banco, onde estão certamente estacionados créditos da TAP no valor de várias centenas de milhões de euros. Em que ficamos? A TAP falida paga, ou o Novo Banco vai registar o buraco cuja existência os candidatos à compra do banco provavelmente ignoravam?
  10. O que está a emergir é pois um enorme estilhaço do colapso do BES. Tentar responsabilizar os pilotos por um crime cometido por outros, além de provar a má fé deste governo, demonstra a infantilidade inacreditável de quem geriu este processo de reprivatização.
  11. Perante tudo isto, os pilotos resolverem, e bem, proteger-se!

A menos que o grupo Fosun resolva comprar o Novo Banco e a TAP por atacado, o governo vai enterrar-se até às orelhas durante todo este mês de maio, e acabar por perder as próximas eleições legislativas.


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quinta-feira, abril 30, 2015

Quem enterrou a TAP?


Os pilotos podem voltar o feitiço contra os feiticeiros!


Cavaco anunciou hoje o fim da TAP ao recusar-se a emitir um último apelo aos pilotos para que suspendam a greve.

Esta era a sua obrigação institucional estrita, na iminência do colapso de uma das principais empresas do país, ainda por cima uma empresa pública. Antes de Cavaco, António Costa veio atribuir a ruína da TAP, causada em grande parte pelos governos do PS, aos pilotos e a esta greve. E o governo, finalmente, recusou a Requisição Civil quando a mesma seria mais justificada do que em qualquer outra situação imaginável, porque sabe que não tem compradores para a TAP, e porque aposta na culpabilização dos pilotos como forma de gerar uma enorme poeira cor-de-laranja, cor-de-rosa e azul que tape os olhos da opinião pública e não deixe ver quem foram os destruidores da TAP.

Não foram seguramente os pilotos que arruinaram TAP, ou lucraram com mais de uma década de mentiras e negócios corruptos. Se tiverem um rasgo de sabedoria, estes anunciarão ao fim da tarde a suspensão da greve, atirando assim com todo o ónus da ruína da TAP para o colo de quem foi realmente responsável pelo seu fim, e não tem nem palavra, nem vergonha.

Quem foi então que arruinou a TAP?
  • Foi o governo 'socialista' que há dezasseis anos abriu o processo de privatização da TAP, e nunca o fechou.
  • Foi João Cravinho (1), ex-ministro 'socialista' do governo PS, que prometeu aos pilotos da TAP uma participação no capital social de uma futura empresa parcialmente privatizada.
    O facto de os demais trabalhadores da TAP poderem também participar no processo de privatização não está aqui em causa, nem muito menos justifica a posterior fuga ao compromisso por parte do estado português, protagonizada desde 2012 pelo Secretário de Estado Sérgio Monteiro, e esta semana corroborada indecorosamente por João Cravinho no programa de televisão Prós e Contras. O galo cantou três vezes, de facto, para esta criatura!
  • Foram as forças escondidas com rabo de fora do Bloco Central da Corrupção (com âncoras financeiras fundeadas no BPN, BCP, BES-Crédit Suisse e CGD) que desde 1998 (2) se lançaram na corrida para a construção de um novo aeroporto na região de Lisboa, quando era e é certo que a Portela estava e continua a estar às moscas boa parte das horas de cada dia (clicar nos gráficos), tendo por isso uma enorme folga de crescimento que, aliás, jamais será esgotada (3).
    Esta corrida tinha várias grandes cenouras na frente:
    1) a venda dos terrenos para conclusão da projetada Alta de Lisboa (um negócio do senhor Ho com ligações orgânicas aos poderes fáticos do Partido Socialista, nomeadamente a António Almeida Santos);
    2) especulação com terrenos na futura zona de implantação do NAL (ocorreu na Ota e voltaria a ocorrer no triângulo Rio Frio-Canha-Alcochete);
    3) a construção do aeroporto, claro; e, por fim,
    4) o famoso crescimento da TAP, sem o qual, a operação não teria justificação! Quando a TAP encomendou doze, com opção para mais três, aviões Airbus A350-900, e oito Airbus A320, estava a dar cumprimento a instruções que nada tinham que ver com a reais possibilidades da empresa, numa altura, aliás, em que o fenómeno Low Cost era já mais do que visível, mas sim com os fins dissimulados da corja corrupta que capturou o sistema partidário e o chamado 'arco da governação'.
  • Foi Cavaco Silva, que amparou todo este processo até ao dia de hoje, o dia em que abençoou publicamente, tal como o governo e o PS fizeram antes, o fim da TAP, recusando-se a cumprir a sua obrigação, isto é, fazer um apelo veemente ao fim da greve dos pilotos. Ou seja, o governo, o PS do imprestável Costa, e Cavaco Silva uniram-se na dissimulação dos verdadeiros causadores da bancarrota da TAP empurrando as responsabilidades para os anunciados dez dias de greve dos pilotos da TAP. Só um atrasado mental é que poderá papar este monumental embuste, que tudo diz da corja que arruinou o país.
  • Por fim, ainda que por omissão, quer o PCP, quer o Bloco falharam. Poderiam ter feito mais pela TAP!


