segunda-feira, maio 25, 2015

Uma borboleta chamada Costa

25 de maio 2015: dívida portuguesa afunda
(gráfico: Bloomberg/ clique p/ ampliar)

O que é que esta inversão negativa e muito preocupante do mercado da dívida soberana portuguesa tem que ver com António Costa?


Basta clicar neste LINK para saber a resposta. Repare-se bem nesta data: 15 de abril!
China Stocks Surge, Europe/US Purge, & Portuguese Bonds Are Crashing—Zero Hedge
Portuguese bonds are crashing... unwinding all the excited exuberance of Q€... Of course with The ECB hoovering up everything in sight, any selling pressure is exaggerated by the total lack of liquidity (see CYNK or Hanergy) but based on Bloomberg data it appears real and traded and is the benchmark 10Y bond for the nation!
Desde que o nosso Alexis Costa abriu a boca e começou a ser transportado no andor da esquerdizofrénica imprensa que temos, juntando-se ao pelotão dos acólitos e assessores os famosos econometristas desmiolados do manifesto Uma década para Portugal, que as evidências começaram de novo a apitar.

Por algum motivo a Maria Luís Albuquerque anda desesperadamente à procura de 600 milhões de euros. Mas a corja eleitoral quer lá saber disso!

Com a Caixa Geral de Depósitos no lixo, a Parpública no pré-lixo, o Novo Banco sem ninguém que lhe pegue enquanto não se souber quem paga a fatura da TAP, e porventura outras que ainda desconhecemos, e a própria TAP no limiar de ver a sua frota estacionada por esses aeroportos fora sem Jet Fuel, nem pilim para o pessoal de bordo, só faltava mesmo dispararem os yields da dívida pública e a falta de liquidez interessada nos nossos papeis soberanos!

A juntar a este descalabro provocado pela simples hipótese do PS socratino regressar ao poder, temos uma Grexit ao virar da esquina, a ascensão meteórica em Espanha de um desafio sem precedentes à estratégia alemã, e um cada vez mais provável Brexit. Ou seja, afinal, o colapso do euro poderá mesmo ser uma realidade antes de 2020. E neste caso, ou a Alemanha e o resto da eurocracia acordam, ou adeus Europa.

E quanto a nós, temos duas prioridades: não deixar aumentar as dívidas externa e pública, e impedir que a pretexto do estado social se instale no nosso país uma espécie de fascismo fiscal dissimulado de inevitabilidade democrática.


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domingo, maio 24, 2015

Democracia Qualitativa vs. cleptocracia mundial

Pavilhão chinês na Feira Mundial de Milão, 2015 (visualização)
Studio Link-Arc @ Dezeen

Em defesa da propriedade privada... contra os monopólios abutres


El negocio de alimentar a la Humanidad

...hasta 2050 la tierra cultivable deberá crecer un 70% para abastecer a todo el mundo. En 1961, había 2,5 hectáreas de tierra cultivable por habitante y en 2050 habrá menos de 0,8. Al mismo tiempo, se necesita un incremento de 64.000 millones de metros cúbicos de agua dulce cada año para adecuar la producción agroalimentaria a la demanda. El País.

Enquanto Assunção Cristas tem vindo a preparar o terreno legal para um confisco em larga escala da propriedade rústica dos mais fracos, e sua posterior venda aos fundos predadores de investimento, António Costa soma-se à faina do Grande Roubo atacando pela banda do imobiliário urbano, que promete expropriar a favor dos mesmos fundos predadores, ao mesmo tempo que tenciona mandar os avós trabalhar.

Claro que as medidas são piedosamente inoculadas nos indígenas como programas sanitários, de salvaguarda do património, e de bom aproveitamento dos recursos. Mas, ou os nano-proprietários se organizam e varrem esta corja do poder, ou serão depenados, como foram os alemães depois das suas grandes recessões e guerras.

A mesma pilhagem está em curso no setor da água e da energia, embrulhada no piedosamente sustentável Programa Nacional de Barragens de Elevado Potencial Hidroelétrico—uma criação do Recluso 44, de braço dado ao cabotino Mexia.

Portugal nunca votou à esquerda de modo continuado porque a maioria dos portugueses, além do salário ou da pensão minguante que cobra, herdou alguma coisa, e comprou alguma coisa e é, assim, proprietário de algo: um andar, uma pequeno pinhal, uma quintinha, etc. Pois bem, quando visto este património no seu conjunto, é imenso, e é hoje uma presa atrás da qual correm os fundos especulativos do mundo inteiro, e os governos falidos que estes têm no bolso.

Precisamos, cada vez mais, de uma DEMOCRACIA QUALITATIVA capaz de defender as pessoas e as nações da mão invisível da CLEPTOCRACIA MUNDIAL.

Se para algo serve a Feira Mundial de Milão, que acaba de inaugurar sem a presença portuguesa, é para podermos medir a importância económica, ambiental, social e cultural do que está em causa quando falamos de terra, alimentação e água.


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quinta-feira, maio 21, 2015

As próximas democracias


A caminho da democracia qualitativa

Brazil iron ore output to pass Australia with Chinese investment in Vale mines
May 21 2015, 12:58 ET | About: Vale S.A. (VALE) | By: Carl Surran, SA News Editor | Seeking Alpha

China's commitment to invest in Brazil's iron ore sector puts the big Australian exporters on notice, as Vale (VALE +1.6%) is forecast to increase production from current levels of 330M metric tons of iron ore to 450M by 2018 - greater than the combined output of BHP Billiton (BHP +1.2%) and Rio Tinto (RIO +0.9%).
China, a nova locomotiva mundial, investe fortemente na indústria mineira do Brasil. Basta ver o meu mapa Tordesilhas 2.0, para perceber os movimentos em curso nas placas geoestratégicas mundiais.

O mundo unipolar morreu. Segundo o GEAB deste mês (edição 95), o euro regressará ao câmbio de 1,40 dólares antes do fim de 2017, as energias renováveis e (digo eu) o gás natural afastarão paulatinamente o petróleo da posição de fiel da balança energética global, e uma nova revolução tecnológica está a caminho. Chama-se Quantum Computer.

No continente da Política, o futuro passará pela expansão exponencial das redes sociais e pela emergência do que poderíamos chamar democracias qualitativas libertárias (1), geríveis a partir de mapas democráticos de decisão e liberdade racional.

Portugal poderá ser um dos vértices desta revolução.

Quando ouvimos os realejos programáticos da partidocracia, soprem eles da direita ou da esquerda, percebemos o quanto são cada vez mais iguais entre si: manhosos, populistas e inúteis. Não repetem apenas promessas grosseiramente falsas, mas também exibições penosas de falta de imaginação e de irremediável esclerose corporativa. Só deixando de ler o que escrevem e ouvir o que gritam, poderemos abrir as nossas mentes à novidade que espreita para lá do grande muro da crise.

Os partidos que hoje conhecemos são instituições caducas que sobrevivem como indigentes às portas da receita fiscal, dos orçamentos públicos e da corrupção. Deles já nada podemos esperar.

Desenganem-se, porém, aqueles que profetizam o caos, ou ditaduras, numa sociedade pós-partidária.

A verdade é que as sociedades pós-partidárias já existem e são cada vez mais representativas. Basta reparar na imparável rejeição dos sistemas eleitorais de representação política convencionais.

NOTAS
  1. Esta proposta é mais ampla e até distinta do ideário das chamadas democracias deliberativas, o qual se apresenta como um modelo de melhoria da qualidade democrática das decisões políticas, definindo para tal processos de deliberação alternativos aos das representações e delegações democráticas tradicionais. As democracias deliberativas, de que os orçamentos participativos em vários municípios portugueses são uma pequena amostra, defendem, ao contrário da visão que tenho para as democracias qualitativas, que todas as decisões importantes para a vida dos povos devem ser de natureza voluntarista, coletiva, representativa, direta ou semi-direta, e tutelando o máximo de realidade.

    A ideia que tenho de uma democracia qualitativa, porém, visa uma maior liberdade dos processos de decisão, apostando no efeito da informaçao sobre as pequenas decisões de cada um, de cada empresa, de cada decisor político, etc...; ou seja, aposta na recuperação construtiva da ideia de anarquia consciente. As assembleias de deliberação coletiva e as delegações democráticas de poder tradicionais seriam neste paradigma uma, e apenas uma, das muitas instâncias macrológicas, lógicas e micrológicas de liberdade e decisão democráticas.
    A intuição é esta. Falta agora desenvolvê-la nos planos da observação, da teoria e da experimentação.
Atualizado em 22/5/2015 14:47 WET

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Pais do Amaral: saída de pista na reprivatização da TAP

Paes Amaral: saída de pista em sessão de treino—Le Mans

Grexit, venda do Novo Banco e TAP— anda tudo ligado, e pode explodir!


