quarta-feira, março 19, 2014

Brotas pede demissão de Sérgio Monteiro

Duvido que Passos Coelho o ouça. É teimoso como um burro!


O António Maria há muito que recomenda a remoção do testa de ferro das PPP deste governo, o senhor Sérgio Monteiro, mas os motoristas do regime que ocupam os lugares de primeiros ministros, pelos vistos, têm as mãos atadas pelos seus empregadores mais confiáveis!

14 de Março de 2014

Ex.mo Senhor Ministro da Economia e Emprego,

Como cidadão sinto-me no direito de  pedir  a  V.Ex.ª  que,  por pura incompetência e por ser incapaz de se informar,  demita o Secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sr. Sérgio Monteiro, que na última sessão pública do Grupo de Trabalho para escolha  das Infraestruturas de Alto Valor acrescentado para que  se espera venham  verbas da CE, admitiu ser possível a localização no Barreiro de um futuro porto de águas profundas.

Acabei de ouvir V. Ex.ª afirmar na Televisão  que o Ministério da Economia a que preside está empenhado em que Portugal  seja considerado um país sério e respeitador dos seus compromissos, o que só é possível se os projectos para que pede dinheiro forem minimamente bem estudados.

Mas o país será considerado um país risível  sem qualquer noção do que é um planeamento e que anda a pedir verbas para as delapidar, por qualquer comissão da CE encarregue de decidir sobre o assunto, quando descobrir que andou a ponderar a construção de um porto de aguas profundas no Barreiro sem previamente consultar uma carta sobre os fundos do Tejo, que podia ser fornecida pelos serviços Hidrográficos da Marinha, e sem ouvir os Pilotos da Barra, nem o comandante de nenhum  navio de longo curso, nem os responsáveis pela travessia fluvial diária de Lisboa para o Barreiro.

E, ainda, sem se aperceber  das grandes  potencialidades do Barreiro e das povoações vizinhas para criar polos de navegação de recreio criadores de empregos e de  riqueza.

Sem outro assunto  de momento.

Subscrevo-me com os meus  melhores cumprimentos,

António Brotas

Professor Catedrático Jubilado do IST

Co-autor do livro: "O erro da Ota"

Dívida pública: 129% ou 165%?

Os deputados não sabem ou não querem fazer contas



Saudações aos resistentes, e aos Verdes, no seu combate contra o crime do Tua.

As barragens inúteis cozinhadas por António Mexia e José Sócrates têm sido escondidas da soma da dívida pública portuguesa, com a cumplicidade de políticos, economistas e burocratas.

Como se demonstrou noutro post, e ao contrário do que escreve Miguel Frasquilho, do BES, do PSD, etc., “...a dívida pública portuguesa [não] ascende a cerca de 129% do PIB, assim repartida: 14% do PIB é detida pelo FMI (e os empréstimos concedidos por esta instituição a qualquer país não podem sofrer alterações das condições e prazos de pagamento); 40% do PIB encontra-se na posse dos fundos de resgate europeus e do BCE; a restante dívida, cerca de 75% do PIB, encontra-se nas mãos de credores não oficiais portugueses (45%) e estrangeiros (30%).”

Na realidade, a nossa dívida pública andará muito perto dos 165%!

A dívida pública (versão encolhida) de 129% não contabiliza as 120 Parcerias Público Privadas que vão ter que ser pagas.

Este é um erro comum, vá se lá saber porquê. O custo inicial das 120 PPP atinge perto de 30 mil milhões de euros (Fonte-Min das Finanças). Esse é o custo inicial. Mas o custo final será bem superior, a menos que este governo faça o que não fez até agora: cortar, como recomendou o FMI, nas rendas leoninas da corja rendeira (EDP, etc.) que ajudou a falir o país.

No fim do campeonato as PPP poderão vir a custar 70 mil milhões de euros. Auto-estradas e vias rápidas (41% do valor total), Ambiente — águas, saneamento e resíduos (19%), e Novas Barragens — concessões  de 65 a 75 anos (12%) são as principais parcelas desta despesa escandalosa que alimentou e continuar a alimenta dúzias de piratas indígenas e os partidos do chamado arco da governação.

Neste ano de 2014, as verbas a pagar às PPP tiveram um aumento de 800 milhões de euros. Oitocentos milhões de euros, só de aumento. A verba total será muito maior, e não aparece contabilizada na famosa dívida.

Água mole em pedra dura...
Miguel Frasquilho: Se Portugal não tiver ajuda dos credores não vai conseguir pagar a dívida 20 Março 2014, 16:23 | Jornal de Negócios
Miguel Frasquilho considera que mesmo que Portugal faça “tudo certinho” isso não chegará para pagar a dívida. O deputado do PSD defende a necessidade de “uma ajuda dos credores”.
É inacreditável o grau de ignorância dos deputados desta nação falida. Só agora começam a perceber que andaram a dormir na forma, por exemplo, ao não contabilizarem na dívida pública as 120PPP criadas pelo Bloco Central da Corrupção, as quais, no final, custarão aos contribuintes mais de 70 mil milhões de euros. O resgate acordado no Memorando foi de 75 mil milhões. Compreendem?

Como se não bastasse esta estupidez pegada, devidamente azeitada pelas máfias e advogados infiltrados no parlamento e por todo o aparelho de estado, a corja devorista e rendeira do país prepara-se para transformar Portugal numa ilha ferroviária, reduzindo o hinterland dos nossos portos a pouco mais de 200Km.

Numa altura em que o transporte rodoviário pesado está sob um cutelo fiscal irreversível, o famoso IEVA eleiçoeiro insiste em cortar as pernas à ferrovia portuguesa, para favorecer as empresas de camionagem indígenas, esquecendo que o grande beneficiário deste crime governamental, subornado pelas máfias locais, será a Espanha, os seus portos e a sua ferrovia. Espero que Bruxelas ponha ordem neste corja. E que o senhor Frasquilho, que parece ter acordado ontem para a dimensão real da dívida, um dias destes leia os nossos textos sobre transportes e aprenda a real dimensão criminosa do boicote sistemático à introdução da bitola europeia no nosso país, em completa e clandestina oposição às prioridades definidas no plano europeu de transportes e mobilidade.

A comunicação social tem sido, a este propósito, um fiel e indigente aliado dos especuladores que compraram terrenos em Alcochte-Rio Frio-Canha para especularem com a famosa cidade aeroportuária encomendada ao adiantado mental Mateus — o mesmo que descobriu a vocação pesqueira do aeromoscas de Beja.

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: 20-3-2014 23:33 WET

terça-feira, março 18, 2014

A promessa de Putin

Diagrama de uma possível guerra China-Rússia

O eixo Lisboa-Vladivostoque é a única segurança russa face à ameaça chinesa

Crimeia será sempre uma parte inseparável da Rússia”, afirma Putin

Putin: “Não acreditem nos que tentam assustar-vos com a Rússia e que dizem que outras regiões vão seguir-se à Crimeia. Não queremos a fragmentação da Ucrânia.”
Se for como promete Putin, e eu acredito que fala verdade, a reintegração da Crimeia no espaço vital da Rússia será a moeda de troca para a integração da Ucrânia na União Europeia. E se for assim, o dialogo sobre o eixo Lisboa-Vladivostoque poderá regressar ao plano da realidade. É aliás a única forma de a Rússia contrariar a expansão da China, nomeadamente pelas fronteiras geladas da Sibéria dentro, num prazo que será de apenas algumas décadas.
As China gets more and more desperate because of the continued drought, it will look north to its Russian neighbour for water and arable land to feed the millions of starving Chinese....Or, Will Ukraine, Kazakhstan and Africa become the breadbasket of China?

It may not have to attack Siberia, it could just buy it outright...a new peaceful war?

Paper says China seeking to "assimilate" Russia's Far East....

Will China attack Siberia or just buy it out?

segunda-feira, março 17, 2014

Bloomberg: Investidores estão a vender dívida espanhola e a virar-se para Portugal - Jornal de Negócios

 Não é só mérito próprio, mas sobretudo fruto da época!


A BlackRock Inc., a maior gestora de activos mundial, está a reduzir o investimento em dívida espanhola por considerar que os títulos estão sobrevalorizados, escreve a Bloomberg. Já o JPMorgan Asset Management está a vender dívida de todos os países periféricos e a Sturgeon Capital Ltd. está a alterar o seu foco para Portugal e Itália.

“O jogo está praticamente perdido para Espanha face às ‘bunds’ alemãs”, explica o gestor de activos Yannick Naud, da Sturgeon Capital, citado pela Bloomberg. “A partir de agora, estamos a falar de ganhos marginais comparando com aquilo que Portugal e Itália ainda oferecem”.

A dívida espanhola gerou uma rendibilidade de 5% nos últimos três meses, metade da rendibilidade oferecida pela dívida portuguesa, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg. Portugal ainda paga mais 130 pontos-base do que Espanha para se financiar a 10 anos, o que compara com um ‘spread’ de apenas oito pontos-base na primeira década da união monetária.

