sábado, fevereiro 01, 2025

O novo populismo estado-unidense

Steve Bannon by Yuki Iwamura/AP

Se ao menos tivéssemos um populista indígena que chegasse aos calcanhares de Steve Bannon, a discussão do colapso inevitável do regime democrático português, capturado pelas elites corruptas e os seus testas de ferro e piratas, seria bem mais produtiva e poderia estimular movimentos sociais afirmativos e transparentes nos seus objetivos. 

Ao contrário da sociedade norte-americana, que nunca esteve tão viva, a portuguesa parece um manicómio cuidado por mortos-vivos. Steve Bannon fala de um novo 'lumpen' social, a que chama os 'deploráveis'. E defende que serão estes deploráveis a restaurar a grandeza americana. Fá-lo-ão através de uma erupção revolucionária de soberania política e nacionalismo económico. Independentemente de estarmos ou não de acordo com a visão de Bannon, a verdade é que em Portugal não há nenhuma verdadeira alternativa ao declínio do regime, que possamos discutir (péssimo augúrio). O que por enquanto temos na comunicação social e nas redes sociais é demasiado mau.


Steve Bannon on ‘Broligarchs’ vs. Populism

The fight for Donald Trump’s ear.

Hosted by Ross Douthat

Jan. 31, 2025


Ross Douthat: On this week’s show, we’re continuing my one-on-one conversations with figures who represent different, potentially clashing worldviews within the new Trump administration. Two weeks ago I talked to venture capitalist Marc Andreessen about the newest faction in Trumpworld, the so-called tech right.

My guest this week, Steve Bannon, represents what I might call Trumpism Classic: the populist and nationalist movement that brought Trump to power in the first place and that aspires to exert significant influence in Trump’s second administration. Indeed, a lot of the wave of executive orders we’ve already seen from this White House on immigration, reshaping federal bureaucracy and more are Bannon’s populist, anti-establishment aspirations.

Bannon is also emerging as one of the most vocal critics from the right of Elon Musk and other members of the tech right. And we’re going to talk a lot about that brewing conflict.

https://www.nytimes.com/2025/01/31/opinion/steve-bannon-on-broligarchs-vs-populism.html?unlocked_article_code=1.tk4.9UXk.04Xcx7F9foC1&smid=url-share

Utopia ou populismo?

Gouveia e Melo, provável sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa
Foto: José Sena Goulão/ Lusa (recortada)

Há quem diga que a careca do Vitorino mostra quem realmente domina o PS: os plutocratas indígenas disfarçados de socialistas. 

Trata-se de uma casta formada por Santos Silvas, Vitorinos, Vitalinos, Césares, Costas e outros figurões do género. Já a prole do PS, por outro lado, embandeirada pelo Tozé Seguro, configura uma espécie de 'deploráveis' cada vez mais desiludidos com o PS e a democracia, mas que faz ainda um último esforço para não aderir a líderes populistas credíveis, que André Ventura não consegue ser, mas que o próximo presidente da república (Gouveia e Melo) poderá facilmente suscitar, apesar da tentativa em curso de criar um cordão sanitário maçon à sua volta (1).

Este comentário é uma réplica e responde simultaneamente a um amigo socialista ético do PS, cada vez mais crítico do partido, mas que não desiste da utopia socialista. Eu acho que o meu amigo deveria estudar com atenção a natureza complexa do populismo e as suas origens. Pois o tempo atual parece não ter outros caminhos alternativos à decadência plutocrática das democracias amordaçadas pela hipocrisia. 

O populismo atual que Steve Bannon (co-criador da besta heróica chamada Donald Trump) defende é uma conjunção de forças sociais (os 'deploráveis') e políticas (os populistas) oposta aos oligarcas capitalistas, à imigração, à globalização e aos protagonistas de uma era tecnológica neofeudal (Zuckerberg, Bezos, Musk, etc.). Este modelo está a ser ensaiado nos Estados Unidos, e poderá vir a ser ensaiado numa União Europeia liderada pelos partidos populistas, especialmente se o empurrão soberanista estado-unidense ganhar tração.

Não importa o que as nossas almas de esquerda pensam sobre isto, pois o seu pensamento foi assassinado pela oligarquia de formigas brancas que desfez por dentro a alma original de todos os partidos da dita esquerda, no caso português, incluindo o PS, o PCP e o Bloco. Neste cenário de amplo espectro, Tozé Seguro não tem qualquer hipótese de resolver o problema do crescimento imparável da massa de deploráveis que cresce no PS, tal como cresceu no PCP (de onde saiu boa parte dos novos eleitores do Chega no Alentejo). Para tal, o franciscano socialista teria que ser ungido pela oratória de outro António, o de Lisboa, que foi santo depois de combater os hereges cátaros e albigenses. Tal hipótese parece-me, no entanto, altamente improvável.

NOTA

Maçons influentes criam movimento de apoio a Gouveia e Melo à Presidência — Observador, 02-01-2025

Não ao novo PREC!

O Estado não tem nada que comprar o Novo Banco. Seria o regresso a uma banca portuguesa predominantemente pública, ou seja, partidária, ou seja, ao serviço do Bloco Central da corrupção. O receio de que a banca espanhola, outra vez o Santander, ou a Caixa catalã, ou a banca galega, venham a controlar o setor financeiro indígena, combate-se simplesmente através do veto que o Estado pode e deve opor a qualquer venda que implique, precisamente, o perigo de uma posição dominante da banca espanhola em Portugal. Há, portanto, que combater o devorismo dos partidos PS, PSD, CDS, PCP e Bloco antes de combater o perigo espanhol!

SIC Notícias 31.01.2025 — Governo quer manter Novo Banco em mãos nacionais devido ao "perigo espanhol". José Gomes Ferreira, diretor-adjunto de Informação da SIC, explica as razões do Governo para tomar este “ato estratégico”, mas alerta para os "riscos" caso a Caixa Geral de Depósitos avance com a compra do Novo Banco.