Portela: a prova de um aeroporto longe de saturar

Gatwick: disponibilidade de Slots de um aeroporto semelhante à Portela

Hong-Kong: gráfico de um aeroporto com muito movimento


NOTAS
  1. Com o título «despacho» tem o seguinte conteúdo:

    «Apraz-me registar o desenvolvimento do processo negocial em curso, visando a celebração de novo Acordo de Empresa em condições de viabilizar a sustentabilidade da TAP. Nessa perspetiva, considero conveniente o prosseguimento das vias já abertas, incluindo a participação dos trabalhadores no capital social duma transportadora aérea com origem na TAP, tendo em conta o seguinte:
    «a) As experiências recentes de interessamento dos trabalhadores no capital de outras transportadoras aéreas deverão ser ponderadas;
    «b) Considerando a situação económico-fnanceira da TAP, em parte determinada pela conjuntura internacional penalizadora relativa à indústria de transporte aéreo, o Acordo de Empresa a celebrar com o SPAC deverá prever a sua revisibilidade no prazo de um ano, de modo a conformar-se às medidas de recuperação económico-financeira globais que venha a ser necessário prosseguir;
    «c) O Acordo deve prever a designação pelos trabalhadores de um administrador que não exerça funções executivas, em conformidade com o modelo previsto na parceria internacional.
    «Para além das condições acima referidas, o Ministério das Finanças deverá ser mantido ao corrente de todos os desenvolvimentos a fim de poder exercer em tempo oportuno a tutela dos interesses públicos que lhe estão confiados.
    «Lisboa, 18 de junho de 1999
    «o Ministro do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território,
    «(João Cravinho)»

    in Parecer  do Conselho Consultivo da PGR pedido por Sérgio Monteiro em 17-02-2012.
  2. Ver este suculento sítio da NAER. Em 2001, quando se discutia a Ota nas televisões e nos blogues, o NA (novo aeroporto) já tinha uma delimitação precisa na Margem Sul, mais precisamente entre “Herdade de Rio Frio, Poceirão e Algeruz”.
  3. Um aeroporto similar à Portela, Gatwick, que opera apenas com uma pista de cada vez, tal como a Portela, tem um movimento que é mais do dobro do da Portela: 38 milhões de passageiros, contra 18 milhões. Para bom entendedor...


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Forest fires heading for Chernobyl nuclear plant – Ukraine Interior Ministry — RT News

Nova catástrofe nuclear pode estar neste momento em curso na Ucrânia. 


Os materiais radioativos depositaram-se no solo e na biosfera circundante à central nuclear de Chernobyl. O gigantesco fogo que alastra na zona levantará e projetará este material na atmosfera, em quantidades que poderão ser muito perigosas para os seres vivos.

The potential danger in this fire comes from the radioactive
contaminants the burning plants have absorbed, ecologist
Christopher Busby told RT. “Some of the materials that were
contaminating that area would ahve been incorporated into the
woods. In other words, they land on the ground in 1986 and they
get absorbed into the trees and all the biosphere. And when it
burns, they just become re-suspended. It's like Chernobyl all
over again. All of that material that fell on the ground will now
be burned up into the air and will become available for people to
breathe."
Christopher Busby is the scientific secretary of
the European Committee on Radiation Risks. 
Forest fires heading for Chernobyl nuclear plant – Ukraine Interior Ministry — RT News

2015 – O crash mundial não irá acontecer

O New Deal chinês e o renascimento da Rota da Seda 


Zeng, the guy who told me [in 1984], ‘I be bank!’ is one of the Shanghai gang, the guys who basically decided, after hanging out in Manhattan, they wanted to take Manhattan and Staten Island, too.  And I expect, when the WTC II is finally finished, they will take over that, too.  And not let anyone wreck it, too. Culture of Life News

Em 2015, seiscentos anos depois do início da expansão ultramarina da Europa (conquista de Ceuta pelos portugueses: 1415), a China é o Novo Banco Mundial, ou seja, o império americano acabou e vem aí uma espécie de globalização em rede, sem império. Pacificar o inferno que a velha ordem criou no Mediterrâneo e no Médio Oriente é a prioridade das prioridades para acelerar esta transição ainda cheia de perigos.

Os investimentos chineses em Portugal, como sempre defendemos, são um bom augúrio desta nova realidade. Portugal foi considerado como um dos pilares do acesso chinês à Europa e ao mundo lusófano. Na realidade, o seu compromisso histórico com esta praia à beira-mar plantada apenas está a dar os primeiros passos.

Pergunto: quando é que se abre uma escola de chinês (mandarim) em Carcavelos—a Babélia de areia e mar, entre Lisboa e Cascais, onde vivo há quarenta e dois anos?

Apesar dos destroços demasiado visíveis da crise resultante da pré-bancarrota 'socialista', a verdade é que a corrida para transformar Portugal numa plataforma comercial, turística e diplomática de primeira água, já começou.

Estarei mais otimista? Não. Apenas mais atento, como os nossos amigos do GEAB

Veja o mapa que desenhámos há já algum tempo, e entretanto atualizado, com a inclusão da Nova Rota da Seda.