A andanças das taxas de juros e dos câmbios é o principal negócio do capitalismo financeiro especulativo nesta fase declinante do Capitalismo afluente.

Mas quando as taxas de juro se aproximam do zero, ou de valores abaixo de zero, no Japão, Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia, e a deflação espreita em todas estas regiões, ou já se instalou, e os processos de regulação das dívidas começam a ter contornos militares cada vez mais acentuados, a proximidade de uma reestruturação efetiva, embora deslizante, prolongada e disfarçada, da dívida impagável dos países desenvolvidos é inevitável.

Por enquanto os especuladores continuam na busca frenética das melhores rendibilidades e da segurança de pagamentos. Mas até Portugal começou a ver baixar os juros dos novos empréstimos públicos, e portanto a ver recuar as famosas rendibilidades (yields) devidas aos especuladores da Goldman Sachs, JP Morgan e afilhados, que as buscam por toda a parte.

O que explica a nova credibilidade da dívida portuguesa é uma confluências de ocorrências que convém reter, para evitar ilusões perigosas:

  1. regresso à destruição das taxas de juro (que em Portugal também ocorre, mas vai mais atrasada do que em Espanha e resto da UE), combinada com a destruição do poder aquisitivo de 90% da população americana e europeia, com especial incidência nas classes médias, e com a deflação dos preços que desponta;
  2. perca de controlo sobre a imparável dívida pública e privada americanas;
  3. crise política a leste da União Europeia, com impactos previsíveis nas relações entre o Ocidente e a Rússia e China, e um expectável reforço económico estratégico das relações atlânticas no triângulo Europa Ocidental-América-África;
  4. venda maciça de dívida americana por parte da China e da Rússia.


Bloomberg: Investidores estão a vender dívida espanhola e a virar-se para Portugal - Taxas de juro & Crédito - Jornal de Negócios

Revista Seara Nova - Bolha imobiliária em Portugal: realidade ou ficção

Atenção às negociações em curso entre Jorge Coelho e Miguel Relvas-António Arnaut protagonizadas pelos bonecos Seguro e Coelho laranja


"De acordo com alguns especialistas do imobiliário, o excedente de fogos existente, parando a construção de novos fogos, daria para as necessidades previsíveis até 2050."
Este artigo de Fernando Sequeira, publicado em 2011 pela Seara Nova, sobre a bolha imobiliária portuguesa é mais oportuno que nunca — sobretudo quando o cretino lóbi do cimento arregala de novo as órbitas ao ouvir o tilintar dos próximos fundos comunitários e o cozinhado que Jorge Coelho está a preparar desde que tomou conta do Tó Zé inseguro!
“Quando afirmam que em Portugal não há nenhuma bolha imobiliária, tomando por base a evolução do preço da habitação, escoram-se no facto de haver países, como a Irlanda, em que tomando para índice 100 o ano de 1996, este índice atingiu o valor de 300 em 2006 (256 em 2011), em Espanha atingiu o valor de 280 em 2007 (256 em 2011), em Itália atingiu o valor de 177, que estabilizou entre 2005 e 2009, e em Portugal atingiu o valor de 154 em 2009.

Mesmo assim, em Portugal, o preço cresceu 54 % em 13 anos, ou seja, um crescimento de 4,15 % ao ano, valor muito superior ao crescimento do Iìndice de Preços no Consumidor (IPC) nesse período.

Todavia, a mensagem que o pensamento dominante verdadeiramente pretende fazer passar, é que não há nenhuma questão imobiliária, não há nenhum problema no imobiliário em Portugal.”

[...]

“... com referência a Março de 2011, após a publicação da versão definitiva do Census 2011. De acordo com o Census de 2001, estavam vagos 10,8 % dos alojamentos existentes à data, ou seja, cerca de 522 milhares de fogos. Não nos esqueçamos contudo, que desde essa data até 2009 (inclusivé), foram construídos, pelo menos mais 740 mil fogos.

De acordo com alguns especialistas do imobiliário, o excedente de fogos existente, parando a construção de novos fogos, daria para as necessidades previsíveis até 2050.”

Revista Seara Nova - Nacional - Bolha imobiliária em Portugal: realidade ou ficção

sexta-feira, março 14, 2014

PS de Coelho questiona Vinci?

Ponte Vasco da Gama © Bom Visits

De quem é afinal a Lusoponte? Da Vinci ou da Mota-Engil?


PS quer "esclarecer até à exaustão" privatização da ANA e novo aeroporto — 14 Março 2014, 12:55 por Lusa, in Jornal de Negócios.

O PS admitiu esta sexta-feira "todas as iniciativas" para esclarecer "até à exaustão" a privatização da empresa pública ANA - Aeroportos de Portugal e a decisão acerca do novo aeroporto, argumentando que o Governo não defende o interesse estratégico nacional.
Venda da ANA. Contrato não exclui que Estado pague novo aeroporto — 14/3/2013, i online.

O contrato de venda da ANA - Aeroportos de Portugal aos franceses da Vinci não exclui que o investimento necessário à construção do novo aeroporto de Lisboa venha a recair sobre o Estado. Da mesma forma que as infra-estruturas de acesso podem também vir a ser uma factura pública. O alerta é dado no parecer da comissão de acompanhamento à privatização da ANA, ontem divulgado pelo governo, mais de um ano depois de ter sido decidida a operação.

[...] O contrato prevê que a ANA privada tinha o direito de propor a construção de um aeroporto quando for atingido um patamar de tráfego, mas o governo pode não aceitar a proposta e resgatar a concessão assumindo o investimento. 

Este sobressalto do PS é muito estranho. Não regressou Jorge Coelho às lides do PS, para por aquela máquina desconjuntada a funcionar e para ir dando ordens ao inseguro Tó Zé sobre o que tem que fazer até ser primeiro-ministro? E não era este mesmo Jorge Coelho, CEO da Mota-Engil quando a Vinci, associada ou de facto dona da Mota-Engil, ganhou o concurso de privatização da ANA? Não é a Vinci que detém o controlo da Lusoponte — e a quem, por isso,  um aeromoscas gigante em Alcochete viria mesmo a calhar para rentabilizar as pontes do estuário do Tejo, que são duas, mas que a Jorge Coelho-Mota-Engil-Vinci queriam aumentar para três, com o argumento fabricado de que a Portela estava saturada? Não teve a Vinci que anunciar publicamente, à data do concurso de privatização da concessionária de aeroportos ANA, que a construção de um possível novo aeroporto seria da sua responsabilidade e encargo, mantendo neste ponto a parada da Fraport que continha esta mesma oferta na proposta que perderia para a Vinci? Será verosímil que a Vinci-Portugal, cujos interesses já instalados são vastos, e cuja relação com a Mota-Engil é tudo menos transparente, queira agora empurrar para o Estado português uma responsabilidade que só por si corresponde a valores financeiros muito superiores ao que pagou pela ANA? A verdade é que a Vinci, assim que ganhou o concurso, afastou a hipótese de construção de um novo aeroporto, pois verificou o óbvio: não é necessário! A malta do PSD-CDS e do PS que enterrou centenas de milhões de euros em Alcochete, Rio Frio e Canha é que anda a bufar desde então. Compreende-se. Será que o senhor Fantasia também comprou uns nacos para o senhor Presidente? Nunca se sabe.

E a Fraport será que pode ainda impugnar o concurso e a concessão, se verificar que houve uma alteração de última hora na proposta cozinhada com a Vinci?

Qual foi o papel de Jorge Coelho, ex-testa de ferro cor-de-rosa da Mota-Engil, nesta trapalhada? Será que o 'novo' homem forte do PS está a enviar um SMS ao Mota? Ao Senhor Engenheiro?!

Duas dicas: 1) a Portela nunca atingirá o ponto de saturação 2) mas se atingir, e se houver necessidade, pontual ou permanente, de mais uma pista além das duas que a Portela tem e não usa devidamente (por falta de extensão do taxyaw, fruto do boicote da malta do betão e do comando virtual do inexistente aeroporto de Figo Maduro), já existe uma bem boa, no Montijo, que serve diariamente a Força Aérea sem atrapalhar a Portela. O argumento de que o Montijo suscitaria conflitos de corredores aéreos é outra mentira dos que andaram a especular com os terrenos de Canha e Alcochete. Se não fosse mentira, como é, então o argumento aplicar-se-ia sem tirar nem por à hipótese Canha-Alcochete.

Finalmente, que diz o pascácio Seguro a tudo isto?

CRONOLOGIA

  • Jorge Coelho abandona presidência da Mota-Engil — 7 de janeiro de 2013, Expresso.
  • Contrato de concessão da ANA já foi assinado — 14 de dezembro de 2012, Expresso.
  • Mota-Vinci e PS querem a ANA — 20/11/2012, O António Maria.
  • “A Lusoponte é um grande aspirador financeiro” — 8/10/2012, i online.

Ucrânia 1 e 2


Este pode ser o objetivo de Putin... Terá havido acordo prévio com Merkel?


Russia Warns Of East Ukraine Invasion To "Defend Compatriots", EU Threatens Gazprom, Rosneft CEOs With Visa Ban — ZeroHedge.