Sem uma boa venda da maioria do capital da TAP, haverá bail-in do Novo Banco. Os cacos do BES, com a exposição que tem ao buraco financeiro da TAP, se esta continuar a afundar-se no lodaçal devorista da pseudo esquerda, jamais se venderão pelo preço capaz de evitar uma fatura pesada endossada ao Fundo de Resolução, i.e. ao sistema bancário e contribuintes indígenas. E se a venda do Novo Banco borregar ou for ao desbarato, ocorrerá certamente um novo tombo no sistema financeiro, os eleitores e contribuintes serão chamados a desembolsar mais austeridade, o défice público disparará, e o ataque dos credores externos será tão impiedoso como foi na Grécia. Será que os sábios-economistas contaram este segredo ao Alexis Costa? Ou não contaram, porque também não sabiam?

Amaral tinha duas mãos cheias de nada e naturalmente ficou pelo caminho.

Do ponto de vista financeiro, empresarial e estratégico, parece evidente a superioridade da opção Azul, ou da JetBlue Airways. Efromovich apenas está interessado nos 'slots' que a TAP detém nos aeroportos europeus, enquanto a JetBlue, pelo contrário, poderá criar com a TAP uma grande companhia aérea euro-atlântica, com ligações privilegiadas a África e um lote muito amplo de parcerias (code-sharing, etc.) de voo, nomeadamente com a Ásia. O hub da TAP na Portela, com o hub  da JetBlue no JFK (NY), criarão potencialmente sinergias e mais valias importantes. Os 34% que ficarão na mão do estado poderão, pois, render bom dinheiro quando parte deste capital for disperso em bolsa, sempre depois de 2017.

O António Maria reserva desde já um lote de 1000 ações—intencionais, claro.



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quarta-feira, maio 20, 2015

Vai votar em Alexis Costa?

Este não é o meu Benfica, mas será o da dupla Costa e Salgado.

Uma mão cheia de nadas. Pesca de votos à linha


Tocar nas rendas excessivas (energia, auto-estradas, hospitais, águas e saneamentos) dos piratas da EDP, do Grupo Mello, ou da Mota-Engil, e quejandos? Nem pensar? Diminuir a burocracia inútil e devorista? Nem pensar? Libertar a sociedade civil e a iniciativa privada do big brother 'socialista' e, em geral, do Leviathan Estado? Nem pensar! Diminuir a diarreia legislativa que permite à cleptocracia e à partidocracia instaladas fazerem e desfazerem leis, normas e regulamentos, à medida das suas necessidades endogâmicas? Nem pensar! Escrever uma nova Constituição compatível com uma sociedade livre e adulta, integrada na União Europeia—cujo espírito e normativas constitucionais são incompatíveis com o socialismo burocrático, neocorporativista e falso que faz da Constituição que temos um trapo velho e imprestável? Nem pensar! Então para que serviria o regresso deste vigário de Sócrates, cheio de novos simplexes populistas, à terra lusitana? Para nada. Só mesmo para fazer marcha atrás!

As nove ideias, 21 causas e 164 medidas do projecto de Programa do PS
20 Maio 2015, 16:28 por Jornal de Negócios


Telegraph compara discurso do PS de Costa ao do Syriza
20/5/2015, 9:16 por Observador

Na linguagem pré-eleitoral e nas propostas anti-austeridade, António Costa é semelhante ao grego Alexis Tsipras, defende no Telegraph um dos analistas mais influentes no Reino Unido.

(...) “O endividamento combinado do sectores público e privado está nos 370% do PIB, o mais elevado da Europa. Isso deixa o pais perigosamente exposto aos efeitos da deflação e da estagnação do crescimento nominal do PIB”, escreve Pritchard. Já sobre o sector público, e citando o economista-chefe do Citigroup, o analista lembra que os rácios da dívida estão além do desejável e que por isso o país “precisa de algum tipo de reestruturação” e é esse “medo constante” nos mercados que configura a principal vulnerabilidade do país a uma nova crise da dívida.

Duas certezas, para já: o António Maria não vai votar, nem no PS, nem na coligação PSD-CDS/PP.


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Depois do falso Sócrates

José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa

Nem sequer o apelido era verdadeiro


É tão grave termos aturado um Pinóquio mitómano de apelido oculto chamado José Sócrates, como aqueles que com ele colaboraram no saque e quase destruição económica, financeira e institucional do país. Sócrates está preso e deve ser julgado. Mas falta neutralizar ainda, judicialmente, uma ou duas centenas de piratas especialmente perigosos que ainda operam na sombra, ou às claras, para prolongar a mediocridade e corrupção pandémica que nos estiola a todos.

Depois, depois de engavetar os maiores crápulas do país, sem olhar às cores que exibem na testa, haverá que corrigir a Constituição e as instituições, retirando-lhes todas as cavilhas que permitem a formação das castas e máfias que impedem o país de levantar voo.

Basta observar o impacto das companhias de aviação Low Cost no turismo e na economia do país, para se perceber o grau de destruição, bloqueio e corrupção em rede que a manutenção do populismo democrático e do neo-corporativismo constitucional transporta contra o nosso futuro coletivo.

Este Sócrates mitómano, autoritário e —ao que parece— ladrão, foi um epifenómeno de algo mais grave ainda, que há que neutralizar em Portugal: a corrupção das instituições, que por si mesma induz o deprimente comportamento moral de uma larga franja da nossa cidadania deformada.

Sobre este tartufo laico, dois livros:
  • Cercado—Os Dias Fatais de José Sócrates, de Fernando Esteves
  • O Dossiê Sócrates—A investigação do percurso académico de José Sócrates. Com factos novos. 2ª edição, de António Balbino Caldeira
E um link para  "Do Portugal Profundo"

Última atualização: 21/5/2015 15:12 WET

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Costa quer avós a trabalhar


As perigosas luminárias do vigário de Sócrates


PS quer avós a trabalhar a tempo parcial
Jornal de Negócios, 19 Maio 2015, 21:30

"Está na altura de se alargar aos avós a possibilidade de trabalhar a tempo parcial" para poderem apoiar os filhos empregados, afirmou esta terça-feira o líder socialista António Costa. "Numa sociedade em que a passagem à idade de reforma é cada vez mais tardia, temos de encontrar soluções", sendo que "a possibilidade de mobilizar os avós para o apoio à família é uma forma de ajudar a criar condições para aumentar a natalidade".

Avós regressam ao trabalho, ou a previsibilidade vergonhosa da corja partidária do Bloco Central. Dar emprego aos avós significa tirar-lhes primeiro o dinheiro das reformas, assediá-los fiscalmente, e depois forçá-los a trabalhar em regimes informais a baixo custo, atacando por esta via o nível salarial geral, mantendo, por fim, a juventude longe do emprego. Depois admiram-se que esta emigre, ou que alguns jovens acabem no Estado Islâmico!

Mas que defende afinal António Costa? Que os avós fiquem a cuidar dos netos, ou que tirem o trabalho aos netos?

Sobre a falta de originalidade das luminárias de António Costa, vale a pena ler este artigo sobre a evolução recente do fator trabalho nos Estados Unidos.


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terça-feira, maio 19, 2015

O vigário de Sócrates


O candidato marcha-atrás


A imaginação da criatura é básica, já sabemos. Mas julgo perceber o que quer nesta sua pesca à linha de votos: obter cruzinhas dos inquilinos oportunistas, pois dos verdadeiramente pobres têm cuidado os próprios proprietários urbanos, e forçar a reabilitação urbana sem dinheiro público, porque não há, e todos sabem qual é a posição da UE sobre o betão, recorrendo a legislação que na prática redundará na VENDA FORÇADA DE IMÓVEIS URBANOS DOS PEQUENOS PROPRIETÁRIOS, ou na sua execução a favor do FISCO, a favor da cleptocracia estatal e sobretudo a favor dos FUNDOS IMOBILIÁRIOS, praticamente isentos de impostos e que cairão sobre centenas de milhar de pequenos proprietários urbanos ameaçados pela REQUALIFICAÇÃO COMPULSIVA.

E para o quadro ficar completo, os sábios que consultou aconselharam-nos ainda a tomar de assalto a transmissão das heranças. Ou seja, emagrecer o estado, nem pensar, por os burros contribuintes a pão e água, isso sim, é uma revolução!

Votem neste vigário de Sócrates, mas depois não se queixem!


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Fraude tarifária

Xi Jinping, presidente da RPChina

É preciso travar o garrote energético, já!


A fraude e o esbulho no setor energético prosseguem, perante a subserviência de Passos Coelho e do seu caricato ministro do ambiente. Convém, no entanto, esclarecer que com António Costa a coisa ainda seria pior. Basta perguntar-lhe agora o que pensa disto...