O crash mundial não irá acontecer
Os nossos leitores sabem bem como nos inquietámos no ano passado sobre a possibilidade do Ocidente se fechar sobre si mesmo. Há 3 meses que retomámos o fio das nossas expectativas sobre a emergência de um mundo multipolar, sobre os desafios colocados pela sua organização, sobre os obstáculos à sua concretização e desenvolvimento. Com o acordo iraniano, o mundo tornou-se de repente emocionante… em que os problemas que se apresentam são sobretudo desafios a ultrapassar e não ameaças de morte. As soluções existem.
E estes problemas são inúmeros : o desgaste provocado pela crise sistémica global que deve ser reparado em conjunto como um problema estrutural. Mas a máquina foi reiniciada e é global pela primeira vez na história. Esta passagem de um mundo ocidental para um mundo global confrontou finalmente os problemas de canalização : uma só moeda assente sobre a pequena economia nacional dos Estados Unidos, mercados financeiros desadequados ao tamanho dos seus fluxos, instituições internacionais incapazes de integrar as novas realidades globais… Por isso, os BRICS arregaçaram as mangas e criaram as condições para a reinvenção de um sistema monetário internacional multidivisas, mercados financeiros verdadeiramente globais (com inovações como a ligação das duas praças financeiras, Xangai e Hong Kong[6], sem falar da rede de transacções em yuans que se estende já pelo mundo), bancos multipolares ou mundiais como o banco dos BRICS ou o recente Banco Asiático de Investimentos em Infraestruturas, em relação ao qual os países europeus, depois de terem desdenhado o Banco dos BRICS, se apressam-se agora a aceitar o convite dos Chineses (primeiro Londres, seguido de Paris, Roma e Berlim) [7]… ao ponto de os Estados Unidos, depois de terem repreendido os Europeus pelo seu entusiasmo[8], se terem visto obrigados a demonstrar alguma vontade de cooperar[9]. Mesmo Israel, que se fez cortejar pelo AIIB durante as negociações com o Irão, decidiu apresentar a sua candidatura[10].
Faltava a toda esta genialidade o terreno de aplicação. A Rota da Seda fornece a primeira trama. O mundo multipolar está por construir, os biliões e biliões que circulam pelos mercados financeiros ocidentais, vão de novo ter onde pousar. Como vimos, é um verdadeiro New Deal o que nos propõem os Chineses, mas desta vez mundial. O Ocidente inventou a globalização mas é a China, e os BRICS que completam o processo e concretizam a globalidade…

2015 – O crash mundial não irá acontecer | GEAB

António Costa defende capitalização da TAP em bolsa

Há 15 anos que o gaúcho Fernando Pinto foi contratado por um governo do PS, a peso de ouro, para privatizar a TAP. Lembram-se?


Agora a TAP está na bancarrota, e os políticos transformaram-se em baratas tontas passando culpas a quem se puser a jeito.

Andaram a brincar aos aeroportos, contaram com a Alta de Lisboa no cu da galinha (para especulação imobiliária, claro!), e agora descobriram que acabaram de rebentar com a TAP.

Quem deve sentar-se no banco dos réus não são os pilotos, mas o anterior governo, e este!

O Partido Socialista (PS) defende que a capitalização da TAP em bolsa
é uma alternativa viável ao processo de privatização em curso. O
secretário-geral socialista considera que é "imprudente privatizar a TAP
a 100%" e que este processo é uma "ameaça" para os "interesses" e a
"soberania nacional".

António Costa lamentou que a possibilidade de "reforçar o capital" da
TAP "via dispersão em bolsa", com uma posição maioritário do Estado
português, não tenha sido tida em conta pelo Governo de Passos Coelho. Esta possibilidade, lembrou, já foi aprovada pela Comissão Europeia em relação a outras transportadoras aéreas europeias.

Sobre a greve dos pilotos da TAP, o líder socialista atirou uma
posição formal do PS para mais tarde. Contudo, apontou que a greve é "um
retrocesso para a economia nacional" e que neste momento é preciso
"encontrar uma solução que evite a greve".

António Costa defende capitalização da TAP em bolsa - Aviação - Jornal de Negócios

quarta-feira, abril 29, 2015

'Si Egipto se derrumba, la región irá al desastre y Europa sufrirá'

Os povos milenares do Mediterrâneo devem retomar o controlo das suas vidas e do seu futuro

A Europa e os principais países do Mediterrâneo: Espanha, Portugal, Itália, Grécia, Marrocos, Argélia, Líbia, Egito, Líbano, Síria (uma vez refeita do desastre), Turquia, Israel, e uma Palestina sensata, que ainda não existe, devem tomar conta do destino deste mar cultural e estratégico milenar, afastando os demónios que há mais de um século trazem conspiração e guerra a estas paragens.

P.- ¿Quién está detrás del autodenominado Estado Islámico (IS)?

Hay una percepción errónea del IS por parte de la sociedad. Los grupos terroristas reciben ayuda bajo la ilusión de un Estado y un sistema. Se olvidan de que el mundo ha cambiado y el islam no es ajeno a ese cambio. No es sólo la religión sino también la necesidad de evolucionar. El islam tiene que progresar. Quienes apoyan al IS no tienen claro el peligro que representan. El IS usa la religión como una herramienta para alcanzar objetivos políticos y ha creado una fuerza incontrolable. Hay que hacer frente a esa realidad y tenemos que estar unidos porque esto afecta al Mediterráneo, a Europa y a todo el mundo. El mapa del terrorismo está creciendo y el esfuerzo que se está haciendo no es suficiente. No sólo es un esfuerzo militar y económico, también de discurso religioso. ¿Están ustedes dispuestos a colaborar?

[...]

P.— Sin embargo, aparte de sus socios en el Golfo Pérsico, en casi dos años de discurso vinculando a los Hermanos con el terrorismo no ha conseguido convencer ni a Estados Unidos ni a la Unión Europea. De hecho, los Hermanos Musulmanes siguen operando legalmente desde su oficina en Londres... ¿No cree que su estrategia para convencerles ha fracasado?

Estimo que los europeos tienen que conciliar muchos factores y quizás necesiten más tiempo para entender lo que sucede en Egipto. En los países europeos hay comunidades musulmanas y elementos en ellas que simpatizan con los Hermanos Musulmanes. La seguridad es su prioridad y entiendo perfectamente su postura [hacia los Hermanos]. Si este Estado se derrumba, la región irá al desastre y Europa sufrirá un daño terrible. Egipto no es ni Irak ni Siria ni Yemen, países que tienen más de 20 millones de habitantes cada uno. Nosotros somos 90 millones.