Where The Russian Troops Are - The Full "Pre-Takeover" Infographic — ZeroHedge.

Sanctions: What’s Next? — Council of Foreign Relations.

quinta-feira, março 13, 2014

Cai por terra o embuste IEVA

Sérgio Monteiro: o testa de ferro das PPP


A corja das PPP e o governo afinal não têm dinheiro! Basófia para quem?


Governo vai canalizar 1.500 milhões de euros para a ferrovia

13 Março 2014, 14:16 por Maria João Babo. Jornal de Negócios.

O secretário de Estado das infra-estruturas Sérgio Monteiro disse esta quinta-feira no debate público sobre o relatório do grupo de trabalho para as infra-estruturas de elevado valor acrescentado que o Estado está a aguardar 1.500 milhões de euros dos fundos comunitários que o país vai receber para a ferrovia.
E agora é para rir a bandeiras despregadas:
"O Estado não tem condições para investir". Por esta razão, assinalou que um futuro investimento num novo terminal de águas profundas em Lisboa pode vir a receber um máximo de 30% de fundos comunitários, ou seja, 180 milhões de euros, tendo o restante de ser investimento privado.
A notícia chegou de imediato à Extremadura espanhola, grande interessada em vencer o seu isolamento e desejosa de estreitar as relações culturais e comerciais com Portugal.
Portugal estudia comenzar a construir la línea de tren entre Sines y Badajoz en 2017
12.03.14 - 00:06 - Hoy, L. E. / Agencias | Badajoz/Lisboa.

Considera prioritaria esta obra, que contribuiría a mejorar las exportaciones lusas a través de Extremadura 

O embuste e a farsa do falso estudo da malta aconchegada do regime —batizado pomposamente com o acrónimo IEVA, mas cujo título acertado seria: eleições à vista, tremoços para todos!— deixou cair a sua máscara. Os indígenas, amamentados pelo Bloco Central da Corrupção, com a bênção sonâmbula das cagarras inúteis de São Bento, ainda não perceberam o que significa estar nas mãos dos credores. Mas com o tempo, e mais uma subida de polícias pelas escadarias do parlamento, talvez aprendam!

O descaramento é total, quando os pândegos do IEVA anunciaram aos quatros ventos que queriam super-camiões de 60 toneladas para levar e trazer bananas (para lá, bananas da Madeira, para cá, banana das Canárias, seguindo o provérbio do ADFERSIT-IEVA que reza: o hinterland da economia portuguesa só vai até meio da península ibérica...) e garrafas de gás, de Sines para Badajoz, à custa dos contribuintes, que passariam a pagar mais uns trocos à Brisa e piratas associados pelos estragos causados na via.
GT-IEVA defende introdução de megacamiões
Transportes em Revista

O relatório do Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado (GT-IEVA) defende a introdução de megacamiões em Portugal e a aplicação generalizada a todas as indústrias e fileiras do Decreto-lei nº 133/2010 de 22 de dezembro, que permite a circulação de veículos de cinco eixos ou mais com peso bruto de 60 toneladas, desde que tenham origem ou destino num porto nacional.
Esta malta esquece, no entanto, que a governança europeia vai progredindo, apesar de toda a areia que deitam na engrenagem, sobretudo os rendeiros e devoristas do Sul. E assim sendo, um português atento, preocupado e patriota, perguntou à Comissão Europeia o que se passava. A resposta demorou uns dias a chegar, ao contrário do que ocorreria se a pergunta tivesse sido dirigida aos bimbos da burocracia indígena para quem não responder às cartas e aos e-mails que recebem continua a ser sinal distintivo da sua indigência incurável). E basta lê-la, para percebermos até que ponto, o que diz ou deixa de dizer ou escrever o IEVA, a ADFERSIT e o bimbo Monteiro são letra morta para quem tem a massa e decide!
Assunto: Relatório GT IEVA - Plano Português de Transporte

Caro Sr. ...,

Dando seguimento ao seu e-mail endereçado para a caixa de correio funcional do vice-presidente responsável pelos Transportes, Siim Kallas, que me pediu para lhe fornecer uma resposta, por favor verifique aqui o parecer de DG MOVE sobre a sua pergunta:

A Comissão Europeia informalmente examinou o relatório IEVA, como uma proposta de abordagem, da base para cima, de selecção de projectos apresentados por um grupo de entidades interessadas.

Tanto no que diz respeito ao planeamento da Política de Coesão quer ao apoio do suporte CEF - Mecanismo Interligar a Europa, este relatório não é nem uma referência oficial nem uma das etapas obrigatórias a serem cumpridas.

No caso da Política de Coesão (que abrange o Fundo de Coesão e o Fundo Europeu de Desenvolvimento, entre outros ) um Acordo de Parceria Específica e seus Programas Operacionais, precisam  de ser submetidos e aprovados pela Comissão.

Além disso, para apoiar acções no domínio dos Transportes, condições específicas tem que ser preenchidas ex-ante. Entre estas, um  Plano de Transporte Global ou um Enquadramento precisa de ser submetido, o que implica incluir um conjunto de projectos credíveis.

Em relação ao Mecanismo Interligar a Europa CEF - veja:

http://ec.europa.eu/transport/themes/infrastructure/connecting en.htm

Este CEF apoia principalmente projectos pré- definidos, incluídos no Anexo I do Regulamento CEF (Regulamento 1316/2013), com a finalidade de desenvolver a Rede Core, em particular os instrumentos - chaves da sua execução - ou seja : a rede Fundamental de Corredores Trans-europeus. A seleção do processo será feito a nível europeu, no quadro das propostas em competição.



Cavaco veta mais cortes

É a reforma do estado, estúpido!

Presidente da República veta aumento dos descontos para a ADSE, SAD e ADM 13 Março 2014, 12:16 por Ana Luísa Marques | Eva Gaspar | Jornal de Negócios

Cavaco Silva chumbou o diploma do Governo que subia de 2,5% para 3,5% o valor dos descontos para os subsistemas públicos de saúde. Decisão abre um "buraco" da ordem dos 133 milhões de euros no Orçamento rectificativo de 2014. Belém sinaliza, porém, que poderá promulgar um diploma revisto, desde que a nova taxa de contribuição seja inferior a 3%.
Para que são precisos três hospitais militares em Lisboa? Ainda estamos em guerra colonial? Para que é preciso um falso aeródromo militar em Figo Maduro? O estado a mais não se resolve com terrorismo fiscal e depenando quem trabalha, mas eliminando milhares de serviços públicos, departamentos e institutos inúteis, e acabando com isenções às fundações e milhares de outras entidades que vivem sem pagar impostos em perfeito concubinato com o regime parlamentar populista defendido pela corja partidária instalada. Capice, aprendiz de mação?

POST SCRIPTUM (14-3-2014) — esclarece um leitor atento que 1) os hospitais militares de Lisboa foram finalmente concentrados, este ano e na sequência dum processo executivo iniciado em 2008, num único 'Campus de Saúde Militar'. Esclarece o mesmo leitor que o aeródromo militar de Figo Maduro, se ainda subsiste, é por vontade exclusiva dos políticos, que tem o cu pesado, e não querem ir apanhar os Falcon ao Montijo. Um ponto a favor dos militares, e dois contra os cus pesados da política ;)

Justiça à deriva

Quando a corrupção se torna um problema estrutural, uma endemia que se transformou numa pandemia, não há nada a fazer, salvo mudar o regime. Quem disse que uma democracia sem partidos não pode funcionar?


Director do DCIAP exige conclusão dos Operação Furacão, submarinos e BPN até Dezembro

Os procuradores são procuradores do regime, do poder, dos piratas e galdérias que infestam o Terreiro do Paço e São Bento, certo?

Quando "o director do DCIAP acusa 27 procuradores de não cumprirem os objetivos estabelecidos para 2013, nomeadamente, ao não cumprirem cartas rogatórias expedidas, processos e perícias pendentes nos vários órgãos de polícia criminal para realização de diligências e perícias dependentes de entidades externas que acabaram por atrasar as investigações", que quer dizer com semelhante desabafo? Que vai agir, ou que quer os processos prescritos?

A corja confia que os portugueses emigrem todos, mas a História também conheceu outros desenlaces para impasses deste género. Quando todos roubam e a Justiça protege o roubo dos poderosos, os regimes acabam por colapsar.

Corrupção: o principal problema?

Um regime cleptocrata sem recursos naturais abundantes, nem colónias, está condenado a implodir a curto prazo



Data 04/05/11 | Duração 00:02:19

Denunciar a corrupção não é coisa de fascistas, como alguém escrevia esta manhã num comentário. Deixar a corrupção em paz, sim, é o caminho direto e rápido para o fascismo ou outra ditadura qualquer. Quando a corrupção aparece escancarada como norma do poder, a doença invade e corrompe todo o corpo social. E aí, inevitavelmente, as sociedades vítimas deste cancro, ou morrem, ou reagem. Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele (ditado popular).