A venda dos défices tarifários fraudulentos é uma maneira da EDP ir mitigando a sua extraordinária dívida conhecida (mais de dezasseis mil milhões de euros!), mas também de escapar a uma mão negocial mais firme de um governo futuro mais honesto (que nunca será do PS, e muito menos do socratino Costa), ou simplesmente de um mais que previsível dictat da Troika. Qualquer renegociação das condições da produção e comercialização da energia no nosso país, nomeadamente no que toca ao fim das rendas piratas, terá pela frente, não apenas a EDP, Endesa, Iberdrola, Galp, etc., mas ainda uma miríade de fundos abutres sem rosto que vão especulando com o tal 'défice tarifário', passando-o de carteira em carteira, ao sabor das bolhas.

Seria bom que as Três Gargantas (Three Gorges Corporation), ou antes, que o governo chinês, desse prova, neste momento, de que veio para Portugal investir no desenvolvimento do país, ganhando lucros razoáveis, e não para alavancar a cleptocracia indígena.

Até porque, no caso da EDP, já tem os americanos à perna. E em breve terá a Comissão Europeia, e as empresas francesas, alemãs e italianas da energia.


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Porca miseria

Anika Ekberg, 'La Dolce Vita', de Fedeico Fellini

Dolce Vita falida


Este Amorim sempre foi um alho!

Quando anunciaram a construção destes 'malls' lembro-me de ter pensado e dito que vinham tarde e em breve teriam a mesma sorte dos centros comerciais suburbanos da América: falência e abandono. Era evidente e estava escrito em todos os livros que versavam o Pico do Petróleo.

Ao contrário dum pinhal, ou dum olival, nogueiral, etc, estes monos não servem para nada, salvo para acolher refugiados se houver uma catástrofe, e mesmo assim, sairiam caros de manter e gerir. Uma vez falidos, valem literalmente zero!

Os centros comerciais Dolce Vita fazem parte do delírio especulativo a que presidiram José Sócrates e Cavaco Silva. Centenas de milhões de euros para o lixo. Como foi, ou é ainda possível? Bem, foi e é ainda possível, porque boa parte destes pseudo investimentos serviram e servem apenas para movimentar a liquidez especulativa virtual entre os grandes vigaristas deste mundo. É por isto que, quando as bolhas rebentam, no seu lugar fica apenas um grande vazio e muita destruição social, na medida em que as cleptocracias reinantes passam parte dos custos destas implosões à sociedade — sob a forma de destruição das taxas de juro, falências no setor produtivo, desemprego, destruição de salários e pensões, desorganização dos aparelhos de estado e czarismo fiscal.

Os incautos, perante tamanha destruição económica, tentaram especular com produtos financeiros apresentados como de rendimento garantido, em vez de adquirir ouro, prata, imobiliário para requalificação bem situado nas cidades, terras férteis, ou simplesmente comprar um bom cofre onde proteger o dinheiro da perseguição fiscal. Má ideia, como se começou a perceber desde o colapso da Afinsa, mas que só a implosão do BES e a fraude do chamado papel comercial, ou seja, já depois do crime BPN, ficou dramaticamente escancarada.

Afastem-se dos bancos!

Estive hoje a simular o rendimento dum depósito a prazo de 65 mil euros durante 10 anos. Sabem quanto é que renderia este depósito, mantendo-se as atuais taxas de juro, de inflação e impostos aplicáveis? Pois bem, segurem-se: 571,75 euros. Ao fim de uma década!!! A produção de pinhão de um só hectare de pinheiro manso rende mais num ano do que o depósito bancário em dez. Um hectare de pinheiro manso micorrizado, entre lenha, madeira, resina, pinhas, pinhões e cogumelos silvestres, poderá render mais de 1000 euros por ano, enquanto no mesmo período um depósito bancário de 65 mil euros não renderá mais de 58 euros.

É, pois, preferível investir em terrenos rústicos de boa qualidade (com água), em pinheiros mansos (com direito a subvenção comunitária) e bravos, carvalhos, sobreiros (com direito a subvenção comunitária), faias, mas evitando o boom do eucalipto (1) que, como todos os booms, vai acabar por estourar, e árvores de fruto (laranjas, nozes, cerejas, castanhas, amêndoas, avelãs, figos, azeitonas), em vinho biológico, em mirtilos, em variedades bio com especial valor acrescentado de tomate, batata, cenoura, pimento, etc., do que ter o dinheiro no banco onde perde valor a cada dia que passa e é presa fácil do czarismo fiscal dos governos cada vez mais falidos que temos.

NOTAS
  1. A senhora Cristas parece que trabalha para o lóbi da pasta de papel. Que tem a dizer sobre esta suspeita?

    PÚBLICO: Oitenta por cento das novas plantações e 94% das replantações produzidas na floresta portuguesa ao longo dos últimos 15 meses sem recurso a ajudas públicas tiveram os eucaliptos como a árvore de eleição.

    A espécie florestal que no espaço de meio século cresceu de uma área reduzida de 50 mil hectares para se tornar na árvore dominante no país (ocupa 812 mil hectares) continua a sua expansão imparável. E ao simplificar o processo de aprovação de novas plantações e ao permitir a mudança de espécie nas rearborizações de espaços florestais, o novo regime jurídico que entrou em vigor em Outubro de 2013 parece favorecer essa expansão: dos 11.019 hectares arborizados ou rearborizados com capitais privados nos 15 meses de vigência da nova legislação, 10.046 receberam eucaliptos.

    Só o facto de os apoios à florestação da Política Agrícola Comum se dirigirem prioritariamente a espécies como o pinheiro manso ou o sobreiro evitam que a floresta nacional caminhe irreversivelmente para a monocultura.


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segunda-feira, maio 18, 2015

Dinheiro parado



Depois do Capital, o quê?


O capital e a poupança tornaram-se ao longo dos últimos vinte anos verdadeiras raridades cobiçadas pelos viciados em dívida e por toda a casta de especuladores e cleptocratas. Na verdade, o Grande Buraco Negro dos Derivados Financeiros Especulativos, com um potencial de destruição nocional da ordem de 10x o PIB mundial (BIS), continua a exercer uma enorme atração fatal sobre o que resta da riqueza não prostituída pelos famosos veículos da confiança perdida.

O estalinismo ultraliberal da Fed, do Bank of Japan, ou do BCE, é mais radical do que o mais selvagem dos sonhos do PCP, do Bloco de Esquerda, ou do PS, em matéria de controlo da atividade financeira e bancária privada. O Capitalismo Financeiro Totalitário que aí vem, ou pretende vir, prevê a possibilidade de forçar a entrada de toda a economia num sistema financeiro puramente digital e virtual, sob a hégide sombria de quem manda nos bancos centrais: o BIS e a oligarquia financeira mundial.

The Coming Crash of All Crashes – but in Debt
Posted on May 16, 2015 by Martin Armstrong   

We face a frightening collapse in the VELOCITY of money and all this talk of eliminating cash is in part due to the rising hoarding of cash by households both in the USA and Europe. This is a major problem for the central banks have also lost control to be able to stimulate anything.The loss of traditional stimulus ability by the central banks is now threatening the nationalization of banks be it directly, or indirectly. We face a cliff that government refuses to acknowledge and their solution will be to grab more power – never reform.

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domingo, maio 17, 2015

Pior é impossível


Economistas do PS e da coligação PSD-CDS/PP, analyze this!


A nova normalidade:
  • trabalho temporário (1);
  • queda nominal e real dos rendimentos do trabalho;
  • regresso ao mercado de trabalho das pessoas com mais de 55 anos — única maneira de compensarem os cortes nas pensões de reforma, a destruição das taxas de juro (e consequente assalto às poupanças individuais e familiares), e a cleptocracia fiscal (confisco, subreptício ou descarado, mas cada vez mais generalizado, das poupanças e da propriedade familiar: casas, quintas e depósitos bancários!)
  • desemprego e falta de emprego sistémicos sobretudo para os grupos demográficos mais jovens e qualificados;
  • institucionalização da mentira estatística como propaganda dominante dos governos, instituições financeiras e partidos políticos;
  • este fenómeno não é episódico, começou no Japão em 1997, alastrou aos Estados Unidos e Europa sobretudo após 2007 (episódio Lehman) e poderá  permanecer na vida das pessoas e das sociedades por mais uma, duas, ou três décadas.

Com papas (estatísticas) e bolos se enganam os tolos! 

Como já não há crentes de direita, nem de esquerda, o truque agora é atrair os eleitores com bla bla bla estatístico e programas supostamente validados por sábios que nunca acertam. O modelo da mentira estatística (acompanhado das táticas agressivas de desvalorização cambial e destruição das taxas de juro) tem sido aperfeiçoado no Japão ao longo das últimas duas décadas. Os 0,1% que dominam o mundo tentam agora confiscar toda a riqueza mundial, para o que programam já a proibição do dinheiro metálico ou de papel. Num ambiente monetário puramente virtual os bancos centrais, instrumentos privilegiados dos 0,1%, poderão, em fim, controlar os movimentos físicos e monetários de qualquer indivíduo, de qualquer empresa, de qualquer estado. Capiche?