[...]

P.— En los últimos años ha crecido la emigración de los cristianos egipcios por diversas razones [las trabas de la administración, los ataques sectarios o el desamparo policial, entre otros]. ¿Está usted dispuesto a proteger a la minoría cristiana y a eliminar los obstáculos relativos a la construcción de iglesias?

Me gustaría aclarar algo esencial: en Egipto no existe una minoría cristiana. El término "minoría" no se emplea en nuestra sociedad para referirse a una minoría numérica porque connota una especie de discriminación contra quienes abrazan un credo determinado o pertenecen a otra etnia. Por consiguiente, digo que los cristianos son ciudadanos egipcios que tienen todos los derechos y todas las obligaciones hacia la patria. El nuevo Egipto está muy interesado en enviar un mensaje a la humanidad que exprese los valores de la participación, la justicia, la cooperación y la tolerancia hacia el otro. Son los valores promulgados y recomendados por el islam. Por otro lado, un número importante de coptos optó por emigrar en los dos últimos años porque el sistema gobernante en aquel momento tenía tendencias extremistas y violentas y no reconocía el diálogo como puente de entendimiento. No admitía al otro sino que entraba en un choque frontal contra quienes no compartían su misma ideología o no profesaban el islam. Creo que todos los egipcios, cristianos y musulmanes, sufrieron los aspectos negativos producidos por este tipo de pensamiento que no distingue entre cristiano y musulmán. En lo relativo a la construcción de lugares de culto, es algo que corresponde a una ley que actualmente es un anteproyecto para regular la edificación tanto de templos cristianos como musulmanes. El Estado considera que este proyecto posee una notable relevancia espiritual que necesita un debate parlamentario con el fin de acreditarlo de modo definitivo.

[...]

P.— Con los Hermanos Musulmanes en el poder, ¿la amenaza del yihadismo crecería para Europa?

El peligro sería mucho mayor de lo que se imagina si los Hermanos Musulmanes volvieran a gobernar Egipto. Libia, Siria, Mali, Chad, Etiopía y la península Arábiga... Todo iría a la deriva. Ustedes pueden luchar contra ejércitos regulares pero no contra grupos armados, como hacemos nosotros.

[...]

P— ¿Qué persigue y qué espera con su visita a España?

Creemos en la geografía y el territorio. Estamos hablando del Mediterráneo. Pertenecemos a culturas diferentes pero compartimos sur y norte del Mediterráneo. Queremos que España sea un puente hacia Europa. Tiene que haber comprensión mutua. Deseamos que haya mayor cooperación económica y que se produzca un espaldarazo. Somos un mercado de 90 millones y además tenemos posibilidades de convertirnos en la puerta hacia África. Necesitamos más cooperación en enseñanza y cultura y pretendemos que haya más inversiones españolas en Egipto.

'Si Egipto se derrumba, la región irá al desastre y Europa sufrirá' | Internacional | EL MUNDO

Euro-Area Bank Lending Increases for First Time Since 2012

Transmissão económica: bancos começam a emprestar à economia. Cuidado com os rentistas do costume!

Dinheiro começa a chegar, muito devagarinho, à economia. Se a tendência se mantiver, é muito provável que o investimento vindo do Oriente e das Américas dispare. Atenção, no entanto, ao uso a dar a estes fluxos! O rentismo predador continua por aí, mas é preciso combatê-lo sem dó nem piedade. O dinheiro é preciso para criar uma nova economia!

Lending by euro-area banks to companies and households rose for the first time in three years in a sign that record monetary stimulus is finally reaching the economy.

Bank lending increased 0.1 percent in March from a year earlier, the ECB said in a statement on Wednesday. Loans had posted annual declines in every month since May 2012. Lending climbed 0.2 percent from February.

The ECB has used an array of unconventional tools to encourage credit flows to bolster the region’s sluggish economic recovery. The central bank’s quarterly survey published this month showed the measures are spurring lending even as financial institutions feel the pinch of tighter margins.

“With its more aggressive stance, the ECB is finally bringing the euro zone back to at least trend growth,” said Holger Schmieding, chief economist at Berenberg Bank in London. “Money and credit point to a firming business cycle.”

Euro-Area Bank Lending Increases for First Time Since 2012 - Bloomberg Business

Eixo Atlântico queixa-se de falta de informação sobre linha Porto-Vigo

E tudo o NAL levou!

A captura deste governo, como do anterior (e do próximo?) pelo lóbi corrupto do novo aeroporto de Lisboa (NAL) congelou durante quase uma década toda a política de transportes do país, ferindo gravemente a confiança da Espanha e de Bruxelas na capacidade do governo português honrar o que promete e assina.

O dinheiro dos fundos comunitários e as verbas orçamentais previstas para a ferrovia ou foram para os bolsos de estudiosos sem ética (ou seja, foram para o lixo), ou foram desviados para a... TAP.

A TAP entrou em bancarrota na sequência do resgate financeiro do país e do colapso da banca indígena, desde logo do seu principal apoio, o GES/BES, e Portugal caminha para numa ilha ferroviária.

Este governo, por ter deixado o condottieri Sérgio Monteiro gerir este dossier até à ruína completa do setor dos transportes (TAP, CP, Refer, Metro, STCP, etc.), vai apanhar com a implosão da TAP nas ventas.