Fuga de informação no Face Oculta terá impedido demissão de presidente da Refer
Público, Mariana Oliveira, 12/03/2014 - 18:29 

Recorde-se que Manuel Godinho considerava indispensável a saída de Luís Pardal da Refer pois considerava que este era um obstáculo à contratação da sua principal empresa, a O2, pela sociedade que gere as infra-estruturas ferroviárias do país. Na base do diferendo estava um processo que ficou conhecido como Carril Dourado em que a Refer imputou a Godinho o levantamento indevido de carris, na Linha do Tua.

quarta-feira, março 12, 2014

China desfaz-se de ativos tóxicos da EDP

China aproveita maré financeira favorável a Portugal para diminuir buraco financeiro da EDP


A EDP do cabotino Mexia desfaz-se de ativos cada vez mais tóxicos, a preços de saldo, tal é o buraco que não para de crescer na dívida acumulada do grupo. O chamado défice tarifário é um embuste montado pelos piratas organizados do regime, com o apoio canino dos partidos do Bloco Central da Corrupção. Como tal, deve ser escalpelizado, denunciado e considerado uma tentativa de extorsão aos contribuintes, que por isso deve ser rejeitado categoricamente como responsabilidade imputável ao estado ou aos consumidores, em todas as instâncias jurídicas, indígenas e internacionais.

PS, PSD e CDS estão de tal modo envolvidos neste embuste que só mesmo a proximidade ativa da Troika e os movimentos cívicos indígenas poderão mitigar as consequências desastrosas deste e doutros exemplos da ruína programada do país. A corja dos 70, em vez de escrever manifestos desmiolados, deveria ter vergonha da sua caricata desonestidade intelectual, e calar-se de uma vez por todas. Ou então, dispor-se a prestar contas por décadas de distração.

EDP lança operação de titularização do défice tarifário

A EDP anunciou um roadshow para lançar uma operação de titularização do défice tarifário. A informação foi enviada pela eléctrica à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). No documento enviado ao regulador pode ler-se que “a StormHarbour foi mandatada para actuar como 'sole arranger' e 'joint lead manager' e o Banco Santander Totta S.A. e o J.P. Morgan foram mandatados como 'joint lead managers', da transacção Volta II, uma operação de titularização de créditos detidos pela EDP Serviço Universal, S.A. relativos ao diferimento, pelo período de 5 anos, da recuperação do sobrecusto de 2013 com a aquisição de energia aos produtores em regime especial (incluindo os ajustamentos de 2011 e 2012)”.

[...]
A EDP esclarece ainda que “o montante em dívida”  relativo aos sobrecustos é “actualmente de cerca de 1,1 mil milhões de euros”.

EDP lança operação de titularização do défice tarifário - Jornal de Negócios

Olhos bem abertos

A austeridade não é um castigo da Troika, como sugerem os indigentes do Manifesto, mas o resultado de uma cleptocracia que continua onde sempre esteve


Leitor atento fez-nos chegar algumas correções sobre os números ontem apresentados por Alexandre Patrício Gouveia no programa Olhos nos Olhos. Aqui vão...

Na dívida do Estado faltou adicionar a dívida das 120 PPP que representam perto de 35% do PIB. Somando a dívida declarada de 130% + 35% a dívida dispara para 165% do PIB.

Este ano, no Orçamento Geral do Estado, o aumento da despesa nas PPP foi de 800 milhões de euros mas ao somar a transferência da manutenção das auto-estradas dos concessionários para o Estado, o aumento real, é de mil milhões.

Este Governo quase nada fez na renegociação dos contratos das PPP, com taxas de rentabilidade elevadíssimas (14 a 16%), para proteger a Banca. Relativamente aos salários e Reformas foi exactamente ao contrário.

Quando se fala que os contratos não podem ser renegociados porque estão blindados essa afirmação não corresponde à verdade pois, este Governo parou 2 PPP porque existia vontade política para desistir dessas 2 PPP.

Uma das PPP que foi parada foi a auto-estrada e via rápida Sines-Beja que tem as obras a meio e viadutos já terminados e que são bem visíveis para quem passar por lá. É a prova concreta de que quando um Governo quer parar ou desistir de uma PPP desiste mesmo.

As 120 PPP representam 60 a 70 mil milhões de euros.

Nos 3 primeiros lugares, em valor, correspondem a 72% do total das 120 PPP (Direcção Geral do Tesouro)

41% para Rodovia (Novas auto-estradas e vias rápidas);
19% para Ambiente (Águas, Saneamento e Resíduos)
12% para Produção de energia eléctrica (Novas Barragens)

Quem está nos 3 primeiros lugares das PPP

1º Mota Engil
2º BES
3º Grupo Mello

TURISMO

Relativamente às receitas do Turismo que foram abordadas há uma correcção a fazer:

Segundo dados publicados recentemente pelo Banco de Portugal os valores de 2013 foram:

RECEITAS - 9249, 6 milhões de euros
DESPESAS - 3119, 7 milhões de euros

SALDO - 6129,9 milhões de euros (valor mais importante)

terça-feira, março 11, 2014

Manifesto de 70 personalidades apela à reestruturação da dívida

Criaram a dívida, e agora não querem pagar, ou seja, querem que o povo morra à fome para que os seus privilégios de casta burocrática se mantenham intactos.

Não deixa de ser caricato ver um antigo ministro estratégico de Salazar, Adriano Moreira, ao lado do quadrado Louçã assinando o mesmo papelucho indigente.

Numa reestruturação de dívidas públicas há sempre a imposição de uma hierarquia entre os credores (‘seniority’), o que no caso indígena significará, por exemplo, que se paga ao BCE em primeiro lugar, mas só se pagará à Caixa Geral de Aposentações, que foi obrigada pela corja partidária (último despacho de Vitor Gaspar) a empenhar 90% das suas reservas financeiras na compra de dívida pública, se ainda houver com quê. Ou seja, o perdão da dívida tem muito que se lhe diga, sobretudo num país de gente corrupta e rendeiros agarrados ao Orçamento...

Expresso:

O manifesto, hoje noticiado pelo jornal Público, é assinado por figuras da política de esquerda e de direita, como os ex-ministros das Finanças Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix, Francisco Louçã, António Saraiva, Carvalho da Silva, Gomes Canotilho, Sampaio da Nóvoa, além de empresários e economistas, e pretende ser "um apelo de cidadãos para cidadãos", explicou João Cravinho.

"Trata-se de um apelo que se dirige a uma questão absolutamente decisiva para o nosso futuro que é preparar a reestruturação responsável da dívida para crescer sustentadamente com respeito pelas normas constitucionais com responsabilidade social e com democracia", avançou.

Manifesto de 70 personalidades apela à reestruturação da dívida - Expresso.pt

Investidores europeus fogem para... Portugal!

Porquê investir num país falido?

What is perhaps most stunning is that while investors have piled out of German, Swiss, and French stocks in the last few days, they have backed-up-the-truck in "new normal" safe-haven Portugal. The reason proferred by some - Portugal is further from Ukraine (and less dependent on Russia's gas) - which of course is the critical swing factor for an economy that remains crushed aside from trade with Germany.

Europe Weakens Again As Investors Seek The Safety Of... Portuguese Stocks! | Zero Hedge

A divergência dos gráficos é um resultado evidente da crise ucraniana


A reforma do estado está por fazer, mas a austeridade financeira começa a dar frutos.

Tempo de atrair capital e ideias. Tempo de olear todas as infraestruturas de comunicações e telecomunicações do país, incluindo a construção-exploração das novas linhas ferroviárias de bitola europeia entre as cidades-região de Lisboa e Porto e a Europa—de Madrid, Barcelona, Paris, Londres e Berlim. Tempo de reforçar a lusofonia. Tempo de proteger cuidadosamente os nossos interesses estratégicos específicos, sem prejuízo do compromisso europeísta assumido.

Escrevemos há dias este PS:

Obrigado, Vladimir!
Pedro Passos Coelho ;)

POST SCRIPTUM
Milagre Machete. Juros da dívida estão abaixo dos 4,5% - Jornal i, 11 Mar 2014 - 05:00
A queda é ainda mais surpreendente porque na sexta-feira os juros exigidos pela dívida na linha de obrigações do tesouro a 10 anos tinham fechado nos 5,77% e durante o início da manhã de ontem ainda chegaram a subir para os 5,8%. Depois foi a queda de forma mais abrupta até atingirem os 4,4547%. Esta descida dos juros aconteceu mesmo sem o compromisso político entre PSD, CDS e PS tão desejado pelo Presidente da República. Cavaco Silva ainda ontem disse estar convencido de que "um acordo a médio prazo que incluísse a próxima legislatura, faria descer as taxas de juro".

Já Rui Machete, o pai dos 4,5%, esteve ontem em Berlim e comentou naturalmente com orgulho e optimismo a descida dos juros da dívida nacional: "A nossa economia está a evoluir positivamente, o programa está a obter resultados. Os investidores internacionais têm essa percepção e traduzem em termos de procura e em termos de taxas de juro essa percepção", disse o ministro.
A indigente imprensa que temos adora acariciar o poder, seja ele qual for. A explicação para a queda do preço e rentabilidade da dívida soberana portuguesa (italiana, espanhola, ...) é outra, bem diferente das alucinações do figurão Machete e das orações piedosas do traste de Belém.