Um amigo meu, que no ano passado deveria ter começado a receber a sua reforma, anda desde então perdido no labirinto kafkiano do nosso sistema de pensões, onde ninguém sabe nada e onde abunda a falta de sensibilidade e de profissionalismo. Onde, ao mesmo tempo, os processos se perdem e pronto, onde ninguém responde às cartas ou e-mails, e onde se protelam as pensões a quem não é obviamente deputado da nação, nem governante, ou ex-governante, nem gabiru de partido. Perdem-se —perdemos todos!— milhões de horas por ano a aturar esta execrável burocracia. Menos mal que o meu amigo tinha direito a uma pensão do Luxemburgo, dos tempos em que por lá andou a trabalhar, e que esta veio no momento devido, sem que o pensionista tivesse sequer que se preocupar em alertar os serviços luxemburgueses. Nenhuma complicação, nenhum envido de papelada, uma carta simples e simpática a comunicar o direito, o primeiro cheque, e votos de felicidade. Por cá prevalece há séculos o excesso de burocracia inútil e mal educada que, como nos tempos de Salazar, serve sobretudo para sustentar a nomenclatura sem lei que domina, e trata invariavelmente mal os seus concidadãos. No fundo, estamos bem pior, muito pior, do que o Japão, os Estados Unidos e o resto da Europa. Pior é impossível!

Desiluda-se quem pensar que isto muda com António Costa. Não muda. E como não muda, precisamos de perceber bem onde está o mal e qual é o grau de gravidade da situação.

Recomendo, a propósito da cada vez mais insistente questão demográfica, e das mentiras sistémicas em volta do crescimento e do emprego, a leitura deste artido publicado pela Zero Hedge

How Japan Became The Benchmark For America's Fraudulent "Jobs Recovery"

Submitted by Tyler Durden on 05/16/2015 20:57 -0400

In the US the most recent unemployment rate was 5.4%, about as close to full employment as possible, and yet neither in Japan nor in the US has there been any wage improvement.

So how does one explain the paradox of a labor market that at least quantitatively has no further slack and yet where real wage growth has never been lower. Simple, and incidentally the explanation is one which Zero Hedge provided all the way back in 2010 when we charted "America's Transformation To A Part-Time Worker Society."

It turns out that in Japan the answer is the same, only when one peeks beyond the merely quantitative and into the qualitative, it is worse. Much, much worse. As the following chart shows, virtually all the job growth in Japan since the great financial crisis has been thanks to part-time jobs!


EUA: evolução recente da composição geracional do emprego
Japão: evolução dos salários nominaic e reais (1991-2015)

NOTAS
  1. As empresas de trabalho temporário, em todo o mundo, são das que mais lucros têm apresentado nos últimos anos. Esta espécie de novos negreiros emprega trabalho precário, temporário, mal pago e praticamente sem direitos. Compram e vendem força de trabalho a preços de sobre-exploração, servindo as empresas do PSI 20 e o próprio estado e autarquias do país, sem que estes tenham que preocupar-se com a lei, nem com a dignidade. Assim vai a nomenclatura de consciência tranquila pelo meio do naufrágio que se aproxima.


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sexta-feira, maio 15, 2015

Rota da Seda 2.0 passa por Lisboa



China vai investir 50 mil milhões de dólares no Brasil

Fonte diplomática brasileira disse que o investimento chinês vai ser feito nos setores das infraestruturas, redes de caminho-de-ferro, estradas, portos e aeroportos.

Ler mais em Correio da Manhã

A quem gostar de geoestratégia aconselho o mapa Tordesilhas 2.0 que desenhei há uns anos e que tenho vindo a atualizar. Tive o cuidado de descer a vários pormenores... nomeadamente no que toca a portos e redes ferroviárias estratégicas, existentes ou em construção...

Vale a pena fazer zoom às principais linhas de comunicaçção em que a China está a investir:

  • Pequim-Veneza-Londres (Rota da Seda 2-terrestre)
  • China-Malaca-Golfo Pérsico-Mar Vermelho-Nacala-Lobito-Golfo da Guiné-Cabo Verde-Brasil-Argentina-Portugal...(Rota da Seda 2-marítimo-terrestre).

A China, com o seu excesso de dólares e mais de mil milhões de almas, precisa de petróleo/gás natural (Rússia, Médio Oriente, Moçambique, Angola, Golfo da Guiné), de soja e outros cereais, ferro, cobre e outros minerais, além de ouro, platina e prata, para voltarmos a ancorar o valor do dinheiro em algo sólido, fungicida e imune à especulação digital (Brasil, Argentina, Chile, Golfo da Guiné, Angola-Moçambique) --- >

Portugal deve pois olhar com muita atenção para este movimento rápido das placas tectónicas da política mundial.

A estratégia que nos convém trilhar é clara: manter a velha aliança com a Inglaterra, maior protagonismo ibérico, deixar de seguir caninamente as depenadas águias de Washington, e cuidar da língua portuguesa sem atavismos ortográficos!


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quinta-feira, maio 14, 2015

Blue TAP

Avião cor-de-rosa da brasileira Azul

A parceria AzulBarraqueiro para a compra da TAP faz sentido


Este governo ou resolve bem a privatização da TAP e ganha as eleições, ou borrega e perde-as. A privatização da TAP transformou-se assim na principal batalha eleitoral da coligação.

13:40 13.05.2015 | SIC Notícias

Presidente da TAP envia carta aos trabalhadores a anunciar reestruturação

O presidente da TAP enviou uma carta aos trabalhadores em que anuncia para breve uma reestruturação da empresa, que pode passar por despedimentos. Fernando Pinto diz que é preciso reajustar a empresa à nova realidade, depois da greve, e dar um passo atrás antes de dar dois em frente. Até há bem pouco tempo, o Governo dizia que a empresa só seria reestruturada depois da privatização estar concluida, ou caso falhasse.

Sempre aqui se escreveu que não era possível avançar para uma privatização sem reestruturação prévia, dados os enormes desequilíbrios financeiros e sociais da empresa. E ainda sem que o estado ficasse com parte das dívidas, via Parpública e Caixa Geral de Depósitos. É o preço de mais de uma década de keynesianismo desmiolado e de pirataria cor-de-rosa. A Mariana Mortágua ontem não resistiu ao realejo ideológico sem base racional defensável. Esperemos que seja o preço inevitável, mas temporário, de uma mudança que se quer ver no Bloco de Esquerda.

13/05/2015 | 09:38 |  Dinheiro Vivo

A Barraqueiro ter-se-á juntado ao empresário norte-americano David Neeleman, dono da Azul, para fazer uma proposta de compra de até 66% da TAP, noticia esta quarta-feira o Diário Económico.

Uma solução com empresas portuguesas e não portuguesas é sempre melhor. Por outro lado, meter os chineses e os americanos a competir pela empresa é bem avisado. Portugal, tal como a Grécia, é uma espécie de filet mignon na dança global geo-estratégica que acabará num novo Tratado de Tordesilhas, versão 2.0, ou numa catastrófica guerra mundial.

Já agora uma recomendação ao governo: da parte que ficará ainda em mãos do estado —34%— prepare uma dispersão em bolsa de 30% do capital, em fatias de 10%. Não faltarão portugueses a querer comprar uma dúzia de ações!

PS: nesta altura do campeonato, e dada a recuperação da brasileira TAP M&E, esta empresa de manutenção aeronáutica (que entretanto entrou no estratégico setor militar) deve manter-se, obviamente, no que vier a resultar da reprivatização. A PGA, pelo contrário, é um abcesso a lancetar.


ÚLTIMA HORA

Governo recebeu três propostas pela compra da TAP 
ANA MARGARIDA PINHEIRO
JN | 15 maio, às 17:27
O Governo já recebeu três propostas para compra da TAP. A poucos minutos do fim do prazo, tanto David Neeleman como Gérman Efromovich fizeram as suas ofertas chegar ao Governo e prometem uma corrida acesa pela empresa. Também Pais do Amaral, sobre quem ainda restavam dúvidas, fez chegar uma proposta de compra.

Paes do Amaral é um especulador financeiro que não traz nem experiência nem know how para a TAP, e como tal deverá ser rejeitado. Gérman Efromovich é um desses pássaros em que não é bom confiar, até porque a sua Synergy Europe recentemente constituída no Luxemburgo (expressamente para adquirir a TAP) inspira todo o tipo de preocupações, e a sua tentacular Synergy Group (1) só poderia chupar a TAP até ao tutano, jogando depois a casca fora! Logo, fica a Blue, ou antes, a Azul, com experiência no ramo (foi pioneira da aviação Low Cost) e a precisar de crescer, possivelmente sustentada em capital norte-americano, para quem a Europa é ainda um destino cobiçado.