Será que Passos Coelho ainda não percebeu que esta castanha poderá acabar com o seu futuro político?

De que está à espera para despachar o secretário de estado dos transportes e o sucessor do Álvaro para fora deste governo?

“Cando o Pires de Lima diga que fai sol, melhor apanhem o gardachuvas”

O chefe de Governo remeteu os pedidos – e as respostas aos mesmos – para a tutela do sector, o ministério e a secretaria de Estado dos Transportes. Mas nem Pires de Lima nem Sérgio Monteiro responderam, garante Xoán Mao.


“Os portugueses não merecem um ministro que lhes minta. Nem um primeiro-ministro (boa pessoa e honesto, por certo) a quem os seus não obedecem”, escreve Xoán Mao no PÚBLICO. “Nada avançou na linha desde há dois anos. Nenhum concurso foi licitado desde o ano passado. E o dinheiro que se pediu para esta ligação ferroviária desconhece-se o seu destino, pelo que suspeitamos de que tenha sido desviado novamente para outra parte do país”, escreve o secretário-geral do Eixo Atlântico, entidade que tem feito deste tema uma bandeira.

Mao refere-se a um pedido de 147 milhões de euros à Comissão Europeia, revelado em Março pelo presidente da Refer. A notícia deixou na altura muito satisfeitos – embora cautelosos, dado o histórico de adiamentos – os autarcas da euro-região. E verdade é que nada mais lhes foi dito oficialmente, sobre os concursos para as várias fases deste projecto que deveria materializar-se entre 2017 e 2019. O que Mao nota é que o valor em causa permite fazer a prometida modernização da linha – basicamente a sua electrificação – mas não dá, nem era suposto que desse, para que se fale em alta velocidade.

Eixo Atlântico queixa-se de falta de informação sobre linha Porto-Vigo - PÚBLICO

INFOGRAPHIE : Les anciennes colonies, premières bénéficiaires de l'APD des pays européens.

O poder da cultura favorece a reconciliação entre os antigos impérios coloniais e o 'novo mundo' americano, asiático e africano — o que é bom para os interesses económicos e sociais partilhados.

La France, le Royaume-Uni, la Belgique, l'Espagne et le Portugal,
anciennes puissances coloniales européennes jusqu'à la moitié du XXe
siècle, consacrent aujourd'hui une majorité de leur aide publique au
développement (APD) à leurs anciennes colonies.

INFOGRAPHIE : Les anciennes colonies, premières bénéficiaires de l'APD des pays européens. | EurActiv.fr

Le Brexit priverait le Royaume-Uni de 14 % de son PIB

A União Europeia é uma espécie de jangada à deriva num mar de incertezas. Mas fora dela parece que o naufrágio é certo.

Un Brexit « aura des conséquences négatives à long terme sur la
dynamique de croissance et la vitalité économique du pays », souligne le
rapport du Bertelsmann Stiftung.

« En comparaison, l'Allemagne et le reste des États membres ne
subiront que des pertes économiques limitées, assure le groupe de
réflexion, qui précise pourtant que « toutes les parties impliquées
seraient perdantes sur le plan économique et politique ».


Le Brexit priverait le Royaume-Uni de 14 % de son PIB | EurActiv.fr

Frictions entre l'Allemagne et la Pologne sur le salaire minimum

A União Europeia, ou converge também nos rendimentos do trabalho e nas pensões, ou acabará por implodir.

O caminho deve passar por definir uma banda de convergência na política de rendimentos do capital e política de rendimentos do trabalho, à semelhança do que já existe nas taxas de juros e na presença de uma moeda comum, e à semelhança dos processos de convergência em curso nos setores de energia, comcorrência e supervisão/controlo das contas públicas.

Opposition au salaire minimum allemand

Le 1er janvier 2015, l'Allemagne est devenue le 22ème
État membre à introduire le salaire minimum. La Commission européenne
enquête actuellement sur la mise en place du salaire minimum en
Allemagne pour des cas comme ceux des camionneurs venus d'autres États
membres et qui empruntent les routes allemandes. La République fédérale
est accusée de créer des obstacles bureaucratiques excessivement élevés
et d'entraver la liberté de concurrence.

L'impact du salaire minimum allemand sur le secteur du transport a
été un sujet plus délicat, a indiqué Ewa Kopacz à la conférence de
presse. Les conducteurs de camion polonais luttent contre cette
réglementation, car ils ont peut pour leur propre survie.

« Nous sommes voisins », a expliqué la Première ministre polonaise, «
mais nous sommes avant tout des partenaires, dont le sentiment de
responsabilité pour l'avenir de l'Europe entraîne un sentiment de
responsabilité envers notre région et nos États. Comme vous le savez
tous, ce n'est pas chose facile. »

>> Lire : Le salaire minimum s'avère impuissant face à un niveau de pauvreté record en Allemagne

Pendant des semaines, nous avons essayé de régler ce problème, a
déclaré Ewa Kopacz. « Nos ministres se sont rencontrés à plusieurs
reprises. Aujourd'hui, nos ministres, qui travaillent ensemble de
manière active, nous ont dit qu'ils avaient eu de nombreuses
discussions, même téléphoniques, ces dernières semaines », a affirmé Ewa
Kopacz, sans ajouter plus de détails.

Fin mars, les conducteurs de camion polonais ont manifesté contre le
salaire minimum allemand en bloquant des routes. Ils ont accusé le
gouvernement allemand d'enfreindre la loi européenne.