A explicação é simples e chama-se, 1) a ruína do modelo consumista e do casino bolsista americanos (nomeadamente do HFT) e, mais recentemente, 2) a explosiva crise na Ucrânia.

Tudo isto se resume, porém, a uma única realidade: não há petróleo, gás natural e soja suficientes e a bom preço para a China continuar a crescer a 7% ao ano e, por outro lado, a Europa e os EUA precisam de crescer acima da linha de água (2%). Tudo o resto é conversa fiada, como diria o Medina.

Quanto a Portugal, perante as crises geoestratégicas que continuarão a agudizar-se nas linhas de fratura entre a Europa e a Ásia, e no Mar da China, a aliança atlântica irá reforçar-se sobretudo no Atlântico e no Índico, com dois objetivos claros pela frente: segurar os recursos energéticos, minerais e alimentares, em África e na América do Sul, e proceder ao inevitável e gigantesco ajustamento das economias ocidentais ao novo paradigma de crescimento baseado no uso parcimonioso dos recursos disponíveis, a começar pelo petróleo, gás natural, carvão, solos férteis e água potável.

REFERÊNCIAS

2007
Portugal 12: Monarquia?

2008
Venezuela: Triangulações inteligentes
Portugal, a Europa, a CPLP e o porta-aviões açoriano

2009
A quem compete defender o Atlântico?
E se eu estiver enganado?

2010
Portugal: 1415-2015: O fim de um ciclo muito longo

Última atualização: 11/3/2014 11:07

sábado, março 08, 2014

Chinese Exports Collapse Leading To 2nd Largest Trade Deficit On Record | Zero Hedge

A globalização oportunista tem os dias contados


A inversão de tendência da balança comercial chinesa é evidente

CHINA: colapso nas exportações, insolvências aos milhares e operadores financeiros incapazes de pagar dividendos obrigacionistas são um sinal claro de que a globalização oportunista promovida pelo Ocidente acabou. E acabou por três causas principais: 1) o pico das energias e dos recursos naturais e alimentares baratos chegou ao fim; 2) o endividamento cumulativo explosivo dos EUA e da Europa provocou uma inversão de tendência na lógica do crescimento económico global; e 3) a crise social e política induzida pela insuperável crise financeira desencadeada a partir do colapso do Subprime e do gigante Lehman Brothers forçará inevitavelmente os governos a defender as suas economias do insustentável desequilíbrio das suas balanças de pagamentos.

CONCLUSÃO: consuma menos, mas consuma melhor e sabendo para onde vai o seu dinheiro.

RECOMENDAÇÃO: não venda o que é seu: casa, quinta, fábrica, etc. Aguente-se até onde puder, pois vem aí uma reversão do paradigma produtivo. Em vez de papel especulativo de empresas que não valem um caracol, queremos reforçar as cinturas verdes das nossas cidades, queremos renovar e reforçar a qualidade das nossas indústrias, queremos mais invenção e liberdade empresarial local, queremos uma Europa forte e solidária, e não queremos mais porcaria arrancada ao trabalho escravo oriundo de ditaduras e cleptocracias intoleráveis. Comprar menos, mas de forma consciente e orientada é a única maneira de sairmos rapidamente do enorme aperto em que nos encontramos.

Chinese Exports Collapse Leading To 2nd Largest Trade Deficit On Record | Zero Hedge

Democracia sem partidos?

Sólon (638-558 a.C), fundador da democracia ateniense.

O sistema partidário ocidental está esgotado


A propósito da célebre teoria de Milton Friedman sobre a aplicação de um imposto negativo sobre o rendimento (negative income tax) Miguel Horta escreveu:

Andamos há 200 anos a inventar formas de produzir mais e melhor, quando entretanto pouco melhorámos as formas de distribuir o que produzimos. Hoje o desfasamento das duas capacidades é enorme: a de produzir, a anos-luz do que era antes da revolução industrial; a de distribuir, próxima do que era então. Uma leitura possível da actual crise é mesmo esta: a inexistência de mecanismos de distribuição adequados impede o aproveitamento da gigantesca capacidade de produção existente.

A situação pede inovações na forma de distribuir os recursos pelas pessoas.

Um imposto negativo?

O estado social seria um imposto negativo mais abrangente e mais justo do que o negative income tax de Friedman se não tivesse sido capturado, como foi, pela lógica populista das democracias partidárias dominantes na Europa Ocidental e nos Estados Unidos. Sabemos hoje que o dito estado social faliu neste e no outro lado do Atlântico. Na verdade, para se cumprirem os objetivos estratégicos do welfare state —manter competitivo e coeso o potencial produtivo das nações industriais e urbanas cujas populações foram perdendo a ligação à terra e o controlo dos processos produtivos e cadeias de produção e reprodução social— as sociedades modernas geraram uma imensa burocracia de administração e controlo cujos custos apenas foram saudavelmente financiados enquanto houve energia barata e mercados coloniais. Esgotadas estas duas facilidades, o preço do não-trabalho e da distribuição gratuita de serviços deixou de ser coberto pelos excedentes da exploração do trabalho produtivo, passando a contribuir para o endividamento líquido, público e privado, dos países.

Não vale a pena, por ser completamente inútil, buscar explicações maniqueístas ou até partidárias para o grande colapso que nos atinge e que não deixará de se agravar até que encontremos uma solução racional para esta crise sistémica sem precedentes. As democracias partidárias e intrinsecamente populistas que temos não só formam uma barreira quase intransponível à mudança, como a sua persistência agrava e acelera a queda anunciada da civilização do consumo e do bem estar social.

Poderemos manter, por muito mais tempo, o manifesto impasse das democracias sociais  em que temos vivido?

Podemos já começar a pensar, discutir e experimentar democracias sem partidos?

Não seria verosímil substituir as atuais democracias demagógicas, cada vez menos representativas, por um regresso criativo à democracia ateniense primitiva, onde a representação partidária não existe, e em seu lugar são criadas instituições sofisticadas de dialética social e decisão democrática insuscetíveis de serem capturadas por demagogos e grupos de pressão?

Os partidos jacobinos, cada vez mais corruptos, que continuam a gerir os estados modernos são completamente inadequados à imaginação e gestão participadas das sociedades avançadas. Só mesmo a burguesia financeira especulativa continua a financiar o modelo partidário, populista e corrupto das democracias instaladas. Mas a verdade é esta: este modelo de democracia morreu e as suas réplicas africanas, asiáticas e sul-americanas não passam de grosseiras caricaturas.

Chegou porventura o tempo de mudarmos de vida e de democracia!


NOTA: este texto foi originalmente publicado no blogue do Partido Democrata.

Autoeuropa deixou de usar comboio para exportar automóveis


Os tugas não aprendem, nem mesmo quando estão a desaparecer na sua própria miséria!


Este governo deixou ir para Espanha e França 800 milhões de euros  que estavam reservados a Portugal no anterior quadro comunitário de apoio na condição de fazermos uma nova ligação ferroviária Lisboa-Madrid. Os rendeiros e os ladrões do regime queriam um novo aeroporto, uma cidade aeroportuária, uma nova travessia do Tejo no corredor Chelas-Barreiro, barragens, mais autoestradas, túneis,  e sobretudo betão, muito betão, que é a única coisa que os empresários que capturaram os partidos e os governos desta praia lusitana à beira-mar plantada sabem fazer, e onde o saque que nos trouxe até aqui é garantido. Ou isto, ou intelectuais de mercearia.

As burocracias, incluindo ministros e administradores de empresas públicas, partidos assentados em São Bento, corporações profissionais e empresariais secularmente encostadas há mama orçamental, e até autarcas e sindicatos desmiolados, transformaram o 'TGV' num demónio e jogaram, como sempre fazem, o Porto contra Lisboa para confundir o pessoal. Os resultados estão à vista.

Recentemente publicaram mais estudo, desta vez sobre os próximos investimentos estratégicos a serem financiados pelo próximo quadro comunitário de apoio, o qual não passa dum embuste sem qualquer consistência nem formalidade, e que, como já é sabido, não sequer tido em conta por Bruxelas seja para o que for. Areia para os olhos da burocracia e autarcas sem cabeça e pouco mais. O ridículo Seguro, em vez de expor o embuste, e de traçar publicamente o quadro estratégico que defende quando for governo, anda a brincar às escondidas com o Passos de Coelho. Pior, acaba de dar um tiro na testa ao convidar Jorge Coelho para o substituir!

REFERÊNCIAS

Autoeuropa deixou de usar comboio para exportar automóveis - Automóvel - Jornal de Negócios

Debate sobre infra-estruturas arranca sem estudos sobre seis dos 15 projectos mais prioritários - i online.

sexta-feira, março 07, 2014

Imagem de um regime perdido

Manif de polícias junto ao parlamento, 6/3/2014

A escadaria descendente de uma democracia falida


Nem num FC Porto-Benfica se vê tanto polícia
PSP mobilizou um número recorde de efetivos para vigiar os 12 mil colegas que são esperados na ‘manif’. Ninguém quer confrontos, que podem custar a cabeça ao ministro e a razão aos polícias. Concentração está marcada para as 17h30, em Lisboa.