Nota sobre a Jetblue Airways

87 destinos
207 aeronaves (+123 encomendadas)
acordos com outras companhias: 37
sócio relevante: Lufthansa (15,85%)
pertence à Star Alliance, tal como a TAP e a Luftthansa
Cotada no NASDAQ: $21.42 (16/5/2015 09:20); $21.75 (20/5/2015)

Espero que haja alguém no governo com olhos de ver.

Pelo que fizeram até agora, espera-se sempre asneira. Neste caso, porém, se for asneira, só poderá ser das grandes!

PS: A posição de António Costa sobre a TAP é sórdida e cheira ao estilo do gangue que assaltou o PS e deu cabo do país. A mensagem encriptada dirigida aos potenciais compradores dos 61% da TAP cheira-me a caso de polícia, e de política ou responsabilidade de estado, não tem um pintelho, como diria o compadre Catroga, que já anda de braço dado ao Costa.

NOTAS
  1. O Synergy Group não está sequer cotado em bolsa. Quanto à sua subsidiária Avianca Holding S.A., que compara com a JetBlue Airways, tem 157 aeronaves, contra 207 da JetBlue, nenhum hub nos Estados Unidos, e a sua cotação no NYSE era de 18,39 USD, em janeiro de 2014, e de 11,10 USD em janeiro deste ano. Hoje, 20/5/2015, cotava a 11,15 USD, contra 21,75 USD da JetBlue Airways.

Atualização: 20/5/201513:45 WET

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Acordo Orthographico

Armas e brazão dos Pintos (Torre do Tombo)

 

A discussão mais apaixonada e pueril do meu país


A guerrilha em volta do Acordo Ortográfico é a prova do grau zero a que chegámos. Num país onde a maioria dos indígenas não sabe falar, quanto mais escrever, poetas, escritores, artistas e intelectuais, de toda a espécie e feitio, que, na sua maioria, também dão pontapés, a torto e a direito, na gramática, agitam-se com a orthographia!

Há alguns meses, durante uma das minhas estadias no Porto —o terroir gentílico— dei-me ao trabalho de transcrever um pergaminho herdado, escrito em 1669. Trata-se de uma certidão real atestando que um antepassado meu era mesmo Pinto de gema!

Ora leiam lá o que e como se escrevia em Portugal a meados do século 17, e concluam depois se há algum motivo que me leve a emendar a minha opinião sobre a natureza desmiolada do desacordo ortográfico.


NOTA

Basta ter atenção a algumas pequenas diferenças letristas (o s escreve-se frequentemente com f, o v é u, o u é v, o j, i, e o Í, J, o til é por vezes assinalado por um apóstrofo, o símbolo < usado nesta transcrição deveria ser sobrescrito, etc.) e todo o texto poderia ter saído do Diário da República!


PORTVGAL . REY - DARMAS . PRINCIPAL

NESTES REYNOS E SENHORÍOS DE PORTVGAL


pello mujto alto, & mujto poderofo Príncepe Dom Pedro noffo Senhor, per graça de Devs, Príncepe de Portugal, & dos Algarues, da Quem, & da Lem Mâr em Africa, & de Guíne, & da Conquífta, Nauegaça’o, & Comercío da Ethiopía, Arabia, Perfía, & da Índía & El<  Faço faber aos que efta mínha Carta de Certída’o & Braza’o de Armas de Nobreza & fídalguía de línhagem dígna de fee, & Crença vjrem; que por parte de I<oa’o Campello da Cofta Pínto Capita’o môr no Confelho de Ferreíros de Tendaís, & nelle mor da Comarca de Lamego, me foj feíta petíça’o per efcrípto¶  Dízendo que pellas juftífícacoe˜s, & documentos juntos, fe moftraua fer fílho legítímo de Manoel Campello da Cofta, & de fua legítíma molher María de Barros Pinto, & netto pella parte materna de Íorge Pínto da fonfeca, & bífnetto de outro Íorge Pinto, moradores q’ fora’o no Confelho de Aregos, & 3º netto de Íoa’o Pinto, ao qual o Sor Rey Dom Íoa’o o 3º no An< de 1538, mandou paffar Brazão de Armas da geração dos Píntos, pello Rey de Armas Portugal, q’anta’o era o Bacharel Antonio Roíz, por moftrar fer filho de Gonçalo Euchefe, & de fua molher Briolanja Pínto fa legítima de Ajres Pínto, q’ foj fidalgo mto honrrado do verdadeiro tronco da ditta geraça’o, quartos, & 5º Auôs do Supe, o qual ferue a Sua Mage no d’ Cargo de Capita’o [já ha mtos annos} c’o toda afatíffaça’o, & q’ a dítta fua May María de Barros Pínto, era jrm’a jnteira de Mel Pínto da fonfeca Capam môr no d^ Confo de Aregos, & de Antº Pínto da fonfeca [aos] quais fe paffou a cada hú feu Braza’o de Armas da d’ famílía por mdo do d^ Sor, & Requerendo elle Supe feu Braza’o na meza do Tribunal do Dezo do Paço, fe mandou dar [uista] ao procurador da Coroa, & do q’ de fuas Repoftas Refoltou, fe mandou paffar’ o d’ Braza’o de Armas ao Supe, pera dellas poder vzar, & gozar dos preuílêgíos a ella concedidos. Pello q’ me pediu, que pellas memorias dos dittos feus progínítores fe na’o perderem, & conferuaça’o de fua Nobreza, lhe deffe hú Efcudo com as Armas, q’ãd [linhagem] de direito pertencem, como eftaua mandado, & como fe paffara aos dittos feus 3º Auô, & Tios, pa dellas vzar nos actos em q’a Nobreza dellas lhe deffe lugar & Receberia merce [da] qual petiça’o fendome aprezentada com os documentos, & juftificações de q nella faz mença’o, fe mostraua, mandarffe pello Dezº do Paço dâr uifta ao precurador da Coroa & [finalmte] fe Refolueo q’ fe paffaffe ao Supe feu Braza’o como fo, netto, bifneto, 3º, 4º & 5º netto das peffoas nomeadas em fua petiça’o, & como fobrinho dos Referidos nella, a quem  {???} paffado feus Brazo~es, como confta do Liuro do Regifto da Nobreza, & finalmente  pellos dittos Auttos, fe moftraua juridicamte  prouado todo o contheudo em fua petiça’o [aos quais] Auttos me Reporto em todo, & por todo, & fica’o no Cartorio da Nobreza do Efcriua’o della, q’efta fobefcreueo, Em virtude, & cumprimto do d^ defpo, & mandado do Dez. do Paço, & do q dos dittos Auttos conftaua, & se moftraua pertencerem ao Supe as dittas Armas, como ditto he_< Proui, {?} bufquei os Liuros da Nobreza da nobre, & antigua fidalguía deftes Rnos, & nelles achei affentadas, & Regiftadas as Armas, da mto nobre, & antígua familia dos Píntos, q nefte Rno fa’o fidalgos de geraça’o, & Cotta Darmas, & nefta lhas dou diuizadas, & jluminadas co’ o Metal, & Côr, q’a ellas pertencem comforme Regras de Armaria pla manra feguinte: [e a] faber hú Efcudo pofto aobalon com o Campo de prata, & nelle fínquo Crefcentes de Lua fanguínhos apontados poftos em afpa com as pontas pera fíma, & por dífferença húa Bríca Azul carregada de hua Eftrela de prata < Elmo de prata aberto guarnído douro, Paquífê de prata & Vermelho, & por Timbre hú Leo pardo de prata armado de Vermelho, com hú dos Crefcentes das Armas na Efpadua < E porq~ eftas fáo as Armas, q~ a ditta linhagem pertencem lhas dej, & ordenei do mejo defta cõ o poder & authoridade, q~ de meu mto nobre, & Real Offício pera ifto tenho, pera dellas uzar, & gozar, como acto, & perrogatiua de fua Nobreza, & fidalguía, & co’ ellas poderá entrar em Batalhas, Campos, Duelos, Reptos, Defafios, Íuftas, & Torneos, & exercitar todos os mais actos de guerra, & pax, q~licitos, & honeftos forem, & trazelas em os feus Repofteiros, Firmais, Aneis, Sinetes, & mais couzas de feu feruiffo donde conuementemente efteião, fegdo a Nobreza dellas he diuido, & mandalas pôr nas portadas de fuas Cazas, Quintas, & Edifíçios, & dexalas fobre fua propria Sepultura, & finalmte fe podera feruir, honrrar, & aproueitar dellas em todo, & por todo, como fuas, q´fáo, & a fua Nobreza, & fidalguia conuem < Pello q Requeiro â todos os Dezembargadores, Corregedores, Prouedores, Ouuidores, Juízes, & a todas as mais juftiças de Sua Mge da parte do ditto Snõr, & da minha peço por bem do Offício da Nobreza, que tnho deixem trazer, lograr, & poffuir ao Supe, o Capitaó môr Îoão Campello da Cofta Pínto as dittas Armas & com ellas gozar de todos os preuilegios, graças, honrras, favores, merçes, perrogatíuas, jzenço~es, & mais liberdades â ellas comcedidas pellos Snor~s Reys deftes Reynos, & de q’ vza’o, & goza’o, & deuem vzar, & gozar os nobres, & antigos fidalgos de geraça’o, & Cotta Darmas, & em efpecial os da ditta geração, & affy mando a todos os Officiaes da Nobreza, cmo Îuiz, que fou defta, [W]Reys de Armas, [w]Arautos, & Paffauanies o cumprão, & guardem, como fe nefta conchem, & he declarado, fem duuida nem embargo algum, que a ello lhe feja pofto < Em fee do que lhe mandei paffar a prezente por my’ affinada, como o Sinal publico do Nome de meu Offício de que vzo < Dada nefta Corte, & mo nobre, & sempre leal Cidade de Lifboa aos Quinze de Mayo do Año do Nafcimento de Noffo Senhor Iesu Chrifto de Mil feis Centos feffenta & Noue Franco Mendes a fez pello Capita’o Franco Luis Ferreira Efcriva’o da Nobreza pello Princepe Noffo Sno’r, como Regente, & Gouernador deftes dittos Reynos, & Senhorios de Portugal < {assinatura} Rey d’Armas .P.