Des transporteurs d'Autriche, de Pologne et de Hongrie ont déposé une
plainte constitutionnelle contre cette mesure. Le recours a été soumis à
la Cour constitutionnelle allemande le 11 mars.

Frictions entre l'Allemagne et la Pologne sur le salaire minimum | EurActiv.fr

O caos chegou a Baltimore, onde a indignação se juntou à pobreza

Estava escrito na BD e em Hollywood. A Europa que se cuide!
A cidade norte-americana de Baltimore acordou esta terça-feira em estado de sítio, com as ruas patrulhadas por milhares de polícias e membros da Guarda Nacional, e debaixo de um recolher obrigatório que vai limitar os movimentos dos seus mais de 600.000 habitantes durante uma semana.

O caos chegou a Baltimore, onde a indignação se juntou à pobreza - PÚBLICO

Le salaire minimum s'avère impuissant face à un niveau de pauvreté record en Allemagne

25% da população europeia em risco de pobreza. Na Alemanha nunca houve tantos pobres.

Sem introdução de um Rendimento Básico de Cidadania, a pobreza e a divisão social tenderão a agravar-se. Olhem para Baltimore!

« La pauvreté en Allemagne n’a jamais été aussi élevée et la fragmentation régionale n’a jamais été aussi sévère qu’aujourd’hui », s’inquiète Ulrich Schneider. Au vu du dernier rapport sur la pauvreté, le gouvernement allemand certifie que l’écart entre les riches et les pauvres diminue, une affirmation qui pour Ulrich Schneider est « tout simplement fausse ».

En effet, l’Allemagne s’approche de la moyenne européenne en terme de pauvreté. Les statistiques européennes révèlent que près d’un quart de la population de l’UE était menacée de pauvreté ou d’exclusion sociale en 2013.

Le salaire minimum s'avère impuissant face à un niveau de pauvreté record en Allemagne | EurActiv.fr

Silva Peneda A machada na classe média foi ao nível da indignidade

A verdade é que o caminho é estreito, nomeadamente porque na UE o essencial, em matéria de gestão de crises, está por fazer!

Silva Peneda A machada na classe média foi ao nível da indignidade - Visao.pt

Ibéria cria grupo de trabalho para projetos transfronteiriços

Com paciência e muita vaselina lá se vai pondo esta corja na ordem!

Ibéria cria grupo de trabalho para projetos transfronteiriços - Observador

Estado vai de ter pagar 150 milhões à Brisa

Os tribunais arbitrais são uma fantochada

É preciso acabar com os rendeiros do regime há décadas sentados à mesa do Orçamento. Para isto haverá que renegociar duramente os leoninos contratos PPP e responsabilizar, política e criminalmente, quem os assinou, lesando o estado, e portanto, os contribuintes.

O Grupo Mello é um dos rendeiros do regime que nenhuma falta faz ao país — nas estradas, na saúde, etc., etc. 

Estado vai de ter pagar 150 milhões à Brisa - Transportes - Jornal de Negócios

BBVA espera "forte crescimento" na economia portuguesa no primeiro trimestre

BBVA: Portugal cresce

Acrescentamos nós: mas devagarinho, e sob a ameaça de uma nova onda despesista e devorista cor-de-rosa... O estado continua por ajustar-se à nova realidade de longo prazo, i.e. ao crescimento estrutural débil (entre 0 e 1%). Em vez de cortes castradores e de destruição criminosa das classes médias, é necessário discutir e ajustar o Contrato Social à realidade, aliviando o estado de responsabilidades acessórias, focando a sua ação no essencial, aumentando a sua eficiência de gestão e energética.

BBVA espera "forte crescimento" na economia portuguesa no primeiro trimestre - Conjuntura - Jornal de Negócios

terça-feira, abril 28, 2015

O regresso da sensatez

Albert Rivera, líder do Movimento Ciudadanos

Se os novos partidos não arrancam, é preciso renovar os velhos!


Espanha dividida em quatro (fim do bipartidarismo à vista)

PP: 22%
PSOE: 21%
Ciudadanos: 19,4% (subiu mais de 14 pp desde janeiro)
Podemos: 17,9% (caiu 10 pp desde janeiro)

(sondagem da Cadena Ser/Myword, de abril 2015)

Ciudadanos, a alternativa viável e sensata para transformar Espanha.

Também em Portugal esperamos por um partido sensato que proponha uma alternativa de mudança viável no país. Um partido que, como o Ciudadanos, atraia gente nova e competente, nomeadamente nas áreas financeira, económica, social e cultural.

Precisamos de mudar a geração que está no poder há quarenta anos, que não quer sair, como Salazar não queria, e que se tornou um lastro insuportável de iniquidade, corrupção e falta de ideias que ajudem Portugal a sair do buraco e renascer.

É natural que os mais velhos que não se revêm nem contribuíram para o descalabro, desiludidos com as perversões que arruinaram a nossa democracia, queiram lançar novos movimentos e partidos para alterar o lamentável estado das coisas em Portugal. Mas se querem ter êxito, o primeiro que devem procurar é atrair os mais jovens, e dar voz e protagonismo aos melhores dos mais jovens no esforço hercúleo necessário para travar o declínio acelerado do nosso país, e relançar a esperança.

Foi isso que fez o Ciudadanos, uma alternativa criativa, jovem e sensata ao oportunismo terceiro-mundista do Podemos.