Ler mais: Expresso

Quando um regime não consegue alimentar os seus polícias, por manifesta insolvência do Estado, ou por incompetência e irresponsabilidade dos governantes e da casta política, só lhe resta uma alternativa: dar lugar a outros. Esta democracia populista e corrupta chegou ao fim. A sua substituição por uma democracia transparente, responsável e decente é uma questão de tempo.

E mais uma coisa: quando um furúnculo incha de pus há que espremê-lo e desinfetar com cuidado a ferida. Deixá-lo crescer é permitir que a infeção cresça, alastre e acabe por rebentar quando menos se espera, provocando estragos maiores no organismo.

O nacionalismo e a extrema direita são filhos da imprevidência democrática, do populismo e da corrupção, quando tudo isto desemboca na falência económica, financeira e social das sociedades. Já todos sabemos isto, mas não aprendemos nada com o passado recente. Triste :(

quarta-feira, março 05, 2014

Um Putin, por favor!



Num país dominado por castratti e piratas de algibeira —Portugal— faz falta alguém com os ditos no sítio, ou então uma mãe de armas, nomeadamente para pôr a EDP e outros cabotinos, corruptos e imbecis na ordem.

terça-feira, março 04, 2014

Putin, um marechal experiente

Russlands Verteidigungsminister Sergei Shoigu (l.), Präsident Wladimir Putin und der Militär Ivan Buvaltsev (r.) beobachten eine Militärübung in Russland.  |  © Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin/Reuters

Os EUA e a China racham lenha!


Putin revela bom senso e uma capacidade de liderança notável. Negociar uma saída equilibrada que não prejudique a Ucrânia, nem a Rússia, nem a União Europeia é a solução desejável. Estados Unidos e China não se devem meter neste assunto, pois ambos miram a Europa como um tesouro. A Eurásia é um assunto que os europeus ocidentais e orientais devem tratar conjuntamente, reforçando a paz e sustentabilidade desta decisiva região do planeta. Já temos idade para ter juízo!

PS:
Obrigado, Vladimir!
Pedro Passos Coelho
;)


Putin manda recuar tropas junto à Ucrânia e aceita grupo internacional na Crimeia
Por Ana Tomás, i online, publicado em 4 Mar 2014 - 11:30


Presidente russo diz que não gostaria de intervir militarmente na Ucrânia, mas não exclui totalmente essa hipótese

O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o recuou das tropas que faziam exercícios militares em regiões próximas da fronteira com a Ucrânia e diz que vai discutir, esta semana, a possibilidade de ser enviado um grupo internacional para a Crimeia.

[...] “Reforçámos a nossa presença militar na nossa base no Mar Negro, porque começaram a aparecer forças nacionalistas”, reiterou Putin, na conferência de imprensa desta manhã.

Apesar de não concordar com o golpe de Estado que aconteceu no país vizinho e com a ascensão ao poder dos actuais membros do governo de transição, o presidente russo disse na mesma conferência de imprensa que espera retomar as relações económicas e comerciais com a Ucrânia e acrescentou ter encarregue "o governo de reestabelecer os contactos com os seus homólogos ucranianos”. "Não queremos romper as relações económicas, que poderão ser desenvolvidas a cem por cento depois da normalização da situação e das eleições".

segunda-feira, março 03, 2014

Troika dá à EDP 30 dias para reduzir rendas excessivas


Mexia e Catroga em breve receberão guia de marcha de Pequim

Troika exigiu ao Executivo medidas que criem, de facto, um alívio na factura da electricidade

O Governo tem um mês para descobrir uma solução que permita tornar a energia eléctrica mais competitiva em Portugal.

Jornal de Negócios, 03 mar 2014, 00:01

Pelos vistos, as expectativas contratuais do governo chinês, do cabotino Mexia e do compadre Catroga valem mais que as expectativas de milhões de portugueses a quem o Estado cobrou impostos, taxas e descontos em nome de pensões e reformas futuras que, este governo, desde 2011, tem vindo a confiscar. Será que a corja do PSD, do CDS e do PS não percebem o barril de pólvora que estão a alimentar com esta falta de equilíbrio na distribuição dos sacrifícios?

Como um dia escrevemos, graças à Troika ainda não chegámos à Ucrânia, nem mesmo ao Zimbabué!

O sinal desta advertência a Portugal vai direitinho para a China e é claro como água: não se metam com os ativos estratégicos da Europa!!!




Como se tem explicado, o embuste das barragens foi uma operação meticulosamente executada pela EDP e pelo BES depois da Goldman Sachs ter impingido as ventoinhas da Horizon Wind Energy à EDP, quando já sabia que os subsídios às eólicas iriam diminuir e depois acabar. Aparentemente, José Sócrates, já então com os cofres públicos vazios, precisava urgentemente de dinheiro que não aumentasse o défice. A solução veio pelas mãos da Goldman Sachs, António Mexia e Manuel Pinho, sob a forma de centenas de milhões de euros de pagamentos por conta das barragens futuras!

Como neste vídeo de 2009 se percebe, Mexia bate no cotovelo de Pinho e, a propósito da construção da futura barragem do Sabor exclama: "Está quase!"

sexta-feira, fevereiro 28, 2014

Dívida da EDP dispara em yuans

Especulação com moeda chinesa ameaçada pelo Banco Central da RPC


Desvalorização agressiva da moeda chinesa trava especulação cambial, mas faz disparar a colossal dívida da EDP quando convertida em yuans.


Yuan Turns Worst Emerging Carry Trade on PBOC’s Actions
Feb 27, 2014 9:05 AM GMT+0000

The yuan has gone from being the most attractive carry trade bet in emerging markets to the worst in the space of two months as central bank efforts to weaken the currency cause volatility to surge.
[...]
The trades involve borrowing funds in a nation with low interest rates to purchase higher-yielding assets elsewhere.

China Currency Plunges Most In Over 5 Years, Biggest Weekly Loss Ever: Yuan Carry Traders Crushed
Submitted by Tyler Durden on 02/27/2014 23:18 -0500, ZeroHedge.

...What is more notable is that the move, while certainly intending to shake out the carry traders bent on riding the USDCNY ever lower, is starting to appear borderline erratic. As a reminder, and as we posted yesterday before the FT picked up the story earlier today, there is a lot of pain in store for those betting on a stronger Yuan, because while the move may not seem dramatic (by USDTRY standards), the reality is that the carry trade positions have massive leverage associated with them, with the pain level on $500 billion in existing carry trades beginning to manifest once the Yuan enters the 6.15-6.20 gap and becomes acute once the European Knock-In zone of 6.20 is crossed (see first chart below) and rising exponentially from there. In fact as we explained, should the renminbi break past 6.20 per dollar, which it is very close to right now, banks would be forced to call in collateral, accelerating the Yuan plunge, at which point the drop would become self-sustaining. The pain from that point on is around US$4.8 billion in total losses for every 0.1 above the average EKI.

Afinal de contas, mesmo com rendas excessivas, a verdade é que a crise económica e financeira em curso e as suas graves repercussões num país de piratas e desmiolado como Portugal, que se traduzem numa dívida pública, empresarial e doméstica insustentável, e na consequente quebra de rendimentos e consumo a partir do momento em que os credores impõem a repressão orçamental e fiscal aos devedores, está a contribuir para o rápido colapso da própria bolha energética especulativa em que a empresa dirigida pelo cabotino Mexia se meteu e meteu o país — com a colaboração de uma vasta simbiose de indigentes políticos e de banqueiros corruptos e ignorantes.

Negócio da China na EDP
27 Fevereiro 2014, 19:10 por Agostinho Pereira de Miranda - Jornal de Negócios.

...se a Galp, o BES ou uma qualquer outra empresa portuguesa quiserem investir no setor energético chinês não podem esperar as garantias legais que a CTG tem na EDP. Daí a pergunta: como foi possível à empresa chinesa ter conseguido fazer o investimento na EDP através de uma "shelf company" sediada no Luxemburgo? A Parpública, o ministério das Finanças e os seus consultores perceberam o que Portugal ia perder com esse artifício jurídico? Fizeram alguma coisa para o contrariar? Parece que alguém estava a dormir aos comandos desta operação de venda.

A China terá conseguido blindar a sua posição de quase-monopólio no fornecimento de energia elétrica em Portugal quando comprou a posição dominante na EDP com a colaboração dos testas de ferro do Bloco Central encarregados do chorudo negócio. Mas de nada lhe valerá se, por um lado, o yuan continuar a cair, e se, por outro, como já está a acontecer, os portugueses deixarem de consumir, deixarem de pagar as contas, e regressarem às candeias de azeite e de petróleo, bem como à queima de pinheiros e eucaliptos, já não para falar da produção de energia off-the-grid!