E para que toda esta tempestade num copo d'água possa ser ainda mais relativizada, recomendo este excelente vídeo sobre o drama histórico dos galegos em volta do idioma outrora comum.





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terça-feira, maio 12, 2015

TAP desfaz-se da PGA



A culpa não é dos trabalhadores da TAP, nem da PGA


Os principais responsáveis pelo colapso da TAP são Fernando Pinto e o Bloco Central que, agora, pretendem empurrar as culpas para os trabalhadores.

Há muito que vimos denunciando a instrumentalização da TAP pelos piratas do NAL—Novo Aeroporto de Lisboa.

É que para justificar um novo aeroporto e uma nova 'cidade aeroportuária', condição para entregar os terrenos da Portela à especulação imobiliária da Alta e Lisboa, cozinhada pelo PS com o senhor Ho, e especular também com os terrenos de um futuro NAL, seria necessário provar a saturação da Portela, e para isto, além de inundarem o país com mentiras, precisavam de fazer CRESCER A TAP.

Foi este o Padre Nosso do gaúcho Pinto ao longo dos últimos dez anos...

O resultado, sobretudo depois de Bruxelas ter imposto o fim do abuso de posição dominante pela TAP e SATA, foi a perda de competitividade galopante da empresa e o seu endividamento desastroso — de que a operação Brasil é apenas uma das componentes.

Antes das duas últimas duas greves já a TAP registava um passivo superior a dois mil milhões de euros!

  • Aviões antigos consomem demais (800 milhões de euros/ano em Jet fuel). 
  • Pessoal em excesso (580 milhões de euros/ano) comparam pessimamente com a concorrência que entretanto desembarcou em Faro, Porto, Funchal, Lisboa e Ponta Delgada. 
  • Em cima disto a implosão do sistema bancário, desde logo do BES (por acaso, o principal banco da TAP), foi a pancada que faltava para fazer ruir uma empresa pública que quis dar uma passada maior que a perna.

Quem não deve estar a gostar nada desta brincadeira é a Vinci, a quem impingiram a ilusão de uma TAP fulgurante e a miragem de uma cidade aeroportuária na Margem Sul.

Os árabes que financiaram a operação da Vinci devem estar a pensar: e nós que pensávamos ser os maiores aldrabões do mundo. Estes portugueses superam-nos!

Fernando Pinto defende reajustamento da TAP "à sua adequada dimensão"

"Infelizmente, a instabilidade que temos vivido fez-nos perder espaço no mercado, pelo que a nossa principal tarefa, no imediato, passa por reajustar a empresa à sua adequada dimensão", afirma Fernando Pinto numa mensagem enviada esta terça-feira aos trabalhadores.

Fernando Pinto considera que "no curto prazo será possível construir um plano que corresponda às necessidades atuais, que se traduzem numa expressão simples: dar um passo atrás para, em seguida, dar dois em frente".  Rádio Renascença

Reestruturação da TAP não exclui despedimentos

O plano de reestruturação financeira urgente pedido pelo Governo à TAP não descarta a realização de despedimentos. A companhia aérea está, neste momento, a analisar todos os cenários possíveis para superar os desequilíbrios causados pela greve dos pilotos e a redução do número de aviões - e consequentemente de equipas - é um dos cenários que está a ser ponderado, apurou o Dinheiro Vivo. DN Economia

Rússia e China unem-se contra o belicismo americano

O presidente da França, François Hollande, se encontra com Fidel Castro em Havana.
(Foto: Alex Castro / AP Photo) Globo

A desgraça anunciada dos vassalos europeus de Washington


“...unless the dollar and with it US power collapses or Europe finds the courage to break with Washington and to pursue an independent foreign policy, saying good-bye to NATO, nuclear war is our likely future.” — Paul Craig Roberts

Se há personagem caricata na política europeia, Hollande é certamente a mais deprimente. Só depois de Obama ter anunciado o desmantelamento progressivo do cerco que há mais de meio século os Estados Unidos mantém contra Cuba é que o presidente francês, representante do estado terminal do 'socialismo' europeu, teve a brilhante iniciativa de visitar Cuba. Ou seja, a Europa continua a ser uma mão cheia de estados vassalos do falido e declinante império americano.

Entretanto, a ocorrência mais importante da semana passada foi a resposta dada pela Rússia e pela China ao expansionismo provocatório e belicista dos Estados Unidos e da sua cauda militarista, a NATO, de que faz parte uma mão cheia de estados sem espinha dorsal, a começar pela França.

Washington tem feito tudo para montar um cenário de guerra global. Russos e chineses concluíram que esta inércia belicista está a rolar a toda a velocidade, e preparam-se para o pior: uma guerra nuclear.

Quem mais sofreu e quem realmente venceu a Alemanha nazi e o Japão? 

Ao contrário do que reza a mentira americana e inglesa, foram a ex-União Soviética e a China. Hoje estes dois grandes países estão unidos numa nova aliança estratégica contra a ameaça americana, cada vez mais provocatória e belicista, e que tem arrastado na sua cauda os vassalos imbecis e sem vergonha da Europa.





Vale a pena ler a este propósito:

War Threat Rises As Economy Declines
Paul Craig Roberts, Keynote Address to the Annual Conference of the Financial West Group, New Orleans, May 7, 2015

Ex-URSS e China pagaram a mais pesada fatura da II Guerra Mundial


EXCERTOS:
Wolfowitz Doctrine:

“Our first objective is to prevent the re-emergence of a new rival, either on the territory of the former Soviet Union or elsewhere, that poses a threat on the order of that posed formerly by the Soviet Union. This is a dominant consideration underlying the new regional defense strategy and requires that we endeavor to prevent any hostile power from dominating a region whose resources would, under consolidated control, be sufficient to generate global power.”

...

When Russia blocked the Obama regime’s planned invasion of Syria and intended bombing of Iran, the neoconservatives realized that while they had been preoccupied with their wars in the Middle East and Africa for a decade, Putin had restored the Russian economy and military.

The first objective of the Wolfowitz doctrine–to prevent the re-emergence of a new rival–had been breached. Here was Russia telling the US “No.” The British Parliament joined in by vetoing UK participation in a US invasion of Syria. The Uni-Power status was shaken.

This redirected the attention of the neoconservatives from the Middle East to Russia. Over the previous decade Washington had invested $5 billion in financing up-and-coming politicians in Ukraine and non-governmental organizations that could be sent into the streets in protests.

When the president of Ukraine did a cost-benefit analysis of the proposed association of Ukraine with the EU, he saw that it didn’t pay and rejected it. At that point Washington called the NGOs into the streets. The neo-nazis added the violence and the government unprepared for violence collapsed.

Victoria Nuland and Geoffrey Pyatt chose the new Ukrainian government and established a vassal regime in Ukraine.

...

The real reason for Quantitative Easing is to support the banks’ balance sheets. However, the official reason is to stimulate the economy and sustain economic recovery. The only sign of recovery is real GDP which shows up as positive only because the deflator is understated.

...
[o novo protecionismo, interessante...]

To restore the economy requires that offshoring be reversed and the jobs brought back to the US. This could be done by changing the way corporations are taxed. The tax rate on corporate profit could be determined by the geographic location at which corporations add value to the products that they market in the US. If the goods and services are produced offshore, the tax rate would be high. If the goods and services are produced domestically, the tax rate could be low. The tax rates could be set to offset the lower costs of producing abroad.

e...