Em janeiro deste ano, o partido nascido na Catalunha em 2006, liderado por Albert Rivas, contava apenas com intenções de voto entre 5 e 8%. Em fevereiro já ultrapassava os 12%, e este mês superou a casa dos 19%. Uma subida, pois, fulgurante, que tem beneficiado da queda de popularidade do Podemos, cujo radicalismo populista e terceiro-mundista, somado aos escândalos que começaram a rebentar no interior da organização, e à impotência crescente revelada pelo Syriza uma vez chegado ao poder, acabará por atirar este movimento 'revolucionário' para o colo do PSOE se, entretanto, não começar a desagregar-se sob o impacto de dissidências ideológicas internas, muito típicas neste género de formações pequeno-burguesas.

Em Portugal, que fazer?

Do que se vislumbra na paisagem eleitoral, percebemos que os partidos tradicionais mantêm as suas posições relativas, apesar de uma pré-bancarrota e de quatro anos de brutal austeridade. Os novos partidos, em geral formados por iniciativa de cidadãos reformados ou à beira da reforma, com muita vontade de recuperar o tempo perdido, não perceberam ainda que a falta de juventude nas suas fileiras é uma limitação fatal.

O Nós, Cidadãos, em Portugal, o Ciudadanos, em Espanha, e o MODEM, em França, poderão dar um contributo decisivo ao renascimento equilibrado da Política na Europa. Tudo dependerá da consistência e maturidade das suas teses, e dos exemplos práticos que forem dando à medida que assumirem posições de poder. No caso específico do Nós, Cidadãos, ou procuram o elixir da longa vida na ligação natural às gerações mais jovens —de economistas, sociólogos, antropólogos, urbanistas, artistas, advogados, comerciantes, empresários, estudantes, professores, etc.— ou terão crescentes dificuldades de afirmação. Uma relacionamento público mais evidente com as organizações gémeas espanhola e francesa daria certamente um empurrão. Aguardemos pela legalização do movimento, para ver no que dá.

Em Portugal, a presença das esquerdas de origem marxista no parlamento e à frente de municípios, confunde-se com a idade do regime. Talvez por isso os portugueses tivessem aprendido a serem mais pragmáticos no escrutínio das forças políticas, relativamente às quais aprenderam a distinguir a retórica ideológica dos comportamentos no terreno. Talvez por isso qualquer nova formação ou movimento que se apoie no ruído da propaganda ideológica e na exploração da ansiedade dos mais fracos ou atingidos pela crise, sem demonstrar consistência e razoabilidade nas propostas concretas que apresenta, tenha os dias contados. Talvez por esta circunstância, em suma, certamente única na Europa, haja mais lugar para um renascimento partidário a partir do interior dos partidos existentes, do que propriamente uma revolução na paisagem partidária.

Há sinais deste aggiornamento no PSD (com Pedro Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque, Paulo Macedo, Rui Moreira da Silva, Paulo Rangel, Miguel Poiares Maduro, etc.) Tudo indicaria que os sinais de juventude introduzidos no Partido Socialista por José Sócrates não acabariam por ter o fim triste que parece anunciar-se no horizonte, como se a derrocada pessoal do líder arrastasse para o mesmo precipício todo o rebanho de jovens turcos do partido. No CDS/PP, tudo permanece ainda debaixo da asa frenética de Paulo Portas. No PCP a mudança vai a passo de caracol. E no Bloco, por fim, depois da quase implosão deste pequeno movimento, que goza, no entanto, de uma ampla caixa de ressonância mediática (ainda bem!), há sinais de mudança muito estimulantes, assim a maturidade de um dos seus mais jovens elementos, Mariana Mortágua —uma verdadeira estrela política— faça o seu caminho e estabeleça novos paradigmas de pragmática e praxis numa minúscula seita atolada nas aporias dos herdeiros degenerados do marxismo.


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A TAP depois TAP (verão alucinante)

Michael O. Leary com uma hospedeira da Ryanair ao colo

“Hoje, nós é que estamos ameaçando as low-cost” (Fernando Pinto)


DINHEIRO – As chamadas companhias low-cost estão prosperando. Elas são uma ameaça às grandes?

FERNANDO PINTO – Não tanto. Eu diria que elas ajudaram as empresas tradicionais a serem mais competitivas. As empresas tradicionais já começam a absorver grande parte do contingente de passageiros das empresas menores. Estamos sabendo usar melhor a nossa rede de agências, que é maior e passa a ser mais interessante para o passageiro. Se ele, além de ter um serviço de bordo, ainda conta com tarifas competitivas, então não tem discussão: opta por nós. Eu diria mais. Hoje, nós é que estamos ameaçando as low-cost.

in ISTO É DINHEIRO, 16-02-2005

Numa resposta irónica, dada dez anos depois, Michael O. Leary fez passar um anúncio da Ryanair no intervalo do Prós e Contras (RTP 1) dedicado ao fim da TAP. Depois da greve dos pilotos que irá decorrer entre 1 e 10 de maio haverá uma nova companhia, ou um grande buraco negro.