Na realidade, Mexia, Sócrates e Manuel Pinho (o dos chifres) caíram ou quiseram cair na armadilha montada pela Goldman Sachs quando esta impingiu à EDP as ventoinhas da Horizon Wind Energy, em 2007, por 2,15 mil milhões de dólares. Quem financiou a operação? Que gabinetes de advogados indígenas estiveram metidos na operação? Onde estavam os deputados e os economistas da tugalândia? Quem transporta desde então uma dívida e um serviço de dívida que não param de crescer? A Goldman Sachs sabia que os subsídios à energia eólica iriam acabar, e acabaram nos Estados Unidos em janeiro de 2014! O argumento das cláusulas contratuais já se evaporou na América. Que veio o senhor Sr. Cao Guangjing, do Comité Central do PC Chinês, fazer a Portugal? Protestar? Exigir? Mas como e porquê se a cratera cresce sobretudo na América, e não certamente em Portugal? Pretenderá o senhor Cao enganar o seu governo? É que a nós, portugueses, não engana!

US suspends wind power subsidies, for now
By Ivan Couronne (AFP) – Jan 15, 2014 

Washington — Historic subsidies propping up US wind energy ended on January 1 and Congress refused to renew them, despite supporters arguing that the aid has made renewable power cheaper than coal.

The United States has subsidized wind-sourced electricity since 1992 to promotes the use of green energy and crack America's dependence on the fossil fuels blamed for climate change.
Last year, billions of dollars in wind production tax credits, or PTCs, amounted to some 2.3 cents per kilowatt hour for an industry that has struggled to compete against oil and gas.

But winds of change are blowing. The repeatedly renewed credits expired at the end of 2013, along with many other renewable energy benefits.

Wind energy is now an industry that can "stand on its own," argued Senator Lamar Alexander and other anti-tax-credit lawmakers last month.

Deixo um conselho à EDP e ao senhor Cao Guangjing das Três Gargantas, e membro do PC Chinês: parem imediatamente as obras das barragens do Sabor e do Tua, engulam o prejuízo, e não se fala mais nisso. A alternativa sair-vos-à muito mais cara. Façam bem as contas!

terça-feira, fevereiro 25, 2014

China Starts To Make A Power Move Against The U.S. Dollar

A Chimerica (acrónimo criado por Niall Ferguson) tem os dias contados, na medida em que o pequeno veneno virtuoso da simbiose oportunista entre ambos os países atingiu já uma volume que tende a ser letal para ambos...

A China começou a comprar ouro em doses maciças, fabrica bitcoins em Hong Kong, estabelece acordos bilaterais em yuans por toda a parte e, last but not least, começou a desfazer-se do Evereste de papel higiénico verde que os americanos lá foram despejando ao longo dos últimos vinte anos.

A turbulência ao longo deste ano vai dar indicações preciosas sobre o próximo Tratado de Tordesilhas (2.0) em preparação....

China Starts To Make A Power Move Against The U.S. Dollar

segunda-feira, fevereiro 24, 2014

A tatuagem da crise

Imagem enviada para a web por uma fã de tatuagens.

Declínio económico, envelhecimento demográfico, tatuagens e obesidade

The number of women with tattoos quadrupled between 1960 and 1980. While no one listed in People magazine’s 1980 “Who is the most beautiful woman?” survey had a tattoo, seven of the ten women listed by the international men’s monthly FHM as “sexiest women in the world” in 2008 did.

[...] Among American adults between twenty-four and seventy, the percentage of those who are overweight jumped from 44.8 percent in 1960 to 66 percent in 2004, with those being obese increasing from 13.3 percent to 32.1 percent during the same period. By 2012, 35.7 percent of US adults and 10.9 percent of children qualified as obese.

[...] ... obesity is a consequence of a lifestyle while tattoos are an advertisement of it, but the phenomenon at heart is the same.

—Brandon Adams, Setting Sun, the end of U.S. economic dominance
© 2013 Brandon Adams
Em 2010 a taxa de poupança da China, segundo o EconStats (FMI), era de 52,89%, nesse mesmo ano a taxa bruta de poupança da Alemanha era de 23,72%, a da Espanha, 18,7%, a dos Estados Unidos andava nos 12,53%, a do Reino Unido, pelos 12,06%, e a de Portugal, que em 1980 era de 31,01% caiu para 19,81% em 1999, ano da entrada no euro, e para 9,945% em 2010, tendo começado a recuperar apenas em 2011, encontrando-se em 2013, segundo o IGCP (Sol), nos 13,6%, depois de toda a recessão e desvalorização fiscal sofridas.

Estes números são uma radiografia da nossa situação e, em geral, da situação dos chamados países desenvolvidos do Ocidente quando comparados com a China. Esta, não só cresce a mais de 7% ao ano, não só tem uma balança comercial e de pagamentos excedentária, não só acumula reservas cambiais e de ouro a um ritmo sem paralelo no resto do planeta, como a sua dívida pública atingiu um pico de 33,54% do PIB em 2010, tendo começado a descer desde então. Qual é a principal explicação para este fenómeno?

Segundo Brandon Adams a grande vantagem da China sobre o resto da concorrência é a sua aposta num gigantesco, e aparentemente inesgotável, fundo (soberano) de poupança para acudir a contingências futuras.
China's human rights record and its failure to provide income or health care support is not just a moral issue; it's a political stability issue. Op. cit., p.55.
Vale a pena ler o livrinho deste académico de Harvard. São 115 páginas de pura fruta, com o estímulo de entrar também no terreno sempre espinhoso das causas culturais do colapso orçamental em curso, quer do American way of life, quer, em geral, das sociedades viciadas na proteção social, no consumo, no espetáculo, nos empregos faz de conta (nomeadamente de boa parte das burocracias), na formação sem fim, e no ócio. O Capitalismo industrial, urbano e financeiro produziu um ser inconsciente, desamparado, sem qualidades, viciado na gratificação imediata dos desejos, egoísta, sem saber que há um nexo causal e filosófico na grande tapeçaria que a vida tece há milhares de milhões de anos, raramente solidário, aturdido.

A civilização moderna é uma civilização recente e acelerada, que precisa de liberdade e de alguma democracia para funcionar, mas que depende, como do pão para a boca, de tecnologia, dum sistema financeiro sofisticado, de energia barata, e de recursos naturais abundantes associados à crescente sobre exploração do trabalho humano. As liberdades estão a recuar no Ocidente e já não chegarão a impregnar as culturas das suas antigas colónias. A democracia moderna, racional e humanista, que só existia na América do norte e na Europa ocidental, entrou em declínio e tem vindo a ser substituída por uma espécie de super estado sombra que, na realidade, manda nas democracias, incluindo a suíça! A tecnologia, apesar da propaganda, começou a desacelerar o ritmo das invenções úteis. O sistema financeiro especulativo estourou e será provavelmente substituído por algo diferente nos próximos anos. Energia barata e recursos abundantes foi chão que deu uvas. E quanto à sobre exploração de quem até agora nos tem plantado o café e as bananas, colhido o algodão e o linho, ou fabricado quase tudo o que levamos vestido, nos pés, e pendurado, já para não mencionar o computador e o rato que estou neste momento a usar, ou os maravilhosos smartphones a que milhões de pessoas se agarraram como lapas, sem se perceber muito bem porquê, ou para quê, está também por um fio. Quem quer trabalhar, se puder não trabalhar, ou trabalhar menos, ou viver de subsídios e da segurança social ou, pelo contrário, chegar à conclusão que, afinal, a exploração asiática, que já desembarcou nos Estados Unidos e na Europa, mata e não traz qualquer felicidade?

A procura agregada supera a oferta agregada, e numa sociedade onde abunda a informação, quem é escravizado pelo trabalho, seja nas maquiladoras mexicanas, ou nos escritórios financeiros da City londrina, tende a pensar se, ou até que ponto, valerá a pena continuar. Numa sociedade filosoficamente sem futuro, apenas contam o dia de hoje, as pipocas e a Coca Cola antes de mais um filme, a próxima sessão de tatuagem...

A procura empurra os preços para cima, mas o aumento paulatino dos preços da energia e das matérias primas —que exigem cada vez mais trabalho e investimento para serem conseguidos— a par da desvalorização do trabalho humano, por compensação negativa da subida dos restantes fatores de produção (em que também entram cada vez mais criticamente os custos fiscais, legais e de segurança das operações), acaba por induzir um abrandamento da procura e a subsequente acumulação ruinosa dos stocks, das matérias primas e dos produtos transformados ou semi-transformados, levando à ruína milhões de empresas, a mais desemprego, a maior pressão sobre os salários, a menor poder de compra per capita e, por fim, a uma menor diversidade e qualidade dos produtos lançados no comércio mundial.

Este pára-arranca é um círculo vicioso destrutivo, do qual decorre uma pressão suplementar e brutal sobre os orçamentos públicos das sociedades dotadas de fortes mecanismos de segurança social.

É por esta falta de competitividade aparentemente sem saída airosa que as dívidas públicas, quer nos Estados Unidos, quer na Europa, e noutras partes do mundo, continuam fora de controlo.