...unless the dollar and with it US power collapses or Europe finds the courage to break with Washington and to pursue an independent foreign policy, saying good-bye to NATO, nuclear war is our likely future.

Washington’s aggression and blatant propaganda have convinced Russia and China that Washington intends war, and this realization has drawn the two countries into a strategic alliance. Russia’s May 9 Victory Day celebration of the defeat of Hitler is a historical turning point. Western governments boycotted the celebration, and the Chinese were there in their place. For the first time Chinese soldiers marched in the parade with Russian soldiers, and the president of China sat next to the president of Russia.

...

As the years have passed without Washington hearing, Russia and China have finally realized that their choice is vassalage or war. Had there been any intelligent, qualified people in the National Security Council, the State Department, or the Pentagon, Washington would have been warned away from the neocon policy of sowing distrust. But with only neocon hubris present in the government, Washington made the mistake that could be fateful for humanity.


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EUA: 22 estados falidos


Estados americanos com défices fiscais perigosos e ameaças pendentes de suspensão de pagamentos

Os PIIGS não passam de uma manobra de distração


Portugal, tal como os outros países visados pelo odioso acrónimo, chegaram à pré-bancarrota em grande medida por causa da fantasia de um crescimento virtual assente em dívidas públicas, empresariais e familiares exponenciais, políticas públicas neoneoneokeynesianas, e consumo conspícuo. Mas as grandes bolhas estão noutros lugares: Japão, Estados Unidos, Inglaterra. Não se vêm com a mesma acuidade porque os respetivos governos e bancos centrais mentem permanentemente sobre o que se passa. Olhando, porém, para a pobreza e instabilidade social crescentes nesses país compreendemos perfeitamente que o buraco negro criado —nomeadamente o Grande Buraco Negro dos Derivados Especulativos (OTC Derivatives)— poderá, a qualquer momento, empurrar o planeta para um colapso financeiro e económico bem pior do que o de 2008.

Quase metade dos estados dos EUA está oficialmente falida. E no entanto as agências de notação de crédito mantêm o país em AA+ (excellent) !!!

Via AP/ Zero Hedge:

An Associated Press analysis of statehouse finances around the country shows that at least 22 states project shortfalls for the coming fiscal year. The deficits recall recession-era anxiety about plunging tax revenue and deep cuts to education, social services and other government-funded programs.

The sheer number of states facing budget gaps prompted Standard & Poor’s Ratings Service to call the trend a sort of “early warning.”

“After all, if a state is grappling with a budget deficit now, with the economic expansion approaching its sixth anniversary, what will be its condition when the next slowdown strikes?” credit analyst Gabriel Petek wrote in a recent report.


[...]

The forces at work today are somewhat different than when the recession took hold in 2008. In some states, revenue growth has been stagnant, missing projections and making it difficult to keep pace with expanding populations and rising costs for health care and education. Other states have been hurt by a steep decline in oil prices or seen their efforts to promote growth through tax cuts fail to work as anticipated...

A majority of states have failed to climb back to their pre-recession status, in terms of tax revenue, financial reserves and employment rates, said Barb Rosewicz, who tracks the fiscal health of states for The Pew Charitable Trusts.

Alabama, for example, faces a $290 million shortfall after a voter-approved bailout expires at the end of the current fiscal year. If nothing is done, the courts will not have the staff to send jury notices, monitor juvenile delinquents, process protection orders and collect and distribute child support payments, he said.

“This is an insane proposition,” Hobson said. “The public would suffer.”

Nationally, total tax revenue coming to the states has been rising, but the pace has been slow as employment continues to lag pre-recession levels in more than half the states, according to the Pew Charitable Trusts. Pew also found that 30 states are collecting less revenue than at their peak.

The Census Bureau recently reported that total state government tax collections in fiscal year 2014, which in most states ended last June, increased 2.2 percent over the previous fiscal year. That represented the fourth consecutive overall increase, but 17 states reported declines in tax revenue from the previous fiscal year, according to the report. Alaska saw the biggest drop, of $1.7 billion.

In Illinois, lawmakers are trying to figure out how to close a $6 billion projected shortfall for the next fiscal year, due largely to the expiration of a temporary tax increase [and] in Kansas, the Republican governor and GOP-dominated Legislature now confront budget deficits after aggressive tax cutting that prompted them to reduce school funding this spring.


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segunda-feira, maio 11, 2015

TAP: quanto custou a greve?

Às receitas perdidas anunciadas pelo rapaz dos finos há que subtrair as despesas não realizadas com combustível e pilotos.




A poupança em combustível e pilotos deverá ter andado pelo 8 milhões de euros. Ou seja, o rombo pode não ter ultrapassado os 17 milhões de euros.

No estado a que isto chegou, ideias precisam-se! Tal como na Austrália, há que fazer pela vida ;)

domingo, maio 10, 2015

Novo Banco, Nova TAP


Se o Novo Banco não puder esperar até 2016, então a TAP também não


Os protagonistas da agonia da TAP, e já agora, da SATA, comportam-se como baratas tontas, procurando desesperadamente empurrar as culpas do desastre à vista uns para os outros. Todos coincidem, porém, na teimosia: ninguém arreda pé das posições entretanto ocupadas.

A arara do SPAC já não diz coisa com coisa, vociferando apenas que os pilotos que representa preferem uma vitória de Pirro a ceder no que todos os demais trabalhadores deste país cederam: cortes nos salários. O governo prefere perder trinta milhões de euros e ganhar uma crise governamental, a assumir compromissos passados que lhe custariam bem menos dinheiro e chatices. E por fim o novo caceteiro do PS, António Costa, rasga todos os documentos que o PS assinou com a TAP, com Bruxelas e com a Troika, desde 2009 até que o governo de que fez parte foi corrido deixando para trás um país na bancarrota que levará décadas a reerguer, ameaçando agora os possíveis interessados na reprivatização da empresa.

A situação da TAP é simples de descrever
  1. Custa em combustível 800 milhões de euros por ano (logo, precisa desesperadamente de renovar a sua frota envelhecida, com aviões mais económicos: A350 e A320).
  2. Custa em pessoal 580 milhões de euros por ano (um rácio desastroso face ao número de passageiros que transporta).
  3. Tem uma dívida de 1.062 milhões de euros (o equivalente a uma Ponte Vasco da Gama).
  4. Mas o seu passivo total registado é bem maior: 2.072 milhões de euros (ver Relatório Anual e Contas de 2014)
  5. Assumiu ainda compromissos firmes para aquisição de 12 Airbus A 350-900 num montante superior a 2.500 milhões de euros (vender estas posições equivaleria a um harakiri imediato da companhia).
  6. Os seus principais ativos são: o hub da Portela, pilotos, pessoal de manutenção, slots (reserva de pista para descolar e aterrar aviões), e ainda as encomendas e reservas de doze a quinze A350, e oito A320. A marca TAP e o famoso goodwill da empresa valem pouco mais que um caracol.
  7. Tem manifesto excesso de pessoal quando comparada com as companhias concorrentes.
  8. As mordomias de que ainda gozam administradores, pilotos e demais pessoal estão a desaparecer em toda a parte.
  9. As provisões ilegais da Parpública e os empréstimos por baixo da mesa, nomeadamente do ex-BES e da Caixa geral de Depósitos, que permitiram à gestão político-partidária da TAP empurrar os problemas com a barriga, e continuar a endividar-se, foram falsas soluções entretanto descontinuadas pelos grandes credores do país.
  10. Finalmente, sem capital fresco e uma reestruturação profunda, o modelo estratégico imaginado por Fernando Pinto ruirá como um baralho de cartas antes das próximas eleições, se entretanto não for encontrado um comprador credível que tome a maioria do capital social da TAP, reestruture a empresa e invista!

A TAP e o Novo Banco estão indissociavelmente ligados


O ex-BES e o ex-GES foram as principais alavancas financeiras da TAP, a par do Crédit Suisse. Por esta razão estas duas entidades foram as principais assessoras financeiras da primeira tentativa falhada de reprivatização. Seria bom sabermos em que posições estão neste momento o Crédit Suisse e o Novo Banco face a este processo. Saíram de cena? Continuam dentro?

As dívidas da TAP ao GES/BES não foram para o banco mau (não podia!), e portanto estão na carteira do Novo Banco. Qual é a exposição do Novo Banco à TAP? Alguém sabe? Eu presumo que seja muito elevada, e por isso presumo também que ninguém comprará o Novo Banco sem saber previamente o que vai acontecer à TAP.

Imaginem que os piratas do PS regressavam ao poder e recusavam pagar as dívidas. Alguém quererá correr semelhante risco?