Eis como imagino os próximos dias e semanas:
  1. A greve irá ter lugar, com 10% dos voos garantidos sob a designação de serviços mínimos.
  2. O governo anuncia que, face à situação da TAP, agravada pela greve dos pilotos, o processo de privatização é interrompido até que regressem condições favoráveis à reabertura do processo.
  3. A administração da TAP demite-se em bloco.
  4. O governo aceita a demissão e anuncia o início imediato e urgente de um processo de aumento de capital e reestruturação da TAP, da qual fará parte a manutenção do hub de longo e muito longo curso e ainda a criação de uma empresa Low Cost no seio do grupo TAP, para os voos de médio curso (sobretudo Europa e norte de África).
  5. O governo abre uma investigação oficial ao colapso da empresa.
  6. A PGR anuncia que está em curso uma investigação sobre eventuais ilícitos criminais praticados ao longo da gestão levada a cabo pela administração cessante.
  7. Entretanto, diligências intensas prosseguem nos Estados Unidos, Canadá, Médio Oriente e Oriente para encontrar um parceiro estratégico para a TAP. Não me importaria de ver a China Eastern Airlines como futuro parceiro estratégico da TAP.
  8. A reprivatização assegura maioria do capital em mãos nacionais: Estado, CGD, Novo Banco, Millennium BCP, BPI (no essencial, as dívidas da TAP são convertidas em capital acionista), Caetano Aeronautics, Grupo Fosun, etc.
  9. Todas estas decisões serão tomadas até ao fim do mês de maio.
  10. O essencial da reestruturação estará concluída até ao fim deste verão.
Se esta previsão se verificar, a coligação no governo renova a maioria absoluta.

Claro que tudo isto poderá dar para o torto, e aí adeus nova maioria.

Recomendação: afastem o Sérgio das PPP de tudo isto, quanto antes!

Atualização: 28-4-2015 13:47 WET


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domingo, abril 26, 2015

RTP, quem paga?


Que tal privatizar 51% da RTP/RDP?


Só há uma solução: privatizar a RTP/RDP a 51%. O estado fica em minoria, com 49%, e a empresa passa a concorrer em pé de igualdade com as demais empresas do ramo. Toda a taxa do audiovisual (100%) deve ir para a conservação e disponibilização pública do espólio documental destas empresas e para um museu da televisão e da rádio.

Assim, RTP e RDP deixarão de depender do Estado, e deixarão de sofrer interferência dos governos e dos poderes partidários. Se for assim, não me importo nada que comam caviar e bebam Champagne ao pequeno-almoço, ao almoço, ao lanche e ao jantar!

Porsche de diretor da RTP gastava 3 mil euros de combustível
Novo presidente da RTP vai ganhar 10 mil euros

O novo presidente do conselho de administração da RTP, Gonçalo Reis, vai ganhar 10 mil euros por mês, um valor superior ao do seu antecessor no cargo, Alberto da Ponte.

Gonçalo Reis irá assim auferir uma remuneração mensal de 10 mil euros e Nuno Artur Silva, 7390,29 euros, sem despesas de representação.

O anterior presidente da RTP, Alberto da Ponte, abdicou deste regime, obtendo em 2013, de acordo com o último relatório e contas disponível no site da televisão pública, uma remuneração bruta anual após deduções de 91987,39 euros, ou seja, 7665,6 euros por mês.

Na altura, a administração da RTP contava ainda com dois vogais, que auferiram uma remuneração anual de 73590 euros, o que significa um ordenado mensal de 6132,50 euros.

PAGAMOS OS BOYS QUE ENTRAM E OS QUE SAEM TAMBÉM

A RTP gastou no ano passado 13 milhões de euros em rescisões por mútuo acordo.

O número de trabalhadores da empresa no final de 2014 era de 1.689, menos 129 que em 2013 (1.818). Recorde-se que em 2014 a RTP deixou de receber a indemnização compensatória, passando a viver somente da taxa para a contribuição audiovisual (CAV) e das receitas comerciais.

Alguns dos rostos famosos que ganhavam em 2011, ordenados milionários na RTP, como são os casos de Fátima Campos Ferreira (10 mil euros mensais), Catarina Furtado (30 mil euros), Fernando Mendes (20 mil euros), José Carlos Malato (20 mil euros), Maria Elisa (7 mil euros), Jorge Gabriel (18 mil euros), Sónia Araújo (14 mil euros), João Baião (15 mil euros), Tânia Ribas de Oliveira (10 mil euros) ou Sílvia Alberto (15 mil euros), entre outros.

in Apodrece Tuga, 25/4/2015


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'Socialistas' gregos hipotecaram ouro do país à Troika

Os impérios financeiros não duram sempre...

O chamado socialismo europeu, com origem na social-democracia alemã, é uma fraude


Sabiam que o governo 'socialista' de George Papandreu hipotecou as reservas de ouro gregas à Troika? Sim, em caso de bancarrota, a Troika terá legalmente acesso, cortesia da cleptocracia 'socialista' grega, às reservas de ouro do país!

Em Portugal o que o aldrabão Sócrates fez com as PPP não foi menos criminoso.

Zero Hedge: Ms. Katseli, an economist who was labor minister in the government of George Papandreou until she left in a cabinet reshuffle last June [2012], was also upset that Greece’s lenders will have the right to seize the gold reserves in the Bank of Greece under the terms of the new deal.


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Selfie do PS

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Uma imagem vale mil palavras


Sem reconhecer a escândalo deste quadro, sem rejeitar este modelo de traição económica, sem exigir uma reversão desta privatização selvagem dos nossos recursos, sem questionar os responsáveis por esta alienação estratégica do país, os exercícios intelectuais populistas do PS e dos seus falsos sábios não passa de demagogia eleitoralista barata.

Como esta selfie exibe claramente, o PS é, de longe, o principal responsável pela proliferação do cancro da corrupção em Portugal e, pior ainda, pela ruína do país, em nome da sobrevivência, dos privilégios e do enriquecimento de uma elite partidária totalmente parasitária.

Situando-se o PS na banda esquerda do parlamento, terá a outra esquerda que nos explicar claramente o que pensa deste retrato. E mais: terá que nos explicar que faria concretamente de diferente se fosse governo.


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação Estamos fartos de demagogia e dos realejos ideológicos.