Cyniconomics — “Reviving the ‘Real World’ Scenario That’s Disappeared from Government Reports”

A dívida pública americana em 2013 não foi de 72% do PIB como rezam os documentos do Congresso, mas andou perto dos 101%. Por sua vez, a projeção fiável para daqui a 10 anos (2024) também não são 79%, nem 92% do PIB, mas 133%. Resta saber quem irá financiar tamanho buraco negro.

Começamos a perceber agora claramente que os PIIGS têm sido afinal uma espécie de laboratórios onde se têm vindo a realizar experiências financeiras, sociais e políticas, simulando as grandes tempestades que se vislumbram no horizonte.

Brandon Adams sobre a insustentável dívida pública americana, a que se somam não menos gigantescas dívidas domésticas e empresariaias, é taxativo:
For Peter Warburton, there are only “four resolutions to unmanageable debt.” These are: clemency, or to beg forgiveness; bankrupcy, to default on one’s obligations; paternalism/socialism, finding a benefactor, who will carry the debt for you; and, finally, inflation/debauchery/theft, the debasement the currency in which the debt is measured. It’s often better for all parties except the lender to find a resolution to the debt. Op. cit., p. 107, 108.
E vaticina uma solução, a qual levará décadas a desenrolar-se: pagamento parcial da dívida, acompanhado de um perdão parcial, de uma bancarrota parcial, de um fiador que leve parte da dívida às costas, e, por fim, de uma desvalorização da moeda em que está subscrita a dívida. O que parece fora de causa é mesmo o pagamento integral e com juros da dívida!

Será possível corrigir a tragédia resultante de décadas de incontinência orçamental, egoísmo democrático e corrupção, através de uma espécie de Jubileu mitigado das impagáveis dívidas soberanas europeias e americana? Será possível fazê-lo sem uma reestruturação que penalize os credores? Há quem diga que sim, e proponha soluções. O plano PADRE é um deles, e aponta para o papel decisivo do BCE na acomodação/reestruturação das dívidas públicas europeias que jamais serão integralmente pagas se seguirmos apenas os procedimentos até agora utilizados.

E sobre os efeitos potencialmente perniciosos do alívio causado pelo PADRE junto dos pecadores da dívida, a proposta previu uma cavilha de segurança:
Then comes the crucial issue of moral hazard. If debt restructuring can be painless, will that not become an incentive for governments to accumulate again and again unsustainable public debts? Moral hazard can be contained, indeed eliminated, if implementation is subject to some conditions. The first condition is a tight and precise covenant. The PADRE plan specifies that, should a country accumulate debt again, the ECB is obligated to swap the zero-interest national perpetuities back into interest-yielding bonds. Such an action, which is bound to trigger strong market reactions, should deter governments from sliding again into fiscal indiscipline.

The PADRE plan: Politically Acceptable Debt Restructuring in the Eurozone
Pierre Pâris, Charles Wyplosz, 28 January 2014 | Vox

Portugal tem um sério problema pela frente, atingida que foi a fadiga fiscal do país: ou redefine rapidamente as funções do estado, retirando-o de tudo o que não for essencial proteger em sede dos direitos, liberdades e garantias fundamentais das pessoas e das atividades económicas e culturais, levando a cabo uma revisão profunda da Constituição; ou limita drasticamente o peso dos setores neo-corporativos e rentistas aninhados no Orçamento de Estado e alapados nas secretarias do poder; ou reduz claramente a burocracia e o peso dos partidos na sociedade, ou sofreremos todos a breve trecho uma surpresa terrível quando todos percebermos que não há sequer dinheiro para pagar os juros da imparável dívida pública e privada em que deixámos cair o país.

Vamos assistir a um longo período de ajustamento das economias, finanças e regimes constitucionais de um número indeterminado de países, com resgates e reestruturações inevitáveis das dívidas públicas e privadas. Com crescimentos negativos em tantos países, com um crescimento mundial que dificilmente superará de modo consistente os 3% (apesar da dança de gráficos do FMI), a alternativa à paciente e negociada reestruturação e perdão parcial das dívidas dos países é o seu colapso violento, de que as tragédias grega, islandesa, cipriota ou ucraniana são claras demonstrações.

Mandado de captura contra Ianukovich por "homicídio em massa" - PÚBLICO






Segunda Guerra Fria no horizonte?


A teoria de que a situação na Ucrânia é mais uma vez resultado da conspiração americana não pega. A chantagem energética de Putin sobre a Europa usando a Ucrânia como pião das nicas é a verdadeira origem da micro guerra civil que se desenrolou na Praça da Independência de Kiev. A rejeição do acordo de parceria entre a Ucrânia e a UE, obviamente ditada por Putin, foi a provocação que deu no desastre que ameaça transformar a Ucrânia num estado dividido ao meio, reiniciando deste modo uma guerra fria entre a Rússia e a Europa. É certo que aos Estados Unidos e à Inglaterra uma nova guerra fria lhes viria mesmo a calhar, na medida em que de uma só cajadada travariam o novo ascenso da Alemanha e as aspirações imperiais da China. Esperemos que Putin meça bem o seu próximo passo diplomático, para além de enviar mais navios de guerra e submarinos invisíveis para o Mediterrâneo. Os rendimentos do petróleo e do gás natural não chegam para alimentar uma nova corrida aos armamentos sem reconduzir a Rússia para uma nova rampa inclinada em direção à miséria e ao despotismo mais violento.

Mandado de captura contra Ianukovich por "homicídio em massa" - PÚBLICO
Snipers em ação contra os manifestantes em Kiev - Euronews.

domingo, fevereiro 23, 2014

Mais portugueses!

À entrada do congresso do PSD. Foto: Jornal de Negócios


O primeiro crescimento que temos que cuidar é o crescimento demográfico


A preocupação com a natalidade é tardia, mas mais vale tarde que nunca.

Que vamos a caminho de reduzir a população portuguesa para os níveis da Catalunha é algo que vem em todas as previsões demográficas. Que é possível mitigar o desastre combinado do envelhecimento e simultânea perda de população, é. Mas temos que agir com clareza, determinação e sem mais demora.

Algumas ideias simples:
  1. abertura de uma conta de obrigações de dívida pública em nome de cada nova pessoa nascida em Portugal a partir de dezembro de 2014, no valor de 2000 euros, com rendimento garantido de 3 a 4%, e senioridade perante qualquer hipotética reestruturação da dívida. Estes dois mil euros seriam divididos em títulos a 10 e 20 anos, resgatáveis a favor exclusivo dos seus titulares.
  2. atribuição de um abono de família equivalente a metade do chamado rendimento de inserção social por cada um dos três primeiros filhos biológicos do agregado familiar.
  3. isenção total de taxas moderadoras na prestação de cuidados de saúde até aos 14 anos.
  4. escolaridade obrigatória totalmente gratuita, incluindo todos os manuais escolares, que deverão ser digitalizados, acessíveis online, e produzidos segundo economias tecnológicas e de escala favoráveis à sua atualização permanente e baixo custo de produção.
  5. favorecer a formação profissional e académica superior privilegiando um amplo e rigoroso sistema de bolsas atribuíveis apenas em função do mérito dos candidatos.

Esta medidas devem ser aplicadas independentemente dos níveis de rendimento dos agregados familiares, e devem abranger apenas os primeiros três descendentes de cada agregado familiar.

Esperemos que as palavras de Pedro Passos Coelho não tenham saído da sua boca como mera propaganda eleitoralista.


POST SCRIPTUM

A notícia que entretanto veio nos jornais
Incentivo a natalidade proposto por Passos Coelho exige mais emprego e mudanças na lei laboral — Público, 23/02/2014 - 23:14.

Não se conhecem ainda os pormenores, mas o anúncio de Pedro Passo Coelho, neste domingo, no congresso do PSD, mostrou-se ambicioso quanto baste: criar uma comissão multidisciplinar, chefiada por Joaquim Azevedo, da Universidade Católica, para, em três meses, preparar um plano de acção na área da natalidade
Última atualização: 24/2/2014 12:38 WET

Francisco Assis é cabeça de lista do PS às europeias - Expresso.pt

Francisco Assis, candidato 'socialista' às Europeias

O diálogo entre gerações é fundamental


Assis pelo PS no parlamento europeu é uma boa escolha, tal como Rangel continua a ser uma boa aposta de Passos Coelho. A velha guarda tem que dar lugar aos mais novos, e estes serão naturalmente responsáveis pelo difícil equilíbrio entre os baby boomers que já não terão as reformas que esperavam, e as gerações seguintes. É fundamental conseguir equilíbrio, justiça relativa, e estratégias acertadas na dolorosa travessia da dívida total do país, que nos espera por mais duas décadas, pelo menos.

O lugar da presidência da república deverá ser reservado, por esta mesma necessidade de equilíbrio, a candidatos naturais como António Guterres ou Rui Rio. O comentador Marcelo está muito bem assim, como provocador oficial da corte.

Francisco Assis é cabeça de lista do PS às europeias - Expresso.pt