Penso que não, e daí a pressa em atacar a bolha cheia de pus em que a TAP se transformou, de uma vez por todas. Enquanto não for esclarecido o futuro da TAP —reprivatização, ou TAPezinha—, a compra do Novo Banco não arrancará, e se não arrancar nos prazos previstos, isto é, até ao fim de junho, o BCE fará o que fez aos Espírito Santo: resolve a TAP num fim-de-semana!


As baratas tontas
“Conseguimos infligir um dano de €30 milhões na TAP”  — Hélder Santinhos, SPAC. Expresso, 08.05.2015

Hélder Santinhos, dirigente daquela estrutura sindical, realçou que os custos da greve, que teve início a 1 de maio e se prolonga até ao dia 10, são na casa dos 30 milhões de euros e as exigências feitas pelo sindicato ao Governo o e à TAP representam 6,5 milhões de euros por ano.

Pires de Lima desafia António Costa a explicar como vai salvar a TAP

O secretário-geral do PS não se limitou a defender que os privados não devem controlar a TAP, como fez um aviso: “Espero que ninguém pense em comprar mais de 49%.”

[...]

As declarações de Costa sobre a TAP (e também a Carris e o Metro) levaram também o líder parlamentar do PSD a acusar o secretário-geral do PS de “condicionar o mercado”. Luís Montenegro lembra que foi “o PS que lançou a privatização e que a incluiu no PEC I, II, III e IV”, estranhando que seja o líder socialista que “agora vem condicionar o mercado levantando problemas sobre a privatização...”

Diário de Notícias, 10/05/2015

ÚLTIMA HORA

TAP quis dar mais ajudas de custo e horas extra. Pilotos rejeitaramDinheiro Vivo, 11/05/2015

Afinal o Governo andou a negociar de gatas, em vez de avançar para um Requisição Civil, como deveria ter feito. Como é possível querer vender uma empresa e entupi-la de compromissos insustentáveis para quem quer que se disponha a pegar nos cacos e reestruturar a TAP?
Atualização: 11/05/2015, 10:16

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sexta-feira, maio 08, 2015

Cameron arrasa sondagens

Infografia: BBC

Dois grandes vencedores: David Cameron e Escócia


O grande problema das 'esquerdas' é que, depois de verem o seu modelo invalidado pela História, se transformaram em forças políticas residuais, estagnadas e a transbordar de corrupção e autoritarismo.

Esperemos que o eleitorado português acorde para a realidade, e deixe de sonhar com o Euromilhões cor-de-rosa. É que não existe mesmo!

E quanto ao UKIP, aqui vai uma demonstração...





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quinta-feira, maio 07, 2015

SATAzinha


Depois da TAPzinha, a SATAzinha—cortesia das alucinações estratégicas do PS


Mais uma empresa 'estratégica' que os 'socialistas' incharam até rebentar. E rebentou.
Qual é, já agora, a dívida do governo açoriano à SATA, senhor Carlos César?

A SATA vai deixar de voar para a Europa já depois de junho. Continuará a voar para o Continente, até ver. E é bem possível que os canadianos, mais cedo do que tarde, preparem uma surpresa para as ligações Açores-Canadá e Açores-Estados Unidos. A oportunidade é de ouro para quem, como os canadianos, querem ensaiar voos intercontinentais low cost. Há uma companhia na calha. Chama-se Rouge.

Quando ao resto e é conhecido o que nos vale é que a easyJet e a Ryanair já começaram a salvar as ilhas dos seus donos cor-de-rosa.

Diz-me fonte geralmente bem informada que a Air Nostrum é capaz de em breve começar a sonhar com pilotos açorianos para iniciar o serviço entre ilhas. Na realidade, a Macaronésia até merecia uma empresa dedicada.

A culpa do colapso do setor dos transportes em Portugal é obviamente dos 'socialistas' e dos 'comunistas' que temos, mas o rapaz dos finos e o moço das PPP, e a coligação que deixou correr o marfim até chegarmos a isto, vão sair chamuscados de tudo isto. Ai vão, vão!

Rotas da SATA para Europa dão prejuízos anuais de quatro a seis milhões de euros

As rotas para a Europa da SATA representam quatro a seis milhões de prejuízos anuais, revelou hoje o presidente da administração da empresa, tendo os partidos da oposição nos Açores sublinhado que foram mantidas por indicação do executivo açoriano.

 Os deputados da oposição lembraram que estas rotas começaram a ser feitas e se mantiveram por indicação do Governo dos Açores, único acionista da SATA, como aliás já foi assumido pelo executivo, que argumentou com a sua importância para o turismo do arquipélago.

O PSD reforçou hoje que o executivo "obrigou" a companhia a manter uma opção danosa financeiramente, enquanto o deputado do PCP, Aníbal Pires, considerou mesmo que a situação de degradação financeira da SATA se deve "às opções" que o Governo dos Açores lhe impôs sem lhe pagar os serviços que pede.

SIC/Lusa

«A SATA deixa de voar para a Europa»
Executive Digest, Fevereiro 12, 2015

A SATA tem, e isso está vertido expressamente no plano, duas dificuldades de natureza diferente.
Tem uma dificuldade financeira, que decorre de ter um crédito bastante elevado sobre várias entidades, e de ter ao mesmo tempo, e em parte por causa disso, um financiamento bancário de curto prazo também de montante muito elevado. Isso leva a que seja uma empresa com dificuldades de financiamento, que é muito importante no sector da aviação, e a uma empresa com uma função financeira muito pesada, ou seja, com custos de capital muito altos porque mais de dois terços da sua dívida é dívida de curto prazo. A par disso, a SATA tem algumas dificuldades não menos importantes de natureza operacional.


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Lucros caem

A inversão da tendência demográfica expansionista é evidente
(clique para aumentar)

Temos que aprender a ser felizes com menos consumo, menos capital e menos trabalho


Basta escrever na janela de pesquisa do Google, como hoje, 7 de maio de 2015, fiz:

— lucros caem,

para ver como está a economia...

E basta olhar para o gráfico acima —previsão da ONU sobre a taxa de crescimento demográfico mundial— para esquecermos toda a demagogia partidária e das instituições governamentais sobre o regresso ao crescimento nas economias, no emprego, nos rendimentos do trabalho e de capital, nos lucros das empresas, e sobretudo no consumo conspícuo suportado pelo endividamento crescente das pessoas, das empresas e dos governos.

O período de crescimento rápido iniciado por volta de 1897 chegou ao fim. Entrou em crise no início da década de 70 do século passado, mas a conclusão natural do ciclo foi sendo sucessivamente adiada por via da expansão do crescimento assente no consumo e no endividamento, e ainda pela globalização.

  • Lucros da Samsung caem 39% nos primeiros três meses de ...
  • Lucros da REN caem 7% com taxa sobre o sector 
  • Lucros da Sonangol caem 77%
  • Lucros da Jerónimo Martins caem mais de 20% num ano ...
  • Lucros da Allianz Portugal caem 33 em 2014 para cerca de ...
  • Lucros das seguradoras caem para 28 milhões em 2014
  • EDP: lucros caem 6,2%, mas mantêm-se acima de mil ... 
  • BlackBerry afunda: lucros caem 58% no trimestre ...
  • A Research in Motion afundou 22% na bolsa de Frankfurt ...
  • Lucros da sands china caem 54,2% devido à queda das ...
  • Lucros da McDonald's caem 33% no primeiro trimestre de ...
  • Lucros das seguradoras caem para 28 milhões em 2014 ...
  • OJE | Lucros do Barclays caem 52% no primeiro trimestre
  • Receitas públicas caem 32% e espelham quebra nos lucros ...
  • Exame Angola – Lucros da banca caem para metade
  • Lucros da Novabase caem 4,4 milhões de euros em 2014 ...
  • Lucros da Sonae caem 61% até Setembro - Sol
  • Lucros do Barclays caem 52% no primeiro trimestre ...
  • ...

Este colapso evidente dos lucros ocorre num ambiente de empregabilidade onde abundam as empresas de trabalho negreiro ('temporário') e os estágios sem remuneração a que, por exemplo em Portugal, o PSI 20 recorre profusamente.

No caso das empresas de trabalho temporário, há vínculos que amarram as pessoas economicamente mais frágeis a bancos de horas de salário mínimo, 40h/semana, sem fins-de-semana, nem feriados, nem férias...

Não estamos longe da escravidão do Qatar.

Até que um dia a revolta parta a loiça toda e a perseguição aos políticos corruptos tome as ruas de Lisboa, Porto, etc. Como vem acontecendo num número crescente de cidades: Londres, São Paulo, Baltimore, Milão...

Onde estão as denúncias fundamentadas por parte dos realejos do PCP e do Bloco?


Se gostou do que leu apoie a continuidade deste blogue com uma pequena doação A sociedade civil precisa de assumir a gestão democrática para lá dos enquadramentos institucionais tradicionais. Temos que reinventar a democracia!